O Período Regencial

Fazer download em docx, pdf ou txt
Fazer download em docx, pdf ou txt
Você está na página 1de 5

O Período Regencial (1831- 1840) foi a época

em que o Brasil foi governado por regências,


pois o herdeiro do trono era menor de idade.
Este período é caracterizado por momentos de
grande conturbação no Brasil com várias
revoltas civis.
Termina com o Golpe da Maioridade que levou
ao trono D. Pedro II aos catorze anos de idade.

Dom Pedro I enfrentava vários problemas internos como falta de apoio das elites
econômicas e externos, como a derrota na Guerra da Cisplatina.
Além disso, com a morte de Dom João VI, em Portugal, ele havia sido aclamado D.
Pedro IV de Portugal.
Neste momento em que o imperador perde a sua popularidade, decide abdicar ao
trono brasileiro. Nessa altura, porém, o seu herdeiro, D. Pedro II, não podia governar,
pois tinha 5 anos de idade. A solução, prevista pela Constituição de 1824, era formar
uma Regência até que D. Pedro II atingisse a maioridade.

Abre-se uma época de grande disputa de poder e instabilidade política que dão origem
a uma série conflitos:
Cabanagem, na Província do Grão-Pará (1835 – 1840);
Cabanagem, Cabanada ou Guerra dos Cabanos foi uma revolta ocorrida entre 1835 a
1840 na antiga província do Grão-Pará (atualmente Pará, Amazonas, Amapá, Roraima
e Rondônia).
Esse movimento teve como causa a extrema pobreza pela qual a região passava e o
abandono político após a Independência do Brasil. A Guerra dos Cabanos teve
participação de diversos setores da sociedade e o nome do movimento tem como
referência as habitações dos ribeirinhos que era uma espécie de cabana.
Guerra dos Farrapos (ou Revolução Farroupilha), na Província de São Pedro do Rio
Grande do Sul (1835 – 1845);
Também conhecida como Revolução Farroupilha, A Guerra dos Farrapos foi um
conflito regional contrário ao governo imperial brasileiro e com caráter republicano.
Ocorreu na província de São Pedro do Rio Grande do Sul, entre 20 de setembro de
1835 a 1 de março de 1845.
Causas principais da Guerra dos Farrapos:
- Descontentamento político com o governo imperial brasileiro;
- Busca por parte dos liberais por maior autonomia para as províncias;
- Revolta com os altos impostos cobrados no comércio de couro e charque,
importantes produtos da economia do Rio Grande do Sul naquela época;
- Os farroupilhas eram contrários a entrada (concorrência) do charque e couro de
outros países, com preços baratos, que dificultada o comércio destes produtos por
parte dos comerciantes sulistas.
Revolta dos Malês, Província da Bahia (1835);
A Revolta dos Malês foi uma revolta de escravos que aconteceu na cidade de Salvador,
na Bahia, em 1835. Essa foi a maior revolta de escravos da história do Brasil e
mobilizou cerca de 600 escravos que marcharam nas ruas de Salvador convocando
outros escravos a se rebelarem contra a escravidão. A Revolta dos Malês, que ficou
marcada pela grande adesão de africanos muçulmanos, acabou fracassando e os
envolvidos foram duramente punidos.
Sabinada, na Província da Bahia (1837 – 1838);
A Sabinada foi um movimento de revolta que eclodiu na Bahia. Foi liderada pelo
médico Francisco Sabino Álvares da Rocha Vieira, por isso ficou conhecida como
Sabinada. O principal objetivo da revolta era instituir uma república baiana, mas só
enquanto o herdeiro do trono imperial não atingisse a maioridade legal.
Balaiada, na Província do Maranhão (1838 – 1841).
"A Balaiada foi uma revolta popular ocorrida na província do Maranhão, entre 1838 e
1841. Seu nome se referia aos balaios, cestos fabricados na região. As classes menos
favorecidas estavam insatisfeitas com a situação precária vivida e não toleravam mais
os desmandos dos líderes locais que governavam a província de forma autoritária. Os
revoltosos entraram em combate contra as tropas do governo central e foram
derrotados. O então coronel Luís Alves de Lima e Silva, futuro duque de Caxias, liderou
as tropas que derrotaram definitivamente a revolta."
O Período Regencial contou com as seguintes regências:
Regência Trina Provisória (abril a julho de 1831)
A regência trina principal objetivo reunir convocar os demais parlamentares para uma
eleição, em Assembleia geral, da Regência Trina Permanente.
Regência Trina Permanente (1831 a 1834)
A Regência Trina Permanente foi eleita, em julho de 1831, pela Assembleia Geral. A
Regência Trina Permanente visava o equilíbrio político e regional, foram eleitos: Costa
Carvalho, moderado, representando o Sul; Bráulio Muniz, exaltado, representando o
Norte, enquanto ao centro, era mantido o brigadeiro Francisco de Lima e Silva.
Regência Una do Padre Feijó (1835 – 1837)
A Regência Una de Diogo Feijó, exercida entre 1835-1837, foi a primeira das duas
Regências Unas que ocorreram no período regencial.
O mandatário para a Regência Una foi escolhido através de eleição direta. Naquela
época apenas 1,5% da população pôde votar na escolha do regente. Tal situação era
decorrente do caráter extremamente excludente do sistema político que vigorou no
início do Estado independente brasileiro. O padre Diogo Feijó foi eleito com o apoio
dos liberais, superando o conservador Holanda Cavalcanti, mas recebeu apenas um
quarto dos votos.
O governo de Feijó teve duas características principais. A primeira foi a eclosão de
diversas rebeliões separatistas pelo país. A Revolta Farroupilha, no Sul, a Revolta dos
Cabanos, no Pará, a Balaiada, no Maranhão, a Revolta dos Malês e a Sabinada, na
Bahia, colocou em risco a integridade do território nacional.
Regência Una de Araújo Lima (1837 – 1840)
A Regência Una de Araújo Lima representou a subida ao poder dos regressistas, depois
da incapacidade de Diogo Feijó em controlar as rebeliões provinciais. Araújo Lima, o
marquês de Olinda, era um grande proprietário de terras de Pernambuco e sua
regência consolidou o processo de centralização política do poder do Estado no
governo central do Rio de Janeiro.

Provisória, que teve uma duração de aproximadamente 3 meses (7/04/1831 – 17/07/1831),


marcou o inicio do Avanço Liberal (que durou até meados de 1837), tinha como

Nessa altura, havia três grupos políticos defendendo cada qual uma posição distinta de
governo:
Liberais moderados (também conhecidos como ximangos): defendiam o centralismo
político da monarquia constitucional;
Liberais exaltados (apelidados de farroupilhas): defendiam a federalização do governo,
com mais poderes para as províncias e o fim do Poder Moderador.
Restauradores (ou caramurus): eram a favor do regresso de D. Pedro I. Após a morte
deste, em 1834, vários membros entraram para partido dos liberais moderados.
Em 1831 foi criada a Guarda Nacional para contrabalançar o poder que o Exército tinha
no governo. Este corpo armado seria integrado por cidadãos que tivessem direito a
voto ou seja, a elite brasileira. desempenharia um importante papel na política
brasileira.

O Ato Adicional foi uns conjuntos de propostas de caráteres liberais introduzidos na


Constituição de 1824.
Entre essas medidas podemos destacar a criação de Assembleias Legislativas
Provinciais cujo deputados teriam mandato de dois anos e os governos provinciais
podiam criar impostos, contratar e demitir funcionários.
Também foi determinado que regência seria exercida por uma só pessoa e não três. O
primeiro regente foi o padre Antônio Feijó.
Fim do Período Regencial
As consequências da instabilidade política são as revoltas regências ocorridas em
vários pontos do Brasil como vimos acima.
Com o objetivo de acabar com a desordem e agitação, que levaria à desintegração do
território brasileiro, o Partido Liberal propõe que a maioridade de D. Pedro II seja
antecipada.
A ideia é levada à votação na Câmara, mas não é aprovada. Desta maneira, os políticos
tramam o Golpe da Maioridade, declarando D. Pedro II maior de idade aos 14 anos.
Um ano depois, D. Pedro começa a governar o Brasil e tem início o Segundo Reinado.

Você também pode gostar