7 Marcelo Lima A Etica Do Amor Autentico A Partir Da Obra
7 Marcelo Lima A Etica Do Amor Autentico A Partir Da Obra
7 Marcelo Lima A Etica Do Amor Autentico A Partir Da Obra
TEOLOGIA
Marcelo Lima1
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Graduado em Licenciatura plena em filosofia pelo Instituto de Estudos
Superiores do Maranhão. Este artigo científico é o resultado do Trabalho
de Conclusão de Curso apresentado, defendido e aprovado como exi-
gência para obtenção do título de Bacharel em Filosofia, em dezembro
de 2016, sob a orientação do Profª. MSc. Ir. Maria dos Milagres da Cruz.
Bacharelando no curso de teologia da Faculdade Dehoniana, Taubaté/SP.
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personne humaine. Ceci étant, nous serons guidés par la pensée philosophique
de Karol Josef Wojtyla, contenue dans l’ouvrage Amour et Responsabilité. La
reflexion s’articulera en trois moments à savoir: la présentation de l’ouvrage
Amour et Responsabilité, la présentation de l’amour selon Karol Wojtyla. En
dernière analyse, nous parlerons des deux “moi” qui deviennent un “nous”;
la réalité psychologique et morale de l’amour, et l’analyse morale de l’amour.
Nous ferons les considérations finales, fruit da la recherche, en mentionant que
la sexualité humaine a pour finalité l’amour conjugal.
Mots-clés: Philosophie; Amour; Responsabilité; Sexualité; Éthique et Carol Wo-
jtyla.
Introdução
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para ler livros na língua materna dos autores: São João da Cruz,
Santa Tereza D’Ávila e São Luís Maria de Montfort. Com toda
essa bagagem cultural e muito desejoso de dar significado à sua
existência no mundo, ele foi um solo fértil, pronto para receber as
sementes do conhecimento.
Estando formado em filosofia polonesa e teologia, o jovem
Wojtyla dá voos ainda mais altos na sua formação acadêmica. Ao
partir para Roma, logo após ser ordenado padre, em junho de
1948, defende a tese de doutorado: “A doutrina da fé em São João
da Cruz”. A pesquisa o levou a ver no pensamento de São João
da Cruz uma fenomenologia mística que o inspirou a escrever a
obra “Pessoa e ato” (Osoba i Czyn), publicada em 1969. Com os
estudos em São João da Cruz ele deseja conhecer mais a fundo o
mistério do ser humano.
A experiência que Wojtyla obteve ao entrar em contato com
o pensamento de São João da Cruz, em quem se sobressai a refle-
xão sobre a experiência subjetiva no encontro com Deus, o con-
duziu aos estudos sobre o pensamento de São Tomás de Aquino.
Fundamentado nessa corrente filosófica, percebe “o ser
pessoa do homem, de que este se relaciona consigo mesmo,
com os outros seres humanos, com o mundo das coisas e com
Deus”2. O pensamento de Tomás de Aquino, principalmente
no que alude à antropologia e à ética, é um forte pilar na filo-
sofia wojtyliana.
Wojtyla, em 1959, publica sua tese para a livre docência na
Universidade de Cracóvia “Max Scheler e a ética cristã” na qual in-
vestiga a possibilidade de a fenomenologia de Scheler servir como
ferramenta para a construção de uma ética cristã. A conclusão
mostra que não é possível. Karol percebe que Scheler apresenta
um pensamento que até certo ponto se assemelha à sua visão per-
sonalista, mas reconhece que a filosofia fenomenológica do pensa-
dor alemão reduz a pessoa à unidade de diversos atos. Ele percebe
que o alemão desconsidera a importância da consciência na vida
moral da pessoa, tornando essa percepção dependente da percep-
ção afetivo-intencional.
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tidade”, afirmando que “não falta quem se tenha esforçado por forjar
toda uma argumentação para demonstrar que ela (a castidade) não
só não é útil ao homem, mas pelo contrário, lhe é nociva”10. Atribui
essa atitude a um ressentimento que nasce a partir dos insucessos
em viver uma virtude, por exemplo, a castidade. Assim a pessoa
desobriga-se da vivência de determinada virtude. O ressentimento,
nativo da mentalidade subjetivista, barganha o valor pelo prazer e
leva à decepção, ao passo que o cultivo da castidade conduz ao amor
altruísta. Finaliza o capítulo afirmando que uma pessoa casta é antes
de tudo alguém que tem conhecimento e domínio de si mesmo.
No quarto capítulo (Justiça para com o criador), o pensador
utiliza das Escrituras Sagradas e dos escritos de Aristóteles11 para
apontar a importância do matrimônio na vida humana quando vi-
vido de forma autêntica. Dá destaque ainda à vivência da relação
de modo monogâmico e à sua indissolubilidade, devendo essa per-
durar mesmo quando uma das partes já não sente atração sexual
pela outra, uma vez que o casamento não visa tão somente o sexo
e a procriação, também o cuidado mútuo.
No quinto capítulo (A sexologia e a moral), uma espécie de
apêndice, Wojtyla evidencia a importância da sexologia e da moral
abordando de forma mais livre alguns temas mencionados no de-
correr da obra que não foram aprofundados. Um deles é o proble-
ma da regulação dos nascimentos.
Diante disso, percebemos que o autor propõe ao longo de
sua obra a centralidade da pessoa e não das qualidades físicas ou os
aspectos exteriores. Ele apresenta a integração da pessoa na ação
como cerne da sua reflexão. Por meio de uma proposta realista e
humana sugere que o próprio sujeito canalize as potencialidades
naturais do seu corpo e psique para que nessa integração aconteça
uma unidade do seu ser.
10 Idem, p. 134.
11 Para o pensador grego, “[...] é mais incisivo (a vida matrimonial para o
homem) que ser um animal político, na medida em que a família é mais
antiga e mais necessária do que o Estado [...]” ARISTÓTELES, Ética a
Nicômaco, L 8 1220 15
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14 Idem, p. 88.
15 O tema principal da crítica é que o amor romântico nada tem de subli-
me ou divino. Ele é uma invenção cultural dos homens, criada para sub-
jugar as mulheres. Nesse amor, os homens idealizam as mulheres para
explorá-las, e as mulheres idealizam os homens e se deixam explorar.
(cf. Monique CANTO SPERBER, Dicionário de ética e filosofia moral,
2013, p. 73).
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19 Idem, p. 74.
20 Idem, p. 78.
21 Idem, p. 79.
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22 Idem, p. 81.
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27 Idem, p. 98.
28 Karol WOJTYLA, Amor e Responsabilidade: moral sexual e vida interpes-
soal, 1979, p. 100.
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29 A palavra amor não tem o mesmo sentido para os dois sexos [homem
e mulher], e essa é a causa dos sérios mal-entendidos que os dividem
(BEAUVOIR, S. apud cf. Monique CANTO SPERBER, Dicionário de
ética e filosofia moral, 2013, p. 73).
30 Karol WOJTYLA, Amor e Responsabilidade: moral sexual e vida interpes-
soal, 1979, p. 101.
31 Idem, p. 102.
32 Idem, p. 104.
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33 Idem, p. 110.
34 Idem, p. 113.
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38 Idem, p. 128.
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Considerações finais
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Referências
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