Processo Legislativo

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Direito Constitucional p/ Iniciantes (Nível


Superior) - 2022

Autor:
Equipe Direito Constitucional
Estratégia Concursos

28 de Março de 2022

09066814489 - saulo barbosa da silva


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Índice
1) Processo Legislativo Constitucional (art. 59º; art. 61º - art. 69º - CF/88)
..............................................................................................................................................................................................3

2) Reforma Constitucional (art. 60º - CF/88)


..............................................................................................................................................................................................
45

3) Questões Comentadas - Processo Legislativo Constitucional (art. 59º; art. 61º - art. 69º) - FGV
..............................................................................................................................................................................................
65

4) Questões Comentadas - Processo Legislativo Constitucional (art. 59; art. 61 - art. 69) - Cebraspe
..............................................................................................................................................................................................
88

5) Questões Comentadas - Reforma Constitucional (art. 60º, CF/88) - FGV


..............................................................................................................................................................................................
116

6) Questões Comentadas - Reforma Constitucional (art. 60º, CF/88) - Cebraspe


..............................................................................................................................................................................................
125

7) Lista de Questões - Processo Legislativo Constitucional (art. 59º; art. 61º - art. 69º) - Cebraspe
..............................................................................................................................................................................................
133

8) Lista de Questões - Processo Legislativo Constitucional (art. 59º; art. 61º - art. 69º) - FGV
..............................................................................................................................................................................................
144

9) Lista de Questões - Reforma Constitucional (art. 60º, CF/88) - FGV


..............................................................................................................................................................................................
157

10) Lista de Questões - Reforma Constitucional (art. 60º, CF/88) - Cebraspe


..............................................................................................................................................................................................
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PROCESSO LEGISLATIVO CONSTITUCIONAL


Introdução
A função de legislar é uma das funções típicas do Poder Legislativo; é por meio dela, afinal, que
são produzidos os atos normativos primários, assim chamados porque extraem seu fundamento
de validade diretamente do texto constitucional. Os atos normativos primários (leis ordinárias, leis
complementares, dentre outros) são elaborados a partir de uma sistemática própria, prevista na
Constituição e nos Regimentos Internos de cada uma das Casas Legislativas. A essa sistemática
dá-se o nome de processo legislativo.
Segundo o Prof. Alexandre de Moraes, o processo legislativo pode ser compreendido em duplo
sentido: jurídico e sociológico. Do ponto de vista jurídico, é o conjunto de disposições que
regula o procedimento a ser observado pelos órgãos responsáveis pela produção das espécies
normativas primárias; do ponto de vista sociológico, são os fatores reais de poder que
impulsionam a atividade legiferante.1
Para Marcelo Cattoni, o processo legislativo é o núcleo central do regime constitucional no
Estado democrático de direito. É ele que permite a construção do Direito, que é um elemento
essencial de integração da sociedade pluralista em que vivemos. Nesse contexto, para que o
processo legislativo seja constitucionalmente legítimo, ele deve ser compreendido como um
fluxo comunicativo entre a sociedade e o legislador. Deve-se garantir, no processo de produção
das normas, a participação dos que por elas serão afetados, em respeito mesmo ao princípio
constitucional do contraditório.2
O processo legislativo, embora seja considerado o núcleo central do regime constitucional, não é
uma cláusula pétrea da Constituição. Assim, suas regras podem, sim, ser alteradas por meio de
emenda constitucional. Ressalte-se, inclusive, que o regime jurídico das medidas provisórias já foi
alterado por emenda constitucional.

O Processo Legislativo Constitucional


É possível falar da existência de um “processo legislativo regimental”, com regras bem
detalhadas e específicas de cada Casa Legislativa, previstas nos respectivos Regimentos Internos.
O estudo do processo legislativo regimental é tarefa extremamente árdua e complexa, que não é
objeto dessa aula.
O foco de nossa atenção está no chamado processo legislativo constitucional, que consiste no
conjunto coordenado de disposições constitucionais cuja finalidade é a elaboração dos atos
normativos primários relacionados no art. 59, CF/88.

Art. 59. O processo legislativo compreende a elaboração de:


I - emendas à Constituição;
II - leis complementares;

1
MORAES, Alexandre de. Constituição do Brasil Interpretada e Legislação Constitucional, 9ª edição. São Paulo
Editora Atlas: 2010, pp. 1082-1083.
2
In: CANOTILHO, J.J. Gomes; MENDES, Gilmar Ferreira; SARLET, Ingo Wolfgang; STRECK, Lenio Luiz.
Comentários à Constituição do Brasil. Ed. Saraiva, São Paulo: 2013, pp. 1119-1121.

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III - leis ordinárias;


IV - leis delegadas;
V - medidas provisórias;
VI - decretos legislativos;
VII - resoluções.
Parágrafo único. Lei complementar disporá sobre a elaboração, redação,
alteração e consolidação das leis.

O objeto do processo legislativo é, portanto, a elaboração de emendas constitucionais, leis


complementares, leis ordinárias, leis delegadas, medidas provisórias, decretos legislativos e
resoluções. Todas essas são espécies normativas primárias, que retiram sua validade diretamente
do texto constitucional. Há alguns autores, como, por exemplo, o Prof. Manoel Gonçalves
Ferreira Filho, que consideram que as emendas constitucionais, por serem obra do Poder
Constituinte, estão fora do escopo do processo legislativo. Não é esse, todavia, o entendimento
que deve prevalecer; por terem sido expressamente relacionadas no art. 59, a edição de
emendas constitucionais é objeto do processo legislativo.
Existem algumas espécies normativas que, apesar de serem primárias, estão fora do escopo do
processo legislativo. É o caso dos decretos autônomos e dos regimentos dos tribunais, que são
atos normativos primários, mas que não são objeto do processo legislativo. Os atos normativos
secundários, como os decretos regulamentares, também não são objeto do processo legislativo.
O desrespeito às regras do processo legislativo constitucional resulta em inconstitucionalidade
formal (ou nomodinâmica) da norma. Suponha, por exemplo, que um deputado federal
apresente projeto de lei cuja iniciativa privativa é do Presidente da República. A lei é aprovada e,
inclusive, sancionada pelo Presidente. Considerando-se que houve um vício de iniciativa (o
projeto de lei só poderia ter sido apresentado pelo Presidente), tem-se, nesse caso, uma
inconstitucionalidade formal ou nomodinâmica. Trata-se de vício insanável, que poderá levar à
declaração de inconstitucionalidade da norma pelo STF.
Fazemos questão de mencionar, nesse ponto, um dos princípios mais importantes do processo
legislativo constitucional: o princípio da não convalidação das nulidades. Dele, decorre o fato de
que a sanção presidencial não convalida o vicio de iniciativa, tampouco o vício de emenda. O
devido processo legislativo deve ser respeitado e os vícios que nele ocorrerem resultam em
nulidade da norma, não podendo ser convalidados por qualquer ato posterior.
Outro importante princípio do processo legislativo constitucional é o princípio da simetria. Esse
princípio impõe que as regras básicas do processo legislativo estabelecidas pela CF/88 são de
observância obrigatória nos Estados, no Distrito Federal e nos Municípios. Dessa forma, se o
Presidente da República tem iniciativa privativa de projeto de lei que trate do regime jurídico dos
servidores públicos federais, por uma questão de simetria, projeto de lei que versa sobre regime
jurídico dos servidores públicos estaduais é da iniciativa privativa do Governador.
Podemos classificar o processo legislativo da seguinte maneira:
a) Quanto às formas de organização política: divide-se em quatro espécies:

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- Autocrático: caracteriza-se por ser expressão do próprio governante, que se atribui a


competência de editar leis, em detrimento da participação dos cidadãos, seja esta direta
ou indireta.
- Direto: caracteriza-se por ser discutido e votado pelo próprio povo, diretamente.
- Semidireto: é aquele que exige concordância do eleitorado, por meio de referendo
popular, para se concretizar.
- Indireto ou representativo: é aquele em que o povo elege seus representantes, que
recebem poderes para decidir sobre assuntos de competência constitucional.
b) Quanto à sequência das fases procedimentais: divide-se em duas espécies.
- Comum: destina-se à elaboração das leis ordinárias. Mais à frente, veremos que o
processo legislativo comum se subdivide em outros tipos, que não nos interessam ainda
nesse momento.
- Especial: é aquele utilizado para a elaboração de emendas à Constituição, leis
complementares, leis delegadas, medidas provisórias, decretos legislativos, resoluções e
leis financeiras (lei de plano plurianual, lei de diretrizes orçamentárias, leis orçamentárias
anuais e abertura de créditos adicionais).

(TRT 14a Região – 2014) O processo legislativo compreende a elaboração de emendas à


Constituição, leis complementares, leis ordinárias, leis delegadas, medidas provisórias, decretos
presidenciais e resoluções.
Comentários:
Os decretos presidenciais não são objeto do “processo legislativo”. Questão errada.

Controle judicial preventivo de constitucionalidade


O controle de constitucionalidade pode ser repressivo ou preventivo.
O controle será repressivo quando incidir sobre a norma pronta e acabada, expurgando-a do
ordenamento jurídico por ser incompatível com a Constituição. O controle repressivo de
constitucionalidade é feito por qualquer tribunal do País (diante de casos concretos) ou pelo STF
(no controle abstrato da norma, ao apreciar uma Ação Direta de Inconstitucionalidade ou uma
Ação Declaratória de Constitucionalidade).
Por sua vez, o controle será preventivo quando incidir sobre norma que ainda não entrou em
vigor, isto é, que ainda não está pronta e acabada. O controle preventivo de constitucionalidade
poderá ser realizado pelo Poder Legislativo (quando, por exemplo, as Comissões da Câmara e do
Senado apreciam a constitucionalidade dos projetos de lei), pelo Poder Executivo (quando o
Presidente veta um projeto de lei por considerá-lo inconstitucional) ou mesmo pelo Poder
Judiciário.

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Conforme já assinalamos, o desrespeito ao processo legislativo constitucional implica em vício


insanável da norma, que, portanto, padecerá de inconstitucionalidade formal ou nomodinâmica.
Assim, uma lei que seja promulgada e publicada sem que tenham sido respeitadas todas as suas
formalidades, poderá ser declarada inconstitucional pelo STF, caso este seja provocado por um
dos legitimados do art. 103, CF/88.3 Teremos, nessa hipótese, um controle repressivo exercido
pelo Poder Judiciário.
Todavia, também é possível o controle preventivo pelo Poder Judiciário. Esse controle não
incidirá sobre a norma, mas sobre o processo legislativo em si. Ele será viabilizado mediante a
impetração de mandado de segurança por congressista no STF. Há um direito líquido e certo do
congressista sendo violado: o de ter o devido processo legislativo respeitado.
Cabe destacar que não se admite o controle judicial do processo legislativo mediante ação direta
de inconstitucionalidade, pois o ajuizamento desta pressupõe uma norma pronta e acabada, já
publicada e inserida no ordenamento jurídico. O meio hábil para se fazer esse controle é o
mandado de segurança, que viabilizará o controle incidental pelo Poder Judiciário.
Somente podem impetrar mandado de segurança os congressistas da Casa Legislativa em que
estiver tramitando a proposta. Se o projeto de lei ou emenda constitucional estiver tramitando no
Senado Federal, apenas os Senadores poderão impetrar o mandado de segurança; caso o
projeto esteja tramitando na Câmara, os deputados federais estarão legitimados a fazê-lo. Em
qualquer caso, o encerramento do processo legislativo (aprovação e entrada em vigor da norma)
retira do congressista a legitimidade para continuar no feito, restando prejudicado o mandado de
segurança.
A competência originária para apreciar o mandado de segurança que visa invalidar o processo
legislativo é do STF, órgão responsável por apreciar os atos emanados do Congresso Nacional,
suas Casas e componentes.

Procedimentos Legislativos
É importante distinguirmos processo legislativo de procedimento legislativo. O processo
legislativo é o mecanismo por meio do qual são elaboradas as normas jurídicas do art. 59, CF/88.
Por sua vez, procedimento legislativo é a sucessão de atos necessários para a elaboração das
normas do art. 59, CF/88; em outras palavras, procedimento é o trâmite para a produção de cada
ato normativo primário.
Os procedimentos legislativos podem ser classificados em:
a) Procedimento legislativo comum: destinado à elaboração de leis ordinárias.
b) Procedimento legislativo especial: destinado à elaboração das outras espécies
normativas primárias (leis complementares, leis delegadas, medidas provisórias, emendas
constitucionais, decretos legislativos, resoluções).

Procedimento legislativo comum


O procedimento legislativo comum é o destinado à elaboração de leis ordinárias. Ele se
subdivide nos seguintes tipos:

3
O art. 103, CF/88 relaciona os legitimados a ajuizar Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) e Ação
Declaratória de Constitucionalidade (ADC).

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a) Procedimento legislativo ordinário: consiste no procedimento mais completo, em que


não há prazos definidos para o encerramento das fases de discussão (deliberação) e
votação. Devido à não imposição de prazos, é o procedimento que permite estudo mais
aprofundado sobre as matérias objeto do projeto de lei.
b) Procedimento legislativo sumário: possui as mesmas fases do procedimento legislativo
ordinário, mas há imposição de prazo para o encerramento da fase de discussão
(deliberação) e votação.
c) Procedimento legislativo abreviado: é o procedimento que se aplica a projetos de lei
que, na forma dos regimentos internos das Casas Legislativa, dispensam a discussão e
votação em Plenário. Assim, por meio desse procedimento legislativo, teremos projetos de
lei aprovados diretamente pelas Comissões, sem necessidade de irem a Plenário.
Vamos, a seguir, tratar em detalhes de cada um desses procedimentos legislativos.

Procedimento legislativo ordinário


Conforme já afirmamos, o procedimento legislativo ordinário é o mais completo, no qual não há
qualquer imposição de prazos para encerramento das fases de discussão (deliberação) e votação.
É, por isso, o procedimento mais demorado, havendo a possibilidade de se aprofundar no exame
do projeto de lei.
O processo legislativo ordinário apresenta três fases: i) fase introdutória; ii) fase constitutiva e iii)
fase complementar.
A fase introdutória compreende a iniciativa de lei. Diz respeito à apresentação do projeto de lei
ao Congresso Nacional.
A fase constitutiva, por sua vez, abrange: i) a deliberação sobre o projeto de lei; ii) a votação do
projeto de lei e; iii) a manifestação do Chefe do Executivo (sanção ou veto). Se for o caso, haverá,
ainda, a apreciação do veto presidencial pelo Poder Legislativo.
A fase complementar abrange a promulgação e a publicação da lei.

Fase Introdutória: Iniciativa


O processo legislativo é instaurado por meio da apresentação de projeto de lei por um dos
legitimados a fazê-lo. A iniciativa da lei é, portanto, o primeiro passo do processo legislativo; em
outras palavras, é o ato que desencadeia (deflagra) o processo legislativo.
E quem são os legitimados para apresentar projeto de lei?
A resposta está no art. 61, CF/88:

Art. 61. A iniciativa das leis complementares e ordinárias cabe a qualquer


membro ou Comissão da Câmara dos Deputados, do Senado Federal ou do
Congresso Nacional, ao Presidente da República, ao Supremo Tribunal Federal,
aos Tribunais Superiores, ao Procurador-Geral da República e aos cidadãos, na
forma e nos casos previstos nesta Constituição.

Como se vê, o rol de legitimados a apresentar projeto de lei é relativamente extenso,


compreendendo autoridades dos três Poderes da República. Percebe-se que a iniciativa de lei

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pode ser parlamentar (quando o projeto é apresentado por membro ou Comissão das Casas
Legislativas) ou extraparlamentar.
Assim, a iniciativa de projeto de lei foi atribuída expressamente pela Constituição:
a) A qualquer membro ou comissão da Câmara dos Deputados, do Senado Federal ou do
Congresso Nacional;
b) Ao Presidente da República;
c) Ao Supremo Tribunal Federal;
d) Aos Tribunais Superiores;
e) Ao Procurador-Geral da República;
f) Aos cidadãos.
Esse rol de legitimados não é taxativo, pois não menciona o Tribunal de Contas da União e a
Defensoria Pública, que também podem apresentar projetos de lei sobre determinadas matérias.
É importante destacar que aquele que apresenta projeto de lei pode solicitar sua retirada.
Entretanto, para ter validade, o pedido necessitará do deferimento das Casas Legislativas, de
acordo com as regras regimentais.
A iniciativa pode ser classificada em 3 (três) tipos: privativa (exclusiva ou reservada), geral
(comum ou concorrente) e popular.

Iniciativa privativa (exclusiva ou reservada)


É a que existe quando apenas determinados órgãos ou agentes políticos gozam do poder para
propor leis sobre uma matéria específica. É o caso da previsão constitucional de que cabe ao
Supremo Tribunal Federal propor lei complementar sobre o Estatuto da Magistratura (CF/88, art.
93). Outro exemplo é a previsão de que compete ao Presidente da República a iniciativa de
projeto de lei sobre regime jurídico dos servidores públicos federais. É relevante enfatizar que
não se admite delegação da iniciativa privativa atribuída pela Constituição.
Devido ao princípio da separação de poderes, o Poder Legislativo não pode fixar prazo para que
o detentor da iniciativa reservada apresente projeto de lei sobre determinada matéria,
ressalvados os casos em que o prazo for definido pela própria Constituição. Com base no mesmo
fundamento, também não cabe ao Judiciário obrigar órgão ou autoridade de outro Poder a
exercer tal iniciativa. Entretanto, devido à previsão expressa da Constituição, pode o Poder
Judiciário, por meio de mandado de injunção ou ação direta de inconstitucionalidade por
omissão, reconhecer a mora do detentor da iniciativa reservada e, em consequência disso,
declarar a inconstitucionalidade de sua inércia.
a) Iniciativa privativa do Presidente da República:
As matérias da iniciativa privativa do Presidente da República estão elencadas no art. 61, §1º,
CF/88. As leis que tratam das matérias relacionadas nesse dispositivo constitucional somente
podem ser objeto de projeto apresentado pelo Presidente da República, sob pena de nulidade.
Destaque-se que, em virtude do princípio da simetria, essas matérias, na órbita estadual e
municipal, serão da iniciativa privativa do Governador e Prefeito, respectivamente. Como

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exemplo, lei que versa sobre o regime jurídico dos servidores públicos estaduais é de iniciativa
privativa do Governador.
Segundo o STF, o art. 61, §1º, CF/88, é de observância obrigatória para os Estados-membros,
que, ao disciplinarem o processo legislativo ordinário em suas respectivas Constituições, não
podem se afastar desse modelo, sob pena de nulidade da lei4.
Além disso, tais matérias não podem ser exaustivamente tratadas na Constituição Estadual e na
Lei Orgânica de município ou do Distrito Federal, sob pena de invadir a iniciativa privativa do
chefe do Executivo. Nesse sentido, entende a Corte que “é inconstitucional a norma de
Constituição do Estado-membro que disponha sobre valor da remuneração de servidores
policiais militares”.5 Considerou o STF que essa matéria deve ser objeto de projeto de lei de
iniciativa privativa do Governador e que, ao inseri-la na Constituição Estadual, havia sido
usurpada a competência do Chefe do Poder Executivo local. Há, portanto, flagrante
inconstitucionalidade formal (ou nomodinâmica).

§ 1º - São de iniciativa privativa do Presidente da República as leis que:


I - fixem ou modifiquem os efetivos das Forças Armadas;
II - disponham sobre:
a) criação de cargos, funções ou empregos públicos na administração direta e
autárquica ou aumento de sua remuneração;
b) organização administrativa e judiciária, matéria tributária e orçamentária,
serviços públicos e pessoal da administração dos Territórios;
c) servidores públicos da União e Territórios, seu regime jurídico, provimento de
cargos, estabilidade e aposentadoria;
d) organização do Ministério Público e da Defensoria Pública da União, bem
como normas gerais para a organização do Ministério Público e da Defensoria
Pública dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios;
e) criação e extinção de Ministérios e órgãos da administração pública,
observado o disposto no art. 84,
f) militares das Forças Armadas, seu regime jurídico, provimento de cargos,
promoções, estabilidade, remuneração, reforma e transferência para a reserva.

Do art. 61, §1º, CF/88, chamo a atenção de vocês para o seguinte:


1) O Presidente da República tem a iniciativa privativa de leis que disponham sobre
matéria tributária dos Territórios. Note que isso não se aplica a outros projetos sobre
matéria tributária, cuja iniciativa é geral (ou comum). Assim, uma lei tributária federal não
precisa, necessariamente, ser proposta pelo Presidente. Agora, se o projeto de lei disser
respeito à matéria tributária dos Territórios, somente o Presidente poderá apresentá-lo.

4
STF, Pleno, ADIn no 11961-1/RO, 24.03.1995, ADIn no 1.197-9/RO, ADI 3176/AP, 30.06.2011.
5
STF, ADI 3.555, Rel. Min. Cezar Peluso, 08.05.2009.

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Ratificando esse entendimento, já decidiu o STF que “a Constituição de 1988 admite a


iniciativa parlamentar na instauração do processo legislativo em tema de direito
tributário.”6
2) O Presidente da República tem a iniciativa privativa de projeto de lei que trata da
organização do Ministério Público e da Defensoria Pública da União. Além disso, ele
também tem iniciativa privativa de projeto de lei que versa sobre normas gerais de
organização do Ministério Público e da Defensoria Pública dos Estados, do Distrito Federal
e dos Territórios.
Cabe destacar que, por força do art. 128, §5º, CF/88, a lei de organização do Ministério
Público da União é da iniciativa concorrente do Presidente da República e do
Procurador-Geral da República. Por simetria, as leis de organização dos Ministérios
Públicos Estaduais são de iniciativa concorrente do Governador e do Procurador-Geral de
Justiça.
3) Dentre as matérias de iniciativa privativa do Presidente da República, a que é mais
cobrada em prova é a do art. 61, §1º, II, “c”. São da iniciativa privativa do Presidente da
República projetos de lei que versem sobre “servidores públicos da União e Territórios, seu
regime jurídico, provimento de cargos, estabilidade e aposentadoria”.
Para exemplificar a alínea "c" em âmbito estadual, o STF julgou inconstitucional uma lei
estadual de iniciativa parlamentar que dispunha sobre concessão de anistia a infrações
administrativas praticadas por policiais civis, militares e bombeiros7. A Constituição Federal
(CF) reserva ao chefe do Poder Executivo a iniciativa de leis que tratem do regime jurídico
de servidores desse Poder ou que modifiquem a competência e o funcionamento de
órgãos administrativos, no que se enquadra a legislação que concede anistia a infrações
administrativas praticadas por servidores civis e militares de órgãos de segurança pública.
4) O Presidente da República tem iniciativa privativa das leis que disponham sobre a
criação e extinção de Ministérios e órgãos da Administração Pública. Dando uma
interpretação extensiva a esse dispositivo, a iniciativa da lei de criação e extinção de
entidades da administração indireta também seria de competência do Chefe do Poder
Executivo.
Seguindo essa linha de pensamento, o STF considerou inconstitucional lei de iniciativa
parlamentar que disciplinava extinção de sociedade de economia mista.8

Segundo o Supremo Tribunal Federal, não se exige reserva de iniciativa em


norma que, transcendendo o propósito de dispor sobre servidores públicos ou
criar órgão público, dá configuração a uma instituição de Estado, definindo os
objetivos do Banco Central e tratando de sua autonomia, da nomeação e da
exoneração de seu Presidente e diretores. Com base nesse raciocínio, o STF

6
STF, Pleno, ADIn no 724/RS, 17.04.2001
7
ADI 4928/AL, Rel. Min. Marco Aurélio, Red. Ac. Min. Alexandre de Moraes, julgamento virtual finalizado em
8.10.2021.
8
ADI 2295/RS, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 15/6/2016

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julgou constitucional a Lei Complementar nº 179/2021, que define os objetivos


do Banco Central e dispõe sobre sua autonomia e sobre a nomeação e a
exoneração de seu presidente e diretores9.

A Constituição Federal atribuiu, ainda, ao Presidente da República, a iniciativa privativa das leis
orçamentárias (plano plurianual, lei de diretrizes orçamentárias e lei orçamentária anual).
Ressalte-se que a doutrina aponta que as leis orçamentárias são situações em que a iniciativa é
vinculada, uma vez que o Presidente da República é obrigado a apresentar o projeto de lei, na
forma e nos prazos previstos na Constituição.10
Segundo o STF, a iniciativa privativa do Chefe do Poder Executivo nas leis orçamentárias impede
que o Poder Judiciário determine, ao Presidente da República, a inclusão, no texto do projeto de
lei orçamentária anual, de cláusula pertinente à fixação da despesa pública, com a consequente
alocação de recursos financeiros para satisfazer determinados encargos.11
A regra de iniciativa privativa do Poder Executivo para projetos de lei orçamentária é, segundo o
STF, obrigatória para os Estados e Municípios. Assim, nos Estados, a iniciativa privativa das leis
orçamentárias é do Governador; nos Municípios, é do Prefeito.12
Por último, é importante destacar que, à exceção das hipóteses de iniciativa vinculada (leis
orçamentárias), compete ao Chefe do Poder Executivo determinar a conveniência e a
oportunidade de exercer a iniciativa privativa de lei. Nesse sentido, não podem os outros
Poderes obrigá-lo a exercer tal competência, sob pena de ofensa ao princípio da separação de
poderes.
b) Iniciativa privativa dos tribunais do Poder Judiciário:
Segundo o art. 96, II, compete ao Supremo Tribunal Federal, aos Tribunais Superiores e aos
Tribunais de Justiça propor ao respectivo Poder Legislativo:
a) a alteração do número de membros dos tribunais inferiores;
b) a criação e a extinção de cargos e a remuneração dos seus serviços auxiliares e dos
juízos que lhes forem vinculados, bem como a fixação do subsídio de seus membros e dos
juízes, inclusive dos tribunais inferiores, onde houver;
c) a criação ou extinção dos tribunais inferiores;
d) a alteração da organização e da divisão judiciárias.
Ademais, o art. 96, I, “d”, dispõe que compete aos Tribunais em geral propor a criação de novas
varas judiciárias. Em outras palavras, os Tribunais têm a iniciativa privativa de projetos de lei que
criem novas varas judiciárias.
Os Tribunais de Justiça têm a iniciativa privativa das leis de organização judiciária do respectivo
estado (art. 125, §1º). A regra, segundo o Supremo Tribunal Federal, decorre do princípio da
independência e harmonia entre os Poderes, aplicando-se tanto à legislatura ordinária quanto à
constituinte estadual, em razão do que prescreve a Constituição Federal, art. 96, II, “b” e “d”,

9
ADI 6696/DF, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, redator do acórdão Min. Roberto Barroso, julgado em
26.8.2021.
10
MASSON, Nathalia. Manual de Direito Constitucional, Ed. Juspodium, Salvador: 2013, pp. 645.
11
STF, Pleno, MS no 22.185-2/RO, 04.04.1995
12
STF, Pleno, ADIn no 1.759-1/SC, 06.05.2001

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CF/88. Os Tribunais de Justiça detêm, ainda, a iniciativa privativa de leis que disponham sobre
serventias judiciais e extrajudiciais.13
O STF, por sua vez, tem a iniciativa privativa para apresentar projeto de lei que disponha sobre o
Estatuto da Magistratura. Ressalte-se que o Estatuto da Magistratura deverá ser objeto de lei
complementar. A fixação dos subsídios dos Ministros do STF é igualmente estabelecida por lei
ordinária, de iniciativa privativa do Presidente da Corte Suprema.
c) Iniciativa privativa da Defensoria Pública:
Com a promulgação da EC nº 80/2014, a Defensoria Pública passou a ter iniciativa privativa para
apresentar projetos de lei sobre:
a) a alteração do número dos seus membros;
b) a criação e extinção de cargos e a remuneração dos seus serviços auxiliares, bem como
a fixação do subsídio de seus membros;
c) a criação ou extinção dos seus órgãos; e
d) a alteração de sua organização e divisão.
d) Iniciativa privativa dos Chefes dos Ministérios Públicos:
A Constituição Federal atribui ao Ministério Público independência e autonomia e, para garantir
essas prerrogativas, concedeu-lhe a iniciativa para deflagrar o processo legislativo. Nos termos
do art. 127, § 2º, o Ministério Público poderá propor ao Poder Legislativo a criação e a extinção
dos cargos da instituição e de seus serviços auxiliares, com provimento obrigatório por concurso
público de provas e de provas e títulos.
Com base no art. 128, § 5º, CF/88, o Procurador-Geral da República tem a iniciativa privativa de
projeto de lei complementar que estabeleça a organização, atribuições e o estatuto do
Ministério Público da União. Ainda com base no mesmo dispositivo, a iniciativa de lei
complementar que estabeleça a organização, atribuições e estatuto dos Ministérios Públicos dos
Estados é dos respectivos Procuradores-Gerais de Justiça.
Deve-se ressaltar que trata-se, nos dois casos, de iniciativa que não é exercida isoladamente
pelos Procuradores-Gerais; ao contrário, eles exercem tal iniciativa em conjunto com os Chefes
do Poder Executivo (art. 61, §1º, II, “d”). A doutrina considera que trata-se de hipótese de
iniciativa concorrente entre os Chefes dos Ministérios Públicos e os Chefes do Poder Executivo.
Assim, temos que:
a) A lei complementar de organização do Ministério Público da União é da iniciativa
concorrente entre o Procurador-Geral da República e o Presidente da República.
b) A lei complementar de organização de cada Ministério Público Estadual é da iniciativa
concorrente entre os respectivos Procuradores-Gerais de Justiça e os Governadores.
Hipótese diferente é acerca da lei ordinária que trata de normas gerais sobre organização do
Ministérios Públicos dos Estados, Distrito Federal e Territórios, cuja iniciativa privativa é do
Presidente da República.
e) Iniciativa privativa dos Tribunais de Contas:

13
STF, Pleno, ADI 3.773, 04.09.2009.

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O Tribunal de Contas da União (TCU) tem a iniciativa privativa de lei que trata de sua organização
administrativa, criação de cargos e remuneração de seus servidores, bem como a fixação de
subsídios dos membros da Corte. Por simetria, os Tribunais de Contas dos Estados também têm
a iniciativa privativa de leis que tratam dessas matérias.
A organização dos Ministérios Públicos que atuam junto aos Tribunais de Contas também é
objeto de lei de iniciativa privativa das respectivas Cortes de Contas.
f) Iniciativa privativa do Poder Legislativo:
A criação e extinção de cargos públicos na Câmara dos Deputados e no Senado Federal não
depende de lei, mas sim de resolução (art. 51, IV c/c art. 52, XIII). No entanto, a fixação da
remuneração dos servidores da Câmara dos Deputados e do Senado depende de lei de iniciativa
de cada Casa Legislativa.
Iniciativa geral (comum ou concorrente)
O art. 61, CF/88, relaciona os legitimados a apresentar projeto de lei. Dentre eles, podem
apresentar projeto de lei sobre qualquer matéria (excetuadas aquelas da competência privativa) o
Presidente da República, os deputados e senadores, as comissões da Câmara, do Senado e do
Congresso Nacional e os cidadãos.

Há autores que consideram “iniciativa geral” como sinônimo de “iniciativa


concorrente”. Porém, há outros que afirmam que iniciativa concorrente é aquela
que pertence, simultaneamente, a mais de um órgão ou pessoa. É o que se
verifica, por exemplo, na iniciativa de lei complementar sobre a organização do
Ministério Público da União, que é concorrente entre o Presidente da República e
o Procurador-Geral da República (art. 61, §1º, II, “d”, c/c art. 128, § 5º, CF). Fique
atento, pois pode ser cobrado das duas maneiras em sua prova!

Iniciativa popular
Os cidadãos, assim considerados aqueles que possuem capacidade eleitoral ativa (direito de
votar), também poderão apresentar projeto de lei. É a chamada iniciativa popular de leis, que é
do tipo geral (ou comum), sendo exercida pelos cidadãos nas condições estabelecidas pela
Constituição. Em outras palavras, os cidadãos podem apresentar projeto de lei sobre qualquer
matéria, observadas as regras previstas no texto constitucional. Trata-se de instrumento de
exercício da soberania popular (consagrada no art. 14, III, CF/88), típico de uma democracia
semidireta.
A iniciativa popular é aplicável tanto a projetos de lei ordinária quanto a projetos de lei
complementar; não pode, todavia, ser utilizada para a apresentação de propostas de emendas
constitucionais. Cabe destacar que projetos de lei de iniciativa popular deverão ser apresentados
à Câmara dos Deputados.
A iniciativa popular de leis editadas pela União exige a subscrição de, no mínimo, 1% (um por
cento) do eleitorado nacional, distribuído por, pelo menos, 5 (cinco) estados brasileiros, com não

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menos de 0,3% (três décimos por cento) dos eleitores de cada um deles. Não são requisitos
muito fáceis de serem cumpridos, motivo pelo qual não há muitas leis federais cujas proposições
se deram por meio da iniciativa popular. Citamos quatro exemplos: Lei nº 8.930/94 (modificou a
disciplina dos crimes hediondos), Lei nº 9.840/99 (combate à compra de votos nas eleições), Lei
nº 11.124/05 (criou uma sistemática de acesso da população de baixa renda à terra urbanizada a
fim de reduzir o déficit habitacional) e a Lei Complementar nº 135/10 (a famosa "Lei da Ficha
Limpa").
Também existe iniciativa popular de leis estaduais e municipais. Nos estados e Distrito Federal, a
Carta Magna deixou à lei a função de dispor sobre a iniciativa popular. Segundo o art. 27, § 4º,
“a lei disporá sobre a iniciativa popular no processo legislativo estadual.” Assim, Estados e
Distrito Federal podem, mediante lei estadual ou distrital, dispor livremente sobre iniciativa
popular
Nos Municípios, a iniciativa popular de leis se dará através da manifestação de, pelo menos, 5%
do eleitorado. Segundo o art. 29, XIII, CF/88, a Lei Orgânica deverá prever iniciativa popular de
projetos de lei de interesse específico do Município, da cidade ou de bairros, através de
manifestação de, pelo menos, cinco por cento do eleitorado.

(Advogado da União – 2015) Caso uma lei de iniciativa parlamentar afaste os efeitos de sanções
disciplinares aplicadas a servidores públicos que participarem de movimento reivindicatório, tal
norma padecerá de vício de iniciativa por estar essa matéria no âmbito da reserva de iniciativa do
chefe do Poder Executivo.
Comentários:
São de iniciativa privativa do Presidente da República as leis sobre o regime jurídico de
servidores públicos da União. Logo, na situação apresentada, houve vício de iniciativa. Questão
correta.
(Procurador de Curitiba – 2015) A iniciativa popular pode ser exercida pela apresentação à
Câmara dos Deputados ou ao Senado Federal de projeto de lei subscrito por, no mínimo, um por
cento do eleitorado nacional, distribuído pelo menos por cinco Estados, com não menos de três
décimos por cento dos eleitores de cada um deles.
Comentários:
Os projetos de lei de iniciativa popular deverão ser apresentados na Câmara dos Deputados (e
não ao Senado Federal!). Questão errada.
(Instituto Rio Branco – 2015) Dispõem de competência para apresentar projetos de lei
complementar ou ordinária qualquer membro ou comissão da Câmara dos Deputados, do
Senado Federal ou do Congresso Nacional, o presidente da República, o Supremo Tribunal
Federal, os tribunais superiores, o procurador-geral da República e os cidadãos, na forma e nos
casos previstos na Constituição.
Comentários:

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É exatamente o que prevê o art. 61, CF/88, que nos traz o rol de legitimados a apresentar
projetos de lei. Questão correta.
(PC-DF – 2015) Suponha-se que um senador tenha proposto projeto de lei, dispondo acerca da
criação de uma nova taxa. Nesse caso, esse projeto será inconstitucional, visto que compete
privativamente ao presidente da República a iniciativa de propor projeto de lei que disponha
acerca de matéria tributária.
Comentários:
Não há qualquer inconstitucionalidade na situação apresentada. Os projetos de lei sobre matéria
tributária não são da iniciativa privativa do Presidente da República.
Cuidado! O Presidente da República tem a iniciativa privativa de leis que disponham sobre
matéria tributária dos Territórios. Questão errada.
(TRT 2a Região – 2015) São de iniciativa privativa do Presidente da República as leis que
disponham sobre organização administrativa e judiciária, matéria tributária e orçamentária,
serviços públicos e pessoal da administração dos Territórios.
Comentários:
É exatamente o que prevê o art. 61, § 1º, II, alínea “b”, CF/88. Questão correta.
(PGE-PR – 2015) Leis que disponham sobre serventias judiciais são de iniciativa exclusiva do
Poder Judiciário, ao contrário das leis que disponham sobre serventias extrajudiciais, as quais são
de iniciativa concorrente.
Comentários:
Também são de iniciativa do Poder Judiciário as leis que disponham sobre serventias
extrajudiciais. Questão errada.
(PGE-PR – 2015) Compete ao Poder Executivo estadual a iniciativa de lei referente aos direitos e
deveres de servidores públicos.
Comentários:
É isso mesmo. É da iniciativa privativa do Governador a iniciativa de lei sobre o regime jurídico
dos servidores públicos estaduais. Questão correta.
(PGE-PR – 2015) Norma que dispõe sobre regime jurídico, remuneração e critérios de provimento
de cargo público de policiais civis é de iniciativa concorrente.
Comentários:
São da iniciativa privativa do Chefe do Poder Executivo as leis que disponham sobre regime
jurídico, remuneração e critérios de provimento de cargo público de policiais civis. Questão
errada.
(TJ-RJ – 2014) São de iniciativa privativa do Presidente da República, entre outras, as leis que
disponham sobre organização do Ministério Público e da Defensoria Pública da União, bem como
normas gerais para a organização do Ministério Público e da Defensoria Pública dos Estados, do
Distrito Federal e dos Territórios.
Comentários:
É isso mesmo! O Presidente da República tem a iniciativa privativa de:

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a) leis que disponham sobre organização do Ministério Público e da Defensoria Pública da União
e;
b) leis que disponham sobre normas gerais para a organização do Ministério Público e da
Defensoria Pública dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios
Questão correta.

Fase Constitutiva
Em virtude do bicameralismo no Poder Legislativo federal, um projeto de lei irá,
necessariamente, tramitar pela Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal. Na fase
constitutiva, o projeto de lei é discutido e votado nas duas Casas do Congresso Nacional e,
sendo aprovado, sofre sanção ou veto do Presidente da República. Caso o projeto aprovado pelo
Legislativo seja vetado pelo Chefe do Executivo, a fase constitutiva ainda compreenderá a
apreciação do veto pelo Congresso Nacional.
Deliberação parlamentar: discussão e votação
No âmbito federal, um projeto de lei deverá, necessariamente, tramitar pela Câmara dos
Deputados e pelo Senado Federal; em outras palavras, ele deverá ser discutido e votado nas
duas Casas Legislativas.
Há, portanto, no processo legislativo federal, a Casa Iniciadora e a Casa Revisora. A Casa
Iniciadora, como o próprio nome já indica, é aquela na qual o projeto de lei começa a tramitar. A
Casa Revisora, por sua vez, é aquela que revê o trabalho da Casa Iniciadora.
E qual é a Casa Iniciadora? Qual é a Casa Revisora?
Depende. Tanto a Câmara dos Deputados quanto o Senado Federal podem atuar como Casa
Iniciadora ou Casa Revisora. A definição da Casa Iniciadora depende de quem foi a iniciativa do
projeto de lei.
Serão apreciados inicialmente pela Câmara dos Deputados (ou seja, a Câmara atuará como Casa
Iniciadora) os projetos de lei de iniciativa de deputado federal ou de alguma comissão da Câmara
dos Deputados, do Presidente da República, do Supremo Tribunal Federal, dos Tribunais
Superiores, do Procurador-Geral da República e dos cidadãos. Já ao Senado cabe apreciar
inicialmente os projetos de lei de iniciativa de senador ou de comissão do Senado Federal. Por
fim, nos casos de iniciativa de Comissão Mista do Congresso Nacional (composta por deputados
e senadores), a apreciação inicial será feita alternadamente pela Câmara e pelo Senado.
Na maior parte das vezes, a Casa Iniciadora será, portanto, a Câmara dos Deputados. A Casa
Iniciadora, como estudaremos mais à frente, goza de certa primazia no processo legislativo. Em
razão disso, a doutrina considera que há uma certa inferioridade do Senado Federal, que será
Casa Revisora na maior parte dos projetos de lei.
Após ser apresentado, o projeto de lei passará pela fase de instrução na Casa Legislativa
iniciadora, na qual será submetido à apreciação das comissões. Essa apreciação se dará em duas
comissões diferentes: uma comissão temática, que examinará aspectos relacionados à matéria; e
a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), que avaliará aspectos referentes à
constitucionalidade. Cabe à CCJ a análise dos aspectos constitucionais, legais, jurídicos,
regimentais ou de técnica legislativa dos projetos, emendas ou substitutivos, bem como a
admissibilidade da proposta de emenda à Constituição. A apreciação do projeto de lei pelas

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comissões também acontece na Casa revisora. Se a Casa iniciadora for a Câmara dos Deputados,
a revisora será o Senado Federal e vice-versa.
Aprovado o projeto pelas comissões tanto no aspecto formal, quanto no aspecto material, será
encaminhado ao Plenário. No Plenário, o projeto de lei é posto em discussão e depois em
votação, na forma estabelecida nos regimentos das Casas legislativas. Determina o art. 47 da
Constituição que, salvo disposição constitucional em contrário, as deliberações de cada Casa e
de suas Comissões serão tomadas por maioria dos votos, presente a maioria absoluta de seus
membros. Assim, há dois quóruns diferentes:
a) Quórum de presença: maioria absoluta dos membros da Casa Legislativa. Destaque-se
que a maioria absoluta é “o primeiro número inteiro acima da metade” (e não a “a metade
mais um”, como é muito comum se dizer). Assim, a maioria absoluta de 81 Senadores é
41; a maioria absoluta de 513 Deputados Federais é 257.
b) Quórum de aprovação: maioria dos votos. As abstenções não são consideradas.
Na Casa iniciadora, o projeto poderá ser aprovado ou rejeitado. Aprovado, será encaminhado à
Casa revisora. Rejeitado, será arquivado e a matéria somente poderá ser objeto de novo projeto,
na mesma sessão legislativa, se houver proposta da maioria absoluta dos membros de qualquer
das Casas. Em outras palavras, a matéria constante de projeto de lei rejeitado não poderá ser
objeto de novo projeto na mesma sessão legislativa, salvo por proposta da maioria absoluta dos
membros de qualquer das Casas Legislativas. Trata-se do princípio da irrepetibilidade.

Mais à frente estudaremos sobre o processo legislativo das emendas


constitucionais e das medidas provisórias. No entanto, desde já, saiba que o
princípio da irrepetibilidade também se aplica a essas espécies normativas. Sua
aplicação, todavia, é um pouco diferente!
1) A vedação à edição de projeto de lei na mesma sessão legislativa em que foi
rejeitado é relativa. Assim, a matéria constante de projeto de lei rejeitado poderá
ser objeto de novo projeto na mesma sessão legislativa, desde que por proposta
da maioria absoluta dos membros de qualquer uma das Casas.
2) A vedação à edição de medidas provisórias e emendas constitucionais na
mesma sessão legislativa em que foram rejeitadas é absoluta. Não existe
nenhuma possibilidade de reedição de medida provisória ou de apresentação de
proposta de emenda constitucional na mesma sessão legislativa em que foram
rejeitadas.

Na Casa Revisora, após a apreciação pelas comissões, discussão e votação, poderá haver três
possibilidades: i) o projeto ser aprovado da mesma forma como foi recebido da Casa iniciadora;
ii) o projeto ser aprovado com emendas ou; iii) o projeto ser rejeitado.

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Se o projeto de lei for rejeitado, ele será arquivado, com aplicação do princípio da
irrepetibilidade; não poderá, portanto, ser apresentado, na mesma sessão legislativa, projeto de
lei com a mesma matéria, a não ser por proposta da maioria absoluta de qualquer uma das Casas
legislativas.
Se o projeto por aprovado sem emendas parlamentares, ele será encaminhado ao Chefe do
Executivo para sanção ou veto.
Se o projeto de lei for aprovado com emendas, este voltará à Casa Iniciadora, para que as
emendas sejam apreciadas. Voltando o projeto à Casa Iniciadora, este não poderá ser
subemendado; cabe à Casa Iniciadora apenas apreciar as emendas. Destaca-se que, para o STF,
quando a emenda parlamentar feita pela Casa Revisora não importar em mudança substancial do
sentido do texto, não há necessidade de retorno à Casa Iniciadora14. Isso ocorre nas chamadas
“emendas de redação”.
Se a Casa Iniciadora aceitar as emendas, o projeto de lei (contendo as emendas) será
encaminhado ao Chefe do Executivo para sanção ou veto. Se a Casa Iniciadora rejeitá-las, o
projeto de lei é encaminhado (sem as emendas) ao Chefe do Executivo para que sancione ou
vete o texto original da Casa Iniciadora. Observa-se, portanto, que no processo legislativo federal
a Casa iniciadora tem predominância sobre a revisora. Com efeito, a Casa Iniciadora tem a
prerrogativa de rejeitar as emendas feita pela Casa Revisora, encaminhando ao Presidente o
projeto de lei sem as emendas.
Após aprovação do projeto nas duas Casas do Congresso Nacional, esse seguirá para a fase do
autógrafo, que é o documento formal que reproduz o texto definitivamente aprovado pelo
Legislativo (STF, ADIn no 1.393-9/DF, 09.10.1996).

Emendas Parlamentares
Durante a fase de deliberação parlamentar, podem ser propostas as chamadas emendas
parlamentares. As emendas são proposições legislativas acessórias e podem ser de diferentes
tipos:
a) Supressivas: quando eliminam qualquer parte da proposição principal;
b) Aditivas: quando acrescentam algo à proposição principal;
c) Aglutinativas: quando resultam da fusão de outras emendas, ou destas com o texto
original.
d) Modificativas: caracterizam-se por alterar a proposição sem modificá-la
substancialmente.
e) Substitutivas: são apresentadas como sucedâneo a parte de outra proposição, que,
após a alteração, passará a se chamar “substitutivo”. Essa modificação pode ser
substancial ou formal.
f) De redação: quando visam a sanar vícios de linguagem, incorreção da técnica legislativa
ou lapso manifesto.
As emendas só podem ser apresentadas pelos parlamentares, não existindo emendas
extraparlamentares. Cabe mencionar, apenas, que o Presidente da República poderá enviar

14
STF, Pleno, ADIn no 2.666-6/DF, 06.12.2002; STF, Pleno, ADIn no 2.238-5, 21.05.2002.

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mensagem ao Congresso Nacional propondo modificações nas leis orçamentárias (plano


plurianual, lei de diretrizes orçamentárias e lei orçamentária anual). Embora não seja considerada
emenda extraparlamentar, a mensagem do Presidente ao Congresso propondo modificações nas
leis orçamentárias é o que mais se aproxima disso.
Questão importante diz respeito à possibilidade de apresentação de emendas parlamentares a
projeto de lei de iniciativa reservada ou privativa. A doutrina e a prática legislativa reconhecem
essa possibilidade. Assim, se o Presidente da República apresenta projeto de lei sobre matéria de
sua iniciativa privativa, os congressistas poderão apresentar emenda a este projeto.
O poder de emendar não é absoluto, ilimitado. É necessário que se cumpram alguns requisitos:
a) o conteúdo da emenda deve ser pertinente à matéria da proposição, isto é, deverá
haver pertinência temática;
b) no caso de projetos de iniciativa privativa (exclusiva) do Chefe do Poder Executivo, não
podem ser feitas emendas que acarretem aumento de despesa, ressalvadas as emendas à
lei orçamentária anual e à lei de diretrizes orçamentárias (art. 63, I)
Dessa forma, podem ser feitas emendas a projetos de lei de iniciativa privativa do
Presidente, desde que elas não impliquem em aumento de despesa. A exceção fica por
conta das leis orçamentárias (LOA e LDO), que, mesmo sendo de iniciativa privativa do
Presidente, poderão ser emendadas com aumento de despesa.
c) nos projetos de lei sobre a organização dos serviços administrativos da Câmara dos
Deputados, do Senado Federal, dos tribunais federais e do Ministério Público, não podem
ser feitas emendas que resultem em aumento de despesa. (art. 63, II).
Segundo o STF, essa regra não se aplica aos projetos de lei sobre organização judiciaria,
limitando-se aos projetos de lei sobre organização dos serviços administrativos. Nas
palavras da Corte, “o projeto de lei sobre organização judiciaria pode sofrer emendas
parlamentares de que resulte, até mesmo, aumento da despesa prevista.”15 Isso porque o
art. 63, II, se aplica exclusivamente aos serviços administrativos estruturados na secretaria
dos tribunais.
Agora que já sabemos os limites do poder de emendar, vamos a uma situação que pode ocorrer
relacionada a essa problemática. Suponha que o Presidente da República tenha apresentado ao
Congresso Nacional projeto de lei de sua iniciativa privativa. Um deputado federal, então,
apresenta uma emenda que resulta em aumento de despesa e, mesmo assim, o projeto é
aprovado. Houve um claro vício no processo legislativo: o vício de emenda. Mesmo se o projeto
de lei for posteriormente sancionado pelo Presidente, a lei será inválida. A sanção presidencial,
além de não convalidar o vício de iniciativa, não convalida o vício de emenda.16

15
STF, ADI 865, MC. Rel. Min Celso de Mello. 08.04.1994.
16
STF, Pleno, ADIn no 1.201-1/RO, 09.06.1995.

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(PC-DF – 2015) Um projeto de lei que tratava da matéria X foi rejeitado. Nesse caso, essa mesma
matéria X pode ser objeto de outro projeto de lei na mesma sessão legislativa, desde que
proposta pela maioria absoluta dos membros de qualquer das casas do Congresso Nacional.
Comentários:
É isso mesmo! Segundo o art. 67, CF/88, “a matéria constante de projeto de lei rejeitado
somente poderá constituir objeto de novo projeto, na mesma sessão legislativa, mediante
proposta da maioria absoluta dos membros de qualquer das Casas do Congresso Nacional.” Esse
é o princípio da irrepetibilidade. Questão correta.
(DPE-RS – 2014) As deliberações de cada Casa do Congresso Nacional e de suas Comissões
serão tomadas por maioria dos votos, presente a maioria absoluta de seus membros, salvo
disposição constitucional em contrário.
Comentários:
Nas deliberações das Casas Legislativas, há o quórum de presença (maioria absoluta) e o quórum
de votação (maioria simples). Cabe destacar que essa é a regra, havendo exceções
constitucionais. Questão correta.
(MPE-SC - 2014) O projeto de lei aprovado por uma Casa será revisto pela outra, em um só
turno de discussão e votação, e enviado à sanção ou promulgação, se a Casa revisora o aprovar,
ou arquivado, se o rejeitar.
Comentários:
Ao ser aprovado na Casa iniciadora, o projeto de lei segue para a Casa Revisora. Caso aprovado,
será enviado à sanção ou promulgação. Caso seja rejeitado na Casa Revisora, o projeto será
arquivado. Questão correta.
(PGM-Niterói – 2014) Não é dado ao Poder Legislativo emendar os projetos de lei de iniciativa
privativa do Presidente da República.
Comentários:
O Poder Legislativo pode apresentar emendas aos projetos de lei de iniciativa privativa do
Presidente da República, desde que estas não resultem em aumento de despesa. Questão
errada.
(PGM-Niterói – 2014) Emenda parlamentar pode ampliar vantagens de servidores em projeto de
iniciativa do Poder Executivo.
Comentários:
Nos projetos de lei de iniciativa do Chefe do Poder Executivo, não podem ser apresentadas
emendas parlamentares que resultem em aumento de despesas. Ao ampliar vantagens de
servidores, a emenda parlamentar estará aumentado despesas, o que é vedado pela CF/88.
Questão errada.

Sanção e Veto
Sanção
A sanção é ato unilateral do Presidente da República, por meio do qual este manifesta sua
aquiescência (concordância) com o projeto de lei aprovado pelo Poder Legislativo. É um ato
irretratável do Chefe do Poder Executivo: uma vez sancionado um projeto de lei, a sanção não
poderá ser revogada.

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Por meio da sanção, o projeto de lei é convertido em lei; em outras palavras, a sanção
presidencial incide sobre projeto de lei. Assim, é tecnicamente inadequado dizer que o
Presidente sanciona lei; na verdade, o Presidente sanciona projeto de lei, transformando-o em lei.
Destaque-se que a sanção somente é aplicável a projetos de lei ordinária e projetos de lei
complementar; não há que se falar em sanção para leis delegadas, emendas constitucionais e,
em regra, para medidas provisórias.17
A sanção pode ser expressa ou tácita. Ocorrerá a sanção expressa se o Presidente da República
concordar com o texto do projeto de lei, formalizando por escrito o ato de sanção no prazo de
15 dias úteis, contados da data do recebimento do projeto. Depois disso, ele promulgará e
determinará a publicação da lei.
Ocorrerá a sanção tácita se o Presidente da República optar pelo silêncio no prazo de 15 dias
úteis, contados do recebimento do projeto. Nessa hipótese, ele terá um prazo de 48 horas para
promulgar a lei resultante da sanção. Do contrário, o Presidente do Senado, em igual prazo,
deverá promulgá-la. Se este não o fizer, caberá ao Vice-Presidente do Senado a promulgação da
lei, sem prazo definido constitucionalmente.
Veto
O veto é o ato unilateral do Presidente da República por meio do qual ele manifesta a
discordância com o projeto de lei aprovado pelo Poder Legislativo. Segundo o art. 66, §1º,
CF/88, “se o Presidente da República considerar o projeto, no todo ou em parte, inconstitucional
ou contrário ao interesse público, vetá-lo-á total ou parcialmente, no prazo de quinze dias úteis,
contados da data do recebimento, e comunicará, dentro de quarenta e oito horas, ao Presidente
do Senado Federal os motivos do veto”.
O veto será sempre motivado. O Presidente da República, ao vetar um projeto de lei, deverá
informar ao Presidente do Senado, dentro de 48 horas, os motivos do veto. Se o Presidente
considerar que o projeto de lei é inconstitucional, estaremos diante do veto jurídico; por outro
lado, se o Presidente entender que o projeto de lei é contrário ao interesse público, teremos um
veto político.
O veto jurídico traduz um controle de constitucionalidade político (pois exercido por órgão que
não integra a estrutura do Poder Judiciário) e preventivo (evita que uma lei inconstitucional seja
inserida no ordenamento jurídico). O veto político, por sua vez, traduz um juízo político de
conveniência do Presidente da República, em seu papel de representante e defensor da
sociedade.
O veto será sempre expresso. Não há veto tácito em nosso ordenamento jurídico. Caso o
Presidente da República não manifeste sua posição em relação a um projeto de lei no prazo de
15 dias úteis, este será sancionado tacitamente.
O veto pode ser total ou parcial. Será total quando incidir sobre todo o projeto de lei, e parcial
quando se referir a apenas alguns dos dispositivos do projeto. Destaca-se, todavia, que veto
parcial deverá abranger texto integral de artigo, de parágrafo, de inciso ou de alínea. Não se
admite que o veto parcial incida sobre palavras ou expressões.
O veto é relativo, ou seja, pode ser superado (rejeitado). Quando o Presidente veta um projeto
de lei, ele deve informar ao Presidente do Senado Federal dentro de 48 horas. Ele estará, na

17
Existe sanção presidencial em relação a projetos de lei de conversão, que são resultantes de medida
provisória.

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prática, devolvendo o projeto de lei para apreciação do Congresso Nacional. O veto será
apreciado em sessão conjunta do Congresso Nacional, dentro de 30 dias a contar do seu
recebimento.
O veto poderá, então, ser rejeitado pelo voto da maioria absoluta dos deputados e senadores,
em votação aberta. Se, dentro do prazo de 30 dias, não houver a deliberação do veto, este será
colocado na ordem do dia da sessão imediata, retardando as demais deliberações do Congresso
Nacional, até que ocorra a sua votação Magna (art. 66, § 6º, CF). Note que, nesse caso, haverá o
trancamento de pauta da sessão conjunta do Congresso Nacional, não de sessão da Câmara ou
do Senado.
Havendo rejeição do veto (por maioria absoluta dos deputados e senadores), o projeto será
enviado ao Presidente da República. Ele terá um prazo de 48 horas para emitir o ato de
promulgação. Caso não o faça nesse prazo, a competência para promulgar passará a ser do
Presidente do Senado, que terá igual prazo para promulgar. Se este também não o fizer, a
promulgação será de responsabilidade do Vice-Presidente do Senado, sem prazo definido
constitucionalmente. Destaque-se que, quando ocorre a rejeição do veto, teremos uma situação
em que uma lei surge (nasce) sem que tenha sido sancionada. Daí dizermos que a sanção não é
ato imprescindível ao surgimento das leis.
A rejeição do veto produz efeitos ˜ex nunc” (prospectivos). Imagine que ocorra o veto parcial de
um projeto de lei: o Presidente da República veta 1 artigo do projeto, de um total de 100 (cem)
artigos. O veto é encaminhado ao Presidente do Senado Federal dentro de 48 horas. O
Congresso Nacional terá, então, 30 dias para apreciar o veto.
Enquanto o veto não é apreciado, a parte não vetada do projeto é promulgada e publicada. Os
dispositivos não vetados ingressam no mundo jurídico, independentemente da apreciação do
veto pelo Congresso Nacional. Os dispositivos vetados serão publicados sem texto, constando
apenas a expressão “vetado”. Posteriormente, caso o veto seja superado, os artigos a ele
referentes serão encaminhados à promulgação e após a devida publicação, começarão a produzir
efeitos (ex nunc).
O veto é um ato político e, como tal, suas razões não poderão ser questionadas perante o Poder
Judiciário. Não cabe ao Poder Judiciário apreciar o mérito do veto. Entretanto, é admissível o
controle judicial sobre a inoportunidade do veto; em outras palavras, se o veto ocorrer após o
período de 15 dias úteis, isso poderá ser questionado perante o Poder Judiciário. Segundo o
STF, o controle judicial, nesse caso, se justifica porque após o decurso do prazo de 15 dias úteis,
já ocorreu a sanção tácita e a preclusão do direito de exercer o veto18.
Por último, ressaltamos que não se admite retratação do veto, tampouco a retratação de sua
derrubada ou manutenção pelo Legislativo.19
Veja, abaixo, as características do veto no processo legislativo ordinário:

18
ADI 1254/RJ, 1999.
19
ADI 1254/RJ, 1999.

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(Advogado da União – 2015) O veto do presidente da República a um projeto de lei ordinária


insere-se no âmbito do processo legislativo, e as razões para o veto podem ser objeto de
controle pelo Poder Judiciário.
Comentários:
Por ser um ato de natureza política, não cabe ao Poder Judiciário apreciar o mérito do veto.
Questão errada.
(Procurador de Curitiba – 2015) Se o Presidente da República considerar o projeto, no todo ou
em parte, inconstitucional ou contrário ao interesse público, vetá-lo-á total ou parcialmente,
independentemente de motivação, no prazo de quinze dias úteis, contados da data do
recebimento, e comunicará a decisão, dentro de quarenta e oito horas, ao Presidente do Senado
Federal.
Comentários:
O veto será sempre motivado. Ao vetar um projeto de lei, o Presidente da República deverá
informar ao Presidente do Senado, dentro de 48 horas, os motivos do veto. Questão errada.
(TCE-CE – 2015) Na fase de deliberação presidencial, o veto pode ser tanto em razão de
inconstitucionalidade quanto de oportunidade, devendo, em tais casos, voltar o projeto de lei ao
Congresso Nacional para análise do veto em sessão em que a votação será secreta.

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Comentários:
A apreciação do veto pelo Congresso Nacional acontece em sessão aberta. Questão errada.
(TRT 2a Região – 2015) O Presidente da República poderá vetar total ou parcialmente projeto de
lei, entretanto o veto parcial somente abrangerá texto integral de artigo, de parágrafo, de inciso
ou de alínea.
Comentários:
O veto pode ser total ou parcial. Em caso de veto parcial, deverá abranger texto integral de
artigo, de parágrafo, de inciso ou de alínea. Questão correta.
(Prefeitura de Curitiba – 2015) O veto será apreciado em sessão conjunta, dentro de trinta dias a
contar de seu recebimento, só podendo ser rejeitado pelo voto da maioria absoluta dos
Deputados e Senadores.
Comentários:
==1619d5==

A rejeição do veto se dá pelo voto da maioria absoluta dos Deputados e Senadores, em sessão
conjunta do Congresso Nacional. Questão correta.

Fase Complementar
Promulgação
A promulgação é o ato solene que atesta a existência da lei, confirmando o seu surgimento; é
como se fosse uma “certidão de nascimento da lei”. A promulgação incide sobre a lei pronta,
declarando a sua potencialidade para produzir efeitos. Assim, a lei nasce com a sanção, mas tem
sua existência declarada pela promulgação.
O prazo para promulgação é de 48 horas, no caso de sanção tácita e rejeição do veto. Quando a
sanção for expressa, a promulgação ocorrerá simultaneamente a ela.
Em princípio, a promulgação cabe ao Chefe do Poder Executivo. Entretanto, há hipóteses em
que a promulgação poderá ser feita pelo Poder Legislativo. Quando há rejeição do veto, por
exemplo, o Presidente deverá promulgar a lei; caso não o faça dentro de 48 horas, a
competência se desloca para o Presidente do Senado Federal. Da mesma forma, quando há
sanção tácita, o Presidente deverá promulgar a lei em 48 horas; se não o fizer, novamente a
competência se desloca para o Presidente do Senado Federal.
Existem, ainda, casos em que a promulgação é ato de competência originária do Poder
Legislativo: emendas à Constituição (promulgadas pelas Mesas da Câmara dos Deputados e do
Senado Federal), decretos legislativos (promulgados pelo Presidente do Congresso Nacional, que
é o Presidente do Senado) e resoluções (promulgadas pelo Presidente do órgão que a edita).
Publicação
A publicação consiste no ato de divulgação oficial da lei; ela consiste na comunicação a todos de
que a lei existe e deve ser cumprida. Trata-se de condição de eficácia da lei: a partir do momento
em que a lei é publicada, ela passa a estar apta a produzir todos os seus efeitos, embora ainda
não esteja, necessariamente, em vigor.
A publicação não se confunde com a promulgação, que lhe é anterior. Por meio da promulgação,
reconhece-se que a lei existe; com a publicação, adquire a potencialidade para produzir efeitos.
Destaque-se que a Carta Magna não estabelece prazo para o ato de publicação da lei.

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Por último, embora não esteja expresso na Constituição, a publicação da lei ordinária é ato de
competência do Presidente da República.

(MPE-RS – 2014) Com a promulgação, mediante a sanção da Presidência da República, a lei


passa a vigorar de plano, sendo a sua publicação apenas o exaurimento do processo legislativo. 
Comentários:
A promulgação da lei não implica na sua entrada em vigor. A promulgação apenas declara que a
lei tem potencial para produzir seus efeitos. Questão errada.

Procedimento legislativo sumário


A Carta Magna disciplina o processo legislativo sumário ou de urgência no seu art. 64, §1º, no
qual estabelece que o Presidente da República poderá solicitar urgência para a apreciação de
projetos de sua iniciativa. Ressalte-se, entretanto, que não é necessário que a matéria seja da
iniciativa privativa do Presidente da República. O regime de urgência poderá ser solicitado pelo
Presidente em relação a quaisquer projetos de lei que ele tiver apresentado ao Congresso
Nacional, em qualquer fase de sua tramitação.
Embora a Constituição disponha que o procedimento legislativo sumário pode ser estabelecido
por solicitação do Presidente, a doutrina aponta que é verdadeiro caso de “requisição”. Isso quer
dizer que o Congresso Nacional deverá, obrigatoriamente, instaurar o procedimento legislativo
sumário quando assim for requerido pelo Presidente; trata-se de ato vinculado do Congresso
Nacional.
O processo legislativo sumário deve terminar no prazo máximo de cem dias (45 dias na Câmara,
45 dias no Senado e mais 10 dias para a Câmara apreciar as emendas dos senadores, se houver),
desconsiderando os períodos de recesso do Congresso Nacional.
Se as Casas não se manifestarem, cada uma, em até 45 dias, trancar-se-á a pauta das
deliberações legislativas da respectiva Casa, com exceção das que tenham prazo constitucional
determinado, até que se ultime a votação. Observe que esse prazo corre separadamente em
cada Casa do Congresso Nacional. Assim, se a Câmara encerrar a apreciação do projeto de lei no
45o dia, ele segue para o Senado, que terá novos 45 dias para apreciá-lo.
A Constituição estabelece que o processo legislativo sumário (ou de urgência) não poderá ser
aplicado aos projetos de códigos.

Procedimento legislativo abreviado


O procedimento legislativo abreviado é o que dispensa a discussão e votação de projeto de lei
em Plenário. Quando utilizado o procedimento legislativo abreviado, o projeto de lei será
discutido e votado diretamente pelas comissões das Casas respectivas.
O procedimento legislativo abreviado está previsto no art. 58, § 2º, I, segundo o qual compete às
comissões “discutir e votar projeto de lei que dispensar, na forma do regimento, a competência

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do Plenário, salvo se houver recurso de um décimo dos membros da Casa”. Assim, a discussão e
votação de projeto de lei não são competências apenas dos Plenários das Casas Legislativas; a
Carta Magna também outorga essas competências, nas situações e matérias que o regimento
determinar.
Trata-se do que a doutrina denomina de delegação “interna corporis”: esse nome deriva do fato
de que os Regimentos Internos das Casas Legislativas delegam a competência para discussão e
votação de certos projetos de lei a órgãos integrantes do Poder Legislativo (órgãos internos do
Poder Legislativo).
Ressalte-se que, caso um décimo (1/10) dos membros da Casa respectiva decida que uma
comissão não pode apreciar e votar o projeto de lei, este irá para plenário.

Procedimentos legislativos especiais


Emendas Constitucionais
A Constituição Federal de 1998 é do tipo rígida, portanto, o processo legislativo de emenda
constitucional (o chamado processo de reforma da Constituição) é mais laborioso do que o
ordinário. Ele está detalhado no art. 60, da Carta Magna e compreende as seguintes fases:
a) Iniciativa de um dos legitimados do art. 60, CF/88.

Art. 60. A Constituição poderá ser emendada mediante proposta:


I - de um terço, no mínimo, dos membros da Câmara dos Deputados ou do
Senado Federal;
II - do Presidente da República;
III - de mais da metade das Assembleias Legislativas das unidades da Federação,
manifestando-se, cada uma delas, pela maioria relativa de seus membros.

b) Discussão e votação em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos,


considerando-se aprovada quando obtiver, em ambos, 3/5 dos votos dos membros de cada
uma delas. Caso a proposta seja rejeitada ou havida por prejudicada, será arquivada, não
podendo a matéria dela constante ser objeto de nova proposta na mesma sessão
legislativa. Trata-se do princípio da irrepetibilidade.
c) Promulgação pelas Mesas da Câmara e do Senado, com o respectivo número de ordem,
se aprovada;
O poder de reforma da Constituição é permanente, podendo se manifestar a qualquer tempo
enquanto for vigente a CF/88. Obedece aos requisitos estabelecidos pelo art. 60 da Carta
Magna, que também é de observância obrigatória pelos Estados-membros quando da reforma
de suas Constituições.
A reforma à Constituição apresenta quatro tipos de limitações: materiais, formais, circunstanciais
e temporais.
1) As limitações temporais ocorrem quando o Poder Constituinte Originário estabelece um prazo
durante o qual não pode haver modificações ao texto da Constituição. Nesse período, a
Constituição é imutável. A CF/88 não apresenta esse tipo de limitação. Desde sua vigência, não
houve um período sequer em que seu texto não pudesse ter sido alterado.

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2) As limitações circunstanciais se verificam quando a Constituição estabelece que em certos


momentos de instabilidade política do Estado seu texto não poderá ser modificado. Assim,
circunstâncias extraordinárias impedem a modificação da Constituição. A Carta da República
instituiu três circunstâncias excepcionais que impedem a modificação do seu texto: estado de
sítio, estado de defesa e intervenção federal (CF, art. 60, § 1º). Destaca-se que, nesses períodos,
as propostas de emenda à Constituição poderão ser apresentadas, discutidas e votadas. O que
não se permite é a promulgação das emendas constitucionais.
Outro ponto importante a ser memorizado é que a vedação referente à intervenção federal
abrange somente aquela decretada e executada pela União. Eventual intervenção de Estado em
Município não é limitação circunstancial à modificação da CF/88.
3) As limitações formais ao processo de reforma à Constituição se devem à rigidez constitucional.
Como você se lembra, a CF/88 é do tipo rígida e como tal exige um processo especial para
modificação do seu texto, mais difícil do que aquele de elaboração das leis.
As limitações formais, também chamadas processuais, estão previstas no art. 60, I ao III, e §§ 2º,
3º e 5º.
“Quais são essas limitações, professora?”
Para facilitar nossa análise, veja o quadro a seguir:

A primeira limitação formal à reforma da Constituição se refere à iniciativa. Os incisos I a III do


art. 60 estabelecem os legitimados no processo legislativo de reforma da Constituição, ou seja,
quem poderá apresentar uma proposta de emenda constitucional (PEC) perante o Congresso
Nacional. Esse número, como se pode perceber, é bem menor que o de legitimados no processo
legislativo de elaboração das leis, arrolados no art. 61 da Constituição.
Veja quem são esses legitimados no gráfico a seguir:

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No que diz respeito à iniciativa, destacam-se as seguintes características:


a) Ausência de iniciativa popular: ao contrário do que ocorre no processo legislativo das
leis, não há previsão para que o cidadão apresente proposta de emenda à Constituição
Federal;
b) Ausência de iniciativa reservada: diferentemente do que ocorre no processo legislativo
das leis, não há iniciativa reservada a emenda constitucional. Qualquer dos legitimados
pode apresentar proposta de emenda constitucional sobre todas as matérias não vedadas
pela Carta Magna;
c) Ausência de participação dos Municípios. Esses entes federados não dispõem de
iniciativa de proposta de emenda constitucional, nem participam das discussões e
votações da mesma.
d) Participação dos Estados e do Distrito Federal. Esses entes da Federação participam
tanto na apresentação de proposta de emenda constitucional, por meio das Assembleias
Legislativas (CF, art. 60, II I), quanto das discussões e deliberações sobre a mesma. Isso
porque o Senado Federal representa os Estados e o Distrito Federal. Nesse ponto,
diferenciam-se dos Municípios, que não participam do processo de reforma à Constituição
por não terem representantes no Congresso Nacional.
Outras importantes características do processo legislativo de emenda à Constituição são:
a) Ausência de previsão, pela Constituição, de Casa iniciadora obrigatória. A discussão e a
votação de proposta de emenda à Constituição podem ser iniciadas tanto na Câmara dos
Deputados quanto no Senado Federal.
b) Ausência de Casa “revisora”. A segunda Casa Legislativa, diferentemente do que
ocorre no procedimento legislativo ordinário (referente às leis), não revisa o texto
aprovado pela Casa em que foi apresentada a emenda. Ao contrário disso, ela o aprecia
como novo, podendo alterá-lo livremente. Em caso de alterações substanciais, o texto
retorna à primeira Casa, para que ela faça sua apreciação integral, podendo, igualmente
modificá-lo livremente. O texto final é aprovado quando a matéria recebe votos favoráveis
de, pelo menos, 3/5 dos membros de ambas as Casas (Senado Federal e Câmara dos
Deputados), em dois turnos de votação.
É importante destacar que o STF entende que somente é obrigatório o retorno da
proposta de emenda à Constituição à Casa Legislativa de origem quando ocorrer
modificação substancial de seu texto. Se a modificação do texto não resultar em alteração

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substancial do seu sentido, a proposta de emenda constitucional não precisa voltar à Casa
iniciadora.20
Continuando o estudo das limitações formais ao processo de reforma da Constituição, destaca-se
que outra importante limitação desse tipo diz respeito à discussão, votação e aprovação do
projeto de emenda Constitucional. De acordo com o art. 60, § 2º da CF/88, a proposta de
emenda constitucional será discutida e votada em cada Casa do Congresso Nacional, em dois
turnos, considerando-se aprovada se obtiver, em ambos, três quintos dos votos dos respectivos
membros. Trata-se, portanto, de um processo legislativo mais dificultoso que aquele de
aprovação de uma lei, que exige votação em apenas um turno. O mesmo dispositivo exige,
ainda, deliberação qualificada para a aprovação da emenda (três quintos dos votos dos
respectivos membros), bem mais difícil de se obter do que a de aprovação das leis (maioria
simples - art. 47 da CF).
A terceira limitação ao poder de reforma da Constituição diz respeito à promulgação. O § 3º do
art. 60 determina que a emenda à Constituição será promulgada pelas Mesas da Câmara dos
Deputados e do Senado Federal, com o respectivo número de ordem. Esse dispositivo
estabelece, portanto, diferenças importantes no que se refere ao processo legislativo das leis:
a) Diferentemente do que ocorre no projeto de lei, a proposta de emenda à Constituição
não se submete a sanção ou veto do Chefe do Poder Executivo;
b) Ao contrário do que ocorre no processo legislativo das leis, o Presidente da República
não dispõe de competência para promulgação de uma emenda à Constituição;
c) A numeração das emendas à Constituição segue ordem própria, distinta daquela das
leis (EC nº 1; EC nº 2; EC nº 3 e assim sucessivamente).
Finalmente, tem-se a limitação processual ou formal prevista no § 5º do art. 60, que determina
que “a matéria constante de proposta de emenda rejeitada ou havida por prejudicada não pode
ser objeto de nova proposta na mesma sessão legislativa”. O dispositivo estabelece, portanto, a
irrepetibilidade, na mesma sessão legislativa, de proposta de emenda à Constituição rejeitada ou
havida por prejudicada. Essa irrepetibilidade é absoluta. Matéria constante de proposta de
emenda constitucional rejeitada ou havida por prejudicada jamais poderá constituir nova
proposta de emenda na mesma sessão legislativa.
Verifica-se, portanto, mais uma distinção em relação ao processo legislativo das leis. Isso porque
a matéria constante de projeto de lei rejeitado poderá constituir objeto de novo projeto, na
mesma sessão legislativa, desde que mediante proposta da maioria absoluta dos membros de
qualquer das Casas do Congresso Nacional (CF, art. 67). Assim, a irrepetibilidade de proposta de
emenda constitucional rejeitada ou havida por prejudicada é absoluta, enquanto de projeto de lei
rejeitado é relativa.
4) No que concerne às limitações materiais, essas existem quando a Constituição estabelece que
determinadas matérias não poderão ser abolidas por meio de emenda. O legislador constituinte
originário, portanto, estabelece um núcleo essencial que não poderá ser suprimido por ação do
poder constituinte derivado.
Essas limitações são divididas doutrinariamente em dois grupos: explícitas ou expressas, quando
constam expressamente do texto constitucional e, em oposição, implícitas ou tácitas, quando não

20
ADI 2.666/DF, rel. Min. Ellen Gracie; ADC 3/DF, rel. Min. Nelson Jobim.

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estão expressas no texto da Carta Magna. Os dois tipos de limitações materiais estão presentes
na CF/88.
O primeiro tipo delas – explícitas ou expressas – se verifica no § 4º do art. 60, segundo o qual
não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir: a forma federativa de
Estado; o voto direto, secreto, universal e periódico; a separação dos Poderes e os direitos e
garantias individuais. Trata-se das chamadas “cláusulas pétreas expressas”, que são insuscetíveis
de abolição por meio de emenda constitucional.

Um ponto importante a se destacar é que, considerando que o processo legislativo de emendas


constitucionais deve observância à Constituição Federal, o STF entende que qualquer proposta
de emenda tendente a abolir cláusula pétrea, ou que desrespeite as prescrições do art. 60 da
CF/88, não pode sequer ser objeto de deliberação no Congresso Nacional. Isso porque, nesse
caso, o processo legislativo representa desrespeito à Constituição Federal.
Outro ponto a ser memorizado por você é que o Pretório Excelso entende que a cláusula pétrea
“direitos e garantias individuais” protege direitos e garantias dispersos pela Constituição, e não
apenas aqueles enumerados no artigo 5º da Carta Magna.
Já as limitações implícitas ao poder de reforma são limites tácitos que, segundo a doutrina, se
impõem ao constituinte derivado. São eles: a titularidade do Poder Constituinte Originário e
Derivado e os procedimentos de reforma e revisão constitucional.
Analisemos, pois, cada uma dessas limitações.
A primeira delas, como se viu, refere-se à titularidade do poder constituinte originário. Sabe-se
que a titularidade do poder constituinte originário é do povo: somente a ele cabe decidir a
conveniência e a oportunidade de se elaborar uma nova Constituição. Por esse motivo, é
inconstitucional qualquer emenda à Constituição que retire tal atribuição do povo, outorgando-a
a um órgão constituído.
No que se refere à titularidade do poder constituinte derivado, pelas mesmas razões expressas
acima, é inconstitucional qualquer emenda à Constituição que transfira a competência de
reformar a Constituição atribuída ao Congresso Nacional (representante do povo) a outro órgão
do Estado (ao Presidente da República, por exemplo). Isso porque tal competência foi fixada pelo
poder constituinte originário, cabendo, portanto, unicamente a esse poder determinar a
competência para sua modificação.
Por fim, o procedimento de revisão constitucional (ADCT, art. 3º), bem como o de reforma
constitucional (CF, art. 60), são limitações materiais implícitas. Seria flagrantemente

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inconstitucional, por exemplo, emenda à Constituição que estabelecesse novo quórum para a
aprovação de emendas constitucionais. Da mesma forma, não seria válida emenda constitucional
que criasse novas cláusulas pétreas.

Leis Complementares
As leis complementares apresentam processo legislativo próprio, mais dificultoso que o das leis
ordinárias, porém mais fácil que o de reforma à Constituição. Isso porque o legislador
constituinte entendeu que certas matérias, embora de extrema relevância, não deviam ser
regulamentadas pela própria Constituição Federal, mas também não poderiam se sujeitar à
possibilidade de constantes alterações pelo processo legislativo ordinário.
Diante disso, tem-se que as leis complementares se diferenciam das ordinárias em dois aspectos:
o material e o formal.
A diferença do ponto de vista material consiste no fato de que os assuntos tratados por lei
complementar estão expressamente previstos na Constituição, o que não acontece com as leis
ordinárias. Estas têm campo material residual.
Já a diferença do ponto de vista formal diz respeito ao processo legislativo. Enquanto o quórum
para a aprovação da lei ordinária é de maioria simples (art. 47, CF), o da lei complementar é de
maioria absoluta (art. 69), ou seja, o primeiro número inteiro subsequente à metade dos membros
da Casa Legislativa. As demais fases do procedimento de elaboração da lei complementar
seguem o processo ordinário.

Medidas Provisórias
A medida provisória é ato normativo primário geral, editado pelo Presidente da República.
Segundo o art. 62 da Carta Magna, em caso de relevância e urgência, o Presidente da República
poderá adotar medidas provisórias, com força de lei, devendo submetê-las de imediato ao
Congresso Nacional. Caso este esteja de recesso, não há a necessidade de convocação
extraordinária.
Os requisitos de “relevância” e “urgência”, necessários para a edição de medida provisória, são
conceitos jurídicos indeterminados e, por isso, estão inseridos na esfera da discricionariedade
administrativa. O Presidente da República é que avalia, discricionariamente, se estes requisitos
estão presentes.
Diante disso, surge um questionamento importante. Pode o Poder Judiciário examinar o mérito
dos requisitos de “urgência e relevância”?
O STF considera que é possível o controle jurisdicional dos requisitos de urgência e relevância,
mas apenas em casos excepcionais, nos quais for evidente a ausência desses pressupostos.21 O
Poder Judiciário poderá, então, avaliar a relevância e a urgência de medida provisória sem que
isso configure qualquer violação ao princípio da separação de poderes.
A medida provisória não pode tratar de qualquer matéria, em virtude da existência de limitações
constitucionais à sua edição. De acordo com o art. 62, §1º, da CF:

§ 1º É vedada a edição de medidas provisórias sobre matéria:

21
ADI 4029, Rel. Min. Luiz Fux. Julgamento: 08.03.2012

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I - relativa a:
a) nacionalidade, cidadania, direitos políticos, partidos políticos e direito eleitoral;
b) direito penal, processual penal e processual civil;
c) organização do Poder Judiciário e do Ministério Público, a carreira e a garantia
de seus membros;
d) planos plurianuais, diretrizes orçamentárias, orçamento e créditos adicionais e
suplementares, ressalvado o previsto no art. 167, § 3º;
II - que vise a detenção ou sequestro de bens, de poupança popular ou qualquer
outro ativo financeiro;
III - reservada a lei complementar;
IV - já disciplinada em projeto de lei aprovado pelo Congresso Nacional e
pendente de sanção ou veto do Presidente da República.

No que se refere à matéria orçamentária, há uma exceção à vedação de que medida provisória
disponha sobre esta: trata-se da possibilidade de abertura de créditos extraordinários22 por meio
desse instrumento normativo.
Segundo o STF23, não caracteriza afronta à vedação imposta pelo art. 62, § 1º, IV, da Constituição
Federal a edição de medida provisória no mesmo dia em que o Presidente da República sanciona
ou veta projeto de lei com conteúdo semelhante. Isso porque projeto de lei aprovado pelo
Congresso Nacional e sancionado pelo Presidente da República não mais se encontra “pendente
de sanção ou veto”.
Vejamos, agora, como se dá o rito de aprovação da medida provisória. Uma vez editada pelo
Presidente, esta deverá ser submetida, de imediato, ao Congresso Nacional, onde terá o prazo
de 60 (sessenta) dias (prorrogáveis por mais sessenta) para ser apreciada. Esses prazos não
correm durante os períodos de recesso do Congresso Nacional.
Lá, ela será apreciada por uma comissão mista, composta de senadores e deputados, que
apresentará um parecer favorável ou não à sua conversão em lei. Emitido o parecer, o Plenário
das Casas Legislativas examinará a medida provisória. A votação será iniciada, obrigatoriamente,
pela Câmara dos Deputados, que é a Casa iniciadora.
A partir daí, há 3 (três) possibilidades no processo de deliberação de medida provisória:
a) Caso a medida provisória seja integralmente convertida em lei, o Presidente do Senado
Federal a promulgará, remetendo-a para publicação. Nesse caso, não há que se falar em
sanção ou veto do Presidente da República, uma vez que a medida provisória foi aprovada
exatamente nos termos por ele propostos.
b) Caso a medida provisória seja integralmente rejeitada ou perca sua eficácia por decurso
de prazo (em face da não apreciação pelo Congresso Nacional no prazo estabelecido), o
Congresso Nacional baixará ato declarando-a insubsistente e deverá disciplinar, por meio
22
Os créditos extraordinários são espécies do gênero créditos adicionais, destinados a reforçar o orçamento
previsto na Lei Orçamentária Anual (LOA). Destinam-se a despesas urgentes e imprevisíveis, tais como guerra,
calamidade pública ou comoção interna.
23
ADI 2601/DF, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgamento em 19.8.2021.

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de decreto legislativo, no prazo de sessenta dias, as relações jurídicas dela decorrentes.


Caso contrário, as relações jurídicas surgidas no período permanecerão regidas pela
medida provisória.

A omissão do Congresso Nacional, ao deixar de editar decreto legislativo, faz


com que surja hipótese de ultratividade de medida provisória rejeitada (expressa
ou tacitamente), ou seja, a medida provisória continuará regendo as relações
jurídicas constituídas e os atos praticados durante o período em que ela vigorou.

c) Se forem introduzidas modificações no texto original da medida provisória (conversão


parcial), esta será transformada em “projeto de lei de conversão”, o qual, após aprovação,
será encaminhado ao Presidente da República para sanção ou veto. A partir daí, seguirá o
trâmite do processo legislativo ordinário.

Quando uma medida provisória é editada, ela suspende a eficácia da norma


anterior que lhe for contrária. Caso a medida provisória não seja convertida em
lei ou perca sua eficácia por decurso de prazo, será restaurada a eficácia da
norma suspensa. É o que se chama de “efeito repristinatório”.

Na ADI nº 5127, o STF decidiu que o Congresso Nacional não pode incluir, em medidas
provisórias editadas pelo Poder Executivo, emendas parlamentares que não tenham pertinência
temática com a norma. Em outras palavras, as alterações em medida provisória devem ter
pertinência temática com o seu texto original. Caso as emendas parlamentares em medida
provisória sejam estranhas ao conteúdo do texto original, fica configurado o “contrabando
legislativo”, prática vedada pela Constituição Federal.24
Como já dissemos, as medidas provisórias têm eficácia pelo prazo de sessenta dias a partir de
sua publicação, prorrogável uma única vez por igual período. A prorrogação dá-se de forma
automática, sem precisar de ato do Chefe do Executivo. Os prazos não correm durante os
períodos de recesso do Congresso Nacional.
Destaca-se que, mesmo após decorrido o prazo de cento e vinte dias, contado da sua edição,
uma medida provisória conserva integralmente a sua vigência se, nesse período, tiver sido
aprovado, pelo Congresso Nacional, um projeto de lei de conversão e esse projeto estiver
aguardando sanção presidencial.
Se a medida provisória não for apreciada em até 45 dias contados de sua publicação, entrará em
regime de urgência, subsequentemente, em cada uma das Casas do Congresso Nacional. Nesse
caso, ficarão sobrestadas, até que se ultime a votação, “todas as demais deliberações
legislativas” da Casa em que a medida provisória estiver tramitando (art. 62, § 6º, CF/88).

24
ADI 5127, Rel. Min. Rosa Weber, red. p/ o acórdão Min. Edson Fachin, Julg: 15.10.2015.

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Para o STF, esse trancamento de pauta não abrange toda e qualquer deliberação da Casa
Legislativa, mas apenas aquelas matérias que sejam passíveis de regramento por medida
provisória.25 Assim, podem ser apreciadas pela Casa Legislativa propostas de emenda
constitucional, projetos de lei complementar, resoluções e decretos legislativos, ainda que haja o
trancamento de pauta pela demora na apreciação de medida provisória.
O trancamento da pauta da Casa Legislativa não interromperá a contagem do prazo (sessenta
dias, prorrogáveis por mais sessenta) para a conclusão do processo legislativo da medida
provisória. Deduz-se, com isso, que é possível que, mesmo com o trancamento de pauta, haja
expiração do prazo para a conclusão do processo legislativo, sem que o Congresso Nacional
tenha ultimado a apreciação da medida provisória. Nessa situação, a medida provisória perderá
sua eficácia, desde a sua edição, por decurso de prazo (ex tunc).
A jurisprudência do STF não admite que medida provisória submetida ao Congresso Nacional
seja retirada pelo Chefe do Poder Executivo. Entretanto, aceita que medida provisória nessa
situação seja revogada por outra. Nesse caso, a matéria constante da medida provisória
revogada não poderá ser reeditada, em nova medida provisória, na mesma sessão legislativa.
No que se refere aos estados-membros, segundo o STF, estes podem adotar medida provisória,
desde que haja previsão de edição dessa espécie normativa em sua Constituição, nos mesmos
moldes da Constituição Federal. Para maior compreensão do tema, destaca-se o seguinte
julgado, tendo como Relatora a Ministra Ellen Gracie:
“No julgamento da ADI 425, rel. Min. Maurício Corrêa, DJ 19.12.03, o Plenário desta Corte já
havia reconhecido, por ampla maioria, a constitucionalidade da instituição de medida provisória
estadual, desde que, primeiro, esse instrumento esteja expressamente previsto na Constituição
do Estado e, segundo, sejam observados os princípios e as limitações impostas pelo modelo
adotado pela Constituição Federal, tendo em vista a necessidade da observância simétrica do
processo legislativo federal. Outros precedentes: ADI 691, rel. Min. Sepúlveda Pertence, DJ
19.06.92 e ADI 812-MC, rel. Min. Moreira Alves, DJ 14.05.93. Entendimento reforçado pela
significativa indicação na Constituição Federal, quanto a essa possibilidade, no capítulo referente
à organização e à regência dos Estados, da competência desses entes da Federação para
"explorar diretamente, ou mediante concessão, os serviços locais de gás canalizado, na forma da
lei, vedada a edição de medida provisória para a sua regulamentação" (art. 25, § 2º)” (ADI 2391
SC, 15/08/2006)
Dessa forma, a instituição de medidas provisórias pelos estados-membros é facultativa,
dependendo de previsão expressa na Constituição Estadual. De qualquer maneira, caso o estado
opte por instituir medidas provisórias, deverão ser respeitados os princípios e limites
estabelecidos pela Constituição Federal de 1988.

25
MS 27931/DF, Rel. Min. Celso de Mello, Julgamento em 29.06.2017

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(TCE-PE – 2017) A regra da separação dos poderes impede que os requisitos de relevância e
urgência, necessários à edição de medidas provisórias pelo presidente da República, sejam
submetidos ao crivo do Poder Judiciário.
Comentários:
Na ADI 4029, o STF considerou que é possível o controle jurisdicional dos requisitos de urgência
e relevância, mas apenas em casos excepcionais, nos quais for evidente a ausência desses
pressupostos. Questão errada.
(MPE-MS – 2015) É vedada edição de medidas provisórias sobre matéria relativa a direito
processual civil e organização do Ministério Público.
Comentários:
De fato, não podem ser editadas medidas provisórias sobre direito processual civil e organização
do Ministério Público. Questão correta.
(TCU – 2015) Os estados não são obrigados a prever medida provisória no seu processo
legislativo. Entretanto, caso optem por incluir tal medida entre os instrumentos do processo
legislativo estadual, eles devem observar os princípios e limites estabelecidos a esse respeito na
CF.
Comentários:
Os estados-membros podem instituir medidas provisórias. Porém, caso o façam, deverão
observar os princípios e limites da CF/88. Questão correta.
(Prefeitura de Curitiba – 2015) Caberá à comissão mista de Deputados e Senadores examinar as
medidas provisórias e sobre elas emitir parecer, antes de serem apreciadas, em sessão conjunta,
pelas duas Casas do Congresso Nacional, na forma do regimento comum. 
Comentários:
As medidas provisórias não são apreciadas em sessão conjunta. Elas são apreciadas por cada
Casa Legislativa, separadamente. Questão errada.
(TJ-SC – 2015) A medida provisória que, no processo de conversão em lei, for aprovada pelo
Congresso Nacional sem alterações, não cabe ser submetida à sanção ou veto do Presidente da
República, diferentemente do que ocorre com os projetos de lei de iniciativa do Presidente da
República aprovados, sem modificações, pelo Congresso Nacional. 
Comentários:
Caso sejam introduzidas modificações no texto original da medida provisória, ela será
transformada em “projeto de lei de conversão”, que será encaminhado ao Presidente da
República para sanção ou veto.
Em contrapartida, caso a medida provisória seja integralmente convertida em lei, não haverá
sanção ou veto presidencial. Cabe destacar que os projetos de lei de iniciativa do Presidente da
República, mesmo quando aprovados sem alteração, deverão ser objeto de sanção ou veto.
Questão correta.
(MPT – 2015) Se não editado o decreto legislativo tendente a disciplinar as relações jurídicas
decorrentes de medida provisória rejeitada ou que perdeu a eficácia por decurso de prazo, em
até sessenta dias da data da rejeição ou da perda da eficácia da norma, as relações jurídicas

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constituídas e decorrentes de atos praticados durante sua vigência conservar-se-ão por ela
regidas.
Comentários:
No caso de medida provisória integralmente rejeitada ou que perdeu a eficácia por decurso do
prazo, o Congresso Nacional terá 60 dias para editar decreto legislativo regulando as relações
jurídicas dela decorrentes. Caso não o faça, as relações jurídicas surgidas no período
permanecerão regidas pela medida provisória. Questão correta.
(SEFAZ-PE – 2015) É expressamente vedada a adoção de medidas provisórias sobre matéria
relativa a planos plurianuais, diretrizes orçamentárias, orçamentos e créditos adicionais e
suplementares, ressalvada uma única exceção. 
Comentários:
É isso mesmo! As medidas provisórias somente poderão ser usadas, em matéria orçamentária,
para a abertura de créditos extraordinários. Questão correta.
(TRT 6a Região – 2015) O processo de conversão em lei das medidas provisórias exige que o
texto aprovado no âmbito do Poder Legislativo seja, em qualquer hipótese, promulgado pelo
Presidente da República.
Comentários:
Caso a medida provisória seja integralmente convertida em lei, ela será promulgada pelo
Presidente do Senado Federal. Questão errada.
Leis Delegadas
As leis delegadas são elaboradas pelo Presidente da República, no exercício de sua função
atípica legislativa. O Presidente editará a lei delegada com base em delegação do Congresso
Nacional; é justamente isso o que dá nome de lei “delegada” a essa espécie normativa. Pelo fato
de o Congresso Nacional delegar a atribuição de legislar a alguém que não integra o Poder
Legislativo, a doutrina diz que trata-se da delegação “externa corporis”.
A elaboração de uma lei delegada depende, em primeiro lugar, de uma solicitação do Presidente
ao Congresso Nacional. Por meio de mensagem, o Presidente solicita que o Congresso lhe
delegue a competência para legislar sobre determinada matéria. Feita essa solicitação, o
Congresso Nacional a examinará e, caso a aprove, editará resolução que especificará o conteúdo
e os termos para o exercício da delegação concedida. Será inconstitucional um ato de delegação
genérico, vago, que dê poderes ilimitados ao Presidente da República em termos de
competência legislativa.
A delegação é ato discricionário do Congresso Nacional, podendo ser revogada a qualquer
tempo. Pode ser de dois tipos:
a) Delegação típica (própria): Nesse tipo de delegação (que costuma ser a regra), o
Congresso Nacional limita-se a atribuir ao Presidente a competência para editar lei sobre
determinada matéria. O Presidente irá, então, elaborar, promulgar e publicar a lei
delegada, sem qualquer intervenção do Congresso nesse procedimento.
b) Delegação atípica (imprópria): Nesse tipo de delegação, a resolução do Congresso
Nacional prevê que o projeto de lei delegada elaborado pelo Presidente deverá ser
apreciado pelo Poder Legislativo antes de ser convertido em lei.

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Nesse caso, o Congresso Nacional sobre ele deliberará, em votação única, vedada
qualquer emenda. Caso aprovada, a lei delegada será encaminhada ao Presidente da
República, para que a promulgue e publique. Se rejeitado, o projeto será arquivado,
somente podendo ser reapresentado, na mesma sessão legislativa, por solicitação da
maioria absoluta dos membros de uma das Casas do Congresso Nacional (princípio da
irrepetibilidade).
A delegação não vincula o Presidente da República, que, mesmo diante dela, poderá não editar
a lei delegada. Também não retira do Legislativo o poder de regular a matéria. Além disso, o
Congresso Nacional pode revogar a delegação antes do encerramento do prazo fixado na
resolução.
Da mesma forma que ocorre com as medidas provisórias, as leis delegadas não podem cuidar de
qualquer matéria. De modo geral, a matéria vedada à medida provisória coincide com a que é
proibida à lei delegada. Essa coincidência, porém, não é absoluta, pois há proibições que se
aplicam somente à medida provisória (por exemplo, determinar sequestro de bens), bem como
vedações que somente são impostas à lei delegada (por exemplo, dispor sobre direitos
individuais). Vejamos o que dispõe o art. 68, § 1º, da Constituição Federal:

§ 1º - Não serão objeto de delegação os atos de competência exclusiva do


Congresso Nacional, os de competência privativa da Câmara dos Deputados ou
do Senado Federal, a matéria reservada à lei complementar, nem a legislação
sobre:
I - organização do Poder Judiciário e do Ministério Público, a carreira e a garantia
de seus membros;
II - nacionalidade, cidadania, direitos individuais, políticos e eleitorais;
III - planos plurianuais, diretrizes orçamentárias e orçamentos.

A Carta Magna outorgou ao Congresso Nacional a competência para sustar os atos do Executivo
que exorbitem dos limites da delegação legislativa. O ato de sustação surtirá efeitos
não-retroativos (ex nunc). Trata-se do chamado “veto legislativo”.
Esse controle legislativo não veda uma eventual declaração de inconstitucionalidade pelo Poder
Judiciário, quanto à matéria ou quanto aos requisitos formais do processo legislativo. De acordo
com o STF, se o Congresso Nacional sustar os efeitos de ato normativo do Poder Executivo, a
ação de sustação poderá sofrer controle repressivo judicial. Assim, após o ato de sustação
efetuado pelo Congresso Nacional (decreto legislativo), poderá o Chefe do Executivo pleitear
judicialmente a declaração de sua inconstitucionalidade, por meio de ação direta de
inconstitucionalidade (ADI) ajuizada perante o Supremo Tribunal Federal.

(MPE-PR – 2014) Não serão objeto de lei delegada os atos de competência exclusiva do
Congresso Nacional, os de competência privativa da Câmara dos Deputados ou do Senado

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Federal, a matéria reservada à lei complementar, nem a legislação sobre nacionalidade,


cidadania, direitos individuais, políticos e eleitorais.
Comentários:
É exatamente o que prevê o art. 68, § 1º, I, CF/88. A lei delegada não poderá versar sobre essas
matérias. Questão correta.
(AL-BA – 2014) Uma das modalidades normativas é a lei delegada, que deve ser solicitada ao
Legislativo. O veículo de delegação será decreto legislativo da Câmara dos Deputados.
Comentários:
A delegação legislativa será feita mediante resolução do Congresso Nacional. Questão errada.
(MPE-MT – 2014) As leis delegadas serão elaboradas pelo Presidente da República mediante
resolução do Congresso Nacional, autorizando-o a legislar sobre matérias específicas e
delimitando os termos de seu exercício. 
Comentários:
É o Presidente da República que elabora as leis delegadas, após receber a delegação legislativa do
Congresso Nacional. Questão correta.

Decretos Legislativos e Resoluções


Os decretos legislativos e as resoluções são espécies normativas primárias, com hierarquia de lei
ordinária. Não estão sujeitos à sanção ou veto do Presidente da República.
Os decretos legislativos são atos editados pelo Congresso Nacional para o tratamento de
matérias de sua competência exclusiva (art. 49 da CF), dispensada a sanção presidencial.
Segundo o Prof. José Afonso da Silva, os decretos legislativos são atos com efeitos externos ao
Congresso Nacional.
As resoluções, por sua vez, são espécies normativas editadas pelo Congresso Nacional, pelo
Senado Federal ou pela Câmara dos Deputados. São utilizadas para dispor sobre assuntos de sua
competência que não estão sujeitos à reserva de lei. Esses assuntos são basicamente aqueles
enumerados nos arts. 51 e 52 da Constituição, que apontam as competências privativas da
Câmara e do Senado, respectivamente.
A Carta Magna exige a edição de resoluções, também, em outros dispositivos constitucionais,
dentre os quais:
a) delegação legislativa para a edição de lei delegada (resolução do Congresso Nacional);
b) definição das alíquotas máximas do imposto da competência dos Estados e do DF,
sobre transmissão “causa mortis” e doações, de quaisquer bens ou direitos (resoluções do
Senado);
c) fixação das alíquotas do imposto sobre circulação de mercadorias e serviços aplicáveis
às operações e prestações interestaduais e de exportação (resoluções do Senado)
d) Suspensão de execução de lei declarada inconstitucional pelo STF (resoluções do
Senado).
A promulgação da resolução se dá pelo Presidente da respectiva Casa legislativa.

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(Advogado da União – 2015) No ordenamento jurídico brasileiro, admitem-se a autorização de


referendo e a convocação de plebiscito por meio de medida provisória.
Comentários:
A autorização de referendo e convocação de plebiscito são matérias da competência exclusiva do
Congresso Nacional (art. 49, XV, CF/88). Portanto, são realizadas mediante decreto legislativo.
Questão errada.

Processo Legislativo Orçamentário


O PPA, a LDO e a LOA são leis de iniciativa do Poder Executivo (art. 165, CF), devendo ser
apreciadas pelas duas Casas do Congresso Nacional, nos parâmetros do regimento comum (art.
166, CF). Seu processo legislativo apresenta várias peculiaridades, conforme veremos a seguir.
O art. 165, § 9º, da Constituição Federal de 1988 determina que:

Art. 165, § 9.º Cabe à lei complementar:


I – dispor sobre o exercício financeiro, a vigência, os prazos, a elaboração e a
organização do plano plurianual, da lei de diretrizes orçamentárias e da lei
orçamentária anual;
II – estabelecer normas de gestão financeira e patrimonial da administração direta
e indireta bem como condições para a instituição e funcionamento de fundos.
III - dispor sobre critérios para a execução equitativa, além de procedimentos que
serão adotados quando houver impedimentos legais e técnicos, cumprimento de
restos a pagar e limitação das programações de caráter obrigatório, para a
realização do disposto no § 11 do art. 166.

Como essa lei ainda não foi editada, é a Lei 4.320/64, recepcionada como lei complementar, que
prevê as normas gerais de direito financeiro para os entes federados.
O processo legislativo se inicia com a elaboração da proposta legislativa. As leis orçamentárias
são, conforme o art. 165 da Constituição Federal, de iniciativa do Poder Executivo. Na esfera
federal, essa iniciativa é de competência privativa do Presidente da República (art. 84, XXIII, CF).
Trata-se de iniciativa vinculada, uma vez que deve ser exercida obrigatoriamente pelo seu titular
em determinado período, por disposição constitucional e legal. Nesse sentido, o art. 85 da
Constituição Federal determina que são crime de responsabilidade os atos do Presidente da
República que atentem contra a lei orçamentária.
Destaca-se que a Constituição Federal assegurou a autonomia administrativa e financeira ao
Poder Judiciário, ao Ministério Público e à Defensoria Pública. Assim, os tribunais (art. 99, § 1º,

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CF) o Ministério Público (art. 127, § 3º, CF) e as Defensorias Públicas (art. 134, § 2º) elaborarão
suas propostas orçamentárias, dentro dos limites estabelecidos na LDO.
Os prazos para o ciclo orçamentário, no âmbito federal, são determinados pelo art. 35, § 2º, I a
III, do ADCT:

Art. 35, § 2.º Até a entrada em vigor da lei complementar a que se refere o art.
165, § 9.º, I e II, serão obedecidas as seguintes normas:
I – o projeto do plano plurianual, para vigência até o final do primeiro exercício
financeiro do mandato presidencial subsequente, será encaminhado até quatro
meses antes do encerramento do primeiro exercício financeiro e devolvido para
sanção até o encerramento da sessão legislativa;
II – o projeto de lei de diretrizes orçamentárias será encaminhado até oito meses
e meio antes do encerramento do exercício financeiro e devolvido para sanção
até o encerramento do primeiro período da sessão legislativa;
III – o projeto de lei orçamentária da União será encaminhado até quatro meses
antes do encerramento do exercício financeiro e devolvido para sanção até o
encerramento da sessão legislativa.

Note que o texto constitucional prevê dois prazos, para cada uma das leis orçamentárias: um
para encaminhamento da proposta e outro para devolução. O primeiro consiste na data limite
para o Executivo enviar ao Legislativo os projetos de lei orçamentária. Já o segundo corresponde
à data limite para que o Poder Legislativo envie os projetos para a sanção do Chefe do
Executivo. Esquematizando:

Os prazos referentes ao ciclo orçamentário dos Estados e dos Municípios constam das respectivas
Constituições Estaduais ou Leis Orgânicas.
A fase de discussão se subdivide em proposição de emendas (emendamento), voto do relator,
redação final e proposição em Plenário. Nela, os parlamentares debatem sobre a proposta
legislativa. A apreciação dos projetos das leis orçamentárias (PPA, LDO e LOA) é feita pelas duas
Casas do Congresso Nacional, na forma do regimento comum (art. 166, CF).

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No que se refere à fase de emendamento, determina a Constituição que as emendas aos


projetos de leis orçamentárias serão apresentadas na Comissão mista, que sobre elas emitirá
parecer, e apreciadas, na forma regimental, pelo Plenário das duas Casas do Congresso Nacional.
Essa comissão, como o nome nos faz imaginar, é composta de deputados e senadores (art. 166, §
2º, CF/88).
As emendas ao projeto de lei do orçamento anual ou aos projetos que o modifiquem somente
podem ser aprovadas caso (art. 166, § 3º, CF/88):
a) Sejam compatíveis com o plano plurianual e com a lei de diretrizes orçamentárias;
b) Indiquem os recursos necessários, admitidos apenas os provenientes de anulação de
despesa, excluídas as que incidam sobre dotações para pessoal e seus encargos ou serviço
da dívida, ou, ainda, sobre transferências tributárias constitucionais para Estados,
Municípios e Distrito Federal;
c) Sejam relacionadas com a correção de erros ou omissões ou com os dispositivos do
texto do projeto de lei.
A fase de emendamento do projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias também é objeto de
limitações pela Lei Fundamental. Reza a Carta Magna (art. 166, § 4º) que as emendas ao projeto
de lei de diretrizes orçamentárias não poderão ser aprovadas quando incompatíveis com o plano
plurianual.
É importante destacar o entendimento do Supremo Tribunal Federal de que embora a iniciativa
dos projetos de leis orçamentárias seja de competência reservada do Chefe do Poder Executivo,
podem os membros do Legislativo oferecer emendas aos mesmos. Isso porque o poder de
emendar projetos de lei é prerrogativa de ordem político-jurídica inerente ao exercício da
atividade legislativa (ADI 1.050-MC, DJ de 23.04.2004). Também é importante ressaltar que o
STF entende que o plano plurianual não pode ser modificado para aumentar as despesas (ADI
2.810, DJ de 25.04.2003 e ADI 1.254-MC, DJ de 18.08.1995).
No que se refere à fase de deliberação, a regra é a não rejeição das leis orçamentárias. Nesse
sentido, dispõe a Constituição que a sessão legislativa não deverá ser interrompida sem a
aprovação do projeto de lei de diretrizes orçamentárias (art. 57, § 2º, CF). Há, contudo, uma
exceção à regra. É possível a rejeição do projeto de LOA, o que se infere a partir do art. 166, §
8º:

Art. 166, § 8º - Os recursos que, em decorrência de veto, emenda ou rejeição do


projeto de lei orçamentária anual, ficarem sem despesas correspondentes
poderão ser utilizados, conforme o caso, mediante créditos especiais ou
suplementares, com prévia e específica autorização legislativa.

No processo legislativo orçamentário, a mensagem presidencial é o instrumento usado na


comunicação entre o Presidente da República e o Congresso Nacional. A mensagem serve para
encaminhar os projetos do PPA, da LDO e da LOA e também pode ser enviada para propor
modificação nesses projetos, enquanto não iniciada a votação, na Comissão mista, da parte cuja
alteração é proposta (art. 166, § 5º, CF).

Emenda Constitucional nº 86/2015 – A PEC do Orçamento Impositivo


O orçamento público tem a característica de ser autorizativo, e não impositivo. O Poder
Executivo não está obrigado a executar as despesas previstas na Lei Orçamentária Anual (LOA),

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possuindo mera autorização para fazê-lo. Por exemplo, suponha que a LOA destine R$ 5 bilhões
para a Segurança Pública. Desse valor, nem tudo precisa ser gasto, ou seja, nem tudo precisa ser
executado.
Isso sempre levou a uma intensa negociação política entre Poder Executivo e o Poder Legislativo.
Você já ouviu falar do “toma lá, dá cá”, não é? Pois bem. Os parlamentares sempre tiveram a
prerrogativa de apresentar emendas parlamentares para alteração da LOA, mas o Poder
Executivo não era obrigado a executá-las.
O Poder Executivo, então, só executava as emendas parlamentares daqueles congressistas que
“votassem com o governo”. Por outro lado, os parlamentares que não apoiassem o governo, não
tinham suas emendas executadas, ficando em “maus lençóis” com sua base de apoio.
Foi por essa razão que se começou a trabalhar na Emenda Constitucional nº 86/2015, que ficou
conhecida como “PEC do Orçamento Impositivo”. Vamos entender o porquê desse nome.
Quando se fala em “orçamento impositivo”, a referência que se faz é à obrigatoriedade de que
ocorra a execução das despesas previstas na LOA. Em outras palavras, os gestores públicos
deverão efetivamente gastar aquilo que está previsto no orçamento. É diferente da ideia de
“orçamento autorizativo”, segundo a qual a LOA apenas autoriza despesas, sem impor ao gestor
público que lhes execute.
Mas o que isso tudo tem a ver com a Emenda Constitucional nº 86?
Na verdade, a EC nº 86/2015 poderia ser chamada de “PEC das Emendas Parlamentares
Impositivas” (e não PEC do Orçamento Impositivo!). Explico....
As despesas previstas na LOA continuam sendo uma mera autorização para o gasto pelos
gestores públicos. Todavia, estabeleceu-se que as emendas parlamentares individuais (aprovadas
no limite de 1,2% da receita corrente líquida) serão obrigatoriamente executadas.
Esse é um dos pontos centrais dessa Emenda Constitucional nº 86/2015. Mas não é só isso...
Com a EC nº 86/2015, os parlamentares (considerando-se o universo total de Deputados e
Senadores!) terão direito a apresentar emendas individuais à LOA em um montante total de 1,2%
da receita líquida prevista no projeto de lei orçamentária encaminhada pelo Poder Executivo.
Algumas observações relevantes:
a) As emendas parlamentares são alterações da Lei Orçamentária Anual. Até a EC nº
86/2015, não se sabia exatamente o valor dos recursos a serem destinados às emendas
parlamentares individuais. Com a nova Emenda Constitucional, o valor das emendas
parlamentares individuais passa a ser um valor certo, definido em 1,2% da Receita
Corrente Líquida.
b) Do total previsto para as emendas parlamentares individuais, metade (50%) será
destinada a ações e serviços públicos de saúde.
c) As programações orçamentárias efetuadas com base nas “emendas parlamentares
impositivas” somente não serão de execução obrigatória nos casos de impedimentos de
ordem técnica.
A EC nº 86/2015 definiu também um percentual mínimo para os gastos da União com ações e
serviços públicos de saúde. Agora, segundo o art. 198, §2º, I, a União deverá aplicar, pelo menos,
15% da sua Receita Corrente Líquida em ações e serviços públicos de saúde.

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Emenda Constitucional nº 100/2019 – Emendas de bancada impositivas


As emendas à LOA representam uma forma de o Poder Legislativo influenciar na alocação dos
recursos públicos. Elas podem ser de 4 (quatro) diferentes tipos: individuais, de bancada, de
comissão e da relatoria. Para o nosso estudo, é interessante saber apenas a diferença entre as
emendas individuais e as emendas de bancada.
As emendas individuais são apresentadas por cada Deputado ou Senador, individualmente. As
emendas de bancada, por outro lado, são coletivas, sendo apresentadas pelas bancadas
estaduais ou regionais.
A EC nº 86/2015 tratou das emendas individuais à LOA, determinando que elas se tornassem
impositivas, ou seja, de execução obrigatória. As EC nº 100/2019, por outro lado, tem como
escopo as emendas de bancada.

Art. 166 (...)


§ 12 A garantia de execução de que trata o § 11 deste artigo aplica-se também
às programações incluídas por todas as emendas de iniciativa de bancada de
parlamentares de Estado ou do Distrito Federal, no montante de até 1% (um por
cento) da receita corrente líquida realizada no exercício anterior.

Assim, as emendas de bancada, aprovadas no montante de até 1% da Receita Corrente Líquida


(RCL) do exercício anterior, são de execução obrigatória. Em outras palavras, as emendas de
bancada passam a ser impositivas. Cabe destacar que, havendo impedimentos de ordem técnica,
as emendas de bancada, assim como as individuais, não serão executadas.

Emenda Constitucional nº 105/2019 – Emendas individuais de


Deputados Federais e Senadores
A Emenda nº 105/2019 acrescentou o art. 166-A à Constituição Federal. Esse dispositivo trata
das emendas individuais impositivas à Lei Orçamentária Anual que acarretam na transferência de
recursos do orçamento da União para os Estados, Distrito Federal e Municípios. Lembre-se que
as emendas individuais já foram objeto de atenção do reformador constituinte por ocasião da
promulgação da Emenda nº 86/2015.
As emendas individuais impositivas podem levar ao repasse de recursos da União por meio de
duas espécies de transferências financeiras (ou repasses de recursos): transferências especiais e
transferências com finalidade definida.

(Procurador de Curitiba – 2015) As emendas parlamentares ao projeto de lei orçamentária serão


aprovadas no limite de 1,2% (um inteiro e dois décimos por cento) da receita corrente líquida
prevista no projeto encaminhado pelo Poder Executivo, sendo o total desse montante destinado
a ações e serviços públicos de saúde.

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Comentários:
A EC nº 86/2015 estabeleceu que, do total previsto para as emendas parlamentares, metade será
destinada a ações e serviços de saúde. O erro foi ter dito que a “totalidade das emendas”
deveria ser destinada a essa finalidade. Questão errada.

Processo Legislativo nos Estados-membros


As regras básicas do processo legislativo estabelecidas na Constituição são de observância
obrigatória no âmbito dos Estados-membros, Distrito Federal e Municípios. Assim, esses entes
federados devem prever, de forma idêntica à da Constituição Federal:
a) as espécies normativas integrantes do processo legislativo federal, bem como o
respectivo procedimento e quórum para sua aprovação;
b) as hipóteses de iniciativa reservada e concorrente;
c) os limites do poder de emenda parlamentar;
d) as diferentes fases do processo legislativo, nas diversas espécies normativas;
e) o princípio de irrepetibilidade de projetos rejeitados na mesma sessão legislativa.

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REFORMA CONSTITUCIONAL
Introdução
O Poder Constituinte Originário, quando elabora uma nova Constituição, busca refletir os
dogmas e valores sociais em voga naquele momento. Mas a sociedade evolui, criando a
necessidade de que o texto constitucional a acompanhe, sob pena de não mais refletir a
realidade e se tornar uma mera “folha de papel”.
A necessidade de modificação do texto constitucional tem origem, portanto, na evolução da
sociedade. Ao alterar-se o texto constitucional, o objetivo é garantir-lhe mais efetividade,
compatibilizando-o com a realidade social. Nesse sentido, não seria razoável deixar a
Constituição engessada, sem possibilidades de modificações.
É por isso que, segundo o Prof. Gilmar Mendes, “aceita-se, então, que a Constituição seja
alterada, justamente com a finalidade de regenerá-la, conservá-la na sua essência, eliminando as
normas que não mais se justificam política, social e juridicamente, aditando outras que revitalizem
o texto, para que possa cumprir mais adequadamente a função de conformação da sociedade.”1
Também seria ilógico pensar que qualquer mudança no texto constitucional exigisse nova
manifestação do Poder Constituinte Originário. Este somente deve ser chamado diante de uma
ruptura da ordem política vigente, com o objetivo de instaurar uma nova ordem jurídica e,
porque não dizer, fundar um novo Estado. Nesse sentido, é comum que o próprio Poder
Constituinte Originário preveja a possibilidade de alteração da Lei Fundamental pelo Poder
Constituinte Derivado.

A Constituição Federal de 1988 é do tipo rígida, o que significa que mudanças


de seu texto exigem um processo mais dificultoso do que o de elaboração das
demais normas. Isso porque o constituinte entendeu que nossa Carta não
poderia ser imodificável – uma vez que, com a necessidade de adaptação às
evoluções sociais, seria, inevitavelmente substituída por outra -, mas também não
poderia ter suas normas vulneráveis a caprichos momentâneos ou de grupos que
ocasionalmente assumam o poder.
Da rigidez constitucional decorre o princípio da supremacia da Constituição, que
determina que a Constituição ocupe o topo da hierarquia do ordenamento
jurídico, servindo como parâmetro de validade para todas as demais normas.
Assim, todas as demais normas – leis, decretos e outras – só têm validade
quando obedecem às regras impostas pela Carta Magna.

1
MENDES, Gilmar Ferreira; COELHO, Inocêncio Mártires; BRANCO, Paulo Gustavo Gonet. Curso de Direito
Constitucional, 6ª edição. Editora Saraiva, São Paulo, 2011. pp. 134

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O Poder Constituinte Originário previu 2 (dois) procedimentos de modificação formal da


Constituição: i) emenda constitucional e ; ii) revisão constitucional. Ambos estão previstos
diretamente na Constituição Federal e constituem manifestação do Poder Constituinte Derivado.
A doutrina majoritária considera que a reforma constitucional é gênero, do qual são espécies a
emenda e a revisão constitucional. Assim, pode-se dizer que o poder de reforma inclui o poder
de emenda e o poder de revisão. 2
É importante ressaltar que esses dois procedimentos (emenda e revisão), por serem realizados
pelo Poder Constituinte Derivado, devem obediência às regras impostas pelo Poder Constituinte
Originário. Qualquer desobediência formal ou material a essas regras resulta na
inconstitucionalidade da mudança feita à Carta da República. Relembre-se de que o Poder
Constituinte Derivado é jurídico e há autores que chegam, inclusive, a dizer que ele nem deveria
ser considerado um poder “constituinte”, mas sim um Poder Constituído.
Existe ainda um processo informal de modificação da Constituição, o qual é chamado pela
doutrina de mutação constitucional. A mutação constitucional é obra do Poder Constituinte
Difuso.

Emenda Constitucional
Atualmente, a única possibilidade de alteração formal da Constituição é mediante emenda
constitucional. A proposta de emenda constitucional é discutida e votada em cada Casa do
Congresso Nacional, em dois turnos, considerando-se aprovada se obtiver, em ambos, três
quintos dos votos dos respectivos membros. Trata-se de procedimento mais dificultoso do que o
de elaboração das leis, donde se conclui que nossa Constituição é do tipo rígida.
As emendas constitucionais podem ser elaboradas a qualquer tempo; em outras palavras, o
Poder Constituinte Derivado poderá se manifestar a qualquer momento, alterando a
Constituição. Basta que sejam observados os limites constitucionais ao poder de reforma.
A aprovação das emendas constitucionais é feita em sessão bicameral, ou seja, cada uma das
Casas do Congresso Nacional atuará separadamente na discussão e votação dessa espécie
normativa. Como consequência, as emendas constitucionais são promulgadas pelas Mesas da
Câmara dos Deputados e do Senado Federal.
Pelo princípio da simetria, o procedimento de emenda constitucional, previsto no art. 60, CF/88,
é de reprodução obrigatória nas Constituições Estaduais. Segundo o STF, o procedimento de
modificação das Constituições estaduais deve ter exatamente a mesma rigidez do procedimento
exigido para alteração da Carta Magna. Nesse sentido, considerou inconstitucionais dispositivos
que exigiam aprovação de emendas por 4/5 (quatro quintos) dos membros da Assembleia
Legislativa.3

2
SILVA, José Afonso da. Curso de Direito Constitucional Positivo, 35a edição. Ed. Malheiros, São Paulo, 2012,
pp. 62
3
ADI-MC 1.722, rel. Min. Marco Aurélio, 10.12. 1997.

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Revisão Constitucional
A revisão constitucional é outro procedimento de modificação formal da Constituição
estabelecido pelo Poder Constituinte Originário, devendo, portanto, obedecer rigorosamente
aos parâmetros por ele estabelecidos.
O procedimento de revisão constitucional está previsto no art. 3º do Ato das Disposições
Constitucionais Transitórias (ADCT):

Art. 3º - A revisão constitucional será realizada após cinco anos, contados da


promulgação da Constituição, pelo voto da maioria absoluta dos membros do
Congresso Nacional, em sessão unicameral.

O Poder Constituinte Originário, conforme é possível verificar, previu que a revisão constitucional
ocorreria 5 (cinco) anos após a promulgação da CF/88, ou seja, em 1993. Nesse mesmo ano,
estava prevista a realização de plebiscito destinado a escolher a forma de governo (Monarquia ou
República) e o sistema de governo (Presidencialismo ou Parlamentarismo) a ser adotado pelo
Brasil. O objetivo do Poder Constituinte Originário, ao impor a revisão constitucional em 1993,
era, portanto, permitir ampla modificação do texto constitucional caso fosse necessário
adequá-lo a uma Monarquia ou a um sistema parlamentarista.
O resultado do plebiscito, todavia, foi pela manutenção de uma República presidencialista, o que
fez com que a revisão constitucional perdesse boa parte da sua relevância. Alguns autores
chegaram, inclusive, a dizer que a revisão constitucional tornou-se desnecessária com o resultado
do plebiscito.
A revisão constitucional constituiu-se em procedimento destinado à alteração global e geral do
texto constitucional, por meio de formalidades mais simples do que as exigidas, como veremos a
seguir, pela reforma constitucional. Em decorrência dessa previsão constitucional, em 1993/1994
foram aprovadas seis emendas constitucionais de revisão.
Na revisão constitucional, o procedimento de alteração da Constituição era mais simples. As
emendas constitucionais de revisão eram aprovadas em turno único de votação, por maioria
absoluta dos membros do Congresso Nacional. Além disso, para realizar a revisão constitucional,
o Congresso Nacional reunia-se em sessão unicameral. Uma observação: na sessão unicameral, a
discussão e a deliberação se fazem em conjunto, envolvendo os congressistas de ambas as Casas
Legislativas. Câmara e Senado se unem e se comportam como se fossem uma única Casa
Legislativa.
Como se tratou de sessão unicameral, a promulgação das emendas constitucionais de revisão foi
feita pela Mesa do Congresso Nacional. Relembre-se que as emendas constitucionais, por serem

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aprovadas em sessão bicameral, são promulgadas pela Mesa da Câmara dos Deputados e do
Senado Federal.
O procedimento de revisão constitucional é único. A Carta Magna autorizou a realização de
apenas um procedimento de revisão constitucional, 5 (cinco) anos após a sua promulgação.
Considerando-se que o prazo para sua realização já está encerrado, qualquer mudança formal da
Constituição hoje em dia somente pode se dar por meio de emenda constitucional (art. 60,
CF/88).
Está claro para todos que a CF/88 não permite que, hoje, seja realizada nova revisão
constitucional. Mas será que emenda constitucional pode prever a realização de um novo
procedimento simplificado de revisão?
Segundo a doutrina majoritária, a resposta é negativa. Uma emenda constitucional que pretenda
estabelecer novo procedimento de revisão será inconstitucional e, portanto inválida. Isso ocorrerá
porque trata-se de uma limitação implícita ao poder de reforma, que visa impedir que seja
subvertida, por completo, a vontade do legislador constituinte originário.
O procedimento de revisão constitucional se submete a limites impostos pela Carta Magna ao
poder de reforma, com destaque para as limitações materiais e circunstanciais, que estudaremos
mais à frente. Por ora, basta termos em mente que a revisão constitucional se submete aos
mesmos limites que o procedimento de emenda constitucional.
Por fim, o procedimento de revisão constitucional é inaplicável aos Estados-membros. Isso
porque ele só existiu devido à indefinição da Assembleia Constituinte quanto à forma de
governo (república ou monarquia) e ao sistema de governo (presidencialismo ou
parlamentarismo) a serem adotados pelo Brasil. Nesse sentido, entende o STF que “ao Poder
Legislativo estadual não está aberta a via de introdução, no cenário jurídico, do instituto da
revisão constitucional”.4

Comparação: Emenda Constitucional x Revisão Constitucional


Veja, a seguir, um pequeno quadro que busca comparar os procedimentos de emenda e de
revisão constitucional.

4
ADI-MC 1.722, rel. Ministro Mauco Aurélio, 10. 12. 1997.

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PROCEDIMENTOS

Revisão constitucional Emenda constitucional

Discussão e votação em cada Casa do Congresso Nacional, em


Maioria absoluta, em sessão unicameral dois turnos, com aprovação, em ambos, por 3/5 dos membros
de cada Casa. Sessão bicameral.

Promulgação pela Mesa do Congresso Nacional Promulgação pelas duas Casas Legislativas, separadamente

(MPE-PR – 2014) O constituinte de 1988 fixou, expressamente, o prazo de cinco anos, contados a
partir da promulgação da Constituição, para que pudesse ser realizada a revisão constitucional.
Comentários:
É isso mesmo. A revisão constitucional foi prevista para ocorrer 5 anos após a promulgação da
CF/88. Questão correta.
(MPE-PR – 2014) Dentre as distinções entre a emenda (art. 60 da CF/88) e a revisão
constitucional, pode-se afirmar que aquela deve ser utilizada quando se pretende operar
mudanças específicas, pontuais, enquanto esta se presta a alterações de caráter mais geral na
Constituição.
Comentários:
A revisão, ao contrário da emenda constitucional, se propõe a uma alteração de caráter geral na
CF/88. Questão correta.

Processo Legislativo das Emendas Constitucionais


A Constituição Federal de 1988 é rígida, ou seja, sua modificação depende de um processo
legislativo mais dificultoso do que o aplicável à elaboração das leis. Atualmente, a alteração da
Carta Magna somente pode ser feita mediante emendas constitucionais, as quais têm um
processo legislativo com certas peculiaridades.
O processo legislativo das emendas constitucionais está previsto no art. 60, CF/88. Vamos, a
seguir, detalhar cada uma das peculiaridades desse processo:
a) Iniciativa das emendas constitucionais:
A iniciativa é o ato que deflagra o processo legislativo. É o “pontapé inicial” do processo
legislativo e consiste na apresentação de uma PEC (Proposta de Emenda Constitucional) ao
Congresso Nacional.
Os legitimados a apresentar uma proposta de emenda constitucional são os seguintes:

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- 1/3 (um terço), no mínimo, dos membros da Câmara dos Deputados ou do Senado
Federal;
- Presidente da República;
- mais da metade das Assembleias Legislativas das unidades da Federação,
manifestando-se, cada uma delas, pela maioria relativa de seus membros.
É perceptível que o rol de legitimados para apresentação de projetos de lei (art.61, CF/88) é
bem mais amplo do que o dos legitimados a apresentar uma proposta de emenda constitucional.
Um Senador ou Deputado pode, sozinho, apresentar projeto de lei, o que não é possível para
uma PEC.
Embora exista a iniciativa popular para a apresentação de projetos de lei, esta não se aplica às
emendas constitucionais. Assim, pode-se afirmar que a iniciativa de emenda constitucional não é
facultada aos cidadãos. Essa é a posição da doutrina majoritária, ainda que haja opiniões
respeitáveis em sentido contrário, reconhecendo a iniciativa popular em emendas constitucionais.
5

Os Estados, por meio das Assembleias Legislativas, têm a prerrogativa de apresentar proposta de
emenda constitucional. Os Municípios, por sua vez, não possuem esse poder; em outras palavras,
os Municípios não têm legitimidade para a iniciativa de emenda constitucional. Aliás, cabe
ressaltar que os Municípios não participam em nada do processo legislativo das emendas à
Constituição.
Para projetos de lei, existe o que se chama de iniciativa privativa ou reservada. Por exemplo, o
Presidente da República tem a iniciativa privativa para apresentar projeto de lei sobre regime
jurídico dos servidores públicos federais. Para as emendas constitucionais, não há que se falar em
iniciativa privativa em razão da matéria. Os legitimados a apresentar proposta de emenda
constitucional (art. 60, I, II e III) poderão fazê-lo qualquer que seja o assunto.
Por último, vale destacar que não há Casa Iniciadora para propostas de emenda constitucional.
Nesse sentido, poderão iniciar sua tramitação em qualquer uma das Casas Legislativas.
b) Emendas Parlamentares:
As emendas parlamentares são proposições legislativas acessórias que alteram, de algum modo,
os projetos de lei e até mesmo as emendas constitucionais. Há que se enfatizar, todavia, que
existe uma particularidade importante para as emendas parlamentares às propostas de emendas
constitucionais.
Segundo o art. 60, § 2º, CF/88, a proposta de emenda constitucional será discutida e votada em
cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, considerando-se aprovada se obtiver, em
ambos, três quintos dos votos dos respectivos membros. Isso quer dizer que uma emenda
constitucional somente será considerada aprovada se as duas Casas Legislativas (Câmara dos
Deputados e Senado Federal) obtiverem consenso quanto ao seu texto.
Suponha, então, que uma proposta de emenda constitucional (PEC) seja aprovada na Câmara
dos Deputados. Chegando ao Senado Federal, são apresentadas emendas parlamentares a essa
PEC. Como consequência, a PEC terá que retornar à Câmara dos Deputados, para nova votação,

5
SILVA, José Afonso da. Curso de Direito Constitucional Positivo, 35a edição. Ed. Malheiros, São Paulo, 2012,
pp. 64

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em dois turnos. Caso sejam apresentadas novas emendas parlamentares na Câmara dos
Deputados, a PEC terá que voltar ao Senado. Vira um verdadeiro “pingue-pongue”!
Dessa forma, pode-se concluir que, as emendas parlamentares aprovadas em uma das Casas
levam à revisão de todo o texto da PEC pela outra Casa Legislativa (e não somente das emendas
por ela aprovadas!). Esse processo ocorre sucessivamente até que a matéria receba
integralmente votos favoráveis de, pelo menos, três quintos (3/5) dos membros de ambas as
Casas, em dois turnos de votação.
É importante ressaltar, todavia, que já decidiu o STF que o retorno de uma PEC para a outra
Casa Legislativa, após sofrer emenda parlamentar, somente será necessário caso seja promovida
alteração substancial no texto. Meras alterações na redação da PEC não implicam em seu retorno
à outra Casa Legislativa.
Dessa maneira, caso as modificações do texto não sejam substanciais ou não alterem o seu
sentido normativo, a proposta de emenda constitucional poderá ser promulgada pelas Mesas da
Câmara e do Senado Federal, desde que cumpridas todas as demais formalidades.
c) Deliberação:
A deliberação, ou votação, é o ato decisório por meio do qual se aprova ou se rejeita as
propostas de emenda à Constituição ou os projetos de lei. Trata-se de ato precedido de
discussão e estudos, seja perante as comissões parlamentares, ou perante o Plenário de cada
uma das Casas Legislativas.
No processo de reforma constitucional, exige-se discussão e votação em cada uma das Casas do
Congresso Nacional, em dois turnos, devendo a proposta de emenda constitucional ser
aprovada, em ambos os turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros. Isso nos
demonstra que o processo legislativo das emendas constitucionais é mais dificultoso do que o
processo legislativo das demais espécies normativas, o que nos permite classificar a CF/88 como
rígida.
Ao tratar da fase da deliberação, é importante mencionar a figura da “PEC-Paralela”. Para que
uma proposta de emenda constitucional seja aprovada, deve haver consenso quanto ao texto
entre as duas Casas Legislativas. Caso seja apresentada uma emenda parlamentar em uma das
Casas Legislativas que promova alteração substancial no texto, a PEC deverá retornar à outra
Casa Legislativa, para nova apreciação.
Com o passar dos anos, consolidou-se no Congresso Nacional uma prática cujo objetivo é evitar
que uma PEC retorne à outra Casa Legislativa: a “PEC- paralela”. Suponha, por exemplo, que a
Câmara dos Deputados aprove uma PEC que possui 5 artigos. A PEC segue para o Senado, que
decide suprimir 2 desses artigos. Em tese, o novo texto deveria retornar à Câmara dos
Deputados, para nova apreciação. Para evitar isso, o Senado divide a PEC em duas: i) parte em
que há consenso entre as Casas Legislativas e; ii) parte em que não há consenso. A parte da PEC
em que há consenso entre a Câmara dos Deputados e o Senado será promulgada, sem que
necessite retornar à Câmara dos Deputados. É claro que a supressão dos artigos não poderá
levar à perda do sentido normativo do texto remanescente.
O STF tem reconhecido como legítima a prática da “PEC-paralela”. Segundo a Corte Suprema
“não precisa ser reapreciada pela Câmara dos Deputados expressão suprimida pelo Senado

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Federal em texto de projeto que, na redação remanescente, aprovada de ambas as Casas do


Congresso, não perdeu sentido normativo”.6
d) Sanção e Veto:
A sanção é ato unilateral do Presidente da República, por meio do qual este manifesta sua
aquiescência (concordância) com o projeto de lei aprovado pelo Poder Legislativo. O veto, por
sua vez, é o ato unilateral do Presidente da República por meio do qual ele manifesta a
discordância com o projeto de lei aprovado pelo Poder Legislativo.
Diversamente do que acontece no processo legislativo ordinário (elaboração das leis comuns), as
propostas de emenda constitucional não se submetem à sanção ou veto do Presidente da
República. Uma vez tendo sido aprovadas pelo Poder Legislativo, as propostas de emenda
constitucional são diretamente promulgadas pelas Mesas da Câmara dos Deputados e do
Senado Federal.
Dessa maneira, pode-se concluir que o Presidente da República apenas participará do processo
legislativo das emendas constitucionais nos casos em que for dele a iniciativa da proposta de
emenda constitucional.
e) Promulgação e Publicação:
Segundo o art. 60, § 3º, CF/88, a emenda à Constituição será promulgada pelas Mesas da
Câmara dos Deputados e do Senado Federal, com o respectivo número de ordem. Assim, a
promulgação é feita pelo Poder Legislativo (e não pelo Poder Executivo).

(TCE-GO – 2015) A Constituição Federal poderá ser emendada através de proposta de mais da
metade das Assembleias Legislativas das unidades da Federação, manifestando-se, cada uma
delas, pela maioria relativa de seus membros.
Comentários:
A proposta de emenda constitucional pode ser apresentada por mais da metade das Assembleias
Legislativas das unidades da Federação, manifestando-se, cada uma delas, pela maioria relativa
de seus membros. Questão correta.
(TJ-RS – 2015) A emenda à Constituição será promulgada pela Mesa da Câmara dos Deputados
ou pela Mesa do Senado Federal.
Comentários:
Pegadinha! A emenda constitucional é promulgada pelas Mesas da Câmara dos Deputados e do
Senado Federal, atuando em conjunto. Assim, não se pode dizer que a emenda constitucional
será promulgada por “uma ou outra”. Questão errada.

6
ADI 3.367. Rel. Min. Cezar Peluso. Julgamento em 13.04.2005.

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(TCM-SP – 2015) A alteração de redação, pelo Senado Federal, da proposta de emenda


constitucional inicialmente aprovada pela Câmara dos Deputados, sempre exige o seu retorno à
Casa Iniciadora.
Comentários:
Somente haverá necessidade de retorno da proposta de emenda constitucional à Casa Iniciadora
caso as alterações no texto sejam substanciais ou seja modificado o seu sentido normativo.
Questão errada.

Limitações Constitucionais ao Poder de Reforma


O poder de reforma constitucional abrange, como já tivemos a oportunidade de dizer, o poder
de emenda e o poder de revisão. Trata-se de um poder instituído e, como tal, está sujeito a
limitações impostas pelo Poder Constituinte Originário.
As limitações ao poder de reforma devem ser seguidas à risca pelo Poder Constituinte Derivado,
sob pena de as emendas à Constituição serem declaradas inconstitucionais, seja em razão de
vícios formais ou materiais, a depender do caso.
As limitações constitucionais ao poder de reforma são de 4 (quatro) tipos diferentes: i) limitações
materiais; ii) limitações formais; iii) limitações circunstanciais; e iv) limitações temporais.
A seguir, detalharemos cada uma dessas limitações ao poder de reforma:
a) Limitações materiais:
As limitações materiais são aquelas que restringem o poder de reforma quanto ao conteúdo, à
matéria. Decorrem da intenção do Poder Constituinte Originário de estabelecer um núcleo
essencial que não poderá ser suprimido por meio de emenda constitucional.
A doutrina divide as limitações materiais ao poder de reforma em dois grupos: i) explícitas ou
expressas e; ii) implícitas.
As limitações explícitas, como o próprio nome já nos indica, estão expressamente previstas no
texto constitucional. A CF/88 estabelece, em seu art. 60, § 4º, que certas matérias não poderão
ser objeto de emendas constitucionais tendentes a aboli-las. Essas matérias são as chamadas
cláusulas pétreas.
Segundo o art. 60, § 4º, CF/88, não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente
a abolir as seguintes normas: i) forma federativa de Estado; ii) voto direto, secreto, universal e
periódico; iii) separação dos Poderes e; iv) direitos e garantias individuais. A Constituição
estabelece, assim, um núcleo intangível, que está protegido contra investidas do poder de
reforma.

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É relevante destacar que a expressão “tendente a abolir” tem importância central no estudo das
cláusulas pétreas. Isso porque as matérias que constituem cláusulas pétreas expressas no texto
constitucional podem ser objeto de emenda constitucional; em outras palavras, emenda
constitucional poderá tratar dessas matérias. O que elas não podem é ser objeto de emendas
tendentes a aboli-las. Não se autoriza, portanto, de forma alguma, que o núcleo essencial das
cláusulas pétreas seja esvaziado.
Por outro lado, se o núcleo essencial das cláusulas pétreas permanecer intocado, a emenda
constitucional será plenamente válida. Segundo o STF, “as limitações materiais ao poder
constituinte de reforma, que o art. 60, § 4º, da Lei Fundamental enumera, não significam a
intangibilidade literal da respectiva disciplina na Constituição originária, mas apenas a proteção
do núcleo essencial dos princípios e institutos cuja preservação nelas se protege.”7
Nesse sentido, uma emenda constitucional que estabeleça o voto facultativo não estará violando
cláusula pétrea e será plenamente válida. Da mesma forma, também será válida emenda
constitucional que amplie direitos e garantias individuais. Foi o caso, por exemplo, da EC nº
==1619d5==

45/2004, que introduziu no texto constitucional o direito à razoável duração do processo. Ainda
podemos afirmar como sendo plenamente constitucional emenda que transfira competência de
um ente federativo para outro, desde que resguardado certo grau de autonomia de cada um
deles.8

Uma emenda constitucional poderá, conforme já concluímos, criar um novo


direito ou garantia individual. Também já sabemos que direitos e garantias
individuais são cláusulas pétreas.
Mas aí vem a pergunta: uma emenda constitucional poderá criar uma cláusula
pétrea?
Não. Emenda constitucional não pode criar cláusula pétrea; apenas o Poder
Constituinte Originário tem esse poder. Destaque-se, inclusive, que o novo
direito ou garantia individual (criado pela emenda constitucional) não pode ser
considerado uma cláusula pétrea.

Deve-se ter especial cuidado aos “direitos e garantias individuais”, também considerados
cláusulas pétreas. Eles não estão arrolados apenas no art. 5º, da CF/88; há diversos outros
direitos e garantias individuais espalhados pelo texto constitucional, os quais também devem ser
considerados cláusula. Seguindo essa linha, o STF já teve a oportunidade de dizer que o princípio
da anterioridade tributária (art. 150, III, b) e o princípio da anterioridade eleitoral (art. 16) são
garantias individuais e, portanto, estão gravados por cláusula pétrea.

7
MS 23.047-MC, Rel. Min. Sepúlveda Pertence. DJ 14.11.2003.
8
MENDES, Gilmar Ferreira; BRANCO, Paulo Gustavo Gonet. Curso de Direito Constitucional. 6ª edição. Editora
Saraiva, 2011, pp. 143.

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Há polêmica doutrinária quanto aos direitos sociais (e.g., saúde, educação, trabalho, dentre
outros) serem ou não considerados cláusula pétrea.9 Alguns autores optam por uma tese mais
restritiva, defendendo que apenas os direitos e garantias individuais seriam cláusula pétrea.
Outros, adeptos de uma teoria mais expansiva, indicam que o legislador constituinte disse menos
do que queria, incorrendo em verdadeira “lacuna de formulação”. Para esses últimos, os direitos
fundamentais sociais também poderiam ser enquadrados como cláusula pétrea.
No estudo das cláusulas pétreas, é fundamental entender o alcance da expressão “não será
objeto de deliberação”. Segundo o STF, qualquer proposta de emenda tendente a abolir
cláusula pétrea não poderá sequer ser objeto de deliberação no Congresso Nacional. Caso isso
ocorresse, estaria sendo violado o devido processo legislativo constitucional.
Há, ainda, as limitações implícitas ao poder de reforma. São limites tácitos, que asseguram a
efetividade das cláusulas pétreas expressas.10 Nas palavras de Michel Temer, as limitações
implícitas “dizem respeito à forma de criação de norma constitucional bem como as que
impedem a pura e simples supressão dos dispositivos atinentes à intocabilidade dos temas já
elencados (art. 60, § 4o, CF)”.11
A doutrina aponta as seguintes limitações implícitas ao poder de reforma:
- Titularidade do Poder Constituinte Originário;
- Titularidade do Poder Constituinte Derivado;
- Procedimentos de reforma constitucional.
Analisemos, pois, cada uma dessas limitações.
A primeira delas, como se viu, refere-se à titularidade do Poder Constituinte Originário. Sabe-se
que a titularidade do Poder Constituinte Originário é do povo: somente a ele cabe decidir a
conveniência e a oportunidade de se elaborar uma nova Constituição. Por esse motivo, é
inconstitucional qualquer emenda à Constituição que retire tal atribuição do povo, outorgando-a
a qualquer órgão constituído.
No que se refere à titularidade do poder constituinte derivado, pelas mesmas razões expressas
acima, é inconstitucional qualquer emenda à Constituição que transfira a competência de
reformar a Constituição atribuída ao Congresso Nacional (representante do povo) a outro órgão
do Estado (ao Presidente da República, por exemplo). A competência outorgada ao Congresso
para reformar o texto constitucional foi atribuída pelo Poder Constituinte Originário, cabendo
unicamente a esse poder fazer qualquer alteração quanto a esse aspecto.
Por fim, o procedimento de revisão constitucional (ADCT, art. 3º), bem como o de emenda
constitucional (CF, art. 60), são limitações materiais implícitas. Seria flagrantemente
inconstitucional, por exemplo, emenda à Constituição que estabelecesse novo quórum para a
aprovação de emendas constitucionais. Da mesma forma, não seria válida emenda constitucional
que criasse novas cláusulas pétreas.
No Brasil, não se admite, portanto, a “dupla revisão”. Esse artifício, defendido por parte da
doutrina, consistiria em alterar, mediante emenda constitucional, o art. 60, § 4º, com o intuito de

9
MENDES, Gilmar Ferreira; BRANCO, Paulo Gustavo Gonet. Curso de Direito Constitucional. 10ª edição.
Editora Saraiva, 2015, pp. 129
10
CANOTILHO, J. J. Gomes. Direito Constitucional, 1993.
11
TEMER, M. Elementos de direito constitucional, 19a ed., p. 145.

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suprimir ou restringir uma das cláusulas pétreas; em seguida, num segundo momento, outra
emenda constitucional poderia abolir normas antes gravadas pela cláusula pétrea. Nesse
hipotético cenário, seria possível, por exemplo, que uma emenda constitucional incidisse sobre o
art. 60, § 4º, para fazer com que o voto universal deixasse de ser uma cláusula pétrea; depois,
uma nova emenda constitucional estabeleceria o voto censitário. Todavia, repita-se mais uma vez:
esse procedimento de dupla revisão não é admitido no Brasil.

(TJ-RS – 2015) A proposta de emenda não será objeto de deliberação se tendente a abolir a
forma republicana de governo e a separação dos poderes.
Comentários:
A forma republicana de governo não é cláusula pétrea. Questão errada.
(TRT 16ª Região – 2015) A ampla maioria da doutrina constitucional brasileira não adere à teoria
da dupla revisão ou dupla reforma constitucional.
Comentários:
É isso mesmo. A doutrina majoritária não admite a “dupla revisão”. Questão correta.
(TCM-GO – 2015) O poder de emenda da Constituição Federal não pode alterar o regime
constitucional da federação brasileira e a extensão dos direitos fundamentais constitucionalmente
consagrados.
Comentários:
É possível que emenda constitucional altere o regime constitucional da federação e a extensão
dos direitos fundamentais. O que não se admite é emenda constitucional tendente a abolir a
forma federativa de Estado e os direitos e garantias individuais. Questão errada.
b) Limitações formais:
As limitações formais ao processo de reforma à Constituição se devem à rigidez constitucional.
Como você se lembra, a CF/88 é do tipo rígida e, como tal, exige um processo especial para
modificação do seu texto, mais difícil do que aquele de elaboração das leis.
Mas quais são as limitações formais?
Vimos algumas delas quando tratamos do processo legislativo das emendas constitucionais. Elas
estão previstas no art. 60, I ao III, e §§ 2º, 3º e 5º. Para facilitar nossa análise, vejamos o quadro a
seguir:

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A primeira limitação formal à reforma da Constituição se refere à iniciativa. Os incisos I a III do


art. 60 estabelecem os legitimados no processo legislativo de reforma da Constituição, ou seja,
quem poderá apresentar uma proposta de emenda constitucional (PEC) perante o Congresso
Nacional. Esse número, como se pode perceber, é bem menor que o de legitimados no processo
legislativo de elaboração das leis, arrolados no art. 61 da Constituição. Os legitimados para
apresentar proposta de emenda constitucional são as seguintes:
- 1/3 (um terço), no mínimo, dos membros da Câmara dos Deputados ou do Senado
Federal;
- Presidente da República;
- mais da metade das Assembleias Legislativas das unidades da federação,
manifestando-se, cada uma delas, pela maioria relativa de seus membros.
Ainda no que diz respeito à iniciativa, destacamos as seguintes outras características:
- Ausência de iniciativa popular: ao contrário do que ocorre no processo legislativo das
leis, não há previsão para que o cidadão apresente proposta de emenda à Constituição
Federal;
- Ausência de iniciativa reservada: diferentemente do que ocorre no processo legislativo
das leis, não há iniciativa reservada à emenda constitucional. Qualquer dos legitimados
pode apresentar proposta de emenda constitucional sobre todas as matérias não vedadas
pela Carta Magna;
- Ausência de participação dos Municípios. Esses entes federados não dispõem de
iniciativa de proposta de emenda constitucional nem participam das discussões e votações
da mesma.
- Participação dos Estados e do Distrito Federal. Esses entes da Federação participam
tanto na apresentação de proposta de emenda constitucional, por meio das Assembleias
Legislativas (CF, art. 60, II I), quanto das discussões e deliberações sobre a mesma. Isso
porque o Senado Federal representa os Estados e o Distrito Federal. Nesse ponto,

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diferenciam-se dos Municípios, que não participam do processo de reforma à Constituição


por não terem representantes no Congresso nacional.
- Ausência de previsão, pela Constituição, de Casa iniciadora obrigatória. A discussão e a
votação de proposta de emenda à Constituição podem ser iniciadas tanto na Câmara dos
Deputados quanto no Senado Federal.
- Ausência de Casa “revisora”. A segunda Casa Legislativa, diferentemente do que ocorre
no procedimento legislativo ordinário (referente às leis), não revisa o texto aprovado pela
Casa em que foi apresentada a emenda. Ao contrário disso, ela o aprecia como novo,
podendo alterá-lo livremente. Em caso de alterações substanciais, o texto retorna à
primeira Casa, para que ela faça sua apreciação integral, podendo, igualmente modificá-lo
livremente. O texto final é aprovado quando a matéria recebe votos favoráveis de, pelo
menos, 3/5 dos membros de ambas as Casas (Senado Federal e Câmara dos Deputados),
em dois turnos de votação.
A segunda limitação formal à reforma da Constituição diz respeito à discussão, votação e
aprovação da proposta de emenda constitucional. De acordo com o art. 60, § 2º da CF/88, a
proposta de emenda constitucional será discutida e votada em cada Casa do Congresso
Nacional, em dois turnos, considerando-se aprovada se obtiver, em ambos, três quintos dos
votos dos respectivos membros.
A terceira limitação formal ao poder de reforma diz respeito à promulgação. O art. 60, § 3º,
determina que a emenda à Constituição será promulgada pelas Mesas da Câmara dos
Deputados e do Senado Federal, com o respectivo número de ordem. Esse dispositivo
estabelece, portanto, diferenças importantes no que se refere ao processo legislativo das leis:
- Diferentemente do que ocorre no projeto de lei, a proposta de emenda à Constituição
não se submete a sanção ou veto do Chefe do Poder Executivo;
- Ao contrário do que ocorre no processo legislativo das leis, o Presidente da República
não dispõe de competência para promulgação de uma emenda à Constituição;
- A numeração das emendas à Constituição segue ordem própria, distinta daquela das leis
(EC nº 1; EC nº 2; EC nº 3 e assim sucessivamente).
A quarta e última limitação formal ao poder de reforma está prevista no art. 60, § 5º, CF/88, que
trata do princípio da irrepetibilidade. Segundo esse dispositivo, “a matéria constante de
proposta de emenda rejeitada ou havida por prejudicada não pode ser objeto de nova proposta
na mesma sessão legislativa”. Assim, uma proposta de emenda constitucional rejeitada ou havida
por prejudicada somente poderá ser objeto de nova proposta em uma próxima sessão legislativa.
Trata-se de mais uma distinção em relação ao processo legislativo das leis. Isso porque a matéria
constante de projeto de lei rejeitado poderá constituir objeto de novo projeto, na mesma sessão
legislativa, desde que mediante proposta da maioria absoluta dos membros de qualquer das
Casas do Congresso Nacional (CF, art. 67).
Em suma: a irrepetibilidade de proposta de emenda constitucional rejeitada ou havida por
prejudicada é absoluta; já a irrepetibilidade de projeto de lei rejeitado é relativa.
c) Limitações circunstanciais:
Essas limitações impedem a reforma da Constituição em situação de instabilidade política do
Estado. Assim, diante de certas situações excepcionais e de anormalidade institucional, a

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Constituição não poderá ser reformada. O objetivo é garantir a independência do Poder


Constituinte Derivado.
A Carta da República instituiu três circunstâncias excepcionais que impedem a modificação do
seu texto: estado de sítio, estado de defesa e intervenção federal (CF, art. 60, § 1o).
Destaca-se que, nesses períodos, as propostas de emenda à Constituição poderão ser
apresentadas, discutidas e votadas. O que não se permite é a promulgação de emendas
constitucionais.
d) Limitações temporais:
Segundo a doutrina majoritária, a Constituição Federal de 1988 não possui limitações temporais
ao poder de reforma. Estas consistiriam no estabelecimento de um lapso temporal dentro do
qual a Constituição seria imodificável.
Exemplificando, a Constituição de 1824 (Constituição do Império) estabeleceu um limite
temporal ao poder de reforma: seu texto somente poderia ser modificado após 4 anos de sua
vigência.

(TJ-RS – 2015) A proposta de emenda será votada em cada Casa do Congresso Nacional, em
dois turnos, considerando-se aprovada se obtiver, em ambos, três quintos dos votos dos
presentes.
Comentários:
O quórum de aprovação é de 3/5 dos membros (e não 3/5 dos presentes!) Questão errada.
(TRF 1ª Região – 2015) A matéria constante de proposta de emenda constitucional rejeitada ou
havida por prejudicada não pode ser novamente apresentada na mesma legislatura.
Comentários:
O princípio da irrepetibilidade impede que a matéria constante de proposta de emenda
constitucional rejeitada ou havida por prejudicada seja novamente apresentada na mesma sessão
legislativa (e não na mesma legislatura!). A legislatura é o período de 4 (quatro) anos, que
coincide com o mandato dos Deputados Federais. Questão errada.
(TCM-GO – 2015) O poder de emenda da Constituição Federal pode ensejar alteração da
Constituição em relação à matéria constante de proposta de emenda rejeitada, no mesmo ano
em que se deu a rejeição.
Comentários:
É possível, sim, que a CF/88 seja alterada em relação à matéria constante de proposta de
emenda rejeitada, no mesmo ano em que se deu a rejeição.
O que o princípio da irrepetibilidade impede é que a matéria constante de proposta de emenda
constitucional rejeitada ou havida por prejudicada seja novamente apresentada na mesma sessão
legislativa. Questão correta.

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(TCM-SP – 2015) A iniciativa privativa do Chefe do Poder Executivo para a deflagração do


processo legislativo afeto a certas matérias deve ser igualmente observada em relação às
propostas de emenda constitucional.
Comentários:
Ao contrário do processo legislativo das leis, não há iniciativa privativa (reservada) para propostas
de emenda constitucional. Qualquer dos legitimados pode apresentar proposta de emenda
constitucional sobre todas as matérias não vedadas pela Carta Magna. Questão errada.
(TCM-GO – 2015) O poder de emenda da Constituição Federal não pode ser exercido durante o
estado de sítio, o estado de defesa e as intervenções federais e estaduais.
Comentários:
A CF/88 não poderá ser emendada na vigência do estado de sítio, estado de defesa e
intervenção federal. Não há qualquer empecilho à promulgação de emenda à CF/88 na vigência
de intervenção estadual. Questão errada.
(MPE-PR – 2014) O “poder constituinte derivado reformador”, segundo a Constituição Federal
de 1988 (art. 60), apresenta as seguintes limitações expressas (ou explícitas): materiais,
circunstanciais, formais (ou procedimentais) e temporais.
Comentários:
A doutrina majoritária considera que, no ordenamento jurídico brasileiro, não há limitações
temporais ao poder de reforma. Questão errada.
O Controle Judicial do processo de reforma constitucional
O processo de reforma constitucional deve obedecer a todos os limites impostos pelo Poder
Constituinte Originário, sob pena de inconstitucionalidade. Cabe, portanto, controle de
constitucionalidade dos atos de reforma constitucional em caso de desrespeito às limitações
estabelecidas pelo art. 60 da CF/88.
A inconstitucionalidade pode ser material ou formal. Será material quando houver ofensa a
cláusula pétrea, ferindo limitações de conteúdo estabelecidas pelo legislador constituinte
originário. Por outro lado, será formal quando desobedecer as formalidades estabelecidas pela
Constituição para a elaboração da emenda constitucional.
Com a promulgação da emenda constitucional, esta poderá ser questionada perante o Poder
Judiciário tanto na via incidental (caso concreto submetido à apreciação do Judiciário) quanto na
via abstrata (mediante impugnação da norma “em tese”), caso se vislumbre ofensa a algum dos
dispositivos do art. 60 da Constituição Federal.
Na via incidental, a iniciativa poderá ser de qualquer pessoa prejudicada pelos termos da
emenda constitucional, perante qualquer juiz ou tribunal do País. Nesse caso, a decisão do Poder
Judiciário somente alcançará as partes do processo (eficácia “inter partes”).
Já quando o controle se der pela via abstrata, a iniciativa caberá apenas a um dos legitimados
arrolados no art. 103, da CF/88, sendo realizado perante o Supremo Tribunal Federal. Nesse
caso, a decisão do STF tem eficácia contra todos, expurgando a norma inconstitucional do
ordenamento jurídico (eficácia “erga omnes”).
Não é objetivo dessa aula estudar a fundo o controle de constitucionalidade. Entretanto, para
que você “mate sua curiosidade” de saber quem são os legitimados a propor o controle de

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constitucionalidade em abstrato da emenda constitucional, reproduzo o art. 103 da Carta Magna,


que os arrola de maneira exaustiva:

Art. 103. Podem propor a ação direta de inconstitucionalidade e a ação


declaratória de constitucionalidade:
I - o Presidente da República;
II - a Mesa do Senado Federal;
III - a Mesa da Câmara dos Deputados;
IV - a Mesa de Assembleia Legislativa ou da Câmara Legislativa do Distrito
Federal;
V - o Governador de Estado ou do Distrito Federal;
VI - o Procurador-Geral da República;
VII - o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil;
VIII - partido político com representação no Congresso Nacional;
IX - confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional.

Há, ainda, a possibilidade de que seja realizado o controle de constitucionalidade de proposta


de emenda constitucional em tramitação no Congresso Nacional. Em virtude de ser um controle
realizado sobre norma que ainda não está em vigor, considera-se que é controle judicial
preventivo de constitucionalidade.
Como já se sabe, o art. 60, § 4º, CF/88, dispõe que proposta de emenda constitucional (PEC)
tendente a abolir cláusula pétrea não poderá sequer ser objeto de deliberação. Com base nessa
lógica, uma PEC em tramitação que tenda a abolir cláusula pétrea estará violando o devido
processo legislativo constitucional.
É em razão disso que se admite o controle de constitucionalidade de PEC em tramitação no
Congresso Nacional. Segundo o STF, a instauração desse procedimento de controle de
constitucionalidade somente pode ser dar pela ação de um congressista. A ação cabível para
tanto é o mandado de segurança, uma vez que se visa a proteção do direito líquido e certo do
congressista de ver respeitado o devido processo legislativo constitucional. Por esse motivo,
terceiros (não-congressistas) jamais poderiam instaurar esse procedimento de controle de PEC
em tramitação.
O mandado de segurança deverá será ajuizado perante o STF, visto que compete à Corte
Suprema apreciar, originariamente, os atos emanados dos órgãos do Congresso Nacional, de
suas Casas e de suas Comissões. Entretanto, caso a emenda constitucional seja promulgada
antes do julgamento do mandado de segurança, a ação restará prejudicada, por perda de
objeto. Não haverá mais apreciação do mandado de segurança pelo STF, uma vez que o
processo legislativo que era seu objeto não mais existe.
Em resumo, o controle de constitucionalidade de processo de emenda constitucional em
tramitação no Congresso Nacional deverá obedecer aos seguintes requisitos:

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Mutação Constitucional
A mutação constitucional é um processo informal de alteração da Constituição. Ao contrário do
poder de reforma, que promove alterações no texto da Constituição, a mutação constitucional
não produz qualquer alteração textual na Carta Magna. O texto da Constituição permanece
intacto, íntegro.
Mas então como funciona a mutação constitucional?
Para compreendê-la perfeitamente, é importante sabermos que uma norma jurídica não é apenas
o seu texto; uma norma jurídica é o texto e a interpretação que se faz dele, em um determinado
contexto. Para usar uma metáfora bastante difundida, o texto da norma é apenas a “ponta do
iceberg”. É em razão disso que o texto constitucional pode ser mantido intacto, mas o seu
sentido ser completamente modificado.
A mutação constitucional decorre da evolução dos costumes e valores da sociedade, permitindo
com que as Constituições acompanhem as mudanças sociais e não fiquem incompatíveis com a
realidade. Nas palavras de Dirley da Cunha Jr. , “a mutação constitucional é um processo informal
de alteração de sentidos, significados e alcance dos enunciados normativos contidos no texto
constitucional através de uma interpretação constitucional que se destina a adaptar, atualizar e
manter a Constituição em contínua interação com a sua realidade social”. 12
A mutação constitucional é obra do denominado Poder Constituinte Difuso, que recebe esse
nome porque não se sabe bem como e quando iniciou-se o processo de alteração da
Constituição por ele promovida.13 O Poder Constituinte Difuso é um poder derivado e cuja
manifestação, conforme já pudemos constatar, se dá de maneira não escrita.
Para ficar mais claro como funciona a mutação constitucional, é interessante que visualizemos um
exemplo. O art. 5º, XI, CF/88, dispõe que “a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela
podendo penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou
desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial”. Durante um bom
tempo, o conceito de casa estava limitado à residência do indivíduo. Com o passar dos anos, a
jurisprudência do STF evoluiu e, atualmente, entende que o conceito de “casa” revela-se
abrangente, estendendo-se a: i) qualquer compartimento habitado; ii) qualquer aposento
ocupado de habitação coletiva; e iii) qualquer compartimento privado não aberto ao público,
onde alguém exerce profissão ou atividade pessoal.14
Nas Constituições rígidas, quanto mais dificultosas as exigências para a reforma constitucional,
maior a frequência das mutações constitucionais como meio de adaptação da Carta Magna às

12
CUNHA JÚNIOR, Dirley da. Curso de Direito Constitucional, 6ª edição. Ed. Juspodium. Salvador: 2012, p.
263-264.
13
MASSON, Nathalia. Manual de Direito Constitucional. Ed, Juspodium. Salvador: 2013, pp. 146 – 147.
14
HC 93.050, Rel. Min. Celso de Mello, julgamento em 10-6-2008, Segunda Turma, DJE de 1º-8-2008.

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exigências sociais. Outro fator que favorece a ocorrência desse fenômeno é o caráter abstrato e
aberto de grande parte dos dispositivos constitucionais, por deixar um grande espaço de
atuação aos intérpretes do Texto Maior, que podem modificar o sentido das normas de acordo
com a realidade de cada época.
Segundo o Prof. Luís Roberto Barroso, a mutação constitucional ocorre de três formas diferentes:
i) por interpretação judicial ou administrativa; ii) por atuação do legislador e; iii) por via de
costume.15
Na primeira forma de mutação (por interpretação), confere-se um sentido diverso daquele
anteriormente dado à norma constitucional. Em outras palavras, substitui-se uma interpretação
antiga por uma nova, devido à evolução e mudança da realidade social. É justamente por isso
que a mutação constitucional também é chamada de interpretação constitucional evolutiva. A
mutação constitucional pela via da interpretação é possível devido à presença de inúmeros
enunciados abertos no texto da Constituição, tais como conceitos jurídicos indeterminados e
princípios.
Na segunda forma de mutação (por atuação do legislador), a interpretação anteriormente dada à
norma constitucional é modificada por um ato normativo primário. A mutação, então, poderá ser
analisada, via controle de constitucionalidade, pelo STF, o guardião da Constituição.
Finalmente, na mutação por via de costume, este sofre modificações em sua expressão, o que
implica uma mudança na forma de se depreender a Constituição. Um exemplo de prática política
reiterada que passou a ser amplamente admitida pela doutrina e jurisprudência é a possibilidade
de que Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) determine a quebra de sigilo bancário,
telefônico e fiscal.16
Segundo o STF, existem 3 (três) situações que legitimam uma mutação constitucional: a)
mudança na percepção do direito; b) modificações na realidade fática e; c) consequência prática
negativa de determinada linha de entendimento. 17 Como exemplo disso, cita-se a mudança de
entendimento do STF em relação ao foro por prerrogativa de função dos parlamentares18.

(PGE-PR – 2015) O processo da mutação constitucional equivale formalmente ao exercício do


Poder Constituinte derivado reformador.

15
BARROSO, Luís Roberto. Curso de Direito Constitucional Contemporâneo, 3a edição. Ed. Saraiva, São Paulo:
2011, pp. 149-161.
16
BARROSO, Luís Roberto. Curso de Direito Constitucional Contemporâneo, 3a edição. Ed. Saraiva, São Paulo:
2011, pp. 158.
17
STF. Plenário. ADI 5540/MG, rel. Min. Edson Fachin, julgamento em 03.05.2017
18
Durante muito tempo, a Corte entendeu que os crimes cometidos por parlamentares, antes ou depois da
diplomação, seriam processados e julgados pelo STF. Como a consequência prática desse entendimento foi a
percepção de que foro por prerrogativa de função seria sinônimo de impunidade, o STF alterou sua
jurisprudência. O foro por prerrogativa de função dos parlamentares passou a se aplicar apenas a crimes
cometidos durante o exercício do mandato e que estejam relacionados à função parlamentar.

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Comentários:
A mutação constitucional é um processo informal de mudança da Constituição. Questão errada.
(TRT 16ª Região – 2015) O poder de reforma eventualmente se confunde com o fenômeno da
mutação constitucional, já que aquele pode se dar por meio de um processo informal
de mudança da Constituição, quando ocorre a alteração do sentido e alcance das normas
constitucionais por obra de todos os atores políticos que protagonizam a interpretação da norma
ápice.
Comentários:
Não se pode confundir o poder de reforma com o fenômeno da mutação constitucional. São
coisas diferentes. Ao contrário do que diz o enunciado, é a mutação constitucional que se
constitui em processo informal de mudança da Constituição. Questão errada.

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QUESTÕES COMENTADAS
1. (FGV / OAB – 2019) Ante o iminente vencimento do prazo para adimplemento de compromissos
internacionais assumidos pelo Brasil perante o Fundo Monetário Internacional, bem como diante da grave
crise econômica enfrentada pelo Estado, o Presidente da República, no regular exercício do mandato, edita
a Medida Provisória X. A medida dispõe sobre a possibilidade de detenção e sequestro, pelo governo
federal, de bens imóveis com área superior a 250 m² situados em zonas urbanas, desde que não se trate
de bem de família e que o imóvel esteja desocupado há mais de dois anos.

Sobre a Medida Provisória X, com base na CRFB/88, assinale a afirmativa correta.


a) É inconstitucional, uma vez que a Constituição Federal de 1988 veda, expressamente, que tal espécie
normativa disponha sobre matéria que vise a detenção ou o sequestro de bens.
b) É inconstitucional, pois trata de matéria já regulamentada pelo legislador ordinário, qual seja, a
possibilidade de desapropriação de bens imóveis urbanos por necessidade ou utilidade pública.
c) Ela não se revela adequada ao cumprimento do requisito de urgência porque só produzirá efeitos no
exercício financeiro seguinte, caso venha a ser convertida em lei até o último dia daquele em que foi editada.
d) É constitucional, pois foram respeitados os requisitos de relevância e urgência, desde que seja submetida
de imediato ao Congresso Nacional, perdendo eficácia se não for convertida em lei no prazo de 60
(sessenta) dias, prorrogável uma única vez por igual período.

Comentários:

A Carta Magna veda a edição de medida provisória que vise a detenção ou sequestro de bens, de poupança
popular ou qualquer outro ativo financeiro. Por isso, a Medida Provisória X é inconstitucional. Relembremos
o que dispõe o art. 62, § 1º, da Carta Magna, que prevê algumas matérias vedadas às medidas provisórias:

Art. 62, § 1º É vedada a edição de medidas provisórias sobre matéria:

I - relativa a:

a) nacionalidade, cidadania, direitos políticos, partidos políticos e direito eleitoral;

b) direito penal, processual penal e processual civil;

c) organização do Poder Judiciário e do Ministério Público, a carreira e a garantia de seus


membros;

d) planos plurianuais, diretrizes orçamentárias, orçamento e créditos adicionais e


suplementares, ressalvado o previsto no art. 167, § 3º;

II - que vise a detenção ou sequestro de bens, de poupança popular ou qualquer outro ativo
financeiro;

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III - reservada a lei complementar;

IV - já disciplinada em projeto de lei aprovado pelo Congresso Nacional e pendente de


sanção ou veto do Presidente da República.

O gabarito é a letra A.

2. (FGV / Câmara Municipal de Salvador – 2018) Após regular tramitação, o Congresso Nacional
aprovou o Projeto de Lei M3, apresentado pela Deputada Federal Maria, que aumentava os vencimentos
dos servidores públicos federais. O Presidente da República, no entanto, veio a vetá-lo sob o argumento
de ser inconstitucional. Em momento posterior, o veto foi rejeitado pela maioria relativa dos Deputados e
Senadores, sendo ao final promulgada pelo Presidente da República a Lei XX.

À luz da sistemática constitucional, o processo legislativo que culminou com a promulgação da Lei XX
apresenta:
a) dois vícios de inconstitucionalidade, pois a matéria era de iniciativa privativa do Chefe do Poder Executivo
e a promulgação da lei era da alçada do Presidente do Senado Federal;
b) um vício de inconstitucionalidade, pois o veto somente poderia ser rejeitado pela maioria absoluta dos
Deputados e Senadores;
c) um vício de inconstitucionalidade, pois a matéria versada no projeto era de iniciativa privativa do
Presidente da República Federativa do Brasil;
d) dois vícios de inconstitucionalidade, pois a matéria era de iniciativa privativa do Chefe do Poder Executivo
e o veto só poderia ser rejeitado pela maioria absoluta dos Deputados e Senadores;
e) dois vícios de inconstitucionalidade, pois o veto só poderia ser rejeitado pela maioria absoluta dos
Deputados e Senadores e a promulgação da lei era da alçada do Presidente do Senado Federal.

Comentários:

A Lei XX apresenta dois vícios de inconstitucionalidade. O primeiro deles é quanto à iniciativa, uma vez que
somente o Presidente da República pode propor projeto de lei que disponha sobre aumento dos
vencimentos dos servidores públicos federais. Nos termos do art. 61, § 1º, da Carta Magna:

Art. 61, § 1º, CF - São de iniciativa privativa do Presidente da República as leis que:

I - fixem ou modifiquem os efetivos das Forças Armadas;

II - disponham sobre:

a) criação de cargos, funções ou empregos públicos na administração direta e


autárquica ou aumento de sua remuneração (...).

O segundo vício de inconstitucionalidade diz respeito ao quórum para rejeição do veto. Segundo a
Constituição Federal, o veto somente pode ser rejeitado pelo voto da maioria absoluta dos Deputados e
Senadores, em sessão conjunta (art. 66, § 4º, CF).

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O gabarito é a letra D.

3. (FGV / Câmara Municipal de Salvador – 2018) O Presidente da República apresentou projeto de lei
ordinária cuja discussão se iniciou no Senado Federal, que o aprovou, seguindo para a Câmara dos
Deputados. Com a aprovação nesta última Casa, a Mesa do Congresso Nacional promulgou a Lei X. Um
grupo de Deputados de oposição divulgou nota afirmando que o processo legislativo descumpriu a
disciplina traçada na Constituição da República de 1988.

À luz da sistemática constitucional, o grupo de Deputados está correto, já que o projeto apresenta o(s)
seguinte(s) vício(s):
a) o Presidente da República não tem legitimidade para apresentar projetos de lei ordinária fora do regime
de urgência constitucional;
b) a discussão do projeto de lei ordinária deveria ter sido iniciada na Câmara dos Deputados, não no Senado
Federal, que seria a Casa Revisora;
c) o Presidente da República não poderia apresentar o projeto e a análise deveria ser realizada em sessão
conjunta das Casas Legislativas;
d) após aprovação do projeto pelas Casas Legislativas, ele deveria ser encaminhado ao Presidente da
República, não à Mesa do Congresso Nacional;
e) a discussão deveria ser iniciada na Câmara e o projeto encaminhado ao Presidente da República, não à
Mesa do Congresso.

Comentários:

O projeto apresenta dois vícios formais. O primeiro deles é que, uma vez que foi proposto pelo Presidente
da República, a discussão deveria ter se iniciado na Câmara dos Deputados, nos termos do art. 64 da CF:

Art. 64. A discussão e votação dos projetos de lei de iniciativa do Presidente da República,
do Supremo Tribunal Federal e dos Tribunais Superiores terão início na Câmara dos
Deputados.

O segundo vício é que, após a aprovação pela Casa Iniciadora (Câmara dos Deputados) e pela Casa Revisora
(Senado Federal), deveria ter sido encaminhado ao Presidente da República, para sanção, e não ao Congresso
Nacional:

Art. 65. O projeto de lei aprovado por uma Casa será revisto pela outra, em um só turno de
discussão e votação, e enviado à sanção ou promulgação, se a Casa revisora o aprovar, ou
arquivado, se o rejeitar. (...)

Art. 66. A Casa na qual tenha sido concluída a votação enviará o projeto de lei ao Presidente
da República, que, aquiescendo, o sancionará.

O gabarito é a letra E.

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4. (FGV / TJ-AL – 2018) Com o objetivo de compensar os servidores públicos do Poder Executivo
estadual pelo longo período sem reajustes remuneratórios, um grupo de Deputados Estaduais
encaminhou projeto de lei à Assembleia Legislativa concedendo aumento de 5%, muito inferior, no
entanto, à inflação acumulada. O projeto foi aprovado pelo Legislativo. O Governador do Estado, no
entanto, decidiu vetá-lo sob o argumento de ser formalmente inconstitucional. O veto foi rejeitado pela
maioria absoluta dos Deputados Estaduais. Ao fim, veio a ser promulgada a Lei Estadual WW.

À luz da sistemática constitucional, sob o prisma formal, a Lei Estadual WW:


a) apresenta vício de inconstitucionalidade, já que o poder de iniciativa legislativa era privativo do
Governador, não podendo ser exercido pelos Deputados;
b) não apresenta vício de inconstitucionalidade, pois a iniciativa legislativa é sempre franqueada a qualquer
Deputado ou grupo de Deputados;
c) apresenta vício de inconstitucionalidade, pois o veto do Governador deveria ser rejeitado por dois terços
dos Deputados;
d) não apresenta vício de inconstitucionalidade, já que a iniciativa legislativa, em matéria vencimental,
somente pode ser exercida por grupos de Deputados;
e) apresenta vício de inconstitucionalidade, pois os reajustes vencimentais dos servidores públicos não
podem ser inferiores à inflação.

Comentários:

Letra A: correta. A Lei Estadual WW apresenta vício formal de inconstitucionalidade, pois seu projeto não
poderia ter sido proposto por um grupo de Deputados Estaduais.

O princípio da simetria impõe que as regras básicas do processo legislativo estabelecidas pela CF/88 são de
observância obrigatória nos Estados, no Distrito Federal e nos Municípios. Dessa forma, se o Presidente da
República tem iniciativa privativa de projeto de lei que trate do regime jurídico dos servidores públicos
federais, por uma questão de simetria, projeto de lei que verse sobre regime jurídico dos servidores públicos
estaduais será da iniciativa privativa do Governador.

Letra B: errada. A iniciativa legislativa era privativa do Governador do Estado, em simetria com o previsto na
Constituição Federal:

Art. 61, § 1º, CF - São de iniciativa privativa do Presidente da República as leis que:

I - fixem ou modifiquem os efetivos das Forças Armadas;

II - disponham sobre:

a) criação de cargos, funções ou empregos públicos na administração direta e


autárquica ou aumento de sua remuneração (...).

Letra C: errada. A rejeição do veto do Governador obedeceu ao previsto na Constituição do Estado do


Alagoas, em simetria com o modelo federal:

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Art. 89, § 4º , CE/AL - O veto será apreciado, dentro de trinta dias a contar de § 4º seu
recebimento, só podendo ser rejeitado pelo voto da maioria absoluta dos Deputados, em
escrutínio secreto.

Vale lembrar que a Carta Magna prevê que o “veto será apreciado em sessão conjunta, dentro de trinta dias
a contar de seu recebimento, só podendo ser rejeitado pelo voto da maioria absoluta dos Deputados e
Senadores”(art. 66, § 4º, CF).

Letra D: errada. A lei Estadual WW apresenta vício formal de inconstitucionalidade, conforme exposto
anteriormente.

Letra E: erada. Em decisão recente, o Supremo Tribunal Federal entendeu que nem mesmo a revisão geral
anual é obrigatória:

RE 565.089- O não encaminhamento de projeto de lei de revisão anual dos vencimentos


dos servidores públicos, previsto no inciso 10 do artigo 37 da Constituição Federal de 1988,
não gera direito subjetivo a indenização. Deve o Poder Executivo, no entanto, se
pronunciar, de forma fundamentada, acerca das razões pelas quais não propôs a revisão.

Registre-se, ainda, que a súmula vinculante no 42 prevê que “é inconstitucional a vinculação do reajuste de
vencimentos de servidores estaduais ou municipais a índices federais de correção monetária”.

O gabarito é a letra A.

5. (FGV / OAB – 2018) O deputado federal Alberto propôs, no exercício de suas atribuições, projeto
de lei de grande interesse para o Poder Executivo federal.

Ao perceber que o momento político é favorável à sua aprovação, a bancada do governo pede ao
Presidente da República que, utilizando-se de suas prerrogativas, solicite urgência (regime de urgência
constitucional) para a apreciação da matéria pelo Congresso Nacional.

Em dúvida, o Presidente da República recorre ao seu corpo jurídico, que, atendendo à sua solicitação,
informa que, de acordo com o sistema jurídico-constitucional brasileiro, o pleito da base governista
a) é viável, pois é prerrogativa do chefe do Poder Executivo solicitar o regime de urgência constitucional em
todos os projetos de lei que tramitem no Congresso Nacional.
b) não pode ser atendido, pois o regime de urgência constitucional somente pode ser solicitado pelo
presidente da mesa de uma das casas do Congresso Nacional.
c) viola a CRFB/88, pois o regime de urgência constitucional somente pode ser requerido pelo Presidente da
República em projetos de lei de sua própria iniciativa.
d) não pode ser atendido, pois, nos casos urgentes, o Presidente da República deve veicular a matéria por
meio de medida provisória e não solicitar que o Legislativo aprecie a matéria em regime de urgência.

Comentários:

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A Carta Magna disciplina o processo legislativo sumário ou de urgência no seu art. 64, §1º, segundo o qual
o Presidente da República poderá solicitar urgência para a apreciação de projetos de sua iniciativa. Ressalte-
se, entretanto, que não é necessário que a matéria seja da iniciativa privativa do Presidente da República. O
regime de urgência poderá ser solicitado pelo Presidente em relação a quaisquer projetos de lei que ele tiver
apresentado ao Congresso Nacional, em qualquer fase de sua tramitação.

No caso exposto, o projeto de lei foi proposto pelo Deputado Federal Alberto, e não pelo Presidente da
República. Por isso, o pleito da base governista não poderá ser atendido. O gabarito é a letra C.

6. (FGV / ALE-RO – 2018) Sensibilizado com as dificuldades enfrentadas pelos servidores públicos
vinculados ao Poder Executivo, um grupo de parlamentares apresentou projeto de lei criando uma
gratificação de produtividade para os servidores.

O projeto foi aprovado pela Assembleia Legislativa e sancionado pelo Governador do Estado, dando
origem à Lei nº 456.

À luz das normas constitucionais afetas ao processo legislativo e do princípio da simetria, é correto afirmar
que a Lei nº 456 é:
a) constitucional, pois a lei é o local adequado à disciplina da matéria e não ocorreu qualquer vício no
processo legislativo.
b) inconstitucional, em razão do vício de iniciativa, pois a matéria é de iniciativa privativa do Governador do
Estado.
c) constitucional, pois, apesar de a matéria ser de iniciativa privativa do Governador, a sanção supriu o vício.
d) inconstitucional, pois a matéria deveria ter sido disciplinada pela Constituição do Estado.
e) inconstitucional, pois a matéria deveria ter sido disciplinada em lei complementar.

Comentários:

São da iniciativa privativa do Presidente da República os projetos de lei que disponham sobre “criação de
cargos, funções ou empregos públicos na administração direta e autárquica ou aumento de sua
remuneração” (art. 61, § 1º, II, alínea “a”).

Por simetria, projeto de lei que cria gratificação de produtividade para servidores públicos estaduais é da
iniciativa privativa do Governador.

Desse modo, na situação apresentada, a Lei nº 456 padece de inconstitucionalidade formal por vício de
iniciativa, uma vez que o projeto de lei não poderia ter sido apresentado por parlamentares. Cabe destacar
que a sanção do Governador não convalida o vício de iniciativa.

O gabarito é a letra B.

7. (FGV / TJ-SC – 2018) Após solicitação do Presidente da República, o Congresso Nacional editou
decreto legislativo delegando, ao referido agente, competência para editar a lei orçamentária anual, cujo

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teor seria o mais adequado à superação da situação de crise econômica, devendo observar os
balizamentos estabelecidos pela lei de diretrizes orçamentárias.

Considerando os balizamentos a serem observados no processo legislativo, a referida narrativa:


a) apresenta irregularidades, pois, apesar de a delegação de competência ser possível, ela deve ser feita
mediante resolução e não pode ter por objeto o orçamento;
b) não apresenta irregularidades, já que o Congresso Nacional pode delegar suas competências legislativas,
excetuando apenas aquelas reservadas à lei complementar;
c) apresenta uma única irregularidade, pois, apesar de a delegação ser possível, ela não pode ser feita
mediante decreto legislativo;
d) apresenta uma única irregularidade, pois, apesar de a delegação ser possível, ela não pode ter por objeto
o orçamento;
e) apresenta uma irregularidade estrutural, já que o Congresso Nacional não pode delegar a sua competência
legislativa.

Comentários:

A Carta Magna prevê a possibilidade de edição de leis delegadas pelo Presidente da República, que deverá
solicitar a delegação ao Congresso Nacional. Todavia, dentre outras vedações, determina que as leis
delegadas não poderão tratar de orçamento (art. 68, §1º, CF), objeto da delegação narrada no enunciado.

Outra peculiaridade do processo legislativo das leis delegadas é que o instrumento adequado para a
delegação de competência ao Presidente da República é a resolução, não o decreto legislativo.

O art. 68, §2º, da Carta Magna, prevê que “a delegação ao Presidente da República terá a forma de resolução
do Congresso Nacional, que especificará seu conteúdo e os termos de seu exercício”. Novamente, tem-se
uma irregularidade no processo legislativo exposto na questão.

O gabarito é a letra A.

8. (FGV / COMPESA – 2016) Um grupo de empregados concursados de uma empresa pública estadual,
que explora atividade econômica, solicitou que deputados estaduais apresentassem projeto de lei que
estendesse à categoria diversas vantagens pecuniárias previstas no estatuto dos servidores públicos civis
do respectivo Estado.

O projeto foi aprovado pela Assembleia Legislativa, bem como sancionado e promulgado pelo Governador
do Estado, daí resultando a publicação da Lei XX.

À luz da sistemática constitucional, é correto afirmar que esse diploma normativo é


a) plenamente constitucional.
b) inconstitucional, apenas em razão do vício de iniciativa.
c) inconstitucional, apenas em razão da incompetência do Estado para legislar sobre a matéria.

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d) inconstitucional, apenas em razão da impossibilidade de os empregados concursados receberem as


referidas gratificações.
e) inconstitucional, em razão do vício de iniciativa e da impossibilidade de os empregados concursados
receberem as referidas gratificações.

Comentários:

É de iniciativa do Chefe do Poder Executivo lei que disponha sobre o aumento da remuneração de cargos,
empregos ou funções públicas (art. 61, § 1º, II, alínea “a”). Na situação apresentada pelo enunciado, há vício
de iniciativa, pois o projeto de lei aumentando a remuneração dos empregados públicos foi de iniciativa
parlamentar (e não do Governador!).

Também não é possível a extensão das gratificações aos empregados públicos, uma vez que o regime
jurídico a eles aplicável e o da CLT. E aí não poderia uma lei estadual alterar, de algum modo, o regime
celetista, uma vez que é competência privativa da União legislar sobre direito do trabalho (art. 22, I, CF/88).

O gabarito é a letra E.

9. (FGV / Procurador de Paulínia – 2016) Determinado Prefeito Municipal encaminhou projeto de lei
à Câmara de Vereadores concedendo reajuste remuneratório a determinada categoria de servidores
públicos. Ao analisarem o projeto, os Vereadores inseriram uma emenda aditiva estendendo o aumento a
outra categoria, que, no seu entender, mereceria tratamento similar. O projeto foi aprovado pelo
Legislativo e, por fim, sancionado pelo Prefeito Municipal, daí resultando a promulgação e consequente
publicação da lei municipal X.

Considerando a sistemática constitucional, é correto afirmar que a lei municipal X é


a) constitucional, já que os vereadores têm a prerrogativa de apresentar as emendas que entenderem
adequadas aos projetos de lei submetidos à sua apreciação.
b) inconstitucional, pois os vereadores não podem apresentar emendas aos projetos de lei de iniciativa
privativa do Chefe do Poder Executivo.
c) constitucional, já que o vício surgido com a inserção da emenda aditiva foi sanado com sanção do projeto
pelo Prefeito Municipal, agente que detém iniciativa privativa na matéria.
d) inconstitucional, pois a apresentação de emendas pelos vereadores não poderia ter acarretado o aumento
da despesa pública.
e) constitucional, já que a matéria versada no projeto deve ser apreciada pela Câmara de Vereadores, o que
ocorreu em harmonia com o modelo constitucional.

Comentários:

Há limites à apresentação de emendas parlamentares. Primeiro, é necessário que exista pertinência temática
entre a emenda parlamentar e o projeto de lei. Segundo, nos projetos de lei de iniciativa privativa
(reservada) do Chefe do Poder Executivo, não podem ser feitas emendas parlamentares que impliquem em
aumento de despesa, ressalvadas as emendas à lei orçamentária anual e à lei de diretrizes orçamentárias.

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Na situação apresentada, os Vereadores inseriram emenda parlamentar no projeto de lei estendo o aumento
de remuneração a outra categoria de servidores públicos. Houve, portanto, aumento de despesa. Assim, em
razão de vício de emenda, a lei municipal X é inconstitucional.

O gabarito é a letra D.

10. (FGV / MPE-RJ – 2016) O Chefe do Poder Executivo encaminhou projeto de lei, ao Poder Legislativo,
concedendo reajuste de vencimentos a todos os servidores vinculados à Administração Pública direta e
indireta. Omitiu, no entanto, os servidores do Ministério Público. Insatisfeitos, os servidores formaram
uma comissão e convenceram diversos parlamentares a apresentar uma emenda ao projeto, de modo que
o aumento a ser concedido viesse a contemplá-los. Esse projeto foi aprovado, sancionado e promulgado,
tornando-se lei. À luz da Constituição da República Federativa do Brasil, é correto afirmar que a lei assim
aprovada é:
a) constitucional, porque são de iniciativa do Chefe do Poder Executivo os projetos de lei que disponham
sobre o reajuste de vencimentos dos servidores públicos;
b) inconstitucional, porque somente o Ministério Público poderia ter proposto, ao Poder Legislativo, o
reajuste dos vencimentos dos seus servidores;
c) constitucional, porque qualquer vício de iniciativa é suprido com a sanção, pelo Chefe do Poder Executivo,
do projeto aprovado pelo Legislativo;
d) inconstitucional, porque os parlamentares deveriam ter apresentado um projeto de lei autônomo, e não
promovido emendas naquele ofertado pelo Poder Executivo;
e) constitucional, porque o princípio da isonomia impede a existência de diferenças de remuneração entre
os servidores, o que foi corrigido pelos parlamentares.

Comentários:

O Ministério Público tem competência para propor ao Poder Legislativo a criação e extinção de seus cargos
e serviços auxiliares, bem como a política remuneratória e os planos de carreira. A proposta ao Poder
Legislativo é realizada por meio da apresentação de projeto de lei.

Pode-se dizer, desse modo, que o Ministério Público tem a iniciativa privativa para apresentar projeto de
lei versando sobre o aumento da remuneração de seus servidores.

O gabarito é a letra B.

11. (FGV / ISS Cuiabá – 2016) Um grupo de deputados federais, sensíveis à crise financeira que assola
certos setores da economia, com o objetivo de diminuir o custo de produção e evitar o aumento de preços,
apresentou proposição legislativa reduzindo a alíquota de determinados tributos da União. O projeto foi
aprovado em ambas as Casas do Congresso Nacional, com estrita observância da sistemática
constitucional, sendo convertido em lei, após sanção do Chefe do Poder Executivo.
À luz da sistemática constitucional, assinale a afirmativa correta.

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a) Não há qualquer vício formal na lei, já que os deputados federais têm poder de iniciativa legislativa em
matéria tributária.
b) Há vício formal na lei, já que somente o Presidente da República pode iniciar o processo legislativo em
matéria tributária.
c) A lei somente terá vício formal se a proposta de lei orçamentária anual não tiver previsto a redução de
alíquota.
d) A ausência de iniciativa legislativa dos parlamentares foi superada com a sanção do projeto pelo Chefe do
Poder Executivo.
e) Os parlamentares somente teriam poder de iniciativa legislativa, em matéria tributária, caso a lei fosse
direcionada a Território Federal.

Comentários:
==1619d5==

A iniciativa em matéria tributária é comum ao Poder Executivo e ao Legislativo (art. 48, I, CF). A exceção,
prevista no art. 61, § 1.°, II, “b”, da Constituição, é quanto a matéria tributária dos Territórios Federais, que
é de iniciativa privativa do Presidente da República. Vejamos o texto da Constituição:

Art. 61 (...)

§ 1º São de iniciativa privativa do Presidente da República as leis que:

II - disponham sobre:

(...)

b) organização administrativa e judiciária, matéria tributária e orçamentária, serviços


públicos e pessoal da administração dos Territórios;

Não há, portanto, qualquer vício formal na lei.

O gabarito é a letra A.

12. (FGV / TJ-BA – 2015) Diante dos recentes protestos da população por todo o Brasil, muito se tem
discutido sobre a participação mais ativa do cidadão no processo legislativo. Como instrumento de
manifestação da soberania popular, é correto afirmar que a iniciativa popular:
a) consiste na apresentação, ao Senado Federal, de projeto de lei subscrito por, no mínimo, um por cento do
eleitorado nacional, distribuído pelo menos por três Estados, que trate de matérias especificadas na
Constituição, relacionadas aos direitos e garantias fundamentais;
b) somente pode ocorrer em âmbito federal, já que o texto constitucional não trata de iniciativa popular em
nível estadual e municipal, sendo vedada às constituições estaduais e às leis orgânicas dispor sobre a matéria;
c) consiste na possibilidade de o eleitorado nacional deflagrar processo legislativo de lei complementar, lei
ordinária, emenda à Constituição ou medida provisória mediante proposta de, no mínimo, um por cento de
todo o eleitorado nacional, distribuído por pelo menos sete Estados;

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d) é espécie de processo legislativo realizado diretamente pela população que apresenta o projeto de lei ao
Congresso Nacional, que deve analisar apenas aspectos formais de sua constitucionalidade, vedada a
rejeição do projeto em seu mérito, para não desnaturar a essência do instituto;
e) pode ser exercida pela apresentação à Câmara dos Deputados de projeto de lei subscrito por, no mínimo,
um por cento do eleitorado nacional, distribuído pelo menos por cinco Estados, com não menos de três
décimos por cento dos eleitores de cada um deles.

Comentários:

A Constituição Federal dispõe, em seu art. 61, § 2o, que a iniciativa popular pode ser exercida pela
apresentação à Câmara dos Deputados de projeto de lei subscrito por, no mínimo, um por cento do
eleitorado nacional, distribuído pelo menos por cinco Estados, com não menos de três décimos por cento
dos eleitores de cada um deles. A letra E é o gabarito.

13. (FGV / TCM-SP – 2015) Determinada lei orgânica municipal veiculou comando estabelecendo
critérios detalhados sobre o provimento dos cargos em comissão existentes no Município e outro dispondo
que contratos e convênios acima de determinado valor, celebrados pelo Poder Executivo, devem ser
ratificados pela Câmara dos Vereadores. Considerando os balizamentos estabelecidos pela Constituição
da República, é correto afirmar que:
a) ambos os comandos são constitucionais, já que a disciplina básica a respeito do regime jurídico dos
servidores e dos contratos da administração pública é matéria da lei orgânica;
b) somente o primeiro comando é inconstitucional, já que a definição de critérios detalhados a respeito do
provimento dos cargos em comissão não é matéria da alçada da lei orgânica;
c) somente o segundo comando é inconstitucional, já que afronta a separação de poderes a submissão à
Câmara dos Vereadores dos contratos e convênios a que se refere a lei orgânica;
d) ambos os comandos são inconstitucionais, já que o primeiro deles não poderia ser inserido na lei orgânica,
e o segundo afronta a separação dos poderes;
e) o segundo comando é constitucional, já que o controle externo do Poder Executivo é realizado pelo Poder
Legislativo, o que abrange a possibilidade de ratificação dos ajustes celebrados.

Comentários:

Na situação apresentada, analisa-se dois dispositivos de Lei Orgânica Municipal quanto à sua
constitucionalidade:

a) Norma que estabelece critérios detalhados sobre o provimento dos cargos em comissão existentes
no Município e;

b) Norma que dispõe que contratos e convênios acima de determinado valor, celebrados pelo Poder
Executivo, devem ser ratificados pela Câmara dos Vereadores.

O primeiro dispositivo é inconstitucional. Isso porque a iniciativa de lei sobre servidores públicos e seu regime
jurídico é da competência privativa do Chefe do Poder Executivo. Ao inserir esse tema na Lei Orgânica,
considera-se que está sendo usurpada a iniciativa legislativa do Chefe do Poder Executivo.

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O segundo dispositivo também é inconstitucional, uma vez que viola o princípio da separação de poderes.
Nesse sentido, cita-se precedente semelhante do STF:

“É inconstitucional, por ofensa ao princípio da independência e harmonia entre os Poderes, norma que
subordina acordos, convênios, contratos e atos de Secretários de Estado à aprovação da Assembleia
Legislativa.”

Tendo em vista tudo o que comentamos, o gabarito é a letra D.

14. (FGV / DPE-RO – 2015) Determinado Deputado Estadual, sensibilizado com a situação dos
servidores públicos do Poder Executivo, que há anos não recebiam qualquer aumento salarial, decidiu
elaborar um projeto de lei a respeito dessa temática. O projeto, considerando a precária situação
financeira do Estado, repôs as perdas decorrentes da inflação e concedeu um aumento real de apenas 0,5%
(meio por cento). O projeto, que contou com amplo apoio da população, foi aprovado pela Assembleia
Legislativa e, ao final, sancionado pelo Governador. A partir dessa narrativa, é correto afirmar que a lei
decorrente desse processo legislativo é:
a) constitucional, pois compete ao Estado legislar sobre os respectivos servidores públicos;
b) inconstitucional, pois a matéria é de iniciativa privativa do Chefe do Poder Executivo, não sendo o vício
sanado pela sanção;
c) constitucional, desde que o reajuste fornecido aos servidores estaduais não supere aquele concedido aos
servidores da União;
d) inconstitucional, pois a matéria é de iniciativa privativa do Chefe do Poder Legislativo e a sanção não supriu
o vício;
e) constitucional, desde que a Constituição Estadual tenha reconhecido a iniciativa legislativa dos Deputados
Estaduais nessa matéria.

Comentários:

As leis que disponham sobre “criação de cargos, funções ou empregos públicos na administração direta e
autárquica ou aumento de sua remuneração” são de iniciativa privativa do Chefe do Poder Executivo (art.
61, § 1º, I, “a”).

Portanto, na situação apresentada, a lei é inconstitucional, uma vez que foi usurpada a iniciativa legislativa
do Governador. Cabe destacar que a sanção ao projeto de lei não irá convalidar a nulidade ocorrida no
processo legislativo. A resposta, portanto, é a letra B.

15. (FGV / TJ-PI – 2015) O processo legislativo brasileiro contempla institutos como a iniciativa
legislativa, a sanção, o veto e a promulgação, os quais possuem uma funcionalidade extremamente
importante no surgimento das normas de conduta. À luz da sistemática constitucional, é correto afirmar
que:
a) todas as espécies legislativas estão sujeitas à sanção e ao veto;
b) a sanção aposta ao projeto de lei supre eventual vício de iniciativa;

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c) o veto tácito será apreciado, pelo Congresso Nacional, da mesma forma que o veto expresso;
d) a promulgação não é ato privativo do Presidente da República;
e) somente é constitucional a sanção expressa, não a sanção tácita.

Comentários:

Letra A: errada. Não há sanção de proposta de emenda constitucional e de medida provisória que seja
integralmente convertida em lei.

Letra B: errada. Pelo princípio da não-convalidação das nulidades, a sanção presidencial não supre o vício de
iniciativa.

Letra C: errada. O veto será sempre expresso. Não há veto tácito.

Letra D: correta. Há situações em que não é o Presidente da República quem fará a promulgação. Por
exemplo: a) a promulgação de emendas constitucionais é feitas pelas Mesas da Câmara dos Deputados e do
Senado Federal, em conjunto; b) quando há rejeição do veto, o Presidente da República deverá promulgar a
lei; caso não o faça dentro de 48 horas, a competência se desloca para o Presidente do Senado Federal

Letra E: errada. A sanção pode ser tácita ou expressa.

O gabarito é a letra D.

16. (FGV / TJ-SC – 2015) Em relação ao processo legislativo direcionado à reforma do texto
constitucional, é correto afirmar que:
a) a supressão de texto, pelo Senado Federal, jamais exige o retorno do projeto à Câmara dos Deputados;
b) o projeto, não aprovado em primeiro turno de discussão pela Câmara dos Deputados, pode seguir para o
Senado Federal caso o seja em segundo turno;
c) considera-se rejeitado o projeto que sofra alterações no Senado Federal, não sendo possível o seu retorno
à Câmara dos Deputados;
d) a supressão de texto, pelo Senado Federal, sempre exige o retorno do projeto à Câmara dos Deputados;
e) a emenda de redação aprovada pelo Senado Federal exigirá o retorno do projeto à Câmara dos Deputados
quando alterar o seu sentido normativo.

Comentários:

Letra A: errada. Caso a emenda parlamentar (supressiva) implique na alteração do sentido normativo da
proposta de emenda constitucional, esta deverá retornar à Câmara dos Deputados.

Letra B: errada. A proposta de emenda constitucional seguirá para o Senado Federal após ser aprovada em
dois turnos na Câmara dos Deputados.

Letra C: errada. A proposta de emenda constitucional que sofrer alterações no Senado Federal deverá, em
regra, retornar para a Câmara dos Deputados.

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Letra D: errada. Na ADI nº 3.367, o STF entendeu que “não precisa ser reapreciada pela Câmara dos
Deputados expressão suprimida pelo Senado Federal em texto de projeto que, na redação remanescente,
aprovada de ambas as Casas do Congresso, não perdeu sentido normativo.”

Letra E: correta. Caso o Senado Federal aprove proposta de emenda constitucional com emendas
parlamentares que alterem seu sentido normativo, esta deverá retornar à Câmara dos Deputados.

O gabarito é a letra E.

17. (FGV / DPE-RJ – 2014) Processo legislativo é o conjunto de regras procedimentais previstas na
Constituição, tendentes a regulamentar a elaboração das espécies normativas. Nesse contexto, destaca-
se a:
a) emenda à Constituição, cuja proposta é discutida e votada em cada Casa do Congresso Nacional, em dois
turnos, considerando-se aprovada se obtiver, em ambos, três quintos dos votos dos respectivos membros.
b) medida provisória, que é adotada pelo Presidente da República, em caso de oportunidade e conveniência,
com força de lei, tendo o Congresso Nacional prazo máximo de 180 dias para convertê-la em lei ou rejeitá-
la.
c) lei ordinária, sendo que o projeto de lei aprovado por maioria absoluta em uma Casa é revisto pela outra,
em dois turnos de discussão e votação, e enviado à sanção.
d) lei complementar, a qual tem objetivo de complementar leis anteriores em matéria processual, dispondo
sobre procedimentos administrativos ou judiciais.
e) lei delegada, que é adotada pelo Presidente da República, o qual delega para o Congresso Nacional
competência para elaboração de lei cuja iniciativa originária era do Poder Executivo.

Comentários:

Letra A: correta. É o que prevê o art. 60, § 2o, da Constituição.

Letra B: errada. A medida provisória é adotada pelo Presidente da República em caso de urgência, devendo
ser submetida de imediato ao Congresso Nacional. A Carta Magna prevê que prorrogar-se-á uma única vez
por igual período a vigência de medida provisória que, no prazo de sessenta dias, contado de sua publicação,
não tiver a sua votação encerrada nas duas Casas do Congresso Nacional (art. 62, § 6o, CF). O prazo para que
o Congresso Nacional a converta em lei ou a rejeite é, portanto, de sessenta dias, prorrogáveis por mais
sessenta.

Letra C: errada. No processo legislativo ordinário, a aprovação se dá por maioria simples, presentes a maioria
absoluta dos membros de cada Casa, sendo necessário apenas um turno de discussão e votação.

Letra D: errada. Não é esse o conceito de leis complementares. As leis complementares são aquelas
aprovadas por maioria absoluta dos membros de cada Casa Legislativa.

Letra E: errada. É o contrário! As leis delegadas são elaboradas pelo Presidente da República, que deverá
solicitar a delegação ao Congresso Nacional (art. 68, caput, CF).

O gabarito é a letra A.

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18. (FGV / Senado Federal – 2008) Consoante os termos do art. 59 da Constituição brasileira, as
seguintes normas estão compreendidas no regular processo legislativo:
a) resoluções e decretos
b) medidas provisórias e estatutos.
c) leis programáticas e leis delegadas
d) decretos legislativos e resoluções.
e) leis complementares e leis suplementares

Comentários:

Segundo o art. 59, CF/88, o processo legislativo compreende a elaboração de: i) emendas à Constituição; ii)
leis complementares; iii) leis ordinárias; iv) leis delegadas; v) medidas provisórias; vi) decretos legislativos e;
vii) resoluções. Não estão compreendidos no processo legislativo a elaboração de decretos executivos. A
resposta é, portanto, a letra D.

19. (FGV / Senado Federal – 2008) O processo legislativo confere aos cidadãos poder de iniciar o
processo legislativo. Trata-se da lei de iniciativa popular. Consoante o texto constitucional, tal projeto deve
preencher os seguintes requisitos:
a) subscrição de um por cento do eleitorado nacional, distribuído por pelo menos cinco estados e com pelo
menos três décimos por cento dos eleitores em cada um deles.
b) subscrição de, no mínimo, de um milhão de eleitores, divididos por dez estados da federação,
proporcionalmente.
c) subscrição de dez por cento do número total de eleitores do país, divididos por, no mínimo, vinte estados
da federação, em proporcionalidade.
d) subscrição de cinco por cento do eleitorado nacional, distribuído por, pelo menos, quinze estados, e cinco
décimos de eleitores por estado.
e) subscrição de vinte por cento do eleitorado nacional, distribuído por dez estados sem limite por cada
estado.

Comentários:

A iniciativa popular depende da subscrição de projeto por 1% do eleitorado nacional, distribuído por pelo
menos 5 Estados, com pelo menos 0,3% dos eleitores em cada um deles. A resposta é, portanto, a letra A.

20. (FGV / OAB – 2012) A Assembleia Legislativa do Estado “M”, verificando que o Estado jamais
regulamentou a aposentadoria especial dos servidores públicos cujas atividades sejam exercidas sob
condições especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física (art. 40, § 4º, III da Constituição da
República), edita lei complementar, de iniciativa do deputado “X”, que determina a aplicação dos mesmos
critérios aplicados aos trabalhadores da iniciativa privada (previstos na Lei n. 8.213/91). O Governador do
Estado sanciona a lei, que é publicada dias depois.

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Sobre o caso concreto apresentado, assinale a afirmativa correta.


a) Há vício de iniciativa, devendo a regulamentação do regime dos servidores públicos ser estabelecida em
lei de iniciativa do Chefe do Poder Executivo - no caso, o Governador do Estado.
b) Ainda que houvesse vício de iniciativa, a sanção pelo Governador do Estado supre tal vício, uma vez que
se considera que a autoridade originalmente atribuída do poder de iniciativa ratificou as disposições da lei.
c) Não há vício de iniciativa, pois as matérias com reserva de iniciativa são somente aquelas que devem ser
tratadas por meio de lei ordinária; as leis complementares, pela exigência de quórum qualificado, podem ser
encaminhadas pelo Poder Executivo ou pelo Legislativo.
d) Somente existe vício de iniciativa se não tiver havido tempo razoável para o Poder Executivo encaminhar
à Assembleia Legislativa o projeto de lei. Diante da inércia do Governador por diversos anos, pode a
Assembleia suprir a mora, elaborando o projeto.

Comentários:

No âmbito da União, é do Presidente da República a iniciativa de leis que disponham sobre o regime jurídico
dos servidores públicos federais, bem como regras sobre aposentadoria. Pelo princípio da simetria, a
iniciativa de leis que tratem dessa matéria, em âmbito estadual, será do Governador.

Portanto, no caso apresentado, em que um Deputado apresenta projeto de lei tratando sobre aposentadoria
de servidores públicos estaduais, percebe-se que houve vício de iniciativa. Destaque-se que, mesmo que
haja posterior sanção da lei pelo Governador, esse ato não irá convalidar o vício de iniciativa. A resposta é a
letra A.

21. (FGV / Senado Federal – 2008) No sistema bicameral brasileiro, tendo iniciado projeto de lei
ordinária no Senado Federal, remetido à Câmara dos Deputados e sofrido emendas, retornando à Casa
iniciadora poderá o projeto:
a) sofrer rejeição total das emendas e ser remetido para sanção presidencial.
b) passar por novas emendas e ser devolvido à Câmara dos Deputados.
c) ser emendado, aprovado e remetido à sanção presidencial.
d) não sofrer emendas porque a Câmara dos Deputados é soberana em tema de lei ordinária.
e) tramitar por procedimento sumário, sem ir a plenário.

Comentários:

Se o projeto de lei começou a tramitar no Senado Federal, será este órgão considerado a Casa Iniciadora. A
Câmara dos Deputados será, então, a Casa Revisora. Após o projeto ter sido aprovado com emendas na Casa
Revisora, ele retorna à Casa Iniciadora para que as emendas sejam apreciadas.

A Casa Iniciadora pode, então, aprovar as emendas ou rejeitá-las, enviando o projeto de lei para sanção
presidencial. Perceba que a Casa Iniciadora possui predominância no processo legislativo, uma vez que terá
a prerrogativa de rejeitar totalmente as emendas feitas na Casa Revisora. A resposta é a letra A.

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22. (FGV / Senado Federal – 2008) A iniciativa popular em matéria de lei federal está condicionada à
manifestação de pelo menos um por cento do eleitorado nacional, que deverá estar distribuído em no
mínimo cinco Estados, exigida em cada um deles a manifestação de três décimos por cento de seus
eleitores (Constituição, art. 61, § 2º).

Comentários:

A iniciativa popular depende da subscrição do projeto de lei por 1% do eleitorado nacional, distribuído por
pelo menos 5 Estados, com não menos de 0,3% dos eleitores em cada um desses Estados. Questão correta

23. (FGV / Senado Federal – 2008) Os Tribunais detêm competência privativa para propor a criação de
novas varas judiciárias. Compete privativamente ao Supremo Tribunal Federal e aos Tribunais Superiores
propor a criação ou extinção dos tribunais inferiores, bem como a alteração do número de membros
destes, a criação e a extinção de cargos e a fixação de vencimentos de seus membros, dos juízes, inclusive
dos tribunais inferiores, dos serviços auxiliares dos juízos que lhes forem vinculados, e a alteração da
organização e da divisão judiciária (Constituição. arts. 96, I, “d”, e 96, II e alíneas).

Comentários:

Segundo o art. 96, I, “d”, compete aos tribunais propor a criação de novas varas judiciárias. Por sua vez, o
art. 96, II, dispõe que compete ao STF, aos Tribunais Superiores e aos Tribunais de Justiça propor: i) a
alteração do número de membros dos tribunais inferiores; ii) a criação e a extinção de cargos e a
remuneração dos seus serviços auxiliares e dos juízos que lhes forem vinculados, bem como a fixação do
subsídio de seus membros e dos juízes, inclusive dos tribunais inferiores, onde houver; iii) a criação ou
extinção dos tribunais inferiores e; iv) a alteração da organização e da divisão judiciárias. Questão correta.

24. (FGV / OAB – 2012) O Presidente da República encaminhou ao Senado Federal projeto de Lei
Ordinária para provimento de cargos de servidores da União.Após os debates,o projeto foi aprovado pelo
plenário do Senado Federal e, em seguida, encaminhado para a Câmara dos Deputados que, em apenas
um turno de discussão e votação, o aprovou e o enviou ao Presidente da República, que o sancionou.

Sobre o fato acima, assinale a afirmativa correta.


a) A lei é inconstitucional, pois a iniciativa de projetos de lei para provimento de cargos de servidores da
União é da Câmara dos Deputados.
b) A discussão e a votação do projeto deveriam ter se iniciado na Câmara dos Deputados, havendo, por isso,
vício no processo legislativo.
c) A ocorrência de dois turnos de discussão e votação do projeto de lei ordinária, pressuposta no adequado
processo legislativo, não ocorreu no caso narrado.
d) A lei é constitucional, pois o processo legislativo foi hígido.

Comentários:

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Letra A: errada. Projeto de lei que trata de provimento de cargos de servidores da União é de iniciativa
privativa do Presidente da República. Portanto, não houve vício de iniciativa.

Letra B: correta. Os projetos de lei apresentados pelo Presidente da República deverão iniciar sua tramitação
pela Câmara dos Deputados, que atuará, então, como Casa Iniciadora. Por ter começado a tramitar pelo
Senado Federal, conclui-se que houve vício no processo legislativo.

Letra C: errada. Não há dois turnos de discussão e votação na apreciação de leis, mas apenas no caso de
emendas constitucionais.

Letra D: errada. A lei é inconstitucional, pois houve vício no processo legislativo. O projeto de lei deveria ter
começado sua tramitação na Câmara dos Deputados.

25. (FGV / OAB – 2013) Preocupado com a concorrência de eletrodomésticos produzidos na China e
com o saldo da balança comercial, o Presidente da República, no dia 1º de abril, editou medida provisória
determinando o aumento da alíquota do imposto sobre produtos industrializados (IPI) para os produtos
provenientes daquele país. Entretanto, passados 30 (trinta) dias, o Congresso Nacional rejeitou a medida
provisória, não a convertendo em lei. Com base no caso acima, assinale a afirmativa correta.
a) A medida provisória terá eficácia por mais 30 (trinta) dias, perfazendo o total de 60 (sessenta) dias.
b) A medida provisória terá eficácia por mais 30 (trinta) dias, período no qual poderá haver nova tentativa
de conversão em lei.
c) A medida provisória perderá sua eficácia, cabendo ao Presidente da República, caso haja interesse,
reeditá-la imediatamente.
d) A medida provisória perderá sua eficácia, devendo o Congresso Nacional disciplinar, por decreto
legislativo, as relações jurídicas dela decorrentes.

Comentários:

Letra A e B: erradas. Com a rejeição pelo Congresso Nacional, a medida provisória perderá a eficácia desde
já.

Letra C: errada. O Presidente da República não poderá reeditar, na mesma sessão legislativa, medida
provisória que tenha sido rejeitada ou que tenha perdido sua eficácia por decurso de prazo.

Letra D: correta. Uma vez rejeitada pelo Congresso Nacional, a medida provisória perderá sua eficácia.
Caberá, então, ao Congresso Nacional, disciplinar, por decreto legislativo, as relações jurídicas dela
decorrentes.

26. (FGV / OAB – 2012) Pode o Presidente da República editar medida provisória contrária à súmula
vinculante editada pelo STF?
a) Não, pois o STF é o guardião da Constituição.
b) Não, pois a súmula vincula todos os Poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário).
c) Sim, pois a súmula vincula a Administração Pública, mas não o chefe do Poder Executivo.

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d) Sim, pois o Presidente da República estaria, nesse caso, exercendo função legislativa.

Comentários:

Questão muito interessante! As Súmulas Vinculantes, elaboradas pelo STF, vinculam toda a Administração
Pública. No entanto, elas não impedem o exercício da função legislativa. O Presidente da República, quando
edita medidas provisórias, está exercitando função atípica legislativa e, portanto, pode contrariar Súmula
Vinculante. A resposta é a letra D.

27. (FGV / SEFAZ-RJ – 2011) Suponha que, em setembro de 2010, o Presidente da República tenha
editado medida provisória majorando a alíquota de determinado imposto. Nesse caso, é correto afirmar
que a medida provisória é:
a) constitucional, mas só produzirá efeito em 2011 se tiver sido convertida em lei em 2010.
b) inconstitucional, pois medida provisória não pode dispor sobre matéria reservada a lei complementar.
c) constitucional e produz efeito imediatamente após a sua edição.
d) inconstitucional, pois medida provisória não pode dispor sobre direito tributário.
e) inconstitucional, pois medida provisória pode instituir tributo, mas não pode alterar alíquota.

Comentários:

Segundo o art. 62, § 2º, CF/88, medida provisória que implique instituição ou majoração de impostos só
produzirá efeitos no exercício financeiro seguinte se houver sido convertida em lei até o último dia daquele
em que foi editada. Dessa forma, para que a medida provisória produza efeitos em 2011, ela deverá ser
convertida em lei até o final de 2010. A resposta é a letra A.

28. (FGV / OAB – 2011) Assinale a alternativa que contemple matéria para cuja disciplina é vedada a
edição de medida provisória.
a) Instituição ou majoração de impostos.
b) Abertura de crédito extraordinário, ainda que para atendimento a despesas imprevisíveis e urgentes.
c) Normas gerais de licitações e contratos administrativos
d) Partidos políticos e direito eleitoral.

Comentários:

É vedada a edição de medida provisória sobre partidos políticos e direito eleitoral (art. 62, §1º, I, “a”). A
resposta é a letra D.

29. (FGV / Juiz TJ-PA – 2009) A respeito do regramento constitucional das medidas provisórias, assinale
a afirmativa incorreta.
a) É vedada a edição de medidas provisórias sobre matéria já disciplinada em projeto de lei aprovado pelo
Congresso Nacional e pendente de sanção ou veto do Presidente da República.

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b) A edição de medida provisória para instituição de tributos só será admitida para atender despesas
imprevisíveis e urgentes, como as decorrentes de guerra, comoção interna ou calamidade pública.
c) Apenas excepcionalmente o Poder Judiciário poderá, no controle de constitucionalidade da medida
provisória, examinar a adequação dos requisitos de relevância e urgência, por força da regra de separação
de poderes.
d) A medida provisória não apreciada pelo Congresso Nacional podia, até a Emenda Constitucional 32/2001,
ser reeditada dentro do seu prazo de eficácia de trinta dias, mantidos os efeitos de lei desde a primeira
edição.
e) É vedada a reedição, na mesma sessão legislativa, de medida provisória que tenha sido rejeitada ou que
tenha perdido sua eficácia por decurso de prazo.

Comentários:

Letra A: correta. Essa é uma vedação prevista no art. 62, §1º, IV. Não se pode editar medida provisória sobre
matéria disciplinada em projeto de lei aprovado pelo Congresso Nacional e pendente de sanção pelo
Presidente.

Letra B: errada. É amplamente admitida a edição de medida provisória em matéria tributária.

Letra C: correta. Os requisitos constitucionais para a edição de medidas provisórias (relevância e urgência)
poderão, excepcionalmente, ser examinados pelo Poder Judiciário.

Letra D: correta. Até a EC nº 32/2001, a medida provisória não apreciada pelo Congresso Nacional poderia
ser reeditada dentro do seu prazo de eficácia de 30 dias. Após a EC nº 32/2001, a medida provisória que não
for apreciada pelo Congresso Nacional dentro do seu período de eficácia (60 dias, prorrogáveis uma vez por
igual período) não poderá ser reeditada na mesma sessão legislativa.

Letra E: correta. De fato, é vedada a reedição, na mesma sessão legislativa, de medida provisória que tenha
sido rejeitada ou que tenha perdido sua eficácia por decurso de prazo (art. 62, §10).

30. (FGV / Senado Federal – 2008) É vedada a edição de medidas provisórias sobre as matérias
relacionadas nas alternativas a seguir, à exceção de uma. Assinale-a.
a) nacionalidade, cidadania, direitos políticos e direito eleitoral.
b) direito penal, processual penal e processual civil.
c) organização do Poder Judiciário e do Ministério Público, a carreira e a garantia dos seus membros.
d) que vise à detenção ou sequestro de bens, de poupança popular ou qualquer outro ativo financeiro.
e) que institua ou majore tributos.

Comentários:

Admite-se a edição de medida provisória que institua ou majore tributos. A resposta é a letra E.

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31. (FGV / DPE-RJ – 2014) O processo legislativo é o conjunto de regras procedimentais tendentes a
regulamentar a elaboração das espécies normativas. A soberania popular é exercida de várias formas,
como através da iniciativa popular. Sobre o instituto, a Constituição Federal prevê
a) que a iniciativa popular pode ser exercida pela apresentação à Câmara dos Deputados de projeto de lei
subscrito por, no mínimo, um por cento da população nacional.
b) que a iniciativa popular pode ser exercida pela apresentação à Câmara dos Deputados de projeto de lei
subscrito por, no mínimo, cinco por cento do eleitorado nacional.
c) somente a iniciativa popular em nível federal, razão pela qual não é possível em âmbito estadual e
municipal, pois em matéria de processo legislativo, a competência para legislar é da União, nos limites
previstos na Constituição.
d) somente a iniciativa popular em nível federal, e a omissão sobre a possibilidade de iniciativa popular em
nível estadual e municipal não significa a impossibilidade de tal ocorrer, pois as Constituições Estaduais e
Leis Orgânicas Municipais podem dispor sobre a matéria, pelo princípio do paralelismo ou simetria.
e) a possibilidade de iniciativa popular em âmbito municipal, através de projetos de lei de interesse específico
do Município, da cidade ou de bairros, com manifestação de, pelo menos, cinco por cento do eleitorado.

Comentários:

Letra A: errada. A iniciativa popular pode ser exercida pela apresentação à Câmara dos Deputados de projeto
de lei subscrito por, no mínimo, um por cento do eleitorado nacional, distribuído pelo menos por cinco
Estados, com não menos de três décimos por cento dos eleitores de cada um deles.

Letra B: errada. A iniciativa popular pode ser exercida pela apresentação à Câmara dos Deputados de projeto
de lei subscrito por, no mínimo, um por cento do eleitorado nacional, distribuído pelo menos por cinco
Estados, com não menos de três décimos por cento dos eleitores de cada um deles.

Letra C: errada. A iniciativa popular é possível tanto nas esferas federal quanto estadual e municipal.

Letra D: errada. A Constituição Federal prevê a possibilidade de iniciativa popular de lei estadual e municipal
(art. 29, XIII e art. 27, § 4o, CF).

Letra E: correta. De fato, o art. 29, XIII, da Constituição, prevê que a iniciativa popular de projetos de lei de
interesse específico do Município, da cidade ou de bairros, através de manifestação de, pelo menos, cinco
por cento do eleitorado.

O gabarito é a letra E.

32. (FGV / TCE-BA – 2013) A respeito do processo legislativo, assinale a afirmativa correta.
a) O Estado dispõe de competência para instituir cláusulas tipificadoras de crime de responsabilidade.
b) A iniciativa de processo legislativo que pretenda alterar a organização e o funcionamento de Tribunal de
Contas Estadual é da mesa da Assembleia Legislativa.
c) Elaborada resolução que autoriza a edição pelo Presidente da República de lei delegada, o Congresso
Nacional deve se abster de legislar acerca da matéria objeto da resolução.

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d) Não é possível a reedição, na mesma sessão legislativa, de medida provisória em seguida a veto do
Presidente da República a projeto de conversão em que se modificou seu conteúdo.
e) Lei ordinária que contraria lei complementar é inconstitucional por ferir o princípio da hierarquia das leis.

Comentários:

Letra A: errada. Compete privativamente à União legislar sobre direito penal (art. 22, I, a, CF).

Letra B: errada. A iniciativa desse processo legislativo é do próprio Tribunal de Contas.

Letra C: errada. Não há tal vedação na Constituição.

Letra D: correta. É vedada a reedição, na mesma sessão legislativa, de medida provisória que tenha sido
rejeitada ou que tenha perdido sua eficácia por decurso de prazo.

Letra E: errada. Não há hierarquia entre lei complementar e lei ordinária, embora a primeira tenha processo
legislativo mais dificultoso. O que as diferencia é o conteúdo: ambas têm campos de atuação diversos, ou
seja, a matéria (conteúdo) é diferente. Como exemplo, citamos o fato de que a CF/88 exige que normas
gerais sobre direito tributário sejam estabelecidas por lei complementar.

O gabarito é a letra D.

33. (FGV / Fundação Pró Sangue – 2013) O processo legislativo alberga diversas espécies normativas,
com diferentes procedimentos. Caso o Deputado Federal “Y” queira apresentar projeto de emenda à
Constituição deverá incorporar à iniciativa, de acordo com os termos impostos pela Constituição de 1988,
no mínimo:
a) um quinto dos membros da Câmara dos Deputados.
b) metade dos membros da Câmara dos Deputados.
c) um terço dos membros da Câmara dos Deputados.
d) dois terços dos membros da Câmara dos Deputados.
e) três quintos dos membros da Câmara dos Deputados.

Comentários:

A proposta de emenda à Constituição será discutida e votada em cada Casa do Congresso Nacional, em dois
turnos, considerando-se aprovada se obtiver, em ambos, três quintos dos votos dos respectivos membros
(art. 60, § 2o, CF). O gabarito é a letra C.

34. (FUNIVERSA / CFM – 2012) O objeto do processo legislativo é a lei, compreendida em seu aspecto
material e formal. A esse respeito e com relação ao processo legislativo constitucional, assinale a
alternativa correta.
a) As emendas à Constituição, por não constituírem lei em sentido formal, destinando-se exclusivamente a
integrar o texto constitucional, não estão compreendidas no processo legislativo.

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b) É de competência privativa do Presidente da República a edição de lei que concede aumento de


remuneração a servidores públicos que integram os quadros funcionais das autarquias federais.
c) Os princípios da anterioridade e da segurança jurídica impõem a vedação à edição de medida provisória
para a majoração de imposto.
d) Um projeto de lei de iniciativa do Senado Federal, após a aprovação na Casa Revisora, será
necessariamente encaminhado ao Presidente da República, para sanção, pelo próprio Senado.
e) A lei delegada constitui espécie de lei adequada para que o Presidente da República legisle, mediante
delegação do Senado Federal.

Comentários:

Letra A: errada. As emendas à Constituição estão, sim, compreendidas no processo legislativo (art. 59, I, CF).

Letra B: correta. É o que prevê o art. 61, § 1o, c, da Constituição Federal.

Letra C: errada. Não há vedação à edição de medida provisória para majoração de imposto.

Letra D: errada. Uma vez tendo sido o projeto de lei aprovado pela Câmara dos Deputados (a Casa Revisora),
este será encaminhado ao Presidente da República por esta. O projeto só retornará ao Senado Federal caso
seja aprovado com emendas. Nesse caso, estas serão objeto de discussão votação.

Letra E: errada. A delegação é do Congresso Nacional, não do Senado Federal.

O gabarito é a letra B.

35. (FGV / Fundação Pró Sangue – 2013) O Deputado Federal “X” apresenta projeto de lei
regulamentando a doação, alienação e demais atividades relacionadas ao corpo humano, matéria
considerada de Direito Civil. Tal disciplina pode ser veiculada por meio de lei ordinária. Essa espécie
normativa, prevê a Constituição Federal da República Federativa do Brasil, é de iniciativa:
a) exclusiva do Presidente da República.
b) privativa do Presidente do Supremo Tribunal Federal.
c) de qualquer parlamentar do Congresso Nacional.
d) privativa do Procurador-Geral da República.
e) de qualquer parlamentar de Assembleia Legislativa.

Comentários:

A Constituição não reserva as matérias de direito civil a qualquer autoridade. Trata-se, portanto, de matéria
de iniciativa de qualquer parlamentar do Congresso Nacional. O gabarito é a letra C.

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QUESTÕES COMENTADAS
1. (CESPE/ MPC-PA – 2019) Com relação à medida provisória, assinale a opção correta.

a) A edição de medida provisória por governador de estado é estritamente vedada.

b) O prazo máximo para que medida provisória seja convertida em lei é de 180 dias após a sua publicação.

c) Não sendo editado decreto legislativo para regulamentar as relações jurídicas após a perda de eficácia de
medida provisória, os atos praticados durante sua vigência permanecerão por ela regidos.

d) Em caso de edição de medida provisória os parlamentares serão convocados extraordinariamente para


deliberar sobre a medida provisória caso estejam em recesso.

e) Compete à Comissão de Constituição e Justiça da casa legislativa apreciar os aspectos constitucionais de


medidas provisórias.

Comentários:

Letra A: errada. A instituição de medidas provisórias pelos estados-membros é facultativa, dependendo de


previsão expressa na Constituição Estadual.

Letra B: errada. As medidas provisórias têm eficácia pelo prazo de sessenta dias a partir de sua publicação,
prorrogável uma única vez por igual período (art. 62, § 3º, CF).

Letra C: correta. É o que determina o art. 62, § 11, da Carta Magna.

Letra D: errada. A edição de medida provisória não configura hipótese de convocação extraordinária do
Congresso Nacional. A Carta Magna determina apenas que, havendo medidas provisórias em vigor na data
de convocação extraordinária do Congresso Nacional, serão elas automaticamente incluídas na pauta da
convocação (art. 57, § 8º, CF).

Letra E: errada. Compete à comissão mista de Deputados e Senadores examinar as medidas provisórias e
sobre elas emitir parecer, antes de serem apreciadas, em sessão separada, pelo plenário de cada uma das
Casas do Congresso Nacional (art. 62, § 9º, CF).

O gabarito é a letra C.

2. (CESPE / STM – 2018) Situação hipotética: Por iniciativa de deputado federal tramitou e foi
aprovado, no Congresso Nacional, projeto de lei que trata de regime jurídico dos militares das Forças
Armadas. Assertiva: Nessa situação, o projeto deverá ser vetado pelo presidente da República, porque
existe vício de constitucionalidade formal.

Comentários:

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As leis que dispõem sobre regime jurídico dos militares das Forças Armadas são de iniciativa privativa do
Presidente da República (art. 61, §1º, II, “f”, CF). Por isso, projeto de lei de iniciativa de deputado federal
que trate dessa matéria deve, sim, ser vetado pelo presidente da República, porque sofre de vício de
constitucionalidade formal. Questão correta.

3. (CESPE / Instituto Rio Branco – 2018) A Câmara dos Deputados é a casa onde se devem iniciar todos
os projetos de lei de iniciativa do presidente da República, do STF ou de tribunal superior, cabendo ao
Senado o papel de casa revisora.

Comentários:

É o que determina a Carta Magna no seu art. 64, segundo o qual “a discussão e votação dos projetos de lei
de iniciativa do Presidente da República, do Supremo Tribunal Federal e dos Tribunais Superiores terão início
na Câmara dos Deputados”. Nesse caso, caberá ao Senado o papel de casa revisora, nos termos do art. 65
da CF/88. Questão correta.

4. (CESPE / EMAP – 2018) Medida provisória que perca sua eficácia por decurso de prazo somente
poderá ser reeditada na mesma sessão legislativa, em caso de interesse público relevante.

Comentários:

A CF/88 determina que “ é vedada a reedição, na mesma sessão legislativa, de medida provisória que tenha
sido rejeitada ou que tenha perdido sua eficácia por decurso de prazo“ (art. 62, § 10, CF). É o que se chama
de principio da irrepetibilidade, que, no caso das medidas provisórias, não comporta exceções. Por isso, na
situação apresentada, a medida provisória não poderá ser reeditada. Questão errada.

5. (CESPE / TRF 1a Região – 2017) Nas situações de relevância e urgência, o chefe do Poder Executivo
federal poderá editar medida provisória que trate de matéria relativa à organização do Poder Judiciário.

Comentários:

É vedada a edição de medida provisória sobre organização do Poder Judiciário e do Ministério Público, a
carreira e a garantia de seus membros (art. 62, § 1º, I, alínea “c”). Questão errada.

6. (CESPE / TRF 1a Região – 2017) Lei estadual, de iniciativa parlamentar, que crie atribuições para
determinada secretaria do estado, deverá ser declarada inconstitucional por vício de iniciativa.

Comentários:

Lei estadual que cria atribuições para determinada secretaria do estado é de iniciativa privativa do
Governador. Portanto, na situação apresentada pelo enunciado, há inconstitucionalidade formal, por vício
de iniciativa. Questão correta.

7. (CESPE / TCE-PE – 2017) Dado o princípio da simetria, lei estadual para tratar de situação funcional
de servidores públicos da administração direta e indireta deverá ser proposta pelo governador do estado.

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Comentários:

É exatamente isso! É de iniciativa privativa do Governador projeto de lei que versa sobre a situação
funcional de servidores públicos estaduais. Questão correta.

8. (CESPE / TCE-PE – 2017) Matéria reservada a lei complementar não pode ser tratada por meio de
medida provisória nem pode ser objeto de lei delegada elaborada pelo presidente da República.

Comentários:

Medida provisória e lei delegada não podem tratar de tema que a CF/88 reservou para lei complementar.
Questão correta.

9. (CESPE / TCE-PE – 2017) A regra da separação dos poderes impede que os requisitos de relevância
e urgência, necessários à edição de medidas provisórias pelo presidente da República, sejam submetidos
ao crivo do Poder Judiciário.

Comentários:

Na ADI 4029, o STF considerou que é possível o controle jurisdicional dos requisitos de urgência e relevância,
mas apenas em casos excepcionais, nos quais for evidente a ausência desses pressupostos. Questão errada.

10. (CESPE / TCE-PE – 2017) Quando propostas pelo presidente da República e aprovadas pelas casas
do Congresso Nacional, as emendas à Constituição deverão ser promulgadas pelo proponente em prazo
constitucionalmente determinado.

Comentários:

As emendas constitucionais são promulgadas pelas Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal.
Não se pode dizer, portanto, que elas serão promulgadas pelos “proponentes”. Questão errada.

11. (CESPE / TCE-PE – 2017) O presidente da República poderá vetar alínea de projeto de lei aprovado
pelo Congresso Nacional, desde que o faça integralmente.

Comentários:

O veto pode ser total ou parcial. No caso de veto parcial, este deverá abranger o texto integral de artigo,
parágrafo, inciso ou alínea. Questão correta.

12. (CESPE / Instituto Rio Branco – 2017) Os projetos de lei de iniciativa do presidente da República,
em particular os que versem sobre questões orçamentárias, não podem receber emendas parlamentares
que ensejem aumento de despesa pública.

Comentários:

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Como regra geral, nos projetos de lei de iniciativa exclusiva do Presidente da República, não serão admitidas
emendas parlamentares que impliquem em aumento de despesa. Essa regra não se aplica, todavia, para
emendas parlamentares em em projetos de leis que envolvam questões orçamentárias. É o que se extrai da
leitura, do art. 63, I, CF/88:

Art. 63. Não será admitido aumento da despesa prevista:

I - nos projetos de iniciativa exclusiva do Presidente da República, ressalvado o disposto no


art. 166, § 3º e § 4º;

Questão errada.

13. (CESPE / TRE-BA – 2017) O Projeto de lei aprovado pelo Congresso Nacional é enviado ao presidente
da República, que pode vetá-lo ou sancioná-lo. Considera-se o veto do presidente um ato
a) retratável, por ser suscetível de posterior alteração pelo próprio presidente da República.
b) político, pois não há necessidade de que seja motivado.
c) absoluto, pois encerra definitivamente o processo legislativo em relação aos dispositivos vetados.
d) expresso, pois deve resultar de manifestação efetiva do chefe do Executivo.
e) supressivo ou aditivo, já que pode determinar a retirada ou a inclusão de dispositivos no projeto de lei.

Comentários:

Letra A: errada. O veto é um ato irretratável.

Letra B: errada. O veto será sempre motivado. O Presidente irá vetar um projeto de lei por considerá-lo
inconstitucional (veto jurídico) ou contrário ao interesse público (veto político).

Letra C: errada. O veto é relativo. Ele poderá ser rejeitado pelo voto da maioria absoluta dos Deputados e
Senadores, em sessão conjunta do Congresso Nacional.

Letra D: correta. O veto é sempre expresso.

Letra E: errada. O veto não pode implicar na inclusão de dispositivos no projeto de lei.

O gabarito é a letra D.

14. (CESPE / TRE-PE - 2017) É permitida, observados os pressupostos constitucionais, a edição de


medidas provisórias sobre matéria:
a) relativa à organização do Poder Judiciário.
b) relativa à nacionalidade e à cidadania.
c) que vise ao sequestro de bens.
d) objeto de projeto de lei pendente de aprovação pelo Congresso Nacional.

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e) relativa a partidos políticos e direito eleitoral.

Comentários:

Vejamos o que dispõe o art. 62, § 1o, que reproduzimos a seguir:

Art. 62, § 1º É vedada a edição de medidas provisórias sobre matéria:

I - relativa a:

a) nacionalidade, cidadania, direitos políticos, partidos políticos e direito eleitoral;

b) direito penal, processual penal e processual civil;

c) organização do Poder Judiciário e do Ministério Público, a carreira e a garantia de seus


membros;

d) planos plurianuais, diretrizes orçamentárias, orçamento e créditos adicionais e


suplementares, ressalvado o previsto no art. 167, § 3o;

II - que vise a detenção ou sequestro de bens, de poupança popular ou qualquer outro


ativo financeiro;

III - reservada a lei complementar;

IV - já disciplinada em projeto de lei aprovado pelo Congresso Nacional e pendente de


sanção ou veto do Presidente da República.

O gabarito é a letra D.

15. (CESPE / PC-GO – 2016) Acerca do processo legislativo pertinente a medidas provisórias, assinale a
opção correta.
a) O decreto legislativo editado para regular as relações nascidas a partir do período de vigência de medida
provisória posteriormente rejeitada cria hipótese de ultratividade da norma, capaz de manter válidos os
efeitos produzidos e, bem assim, alcançar situações idênticas futuras.
b) Muito embora a medida provisória, a partir da sua publicação, não possa ser retirada pelo presidente da
República da apreciação do Congresso Nacional, nada obsta que seja editada uma segunda medida provisória
que ab-rogue a primeira para o fim de suspender-lhe a eficácia.
c) Por força do princípio da separação de poderes, é vedado ao Poder Judiciário examinar o preenchimento
dos requisitos de urgência e de relevância por determinada medida provisória.
d) Em situações excepcionais elencadas no texto constitucional, a medida provisória rejeitada pelo Congresso
Nacional somente poderá ser reeditada na mesma sessão legislativa de sua edição.
e) A proibição de edição de medida provisória sobre matéria penal e processual penal alcança as emendas
oferecidas ao seu correspondente projeto de lei de conversão, as quais ficam igualmente impedidas de
veicular aquela matéria.

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Comentários:

Letra A: errada. A medida provisória tem validade por 60 dias, prorrogáveis por igual período. Se não for
convertida em lei nesse prazo, elas perdem sua validade. Poderá, então, ser editado um decreto legislativo
para regular as relações jurídicas decorrentes da medida provisória.

Se o referido decreto legislativo não for editado, as relações jurídicas constituídas e os atos praticados
durante a vigência da medida provisória continuarão por ela regidos. Diante da falta de edição de decreto
legislativo surgirá, então, hipótese de ultratividade da medida provisória rejeitada (expressa ou
tacitamente. Destaque-se que “ultratividade” consiste em aplicação de norma revogada a casos durante o
período em que ela estava em vigor.

Observe, portanto, que, ao contrário do que diz o enunciado, é a falta de edição de decreto que gera
hipótese de ultratividade da medida provisória.

Letra B: correta. O Presidente da República não pode retirar medida provisória que tenha editado. No
entanto, poderá editar uma segunda medida provisória com o objetivo de ab-rogar a primeira.

Letra C: errada. O Poder Judiciário poderá, em situações excepcionais, examinar os requisitos de relevância
e urgência.

Letra D: errada. A medida provisória rejeitada ou que perdeu eficácia por decurso de prazo não poderá ser
reeditada na mesma sessão legislativa.

Letra E: errada. Não podem ser editadas medidas provisórias sobre direito penal e processual penal. Essas
são vedações materiais às medidas provisórias. No entanto, tais vedações se direcionam ao Presidente da
República ao editar a medida provisória.

No Congresso Nacional, podem ser apresentadas emendas parlamentares à medida provisória, hipótese em
que esta irá se transformar em projeto de lei de conversão. O projeto de lei de conversão não está sujeito
às mesmas vedações materiais que a medida provisória.

O gabarito é a letra B.

16. (CESPE / PC-PE – 2016) No que se refere ao processo legislativo, assinale a opção correta de acordo
com o disposto na CF.
a) A iniciativa popular pode ser exercida pela apresentação ao Congresso Nacional de projeto de lei subscrito
por, no mínimo, 1% do eleitorado nacional, distribuído por, pelo menos, nove estados da Federação.
b) É de competência do Senado Federal examinar as medidas provisórias e emitir parecer sobre elas, antes
que sejam apreciadas pelo plenário de cada uma das Casas do Congresso Nacional.
c) Leis ordinárias e complementares são espécies do processo legislativo federal que, aprovadas pelo
Congresso Nacional, prescindem da sanção do presidente da República.
d) É de competência exclusiva da Câmara dos Deputados sustar os atos normativos do Poder Executivo que
exorbitem do poder regulamentar ou dos limites de delegação legislativa.

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e) A iniciativa de leis complementares e ordinárias cabe ao presidente da República, ao Supremo Tribunal


Federal, aos tribunais superiores, ao procurador-geral da República e aos cidadãos, entre outros.

Comentários:

Letra A: errada. A iniciativa popular de projeto de lei depende da subscrição da proposta por 1% do eleitoral
nacional, em pelo menos 5 estados, manifestando-se, em cada um destes, pelo menos 0,3% do eleitorado.

Letra B: errada. Caberá a uma comissão mista de Deputados Federais e Senadores examinar as medidas
provisórias e sobre elas emitir parecer, antes de sua apreciação, em sessão separada, pelo Plenário de cada
uma das Casas Legislativas.

Letra C: errada. As leis ordinárias e leis complementares dependem de sanção presidencial.

Letra D: errada. É competência exclusiva do Congresso Nacional sustar os atos normativos do Poder
==1619d5==

Executivo que exorbitem do poder regulamentar ou dos limites de delegação legislativa (art. 49, V, CF/88).

Letra E: correta. Segundo o art. 61, CF/88, “a iniciativa das leis complementares e ordinárias cabe a qualquer
membro ou Comissão da Câmara dos Deputados, do Senado Federal ou do Congresso Nacional, ao Presidente
da República, ao Supremo Tribunal Federal, aos Tribunais Superiores, ao Procurador-Geral da República e aos
cidadãos, na forma e nos casos previstos nesta Constituição”.

O gabarito é a letra E.

17. (CESPE / TRT 8a Região – 2016) Acerca do processo legislativo, assinale a opção correta de acordo
com as disposições da CF.
a) Há veto tácito sempre que o presidente da República deixa de sancionar a lei no prazo constitucionalmente
exigido após sua aprovação.
b) É vedada a apresentação de emenda parlamentar a projeto de lei de iniciativa privativa do presidente da
República.
c) Compete ao presidente da República o esclarecimento sobre em que consiste a contrariedade ao interesse
público no veto político a projeto de lei aprovado pelo Congresso Nacional.
d) A sanção e promulgação de projeto de lei de iniciativa privativa do presidente da República, mas
apresentado por parlamentar, sana o vício de iniciativa, por convalidação.
e) A aprovação, sem nenhuma emenda ou modificação, de projeto de lei apresentado pelo presidente da
República dispensa a sanção.

Comentários:

Letra A: errada. O veto é sempre expresso, jamais tácito. Caso o Presidente da República não manifeste sua
posição em relação a um projeto de lei no prazo de 15 dias úteis, este será sancionado tacitamente.

Letra B: errada. Admite-se a apresentação de emenda parlamentar a projeto de lei de iniciativa privativa do
presidente da República, desde que não acarrete aumento de despesa, ressalvada a emenda à lei
orçamentária anual e à lei de diretrizes orçamentárias (art. 63, I, CF).

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Letra C: correta. De fato, assim como o veto jurídico, o veto político é sempre motivado.

Letra D: errada. A sanção do Presidente da República não convalida vício de iniciativa.

Letra E: errada. Mesmo nesse caso, a sanção do Presidente da República é etapa obrigatória do processo
legislativo.

O gabarito é a letra C.

18. (CESPE / TCE-PA – 2016) Em decorrência das prerrogativas da autonomia e do autogoverno, o TCU
detém iniciativa reservada para instaurar processo legislativo destinado a alterar sua organização e
funcionamento, sendo formalmente inconstitucional lei de iniciativa parlamentar que disponha sobre a
referida matéria.

Comentários:

Segundo o art. 73, CF/88, “o Tribunal de Contas da União, integrado por nove Ministros, tem sede no Distrito
Federal, quadro próprio de pessoal e jurisdição em todo o território nacional, exercendo, no que couber, as
atribuições previstas no art. 96”.

Esse dispositivo, além de tratar da composição do TCU, nos indica que este órgão irá exercer, no que couber,
as atribuições previstas no art. 96, CF/88. Essas atribuições são aquelas típicas dos tribunais do Poder
Judiciário. Vejamos:

Art. 96. Compete privativamente:

I - aos tribunais:

a) eleger seus órgãos diretivos e elaborar seus regimentos internos, com observância das
normas de processo e das garantias processuais das partes, dispondo sobre a competência
e o funcionamento dos respectivos órgãos jurisdicionais e administrativos;

b) organizar suas secretarias e serviços auxiliares e os dos juízos que lhes forem vinculados,
velando pelo exercício da atividade correicional respectiva;

c) prover, na forma prevista nesta Constituição, os cargos de juiz de carreira da respectiva


jurisdição;

d) propor a criação de novas varas judiciárias;

e) prover, por concurso público de provas, ou de provas e títulos, obedecido o disposto no


art. 169, parágrafo único, os cargos necessários à administração da Justiça, exceto os de
confiança assim definidos em lei;

f) conceder licença, férias e outros afastamentos a seus membros e aos juízes e servidores
que lhes forem imediatamente vinculados;

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O TCU, assim como os tribunais do Poder Judiciário, tem poder de autogoverno. Nesse sentido, é o próprio
TCU que tem competência para dispor sobre sua organização e funcionamento. Lei de iniciativa parlamentar
que disponha sobre essa matéria será, portanto, formalmente inconstitucional. Questão correta.

19. (CESPE / TCE-PA – 2016) Segundo o STF, configura hipótese de inconstitucionalidade formal, por
vício de iniciativa, a edição de lei de iniciativa parlamentar que estabeleça atribuições para órgãos da
administração pública.

Comentários:

Segundo o STF, lei que estabelecer atribuições para órgãos da Administração Pública é de iniciativa privativa
do Chefe do Poder Executivo. Logo, lei de iniciativa parlamentar sobre essa matéria será formalmente
inconstitucional. Questão correta.

20. (CESPE / TCE-PA – 2016) Cabe ao próprio Ministério Público a iniciativa de propor ao Poder
Legislativo a edição de lei ordinária que disponha sobre a criação e a extinção de seus cargos e serviços
auxiliares, bem como sobre a política remuneratória e seus planos de carreira.

Comentários:

O Ministério Público tem a iniciativa de propor ao Poder Legislativo a edição de lei ordinária dispondo sobre
criação e a extinção de seus cargos e serviços auxiliares, bem como sobre a política remuneratória e seus
planos de carreira. É o que prevê o art. 127, § 2º, CF/88:

Art. 127 (…)

§ 2º Ao Ministério Público é assegurada autonomia funcional e administrativa, podendo,


observado o disposto no art. 169, propor ao Poder Legislativo a criação e extinção de seus
cargos e serviços auxiliares, provendo-os por concurso público de provas ou de provas e
títulos, a política remuneratória e os planos de carreira; a lei disporá sobre sua organização
e funcionamento.

Questão correta.

21. (CESPE / TRE-MT – 2015) A respeito das espécies normativas e do processo legislativo, assinale a
opção correta.
a) As leis ordinárias incidem em todo o território nacional, enquanto as leis complementares regulam
matérias de interesse da União, não incidindo em estados e municípios nem no Distrito Federal.
b) São consideradas cláusulas pétreas da CF, entre outras, a forma federativa de Estado e o voto direto,
secreto, universal e periódico, não se admitindo emenda constitucional tendente a aboli-las.
c) Iniciam-se no Senado Federal a discussão e a votação de projetos de lei de iniciativa do presidente da
República, do STF e dos tribunais superiores.
d) A edição de medidas provisórias é de competência exclusiva do presidente da República, podendo versar
sobre quaisquer matérias que possam ser reguladas por lei ordinária.

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e) Emendas à CF entram em vigor se aprovadas por três quintos dos membros de cada casa do Congresso
Nacional e sancionadas e promulgadas pelo presidente da República.

Comentários:

Letra A: errada. Tanto as leis ordinárias quanto as leis complementares podem incidir em todo o território
nacional.

Letra B: correta. As cláusulas pétreas do texto constitucional são as seguintes: i) forma federativa de Estado;
ii) separação de poderes; iii) voto direto, secreto, universal e periódico e; iv) direitos e garantias individuais.

Letra C: errada. Nos projetos de lei de iniciativa do Presidente da República, do STF e dos Tribunais
Superiores, a Casa Iniciadora é a Câmara dos Deputados.

Letra D: errada. Nem todas as matérias podem ser objeto de medida provisória. Por exemplo, medida
provisória não pode dispor sobre direito penal, processual penal e processual civil.

Letra E: errada. Não há sanção ou veto de proposta de emenda constitucional.

O gabarito é a letra B.

22. (CESPE / Telebrás – 2015) Segundo entendimento do STF, os requisitos constitucionais


legitimadores da edição de medidas provisórias, quanto aos conceitos jurídicos indeterminados de
relevância e urgência, apenas em caráter excepcional se submetem ao crivo do Poder Judiciário, por força
do princípio da separação de poderes.

Comentários:

Em casos excepcionais, o Poder Judiciário poderá avaliar os requisitos de “relevância” e “urgência” de


medida provisória. Questão correta.

23. (CESPE / AGU – 2015) Caso uma lei de iniciativa parlamentar afaste os efeitos de sanções
disciplinares aplicadas a servidores públicos que participarem de movimento reivindicatório, tal norma
padecerá de vício de iniciativa por estar essa matéria no âmbito da reserva de iniciativa do chefe do Poder
Executivo.

Comentários:

As leis que versam sobre o regime jurídico dos servidores públicos são da iniciativa privativa do Chefe do
Poder Executivo. Portanto, uma lei de iniciativa parlamentar que afaste os efeitos de sanções disciplinares
aplicadas a servidores públicos que participarem de movimento reivindicatório padecerá de vício de
iniciativa. Questão correta.

24. (CESPE / AGU – 2015) O veto do presidente da República a um projeto de lei ordinária insere-se no
âmbito do processo legislativo, e as razões para o veto podem ser objeto de controle pelo Poder Judiciário.

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Comentários:

O veto é um ato político e, como tal, suas razões não poderão ser questionadas perante o Poder Judiciário.
Destaque-se, todavia, que é admissível o controle jurisdicional da inoportunidade do veto. Questão errada.

25. (CESPE / AGU – 2015) No ordenamento jurídico brasileiro, admitem-se a autorização de referendo
e a convocação de plebiscito por meio de medida provisória.

Comentários:

O art. 49, XV, CF/88, estabelece que é competência exclusiva do Congresso Nacional autorizar referendo e
convocar plebiscito. O tratamento das matérias da competência exclusiva do Congresso Nacional é feito
mediante decreto legislativo. Questão errada.

26. (CESPE / TCU – 2015) Os estados não são obrigados a prever medida provisória no seu processo
legislativo. Entretanto, caso optem por incluir tal medida entre os instrumentos do processo legislativo
estadual, eles devem observar os princípios e limites estabelecidos a esse respeito na CF.

Comentários:

É isso mesmo! A instituição de medidas provisórias pelos estados-membros é facultativa. De qualquer


maneira, caso o estado opte por instituir medidas provisórias, deverão ser respeitados os princípios e limites
estabelecidos pela Constituição Federal de 1988. Questão correta.

27. (CESPE / Instituto Rio Branco – 2015) O presidente da República possui competência para vetar
projeto de lei, no todo ou em parte, tanto sob o fundamento de inconstitucionalidade como por considerá-
lo contrário ao interesse público.

Comentários:

O veto pode ser jurídico (sob o fundamento de inconstitucionalidade) ou político (quando o projeto de lei
for contrário ao interesse público). Questão correta.

28. (CESPE / Instituto Rio Branco – 2015) Dispõem de competência para apresentar projetos de lei
complementar ou ordinária qualquer membro ou comissão da Câmara dos Deputados, do Senado Federal
ou do Congresso Nacional, o presidente da República, o Supremo Tribunal Federal, os tribunais superiores,
o procurador-geral da República e os cidadãos, na forma e nos casos previstos na Constituição.

Comentários:

Segundo o art. 61, CF/88, “a iniciativa das leis complementares e ordinárias cabe a qualquer membro ou
Comissão da Câmara dos Deputados, do Senado Federal ou do Congresso Nacional, ao Presidente da
República, ao Supremo Tribunal Federal, aos Tribunais Superiores, ao Procurador-Geral da República e aos
cidadãos, na forma e nos casos previstos nesta Constituição”. Questão correta.

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29. (CESPE / TRE-GO – 2015) Embora a CF permita ao ocupante da Presidência da República a adoção
de medidas provisórias com força de lei em casos de relevância e urgência, o texto constitucional proíbe a
edição desse tipo de instrumento com relação ao direito eleitoral.

Comentários:

De fato, a Constituição Federal, em seu art. 62, § 1o, veda a edição de medidas provisórias sobre matéria:

I - relativa a:

a) nacionalidade, cidadania, direitos políticos, partidos políticos e direito eleitoral;

b) direito penal, processual penal e processual civil;

c) organização do Poder Judiciário e do Ministério Público, a carreira e a garantia de seus


membros;

d) planos plurianuais, diretrizes orçamentárias, orçamento e créditos adicionais e


suplementares, ressalvado o previsto no art. 167, § 3º;

II - que vise a detenção ou sequestro de bens, de poupança popular ou qualquer outro ativo
financeiro;

III - reservada a lei complementar;

IV - já disciplinada em projeto de lei aprovado pelo Congresso Nacional e pendente de


sanção ou veto do Presidente da República.

Questão correta.

30. (CESPE / ANTAQ – 2014) Não há previsão constitucional para a iniciativa popular de leis no processo
legislativo estadual.

Comentários:

A Constituição dispõe (art. 27, § 4o) que a lei disporá sobre a iniciativa popular no processo legislativo
estadual. Questão errada.

31. (CESPE / ANTAQ – 2014) A Constituição autoriza o presidente da República, o STF, os tribunais
superiores e o Procurador-Geral da República a solicitar, ao Congresso Nacional, regime de urgência para
apreciação de projetos de sua iniciativa.

Comentários:

Somente o Presidente da República pode solicitar urgência para apreciação dos projetos de sua iniciativa
(art. 64, § 1o, CF). Questão errada.

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32. (CESPE / TJ-CE – 2014) Assinale a opção correta com base nas normas constitucionais que
disciplinam as medidas provisórias e na jurisprudência do STF relativa a essa matéria.
a) Caso o texto original de uma medida provisória seja aprovado e convertido em lei, essa lei terá de ser
sancionada pelo presidente da República, em homenagem ao princípio da separação de poderes.
b) Em qualquer caso, poderá o STF analisar o preenchimento dos requisitos de relevância e urgência
estabelecidos constitucionalmente para as medidas provisórias, em homenagem ao princípio da
inafastabilidade da jurisdição.
c) Caso medida provisória tenha versado sobre matéria reservada a lei complementar, sua conversão em lei,
pelo Congresso Nacional, convalidará o vício inicial, desde que tal conversão seja aprovada por maioria
absoluta.
d) Apesar de o presidente da República, após a edição da medida provisória, não poder mais retirá-la da
apreciação do Congresso Nacional, ele pode ab-rogá-la por meio da edição de nova medida provisória.
e) A competência constitucional do presidente da República para adotar medidas provisórias, em caso de
relevância e urgência, poderá ser delegada, mediante decreto, ao ministro de Estado da Justiça.

Comentários:

Letra A: errada. A sanção do Presidente da República só é necessária quando ocorre alteração do texto
original da medida provisória (art. 62, § 12, CF). Do contrário, não há necessidade.

Letra B: errada. O controle do preenchimento dos requisitos da relevância e da urgência só é feito


excepcionalmente pelo STF, em casos nos quais sua falta seja evidente.

Letra C: errada. A Carta Magna veda a edição de medidas provisórias sobre matérias reservadas à lei
complementar. A conversão em lei dessas medidas provisórias não tem o condão de convalidá-las.

Letra D: correta. O STF entende que o Presidente da República pode expedir medida provisória revogando
outra medida provisória, ainda em curso no Congresso Nacional. A medida provisória revogada fica,
entretanto, com sua eficácia suspensa, até que haja pronunciamento do Poder Legislativo sobre a medida
provisória ab-rogante. Se for acolhida pelo Congresso Nacional a medida provisória ab-rogante, e
transformada em lei, a revogação da medida provisória anterior torna-se definitiva; se for, porém, rejeitada,
retomam seu curso os efeitos da medida provisória ab-rogada, que há de ser apreciada pelo Congresso
Nacional, no prazo restante a sua vigência. Assim, se a medida provisória revogadora não for convertida em
lei, o ato normativo anterior recupera a sua vigência e eficácia pelo restante do prazo, seguindo-se daí as
consequências da sua conversão ou não em lei1.

Letra E: errada. A competência do Presidente da República de editar medidas provisórias é indelegável.

O gabarito é a letra D.

1 ADI 3964/2007.

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33. (CESPE / TCDF – 2014) O veto do presidente da República a projeto de lei será apreciado em sessão
unicameral, somente podendo ser rejeitado pelo voto da maioria absoluta dos congressistas.

Comentários:

O veto do Presidente da República será apreciado em sessão conjunta, só podendo ser rejeitado pelo voto
da maioria absoluta dos deputados e senadores. Questão errada.

34. (CESPE / Câmara dos Deputados – 2014) A CF admite que se modifiquem, por meio de emendas
parlamentares, projetos de lei elaborados pelo chefe do Poder Executivo no exercício de sua iniciativa
reservada, mas veda, por inteiro, as emendas que ensejem aumento de despesa pública.

Comentários:

A vedação a que emendas parlamentares aumentem a despesa pública não é absoluta. O art. 166, § 3o, da
Constituição, permite que as emendas ao projeto de lei do orçamento anual ou aos projetos que o
modifiquem sejam aprovadas caso:

I - sejam compatíveis com o plano plurianual e com a lei de diretrizes orçamentárias;

II - indiquem os recursos necessários, admitidos apenas os provenientes de anulação de


despesa, excluídas as que incidam sobre:

a) dotações para pessoal e seus encargos;

b) serviço da dívida;

c) transferências tributárias constitucionais para Estados, Municípios e Distrito Federal; ou

III - sejam relacionadas:

a) com a correção de erros ou omissões; ou

b) com os dispositivos do texto do projeto de lei.

Questão errada.

35. (CESPE / Câmara dos Deputados – 2014) Se o presidente da República editar determinada medida
provisória, os requisitos constitucionais de relevância e urgência apenas em caráter excepcional submeter-
se-ão ao crivo do Poder Judiciário, por força do princípio da separação dos poderes.

Comentários:

De fato, o controle exercido sobre esses requisitos constitucionais pelo Judiciário dá-se em caráter
excepcional, por força do princípio da separação dos poderes. Questão correta.

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36. (CESPE / Câmara dos Deputados – 2014) Tendo havido sanção expressa, é desnecessário o debate
acerca de eventual defeito de iniciativa, já que este, mesmo existente, restaria convalidado pela anuência
presidencial.

Comentários:

A sanção presidencial não convalida vício de iniciativa. Questão errada.

37. (CESPE / Instituto Rio Branco – 2014) Pertence privativamente ao presidente da República a
iniciativa das leis que disponham sobre a criação de cargos, funções ou empregos públicos, bem como
sobre o aumento de remuneração, na administração direta e nas autarquias.

Comentários:

O art. 61, § 1o, da CF/88 prevê que são de iniciativa privativa do Presidente da República as leis que
disponham sobre criação de cargos, funções ou empregos públicos na administração direta e autárquica ou
aumento de sua remuneração. Questão correta.

38. (CESPE / Instituto Rio Branco – 2014) São disciplinados por decreto legislativo os assuntos de
competência exclusiva do Congresso Nacional, como, por exemplo, a aprovação de tratados, acordos ou
atos internacionais que acarretem encargos ou compromissos gravosos ao patrimônio nacional.

Comentários:

De fato, os decretos legislativos destinam-se a tratar de matérias da competência exclusiva do Congresso


Nacional exclusiva, para as quais a Constituição dispensa a sanção presidencial. É o caso da aprovação de
tratados, acordos ou atos internacionais que acarretem encargos ou compromissos gravosos ao patrimônio
nacional (art. 41, I, CF). Questão correta.

39. (CESPE / Câmara dos Deputados – 2012) O processo legislativo compreende a elaboração de
emendas à Constituição, leis complementares, leis ordinárias, leis delegadas e medidas provisórias. Os
decretos legislativos e as resoluções — que tratam de matérias de competência privativa do Senado
Federal e da Câmara dos Deputados — são considerados atos internos do Poder Legislativo, que não
necessitam de sanção presidencial e, portanto, não compõem o processo legislativo.

Comentários:

Vejamos o que determina o art. 59 da Constituição Federal:

Art. 59. O processo legislativo compreende a elaboração de:

I - emendas à Constituição;

II - leis complementares;

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III - leis ordinárias;

IV - leis delegadas;

V - medidas provisórias;

VI - decretos legislativos;

VII - resoluções.

Os decretos legislativos e as resoluções compõem, sim, o processo legislativo. Questão errada.

40. (CESPE / Ministério da Saúde – 2013) O processo legislativo compreende a elaboração, entre outros
atos normativos, das leis delegadas, das resoluções e das medidas provisórias.

Comentários:

É o que prevê o art. 59 da Constituição. Questão correta.

41. (CESPE / TRT 1ª Região – 2010) A iniciativa privativa ou reservada para deflagrar procedimento
destinado à formação de determinada lei ordinária pode ser objeto de delegação.

Comentários:

Nada disso! A iniciativa reservada é indelegável. Questão errada.

42. (CESPE / OAB – 2009) A iniciativa das leis complementares e ordinárias cabe a qualquer membro
da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal. As comissões permanentes de ambas as casas podem
discutir e votar projetos de lei que dispensarem a competência do plenário, mas não têm o poder de
apresentar tais projetos para dar início ao processo legislativo.

Comentários:

A iniciativa das leis complementares e ordinárias cabe, sim, em regra, a qualquer membro da Câmara dos
Deputados ou do Senado Federal. Além disso, As comissões permanentes de ambas as casas podem discutir
e votar projetos de lei que dispensarem a competência do plenário Tais comissões têm, ainda, o poder de
apresentar projetos de lei, dando início ao processo legislativo. Fundamento: art. 61, “caput”, CF. Questão
errada.

43. (CESPE / OAB – 2009) São de iniciativa privativa do presidente da República as leis que disponham
sobre o aumento de remuneração dos cargos, funções e empregos na administração direta e autárquica.

Comentários:

Questão correta. Fundamento: art. 61, §1º, II, “a”, CF.

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44. (CESPE / TCE-AC – 2009) O Procurador-Geral da República tem competência para propor projeto de
lei ordinária ou complementar.

Comentários:

Questão correta. Fundamento: art. 61, “caput”, CF.

45. (CESPE / STM – 2011) A iniciativa para elaboração de leis complementares e ordinárias constitui
exemplo da denominada iniciativa concorrente.

Comentários:

De fato, em regra, a iniciativa para elaboração de leis complementares e ordinárias é concorrente.


Considerando que o enunciado deixa entender que se trata de uma regra, e que pode haver exceções (como
de fato há!), como se pode deduzir da expressão “constitui exemplo”, a questão está correta.

46. (CESPE / Polícia Federal – 2013) A iniciativa das leis ordinárias cabe a qualquer membro ou comissão
da Câmara dos Deputados, do Senado Federal ou do Congresso Nacional, bem como ao presidente da
República, ao STF, aos tribunais superiores, ao procurador-geral da República e aos cidadãos. No que tange
às leis complementares, a CF não autoriza a iniciativa popular de lei.

Comentários:

Não há tal vedação. Reza o art. 61, “caput”, da Carta Magna que a iniciativa das leis complementares e
ordinárias cabe a qualquer membro ou Comissão da Câmara dos Deputados, do Senado Federal ou do
Congresso Nacional, ao Presidente da República, ao Supremo Tribunal Federal, aos Tribunais Superiores, ao
Procurador-Geral da República e aos cidadãos, na forma e nos casos previstos na Constituição. Questão
errada.

47. (CESPE / TRE-MA – 2009) O sistema legislativo vigente é o unicameral, opção adotada a partir da
Constituição Federal de 1934, exatamente porque os projetos de lei, obrigatoriamente, têm de ser
aprovados pela Câmara dos Deputados e pelo Senado em sessão conjunta, para que possam ser levados à
sanção do presidente da República.

Comentários:

O sistema legislativo vigente é bicameral, uma vez que há atuação de duas Casas Legislativas: Câmara dos
Deputados e Senado Federal. Questão errada.

48. (CESPE / TRT 1ª Região – 2010) A CF veda a iniciativa popular para desencadear processo legislativo
destinado à edição de lei complementar.

Comentários:

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A iniciativa popular é aplicável tanto a projetos de lei ordinária quanto a de lei complementar. Questão
errada.

49. (CESPE / OAB – 2009) A iniciativa popular de lei pode ser exercida pela apresentação, à Câmara dos
Deputados ou ao Senado Federal, de projeto de lei subscrito por, no mínimo, 1% do eleitorado nacional,
distribuído, pelo menos, por cinco estados.

Comentários:

Dispõe o art. 61, § 2º, da CF, que a iniciativa popular pode ser exercida pela apresentação à Câmara dos
Deputados de projeto de lei subscrito por, no mínimo, um por cento do eleitorado nacional, distribuído pelo
menos por cinco Estados, com não menos de três décimos por cento dos eleitores de cada um deles. Questão
errada.

50. (CESPE / TCE-AC – 2009) A CF prevê a hipótese de iniciativa popular, que pode ser exercida pela
apresentação, à Câmara dos Deputados, de projeto de lei subscrito por, no mínimo, 10% dos eleitores de
qualquer estado da Federação.

Comentários:

O enunciado tem um erro grosseiro! O art. 61, § 2º, da CF, estabelece que a iniciativa popular pode ser
exercida pela apresentação à Câmara dos Deputados de projeto de lei subscrito por, no mínimo, um por
cento do eleitorado nacional, distribuído pelo menos por cinco Estados, com não menos de três décimos por
cento dos eleitores de cada um deles.

51. (CESPE / Banco Central – 2009) A CF atribui ao presidente da República iniciativa reservada no que
concerne a leis sobre matéria tributária.

Comentários:

Nada disso! Como vimos, entende o STF que “a Constituição de 1988 admite a iniciativa parlamentar na
instauração do processo legislativo em tema de direito tributário. A iniciativa reservada, por constituir
matéria de direito estrito, não se presume e nem comporta interpretação ampliativa na medida em que –
por implicar limitação ao poder de instauração do processo legislativo – deve, necessariamente, derivar de
norma constitucional explícita e inequívoca. (STF, Pleno, ADIn no 724/RS, 17.04.2001). Questão errada.

52. (CESPE / AGU – 2012) A competência para votar os projetos de lei é, em regra, dos plenários da
Câmara dos Deputados e do Senado Federal, mas as mesas diretoras das respectivas casas podem,
mediante decreto legislativo, outorgar às comissões permanentes, em razão da matéria de sua
competência, a prerrogativa de discutir, votar e decidir as proposições legislativas.

Comentários:

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A competência para votar projetos de lei é tanto do Plenário quanto das comissões. Estas podem votar os
projetos que dispensem, na forma do respectivo regimento, a competência do Plenário, ressalvada a
possibilidade de recurso de um décimo dos membros da Casa. Questão errada.

53. (CESPE / TCE-BA – 2010) Se um projeto de lei for rejeitado em uma das casas do Congresso Nacional,
a matéria dele constante somente poderá ser objeto de novo projeto, no mesmo ano legislativo, mediante
proposta de dois terços dos membros de qualquer das casas legislativas.

Comentários:

Determina o art. 67 da /88 que a matéria constante de projeto de lei rejeitado somente poderá constituir
objeto de novo projeto, na mesma sessão legislativa, mediante proposta da maioria absoluta dos membros
de qualquer das Casas do Congresso Nacional. Questão errada.

54. (CESPE / TRE-MT – 2010) Decorrido o prazo de quinze dias para o exame do projeto de lei aprovado
pelo Congresso Nacional, o silêncio do presidente da República importará veto, em razão da
impossibilidade de ocorrer sanção tácita.

Comentários:

Dispõe o art. 66, § 3º, da CF, que decorrido o prazo de quinze dias, o silêncio do Presidente da República
importará sanção. O veto necessariamente deverá ser motivado, não existindo veto tácito em nosso
ordenamento jurídico. Questão errada.

55. (CESPE / TRF 5ª Região/Juiz – 2011) Apesar de não admitir o veto presidencial tácito, a CF admite o
denominado veto sem motivação, resguardando ao presidente da República a prerrogativa de
simplesmente vetar, sem explicar os motivos de seu ato.

Comentários:

A primeira parte do enunciado está correta: de fato, a Constituição não admite o veto tácito. Entretanto,
diferentemente do que diz o enunciado, o veto necessariamente deverá ser motivado. Questão errada.

56. (CESPE / DPU – 2010) Considere que o chefe do Poder Executivo tenha apresentado projeto de lei
ordinária que dispõe sobre a remuneração de servidores públicos. Nesse caso, não se admite emenda
parlamentar ao projeto para aumento do valor da remuneração proposto.

Comentários:

Questão correta. Fundamento: art. 63, I, CF.

57. (CESPE / Abin – 2010) O Poder Legislativo opera por meio do Congresso Nacional, instituição
bicameral composta pela Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal. Salvo disposição constitucional

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em contrário, as deliberações de cada Casa e de suas comissões serão tomadas por maioria dos votos,
presente a maioria absoluta de seus membros.

Comentários:

A questão cobra o conhecimento dos arts. 44, “caput” e art. 47 da Constituição, a saber:

Art. 44. O Poder Legislativo é exercido pelo Congresso Nacional, que se compõe da Câmara
dos Deputados e do Senado Federal.

Art. 47. Salvo disposição constitucional em contrário, as deliberações de cada Casa e de


suas Comissões serão tomadas por maioria dos votos, presente a maioria absoluta de seus
membros.

Questão correta.

58. (CESPE / MPTCU – 2004) O processo de elaboração de leis no sistema bicameral impõe que o projeto
aprovado por uma Casa seja submetido à outra Casa tantas vezes quantas forem as emendas que cada
qual introduzir, de modo a garantir iguais poderes ao Senado e à Câmara dos Deputados.

Comentários:

Quando voltar à Casa iniciadora para análise das emendas realizadas pela Casa revisora, o projeto não poderá
ser subemendado. Caberá à Casa iniciadora apenas aprovar ou rejeitar as emendas. Questão errada.

59. (CESPE / TJ-CE – 2012) No processo legislativo da lei ordinária, o veto presidencial parcial pode
abranger trecho, palavras ou expressões constantes de artigo, parágrafo ou alínea.

Comentários:

O veto não poderá incidir sobre trecho, palavras ou expressões constantes de artigo, parágrafo ou alínea.
Deverá abranger seu texto integral. Questão errada.

60. (CESPE / TJ-AC – 2012) O veto a projeto de lei deverá ser apreciado em cada uma das casas do
Congresso Nacional dentro de trinta dias a contar da decisão presidencial, e sua rejeição dependerá do
voto de dois terços dos membros de cada uma delas, em votação nominal.

Comentários:

O veto deverá ser apreciado em sessão conjunta do Congresso Nacional, dentro de trinta dias, a contar do
seu recebimento. Sua decisão dependerá do voto da maioria absoluta dos deputados e senadores. Questão
errada.

61. (CESPE / MPU – 2013) Promulgação é ato que incide sobre projeto de lei, transformando-o em lei e
certificando a inovação do ordenamento jurídico.

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Comentários:

A promulgação atesta que a lei existe e é válida, sendo fase posterior à transformação do projeto em lei,
segundo José Afonso da Silva. O que se promulga é a lei, não o projeto de lei. Questão errada

62. (CESPE / TCE-BA – 2010) O presidente da República só pode solicitar urgência para apreciação de
projetos de sua iniciativa, seja privativa, seja concorrente.

Comentários:

Gabarito: questão correta. Fundamento: art. 64, § 1º, CF/88.

63. (CESPE / TJ-DFT – 2008) A promulgação de uma lei torna o ato perfeito e acabado, sendo o meio
pelo qual a ordem jurídica é inovada. A publicação, por sua vez, é o modo pelo qual se dá conhecimento a
todos sobre o novo ato normativo que se deve cumprir.

Comentários:

O ato se torna perfeito e acabado com a sanção. A promulgação apenas atesta a existência da lei. Incide
sobre a lei pronta. No que se refere à publicação, o enunciado está certo: a publicação, por sua vez, é o modo
pelo qual se dá conhecimento a todos sobre o novo ato normativo que se deve cumprir. Questão errada.

64. (CESPE / Ministério da Saúde – 2013) Proposta de emenda constitucional será votada em cada Casa
do Congresso Nacional, em dois turnos, sendo considerada aprovada se obtiver, em ambos os turnos, três
quintos dos votos dos respectivos parlamentares.

Comentários:

É o que prevê o art. 60, § 2º, da Constituição Federal, segundo o qual: “A proposta será discutida e votada
em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, considerando-se aprovada se obtiver, em ambos, três
quintos dos votos dos respectivos membros”. Questão correta.

65. (CESPE / TJ-RR – 2012) As denominadas limitações materiais ao poder constituinte de reforma estão
exaustivamente previstas da Constituição Federal de 1988 (CF).

Comentários:

Há limitações materiais implícitas na Constituição: a titularidade do Poder Constituinte Originário e Derivado


e os procedimentos de reforma e revisão constitucional. Questão errada.

66. (CESPE / Anatel – 2012) Não são permitidas emendas à Constituição Federal durante a vigência de
intervenção federal.

Comentários:

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Segundo o art. 60, § 1º, da Constituição Federal, esta não poderá ser emendada na vigência de intervenção
federal, de estado de defesa ou de estado de sítio. Questão correta.

67. (CESPE / TRE-MT – 2010) A CF poderá ser emendada mediante proposta de um terço das
Assembleias legislativas das unidades da Federação, mediante a maioria relativa de seus membros.

Comentários:

Determina o art. 60, III, da CF, que a Constituição poderá ser emendada mediante proposta de Mais Da
Metade das Assembleias Legislativas das unidades da Federação, manifestando-se, cada uma delas, pela
maioria relativa de seus membros. Questão errada.

68. (CESPE / TRE-MT – 2010) Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir
a forma republicana de governo.

Comentários:

Dispõe o art. 60, § 4º, CF/88, que não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir: a
forma federativa de Estado; o voto direto, secreto, universal e periódico; a separação dos Poderes e,
finalmente, os direitos e garantias individuais. Essas são, como vimos, as chamadas cláusulas pétreas.
Questão errada.

69. (CESPE / OAB – 2009) A emenda à CF será promulgada, com o respectivo número de ordem, pelo
presidente do Senado Federal, na condição de presidente do Congresso Nacional. Se a promulgação não
ocorrer dentro do prazo de quarenta e oito horas após a sua aprovação, as mesas da Câmara dos
Deputados e do Senado Federal deverão fazê-lo.

Comentários:

De jeito nenhum! Determina o art. 60, § 3º, da CF, que a emenda à Constituição será promulgada pelas Mesas
da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, com o respectivo número de ordem. Questão errada.

70. (CESPE / TCU – 2009) Uma vez preenchido o requisito da iniciativa e instaurado o processo
legislativo, a proposta de emenda à CF será discutida e votada em cada Casa do Congresso Nacional, em
dois turnos, considerando-se aprovada se obtiver, em ambos, três quintos dos votos dos respectivos
membros.

Comentários:

É isso mesmo! De acordo com o art. 60, § 2º, da Constituição, a proposta de emenda constitucional será
discutida e votada em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, considerando-se aprovada se
obtiver, em ambos, três quintos dos votos dos respectivos membros. Questão correta.

71. (CESPE / TCU – 2009) Da mesma forma que o poder constituinte originário, o poder de reforma não
está submetido a qualquer limitação de ordem formal ou material, sendo que a CF apenas estabelece que

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não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir a forma federativa de Estado, o
voto direto, secreto, universal e periódico, a separação de poderes e os direitos e garantias individuais.

Comentários:

O poder de reforma (ou seja, de emendar a Constituição) está submetido a diversas limitações de ordem
formal ou material, tanto expressas quanto implícitas na Constituição. Questão errada.

72. (CESPE / STF – 2008) A CF, conforme seu próprio texto, pode ser emendada por meio de iniciativa
popular, desde que o projeto seja subscrito, por, no mínimo, 1% do eleitorado nacional, distribuído por,
pelo menos, cinco estados, com não menos de 0,3% dos eleitores de cada um deles.

Comentários:

A Constituição Federal não prevê a possibilidade de iniciativa popular de proposta de emenda à Constituição.
Questão errada.

73. (CESPE / Consultor Legislativo do Senado Federal – 2002) Uma proposta de emenda constitucional
destinada a tornar facultativo o voto para todos os brasileiros seria inconstitucional, por violar cláusula
pétrea, e, portanto, o presidente da República poderia impugná-la perante o Supremo Tribunal Federal
(STF).

Comentários:

São cláusulas pétreas (art. 60, § 4o, CF):

I - a forma federativa de Estado;

II - o voto direto, secreto, universal e periódico;

III - a separação dos Poderes;

IV - os direitos e garantias individuais.

O voto obrigatório não é cláusula pétrea. Questão errada.

74. (CESPE / MPU – 2013) É expressamente vedada a edição de medidas provisórias que versem sobre
matérias de direito penal, processual penal e processual civil.

Comentários:

É o que determina o art. 62, § 1º, I, “b”, da Constituição. Questão correta.

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75. (CESPE / MPOG – 2013) É vedada pela Constituição Federal a edição de medida provisória pelo
presidente da República para dispor sobre matéria orçamentária, ressalvada a abertura de créditos
extraordinários.

Comentários:

A questão cobra o conhecimento de dois dispositivos da Constituição:

Art. 62, § 1º - É vedada a edição de medidas provisórias sobre matéria: I - relativa a: d)


planos plurianuais, diretrizes orçamentárias, orçamento e créditos adicionais e
suplementares, ressalvado o previsto no art. 167, § 3º;

Art. 167, § 3º - A abertura de crédito extraordinário somente será admitida para atender a
despesas imprevisíveis e urgentes, como as decorrentes de guerra, comoção interna ou
calamidade pública, observado o disposto no art. 62.

Questão correta.

76. (CESPE / TJ-CE – 2012) Segundo o STF, uma vez editada a medida provisória, não pode o presidente
da República retirá-la da apreciação do Congresso Nacional nem tampouco ab-rogá-la por meio de nova
medida provisória.

Comentários:

De fato, o STF não admite que medida provisória editada seja retirada pelo Chefe do Poder Executivo.
Entretanto, aceita que medida provisória nessa situação seja ab-rogada por outra. Lembrando que ab-
rogação significa revogação total da lei, enquanto derrogação é a revogação parcial. Questão errada.

77. (CESPE / TJ-AC – 2012) As medidas provisórias devem ser votadas em sessão conjunta do Congresso
Nacional, no prazo de sessenta dias a contar de sua publicação, sob pena de imediata perda da sua eficácia.

Comentários:

As medidas provisórias são apreciadas por cada uma das Casas, separadamente. Além disso, o prazo de
sessenta dias para sua apreciação é prorrogável por mais sessenta. Questão errada.

78. (CESPE / TRT 21ª Região – 2010) As medidas provisórias perdem a eficácia, desde a edição, se não
forem convertidas em lei no prazo de trinta dias, prorrogável uma vez, por igual período.

Comentários:

Dispõe a CF/88 que as medidas provisórias, ressalvadas as exceções constitucionais, perderão sua eficácia,
desde a edição, se não forem convertidas em lei no prazo de sessenta dias, prorrogável, nos termos da CF/88,
uma vez por igual período. Nesse caso, deverá o Congresso Nacional disciplinar, por decreto legislativo, as
relações jurídicas delas decorrentes. Questão errada.

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79. (CESPE / TRE-BA – 2010) Para matérias reservadas a lei complementar, ao presidente da República
é vedado editar medida provisória.

Comentários:

Segundo o art. 62, § 1o, III, da Constituição, é vedada a edição de medidas provisórias sobre matéria
reservada a lei complementar. Questão correta.

80. (CESPE / TRE-MT – 2010) É vedada a edição de medidas provisórias sobre matéria relativa a direito
civil.

Comentários:

Não há vedação à edição de medidas provisórias sobre matéria relativa a direito civil. Questão errada.

81. (CESPE / TCE-AC – 2009) As medidas provisórias perderão a eficácia, desde a edição, se não forem
convertidas em lei no prazo de trinta dias a contar de sua publicação, devendo o Congresso Nacional
disciplinar as relações jurídicas dela decorrentes.

Comentários:

O art. 62, § 3º, da CF, determina que as medidas provisórias, ressalvado o disposto nos §§ 11 e 12 perderão
eficácia, desde a edição, se não forem convertidas em lei no prazo de sessenta dias, prorrogável, nos termos
do § 7º, uma vez por igual período, devendo o Congresso Nacional disciplinar, por decreto legislativo, as
relações jurídicas delas decorrentes. Questão errada.

82. (CESPE / TCE-AC – 2009) A reedição, na mesma sessão legislativa, de medida provisória que tenha
sido rejeitada ou que tenha perdido sua eficácia por decurso de prazo será permitida apenas uma vez, por
igual período.

Comentários:

O § 10 do art. 62 da Carta Magna veda a reedição, na mesma sessão legislativa, de medida provisória que
tenha sido rejeitada ou que tenha perdido sua eficácia por decurso de prazo. Questão errada.

83. (CESPE / TJ-AC – 2012) As leis delegadas serão elaboradas pelo presidente da República após a
edição pelo Congresso Nacional de decreto legislativo com a especificação do conteúdo e dos termos de
exercício da delegação.

Comentários:

As leis delegadas são elaboradas após aprovação do pedido de delegação realizado pelo Presidente da
República ao Congresso Nacional, mediante resolução. Questão errada.

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84. (CESPE / TJ-CE – 2012) O controle exercido pelo Congresso Nacional sobre a lei delegada opera
efeitos ex tunc.

Comentários:

De fato, compete ao Congresso Nacional sustar os atos do Executivo (lei delegada, por exemplo) que
exorbitem dos limites da delegação legislativa. Entretanto, diferentemente do que diz o enunciado, o ato de
sustação surtirá efeitos não-retroativos (ex nunc). Questão errada.

85. (CESPE / TJ-RR – 2012) As leis delegadas, editadas pelo presidente da República após prévia
autorização do Congresso Nacional, por meio de decreto legislativo, são discutidas e votadas em cada casa
legislativa, sendo vedada a apresentação de emendas a essas leis.

Comentários:

O instrumento adequado para a aprovação do Congresso Nacional é a resolução, não o decreto legislativo.
Questão errada.

86. (CESPE / TRT 21ª Região – 2010) As matérias de competência exclusiva do Congresso Nacional são
reguladas por decretos legislativos.

Comentários:

De fato, os decretos legislativos são atos editados pelo Congresso Nacional para o tratamento de matérias
de sua competência exclusiva (art. 49 da CF). Questão correta.

87. (CESPE / TRE-MT – 2010) No que se refere a leis delegadas, se a resolução determinar a apreciação
do projeto de lei pelo Congresso Nacional, este a fará em votação única, sendo vedada qualquer emenda.

Comentários:

Questão correta. Fundamento: art. 60, §3º, CF.

88. (CESPE / TJ-RR – 2012) Celebrado tratado, convenção ou ato internacional pelo presidente da
República, cabe ao Congresso Nacional o correspondente referendo ou aprovação, mediante a edição de
resolução específica.

Comentários:

A aprovação definitiva dos tratados internacionais se dá por meio de decreto legislativo, nos termos do art.
49, I, da Constituição. Questão errada.

89. (CESPE / Banco Central – 2009) As matérias de competência privativa do Senado Federal não
dependem de sanção presidencial e se materializam por meio de decreto legislativo.

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Comentários:

Essas matérias se materializam por meio de resoluções. Questão errada.

90. (CESPE / Consultor Legislativo do Senado Federal – 2002) Embora não seja cabível ação direta de
inconstitucionalidade (ADIn) perante o STF contra projeto de lei federal, o Poder Judiciário pode exercer
controle difuso de constitucionalidade de projetos de lei.

Comentários:

Não se admite o controle judicial do processo legislativo mediante ação direta de inconstitucionalidade, pois
o ajuizamento desta pressupõe uma norma pronta e acabada, já publicada e inserida no ordenamento
jurídico. Entretanto, podem provocar o Poder Judiciário os congressistas da Casa Legislativa em que estiver
tramitando a proposta, por meio de mandado de segurança. Questão correta.

91. (CESPE / STJ – 2008) Dependerá de lei complementar a regulamentação do PPA, da LDO e do
orçamento anual, no tocante a exercício financeiro, vigência, prazos, elaboração e organização. A referida
lei deverá estabelecer normas de gestão financeira e patrimonial da administração direta e indireta e
condições para instituição e funcionamento dos fundos. Enquanto isso, na esfera federal, os prazos para o
ciclo orçamentário estão estabelecidos no ADCT.

Comentários:

Compete à lei complementar prevista no art. 165, § 9º, da Constituição:

o Dispor sobre o exercício financeiro, a vigência, os prazos, a elaboração e a organização do plano


plurianual, da lei de diretrizes orçamentárias e da lei orçamentária anual;
o Estabelecer normas de gestão financeira e patrimonial da administração direta e indireta bem como
condições para a instituição e funcionamento de fundos.

Como essa lei ainda não foi editada, os prazos para o ciclo orçamentário, na esfera federal, estão, de fato,
estabelecidos no ADCT. Questão correta.

92. (CESPE / TCE-ES – 2009) Lei ordinária federal estabelecerá normas de gestão financeira e
patrimonial da administração direta e indireta bem como condições para instituição e funcionamento de
fundos.

Comentários:

Trata-se de competência de lei complementar (art. 165, § 9º, CF). Questão errada.

93. (CESPE / TCU – 2012) É cabível que lei complementar estabeleça normas referentes às condições
para a instituição e funcionamento de fundos.

Comentários:

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É o que determina o art. 165, § 9º, II, da Constituição. Questão correta.

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QUESTÕES COMENTADAS
1. (FGV / ALE-RO – 2018) Analise a narrativa a seguir.
(I) Um grupo de cento e vinte Deputados Federais subscreveu proposta de emenda constitucional;
(II) a proposta tinha como objetivo adotar a forma unitária de Estado;
(III) nesse período, parte do país foi atingida por calamidade natural de grandes proporções;
(IV) a proposta foi aprovada, em dois turnos de votação, em cada Casa do Congresso Nacional, pelo voto de
três quintos dos respectivos membros;
(V) a proposta foi promulgada pelo Presidente da República.
Considerando a forma de exercício do poder constituinte derivado, é correto afirmar que somente estão em
harmonia com a sistemática constitucional, os itens
a) II, III e V.
b) I, II e IV.
c) I, IV e V.
d) I e V.
e) III e IV.

Comentários:

A primeira assertiva está errada. A Carta Magna determina que a Constituição somente pode ser emendada
mediante proposta, dentre outros legitimados, por um terço, no mínimo, dos membros da Câmara dos
Deputados ou do Senado Federal (art. 60, I, CF). Como atualmente existem 513 Deputados Federais, seria
necessária a subscrição por um grupo de, no mínimo, 171 (cento e setenta e um) deles.

A segunda assertiva está errada. A forma federativa de Estado é cláusula pétrea, que não pode ser abolida
por emenda constitucional (art. 60, § 4º, I, CF).

A terceira assertiva está correta. A Constituição não poderá ser emendada na vigência de intervenção
federal, de estado de defesa ou de estado de sítio (art. 60, § 1º, CF). Não há óbice a que seja emendada
quando o país sofre calamidade natural, ainda que de grandes proporções.

A quarta assertiva está correta. Nesse caso, obedeceu-se ao rito previsto no art. 60, § 1º, da Carta Magna,
segundo o qual “a proposta será discutida e votada em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos,
considerando-se aprovada se obtiver, em ambos, três quintos dos votos dos respectivos membros”.

A quinta assertiva está errada. A Carta Magna determina que a emenda à Constituição será promulgada
pelas Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, com o respectivo número de ordem (art. 60,
§ 3º, CF).

O gabarito é a letra E.

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2. (FGV / Câmara de Salvador – 2018) Após regular tramitação, a Câmara dos Deputados e o Senado
Federal aprovaram Proposta de Emenda à Constituição, tendo o Presidente do Congresso Nacional a
encaminhado ao Chefe do Poder Executivo, que a sancionou em parte e, nessa parte, promulgou-a.

Por considerar que o processo legislativo adotado destoara daquele previsto na Constituição da República
de 1988, o Partido Político X solicitou que o Supremo Tribunal Federal reconhecesse a existência de vício
formal na Emenda Constitucional.

À luz da narrativa acima e da sistemática constitucional, o Partido Político X:


a) não tem razão, já que o processo legislativo que culminou com a promulgação da Emenda X foi plenamente
regular, não apresentando vício formal;
b) tem razão, já que somente o Senado Federal possui competência para discutir e votar as propostas de
emenda constitucional;
c) tem razão, já que a atuação do Presidente da República deveria ter-se limitado à sanção, competindo a
promulgação ao Presidente do Senado Federal;
d) tem razão, já que a atuação do Presidente da República deveria ter-se limitado à promulgação, não
havendo espaço para sanção ou veto;
e) tem razão, já que a Emenda X deveria ter sido promulgada pelas Mesas da Câmara e do Senado Federal,
sem qualquer participação do Presidente da República.

Comentários:

A competência para discutir e votar as propostas de emenda constitucional é das duas Casas do Congresso
Nacional, como descrito no enunciado. Entretanto, uma vez aprovada, a emenda à Constituição deverá ser
promulgada pelas Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, com o respectivo número de
ordem (art. 60, § 3º, CF). Não há que se falar em sanção e promulgação pelo Presidente da República no
processo de reforma constitucional. Por isso, o Partido Político X tem razão. O gabarito é a letra E.

3. (FGV / MRE – 2016) Considerando os referenciais de estabilidade e permanência da ordem


constitucional, bem como os limites ao exercício do poder de reforma, é correto afirmar, em relação às
emendas à Constituição da República Federativa do Brasil, que:
a) a Constituição somente pode ser emendada por iniciativa de dois quintos dos membros do Congresso
Nacional;
b) não é possível a aprovação de emendas à ordem constitucional na vigência de estado de defesa;
c) as emendas somente podem ser promulgadas após terem sido aprovadas em três turnos de votação;
d) cabe ao Congresso Nacional manter ou rejeitar o veto aposto pelo Presidente da República às propostas
de emenda;
e) não são estabelecidos limites materiais à reforma da Constituição.

Comentários:

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Letra A: errada. A Constituição poderá ser emendada mediante proposta (art. 60, CF): i) de um terço, no
mínimo, dos membros da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal; ii) do Presidente da República; iii)
de mais da metade das Assembleias Legislativas das unidades da Federação, manifestando-se, cada uma
delas, pela maioria relativa de seus membros.

Letra B: correta. De fato, o art. 60, § 1º, da CF/88, determina que a Constituição não poderá ser emendada
na vigência de intervenção federal, de estado de defesa ou de estado de sítio (art. 60, § 1º, CF).

Letra C: errada. As emendas constitucionais somente podem ser promulgadas após terem sido aprovadas
em dois turnos de votação em cada Casa do Congresso Nacional(art. 60, § 2º, CF).

Letra D: errada. Não há sanção ou veto do Presidente da República no processo de reforma da Constituição.

Letra E: errada. Há limites materiais à reforma da Constituição. São as chamadas cláusulas pétreas, previstas
no art. 60, § 4º, da CF/88, que reproduzimos a seguir:

Art.60, § 4º - Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir:

I - a forma federativa de Estado;

II - o voto direto, secreto, universal e periódico;

III - a separação dos Poderes;

IV - os direitos e garantias individuais.

O gabarito é a letra B.

4. (FGV / TCM-SP – 2015) A respeito da atividade do denominado poder constituinte derivado,


considere C para a(s) afirmativa(s) certa(s) e E para a(s) errada(s).
( ) A alteração de redação, pelo Senado Federal, da proposta de emenda constitucional inicialmente aprovada
pela Câmara dos Deputados, sempre exige o seu retorno à Casa Iniciadora.
( ) Os limites materiais à reforma constitucional não protegem a literalidade da disposição constitucional,
mas, sim, o núcleo essencial dos princípios e institutos a que se referem.
( ) A iniciativa privativa do Chefe do Poder Executivo para a deflagração do processo legislativo afeto a certas
matérias deve ser igualmente observada em relação às propostas de emenda constitucional.
A sequência correta é:
a) F – V – F;
b) V – F – V;
c) V – V – V;
d) F – F – F;
e) V – F – F.

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Comentários:

A primeira assertiva está errada. A alteração de redação, pelo Senado Federal, de proposta de emenda
constitucional aprovada na Câmara dos Deputados não implicará, necessariamente, no seu retorno à Casa
de origem.

Somente é obrigatório o retorno da proposta de emenda à Constituição à Casa Legislativa de origem quando
ocorrer modificação substancial de seu texto. Se a modificação do texto não resultar em alteração
substancial do seu sentido, a proposta de emenda constitucional não precisa voltar à Casa iniciadora.

A segunda assertiva está correta. As limitações materiais à reforma constitucional são as chamadas cláusulas
pétreas: i) forma federativa de Estado; ii) voto direto, secreto, universal e periódico; iii) separação de poderes
e; iv) direitos e garantias individuais.

Não há uma proteção à literalidade das disposições constitucionais, mas sim a um núcleo essencial dos
princípios e institutos a que se referem as cláusulas pétreas. Segundo o STF, “as limitações materiais ao poder
constituinte de reforma, que o art. 60, § 4º, da Lei Fundamental enumera, não significam a intangibilidade
literal da respectiva disciplina na Constituição originária, mas apenas a proteção do núcleo essencial dos
princípios e institutos cuja preservação nelas se protege.”1

A terceira assertiva está errada. Ao contrário do que ocorre no processo legislativo das leis, não há iniciativa
reservada a emenda constitucional. Qualquer dos legitimados pode apresentar proposta de emenda
constitucional sobre todas as matérias não vedadas pela Carta Magna.

Recorde-se que os legitimados a apresentar proposta de emenda constitucional são os seguintes:

a) um terço, no mínimo, dos membros da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal;

b) Presidente da República;

c) mais da metade das Assembleias Legislativas das unidades da Federação, manifestando-se, cada
uma delas, pela maioria relativa de seus membros.

O gabarito é a letra A.

5. (FGV / TCE-BA – 2013) A mutação constitucional consiste em uma alteração do significado de


determinada norma da Constituição sem observância do mecanismo constitucionalmente previsto para as
emendas e sem que tenha havido qualquer modificação de seu texto.

Comentários:

De fato, há mutação constitucional quando muda a interpretação de determinada norma. A alteração da


Constituição se dá sem qualquer participação do Legislativo, apenas por ação dos intérpretes. Trata-se,
portanto, de uma mudança informal da Constituição, sem qualquer alteração no seu texto. Questão correta.

1 MS 23.047-MC, Rel. Min. Sepúlveda Pertence. DJ 14.11.2003.

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6. (FGV / OAB – 2013) A Constituição brasileira não pode ser emendada:


a) na implantação do estado de emergência e durante a intervenção da União nos Estados.
b) na vigência do estado de sítio e na implantação do estado de emergência.
c) quando em estado de sítio e durante a intervenção da União nos Municípios.
d) na vigência de estado de defesa, de estado de sítio e de intervenção federal.

Comentários:

A Carta Magna prevê, em seu art. 60, § 1º, que a Constituição não poderá ser emendada na vigência de
intervenção federal, de estado de defesa ou de estado de sítio. Essas são limitações circunstanciais ao poder
de reforma. A letra D é o gabarito.

7. (FGV / PC-MA – 2012) Com relação aos limites ao exercício do Poder Constituinte, assinale a única
afirmativa correta.
a) Os limites ao Poder Reformador, como todas as exceções, interpretam-se restritivamente; daí decorre que
é vedada a proposta de Emenda tendente a abolir a forma Federativa de Estado, sendo possível, por outro
lado, que uma Emenda retire dos municípios o status de entes da federação.
b) Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir a forma federativa do Estado, o
voto direto, secreto, universal e periódico, os monopólios do Estado e os direitos e garantias individuais.
c) Além dos limites expressos na Constituição ao Poder Constituinte Reformador, podem ser identificados
limites implícitos, exemplificados pelo próprio dispositivo que prevê as matérias que não podem ser objeto
de Emenda.
d) De acordo com a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, não se pode invocar a existência de direito
adquirido em face do Poder Constituinte, quer do originário, quer do reformador.
e) O Poder Constituinte Originário divide-se em Poder Constituinte Estruturante e Poder Constituinte
Decorrente.

Comentários:

Letra A: errada. Em decorrência da vedação constitucional à proposta de emenda tendente a abolir a forma
Federativa de Estado, não é possível que uma emenda constitucional retire dos municípios o status de entes
da federação.

Letra B: errada. Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir (art. 60, § 4º, CF): i)
a forma federativa de Estado; ii) o voto direto, secreto, universal e periódico; iii) a separação dos Poderes;
iv) os direitos e garantias individuais. Essas são as cláusulas pétreas, dentre as quais não estão os monopólios
do Estado, que podem ser abolidos por emenda constitucional.

Letra C: correta. De fato, a doutrina aponta limites implícitos ao poder de reforma. Uma delas é vedação de
se alterar o art. 60 da Constituição. Sem essa cláusula pétrea implícita, seria possível a dupla revisão. Um
exemplo disso seria a modificação do art. 60, § 4º, da CF/88, suprimindo os direitos e garantias individuais
do rol de cláusulas pétreas para, em seguida, abolir vários direitos previstos no art. 5º da Carta Magna.

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Letra D: errada. O poder constituinte originário é ilimitado, não se submetendo a limites determinados pelo
direito anterior. Por esse motivo, o STF entende que não há possibilidade de se invocar direito adquirido
contra normas constitucionais originárias6. Todavia, é plenamente possível que sejam invocados direitos
adquiridos perante emendas constitucionais.

Letra E: errada. Não há tal divisão do poder constituinte originário.

O gabarito é a letra C.

8. (FGV / SEFAZ-RJ – 2011) A emenda constitucional, por definição, visa a modificar a constituição.
Contudo, a própria constituição brasileira impõe limites e condições à aprovação de emendas
constitucionais. Nesse sentido, é correto afirmar que uma proposta de emenda constitucional
a) Deve ser aprovada pela maioria absoluta dos membros do congresso nacional.
b) Deve ser discutida e votada em dois turnos, com quórum de maioria relativa.
c) Está sujeita a veto ou sanção presidencial.
d) Não pode abolir a forma federativa de estado.
e) Não pode ser aprovada em ano eleitoral.

Comentários:

Letra A: errada. A emenda constitucional deve ser discutida e votada em cada Casa do Congresso Nacional,
em dois turnos, considerando-se aprovada se obtiver, em ambos, três quintos dos votos dos respectivos
membros.

Letra B: errada. O quorum é de três quintos dos membros de cada uma das Casas Legislativas.

Letra C: errada. A emenda constitucional não se sujeita a veto ou sanção presidencial.

Letra D: correta. De fato, o art. 60, § 4º, da CF/88 prevê que não será objeto de deliberação a proposta de
emenda tendente a abolir as seguintes normas: i) forma federativa de Estado; ii) voto direto, secreto,
universal e periódico; iii) separação dos Poderes e; iv) direitos e garantias individuais. São as chamadas
“cláusulas pétreas”.

Letra E: errada. Não há tal limitação ao poder de reforma.

A letra D é o gabarito.

9. (FGV / TJ-AM – 2013) Sobre o Poder Constituinte, analise as afirmativas a seguir.


I. O Poder Constituinte Derivado somente encontra como limites aqueles expressos na própria Constituição.
II. Somente nos casos de revolução o Poder Constituinte Originário pode romper com a ordem jurídica
anterior.
III. O Poder Constituinte dos Estados, em uma Federação, é chamado Poder Constituinte Decorrente.
Assinale:

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a) se somente a afirmativa I estiver correta.


b) se somente a afirmativa II estiver correta.
c) se somente a afirmativa III estiver correta.
d) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas.
e) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas.

Comentários:

A primeira assertiva está errada. Também existem limites implícitos ao poder de reforma. A doutrina
considera, por exemplo, que os procedimentos de reforma da Constituição e a titularidade do Poder
Constituinte Derivado são cláusulas pétreas implícitas.

A segunda assertiva está errada. O Poder Constituinte Originário pode se manifestar também na criação da
==1619d5==

primeira Constituição do Estado.

A terceira assertiva está correta. O Poder Constituinte Derivado Decorrente é o poder atribuído aos Estados
para que elaborem suas Constituições Estaduais.

O gabarito é a letra C.

10. (FGV / TJ-AM – 2013) O Poder Constituinte Reformador encontra limites na ordem constitucional
vigente. A esse respeito, assinale a afirmativa correta.
a) Como limites temporais, a Constituição não pode ser emendada na vigência de intervenção federal, estado
de sítio ou durante o recesso parlamentar.
b) Todas as limitações ao Poder Constituinte Reformador encontram-se expressas no texto constitucional.
c) A Constituição de 1988 não admitiu, em hipótese alguma, alteração constitucional tendente a substituir o
sistema presidencialista pelo parlamentarista.
d) A matéria constante de proposta de emenda rejeitada ou havida por prejudicada não pode ser objeto de
nova proposta durante o mesmo mandato parlamentar.
e) Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir o voto direto, secreto, universal
e periódico e os direitos e garantias individuais.

Comentários:

Letra A: errada. A CF/88 não pode ser emendada na vigência de intervenção federal, estado de defesa ou
estado de sítio. Essas são limitações circunstanciais ao poder de reforma (e não limitações temporais!). Cabe
destacar que a CF/88 poderá ser emenda durante o recesso parlamentar.

Letra B: errada. Também existem limitações implícitas ao poder de reforma.

Letra C: errada. O presidencialismo não é uma cláusula pétrea.

Letra D: errada. A matéria constante de proposta de emenda rejeitada ou havida por prejudicada não pode
ser objeto de nova proposta na mesma sessão legislativa.

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Letra E: correta. São cláusulas pétreas: i) forma federativa de Estado; ii) voto direto, secreto, universal e
periódico; iii) separação de poderes e; iv) os direitos e garantias individuais.

O gabarito é a letra E.

11. (FGV / INEA – 2013) O poder constituinte originário estabeleceu a possibilidade de reforma da
Constituição estabelecendo, no entanto, limites inafastáveis. As alternativas a seguir apresentam matérias
que podem ser veiculadas por emendas à Constituição, à exceção de uma. Assinale-a.
a) A extinção dos Tribunais de Alçada vinculados aos estados da federação.
b) O estabelecimento de mandato vitalício para o Presidente da República.
c) A aprovação da escolha dos Ministros do Supremo Tribunal Federal pelo Senado Federal.
d) A indicação dos Ministros de Estado dentre integrantes do Congresso Nacional.
e) A reserva de cargos para integrantes de minorias étnicas ou sociais.

Comentários:

Para resolver essa questão, era necessário identificar, dentre as opções apresentadas, qual delas viola
cláusula pétrea. Segundo o art. 60, § 4º, CF/88, são cláusulas pétreas: i) forma federativa de Estado; ii) voto
direto, secreto, universal e periódico; iii) separação de poderes e; iv) os direitos e garantias individuais.

Dentre todas as opções, a única que viola cláusula pétrea é “o estabelecimento de mandato vitalício para o
Presidente da República”. Isso porque o voto periódico é uma cláusula pétrea; assim, não cabe falar em
mandato vitalício para Presidente da República.

A resposta, portanto, é a letra B.

12. (FGV / AL-MT – 2013) A mutação constitucional consiste em uma alteração do significado de
determinada norma da Constituição, sem observância do mecanismo previsto para as emendas e sem que
tenha havido qualquer modificação de seu texto.

Comentários:

Exatamente. A mutação constitucional é uma alteração da Constituição sem qualquer alteração de seu texto.
Trata-se de processo informal de alteração da Constituição. Questão correta.

13. (FGV / AL-MT – 2013) As cláusulas pétreas implícitas são: as normas concernentes ao titular do
poder constituinte, as normas referentes ao titular do poder reformador e as normas que disciplinam o
próprio procedimento de emenda.

Comentários:

A doutrina considera que há cláusulas pétreas implícitas. São elas: i) titularidade do Poder Constituinte
Originário; ii) titularidade do Poder Constituinte Derivado e; iii) procedimentos de reforma constitucional. A
questão está correta.

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14. (FGV / AL-MT – 2013) O Supremo Tribunal Federal tem posicionamento no sentido de ser possível
nova assembleia constituinte revisora, desde que editada emenda constitucional convocando a revisão da
constituição.

Comentários:

O entendimento do STF é o de que os procedimentos de reforma constitucional são uma cláusula pétrea
implícita. Portanto, não é possível que emenda constitucional os altere, estabelecendo, por exemplo, a
convocação de uma assembleia constituinte revisora. Questão incorreta.

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QUESTÕES COMENTADAS
1. (CESPE/ SEFAZ-DF – 2020) As cláusulas pétreas correspondem às limitações temporais, implícitas,
circunstanciais e materiais de alteração da Constituição Federal de 1988.

Comentários:
As cláusulas pétreas são limitações materiais ao poder de reforma. Isso porque restringem o poder de
reforma quanto ao conteúdo, à matéria. Questão errada.

2. (CESPE / SEFAZ-RS – 2018) A Constituição Federal de 1988 poderá ser emendada para incluir
garantia social mediante proposta
a) da maioria simples dos membros da Câmara dos Deputados.
b) de três quintos dos membros do Senado Federal.
c) do presidente da República.
d) de organização sindical, se a proposta for relativa a direito dos trabalhadores.
e) do presidente da OAB Federal

Comentários:

Segundo o art. 60 da Carta Magna, a Constituição poderá ser emendada mediante proposta:

I - de um terço, no mínimo, dos membros da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal;

II - do Presidente da República;

III - de mais da metade das Assembleias Legislativas das unidades da Federação,


manifestando-se, cada uma delas, pela maioria relativa de seus membros.

O gabarito é a letra C.

3. (CESPE / MPE-PI – 2018) Eventual proposta de emenda constitucional tendente a abolir o direito de
propriedade não poderá ser objeto de deliberação pelo Congresso Nacional.

Comentários:

A propriedade é um direito individual assegurado pela Constituição e, por isso, uma cláusula pétrea (art. 60,
§ 4º, IV, CF). Por isso, eventual proposta de emenda constitucional tendente a aboli-la não poderá ser objeto
de deliberação pelo Congresso Nacional. Questão correta.

4. (CESPE / Polícia Federal – 2018) Entende-se como limitação material implícita aos poderes
instituídos pelo poder constituinte originário o agravamento dos processos de reforma da Constituição.

Comentários:

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A doutrina entende que existem limitações constitucionais implícitas ao poder de reforma constitucional,
que buscam assegurar a efetividade das cláusulas pétreas. Nesse sentido, as seguintes matérias não podem
ser modificadas por emenda constitucional: i) a titularidade do poder constituinte originário; ii) a titularidade
do poder constituinte derivado; iii) os procedimentos de reforma constitucional. Questão correta.

5. (CESPE / Instituto Rio Branco – 2018) As assembleias legislativas estaduais dispõem de competência
para propor emenda à CF, desde que a iniciativa parta de mais da metade das assembleias das unidades
da Federação e pela maioria relativa dos membros de cada uma delas.

Comentários:

De fato, as assembleias legislativas gozam dessa prerrogativa. Nos termos do art. 60 da Carta Magna, a
Constituição poderá ser emendada mediante proposta:

I - de um terço, no mínimo, dos membros da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal;

II - do Presidente da República;

III - de mais da metade das Assembleias Legislativas das unidades da Federação,


manifestando-se, cada uma delas, pela maioria relativa de seus membros.

Questão correta.

6. (CESPE / IPHAN – 2018) O presidente da República é a autoridade competente para promulgar


emendas à Constituição.

Comentários:

A Carta Magna determina que a emenda à Constituição deverá ser promulgada pelas Mesas da Câmara dos
Deputados e do Senado Federal, com o respectivo número de ordem (art. 60, § 3º, CF). Questão errada.

7. (CESPE / TCM-BA – 2018) A CF proíbe a deliberação de proposta de emenda constitucional que


tenda a abolir
a) a forma federativa de governo, por se tratar de cláusula pétrea expressa.
b) a forma republicana de Estado, por se tratar de cláusula pétrea implícita.
c) a separação dos poderes, por se tratar de cláusula pétrea expressa.
d) o regime democrático e a autonomia municipal, por se tratar de cláusulas pétreas expressas.
e) o sistema presidencialista de governo, por se tratar de cláusula pétrea implícita.

Comentários:

A Carta Magna proíbe que ocorra deliberação de proposta de emenda tendente a abolir (art. 60, § 4º, CF):

I - a forma federativa de Estado;

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II - o voto direto, secreto, universal e periódico;

III - a separação dos Poderes;

IV - os direitos e garantias individuais.

O gabarito é a letra C.

8. (CESPE / PGE-AM – 2016) Por serem normas de observância obrigatória para os estados, os
municípios e o DF, as chamadas cláusulas pétreas da CF devem ser reproduzidas nas respectivas leis
fundamentais desses entes e constituem os únicos limites materiais a serem observados quando de suas
reformas.

Comentários:

As cláusulas pétreas estão previstas no art. 60, § 4º, CF/88:

§ 4º Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir:

I - a forma federativa de Estado;

II - o voto direto, secreto, universal e periódico;

III - a separação dos Poderes;

IV - os direitos e garantias individuais.

As Constituições Estaduais e as Leis Orgânicas não precisam, necessariamente, reproduzir, por remissão
normativa, as cláusulas pétreas da CF/88. Entretanto, obviamente, qualquer modificação às Constituições
Estaduais e às Leis Orgânicas deverá obedecer essas cláusulas pétreas.

Outro erro da questão é que a obediência às cláusulas pétreas não é a única limitação material ao poder de
reforma da Constituição Estadual. Há outras limitações implícitas, como o procedimento de reforma
constitucional. Questão errada.

9. (CESPE / PC-PE–Delegado – 2016) Acerca do poder de reforma e de revisão constitucionais e dos


limites ao poder constituinte derivado, assinale a opção correta.
a) Além dos limites explícitos presentes no texto constitucional, o poder de reforma da CF possui limites
implícitos; assim, por exemplo, as normas que dispõem sobre o processo de tramitação e votação das
propostas de emenda não podem ser suprimidas, embora inexista disposição expressa a esse respeito.
b) Emendas à CF somente podem ser apresentadas por proposta de um terço, no mínimo, dos membros do
Congresso Nacional.
c) Emenda e revisão constitucionais são espécies do gênero reforma constitucional, não havendo, nesse
sentido, à luz da CF, traços diferenciadores entre uma e outra.

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d) Não se insere no âmbito das atribuições do presidente da República sancionar as emendas à CF, mas
apenas promulgá-las e encaminhá-las à publicação.
e) Se uma proposta de emenda à CF for considerada prejudicada por vício de natureza formal, ela poderá ser
reapresentada após o interstício mínimo de dez sessões legislativas e ser apreciada em dois turnos de
discussão e votação.

Comentários:

Letra A: correta. O poder de reforma possui cláusulas pétreas explícitas e implícitas. Dentre as cláusulas
pétreas implícitas, está o procedimento de reforma da Constituição.

Letra B: errada. São legitimados a apresentar proposta de emenda constitucional: i) o Presidente da


República; ii) 1/3 (um terço) dos membros da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal e; iii) mais da
metade das Assembleia Legislativa dos estados, manifestando-se, cada uma delas, pela maioria relativa de
seus membros.

Letra C: errada. Há diferenças entre reforma constitucional e revisão constitucional. A revisão constitucional
é procedimento mais simplificado de alteração do texto constitucional. Foi realizada 5 anos após a
promulgação da CF/88, pelo voto da maioria absoluta dos membros do Congresso Nacional, em sessão
unicameral.

Letra D: errada. Não há que se falar em sanção ou veto de proposta de emenda constitucional. A
promulgação de emenda constitucional compete às Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal.

Letra E: errada. Segundo o art. 60, § 5º, CF/88, “a matéria constante de proposta de emenda rejeitada ou
havida por prejudicada não pode ser objeto de nova proposta na mesma sessão legislativa”.

O gabarito é a letra A.

10. (CESPE / Telebrás – 2015) Considere que uma proposta de emenda constitucional tenha sido
rejeitada em junho de 2015. Nesse caso, nova proposta de emenda versando sobre a mesma matéria pode
ser proposta, ainda no ano de 2015, se for de iniciativa da maioria do Senado e da Câmara dos Deputados.

Comentários:

Segundo o art. 60, § 5º, “a matéria constante de proposta de emenda rejeitada ou havida por prejudicada
não pode ser objeto de nova proposta na mesma sessão legislativa”. Trata-se da aplicação do princípio da
irrepetibilidade. Logo, se uma PEC foi rejeitada em junho de 2015, a matéria sobre a qual ela versava não
pode ser objeto de nova PEC nessa mesma sessão legislativa.

Há que se considerar, entretanto, que a rejeição de PEC não impede que a matéria sobre a qual ela versava
seja objeto de nova PEC no mesmo ano, desde que isso ocorra na sessão legislativa extraordinária. Para isso,
todavia, não há necessidade de proposta da maioria do Senado Federal e da Câmara dos Deputados.
Questão errada.

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11. (CESPE / Câmara dos Deputados – 2014) A matéria constante de proposta de emenda constitucional
rejeitada ou havida por prejudicada somente poderá ser reapresentada, na mesma sessão legislativa,
mediante requerimento da maioria absoluta dos membros de qualquer das Casas do Congresso Nacional.

Comentários:

O princípio da irrepetibilidade se aplica de forma absoluta às emendas constitucionais. Isso significa que a
matéria constante de PEC rejeitada ou havida por prejudicada não poderá, de maneira alguma, ser
reapresentada na mesma sessão legislativa. Questão errada.

12. (CESPE / Câmara dos Deputados – 2014) Considere que, por emenda constitucional, tenha sido
expressamente revogada a previsão do voto direto, secreto, universal e periódico como cláusula pétrea e
que, em seguida, nova emenda tenha estabelecido o voto censitário e aberto. Nessa situação, as mudanças
efetivadas, apesar de questionáveis socialmente, estão de acordo com o ordenamento constitucional
brasileiro vigente.

Comentários:

O enunciado descreve o que a doutrina chama de “dupla revisão”, procedimento vedado pelo ordenamento
jurídico brasileiro. Questão errada.

13. (CESPE / AGU–Procurador Federal – 2012) O poder constituinte de reforma não pode criar cláusulas
pétreas, apesar de lhe ser facultado ampliar o catálogo dos direitos fundamentais criado pelo poder
constituinte originário.

Comentários:

É plenamente possível que emenda constitucional amplie o catálogo dos direitos fundamentais. No entanto,
ela não pode criar cláusulas pétreas. Questão correta.

14. (CESPE / Câmara dos Deputados – 2014) Proposta de emenda constitucional a respeito da extinção
do voto obrigatório pode ser objeto de deliberação do Congresso Nacional.

Comentários:

O voto obrigatório não é cláusula pétrea prevista no texto constitucional. Assim, é plenamente válida
emenda constitucional que institua o voto facultativo. Questão correta.

15. (CESPE / Ministério da Saúde – 2013) Proposta de emenda constitucional será votada em cada Casa
do Congresso Nacional, em dois turnos, sendo considerada aprovada se obtiver, em ambos os turnos, três
quintos dos votos dos respectivos parlamentares.

Comentários:

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É o que prevê o art. 60, § 2º, da Constituição Federal, segundo o qual “a proposta será discutida e votada em
cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, considerando-se aprovada se obtiver, em ambos, três
quintos dos votos dos respectivos membros”. Questão correta.

16. (CESPE / TJ-RR – 2012) As denominadas limitações materiais ao poder constituinte de reforma estão
exaustivamente previstas da Constituição Federal de 1988 (CF).

Comentários:

Há limitações materiais implícitas na Constituição: a titularidade do Poder Constituinte Originário e Derivado


e os procedimentos de reforma e revisão constitucional. Questão incorreta.

17. (CESPE / Anatel – 2012) Não são permitidas emendas à Constituição Federal durante a vigência de
intervenção federal. ==1619d5==

Comentários:

Segundo o art. 60, § 1º, da Constituição Federal, esta não poderá ser emendada na vigência de intervenção
federal, de estado de defesa ou de estado de sítio. Questão correta.

18. (CESPE / TRE-MT – 2010) A CF poderá ser emendada mediante proposta de um terço das
Assembleias legislativas das unidades da Federação, mediante a maioria relativa de seus membros.

Comentários:

Determina o art. 60, III, da CF, que a Constituição poderá ser emendada mediante proposta de mais da
metade das Assembleias Legislativas das unidades da Federação, manifestando-se, cada uma delas, pela
maioria relativa de seus membros. Questão errada.

19. (CESPE / TRE-MT – 2010) Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir
a forma republicana de governo.

Comentários:

Dispõe o art. 60, § 4º, CF/88, que não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir: a
forma federativa de Estado; o voto direto, secreto, universal e periódico; a separação dos Poderes e,
finalmente, os direitos e garantias individuais. Essas são, como vimos, as chamadas cláusulas pétreas. A
forma republicana não é uma cláusula pétrea. Questão errada.

20. (CESPE / OAB – 2009) A emenda à CF será promulgada, com o respectivo número de ordem, pelo
presidente do Senado Federal, na condição de presidente do Congresso Nacional. Se a promulgação não
ocorrer dentro do prazo de quarenta e oito horas após a sua aprovação, as mesas da Câmara dos
Deputados e do Senado Federal deverão fazê-lo.

Comentários:

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De jeito nenhum! Determina o art. 60, § 3º, da CF, que a emenda à Constituição será promulgada pelas Mesas
da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, com o respectivo número de ordem. Questão errada.

21. (CESPE / TCU – 2009) Uma vez preenchido o requisito da iniciativa e instaurado o processo
legislativo, a proposta de emenda à CF será discutida e votada em cada Casa do Congresso Nacional, em
dois turnos, considerando-se aprovada se obtiver, em ambos, três quintos dos votos dos respectivos
membros.

Comentários:

É isso mesmo! De acordo com o art. 60, § 2º, da Constituição, a proposta de emenda constitucional será
discutida e votada em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, considerando-se aprovada se
obtiver, em ambos, três quintos dos votos dos respectivos membros. Questão correta.

22. (CESPE / TCU – 2009) Da mesma forma que o poder constituinte originário, o poder de reforma não
está submetido a qualquer limitação de ordem formal ou material, sendo que a CF apenas estabelece que
não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir a forma federativa de Estado, o
voto direto, secreto, universal e periódico, a separação de poderes e os direitos e garantias individuais.

Comentários:

O poder de reforma está submetido a diversas limitações de ordem formal ou material, tanto expressas
quanto implícitas na Constituição. Questão errada.

23. (CESPE / STF – 2008) A CF, conforme seu próprio texto, pode ser emendada por meio de iniciativa
popular, desde que o projeto seja subscrito, por, no mínimo, 1% do eleitorado nacional, distribuído por,
pelo menos, cinco estados, com não menos de 0,3% dos eleitores de cada um deles.

Comentários:

A Constituição Federal não prevê a possibilidade de iniciativa popular de proposta de emenda à Constituição.
Questão errada.

24. (CESPE / Consultor Legislativo do Senado Federal – 2002) Uma proposta de emenda constitucional
destinada a tornar facultativo o voto para todos os brasileiros seria inconstitucional, por violar cláusula
pétrea, e, portanto, o presidente da República poderia impugná-la perante o Supremo Tribunal Federal
(STF).

Comentários:

Uma emenda constitucional poderá, sim, estabelecer o voto facultativo. Podemos afirmar em razão de o
voto obrigatório não ser uma cláusula pétrea. São cláusulas pétreas: i) a forma federativa de Estado; ii) o
voto direto, secreto, universal e periódico; iii) a separação dos Poderes e; iv) os direitos e garantias
individuais. Questão errada.

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25. (CESPE / PC-AL – 2012) Para a doutrina constitucional majoritária, não existem limites implícitos ao
poder constituinte derivado reformador. É possível, assim, adotar a teoria da dupla revisão.

Comentários:

O procedimento de reforma constitucional (CF, art. 60) é uma limitação material implícita ao poder de
reforma. Com isso, veda-se a dupla revisão. Questão errada.

26. (CESPE / TRF 3ª Região – 2011) A mutação constitucional ocorre por interpretação judicial ou por
via de costume, mas não pela atuação do legislador, pois este age apenas editando normas de
desenvolvimento ou complementação do texto constitucional, dentro dos limites por este imposto.

Comentários:

A mutação constitucional também pode se dar pela atuação do legislador. Questão errada.

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LISTA DE QUESTÕES
1. (CESPE/ MPC-PA – 2019) Com relação à medida provisória, assinale a opção correta.

a) A edição de medida provisória por governador de estado é estritamente vedada.

b) O prazo máximo para que medida provisória seja convertida em lei é de 180 dias após a sua publicação.

c) Não sendo editado decreto legislativo para regulamentar as relações jurídicas após a perda de eficácia de
medida provisória, os atos praticados durante sua vigência permanecerão por ela regidos.

d) Em caso de edição de medida provisória os parlamentares serão convocados extraordinariamente para


deliberar sobre a medida provisória caso estejam em recesso.

e) Compete à Comissão de Constituição e Justiça da casa legislativa apreciar os aspectos constitucionais de


medidas provisórias.

2. (CESPE / STM – 2018) Situação hipotética: Por iniciativa de deputado federal tramitou e foi aprovado,
no Congresso Nacional, projeto de lei que trata de regime jurídico dos militares das Forças
Armadas. Assertiva: Nessa situação, o projeto deverá ser vetado pelo presidente da República, porque
existe vício de constitucionalidade formal.

3. (CESPE / Instituto Rio Branco – 2018) A Câmara dos Deputados é a casa onde se devem iniciar todos
os projetos de lei de iniciativa do presidente da República, do STF ou de tribunal superior, cabendo ao
Senado o papel de casa revisora.

4. (CESPE / EMAP – 2018) Medida provisória que perca sua eficácia por decurso de prazo somente
poderá ser reeditada na mesma sessão legislativa, em caso de interesse público relevante.

5. (CESPE / TRF 1a Região – 2017) Nas situações de relevância e urgência, o chefe do Poder Executivo
federal poderá editar medida provisória que trate de matéria relativa à organização do Poder Judiciário.

6. (CESPE / TRF 1a Região – 2017) Lei estadual, de iniciativa parlamentar, que crie atribuições para
determinada secretaria do estado, deverá ser declarada inconstitucional por vício de iniciativa.

7. (CESPE / TCE-PE – 2017) Dado o princípio da simetria, lei estadual para tratar de situação funcional
de servidores públicos da administração direta e indireta deverá ser proposta pelo governador do estado.

8. (CESPE / TCE-PE – 2017) Matéria reservada a lei complementar não pode ser tratada por meio de
medida provisória nem pode ser objeto de lei delegada elaborada pelo presidente da República.

9. (CESPE / TCE-PE – 2017) A regra da separação dos poderes impede que os requisitos de relevância
e urgência, necessários à edição de medidas provisórias pelo presidente da República, sejam submetidos
ao crivo do Poder Judiciário.

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10. (CESPE / TCE-PE – 2017) Quando propostas pelo presidente da República e aprovadas pelas casas
do Congresso Nacional, as emendas à Constituição deverão ser promulgadas pelo proponente em prazo
constitucionalmente determinado.

11. (CESPE / TCE-PE – 2017) O presidente da República poderá vetar alínea de projeto de lei aprovado
pelo Congresso Nacional, desde que o faça integralmente.

12. (CESPE / Instituto Rio Branco – 2017) Os projetos de lei de iniciativa do presidente da República,
em particular os que versem sobre questões orçamentárias, não podem receber emendas parlamentares
que ensejem aumento de despesa pública.

13. (CESPE / TRE-BA – 2017) O Projeto de lei aprovado pelo Congresso Nacional é enviado ao presidente
da República, que pode vetá-lo ou sancioná-lo. Considera-se o veto do presidente um ato
a) retratável, por ser suscetível de posterior alteração pelo próprio presidente da República.
b) político, pois não há necessidade de que seja motivado.
c) absoluto, pois encerra definitivamente o processo legislativo em relação aos dispositivos vetados.
d) expresso, pois deve resultar de manifestação efetiva do chefe do Executivo.
e) supressivo ou aditivo, já que pode determinar a retirada ou a inclusão de dispositivos no projeto de lei.

14. (CESPE / TRE-PE - 2017) É permitida, observados os pressupostos constitucionais, a edição de


medidas provisórias sobre matéria:
a) relativa à organização do Poder Judiciário.
b) relativa à nacionalidade e à cidadania.
c) que vise ao sequestro de bens.
d) objeto de projeto de lei pendente de aprovação pelo Congresso Nacional.
e) relativa a partidos políticos e direito eleitoral.

15. (CESPE / PC-GO – 2016) Acerca do processo legislativo pertinente a medidas provisórias, assinale a
opção correta.
a) O decreto legislativo editado para regular as relações nascidas a partir do período de vigência de medida
provisória posteriormente rejeitada cria hipótese de ultratividade da norma, capaz de manter válidos os
efeitos produzidos e, bem assim, alcançar situações idênticas futuras.
b) Muito embora a medida provisória, a partir da sua publicação, não possa ser retirada pelo presidente da
República da apreciação do Congresso Nacional, nada obsta que seja editada uma segunda medida provisória
que ab-rogue a primeira para o fim de suspender-lhe a eficácia.
c) Por força do princípio da separação de poderes, é vedado ao Poder Judiciário examinar o preenchimento
dos requisitos de urgência e de relevância por determinada medida provisória.
d) Em situações excepcionais elencadas no texto constitucional, a medida provisória rejeitada pelo Congresso
Nacional somente poderá ser reeditada na mesma sessão legislativa de sua edição.

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e) A proibição de edição de medida provisória sobre matéria penal e processual penal alcança as emendas
oferecidas ao seu correspondente projeto de lei de conversão, as quais ficam igualmente impedidas de
veicular aquela matéria.

16. (CESPE / PC-PE – 2016) No que se refere ao processo legislativo, assinale a opção correta de acordo
com o disposto na CF.
a) A iniciativa popular pode ser exercida pela apresentação ao Congresso Nacional de projeto de lei subscrito
por, no mínimo, 1% do eleitorado nacional, distribuído por, pelo menos, nove estados da Federação.
b) É de competência do Senado Federal examinar as medidas provisórias e emitir parecer sobre elas, antes
que sejam apreciadas pelo plenário de cada uma das Casas do Congresso Nacional.
c) Leis ordinárias e complementares são espécies do processo legislativo federal que, aprovadas pelo
Congresso Nacional, prescindem da sanção do presidente da República.
d) É de competência exclusiva da Câmara dos Deputados sustar os atos normativos do Poder Executivo que
exorbitem do poder regulamentar ou dos limites de delegação legislativa.
e) A iniciativa de leis complementares e ordinárias cabe ao presidente da República, ao Supremo Tribunal
Federal, aos tribunais superiores, ao procurador-geral da República e aos cidadãos, entre outros.

17. (CESPE / TRT 8a Região – 2016) Acerca do processo legislativo, assinale a opção correta de acordo
com as disposições da CF.
a) Há veto tácito sempre que o presidente da República deixa de sancionar a lei no prazo constitucionalmente
exigido após sua aprovação.
b) É vedada a apresentação de emenda parlamentar a projeto de lei de iniciativa privativa do presidente da
República.
c) Compete ao presidente da República o esclarecimento sobre em que consiste a contrariedade ao interesse
público no veto político a projeto de lei aprovado pelo Congresso Nacional.
d) A sanção e promulgação de projeto de lei de iniciativa privativa do presidente da República, mas
apresentado por parlamentar, sana o vício de iniciativa, por convalidação.
e) A aprovação, sem nenhuma emenda ou modificação, de projeto de lei apresentado pelo presidente da
República dispensa a sanção.

18. (CESPE / TCE-PA – 2016) Em decorrência das prerrogativas da autonomia e do autogoverno, o TCU
detém iniciativa reservada para instaurar processo legislativo destinado a alterar sua organização e
funcionamento, sendo formalmente inconstitucional lei de iniciativa parlamentar que disponha sobre a
referida matéria.

19. (CESPE / TCE-PA – 2016) Segundo o STF, configura hipótese de inconstitucionalidade formal, por
vício de iniciativa, a edição de lei de iniciativa parlamentar que estabeleça atribuições para órgãos da
administração pública.

20. (CESPE / TCE-PA – 2016) Cabe ao próprio Ministério Público a iniciativa de propor ao Poder
Legislativo a edição de lei ordinária que disponha sobre a criação e a extinção de seus cargos e serviços
auxiliares, bem como sobre a política remuneratória e seus planos de carreira.

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21. (CESPE / TRE-MT – 2015) A respeito das espécies normativas e do processo legislativo, assinale a
opção correta.
a) As leis ordinárias incidem em todo o território nacional, enquanto as leis complementares regulam
matérias de interesse da União, não incidindo em estados e municípios nem no Distrito Federal.
b) São consideradas cláusulas pétreas da CF, entre outras, a forma federativa de Estado e o voto direto,
secreto, universal e periódico, não se admitindo emenda constitucional tendente a aboli-las.
c) Iniciam-se no Senado Federal a discussão e a votação de projetos de lei de iniciativa do presidente da
República, do STF e dos tribunais superiores.
d) A edição de medidas provisórias é de competência exclusiva do presidente da República, podendo versar
sobre quaisquer matérias que possam ser reguladas por lei ordinária.
e) Emendas à CF entram em vigor se aprovadas por três quintos dos membros de cada casa do Congresso
Nacional e sancionadas e promulgadas pelo presidente da República.

22. (CESPE / Telebrás – 2015) Segundo entendimento do STF, os requisitos constitucionais


legitimadores da edição de medidas provisórias, quanto aos conceitos jurídicos indeterminados de
relevância e urgência, apenas em caráter excepcional se submetem ao crivo do Poder Judiciário, por força
do princípio da separação de poderes.

23. (CESPE / AGU – 2015) Caso uma lei de iniciativa parlamentar afaste os efeitos de sanções
disciplinares aplicadas a servidores públicos que participarem de movimento reivindicatório, tal norma
padecerá de vício de iniciativa por estar essa matéria no âmbito da reserva de iniciativa do chefe do Poder
Executivo.

24. (CESPE / AGU – 2015) O veto do presidente da República a um projeto de lei ordinária insere-se no
âmbito do processo legislativo, e as razões para o veto podem ser objeto de controle pelo Poder Judiciário.

25. (CESPE / AGU – 2015) No ordenamento jurídico brasileiro, admitem-se a autorização de referendo
e a convocação de plebiscito por meio de medida provisória.

26. (CESPE / TCU – 2015) Os estados não são obrigados a prever medida provisória no seu processo
legislativo. Entretanto, caso optem por incluir tal medida entre os instrumentos do processo legislativo
estadual, eles devem observar os princípios e limites estabelecidos a esse respeito na CF.

27. (CESPE / Instituto Rio Branco – 2015) O presidente da República possui competência para vetar
projeto de lei, no todo ou em parte, tanto sob o fundamento de inconstitucionalidade como por considerá-
lo contrário ao interesse público.

28. (CESPE / Instituto Rio Branco – 2015) Dispõem de competência para apresentar projetos de lei
complementar ou ordinária qualquer membro ou comissão da Câmara dos Deputados, do Senado Federal
ou do Congresso Nacional, o presidente da República, o Supremo Tribunal Federal, os tribunais superiores,
o procurador-geral da República e os cidadãos, na forma e nos casos previstos na Constituição.

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29. (CESPE / TRE-GO – 2015) Embora a CF permita ao ocupante da Presidência da República a adoção
de medidas provisórias com força de lei em casos de relevância e urgência, o texto constitucional proíbe a
edição desse tipo de instrumento com relação ao direito eleitoral.

30. (CESPE / ANTAQ – 2014) Não há previsão constitucional para a iniciativa popular de leis no processo
legislativo estadual.

31. (CESPE / ANTAQ – 2014) A Constituição autoriza o presidente da República, o STF, os tribunais
superiores e o Procurador-Geral da República a solicitar, ao Congresso Nacional, regime de urgência para
apreciação de projetos de sua iniciativa.

32. (CESPE / TJ-CE – 2014) Assinale a opção correta com base nas normas constitucionais que
disciplinam as medidas provisórias e na jurisprudência do STF relativa a essa matéria.
a) Caso o texto original de uma medida provisória seja aprovado e convertido em lei, essa lei terá de ser
sancionada pelo presidente da República, em homenagem ao princípio da separação de poderes.
b) Em qualquer caso, poderá o STF analisar o preenchimento dos requisitos de relevância e urgência
estabelecidos constitucionalmente para as medidas provisórias, em homenagem ao princípio da
inafastabilidade da jurisdição.
c) Caso medida provisória tenha versado sobre matéria reservada a lei complementar, sua conversão em lei,
pelo Congresso Nacional, convalidará o vício inicial, desde que tal conversão seja aprovada por maioria
absoluta.
d) Apesar de o presidente da República, após a edição da medida provisória, não poder mais retirá-la da
apreciação do Congresso Nacional, ele pode ab-rogá-la por meio da edição de nova medida provisória.
e) A competência constitucional do presidente da República para adotar medidas provisórias, em caso de
relevância e urgência, poderá ser delegada, mediante decreto, ao ministro de Estado da Justiça.

33. (CESPE / TCDF – 2014) O veto do presidente da República a projeto de lei será apreciado em sessão
unicameral, somente podendo ser rejeitado pelo voto da maioria absoluta dos congressistas.

34. (CESPE / Câmara dos Deputados – 2014) A CF admite que se modifiquem, por meio de emendas
parlamentares, projetos de lei elaborados pelo chefe do Poder Executivo no exercício de sua iniciativa
reservada, mas veda, por inteiro, as emendas que ensejem aumento de despesa pública.

35. (CESPE / Câmara dos Deputados – 2014) Se o presidente da República editar determinada medida
provisória, os requisitos constitucionais de relevância e urgência apenas em caráter excepcional submeter-
se-ão ao crivo do Poder Judiciário, por força do princípio da separação dos poderes.

36. (CESPE / Câmara dos Deputados – 2014) Tendo havido sanção expressa, é desnecessário o debate
acerca de eventual defeito de iniciativa, já que este, mesmo existente, restaria convalidado pela anuência
presidencial.

37. (CESPE / Instituto Rio Branco – 2014) Pertence privativamente ao presidente da República a
iniciativa das leis que disponham sobre a criação de cargos, funções ou empregos públicos, bem como
sobre o aumento de remuneração, na administração direta e nas autarquias.

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38. (CESPE / Instituto Rio Branco – 2014) São disciplinados por decreto legislativo os assuntos de
competência exclusiva do Congresso Nacional, como, por exemplo, a aprovação de tratados, acordos ou
atos internacionais que acarretem encargos ou compromissos gravosos ao patrimônio nacional.

39. (CESPE / Câmara dos Deputados – 2012) O processo legislativo compreende a elaboração de
emendas à Constituição, leis complementares, leis ordinárias, leis delegadas e medidas provisórias. Os
decretos legislativos e as resoluções — que tratam de matérias de competência privativa do Senado
Federal e da Câmara dos Deputados — são considerados atos internos do Poder Legislativo, que não
necessitam de sanção presidencial e, portanto, não compõem o processo legislativo.

40. (CESPE / Ministério da Saúde – 2013) O processo legislativo compreende a elaboração, entre outros
atos normativos, das leis delegadas, das resoluções e das medidas provisórias.

41. (CESPE / TRT 1ª Região – 2010) A iniciativa privativa ou reservada para deflagrar procedimento
destinado à formação de determinada lei ordinária pode ser objeto de delegação.

42. (CESPE / OAB – 2009) A iniciativa das leis complementares e ordinárias cabe a qualquer membro
da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal. As comissões permanentes de ambas as casas podem
discutir e votar projetos de lei que dispensarem a competência do plenário, mas não têm o poder de
apresentar tais projetos para dar início ao processo legislativo.

43. (CESPE / OAB – 2009) São de iniciativa privativa do presidente da República as leis que disponham
sobre o aumento de remuneração dos cargos, funções e empregos na administração direta e autárquica.

44. (CESPE / TCE-AC – 2009) O Procurador-Geral da República tem competência para propor projeto de
lei ordinária ou complementar.

45. (CESPE / STM – 2011) A iniciativa para elaboração de leis complementares e ordinárias constitui
exemplo da denominada iniciativa concorrente.

46. (CESPE / Polícia Federal – 2013) A iniciativa das leis ordinárias cabe a qualquer membro ou comissão
da Câmara dos Deputados, do Senado Federal ou do Congresso Nacional, bem como ao presidente da
República, ao STF, aos tribunais superiores, ao procurador-geral da República e aos cidadãos. No que tange
às leis complementares, a CF não autoriza a iniciativa popular de lei.

47. (CESPE / TRE-MA – 2009) O sistema legislativo vigente é o unicameral, opção adotada a partir da
Constituição Federal de 1934, exatamente porque os projetos de lei, obrigatoriamente, têm de ser
aprovados pela Câmara dos Deputados e pelo Senado em sessão conjunta, para que possam ser levados à
sanção do presidente da República.

48. (CESPE / TRT 1ª Região – 2010) A CF veda a iniciativa popular para desencadear processo legislativo
destinado à edição de lei complementar.

49. (CESPE / OAB – 2009) A iniciativa popular de lei pode ser exercida pela apresentação, à Câmara dos
Deputados ou ao Senado Federal, de projeto de lei subscrito por, no mínimo, 1% do eleitorado nacional,
distribuído, pelo menos, por cinco estados.

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50. (CESPE / TCE-AC – 2009) A CF prevê a hipótese de iniciativa popular, que pode ser exercida pela
apresentação, à Câmara dos Deputados, de projeto de lei subscrito por, no mínimo, 10% dos eleitores de
qualquer estado da Federação.

51. (CESPE / Banco Central – 2009) A CF atribui ao presidente da República iniciativa reservada no que
concerne a leis sobre matéria tributária.

52. (CESPE / AGU – 2012) A competência para votar os projetos de lei é, em regra, dos plenários da
Câmara dos Deputados e do Senado Federal, mas as mesas diretoras das respectivas casas podem,
mediante decreto legislativo, outorgar às comissões permanentes, em razão da matéria de sua
competência, a prerrogativa de discutir, votar e decidir as proposições legislativas.

53. (CESPE / TCE-BA – 2010) Se um projeto de lei for rejeitado em uma das casas do Congresso Nacional,
a matéria dele constante somente poderá ser objeto de novo projeto, no mesmo ano legislativo, mediante
proposta de dois terços dos membros de qualquer das casas legislativas.

54. (CESPE / TRE-MT – 2010) Decorrido o prazo de quinze dias para o exame do projeto de lei aprovado
pelo Congresso Nacional, o silêncio do presidente da República importará veto, em razão da
impossibilidade de ocorrer sanção tácita.

55. (CESPE / TRF 5ª Região/Juiz – 2011) Apesar de não admitir o veto presidencial tácito, a CF admite o
denominado veto sem motivação, resguardando ao presidente da República a prerrogativa de
simplesmente vetar, sem explicar os motivos de seu ato.

56. (CESPE / DPU – 2010) Considere que o chefe do Poder Executivo tenha apresentado projeto de lei
ordinária que dispõe sobre a remuneração de servidores públicos. Nesse caso, não se admite emenda
parlamentar ao projeto para aumento do valor da remuneração proposto.

57. (CESPE / Abin – 2010) O Poder Legislativo opera por meio do Congresso Nacional, instituição
bicameral composta pela Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal. Salvo disposição constitucional
em contrário, as deliberações de cada Casa e de suas comissões serão tomadas por maioria dos votos,
presente a maioria absoluta de seus membros.

58. (CESPE / MPTCU – 2004) O processo de elaboração de leis no sistema bicameral impõe que o projeto
aprovado por uma Casa seja submetido à outra Casa tantas vezes quantas forem as emendas que cada
qual introduzir, de modo a garantir iguais poderes ao Senado e à Câmara dos Deputados.

59. (CESPE / TJ-CE – 2012) No processo legislativo da lei ordinária, o veto presidencial parcial pode
abranger trecho, palavras ou expressões constantes de artigo, parágrafo ou alínea.

60. (CESPE / TJ-AC – 2012) O veto a projeto de lei deverá ser apreciado em cada uma das casas do
Congresso Nacional dentro de trinta dias a contar da decisão presidencial, e sua rejeição dependerá do
voto de dois terços dos membros de cada uma delas, em votação nominal.
61. (CESPE / MPU – 2013) Promulgação é ato que incide sobre projeto de lei, transformando-o em lei e
certificando a inovação do ordenamento jurídico.

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62. (CESPE / TCE-BA – 2010) O presidente da República só pode solicitar urgência para apreciação de
projetos de sua iniciativa, seja privativa, seja concorrente.

63. (CESPE / TJ-DFT – 2008) A promulgação de uma lei torna o ato perfeito e acabado, sendo o meio
pelo qual a ordem jurídica é inovada. A publicação, por sua vez, é o modo pelo qual se dá conhecimento a
todos sobre o novo ato normativo que se deve cumprir.

64. (CESPE / Ministério da Saúde – 2013) Proposta de emenda constitucional será votada em cada Casa
do Congresso Nacional, em dois turnos, sendo considerada aprovada se obtiver, em ambos os turnos, três
quintos dos votos dos respectivos parlamentares.

65. (CESPE / TJ-RR – 2012) As denominadas limitações materiais ao poder constituinte de reforma estão
exaustivamente previstas da Constituição Federal de 1988 (CF).

66. (CESPE / Anatel – 2012) Não são permitidas emendas à Constituição Federal durante a vigência de
intervenção federal.

67. (CESPE / TRE-MT – 2010) A CF poderá ser emendada mediante proposta de um terço das
Assembleias legislativas das unidades da Federação, mediante a maioria relativa de seus membros.

68. (CESPE / TRE-MT – 2010) Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir
a forma republicana de governo.

69. (CESPE / OAB – 2009) A emenda à CF será promulgada, com o respectivo número de ordem, pelo
presidente do Senado Federal, na condição de presidente do Congresso Nacional. Se a promulgação não
ocorrer dentro do prazo de quarenta e oito horas após a sua aprovação, as mesas da Câmara dos
Deputados e do Senado Federal deverão fazê-lo.

70. (CESPE / TCU – 2009) Uma vez preenchido o requisito da iniciativa e instaurado o processo
legislativo, a proposta de emenda à CF será discutida e votada em cada Casa do Congresso Nacional, em
dois turnos, considerando-se aprovada se obtiver, em ambos, três quintos dos votos dos respectivos
membros.

71. (CESPE / TCU – 2009) Da mesma forma que o poder constituinte originário, o poder de reforma não
está submetido a qualquer limitação de ordem formal ou material, sendo que a CF apenas estabelece que
não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir a forma federativa de Estado, o
voto direto, secreto, universal e periódico, a separação de poderes e os direitos e garantias individuais.

72. (CESPE / STF – 2008) A CF, conforme seu próprio texto, pode ser emendada por meio de iniciativa
popular, desde que o projeto seja subscrito, por, no mínimo, 1% do eleitorado nacional, distribuído por,
pelo menos, cinco estados, com não menos de 0,3% dos eleitores de cada um deles.

73. (CESPE / Consultor Legislativo do Senado Federal – 2002) Uma proposta de emenda constitucional
destinada a tornar facultativo o voto para todos os brasileiros seria inconstitucional, por violar cláusula
pétrea, e, portanto, o presidente da República poderia impugná-la perante o Supremo Tribunal Federal
(STF).

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74. (CESPE / MPU – 2013) É expressamente vedada a edição de medidas provisórias que versem sobre
matérias de direito penal, processual penal e processual civil.

75. (CESPE / MPOG – 2013) É vedada pela Constituição Federal a edição de medida provisória pelo
presidente da República para dispor sobre matéria orçamentária, ressalvada a abertura de créditos
extraordinários.

76. (CESPE / TJ-CE – 2012) Segundo o STF, uma vez editada a medida provisória, não pode o presidente
da República retirá-la da apreciação do Congresso Nacional nem tampouco ab-rogá-la por meio de nova
medida provisória.

77. (CESPE / TJ-AC – 2012) As medidas provisórias devem ser votadas em sessão conjunta do Congresso
Nacional, no prazo de sessenta dias a contar de sua publicação, sob pena de imediata perda da sua eficácia.

78. (CESPE / TRT 21ª Região – 2010) As medidas provisórias perdem a eficácia, desde a edição, se não
forem convertidas em lei no prazo de trinta dias, prorrogável uma vez, por igual período.

79. (CESPE / TRE-BA – 2010) Para matérias reservadas a lei complementar, ao presidente da República
é vedado editar medida provisória.

80. (CESPE / TRE-MT – 2010) É vedada a edição de medidas provisórias sobre matéria relativa a direito
civil.

81. (CESPE / TCE-AC – 2009) As medidas provisórias perderão a eficácia, desde a edição, se não forem
convertidas em lei no prazo de trinta dias a contar de sua publicação, devendo o Congresso Nacional
disciplinar as relações jurídicas dela decorrentes.

82. (CESPE / TCE-AC – 2009) A reedição, na mesma sessão legislativa, de medida provisória que tenha
sido rejeitada ou que tenha perdido sua eficácia por decurso de prazo será permitida apenas uma vez, por
igual período.

83. (CESPE / TJ-AC – 2012) As leis delegadas serão elaboradas pelo presidente da República após a
edição pelo Congresso Nacional de decreto legislativo com a especificação do conteúdo e dos termos de
exercício da delegação.

84. (CESPE / TJ-CE – 2012) O controle exercido pelo Congresso Nacional sobre a lei delegada opera
efeitos ex tunc.

85. (CESPE / TJ-RR – 2012) As leis delegadas, editadas pelo presidente da República após prévia
autorização do Congresso Nacional, por meio de decreto legislativo, são discutidas e votadas em cada casa
legislativa, sendo vedada a apresentação de emendas a essas leis.

86. (CESPE / TRT 21ª Região – 2010) As matérias de competência exclusiva do Congresso Nacional são
reguladas por decretos legislativos.

87. (CESPE / TRE-MT – 2010) No que se refere a leis delegadas, se a resolução determinar a apreciação
do projeto de lei pelo Congresso Nacional, este a fará em votação única, sendo vedada qualquer emenda.

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88. (CESPE / TJ-RR – 2012) Celebrado tratado, convenção ou ato internacional pelo presidente da
República, cabe ao Congresso Nacional o correspondente referendo ou aprovação, mediante a edição de
resolução específica.

89. (CESPE / Banco Central – 2009) As matérias de competência privativa do Senado Federal não
dependem de sanção presidencial e se materializam por meio de decreto legislativo.

90. (CESPE / Consultor Legislativo do Senado Federal – 2002) Embora não seja cabível ação direta de
inconstitucionalidade (ADIn) perante o STF contra projeto de lei federal, o Poder Judiciário pode exercer
controle difuso de constitucionalidade de projetos de lei.

91. (CESPE / STJ – 2008) Dependerá de lei complementar a regulamentação do PPA, da LDO e do
orçamento anual, no tocante a exercício financeiro, vigência, prazos, elaboração e organização. A referida
lei deverá estabelecer normas de gestão financeira e patrimonial da administração direta e indireta e
==1619d5==

condições para instituição e funcionamento dos fundos. Enquanto isso, na esfera federal, os prazos para o
ciclo orçamentário estão estabelecidos no ADCT.

92. (CESPE / TCE-ES – 2009) Lei ordinária federal estabelecerá normas de gestão financeira e
patrimonial da administração direta e indireta bem como condições para instituição e funcionamento de
fundos.

93. (CESPE / TCU – 2012) É cabível que lei complementar estabeleça normas referentes às condições
para a instituição e funcionamento de fundos.

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GABARITO
1. LETRA C 32. LETRA D 63. ERRADA
2. CORRETA 33. ERRADA 64. CORRETA
3. CORRETA 34. ERRADA 65. ERRADA
4. ERRADA 35. CORRETA 66. CORRETA
5. ERRADA 36. ERRADA 67. ERRADA
6. CORRETA 37. CORRETA 68. ERRADA
7. CORRETA 38. CORRETA 69. ERRADA
8. CORRETA 39. ERRADA 70. CORRETA
9. ERRADA 40. CORRETA 71. ERRADA
10. ERRADA 41. ERRADA 72. ERRADA
11. CORRETA 42. ERRADA 73. ERRADA
12. ERRADA 43. CORRETA 74. CORRETA
13. LETRA D 44. CORRETA 75. CORRETA
14. LETRA D 45. CORRETA 76. ERRADA
15. LETRA B 46. ERRADA 77. ERRADA
16. LETRA E 47. ERRADA 78. ERRADA
17. LETRA C 48. ERRADA 79. CORRETA
18. CORRETA 49. ERRADA 80. ERRADA
19. CORRETA 50. ERRADA 81. ERRADA
20. CORRETA 51. ERRADA 82. ERRADA
21. LETRA B 52. ERRADA 83. ERRADA
22. CORRETA 53. ERRADA 84. ERRADA
23. CORRETA 54. ERRADA 85. ERRADA
24. ERRADA 55. ERRADA 86. CORRETA
25. ERRADA 56. CORRETA 87. CORRETA
26. CORRETA 57. CORRETA 88. ERRADA
27. CORRETA 58. ERRADA 89. ERRADA
28. CORRETA 59. ERRADA 90. CORRETA
29. CORRETA 60. ERRADA 91. CORRETA
30. ERRADA 61. ERRADA 92. ERRADA
31. ERRADA 62. CORRETA 93. CORRETA

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LISTA DE QUESTÕES
1. (FGV / OAB – 2019) Ante o iminente vencimento do prazo para adimplemento de compromissos
internacionais assumidos pelo Brasil perante o Fundo Monetário Internacional, bem como diante da grave
crise econômica enfrentada pelo Estado, o Presidente da República, no regular exercício do mandato, edita
a Medida Provisória X. A medida dispõe sobre a possibilidade de detenção e sequestro, pelo governo
federal, de bens imóveis com área superior a 250 m² situados em zonas urbanas, desde que não se trate
de bem de família e que o imóvel esteja desocupado há mais de dois anos.

Sobre a Medida Provisória X, com base na CRFB/88, assinale a afirmativa correta.


a) É inconstitucional, uma vez que a Constituição Federal de 1988 veda, expressamente, que tal espécie
normativa disponha sobre matéria que vise a detenção ou o sequestro de bens.
b) É inconstitucional, pois trata de matéria já regulamentada pelo legislador ordinário, qual seja, a
possibilidade de desapropriação de bens imóveis urbanos por necessidade ou utilidade pública.
c) Ela não se revela adequada ao cumprimento do requisito de urgência porque só produzirá efeitos no
exercício financeiro seguinte, caso venha a ser convertida em lei até o último dia daquele em que foi editada.
d) É constitucional, pois foram respeitados os requisitos de relevância e urgência, desde que seja submetida
de imediato ao Congresso Nacional, perdendo eficácia se não for convertida em lei no prazo de 60
(sessenta) dias, prorrogável uma única vez por igual período.

2. (FGV / Câmara Municipal de Salvador – 2018) Após regular tramitação, o Congresso Nacional
aprovou o Projeto de Lei M3, apresentado pela Deputada Federal Maria, que aumentava os vencimentos
dos servidores públicos federais. O Presidente da República, no entanto, veio a vetá-lo sob o argumento
de ser inconstitucional. Em momento posterior, o veto foi rejeitado pela maioria relativa dos Deputados e
Senadores, sendo ao final promulgada pelo Presidente da República a Lei XX.

À luz da sistemática constitucional, o processo legislativo que culminou com a promulgação da Lei XX
apresenta:
a) dois vícios de inconstitucionalidade, pois a matéria era de iniciativa privativa do Chefe do Poder Executivo
e a promulgação da lei era da alçada do Presidente do Senado Federal;
b) um vício de inconstitucionalidade, pois o veto somente poderia ser rejeitado pela maioria absoluta dos
Deputados e Senadores;
c) um vício de inconstitucionalidade, pois a matéria versada no projeto era de iniciativa privativa do
Presidente da República Federativa do Brasil;
d) dois vícios de inconstitucionalidade, pois a matéria era de iniciativa privativa do Chefe do Poder Executivo
e o veto só poderia ser rejeitado pela maioria absoluta dos Deputados e Senadores;
e) dois vícios de inconstitucionalidade, pois o veto só poderia ser rejeitado pela maioria absoluta dos
Deputados e Senadores e a promulgação da lei era da alçada do Presidente do Senado Federal.
3. (FGV / Câmara Municipal de Salvador – 2018) O Presidente da República apresentou projeto de lei
ordinária cuja discussão se iniciou no Senado Federal, que o aprovou, seguindo para a Câmara dos

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Deputados. Com a aprovação nesta última Casa, a Mesa do Congresso Nacional promulgou a Lei X. Um
grupo de Deputados de oposição divulgou nota afirmando que o processo legislativo descumpriu a
disciplina traçada na Constituição da República de 1988.

À luz da sistemática constitucional, o grupo de Deputados está correto, já que o projeto apresenta o(s)
seguinte(s) vício(s):
a) o Presidente da República não tem legitimidade para apresentar projetos de lei ordinária fora do regime
de urgência constitucional;
b) a discussão do projeto de lei ordinária deveria ter sido iniciada na Câmara dos Deputados, não no Senado
Federal, que seria a Casa Revisora;
c) o Presidente da República não poderia apresentar o projeto e a análise deveria ser realizada em sessão
conjunta das Casas Legislativas;
d) após aprovação do projeto pelas Casas Legislativas, ele deveria ser encaminhado ao Presidente da
==1619d5==

República, não à Mesa do Congresso Nacional;


e) a discussão deveria ser iniciada na Câmara e o projeto encaminhado ao Presidente da República, não à
Mesa do Congresso.

4. (FGV / TJ-AL – 2018) Com o objetivo de compensar os servidores públicos do Poder Executivo
estadual pelo longo período sem reajustes remuneratórios, um grupo de Deputados Estaduais
encaminhou projeto de lei à Assembleia Legislativa concedendo aumento de 5%, muito inferior, no
entanto, à inflação acumulada. O projeto foi aprovado pelo Legislativo. O Governador do Estado, no
entanto, decidiu vetá-lo sob o argumento de ser formalmente inconstitucional. O veto foi rejeitado pela
maioria absoluta dos Deputados Estaduais. Ao fim, veio a ser promulgada a Lei Estadual WW.

À luz da sistemática constitucional, sob o prisma formal, a Lei Estadual WW:


a) apresenta vício de inconstitucionalidade, já que o poder de iniciativa legislativa era privativo do
Governador, não podendo ser exercido pelos Deputados;
b) não apresenta vício de inconstitucionalidade, pois a iniciativa legislativa é sempre franqueada a qualquer
Deputado ou grupo de Deputados;
c) apresenta vício de inconstitucionalidade, pois o veto do Governador deveria ser rejeitado por dois terços
dos Deputados;
d) não apresenta vício de inconstitucionalidade, já que a iniciativa legislativa, em matéria vencimental,
somente pode ser exercida por grupos de Deputados;
e) apresenta vício de inconstitucionalidade, pois os reajustes vencimentais dos servidores públicos não
podem ser inferiores à inflação.

5. (FGV / OAB – 2018) O deputado federal Alberto propôs, no exercício de suas atribuições, projeto
de lei de grande interesse para o Poder Executivo federal.

Ao perceber que o momento político é favorável à sua aprovação, a bancada do governo pede ao
Presidente da República que, utilizando-se de suas prerrogativas, solicite urgência (regime de urgência
constitucional) para a apreciação da matéria pelo Congresso Nacional.

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Em dúvida, o Presidente da República recorre ao seu corpo jurídico, que, atendendo à sua solicitação,
informa que, de acordo com o sistema jurídico-constitucional brasileiro, o pleito da base governista
a) é viável, pois é prerrogativa do chefe do Poder Executivo solicitar o regime de urgência constitucional em
todos os projetos de lei que tramitem no Congresso Nacional.
b) não pode ser atendido, pois o regime de urgência constitucional somente pode ser solicitado pelo
presidente da mesa de uma das casas do Congresso Nacional.
c) viola a CRFB/88, pois o regime de urgência constitucional somente pode ser requerido pelo Presidente da
República em projetos de lei de sua própria iniciativa.
d) não pode ser atendido, pois, nos casos urgentes, o Presidente da República deve veicular a matéria por
meio de medida provisória e não solicitar que o Legislativo aprecie a matéria em regime de urgência.

6. (FGV / ALE-RO – 2018) Sensibilizado com as dificuldades enfrentadas pelos servidores públicos
vinculados ao Poder Executivo, um grupo de parlamentares apresentou projeto de lei criando uma
gratificação de produtividade para os servidores.

O projeto foi aprovado pela Assembleia Legislativa e sancionado pelo Governador do Estado, dando
origem à Lei nº 456.

À luz das normas constitucionais afetas ao processo legislativo e do princípio da simetria, é correto afirmar
que a Lei nº 456 é:
a) constitucional, pois a lei é o local adequado à disciplina da matéria e não ocorreu qualquer vício no
processo legislativo.
b) inconstitucional, em razão do vício de iniciativa, pois a matéria é de iniciativa privativa do Governador do
Estado.
c) constitucional, pois, apesar de a matéria ser de iniciativa privativa do Governador, a sanção supriu o vício.
d) inconstitucional, pois a matéria deveria ter sido disciplinada pela Constituição do Estado.
e) inconstitucional, pois a matéria deveria ter sido disciplinada em lei complementar.

7. (FGV / TJ-SC – 2018) Após solicitação do Presidente da República, o Congresso Nacional editou
decreto legislativo delegando, ao referido agente, competência para editar a lei orçamentária anual, cujo
teor seria o mais adequado à superação da situação de crise econômica, devendo observar os
balizamentos estabelecidos pela lei de diretrizes orçamentárias.

Considerando os balizamentos a serem observados no processo legislativo, a referida narrativa:


a) apresenta irregularidades, pois, apesar de a delegação de competência ser possível, ela deve ser feita
mediante resolução e não pode ter por objeto o orçamento;
b) não apresenta irregularidades, já que o Congresso Nacional pode delegar suas competências legislativas,
excetuando apenas aquelas reservadas à lei complementar;
c) apresenta uma única irregularidade, pois, apesar de a delegação ser possível, ela não pode ser feita
mediante decreto legislativo;
d) apresenta uma única irregularidade, pois, apesar de a delegação ser possível, ela não pode ter por objeto
o orçamento;

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e) apresenta uma irregularidade estrutural, já que o Congresso Nacional não pode delegar a sua competência
legislativa.

8. (FGV / COMPESA – 2016) Um grupo de empregados concursados de uma empresa pública estadual,
que explora atividade econômica, solicitou que deputados estaduais apresentassem projeto de lei que
estendesse à categoria diversas vantagens pecuniárias previstas no estatuto dos servidores públicos civis
do respectivo Estado.

O projeto foi aprovado pela Assembleia Legislativa, bem como sancionado e promulgado pelo Governador
do Estado, daí resultando a publicação da Lei XX.

À luz da sistemática constitucional, é correto afirmar que esse diploma normativo é


a) plenamente constitucional.
b) inconstitucional, apenas em razão do vício de iniciativa.
c) inconstitucional, apenas em razão da incompetência do Estado para legislar sobre a matéria.
d) inconstitucional, apenas em razão da impossibilidade de os empregados concursados receberem as
referidas gratificações.
e) inconstitucional, em razão do vício de iniciativa e da impossibilidade de os empregados concursados
receberem as referidas gratificações.

9. (FGV / Procurador de Paulínia – 2016) Determinado Prefeito Municipal encaminhou projeto de lei
à Câmara de Vereadores concedendo reajuste remuneratório a determinada categoria de servidores
públicos. Ao analisarem o projeto, os Vereadores inseriram uma emenda aditiva estendendo o aumento a
outra categoria, que, no seu entender, mereceria tratamento similar. O projeto foi aprovado pelo
Legislativo e, por fim, sancionado pelo Prefeito Municipal, daí resultando a promulgação e consequente
publicação da lei municipal X.

Considerando a sistemática constitucional, é correto afirmar que a lei municipal X é


a) constitucional, já que os vereadores têm a prerrogativa de apresentar as emendas que entenderem
adequadas aos projetos de lei submetidos à sua apreciação.
b) inconstitucional, pois os vereadores não podem apresentar emendas aos projetos de lei de iniciativa
privativa do Chefe do Poder Executivo.
c) constitucional, já que o vício surgido com a inserção da emenda aditiva foi sanado com sanção do projeto
pelo Prefeito Municipal, agente que detém iniciativa privativa na matéria.
d) inconstitucional, pois a apresentação de emendas pelos vereadores não poderia ter acarretado o aumento
da despesa pública.
e) constitucional, já que a matéria versada no projeto deve ser apreciada pela Câmara de Vereadores, o que
ocorreu em harmonia com o modelo constitucional.

10. (FGV / MPE-RJ – 2016) O Chefe do Poder Executivo encaminhou projeto de lei, ao Poder Legislativo,
concedendo reajuste de vencimentos a todos os servidores vinculados à Administração Pública direta e
indireta. Omitiu, no entanto, os servidores do Ministério Público. Insatisfeitos, os servidores formaram
uma comissão e convenceram diversos parlamentares a apresentar uma emenda ao projeto, de modo que

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o aumento a ser concedido viesse a contemplá-los. Esse projeto foi aprovado, sancionado e promulgado,
tornando-se lei. À luz da Constituição da República Federativa do Brasil, é correto afirmar que a lei assim
aprovada é:
a) constitucional, porque são de iniciativa do Chefe do Poder Executivo os projetos de lei que disponham
sobre o reajuste de vencimentos dos servidores públicos;
b) inconstitucional, porque somente o Ministério Público poderia ter proposto, ao Poder Legislativo, o
reajuste dos vencimentos dos seus servidores;
c) constitucional, porque qualquer vício de iniciativa é suprido com a sanção, pelo Chefe do Poder Executivo,
do projeto aprovado pelo Legislativo;
d) inconstitucional, porque os parlamentares deveriam ter apresentado um projeto de lei autônomo, e não
promovido emendas naquele ofertado pelo Poder Executivo;
e) constitucional, porque o princípio da isonomia impede a existência de diferenças de remuneração entre
os servidores, o que foi corrigido pelos parlamentares.

11. (FGV / ISS Cuiabá – 2016) Um grupo de deputados federais, sensíveis à crise financeira que assola
certos setores da economia, com o objetivo de diminuir o custo de produção e evitar o aumento de preços,
apresentou proposição legislativa reduzindo a alíquota de determinados tributos da União. O projeto foi
aprovado em ambas as Casas do Congresso Nacional, com estrita observância da sistemática
constitucional, sendo convertido em lei, após sanção do Chefe do Poder Executivo.

À luz da sistemática constitucional, assinale a afirmativa correta.


a) Não há qualquer vício formal na lei, já que os deputados federais têm poder de iniciativa legislativa em
matéria tributária.
b) Há vício formal na lei, já que somente o Presidente da República pode iniciar o processo legislativo em
matéria tributária.
c) A lei somente terá vício formal se a proposta de lei orçamentária anual não tiver previsto a redução de
alíquota.
d) A ausência de iniciativa legislativa dos parlamentares foi superada com a sanção do projeto pelo Chefe do
Poder Executivo.
e) Os parlamentares somente teriam poder de iniciativa legislativa, em matéria tributária, caso a lei fosse
direcionada a Território Federal.

12. (FGV / TJ-BA – 2015) Diante dos recentes protestos da população por todo o Brasil, muito se tem
discutido sobre a participação mais ativa do cidadão no processo legislativo. Como instrumento de
manifestação da soberania popular, é correto afirmar que a iniciativa popular:
a) consiste na apresentação, ao Senado Federal, de projeto de lei subscrito por, no mínimo, um por cento do
eleitorado nacional, distribuído pelo menos por três Estados, que trate de matérias especificadas na
Constituição, relacionadas aos direitos e garantias fundamentais;
b) somente pode ocorrer em âmbito federal, já que o texto constitucional não trata de iniciativa popular em
nível estadual e municipal, sendo vedada às constituições estaduais e às leis orgânicas dispor sobre a matéria;

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c) consiste na possibilidade de o eleitorado nacional deflagrar processo legislativo de lei complementar, lei
ordinária, emenda à Constituição ou medida provisória mediante proposta de, no mínimo, um por cento de
todo o eleitorado nacional, distribuído por pelo menos sete Estados;
d) é espécie de processo legislativo realizado diretamente pela população que apresenta o projeto de lei ao
Congresso Nacional, que deve analisar apenas aspectos formais de sua constitucionalidade, vedada a
rejeição do projeto em seu mérito, para não desnaturar a essência do instituto;
e) pode ser exercida pela apresentação à Câmara dos Deputados de projeto de lei subscrito por, no mínimo,
um por cento do eleitorado nacional, distribuído pelo menos por cinco Estados, com não menos de três
décimos por cento dos eleitores de cada um deles.

13. (FGV / TCM-SP – 2015) Determinada lei orgânica municipal veiculou comando estabelecendo
critérios detalhados sobre o provimento dos cargos em comissão existentes no Município e outro dispondo
que contratos e convênios acima de determinado valor, celebrados pelo Poder Executivo, devem ser
ratificados pela Câmara dos Vereadores. Considerando os balizamentos estabelecidos pela Constituição
da República, é correto afirmar que:
a) ambos os comandos são constitucionais, já que a disciplina básica a respeito do regime jurídico dos
servidores e dos contratos da administração pública é matéria da lei orgânica;
b) somente o primeiro comando é inconstitucional, já que a definição de critérios detalhados a respeito do
provimento dos cargos em comissão não é matéria da alçada da lei orgânica;
c) somente o segundo comando é inconstitucional, já que afronta a separação de poderes a submissão à
Câmara dos Vereadores dos contratos e convênios a que se refere a lei orgânica;
d) ambos os comandos são inconstitucionais, já que o primeiro deles não poderia ser inserido na lei orgânica,
e o segundo afronta a separação dos poderes;
e) o segundo comando é constitucional, já que o controle externo do Poder Executivo é realizado pelo Poder
Legislativo, o que abrange a possibilidade de ratificação dos ajustes celebrados.

14. (FGV / DPE-RO – 2015) Determinado Deputado Estadual, sensibilizado com a situação dos
servidores públicos do Poder Executivo, que há anos não recebiam qualquer aumento salarial, decidiu
elaborar um projeto de lei a respeito dessa temática. O projeto, considerando a precária situação
financeira do Estado, repôs as perdas decorrentes da inflação e concedeu um aumento real de apenas 0,5%
(meio por cento). O projeto, que contou com amplo apoio da população, foi aprovado pela Assembleia
Legislativa e, ao final, sancionado pelo Governador. A partir dessa narrativa, é correto afirmar que a lei
decorrente desse processo legislativo é:
a) constitucional, pois compete ao Estado legislar sobre os respectivos servidores públicos;
b) inconstitucional, pois a matéria é de iniciativa privativa do Chefe do Poder Executivo, não sendo o vício
sanado pela sanção;
c) constitucional, desde que o reajuste fornecido aos servidores estaduais não supere aquele concedido aos
servidores da União;
d) inconstitucional, pois a matéria é de iniciativa privativa do Chefe do Poder Legislativo e a sanção não supriu
o vício;

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e) constitucional, desde que a Constituição Estadual tenha reconhecido a iniciativa legislativa dos Deputados
Estaduais nessa matéria.

15. (FGV / TJ-PI – 2015) O processo legislativo brasileiro contempla institutos como a iniciativa
legislativa, a sanção, o veto e a promulgação, os quais possuem uma funcionalidade extremamente
importante no surgimento das normas de conduta. À luz da sistemática constitucional, é correto afirmar
que:
a) todas as espécies legislativas estão sujeitas à sanção e ao veto;
b) a sanção aposta ao projeto de lei supre eventual vício de iniciativa;
c) o veto tácito será apreciado, pelo Congresso Nacional, da mesma forma que o veto expresso;
d) a promulgação não é ato privativo do Presidente da República;
e) somente é constitucional a sanção expressa, não a sanção tácita.

16. (FGV / TJ-SC – 2015) Em relação ao processo legislativo direcionado à reforma do texto
constitucional, é correto afirmar que:
a) a supressão de texto, pelo Senado Federal, jamais exige o retorno do projeto à Câmara dos Deputados;
b) o projeto, não aprovado em primeiro turno de discussão pela Câmara dos Deputados, pode seguir para o
Senado Federal caso o seja em segundo turno;
c) considera-se rejeitado o projeto que sofra alterações no Senado Federal, não sendo possível o seu retorno
à Câmara dos Deputados;
d) a supressão de texto, pelo Senado Federal, sempre exige o retorno do projeto à Câmara dos Deputados;
e) a emenda de redação aprovada pelo Senado Federal exigirá o retorno do projeto à Câmara dos Deputados
quando alterar o seu sentido normativo.

17. (FGV / DPE-RJ – 2014) Processo legislativo é o conjunto de regras procedimentais previstas na
Constituição, tendentes a regulamentar a elaboração das espécies normativas. Nesse contexto, destaca-
se a:
a) emenda à Constituição, cuja proposta é discutida e votada em cada Casa do Congresso Nacional, em dois
turnos, considerando-se aprovada se obtiver, em ambos, três quintos dos votos dos respectivos membros.
b) medida provisória, que é adotada pelo Presidente da República, em caso de oportunidade e conveniência,
com força de lei, tendo o Congresso Nacional prazo máximo de 180 dias para convertê-la em lei ou rejeitá-
la.
c) lei ordinária, sendo que o projeto de lei aprovado por maioria absoluta em uma Casa é revisto pela outra,
em dois turnos de discussão e votação, e enviado à sanção.
d) lei complementar, a qual tem objetivo de complementar leis anteriores em matéria processual, dispondo
sobre procedimentos administrativos ou judiciais.
e) lei delegada, que é adotada pelo Presidente da República, o qual delega para o Congresso Nacional
competência para elaboração de lei cuja iniciativa originária era do Poder Executivo.
18. (FGV / Senado Federal – 2008) Consoante os termos do art. 59 da Constituição brasileira, as
seguintes normas estão compreendidas no regular processo legislativo:

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a) resoluções e decretos
b) medidas provisórias e estatutos.
c) leis programáticas e leis delegadas
d) decretos legislativos e resoluções.
e) leis complementares e leis suplementares

19. (FGV / Senado Federal – 2008) O processo legislativo confere aos cidadãos poder de iniciar o
processo legislativo. Trata-se da lei de iniciativa popular. Consoante o texto constitucional, tal projeto deve
preencher os seguintes requisitos:
a) subscrição de um por cento do eleitorado nacional, distribuído por pelo menos cinco estados e com pelo
menos três décimos por cento dos eleitores em cada um deles.
b) subscrição de, no mínimo, de um milhão de eleitores, divididos por dez estados da federação,
proporcionalmente.
c) subscrição de dez por cento do número total de eleitores do país, divididos por, no mínimo, vinte estados
da federação, em proporcionalidade.
d) subscrição de cinco por cento do eleitorado nacional, distribuído por, pelo menos, quinze estados, e cinco
décimos de eleitores por estado.
e) subscrição de vinte por cento do eleitorado nacional, distribuído por dez estados sem limite por cada
estado.

20. (FGV / OAB – 2012) A Assembleia Legislativa do Estado “M”, verificando que o Estado jamais
regulamentou a aposentadoria especial dos servidores públicos cujas atividades sejam exercidas sob
condições especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física (art. 40, § 4º, III da Constituição da
República), edita lei complementar, de iniciativa do deputado “X”, que determina a aplicação dos mesmos
critérios aplicados aos trabalhadores da iniciativa privada (previstos na Lei n. 8.213/91). O Governador do
Estado sanciona a lei, que é publicada dias depois.

Sobre o caso concreto apresentado, assinale a afirmativa correta.


a) Há vício de iniciativa, devendo a regulamentação do regime dos servidores públicos ser estabelecida em
lei de iniciativa do Chefe do Poder Executivo - no caso, o Governador do Estado.
b) Ainda que houvesse vício de iniciativa, a sanção pelo Governador do Estado supre tal vício, uma vez que
se considera que a autoridade originalmente atribuída do poder de iniciativa ratificou as disposições da lei.
c) Não há vício de iniciativa, pois as matérias com reserva de iniciativa são somente aquelas que devem ser
tratadas por meio de lei ordinária; as leis complementares, pela exigência de quórum qualificado, podem ser
encaminhadas pelo Poder Executivo ou pelo Legislativo.
d) Somente existe vício de iniciativa se não tiver havido tempo razoável para o Poder Executivo encaminhar
à Assembleia Legislativa o projeto de lei. Diante da inércia do Governador por diversos anos, pode a
Assembleia suprir a mora, elaborando o projeto.

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21. (FGV / Senado Federal – 2008) No sistema bicameral brasileiro, tendo iniciado projeto de lei
ordinária no Senado Federal, remetido à Câmara dos Deputados e sofrido emendas, retornando à Casa
iniciadora poderá o projeto:
a) sofrer rejeição total das emendas e ser remetido para sanção presidencial.
b) passar por novas emendas e ser devolvido à Câmara dos Deputados.
c) ser emendado, aprovado e remetido à sanção presidencial.
d) não sofrer emendas porque a Câmara dos Deputados é soberana em tema de lei ordinária.
e) tramitar por procedimento sumário, sem ir a plenário.

22. (FGV / Senado Federal – 2008) A iniciativa popular em matéria de lei federal está condicionada à
manifestação de pelo menos um por cento do eleitorado nacional, que deverá estar distribuído em no
mínimo cinco Estados, exigida em cada um deles a manifestação de três décimos por cento de seus
eleitores (Constituição, art. 61, § 2º).

23. (FGV / Senado Federal – 2008) Os Tribunais detêm competência privativa para propor a criação de
novas varas judiciárias. Compete privativamente ao Supremo Tribunal Federal e aos Tribunais Superiores
propor a criação ou extinção dos tribunais inferiores, bem como a alteração do número de membros
destes, a criação e a extinção de cargos e a fixação de vencimentos de seus membros, dos juízes, inclusive
dos tribunais inferiores, dos serviços auxiliares dos juízos que lhes forem vinculados, e a alteração da
organização e da divisão judiciária (Constituição. arts. 96, I, “d”, e 96, II e alíneas).

24. (FGV / OAB – 2012) O Presidente da República encaminhou ao Senado Federal projeto de Lei
Ordinária para provimento de cargos de servidores da União.Após os debates,o projeto foi aprovado pelo
plenário do Senado Federal e, em seguida, encaminhado para a Câmara dos Deputados que, em apenas
um turno de discussão e votação, o aprovou e o enviou ao Presidente da República, que o sancionou.

Sobre o fato acima, assinale a afirmativa correta.


a) A lei é inconstitucional, pois a iniciativa de projetos de lei para provimento de cargos de servidores da
União é da Câmara dos Deputados.
b) A discussão e a votação do projeto deveriam ter se iniciado na Câmara dos Deputados, havendo, por isso,
vício no processo legislativo.
c) A ocorrência de dois turnos de discussão e votação do projeto de lei ordinária, pressuposta no adequado
processo legislativo, não ocorreu no caso narrado.
d) A lei é constitucional, pois o processo legislativo foi hígido.

25. (FGV / OAB – 2013) Preocupado com a concorrência de eletrodomésticos produzidos na China e
com o saldo da balança comercial, o Presidente da República, no dia 1º de abril, editou medida provisória
determinando o aumento da alíquota do imposto sobre produtos industrializados (IPI) para os produtos
provenientes daquele país. Entretanto, passados 30 (trinta) dias, o Congresso Nacional rejeitou a medida
provisória, não a convertendo em lei. Com base no caso acima, assinale a afirmativa correta.
a) A medida provisória terá eficácia por mais 30 (trinta) dias, perfazendo o total de 60 (sessenta) dias.

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b) A medida provisória terá eficácia por mais 30 (trinta) dias, período no qual poderá haver nova tentativa
de conversão em lei.
c) A medida provisória perderá sua eficácia, cabendo ao Presidente da República, caso haja interesse,
reeditá-la imediatamente.
d) A medida provisória perderá sua eficácia, devendo o Congresso Nacional disciplinar, por decreto
legislativo, as relações jurídicas dela decorrentes.

26. (FGV / OAB – 2012) Pode o Presidente da República editar medida provisória contrária à súmula
vinculante editada pelo STF?
a) Não, pois o STF é o guardião da Constituição.
b) Não, pois a súmula vincula todos os Poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário).
c) Sim, pois a súmula vincula a Administração Pública, mas não o chefe do Poder Executivo.
d) Sim, pois o Presidente da República estaria, nesse caso, exercendo função legislativa.

27. (FGV / SEFAZ-RJ – 2011) Suponha que, em setembro de 2010, o Presidente da República tenha
editado medida provisória majorando a alíquota de determinado imposto. Nesse caso, é correto afirmar
que a medida provisória é:
a) constitucional, mas só produzirá efeito em 2011 se tiver sido convertida em lei em 2010.
b) inconstitucional, pois medida provisória não pode dispor sobre matéria reservada a lei complementar.
c) constitucional e produz efeito imediatamente após a sua edição.
d) inconstitucional, pois medida provisória não pode dispor sobre direito tributário.
e) inconstitucional, pois medida provisória pode instituir tributo, mas não pode alterar alíquota.

28. (FGV / OAB – 2011) Assinale a alternativa que contemple matéria para cuja disciplina é vedada a
edição de medida provisória.
a) Instituição ou majoração de impostos.
b) Abertura de crédito extraordinário, ainda que para atendimento a despesas imprevisíveis e urgentes.
c) Normas gerais de licitações e contratos administrativos
d) Partidos políticos e direito eleitoral.

29. (FGV / Juiz TJ-PA – 2009) A respeito do regramento constitucional das medidas provisórias, assinale
a afirmativa incorreta.
a) É vedada a edição de medidas provisórias sobre matéria já disciplinada em projeto de lei aprovado pelo
Congresso Nacional e pendente de sanção ou veto do Presidente da República.
b) A edição de medida provisória para instituição de tributos só será admitida para atender despesas
imprevisíveis e urgentes, como as decorrentes de guerra, comoção interna ou calamidade pública.
c) Apenas excepcionalmente o Poder Judiciário poderá, no controle de constitucionalidade da medida
provisória, examinar a adequação dos requisitos de relevância e urgência, por força da regra de separação
de poderes.

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d) A medida provisória não apreciada pelo Congresso Nacional podia, até a Emenda Constitucional 32/2001,
ser reeditada dentro do seu prazo de eficácia de trinta dias, mantidos os efeitos de lei desde a primeira
edição.
e) É vedada a reedição, na mesma sessão legislativa, de medida provisória que tenha sido rejeitada ou que
tenha perdido sua eficácia por decurso de prazo.

30. (FGV / Senado Federal – 2008) É vedada a edição de medidas provisórias sobre as matérias
relacionadas nas alternativas a seguir, à exceção de uma. Assinale-a.
a) nacionalidade, cidadania, direitos políticos e direito eleitoral.
b) direito penal, processual penal e processual civil.
c) organização do Poder Judiciário e do Ministério Público, a carreira e a garantia dos seus membros.
d) que vise à detenção ou sequestro de bens, de poupança popular ou qualquer outro ativo financeiro.
e) que institua ou majore tributos.

31. (FGV / DPE-RJ – 2014) O processo legislativo é o conjunto de regras procedimentais tendentes a
regulamentar a elaboração das espécies normativas. A soberania popular é exercida de várias formas,
como através da iniciativa popular. Sobre o instituto, a Constituição Federal prevê
a) que a iniciativa popular pode ser exercida pela apresentação à Câmara dos Deputados de projeto de lei
subscrito por, no mínimo, um por cento da população nacional.
b) que a iniciativa popular pode ser exercida pela apresentação à Câmara dos Deputados de projeto de lei
subscrito por, no mínimo, cinco por cento do eleitorado nacional.
c) somente a iniciativa popular em nível federal, razão pela qual não é possível em âmbito estadual e
municipal, pois em matéria de processo legislativo, a competência para legislar é da União, nos limites
previstos na Constituição.
d) somente a iniciativa popular em nível federal, e a omissão sobre a possibilidade de iniciativa popular em
nível estadual e municipal não significa a impossibilidade de tal ocorrer, pois as Constituições Estaduais e
Leis Orgânicas Municipais podem dispor sobre a matéria, pelo princípio do paralelismo ou simetria.
e) a possibilidade de iniciativa popular em âmbito municipal, através de projetos de lei de interesse específico
do Município, da cidade ou de bairros, com manifestação de, pelo menos, cinco por cento do eleitorado.

32. (FGV / TCE-BA – 2013) A respeito do processo legislativo, assinale a afirmativa correta.
a) O Estado dispõe de competência para instituir cláusulas tipificadoras de crime de responsabilidade.
b) A iniciativa de processo legislativo que pretenda alterar a organização e o funcionamento de Tribunal de
Contas Estadual é da mesa da Assembleia Legislativa.
c) Elaborada resolução que autoriza a edição pelo Presidente da República de lei delegada, o Congresso
Nacional deve se abster de legislar acerca da matéria objeto da resolução.
d) Não é possível a reedição, na mesma sessão legislativa, de medida provisória em seguida a veto do
Presidente da República a projeto de conversão em que se modificou seu conteúdo.
e) Lei ordinária que contraria lei complementar é inconstitucional por ferir o princípio da hierarquia das leis.

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33. (FGV / Fundação Pró Sangue – 2013) O processo legislativo alberga diversas espécies normativas,
com diferentes procedimentos. Caso o Deputado Federal “Y” queira apresentar projeto de emenda à
Constituição deverá incorporar à iniciativa, de acordo com os termos impostos pela Constituição de 1988,
no mínimo:
a) um quinto dos membros da Câmara dos Deputados.
b) metade dos membros da Câmara dos Deputados.
c) um terço dos membros da Câmara dos Deputados.
d) dois terços dos membros da Câmara dos Deputados.
e) três quintos dos membros da Câmara dos Deputados.

34. (FUNIVERSA / CFM – 2012) O objeto do processo legislativo é a lei, compreendida em seu aspecto
material e formal. A esse respeito e com relação ao processo legislativo constitucional, assinale a
alternativa correta.
a) As emendas à Constituição, por não constituírem lei em sentido formal, destinando-se exclusivamente a
integrar o texto constitucional, não estão compreendidas no processo legislativo.
b) É de competência privativa do Presidente da República a edição de lei que concede aumento de
remuneração a servidores públicos que integram os quadros funcionais das autarquias federais.
c) Os princípios da anterioridade e da segurança jurídica impõem a vedação à edição de medida provisória
para a majoração de imposto.
d) Um projeto de lei de iniciativa do Senado Federal, após a aprovação na Casa Revisora, será
necessariamente encaminhado ao Presidente da República, para sanção, pelo próprio Senado.
e) A lei delegada constitui espécie de lei adequada para que o Presidente da República legisle, mediante
delegação do Senado Federal.

35. (FGV / Fundação Pró Sangue – 2013) O Deputado Federal “X” apresenta projeto de lei
regulamentando a doação, alienação e demais atividades relacionadas ao corpo humano, matéria
considerada de Direito Civil. Tal disciplina pode ser veiculada por meio de lei ordinária. Essa espécie
normativa, prevê a Constituição Federal da República Federativa do Brasil, é de iniciativa:
a) exclusiva do Presidente da República.
b) privativa do Presidente do Supremo Tribunal Federal.
c) de qualquer parlamentar do Congresso Nacional.
d) privativa do Procurador-Geral da República.
e) de qualquer parlamentar de Assembleia Legislativa.

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GABARITO
1. LETRA A 13. LETRA D 25. LETRA D
2. LETRA D 14. LETRA B 26. LETRA D
3. LETRA E 15. LETRA D 27. LETRA A
4. LETRA A 16. LETRA E 28. LETRA D
5. LETRA C 17. LETRA A 29. LETRA B
6. LETRA B 18. LETRA D 30. LETRA E
7. LETRA A 19. LETRA A 31. LETRA E
8. LETRA E 20. LETRA A 32. LETRA D
9. LETRA D 21. LETRA A 33. LETRA C
10. LETRA B 22. CORRETA 34. LETRA B
11. LETRA A 23. CORRETA 35. LETRA C
12. LETRA E 24. LETRA B

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LISTA DE QUESTÕES
1. (FGV / ALE-RO – 2018) Analise a narrativa a seguir.
(I) Um grupo de cento e vinte Deputados Federais subscreveu proposta de emenda constitucional;
(II) a proposta tinha como objetivo adotar a forma unitária de Estado;
(III) nesse período, parte do país foi atingida por calamidade natural de grandes proporções;
(IV) a proposta foi aprovada, em dois turnos de votação, em cada Casa do Congresso Nacional, pelo voto de
três quintos dos respectivos membros;
(V) a proposta foi promulgada pelo Presidente da República.
Considerando a forma de exercício do poder constituinte derivado, é correto afirmar que somente estão em
harmonia com a sistemática constitucional, os itens
a) II, III e V.
b) I, II e IV.
c) I, IV e V.
d) I e V.
e) III e IV.

2. (FGV / Câmara de Salvador – 2018) Após regular tramitação, a Câmara dos Deputados e o Senado
Federal aprovaram Proposta de Emenda à Constituição, tendo o Presidente do Congresso Nacional a
encaminhado ao Chefe do Poder Executivo, que a sancionou em parte e, nessa parte, promulgou-a.

Por considerar que o processo legislativo adotado destoara daquele previsto na Constituição da República
de 1988, o Partido Político X solicitou que o Supremo Tribunal Federal reconhecesse a existência de vício
formal na Emenda Constitucional.

À luz da narrativa acima e da sistemática constitucional, o Partido Político X:


a) não tem razão, já que o processo legislativo que culminou com a promulgação da Emenda X foi plenamente
regular, não apresentando vício formal;
b) tem razão, já que somente o Senado Federal possui competência para discutir e votar as propostas de
emenda constitucional;
c) tem razão, já que a atuação do Presidente da República deveria ter-se limitado à sanção, competindo a
promulgação ao Presidente do Senado Federal;
d) tem razão, já que a atuação do Presidente da República deveria ter-se limitado à promulgação, não
havendo espaço para sanção ou veto;
e) tem razão, já que a Emenda X deveria ter sido promulgada pelas Mesas da Câmara e do Senado Federal,
sem qualquer participação do Presidente da República.

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3. (FGV / MRE – 2016) Considerando os referenciais de estabilidade e permanência da ordem


constitucional, bem como os limites ao exercício do poder de reforma, é correto afirmar, em relação às
emendas à Constituição da República Federativa do Brasil, que:
a) a Constituição somente pode ser emendada por iniciativa de dois quintos dos membros do Congresso
Nacional;
b) não é possível a aprovação de emendas à ordem constitucional na vigência de estado de defesa;
c) as emendas somente podem ser promulgadas após terem sido aprovadas em três turnos de votação;
d) cabe ao Congresso Nacional manter ou rejeitar o veto aposto pelo Presidente da República às propostas
de emenda;
e) não são estabelecidos limites materiais à reforma da Constituição.

4. (FGV / TCM-SP – 2015) A respeito da atividade do denominado poder constituinte derivado,


==1619d5==

considere C para a(s) afirmativa(s) certa(s) e E para a(s) errada(s).


( ) A alteração de redação, pelo Senado Federal, da proposta de emenda constitucional inicialmente aprovada
pela Câmara dos Deputados, sempre exige o seu retorno à Casa Iniciadora.
( ) Os limites materiais à reforma constitucional não protegem a literalidade da disposição constitucional,
mas, sim, o núcleo essencial dos princípios e institutos a que se referem.
( ) A iniciativa privativa do Chefe do Poder Executivo para a deflagração do processo legislativo afeto a certas
matérias deve ser igualmente observada em relação às propostas de emenda constitucional.
A sequência correta é:
a) F – V – F;
b) V – F – V;
c) V – V – V;
d) F – F – F;
e) V – F – F.

5. (FGV / TCE-BA – 2013) A mutação constitucional consiste em uma alteração do significado de


determinada norma da Constituição sem observância do mecanismo constitucionalmente previsto para as
emendas e sem que tenha havido qualquer modificação de seu texto.

6. (FGV / OAB – 2013) A Constituição brasileira não pode ser emendada:


a) na implantação do estado de emergência e durante a intervenção da União nos Estados.
b) na vigência do estado de sítio e na implantação do estado de emergência.
c) quando em estado de sítio e durante a intervenção da União nos Municípios.
d) na vigência de estado de defesa, de estado de sítio e de intervenção federal.

7. (FGV / PC-MA – 2012) Com relação aos limites ao exercício do Poder Constituinte, assinale a única
afirmativa correta.

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a) Os limites ao Poder Reformador, como todas as exceções, interpretam-se restritivamente; daí decorre que
é vedada a proposta de Emenda tendente a abolir a forma Federativa de Estado, sendo possível, por outro
lado, que uma Emenda retire dos municípios o status de entes da federação.
b) Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir a forma federativa do Estado, o
voto direto, secreto, universal e periódico, os monopólios do Estado e os direitos e garantias individuais.
c) Além dos limites expressos na Constituição ao Poder Constituinte Reformador, podem ser identificados
limites implícitos, exemplificados pelo próprio dispositivo que prevê as matérias que não podem ser objeto
de Emenda.
d) De acordo com a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, não se pode invocar a existência de direito
adquirido em face do Poder Constituinte, quer do originário, quer do reformador.
e) O Poder Constituinte Originário divide-se em Poder Constituinte Estruturante e Poder Constituinte
Decorrente.

8. (FGV / SEFAZ-RJ – 2011) A emenda constitucional, por definição, visa a modificar a constituição.
Contudo, a própria constituição brasileira impõe limites e condições à aprovação de emendas
constitucionais. Nesse sentido, é correto afirmar que uma proposta de emenda constitucional
a) Deve ser aprovada pela maioria absoluta dos membros do congresso nacional.
b) Deve ser discutida e votada em dois turnos, com quórum de maioria relativa.
c) Está sujeita a veto ou sanção presidencial.
d) Não pode abolir a forma federativa de estado.
e) Não pode ser aprovada em ano eleitoral.

9. (FGV / TJ-AM – 2013) Sobre o Poder Constituinte, analise as afirmativas a seguir.


I. O Poder Constituinte Derivado somente encontra como limites aqueles expressos na própria Constituição.
II. Somente nos casos de revolução o Poder Constituinte Originário pode romper com a ordem jurídica
anterior.
III. O Poder Constituinte dos Estados, em uma Federação, é chamado Poder Constituinte Decorrente.
Assinale:
a) se somente a afirmativa I estiver correta.
b) se somente a afirmativa II estiver correta.
c) se somente a afirmativa III estiver correta.
d) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas.
e) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas.

10. (FGV / TJ-AM – 2013) O Poder Constituinte Reformador encontra limites na ordem constitucional
vigente. A esse respeito, assinale a afirmativa correta.
a) Como limites temporais, a Constituição não pode ser emendada na vigência de intervenção federal, estado
de sítio ou durante o recesso parlamentar.
b) Todas as limitações ao Poder Constituinte Reformador encontram-se expressas no texto constitucional.

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c) A Constituição de 1988 não admitiu, em hipótese alguma, alteração constitucional tendente a substituir o
sistema presidencialista pelo parlamentarista.
d) A matéria constante de proposta de emenda rejeitada ou havida por prejudicada não pode ser objeto de
nova proposta durante o mesmo mandato parlamentar.
e) Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir o voto direto, secreto, universal
e periódico e os direitos e garantias individuais.

11. (FGV / INEA – 2013) O poder constituinte originário estabeleceu a possibilidade de reforma da
Constituição estabelecendo, no entanto, limites inafastáveis. As alternativas a seguir apresentam matérias
que podem ser veiculadas por emendas à Constituição, à exceção de uma. Assinale-a.
a) A extinção dos Tribunais de Alçada vinculados aos estados da federação.
b) O estabelecimento de mandato vitalício para o Presidente da República.
c) A aprovação da escolha dos Ministros do Supremo Tribunal Federal pelo Senado Federal.
d) A indicação dos Ministros de Estado dentre integrantes do Congresso Nacional.
e) A reserva de cargos para integrantes de minorias étnicas ou sociais.

12. (FGV / AL-MT – 2013) A mutação constitucional consiste em uma alteração do significado de
determinada norma da Constituição, sem observância do mecanismo previsto para as emendas e sem que
tenha havido qualquer modificação de seu texto.

13. (FGV / AL-MT – 2013) As cláusulas pétreas implícitas são: as normas concernentes ao titular do
poder constituinte, as normas referentes ao titular do poder reformador e as normas que disciplinam o
próprio procedimento de emenda.

14. (FGV / AL-MT – 2013) O Supremo Tribunal Federal tem posicionamento no sentido de ser possível
nova assembleia constituinte revisora, desde que editada emenda constitucional convocando a revisão da
constituição.

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GABARITO
1. LETRA E 6. LETRA D 11. LETRA B
2. LETRA E 7. LETRA C 12. CERTA
3. LETRA B 8. LETRA D 13. CERTA
4. LETRA A 9. LETRA C 14. INCORRETA
5. CERTA 10. LETRA E

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LISTA DE QUESTÕES
1. (CESPE/ SEFAZ-DF – 2020) As cláusulas pétreas correspondem às limitações temporais, implícitas,
circunstanciais e materiais de alteração da Constituição Federal de 1988.

2. (CESPE / SEFAZ-RS – 2018) A Constituição Federal de 1988 poderá ser emendada para incluir garantia
social mediante proposta
a) da maioria simples dos membros da Câmara dos Deputados.
b) de três quintos dos membros do Senado Federal.
c) do presidente da República.
d) de organização sindical, se a proposta for relativa a direito dos trabalhadores.
e) do presidente da OAB Federal

3. (CESPE / MPE-PI – 2018) Eventual proposta de emenda constitucional tendente a abolir o direito de
propriedade não poderá ser objeto de deliberação pelo Congresso Nacional.

4. (CESPE / Polícia Federal – 2018) Entende-se como limitação material implícita aos poderes
instituídos pelo poder constituinte originário o agravamento dos processos de reforma da Constituição.

5. (CESPE / Instituto Rio Branco – 2018) As assembleias legislativas estaduais dispõem de competência
para propor emenda à CF, desde que a iniciativa parta de mais da metade das assembleias das unidades
da Federação e pela maioria relativa dos membros de cada uma delas.

6. (CESPE / IPHAN – 2018) O presidente da República é a autoridade competente para promulgar


emendas à Constituição.

7. (CESPE / TCM-BA – 2018) A CF proíbe a deliberação de proposta de emenda constitucional que


tenda a abolir
a) a forma federativa de governo, por se tratar de cláusula pétrea expressa.
b) a forma republicana de Estado, por se tratar de cláusula pétrea implícita.
c) a separação dos poderes, por se tratar de cláusula pétrea expressa.
d) o regime democrático e a autonomia municipal, por se tratar de cláusulas pétreas expressas.
e) o sistema presidencialista de governo, por se tratar de cláusula pétrea implícita.

8. (CESPE / PGE-AM – 2016) Por serem normas de observância obrigatória para os estados, os
municípios e o DF, as chamadas cláusulas pétreas da CF devem ser reproduzidas nas respectivas leis
fundamentais desses entes e constituem os únicos limites materiais a serem observados quando de suas
reformas.

9. (CESPE / PC-PE–Delegado – 2016) Acerca do poder de reforma e de revisão constitucionais e dos


limites ao poder constituinte derivado, assinale a opção correta.

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a) Além dos limites explícitos presentes no texto constitucional, o poder de reforma da CF possui limites
implícitos; assim, por exemplo, as normas que dispõem sobre o processo de tramitação e votação das
propostas de emenda não podem ser suprimidas, embora inexista disposição expressa a esse respeito.
b) Emendas à CF somente podem ser apresentadas por proposta de um terço, no mínimo, dos membros do
Congresso Nacional.
c) Emenda e revisão constitucionais são espécies do gênero reforma constitucional, não havendo, nesse
sentido, à luz da CF, traços diferenciadores entre uma e outra.
d) Não se insere no âmbito das atribuições do presidente da República sancionar as emendas à CF, mas
apenas promulgá-las e encaminhá-las à publicação.
e) Se uma proposta de emenda à CF for considerada prejudicada por vício de natureza formal, ela poderá ser
reapresentada após o interstício mínimo de dez sessões legislativas e ser apreciada em dois turnos de
discussão e votação.

10. (CESPE / Telebrás – 2015) Considere que uma proposta de emenda constitucional tenha sido
rejeitada em junho de 2015. Nesse caso, nova proposta de emenda versando sobre a mesma matéria pode
ser proposta, ainda no ano de 2015, se for de iniciativa da maioria do Senado e da Câmara dos Deputados.

11. (CESPE / Câmara dos Deputados – 2014) A matéria constante de proposta de emenda constitucional
rejeitada ou havida por prejudicada somente poderá ser reapresentada, na mesma sessão legislativa,
mediante requerimento da maioria absoluta dos membros de qualquer das Casas do Congresso Nacional.

12. (CESPE / Câmara dos Deputados – 2014) Considere que, por emenda constitucional, tenha sido
expressamente revogada a previsão do voto direto, secreto, universal e periódico como cláusula pétrea e
que, em seguida, nova emenda tenha estabelecido o voto censitário e aberto. Nessa situação, as mudanças
efetivadas, apesar de questionáveis socialmente, estão de acordo com o ordenamento constitucional
brasileiro vigente.

13. (CESPE / AGU–Procurador Federal – 2012) O poder constituinte de reforma não pode criar cláusulas
pétreas, apesar de lhe ser facultado ampliar o catálogo dos direitos fundamentais criado pelo poder
constituinte originário.

14. (CESPE / Câmara dos Deputados – 2014) Proposta de emenda constitucional a respeito da extinção
do voto obrigatório pode ser objeto de deliberação do Congresso Nacional.

15. (CESPE / Ministério da Saúde – 2013) Proposta de emenda constitucional será votada em cada Casa
do Congresso Nacional, em dois turnos, sendo considerada aprovada se obtiver, em ambos os turnos, três
quintos dos votos dos respectivos parlamentares.

16. (CESPE / TJ-RR – 2012) As denominadas limitações materiais ao poder constituinte de reforma estão
exaustivamente previstas da Constituição Federal de 1988 (CF).

17. (CESPE / Anatel – 2012) Não são permitidas emendas à Constituição Federal durante a vigência de
intervenção federal.

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18. (CESPE / TRE-MT – 2010) A CF poderá ser emendada mediante proposta de um terço das
Assembleias legislativas das unidades da Federação, mediante a maioria relativa de seus membros.

19. (CESPE / TRE-MT – 2010) Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir
a forma republicana de governo.

20. (CESPE / OAB – 2009) A emenda à CF será promulgada, com o respectivo número de ordem, pelo
presidente do Senado Federal, na condição de presidente do Congresso Nacional. Se a promulgação não
ocorrer dentro do prazo de quarenta e oito horas após a sua aprovação, as mesas da Câmara dos
Deputados e do Senado Federal deverão fazê-lo.

21. (CESPE / TCU – 2009) Uma vez preenchido o requisito da iniciativa e instaurado o processo
legislativo, a proposta de emenda à CF será discutida e votada em cada Casa do Congresso Nacional, em
dois turnos, considerando-se aprovada se obtiver, em ambos, três quintos dos votos dos respectivos
==1619d5==

membros.

22. (CESPE / TCU – 2009) Da mesma forma que o poder constituinte originário, o poder de reforma não
está submetido a qualquer limitação de ordem formal ou material, sendo que a CF apenas estabelece que
não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir a forma federativa de Estado, o
voto direto, secreto, universal e periódico, a separação de poderes e os direitos e garantias individuais.

23. (CESPE / STF – 2008) A CF, conforme seu próprio texto, pode ser emendada por meio de iniciativa
popular, desde que o projeto seja subscrito, por, no mínimo, 1% do eleitorado nacional, distribuído por,
pelo menos, cinco estados, com não menos de 0,3% dos eleitores de cada um deles.

24. (CESPE / Consultor Legislativo do Senado Federal – 2002) Uma proposta de emenda constitucional
destinada a tornar facultativo o voto para todos os brasileiros seria inconstitucional, por violar cláusula
pétrea, e, portanto, o presidente da República poderia impugná-la perante o Supremo Tribunal Federal
(STF).

25. (CESPE / PC-AL – 2012) Para a doutrina constitucional majoritária, não existem limites implícitos ao
poder constituinte derivado reformador. É possível, assim, adotar a teoria da dupla revisão.

26. (CESPE / TRF 3ª Região – 2011) A mutação constitucional ocorre por interpretação judicial ou por
via de costume, mas não pela atuação do legislador, pois este age apenas editando normas de
desenvolvimento ou complementação do texto constitucional, dentro dos limites por este imposto.

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GABARITO
1. ERRADA 11. ERRADA 20. ERRADA
2. LETRA C 12. ERRADA 21. CORRETA
3. ERRADA 13. CORRETA 22. ERRADA
4. CORRETA 14. CORRETA 23. ERRADA
5. CORRETA 15. CORRETA 24. ERRADA
6. ERRADA 16. ERRADA 25. ERRADA
7. LETRA C 17. CORRETA 26. ERRADA
8. ERRADA 18. ERRADA
9. LETRA A 19. ERRADA
10. ERRADA

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