Metodos e Tecnicas de Estudo
Metodos e Tecnicas de Estudo
Metodos e Tecnicas de Estudo
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Métodos e
Técnicas de Estudos
Iracema Campos Cusati
Ministério da Educação – MEC
Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal
de Nível Superior – CAPES
Diretoria de Educação a Distância – DED
Universidade Aberta do Brasil – UAB
Programa Nacional de Formação
em Administração Pública – PNAP
Bacharelado em Administração Pública
BACHARELADO EM
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
2021
Profa. Iracema Campos Cusati
ISBN 978-65-89954-12-5
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
AUTOR DO CONTEÚDO
Iracema Campos Cusati
COORDENAÇÃO DO PROJETO
Roberto Luiz Alves Torres
PROJETO GRÁFICO
José Marcos Leite Barros
EDITORAÇÃO
Anita Maria de Sousa
Aldo Barros e Silva Filho
Enifrance Vieira da Silva
Danilo Catão de Lucena
REVISÃO TEXTUAL
Maria Tereza Lapa Maymone de Barros
Geruza Viana da Silva
CAPA
José Marcos Leite Barros
MÉTODOS E
TÉCNICAS DE ESTUDOS
Profa. Iracema Campos Cusati
Apresentação da Disciplina
Finalizando, vale destacar que esta unidade curricular está orientada para
permitir que você alcance o seu propósito de estudo, com rigor ético
e científico, num ambiente autorreflexivo que o auxiliará a internalizar
mais profundamente os temas apresentados. Confiante de que a apren-
dizagem é parte integrante de nossas vidas, este material procura esti-
mulá-lo(a) ao desenvolvimento de hábitos fundamentais para uma rotina
de estudos e instigá-lo(a) ao desenvolvimento de uma escrita acadêmica
bem fundamentada, crítica e criativa. Espero que tenha um ótimo per-
curso nesse caminho!
Cordialmente.
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO 5
CONSIDERAÇÒES FINAIS 82
ANEXO 1 83
REFERÊNCIAS 84
CAPÍTULO I
CAPÍTULO 1
MÉTODOS DE ESTUDO:
ORIENTAÇÕES ESSENCIAIS
vida;
Construindo Aprendizagem
Caro estudante,
Bons estudos!
Questões Mobilizadoras de Reflexão Sobre o Assunto
CAPÍTULO 1
Como você estuda? Como você vê seus estudos? Você já pensou na au-
tonomia e na responsabilidade que você assume perante a sua própria
aprendizagem? Que método(s) de estudo/aprendizagem você conhece e
utiliza? Você considera que a forma como estuda tem auxiliado em sua
aprendizagem? Você conhece as etapas que usualmente são empregadas
na leitura e na análise de um texto? Quais critérios você utiliza para sin-
tetizar e registrar textos lidos?
Essas são algumas questões que permitirão a você fazer uma autorrefle-
xão e trazer à tona os métodos que você usa de forma intuitiva, afetiva
e cognitiva, produto de sua experiência de vida e de técnicas aprendidas
no sentido de teorizá-las, orientadas numa ação educativa para o desen-
volvimento de suas competências acadêmicas e/ou profissionais. As cin-
co seções a seguir irão orientá-lo a desenvolver boas leituras e condições
de estudo para você expandir e melhor qualificar sua formação. Além
disso, esperamos que essa prática o acompanhe durante toda a trajetória 11
acadêmica e em toda sua vida, pois estudar é um processo contínuo.
CAPÍTULO 1
para a Rotina de Estudos
Planejamento Semanal
2ª feira 3ª feira 4ª feira 5ª feira 6ª feira Sábado
MANHÃ
TARDE
NOITE
Ter domínio sobre as boas razões para estudar é uma prática de auto-
conhecimento, que atua, primeiramente, impulsionando a motivação, a
organização, a definição de prioridades; também deixa você mais capaz
de manter o foco nos conteúdos a serem estudados e nas metas a serem
alcançadas.
1 OECD. What are the social benefits of education? Disponível em: <https://www.oecd.org/educa-
tion/skills-beyond-school/EDIF%202013--N%C2%B010%20(eng)--v9%20FINAL%20bis.pdf>. Aces-
so em: setembro de 2020.
A fim de identificar o que precisam aprender, as pessoas fazem um le-
CAPÍTULO 1
vantamento de acordo com o que buscam conquistar ao longo da vida
escolar ou do projeto de vida. Para facilitar esse exercício, elaboram uma
lista de desejos e depois estabelecem quais conhecimentos são necessá-
rios para realizar seus anseios. Essa é uma ação que, além de ajudar as
pessoas refletirem sobre os seus esforços, auxilia também na identifica-
ção das limitações de cada uma.
2 É a forma como cada pessoa se concentra, processa, internaliza e retém a informação durante o
processo de aprendizagem que é um fenômeno natural do ser humano e envolve fatores cognitivos,
afetivos, físicos e ambientais.
Com base nessas denominações, Peter Honey and Alan Mumford (1986),
CAPÍTULO 1
CAPÍTULO 1
métodos de estudo: Processo de Leitura e de Análise de texto.
Processo de Leitura
CAPÍTULO 1
por um método de leitura, chamado de método de leitura analítica. Esse
método avança por etapas sucessivas (processos lógicos) até a compre-
ensão global de uma unidade de leitura. As referidas etapas são a análise
textual, análise temática, análise interpretativa, problematização e síntese
pessoal. Os passos por ele propostos contribuem significativamente para
uma proveitosa compreensão e assimilação dos textos estudados.
SAIBA MAIS
SAIBA MAIS
Para esse processo avançar, são indicadas algumas etapas a serem
consideradas:
CAPÍTULO 1
A análise textual, primeira etapa do método de leitura analítica de Severi-
no (2007), é considerada uma atividade preparatória para que você con-
siga desenvolver um processo de análise mais aprofundada da unidade
de leitura³ delimitada para estudar. Ou seja, é o primeiro contato com
toda a unidade de leitura determinada, momento em que você fará uma
leitura sistemática e completa da unidade de leitura em estudo, com a
finalidade de ter uma visão panorâmica do texto e de conjunto do racio-
cínio do autor, tomando conhecimento inclusive da linha teórica, do esti-
lo, do método e dos limites da abordagem do autor. Nesse momento de
leitura, é fundamental fazer um levantamento de todos os elementos bá-
sicos (os dados do autor do texto, como por exemplo: a vida, a obra e o
pensamento do autor da unidade), destaque os componentes desconhe-
cidos (conceitos e termos fundamentais para a compreensão da unidade)
que constam no texto e busque informações utilizando um dicionário,
obras de referência relacionadas ao tema e sites especializados. Dessa
forma, você não esgotará toda a compreensão do texto, mas identificará 21
todos os pontos passíveis de dúvidas e que possam ser esclarecidos para
sua melhor compreensão da mensagem do autor. Todos esses elemen-
tos e demais referenciais relativos a fatos históricos e a outros autores
também devem ser considerados e transcritos em uma folha à parte. Ao
final dessa leitura, você deve realizar uma pesquisa prévia para organizar
as informações que desconhecia e que buscou esclarecer e aprofundar.
Observação:
3 A delimitação de uma unidade de leitura foi explicada e definida na Seção 3 (tópico Processo de
Leitura).
Utilizando poucas palavras em frases curtas que expressem as ideias do
CAPÍTULO 1
Análise Temática
A análise temática é o momento em que você irá fazer uma série de per-
guntas cujas respostas fornecerão o conteúdo da mensagem contida no
texto estudado.
CAPÍTULO 1
Considerando as questões supracitadas, você deve reler o texto, buscan-
do as respostas que devem ser registradas, de forma sintética, na ficha
bibliográfica referente ao texto, que corresponde ao que chamamos de
fichamento4 do texto lido.
Vale destacar que, nessa etapa, fica registrada a posição do autor, ou seja,
o conteúdo que ele quer transmitir por meio de seu texto.
Nesta etapa você irá dialogar com o autor e se posicionar frente às ideias
expostas por ele. A análise interpretativa é a terceira etapa da leitura
analítica de um texto, é quando você faz a interpretação da mensagem
do autor. “É ela que torna a leitura um processo crítico na lida com o
conhecimento.” (SEVERINO, 2009, p. 19)
Lembre-se de que há uma distinção entre essa fase e aquela que você de-
terminou o problema da unidade de leitura, durante a análise temática.
Naquela fase, você desvelou a situação de conflito que provocou o autor
a buscar a solução do problema. A fase atual, momento da problemati-
zação, precisa de uma verificação das questões explícitas ou implícitas
CAPÍTULO 1
no texto lido para promover a discussão e a reflexão a que ele conduz.
• Identificar obras
Fonte: conversandoportugues.com.br
CAPÍTULO 1
antes de iniciar os tópicos em que apresentará a ideia-base do autor
da obra e suas justificativas sobre o tema.
A Técnica de Sublinhar
27
A técnica de sublinhar consiste em destacar no texto as ideias principais.
A Técnica de Esquematizar
CAPÍTULO 1
Podemos afirmar que o esquema é a apresentação do texto, colocando em
destaque os elementos de maior importância. Sua finalidade é difundir mais
amplamente as informações facilitando para o leitor sua compreensão.
A Técnica de Resumir
CAPÍTULO 1
Tem sido reformulado ao longo do
tempo
Papel da gerência
Influenciado pelas mudanças
ocorridas nas instituições
Princípio da equidade
O que é documentar?
É registrar, a partir de uma escolha pessoal, tudo o que você julgar im-
portante e útil para seus estudos: as aulas, os livros, os artigos, as infor-
mações obtidas em eventos científicos.
Como documentar?
Uma sugestão é seguir a estrutura curricular do seu curso. Por exemplo,
para cada disciplina, você pode abrir uma pasta geral ou principal, e den-
tro dela abrir pastas secundárias.
Salomon (2004) afirma que são três as principais razões para utilizarmos
essa técnica: a instabilidade da memória; o volume de informações e o
desenvolvimento dos meios de comunicação.
• Busque motivar-se;
CAPÍTULO 1
gestão, incluímos no anexo um planejamento semanal a ser realizado
e seguido com rotinas de horas de estudos diários).
Resumindo
ATIVIDADES
ATIVIDADE 1
Acesse o livro de Antonio Joaquim Severino intitulado Metodologia
do Trabalho Científico. Ao examiná-lo, irá identificar todos os as-
suntos estudados nessa Unidade e muito mais. Este livro tornou-se
referência entre alunos e professores universitários, sendo uma das
obras mais conceituadas e consultadas sobre o tema por se tratar
de uma iniciação teórica, metodológica e prática aos trabalhos aca-
dêmicos. Você pode acessá-lo pelo link: <https://edisciplinas.usp.
br/pluginfile.php/3480016/mod_label/intro/SEVERINO_Metodolo-
gia_do_Trabalho_Cientifico_2007.pdf>.
Correção da Atividade 1
34
Essa é uma resposta possível que sugere a você a identificação dos
pontos centrais que deveriam constar na elaboração das fichas soli-
citadas na atividade.
35
SAIBA MAIS
Informações adicionais
Leitura Complementar
CAPÍTULO 2
ESTRUTURA E ORGANIZAÇÃO DE
UM TEXTO CIENTÍFICO
Profa. Iracema Campos Cusati
• Trabalhos científicos
• Analisar as técnicas de estudo que você tem acesso para garantir sua
busca ao conhecimento;
sua aprendizagem;
Construindo Aprendizagem
Caro estudante,
38
Neste segundo Capítulo, vamos conhecer um pouco mais sobre o uni-
verso acadêmico e suas especificidades. Os Métodos e as Técnicas de
Estudo são fundamentais para que você possa ter uma aprendizagem
consolidada dos conteúdos apresentados ao longo de sua formação
acadêmica.
CAPÍTULO 2
Então, mãos à obra!
Bom proveito!
Bons estudos!
Seção 1 - Fichamentos
O que não deve ocorrer em nenhum fichamento é você tentar fichar tudo
sobre um assunto ou texto lido. Deve prevalecer o bom senso ao fazer o
fichamento a fim de que você tenha uma fonte organizada para consultas
posteriores embora tenha clareza de que, na maioria das vezes, não será
utilizado todo o material que foi levantado e fichado.
CAPÍTULO 2
crever um artigo científico. Diferentemente das resenhas e dos resumos,
os fichamentos não são publicados.
Seção 3 - Resenha
CAPÍTULO 2
outras obras da mesma área.
Seção 4 - Ensaio
O trabalho científico pode ainda assumir a forma de ensaio, um texto
para discutir determinado tema, de relevância teórica e científica, com
base teórica em livros, revistas, artigos publicados, entre outros, caracte-
rizado por apresentar uma exposição metódica dos estudos realizados e
das conclusões feitas após apurado exame do assunto.
por isso, muitos dos grandes pensadores preferem essa forma de traba-
lho para expor suas ideias científicas ou filosóficas.
Estrutura do Ensaio
TÍTULO
Autores
RESUMO
CAPÍTULO 2
é que você leia o Ensaio teórico sobre as avaliações de políticas pú-
blicas das autoras Lilian Ribeiro de Oliveira e Claudia Souza Passador
que pode ser acessado pelo link a seguir: <http://www.scielo.br/scielo.
php?script=sci_arttext&pid=S1679-39512019000200324>
Observe que nas citações, a autoria deve ser apresentada apenas com a
inicial maiúscula quando estiver no corpo do texto, e deve ser explicitada
com todas as letras maiúsculas (escrita em caixa alta), quando estiver
entre parênteses.
Observações importantes:
5 Conheça mais da NBR 10520 de 2002, instrumento que apresenta as regras gerais para apresenta-
ção de textos acadêmicos, através do site <http://www.bu.ufsc.br/design/Citacao1.htm>.
Para Severino (2007, p. 68): “A documentação de tudo o que for
CAPÍTULO 2
julgado importante e útil em função dos estudos e do trabalho pro-
fissional deve ser feita em fichas”.
Veja no exemplo:
Desta forma, você irá traduzir, ou explicar aquela ideia utilizando seus
próprios termos.
Expressões Latinas
CAPÍTULO 2
de citação.
e. Opus citatum, oper citato ou op. cit. – obra citada. Indica a citação
referente a obra do autor já citado na monografia, sem ser imediata-
mente anterior. Após o sobrenome do autor, coloca-se essa expres-
são, seguida das páginas. É comumente usada em notas de rodapé
para evitar a longa repetição de dados, referindo-se à obra de mesmo
autor, título, editora e ano de publicação, citada em nota não imedia- 49
tamente anterior.
Todo trabalho de cunho científico segue, de forma geral, regras para sua
elaboração. Para melhor normalização na elaboração e estruturação de
trabalhos científicos, é sugerido que você considere a Associação Brasi-
leira de Normas Técnicas (ABNT).
CAPÍTULO 2
discute ideias, métodos, processos, técnicas e resultados nas diversas
áreas do conhecimento.
Elementos Pré-Textuais
52
• Título: o artigo deve ter um título que expresse seu conteúdo.
Elementos Textuais
Elementos Pós-Textuais
CAPÍTULO 2
mentação.
Resumindo
Por fim, ressaltamos que nossa intenção foi ensiná-lo a aprender e que
cabe a você desenvolver o espírito crítico e se posicionar frente às dife-
rentes técnicas de documentação e aos assuntos que foram abordados.
Vamos prosseguir, apresentando algumas atividades que permitem prati-
car os assuntos estudados.
ATIVIDADES
ATIVIDADE 1
ATIVIDADE 2
ATIVIDADE 3
Qual a estrutura básica de um trabalho científico? Descreva, sucin-
tamente, a função de cada elemento.
Correção da Atividade 1
Correção da Atividade 3
55
SAIBA MAIS
Informações adicionais
Leitura Complementar
Aprofunde seus estudos, consultando as leituras indicadas:
CAPÍTULO 3
CIÊNCIA E CONHECIMENTO
Profa. Iracema Campos Cusati
• Conceituar conhecimento;
Construindo Aprendizagem
Caro estudante,
CAPÍTULO 3
dade do conhecimento e da informação. Ao se tornarem forças produti-
vas, o conhecimento e a informação se integram ao próprio capital, que
começa a depender desses fatores para a sua acumulação e reprodução,
confirmando que a ciência produz bens para a sociedade reeducando
nosso olhar acerca da produção do conhecimento científico.
Bons estudos!
Para avançar, nas quatro seções seguintes iremos estudar alguns ele-
mentos relacionados à ciência, ao conhecimento e, por conseguinte, à
Administração pois, enquanto campo sistematizado do conhecimento, é
uma área que se apropriou e se apropria de estudos, métodos e técnicas
desenvolvidas em outros campos da ciência.
Devido à expansão das cidades, por meio das redes constituídas pelo
62 comércio e o artesanato, é que o intelectual aparece como homem de
ofício que se instala no lugar onde se acentua e se diversifica a divisão
social do trabalho. Sua função é o estudo e o ensino das artes liberais,
atividades racionais utilizadas nas produções de instrumentos materiais
e intelectuais e, por isso, organizadas no seio do movimento corporativo.
As origens das corporações universitárias se apresentam frequentemente
tão obscuras como a dos outros corpos de ofícios, pois se organizaram
lentamente, à custa de sucessivas conquistas que, muitas vezes, os esta-
tutos não as sancionam, senão tardiamente.
8 Na era medieval, a produção era realizada pelos membros da família, para seu próprio consumo
e não para a venda, pois praticamente inexistia mercado. No sistema de corporações, a produção
ficava a cargo de mestres artesãos com poucos auxiliares (aprendizes, oficiais ou diaristas) para
atender ao mercado pequeno no qual o trabalhador não vendia seu trabalho, mas o produto de sua
atividade: era dono tanto da matéria-prima que usava quanto das ferramentas de trabalho. Formada
por mestres em determinado ofício, praticavam corporativismo, criando barreiras à competitividade
ao exercício da atividade pelos que não faziam parte dela, mas, ao mesmo tempo, se fortaleciam
pela união. Em suma, as corporações de ofício eram grupos de profissionais que se especializavam
na produção de determinados produtos.
dução de determinados produtos e se reuniam de forma a garantir van-
CAPÍTULO 3
tagens conferindo segurança a um grupo de indivíduos de mesmo ofício,
isto é, de mesma profissão. Segundo Lakatos e Marconi (2003, p. 71), no
sistema de corporações, a produção ficava “a cargo de mestres artesãos
independentes, donos da matéria-prima e das ferramentas de trabalho,
auxiliados por aprendizes, atendendo a um mercado pequeno e estável:
não vendiam seu trabalho, mas o produto de sua atividade”.
Em termos sociais, aos poucos foi se formando um grupo com uma prá-
tica cultural distinta, em diversos termos. O ensino era com base na
utilização de autoridades, no uso exclusivo do latim e num procedimento
pedagógico essencialmente oral e repetitivo. Também mantinham esta-
tutos próprios, regras de cooperação mútua e organização autônoma de
suas atividades.
Por volta dos anos 1500, em quase todas as regiões da Europa já havia
uma Universidade. Como os currículos eram semelhantes, era muito co-
mum estudantes migrarem de uma região para outra, por exemplo, saí-
rem da Universidade de Coimbra, em Portugal, para estudar em Oxford,
na Inglaterra, ou o estudante sair de Salamanca, na Espanha, para estudar
em Toulouse, na França. Por conta das distâncias, mesmo entre regiões
contíguas, como Espanha e França, os estudantes se deslocavam de uma
para outra com a finalidade de ali permanecerem.
CAPÍTULO 3
leira, que contempla alguns dos objetivos mencionados no artigo 15º.
da Declaração Mundial sobre Educação Superior no Século XXI: Visão e
Ação, entre eles, está o “compartilhamento de conhecimentos teóricos e
práticos entre países e continentes”9.
9 Fonte: http://www.direitoshumanos.usp.br/index.php/Direito-a-Educação/declaracao-mundial-sobree-
ducacao-superior-no-seculo-XXI-visao-e-acao.html. Sobre a demanda de diversificação na educação
superior para a construção do futuro, diante do qual as novas gerações deverão estar preparadas
com novas habilitações, conhecimentos e ideais bem como sobre a conscientização em relação a
importância da universidade para o desenvolvimento sociocultural, intelectual e econômico de uma
sociedade.
Na universidade, fazer ciência é importante para todos os envolvidos
CAPÍTULO 3
10 Epistemologia – Do grego epistéme que quer dizer “ciência” + “logia” que significa “estudo” =
estudo da ciência, do conhecimento. (FERREIRA, 2004).
Para trabalhar cientificamente, os cientistas acreditavam que a realidade
CAPÍTULO 3
existe independentemente da subjetividade do observador que deve se
esforçar para conhecê-la objetivamente, “tal como ela é”. Essa situação
da ciência tradicional é agora ultrapassada, quando o cientista adota o
“caminho explicativo da objetividade entre parênteses”, mas não apenas
enquanto estiver sendo cientista ou profissional da ciência. Ele tem uma
nova crença, um novo pressuposto epistemológico para seu viver, uma
nova forma de ver e agir no mundo que estão baseados numa única
convicção possível: a da inexistência da “realidade” e da “verdade”. O
cientista avança de uma epistemologia filosófica para a ciência – para
conhecer e atuar cientificamente – em direção a uma epistemologia cien-
tífica para a vida – para estar e agir no mundo, inclusive para conhecer
e atuar cientificamente compartilhando uma epistemologia fundada no
desenvolvimento da própria ciência.
CAPÍTULO 3
muitas vezes pela intuição, nesse tipo de conhecimento o fenômeno
é percebido pelo seu aspecto externo que, por inúmeras vezes, não
coincide com a essência ou a coisa como realmente ela é. Geralmen-
te é um conhecimento adquirido independentemente de estudos, de
pesquisas ou de aplicações de métodos, pois é apropriado da vida
cotidiana, fundamentado em experiências vivenciadas ou transmiti-
das de pessoas para pessoas.
CAPÍTULO 3
te da concentração de oportunidades, que tem profundas implicações
socioeconômicas no nosso país e que busca uma inserção competitiva
no comércio global. Essa capacidade competitiva depende de tecnologia
inovadora, a fim de criar novos produtos e processos, de instituições pú-
blicas eficientes e de estabilidade macroeconômica. Para isso, as univer-
sidades precisam ser excelentes, os laboratórios de institutos públicos de
pesquisa devem ser bem qualificados, seguindo padrões internacionais,
e os setores produtivos capitaneados pelo governo federal precisam in-
vestir pesadamente em pesquisa e desenvolvimento. Essas são constata-
ções prementes, para todos os que fazem pesquisa científica e têm, ou
acreditam ter algo a dizer na concepção de uma política científica.
CAPÍTULO 3
Sociedade do Conhecimento
Resumindo
CAPÍTULO 3
das organizações está em conseguir transformar conhecimento tácito em
explícito, ou seja, formalizar e disponibilizar aquele conhecimento que
está na mente de alguém.
Por fim, ressaltamos, neste Capítulo, que cabe a você desenvolver o espí-
rito crítico e se posicionar frente à construção do conhecimento científi-
co em Administração, conhecendo os critérios de cientificidade exigidos 75
na comunidade acadêmica.
ATIVIDADES
ATIVIDADE 1
ATIVIDADE 2
Feedback aos alunos com identificação dos pontos centrais que de-
veriam constar na elaboração da atividade:
Correção da Atividade 1
Correção da Atividade 2
SAIBA MAIS
Informações adicionais
78
Curiosidades sobre o tema
Leitura Complementar
Neves, José Gonçalves das, Garrido, Margarida Vaz & Simões, Edu-
ardo. Manual de competências pessoais, interpessoais e instrumen-
tais: Teoria e prática. 3ª. Ed. Lisboa: Edições Sílabo, 2015.
81
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Planejamento Semanal
2ª feira 3ª feira 4ª feira 5ª feira 6ª feira Sábado
MANHÃ
TARDE
NOITE
REFERÊNCIAS
REFERÊNCIAS
DEMO, Pedro. Metodologia para quem quer aprender. São Paulo: Atlas,
2008.
RUIZ, João Álvaro. Metodologia científica: guia para eficiência nos estu-
dos. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2006.
SALOMON, Délcio Vieira. Como fazer uma monografia. 10ª ed. São
Paulo: Martins Fontes, 2004.
ORGANIZAÇÃO
neaD
núcleo de EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
UNIVERSIDADE DE PERNAMBUCO
OFERECIMENTO