Bacharel 47 - Profetas Menores
Bacharel 47 - Profetas Menores
Bacharel 47 - Profetas Menores
Introdução
Significado da expressão "profetas menores”
Significado do nome de cada profeta
Disposição de acordo com a cronologia
Disposição de acordo com tema fundamental
Capítulo 1
O Livro de Oséias
Esboço do livro
1.1. Autor
1.2. Conteúdo
1.3. A teologia de Oséias
1.4. Contribuições singulares
Capítulo 2
O Livro Joel
Esboço do livro
2.1. Estilo
2.2. Data
2.3. O Autor
2.4. Circunstâncias
2.5. Interpretação
2.6. O Livro de Joel ante o Novo Testamento
2.7. Contribuições singulares
Capítulo 3
O Livro de Amós
Esboço do livro
3.1. O fundo histórico
3.2. O Profeta
3.3. A mensagem do profeta
3.4. Cumprimento de Amós ante o Novo Testamento
3.5. Contribuições Singulares de Amós
Capítulo 4
O Livro de Obadias
Esboço do livro
4.1. Autoria
4.2. Considerações preliminares
4.3. Edom e Judá
4.4. O Livro de Obadias ante o Novo Testamento
4.5. Contribuições singulares de Obadias
Capítulo 5
O Livro de Jonas
Esboço do livro
5.1. A mensagem e sua forma
5.2. Base histórica
5.3. Data e autoria
5.4. Jonas e Jesus
5.5. Contribuições singulares
Capítulo 6
O Livro de Miquéias
Esboço do livro
6.1. Data
6.2. O Problema crítico
6.3. O Profeta
6.4. Contribuições singulares
Capítulo 7
O Livro de Naum
Esboço do livro
7.1. Data
7.2. O Homem
7.3. Sua mensagem
7.4. Sua significação como profeta
7.5. Contribuições singulares
Capítulo 8
O Livro de Habacuque
Esboço do livro
8.1. Autor
8.2. Data e ocasião
8.3. Texto e Composição
8.4. Contribuições singulares
Capítulo 9
O Livro de Sofonias
Esboço do livro
9.1. Autor e data
9.2. Circunstâncias de sua elocução
9.3. A mensagem de Sofonias
9.4. Objetivo do livro de Sofonias
9.5. Contribuições singulares
Capítulo 10
O Livro de Ageu
Esboço do livro
10.1. Data
10.2. Autor
10.3. Os tempos
10.4. A Mensagem
10.5. Contribuições singulares
Capítulo 11
O Livro de Zacarias
Esboço do livro
11.1. Livro de "Apocalipse" do Antigo Testamento
11.2. Livro "muito misterioso"
11.3. Zacarias em relação a Daniel
11.4. O grande dia da batalha do Senhor (14.3)
11.5. O verdadeiro valor do jejum (7-8)
11.6. Cristologia em Zacarias e o Novo Testamento
Capítulo 12
O Livro de Malaquias
Esboço do livro
12.1. Data
12.2. Pano de fundo
12.3. A mensagem profética
12.4. O homem
12.5. Citações em o Novo Testamento
12.6. O fim da profecia
12.7. Contribuições singulares
Introdução
Significado da expressão "profetas menores”
Entre cronologia e estilo, este último tem geralmente primazia (por exemplo,
Epístolas do Novo Testamento), especialmente para os hebreus que tinham um
conhecimento profundo da sua história pelos Livros Históricos. Era o povo da
aliança e o tema aliança aparecia em larga escala em toda a sua literatura.
Poderemos deduzir que a ordem dos livros seja motivada pela ênfase do
caráter divino e pelo tema da aliança.
Capítulo 1
O Livro de Oséias
Esboço do Livro
Título (1.1)
1.1. Autor
Oséias, cujo livro se encontra no início do rolo dos doze profetas, marca um
novo estágio na profecia hebraica, pois ele é o primeiro ou um dos primeiros
profetas a pôr em forma escrita as suas profecias. E a profecia escrita não
poderia desejar para seu início um livro mais nobre.
Parece que o profeta era nativo do reino do norte. De qualquer modo, parece
que ele era bem versado com sua geografia e os detalhes de sua vida política,
religiosa e social. A parte principal e mais volumosa do livro é notável por seu
interesse no reino de Israel; as referências à nação irmã do sul são escassas.
Seu ministério como profeta foi prolongado; e sobre isso, a lista de reis que
aparece no começo do livro é evidência suficiente. Por qual razão o profeta deu
início à sua lista dando primeiramente os nomes dos reis de Judá, é algo difícil
de dizer. Talvez ele assim tenha feito a fim de demonstrar seu respeito à linha
legítima e davídica de reis, que governavam em Jerusalém (cf. 8.4). Com toda
a probabilidade seu ministério principal se estendeu desde os últimos dias do
reinado de Jeroboão II (782-741 a.C.) até à queda de Samaria (722 a.C.).
1.2. Conteúdo
Oséias concentra sua atenção na relação de Deus com Israel. Enquanto Amós está
preocupado com a soberania divina com o interesse de Jeová por outras nações, a
abordagem de Oséias é uma preocupação exclusiva com a relação de Israel com
Deus pertinente ao concerto. "A nação abandonou seu marido Yahweh, e
desempenhou o papel de meretriz quando colocou sua confiança nos baalins. [...] O
pecado não é definido de forma legalista; [...] para ele, a essência do pecado de
Israel é confiar em qualquer ser ou coisa que exclua Deus na busca de direção e
sustento de vida". (DENTON, 1956,
p. 1.119). Por isso, o profeta censura severamente toda forma de idolatria.
Havia duas questões que a lei não podia responder acerca de si mesma. A
primeira dizia respeito à razão para seu próprio estabelecimento. A única
resposta achava-se no amor ('ahab) de Deus. O "amor-eleição" de Jeová por
Israel era a base e a causa única da existência do concerto entre Deus e
Israel. De fato, se não fosse pelo "amor-eleição" de Jeová nunca teria havido
concerto e, por conseguinte, Israel. Também de acordo com o concerto, era a
contínua obediência de Israel a Deus que tornava possível sua existência.
Mesmo que haja o amor (chesed) de Deus por Israel, tem de haver um chesed
ao Senhor proveniente de Israel. É uma relação recíproca. Deus inicia esse
amor e Israel, agradecidamente, retribui. Este é o sentido no qual o amor
(‘ahab) é usado de uma forma inferior para uma superior, o sentido de amor
humilde e obediente. O amor do homem por Deus no Antigo Testamento está
baseado no amor do Senhor pelo homem.
A relação não está elaborada de forma sistematizada, mas ela existe. Se Israel
precisava ser grato a Deus por sua eleição, muito mais agradecido precisava
ser pelo amor firme e pela fidelidade do Senhor depois de ter quebrado o
concerto com Ele.
Assim, vemos que o pano de fundo do concerto entre Jeová e Israel é a graça,
não a lei. Poderíamos dizer que a lei, como expressão da santidade de Deus,
forneceu a essência do seu amor (chesed) e, portanto, do concerto com seu
povo.
Com isto em mente, podemos entender por que era tão sério o clamor de
Oséias de que não havia "conhecimento" de Deus em Israel. Indica que não
havia fidelidade a Deus, amor a Ele e comunhão com Ele. O profeta não se
refere a um conhecimento intelectual, mas a uma relação espiritual. Wriezen
demonstra esta dedução quando escreve que, no Antigo Testamento, "o
conhecimento de Deus não implica numa teoria sobre a natureza de Deus; não
é ontológica, mas existencial: é uma vida na verdadeira relação com Deus".
(WRIEZEN, 1961, p. 105).
Oséias com sua teologia de amor prepara o pano de fundo para a idéia do
Novo Testamento de que a existência só é percebida num relacionamento com
Deus, e a vida mais completa é percebida na koinonia (comunhão de amor). O
ápice é atingido nos escritos de João e, sobretudo, em 1Jo 4.16,17: "Deus é
amor, e aquele que permanece no amor permanece em Deus, e Deus, nele.
Nisto é em nós aperfeiçoado o amor" (ARA).
Oséias revela uma das imagens mais profundas do amor divino encontrado no
Antigo Testamento. Embora forçado a divorciar-se de Israel e julgá-Io devido à
sua prostituição (2.2-5), o Senhor ainda confirmou o seu amor pela nação e sua
intenção de cortejá-Ia e trazê-Ia de volta em justiça (2.14-16,20). Ele comparou
o relacionamento da sua aliança com Israel a uma união conjugal profunda e
íntima.
1.4.2. O poder secreto do amor Divino (14.9)
Este versículo final é um desafio aos mais sábios e perspicazes para que
esquadrinhem o singular poder do amor de Deus. Embora o amor divino por
Israel parecesse fútil e infrutífero no tempo de Oséias, assim não aconteceria
em longo prazo, pois "os caminhos do Senhor são retos" (14.9). Seu amor por
Israel continuaria apesar da obstinação do povo e, no final, se justificaria numa
colheita de justiça. Deus não faz maus investimentos (2.19).
A ordem que Oséias, o profeta, recebeu do Senhor para casar-se com uma
prostituta é chocante e cria um dilema (1.2). De conformidade com a Lei de
Moisés, Gômer deveria ser apedrejada como prostituta (Lv 20.10; Dt 22.2124).
Não se sabe se ela já era prostituta ao casar-se ou tornou-se depois. Qualquer
que seja o caso, os tempos de Oséias não eram normais, pois a terra estava
cheia de prostituição e os sacerdotes tinham-se tornado um bando de
assassinos (4.12-14; 6.9). O adultério de Gômer, entretanto, alcançara
tamanho grau de baixeza que ela se tornara uma prostituta escrava (3.1-2).
Todavia, a atitude de Oséias ao reivindicá-Ia e comprá-Ia tirando-a do mercado
da prostituição não violou a Lei, pois foi ordenada por Deus e realizada sob a
dispensação especial da graça divina (semelhante à graça demonstrada a Davi
quando este caiu em adultério). O Senhor suspendeu o julgamento sobre Israel
a fim de revelar aos judeus sua magnânima graça. Eles mereciam ser
totalmente destruídos por prostituírem-se, deixando o Senhor pelos deuses
pagãos (3.1-4).
O que Jeremias foi para Judá, Oséias foi para Israel 140 anos antes. Ambos
instaram com o seu povo, implorando o amor de Deus, enquanto o povo
lançava-se à destruição. Ambos ministraram depois de uma época de
prosperidade em toda a nação, seguida de indiferença espiritual e corrupção
moral. Ambos expressaram a tristeza de Deus por ser forçado a divorciar-se do
seu povo por adultério e a permitir sua destruição por um império do oriente (Jr
3.8; Os 2.2-7). Ambos também falaram de uma renovada aliança entre o
Senhor e o seu povo na futura era messiânica (Jr 31.31 e ss.; Os 1.11; 14.1 e
ss.).
(a) O amor divino por Israel, enfatizado pelo profeta, subentende o amor de
Cristo tanto por Israel quanto pela Igreja (Jo 13.1). O Senhor do Antigo
Testamento (YHWH) é a própria Trindade, e o relacionamento "marido-
mulher" representa o relacionamento entre o Senhor da aliança e o povo da
aliança. O amor do Novo Testamento entre Cristo e sua Igreja é outra
expressão daquele amor divino, mesmo para os que estão fora daquela
união da aliança (Ef 2.11-14).
(f) e os gentios que não eram o povo de Deus, passam a ser seu povo
(1.6, 9-10; 2.23; Rm 9.25,26; 1Pe 1.10).
Capítulo 2
O Livro Joel
Esboço do Livro
Introdução (1.1)
2.1. Estilo
Tudo quanto dissemos não deve ser entendido como inferência que não
existem argumentos a favor da colocação do livro de Joel entre os escritos
após o retorno do cativeiro. As principais razões apresentadas em defesa
dessa posição podem ser arranjadas como segue. Segundo dizem, a natureza
geral da linguagem e do estilo, particularmente o fraseado de 3.1,17, parece
exigir que o livro tenha sido composto após a destruição de Jerusalém em 586
a.C. A ausência de qualquer referência ao reino do norte sugere que este, de
fato, não mais existia como entidade política separada. A ausência de qualquer
repreensão aos pecados nacionais e, especialmente, à idolatria, é incoerente
com o estado de coisas que dominava antes do exílio. A atitude hostil,
adotada para com outras nações pagãs, é mais característica de um período
posterior, quando o nacionalismo judaico se tornou mais estritamente
exclusivista. A predominância do sacerdócio nas atividades diárias
e a ardente devoção pelos sacrifícios no templo não eram tão típicas no
período pré-exílico, mas, em realidade, pertencem a dias mais recentes, na
comunidade menor e mais intimamente ligada dos exilados que voltaram.
Que isso não era fenômeno desconhecido nos dias dos primeiros profetas
pode ser visto por Is 1.11-15. Portanto, há sólidas razões para apoiarmos a
data antiga, tradicionalmente aceita, para a profecia de Joel. Por mais
imponentes e impressionantes que sejam os argumentos contra essa posição,
parecem envolver-nos cada vez mais, obrigando-nos a ajustar os fatos que
possuímos à teoria sobre uma data mais recente, o que cria mais e maiores
dificuldades do que aquelas que ficam resolvidas.
2.3. O Autor
No tocante ao próprio Joel, pouco sabemos além do fato que ele era filho do
Petuel (1.1) e que, com toda a probabilidade, ele vivia em Jerusalém. As muitas
referências à cidade revelam um grande amor a ela e íntimo conhecimento de
sua história e adoração (1.14; 2.1,15,32; 3.1-2,6,16-17,2021). "Joel", que
significa "Jeová é Deus", era um nome favorito (1Sm 8.2; 1Cr 6.36; 7.3; 11.38;
15.7; 27.20). Pelas passagens de 1.13-14 e 2.17 pode-se deduzir que ele não
era sacerdote. Ele viveu e profetizou numa época quando o povo de Judá
ainda não havia caído naquela extrema depravação que, em tempos
posteriores, atraiu contra eles tão pesados castigos. Isso parece situá-lo ou no
início do reino de Joás ou entre o reino de Joás e o de Uzias (2Rs 11.17-18;
12.2-16; 2Cr 24.4-14). Provavelmente ele também era contemporâneo de
Oséias e Amós e, assim eles se dirigiam a Israel, ele se dirigia a Judá. Se esse
foi o caso, provavelmente foi logo após o reino idólatra de Atalia, a infame filha
de um iníquo casal, Acabe e Jezabel (2Rs 11), quando, sob a influência de
Joiada (2Cr 23.16-21; 24.14,18), estava tendo lugar algo da natureza de um
reavivamento religioso.
2.4. Circunstâncias
2.5. Interpretação
Por conseguinte, parece óbvio que, na visitação real dos gafanhotos, o profeta
viu a aproximação de uma invasão de exércitos circunvizinhos. Os gafanhotos
tinham vindo; as invasões ainda viriam. Além disso, parece evidente que, por
essas coisas sobre as quais o profeta é impelido a falar, ele foi conduzido a
referir-se aos juízos do "dia do Senhor", muito mais perscrutadores que
qualquer praga física. O livro, portanto, é parcialmente histórico e parcialmente
profético.
Tanto Pedro quanto Paulo usaram esse texto como uma profecia da
dispensação cristã (At 2.16-21; Rm 10.13). Pedro usou-o para confirmar a
validade do dom de línguas no Pentecoste; Paulo usou-o para confirmar a
validade da oferta de salvação pela fé a todo o mundo. Nenhum deles afirmou
que a profecia tinha sido totalmente "cumprida" no Pentecoste, mas que o
derramamento do Espírito fazia parte dela. A primeira parte foi evidentemente
cumprida no Pentecoste, isto é, o Espírito Santo foi derramado para a
proclamação mundial da salvação simplesmente pela invocação do nome
do Senhor. A última parte, referente aos sinais divinos de perturbações
físicas no sol, lua e céu, não ocorreu naquela ocasião, mas acontecerá
um pouco antes do "grande dia da sua ira" (Ap 6.12-17). É claro que Pedro
citou integralmente a profecia no Pentecoste a fim de incluir a oferta universal
de salvação no final (Jl 2.32). Tal como a profecia da vinda do Messias
em Isaías 9.6-7, essa profecia da obra de graça do Espírito Santo e da obra do
terrível julgamento tem duas fases, largamente distanciadas.
Introdução (1.1-2)
A. Damasco (1.3-5)
B. Gaza (Filístia) (1.6-8)
C. Tiro (Fenícia) (1.9,10)
D. Edom (1.11,12)
E. Amom (1.13-15)
F. Moabe (2.1-3)
G. Judá (2.4,5)
H. Israel (2.6-16)
Amós era nativo de Tecoa, uma pequena cidade cerca de dez quilômetros de
Belém. Não era cortesão como Isaías, nem sacerdote como Jeremias, mas
pastor e cultivador de sicômoros. Por meio das comparações que ele
freqüentemente empregou, fica claro que ele estava plena e pessoalmente
familiarizado com as dificuldades e perigos da vida de boieiro. A vida lhe era
difícil e havia pouco luxo. Por outro lado, seu negócio o levava certamente a
cidades e mercados importantes onde, sem dúvida, se encontrava com
caravanas de muitas terras. Um homem de seu calibre sempre mantém os
ouvidos abertos para as notícias sobre homens e seus feitos em outros
lugares. Isso explica seu surpreendente conhecimento sobre outras terras e
outros povos. Conforme mostram os capítulos iniciais de seu livro, ele sabia
muita coisa sobre a história, as origens e feitos das nações circunvizinhas.
Devido a tais experiências e moldado por sua observação pessoal e condições
na terra desenvolveu-se ele como homem duro e severo, grande combatente,
legítimo campeão dos pobres.
Para esses pecados -expressos para com o homem por meio da opressão
social e da injustiça, e para com Deus por meio das abomináveis práticas de
Betel e Gilgal -só podia haver um resultado -Israel ser completamente rejeitada.
Se o privilégio é a medida da responsabilidade, então a rebelião de Israel era
imperdoável. Deus havia tirado Israel do Egito, tinha-o guiado pelo deserto e
havia-lhe dado possessão de uma terra boa, além de ter posto profetas em seu
meio. O castigo para sua transgressão devia ser proporcional à sua gravidade;
portanto, Israel seria totalmente rejeitado. O fato que Jeová tinha tirado Israel
do Egito agora não significaria mais que os outros fatos que retirara os filisteus
de Creta e os sírios de Quir. A sentença já havia sido decretada e o julgamento
seria executado prontamente. Como o carro de uma eira, assim Ele esmagaria
a nação inteira (2.13-16).
Embora Amós não tivesse treinamento acadêmico, não foi ultrapassado por
nenhum de seus sucessores no que diz respeito a vivacidade, vigor e
simplicidade de linguagem. Seu estilo é simples, mas cheio de energia e
elegância. O professor Robertson Smith defende Amós como mestre de puro
estilo hebraico. Os termos que empregou eram todos familiares para seus
contemporâneos, pois suas observações são todas derivadas da vida diária.
Nenhum outro profeta nos forneceu tais metáforas tiradas da natureza com
uma variedade tão fresca, vívida e variada. Ele se refere aos trilhos de ferro de
debulhador (1.3), à tempestade (1.14); aos cedros e carvalhos com suas
profundas raízes (2.9); ao leão faminto a rugir na floresta (3.4); à ave apanhada
ao laço (3.5); ao pastor que sai em socorro da ovelha (3.12); aos anzóis e
redes do pescador (4.2); às chuvas parciais (4.7); ao bolor e à ferrugem, às
colinas e ventos ao nascer do sol, às estrelas, aos criadores lamentosos, aos
terremotos, aos eclipses, ao grão peneirado numa peneira, ao refugo do trigo,
às tendas consertadas etc.
Tal foi esse grande profeta "menor". Vivendo perto de Deus ele conhecida a
vontade do Senhor e tinha Sua mensagem. Embora não gozasse de
popularidade, como de fato aconteceu a quase todo profeta de Israel, ele
proclamava com zelo imorredouro a mensagem que Jeová lhe tinha confiado,
pois, juntamente com Martinho Lutero, Amós poderia ter dito: "Não posso fazer
outra coisa; portanto, ajuda-me, ó Deus".
Nenhum profeta clamou contra a injustiça com mais eloqüência do que Amós.
O versículo-chave do livro tornou-se um clássico da justiça: "Corra porém o
juízo como as águas e a justiça como o ribeiro impetuoso" (5.24). Apesar de
sua cruzada ter sido realizada em Betel, santuário da adoração do bezerro,
Amós praticamente não mencionou esse pecado da nação ao proclamar a ira
de Deus contra a violação dos direitos humanos e exploração dos pobres (5.6-
20). Enfatizou a grande preocupação divina pela moral. Ritual sem justiça não
é religião divina, mas um perigoso desvio do caráter e verdadeiro objetivo
dessa religião para com os homens. Nos seus muitos julgamentos, o profeta
enfatizou que qualquer nação, ao violar os conceitos morais e sociais divinos e
entregar-se à exploração do pobre, está fadada à prematura destruição
(1.5,8,10,12,15; 2.3,5,14-16 etc.).
Como Miquéias, que profetizou em Judá 20 anos depois, Amós foi um rústico
profeta oriundo de uma fazenda onde criava gado. Apesar de o seu estilo ser muito
elegante e vigoroso, sua maneira de falar era na realidade rústica. As palavras e
símbolos por ele empregados eram os de um homem da lavoura, tais como lavrar,
pomar, vinha, ceifa, gafanhotos etc. Quanto ao modo de falar, Amós parecia-se
com o primeiro grande profeta de Israel, Elias, oriundo das colinas de Gileade.
Esteve também à frente de uma longa fila de profetas e pregadores que lidaram
com a terra, homens comissionados por Deus para
o serviço profético de despertar a elite arrogante e comodista para a realidade
de um ajuste de contas prematuro perante Deus. João Batista foi o último
profeta desse grupo.
Como Joel fizera 60 anos antes, Amós enfatizou o dia vindouro do Senhor.
Porém, ao contrário de Joel, apresentou-o como um "dia de trevas e não de
luz" (5.18). O julgamento destruiria não apenas os pagãos (o que seria
aplaudido por Israel), mas também os pecadores israelitas. Era esse um
esclarecimento essencial para todos eles, já que interpretavam sua aliança
com o Senhor como uma espécie de imunização contra calamidade ou
julgamento Jl 3.12-16). Para a cidadela religiosa do norte, o profeta Amós era
um intruso a sacudí-Ios com a revelação de que o Senhor não é um Deus
parcial que se deixa influenciar por pessoas. Ele julga desumanidade, injustiça
social e corrupção religiosa onde quer que se encontrem. Os religiosos
pecadores, por terem um conhecimento maior, serão julgados com muito mais
severidade do que os de menos luz ou revelação (5.21-24).
4.1. Autoria
O título desta breve profecia -o livro mais curto do Antigo Testamento -é: "Visão
de Obadias". Quem tenha sido Obadias, não possuímos meios para saber. Seu
nome significa "servo de Jeová" e diversos personagens têm esse nome no
Antigo Testamento, mas nada existe para ligar este profeta com quaisquer
dos outros Obadias. Quanto ao emprego do termo "visão", para descrever
o conteúdo da profecia, e que lança luz sobre o modo pelo qual o profeta
recebeu sua mensagem, compare-se com os versículos iniciais de Isaías,
Ezequiel, Amós, Miquéias, Naum a Habacuque; ver também Nm 12.6.
Esta profecia fala sobre "Edom". Edom é denunciada por seu orgulho,
especialmente por sua falta de bondade fraternal para com Judá, e seu
julgamento, no dia de Jeová, é predito juntamente com o de todas as outras
nações.
O ancestral epônimo dos edomitas foi Esaú (Gn 36.1,8-9). Suas relações com seu
irmão gêmeo, Jacó, pai da Judá, são descritas em Gn 25-36. Desde quando as
crianças lutavam no ventre de sua mãe, foi-lhe dito pelo Senhor que "Duas nações
há no ventre... e o maior servirá ao menor" (Gn 25.22 e segs.). Subseqüentemente,
Esaú é pintado como alguém que "por um manjar vendeu o seu direito de
primogenitura" (Hb 12.16), mostrando-se insensível para os valores espirituais.
Nasceu dentro da aliança, mas falhou em apreciar
o privilégio que lhe pertencia por direito de nascimento, deixando igualmente de
receber as bênçãos acompanhantes. A estima em que Deus tinha Jacó e Esaú,
respectivamente, é sucintamente expressa na declaração: "Amei a Jacó, e
aborreci a Esaú" (Ml 1.2 e segs.; cf. Rm 9.13).
Os Herodes, do Novo Testamento, eram edomitas, e eram fiéis ao seu caráter.
Note-se como se mostravam insensíveis para a verdade espiritual,
especialmente quando ela se mostrou corporificada em Jesus Cristo, a perfeita
representação do Jacó e Judá (Ver. esp., Mt 2; Lc 13.31 e segs.; 23.8 e segs.;
At 12.21 e segs.). Gn 36.8 nos relata que "Esaú habitou na montanha de Seir".
O monte Seir é freqüentemente usado como sinônimo para a nação inteira de
Edom, a qual se tornou a terra dos descendentes de Esaú. Edom é a área
diretamente ao sul do mar Morto, especialmente a região montanhosa ao leste
da Arabá (isto é, a depressão que liga o mar Morto ao Golfo de Acaba). A
porção sul de Edom é a região de Temã, a qual, algumas vezes, também é
usada, no Antigo Testamento, como sinônimo para toda Edom; e as duas
principais cidades de Edom são Bozra e Sela (Petra); esta última significa
"rocha", tanto no hebraico como no grego.
O livro refere-se ao destino final dos filhos gêmeos de Isaque e Rebeca, cujo
casamento foi um dos mais célebres da Bíblia (Gn 24.) Todavia, a ênfase do
livro está em Esaú, por intermédio de quem Isaque insistia que a bênção
continuasse, apesar de Deus já ter selecionado Jacó (Gn 25.23.) A preferência
de Isaque por Esaú parecia ser a melhor escolha, de conformidade com as
atividades de ambos em Gênesis. Mas a história decorrente de independência,
vingança e violência dos descendentes de Esaú demonstram o perigo das
escolhas humanas em oposição às divinas.
4.5.3. Livro pequeno com grande prólogo (Gn 25.23; Is 63.1; Ml 1.4.)
(a) A história começa com a disputa entre os irmãos gêmeos, na qual Jacó
e sua mãe planejam arrancar de Esaú o seu direito de primogenitura e
bênção (Gn 25, 27).
(c) Sua inimizade tornou-se nacional quando Israel voltou do Egito, apesar
de o Senhor ter ordenado a Israel que não se vingasse (Nm 20.14-21; Dt
2.5).
(d) Essa inimizade entre Israel e Edom continuou por 1000 anos, de
Moisés a Malaquias, envolvendo muitas escaramuças de menor
importância.
A revelação particular com a qual o livro de Jonas se ocupa pode ser expressa
nas palavras que formam a conclusão da história de Pedro e dos gentios, em
At 11.18: "Na verdade até aos gentios deu Deus o arrependimento para a vida".
Essa revelação, no livro de Jonas, foi transmitida de tal modo que salienta, por
um lado, a soberana misericórdia e justiça de Deus, ao conceder a Nínive o
"arrependimento para a vida", enquanto que, por outro lado, fica destacado o
pecaminoso particularismo do servo de Deus, Jonas, ao resistir contra essa
manifestação da vontade divina.
Visto que o livro de Jonas transmite uma mensagem distintiva, muitas pessoas,
em anos recentes, têm imaginado que a narrativa não é histórica, mas antes,
imaginada, e que, à semelhança da história do Bom Samaritano, por exemplo,
deveria ser classificada como uma parábola. Porém, apesar de que este último
ponto de vista não é inteiramente impossível, sem dúvida não é necessário
imaginar que em vista de um livro ter um propósito didático (ou, conforme
preferiríamos dizer, revelatório), não pode, ao mesmo tempo, ser uma narrativa
histórica. At 10.1-11.18, sob certos aspectos é o paralelo neotestamentário de
Jonas, tem um motivo didático semelhante. Porém, ninguém apresenta a
sugestão que Lucas pensava estar escrevendo uma parábola ou uma ficção
homilética. Por semelhante modo, naturalmente, a presença de elemento
miraculoso em um relato não é evidência que não foi registrado como
narrativa histórica e que seu autor não tenha tencionado que fosse aceito
como tal.
Não se pode chegar a certeza alguma no que diz respeito à data em que o livro
foi escrito. Alguns têm argumentado que a história inteira não teria significado
depois que Nínive foi realmente destruída (em 612 a.C.). Há alguma força
nesse argumento. Então "Não hei de eu ter compaixão... de Nínive...?"
não seria apenas uma consideração hipotética, mas uma
consideração bastante mal escolhida. Diversos eruditos proeminentes, em
realidade, têm atribuído o livro a qualquer século, entre o oitavo e o segundo
a.C. Porém, deve ser frisado que o principal motivo pelo qual muitos eruditos
mantêm que esse livro seja produto do período pós-exílico é que "o
pensamento geral e o teor do livro... pressupõe o ensino dos grandes profetas",
incluindo Jeremias (S. R. Driver). Porém, não vemos razão que nos incline a
acompanhar esse julgamento altamente subjetivo.
Nada é dito no livro de Jonas acerca do seu autor. Embora o próprio Jonas,
obviamente, deva ter sido a principal fonte final de informação para a história
não há motivo pelo qual ele deva ter sido o autor. Sem dúvida a história logo se
tornou conhecida em Israel e podemos presumir que os marinheiros tiveram
sua contribuição para propagar o relato. O capítulo primeiro tem certo número
da sinais de que o relato se derivou de outra fonte que não o próprio Jonas
(como Atos 27). O versículo 5a, por exemplo, descreve o que teve lugar
enquanto Jonas estava dormindo no porão do navio e o versículo 16 relata o
que fizeram os marinheiros depois que Jonas foi lançado ao mar.
Presumivelmente a embarcação regressou ao porto quando a tempestade
amainou, visto que aparentemente ainda não se haviam afastado muito da
terra (1.13) e, de qualquer modo, a carga havia sido atirada borda fora (1.5). Se
Jonas, igualmente, retornou a Jope, talvez foi à base da informação prestada
pelos marinheiros que ele foi capaz de calcular por quanto tempo estivera
debaixo da água.
5.4. Jonas e Jesus
Obadias descreve a ira de Deus sobre os inimigos de Israel. Por sua vez, o
Livro de Jonas contrabalança tal atitude com uma ilustração clássica da mi-
sericórdia divina demonstrada a um dos antigos inimigos dos israelitas. Em
Obadias, o julgamento divino é pronunciado contra os pagãos que rejeitam a
oportunidade de arrependimento e persistem em sua arrogância vingativa. Em
Jonas, a misericórdia divina é oferecida aos pagãos, que se arrependem e
reagem favoravelmente ao Deus de Israel. Isso é ilustrado por dois casos
extremos: Os edomitas eram muito chegados a Israel (parentesco e proxi-
midade), mas foram alvo da ira divina devido à sua arrogância. Em
contrapartida, os ninivitas estavam longe e eram depravados, povo belicoso,
mas foram alvo da misericórdia divina devido ao seu arrependimento (Ob 3; Jn
3.5-10).
5.5.2. Laconismo de Jonas (3.4)
Nenhum outro profeta foi tão conciso em sua mensagem. Sua profecia continha
apenas sete palavras (cinco no hebraico): "Ainda quarenta dias, e Nínive será
subvertida." Ao contrário de outros profetas da escrita, a mensa-gem de Jonas
era mais de experiência do que de exposição. Até mesmo sua curta profecia
deixou de realizar-se (o que muito o aborreceu). Todavia, sua experiência foi
uma importante mensagem para Nínive, Israel e até mesmo para a Igreja hoje
(Mt 12.39-40).
A. Introdução (1.1)
B. Predição da Destruição de Samaria (1.2-7)
C. Predição da Destruição de Judá (1.8-16)
D. Pecados Específicos do Povo de Deus Que Requerem Castigo (2.1-11)
6.1. Data
Neste livro está contida certa variedade de material e os diversos oráculos não
necessitam ter sido proferidos todos ao mesmo tempo. Excetuando o versículo
inicial, não existem outras indicações claras quanto à data, tais como
encontramos, por exemplo, em Ag 1.1; 2.1,10,20, mas fica subentendido um
ministério que deve ter-se prolongado por um número considerável de anos.
Muitos eruditos, por conseguinte, mantêm que quaisquer diferenças quanto ao
estilo ou ao assunto abordado, podem ser imediatamente explicadas pelas
necessidades diferentes e pelo próprio desenvolvimento mental e espiritual de
Miquéias, e que, portanto, é desnecessário imaginar mais que um só autor.
Outros eruditos, porém, não podem acreditar que o profeta que proferiu as
inflexíveis advertências e denúncias dos três primeiros capítulos, também
possa ser responsabilizado pela brilhante visão do capítulo 4 ou pelas
reconfortantes promessas do capítulo 5. Na opinião desses, além disso, os
capítulos 6 e 7 contemplam uma situação histórica completamente diferente da
que é pressuposta nas profecias anteriores. Porém, afirmar que o homem que
compôs os capítulos 1 a 3 não poderia também ter composto os capítulos 4 e 5
seria impor a Miquéias um grande grau de limitação, que é completamente
injustificável. Declarar que a pessoa que fala nos capítulos 1 a 3 estava por
demais ocupada com problemas sociais para interessar-se nas especulações
visionárias dos capítulos 4 e 5, seria deixar de perceber que todo reformador
social só pode persistir em sua tremenda tarefa se tiver uma visão de um
mundo redimido.
Não há necessidade de esperar uma conexão óbvia entre os vários blocos de
material, pois dentro de um só capítulo podem ser encontradas diversas
declarações que tratam de assuntos diferentes. Possivelmente, 7.7-20 pode ser
um apêndice posterior ao tempo de Miquéias, mas isso de modo algum é certo.
6.3. O Profeta
Dessa maneira Miquéias não vivia em algum lugar atrasado, porém, no mais
importante dos vales, que oferecia aproximação à capital para quem vinha da
planície marítima. Desse ponto vantajoso ele contemplava a grande estrada
costeira, ao longo da qual, por centenas de anos, haviam passado os exércitos
dos conquistadores, as caravanas comerciais e grupos de peregrinos.
Habitando perto da ponte natural entre a Ásia e a África, com o Mediterrâneo
como pano de fundo rebrilhante, 32 quilômetros além, ele se achava em
posição de onde podia contemplar o triste drama de 721-719 a.C., quando,
após a queda de Samaria, Sargom passou a empenhar-se para dominar as
forças egípcias na estrada costeira em Ráfia, em 719 a.C. Poucos anos mais
tarde, Judá aliou-se a Edom, Moabe e os filisteus na tentativa de, com a ajuda
egípcia (que nunca veio), quebrar o poder da Assíria na região; porém, os
aliados foram duramente enfrentados pelo tartã, o oficial de Sargom, e Asdode
e Gate foram saqueadas (Is 20.1). Mais tarde ainda, Senaqueribe, que em uma
de suas inscrições se vangloria de haver capturado quarenta e seis aldeias
judaicas, talvez tenha conquistado também Moresete-Gate como uma delas.
Além disso, não havia comércio entre o Egito e Jerusalém que Miquéias não
observasse. Ele via Judá pondo sua confiança no Império decadente do Nilo;
via as equipes de cavalos e carruagens egípcias nas quais Judá, uma região
montanhosa e imprópria para cavalaria, repousava falsamente sua confiança;
via as influências corruptoras de uma aliança estrangeira; via o orgulho
crescente e a falta de escrúpulos dos homens da capital.
Miquéias era nome comum entre os judeus, e significa "quem é como Jeová?"
(cf. Miguel, "quem é como Deus?"). É digno de nota que a profecia de Miquéias
tem início com as palavras de um apelo feito anteriormente por um seu
homônimo (1Rs 22.28). Dessa maneira, Miquéias liga-se deliberadamente com
aquele campeão mais antigo da verdade.
Em 5.2, entretanto, Miquéias revela que esse reino não começará ostentando
grandeza, pois o próprio Messias nascerá na pequena vila de Belém, lugar de
criação de carneiros. Ele, que é eterno, virá de Deus como Pastor de Israel.
Mas antes que o Messias se torne grande até os confins da terra, a nação será
abandonada pelo Senhor por um tempo, no fim do qual ele surgirá para
pastorear o seu povo com grande majestade (5.3-4).
Capítulo 7
O Livro de Naum
Esboço do Livro
Título (1.1)
A. Introdução (2.1,2)
B. O Combate Armado (2.3-5)
C. A Cidade é Invadida e Devastada (2.6-12)
D. A Voz do Senhor (2.13)
7.1. Data
Dessas quatro tradições, a terceira não recua mais que o século XVI de nossa
era. No concernente às duas primeiras, não há evidência, dentro do texto, que
sugira um ambiente galileu para Naum. Naturalmente, se aceitarmos a tradição
que Naum era um deportado na própria Nínive, não se poderia esperar traços
de ambiente galileu. Porém, parece que nos tempos neotestamentários, não
havia tradição que Naum tivesse vindo da Galiléia (cf. Jo 7.52, que, entretanto,
se esquece de Jonas). Tal origem para o profeta pode ser posta em dúvida em
outras bases. A quarta sugestão liga Naum a Elcase, "da tribo de Simeão".
Nesse caso, Elcase pode ser localizada perto de Beit-Jibrin, entre Jerusalém e
Gaza. Pode ser observado que há evidência que aponta para o fato que
Miquéias também veio daquelas circunvizinhanças. Essa região parece ter
produzido a piedade juntamente com
o gênio.
A seu próprio povo Naum declara que os mensageiros trazendo boas novas já
estavam a caminho. Como expressão de gratidão pela destruição do opressor,
o povo de Judá deveria observar os períodos religiosos e desincumbir-se
escrupulosamente das obrigações de sua fé (1.15).
Tal qual Catão, o senador romano, que encerrava cada um de seus discursos
no senado com as palavras Carthago delenda est, ou seja, "Cartago precisa
ser destruída", Naum estava obcecado por uma idéia: Nínive delenda est. Seu
olhar estava fixado sobre Nínive e seus pecados. Embora sincero, intenso e
eficaz, ele não tinha muito a dizer sobre os elementos íntimos da religião
autêntica. Ele não exortava por um retorno pessoal e nacional à justiça, mas
antes à observância das festividades religiosas, como também Amós fazia (Am
4.4-5). Ele não procurava conquistar seu próprio povo com a ternura de
Miquéias (Mq 6.3). Ele não proclamava misericórdia para com todos os
homens, nem mesmo para Nínive, com a largueza de visão e a diáfana
claridade do livro de Jonas.
Não obstante, por mais limitada que tenha sido a mensagem de Naum, sua
posição entre os profetas é garantida. A data em que a sua profecia foi
composta pode talvez explicar sua aparente falta de preocupação pelos
pecados de seu próprio povo, bem como suas omissões, não apontando suas
obrigações morais e espirituais, e sua aparente falta de caridade para com a
própria Nínive. Se é que a sua profecia foi composta pouco antes de 612 a.C.
(a queda de Nínive), então não foi escrita muito tempo depois da reforma de
Josias (621 a.C.). É verdade que Jeremias percebeu que essa reforma não era
suficiente; mas Naum pode ter sentido que a nação seguia agora pelo caminho
certo. A desilusão provocada pela morte precoce de Josias, em 609 a.C., ainda
não havia tido lugar, e o alívio sentido devido à iminente destruição de Nínive
era tão intenso que fazia Naum esquecer-se de todas as demais
considerações.
Não há dúvida de que é este o livro que Jonas gostaria de ter escrito (Jn 4.2),
ao não compreender que o Senhor tinha antes uma colheita a fazer naquela
cidade. Sua curta profecia da destruição de Nínive está aqui amplificada, sem a
data de execução, "quarenta dias". Embora o arrependimento dos ninivitas
tenha adiado o seu julgamento, a retomada da antiga perversidade e violência
apenas intensificou o peso do seu castigo, sobretudo diante do desrespeito à
sua misericórdia. A antiga cidade de Nínive era um símbolo clássico do mundo
quanto ao seu poder, violência e rebeldia contra Deus desde o tempo de
Ninrode (Gn 10.9-11). Mas quando Deus ordenou sua destruição, ela foi
aniquilada tão completamente que a antiga rainha das cidades ficou esquecida
durante muitos séculos, coberta com areia, transformada em um deserto.
A notável lição de Naum para as nações é que a "lei da selva" não é a Lei de
Deus. Embora o pecado e a violência possam ficar sem punição por algum
tempo dentro da longanimidade divina, todavia não serão esquecidos. Neste
caso não está apenas em jogo o "tempo" de Deus, mas também a justificação
do seu caráter (Êx 34.6-7; Nm 14.18). Apesar de ele ser "tardio em irar-se" e
estar sempre interessado em mostrar-se misericordioso, não é absolutamente
imune à ira quando sua lei é impugnada e sua graça desprezada. O Deus
vingador descrito por Naum é um dos quadros mais aterradores da Bíblia.
Enquanto o Livro de Jonas apresenta a misericórdia do Senhor estendida aos
gentios desconhecedores da lei mosaica, Naum retrata a ira e o julgamento
divino das nações, conheçam ou não a lei de Moisés.
Introdução (1.1)
A. Primeira Pergunta: Como Deus Pode Permitir Que a Ímpia Judá Fique
sem Castigo? (1.2-4)
B. Resposta: Deus Usará a Babilônia para Castigar Judá (1.5-11)
C. Segunda Pergunta: Como Deus Pode Usar uma Nação Mais Ímpia Que
Judá Como Instrumento de Juízo? (1.12—2.1)
D. Resposta: Deus Também Julgará Babilônia (2.2-20)
8.1. Autor
Três anos antes dessa batalha, Faraó Neco matou Josias, rei de Judá, em
Megido (2Rs 23.29-30; 2Cr 35.20 e segs.), e estabeleceu reis títeres sobre o
trono de Judá, porém, nem Faraó Neco nem eles eram adversários para o
crescente poder da Babilônia, e assim, durante os vinte anos seguintes, Judá
ficou à mercê dos caldeus e foi finalmente levado em cativeiro, em 586 a.C.
O reinado do mau rei, Manassés fora “uma época que provou a fé das almas
piedosas” (Kirkpatrick). A reforma sob o rei Josias (637-608 a.C.) se tinha
mostrado ineficaz, pelo que a iniqüidade e a perversidade (1.3) da desviada
Judá deveriam ser castigadas. Por esse motivo Deus estava levantando os
caldeus.
Esse o ponto de vista geral dos eruditos. Alguns, entretanto, referem 1.2-4 não
à desviada Judá, mas a algum opressor pagão. Esse opressor poderia ser a
própria Caldéia; nesse caso, o texto teria de ser rearranjado para que os
versículos 5-11 precedessem os versículos 2-4 (Giesebrecht) ou deveriam ser
eliminados (Wellhausen). Ou o opressor poderia ter sido a Assíria: assim pensa
Budde, que coloca os versículos 6-11 após 2.2-4, e data a profecia logo depois
de 625 a.C., quando Nabopolassar, o caldeu, se tornou independente da
Assíria. Mas, nesse caso, por que a Assíria não é mencionada? Em terceiro
lugar, há a possibilidade de referir-se ao Egito: assim pensa G. Adam Smith,
que compara 1.2-4 com 2Rs 23.33-35.
Parece que a intenção da profecia era de ser lida e não de ser ouvida (ver 2.2).
Tem mais a natureza de um poema especulatório e meditativo do que um
sermão ou discurso público. O salmo, no capítulo 3, evidentemente tinha
o propósito de encorajar o povo de Deus em período de adversidade.
(b) “Tu és tão puro de olhos, que não podes ver o mal” (1.13).
(f) “Mas o Senhor está no seu santo templo: cale-se diante dele toda a
terra” (2.20).
Introdução (1.1)
1. Os Filisteus (2.4-7)
2. Os Amonitas e Moabitas (2.8-11)
3. Os Etíopes (2.12)
4. Os Assírios (2.13-15)
Já se observou que “se alguém quiser ver todos os oráculos secretos do Antigo
Testamento reduzidos a um pequeno resumo, basta apenas o Livro de
Sofonias”. Seu tema central refere-se ao Dia do Senhor, mostrando sua relação
para com Israel e as nações. Descreve os julgamentos partindo da natureza
divina e da rebelião e corrupção dos homens. Como a maioria dos outros
profetas, Sofonias conclui com uma profecia da restauração de Israel após seu
arrependimento. O Senhor vem a ele como um Guerreiro vitorioso, a fim de
levar seu povo para a renovação e o triunfo. Embora Sofonias não apresente
muito conteúdo original, resume as principais características da profecia ao
desferir as declarações de caráter decisivo. Foi, mais do que os outros, o
profeta da ênfase e conclusão.
Ageu, o primeiro dos profetas da restauração, não tem história registrada sobre
sua pessoa. Ele era "o embaixador do Senhor" (1.13) e seus testemunhos
estão seguramente entesourados com seu divino Empregador. A mensagem, e
não o mensageiro, era de importância primária. Deus, e não
o seu profeta, domina a cena.
10.1. Data
É impossível fixar com exatidão o período coberto pela vida de Ageu. Tem-se
conjecturado que ele vira o templo de Salomão. Essa conjectura se baseia em
2.3 -"Quem há entre vós que, tendo ficado, viu esta casa na sua primeira
glória?" Isso significaria que o profeta tinha pelo menos oitenta anos de idade
quando sua mensagem foi transmitida. Porém, a linguagem do versículo, não
apoiada por outras evidências, dificilmente poderá sustentar tal interpretação. É
muito mais provável que ele nasceu no tempo e na terra do cativeiro. O período
que apresenta maiores probabilidades, por conseguinte, seria a primeira
metade do sexto século. Sua mensagem, entretanto, está tão ligada com a
história de seu tempo que ela pode ser definidamente fixada como tendo sido
proferida em 520 a.C. Sua idade, então, pode ser apenas conjecturada, e só
podemos inferir que Deus considerava isso sem importância. As datas, tão
proeminentes na profecia, se referem, como as datas sempre se referem, a
coisas passadas, porém, por trás delas obtemos um quadro bem focalizado
sobre o caráter e os requerimentos independentes do tempo de Deus.
10.2. Autor
Jerônimo explica o nome Ageu, dizendo que significa "festivo" (derivado de haj,
o "festivo" ou "exuberante"). Isso a não ser que a suposição de Reinke seja
verdadeira, de que ele nasceu em algum dia festivo, sugeriria tanto que seus
pais foram guiados divinamente, como que, sob as circunstâncias da época,
uma forte fé da parte deles os tenha levado a escolher tal nome para seu filho.
Parecem ter percebido que, embora ele semeasse entre lágrimas, haveria de
colher com alegria. A profecia envolvida em seu nome, seja como for, foi
cumprida, pois Ageu é um dos poucos profetas que teve o indizível prazer de
ver amadurecerem os frutos de sua mensagem perante seus próprios olhos.
Ficamos limitados inteiramente aos seus próprios escritos para poder fazer a
estimativa do homem. Um par de referências, em Esdras, meramente se
referem a ele como "Ageu, o profeta". Não há vôos poéticos de fantasia neste
livro. Seu estilo chega a ser considerado por alguns, como deslustrado e
prosaico. Porém, há certa concisão, franqueza e brevidade naquilo que ele tem
para dizer. Essa brevidade tem levado alguns a considerarem que talvez
tenhamos aqui sua mensagem em forma apenas condensada. Bem pode ser
igualmente a verdade que essa característica, juntamente com as outras, nos
forneça provas de que o profeta era um mensageiro simples, franco e direto. O
homem, entretanto, estava engolfado em sua obra. Ele se mostra,
caracteristicamente, profeta de Deus, falando em lugar de Deus e
estabelecendo uma espécie de serviço postal entre Deus e Seu povo.
10.3. Os tempos
Ageu tinha uma tarefa claramente definida a realizar. Sua tarefa divergia e, em
alguns aspectos, era mais estritamente limitada, da tarefa de qualquer dos
profetas anteriores ou de seu contemporâneo, Zacarias. As circunstâncias
eram diferentes daquelas dos dias anteriores ao cativeiro. Quando os profetas
mais antigos entregavam sua mensagem, a casa do Senhor estava presente
com toda a sua glória exterior, uma honrosa herança do passado. As
observâncias cerimoniais eram rigidamente cumpridas, tanto quanto diz
respeito às formalidades externas. Tão meticulosamente observadas eram
elas, efetivamente, que afinal o Todo-poderoso ficou "cansado" daquelas
rígidas formalidades mortas. Quando a religião do povo assim se transformava
em joio, este olhava com auto-satisfação e com ilusório orgulho para os
magnificantes edifícios e diziam: "Templo do Senhor, templo do Senhor, templo
do Senhor é este" (Jr 7.4). O apelo dos profetas, por conseguinte, era inspirado
pelo Espírito e, algumas vezes, era um grito angustioso para que o povo
apreciasse devidamente os valores espirituais e agisse de conformidade com
sua religião transmitida por Deus. Pois o povo dava importância primária às
coisas materiais e formais em suas vidas.
10.4. A Mensagem
Mais do que qualquer outra pessoa, Ageu foi o responsável por conseguir que
a construção recomeçasse e fosse terminada. Ele apareceu em cena após uma
grande arrancada e parada brusca na reconstrução do templo. Os líderes
estavam assustados e derrotados. Com a seca de 332 a depressão, não era
oportuno o reinício das obras. A despeito das opiniões em contrário, Ageu
insistiu com os líderes e o povo para atender a essa prioridade, para que Deus
pudesse derramar bênçãos sobre todos os empreendimentos do povo.
Evidentemente, isso foi realizado antes de surgir qualquer indício de que o
novo rei persa, Dario I, reagiria de maneira favorável, conforme ficou
demonstrado mais tarde (Ed 5.1; 6.1). O templo que eles reconstruíram resistiu
mais tempo do que qualquer outro dos templos de Israel, tornando-se
uma verdadeira homenagem a Zorobabel, o governador, e a Ageu, o profeta
(Ed 5.1-2).
Ageu não somente escreveu um dos livros mais curtos do Antigo Testamento
(perdendo apenas para Obadias), como proferiu alguns dos sermões mais
curtos (1.13, seis palavras, ou quatro em hebraico). Embora suas mensagens
fossem breves, eram penetrantes e poderosas. O poder de suas palavras
relacionava-se com a autoridade de quem as proferia, pois Ageu sempre as
reforçava com a expressão "assim diz o Senhor" (26 vezes em 38 versículos).
Obviamente sua ênfase estava na autoridade divina; não era apenas mera
eloqüência ou argumentação. Ageu foi um dos profetas mais bem-sucedidos
em termos de resultados imediatos. Ele reconheceu o poder da autoridade do
Senhor, mesmo diante de oposição esmagadora.
10.5.5. Cristologia em Ageu (2.7-9)
A. Introdução (1.1-6)
B. Série de Oito Visões Noturnas (1.7—6.8)
Em sua juventude, Zacarias havia trabalhado lado a lado com Ageu, mas ao
escrever os capítulos 9—14 (que a maioria dos estudiosos data entre 480—
470 a.C.), já se achava idoso. A totalidade das profecias de Zacarias foi
enunciada em Jerusalém diante dos 50.000 judeus que haviam voltado a Judá
na primeira etapa da restauração. O Novo Testamento indica que Zacarias,
filho de Baraquias, foi assassinado “entre o santuário e o altar” (i.e., no lugar da
intercessão) por oficiais do templo (Mt 23.25). Algo semelhante ocorrera a outro
homem de Deus que tinha o mesmo nome (2Cr 24.20,21).
Contribuições singulares
Do mesmo modo que o Novo Testamento termina com uma grande visão
apocalíptica dos tempos do fim, o Antigo Testamento também termina com
essa visão, no Livro de Zacarias. Ambos os livros resumem e esclarecem
profecias já apresentadas em termos de realização. Em Zacarias, as duas
vindas do Messias são encaixadas com o intuito de apresentar uma vasta pré-
estréia do futuro de Israel. Em Apocalipse, os muitos detalhes da sua segunda
vinda são correlacionados e postos em relevo para mostrar o auge do
programa divino na terra (Zc 9.9-10; Ap 12.6; 13.5; 14.14 e ss.; 16.18 e ss.;
19.9 e ss.). O Livro de Zacarias, bem como o de Malaquias, acentua e quase
esboça a obra vindoura do Messias para trazer salvação espiritual na sua
primeira vinda, e livramento nacional de Israel na sua segunda vinda (1214).
Muitos intérpretes, tanto judeus como cristãos, consideram esse livro "muito
obscuro e de difícil explicação" (Eli Cashdan, The Twelve Prophets, p. 267).
Para alguns, à exceção do fato de que "Jeová deseja ter o templo reconstruído
(...), tudo o mais é obscuro" (Steven Harris, Understanding the Bibte, p. 123).
No entanto, a profecia não foi escrita para mistificar, e sim para esclarecer as
verdades referentes ao futuro de Israel. Quando as verdades
centrais das visões parabólicas são observadas, e todas as visões são
relacionadas a profecias anteriores, o motivo messiânico torna-se central
durante as lutas e a marcha dos acontecimentos de Israel. Essa profecia
forneceu alguns esclarecimentos muito importantes para Israel sobre sua
redenção e o futuro nacional, quando o povo entrou em uma outra fase dos
tempos dos gentios, com os seus anseios ainda não cumpridos a respeito da
vinda do Messias (8.7-8; 9.9-10; 11.9, 13; 12.10).
(c) Quinto mês (10 de agosto) -Jerusalém foi destruída e queimada, em 586
(Jr 52.12).
(a) Essa prática foi designada para a glória de Deus, e não para o mérito do
homem. Com facilidade, a renúncia torna-se comiseração própria e um
inútil ritual de egolatria (7.5-6).
(b) O jejum não tem valor, a menos que seja acompanhado de atos de
justiça, bondade e compaixão para com o próximo (7.9-10). A ausência de
tais atos em Israel trouxe o julgamento divino de destruição e desolação
(7.11-14).
Este livro é o mais messiânico dos Profetas Menores, e está no mesmo nível
de Salmos e Isaías quanto ao conteúdo messiânico. O Messias está ou no
centro ou na periferia de cada visão. A falha ou a recusa dos comentaristas
judeus de aceitar esse messianismo cumprido na primeira e segunda vinda de
Jesus (Mt 21.5) contribui para a confusão no entendimento do livro (Rashi em
H. H. Ben-Sasson, History of The Jewish People, p. 461). Por exemplo, ao
explicar "olharão para mim, a quem traspassaram" (12.10), o Talmude identifica
essa expressão como uma referência ao "Messias, o filho de José, que cairá na
batalha" (Eli Cashdan, The Twelve Prophets, p. 322). Eles o vêem como
"alguém dado por Deus à comunidade judaica restaurada, (...) mas rejeitado
por ela e posto à morte". Para eles, esse "mártir" é desconhecido, e não
certamente Jesus.
(a) Ele virá de modo humilde e modesto (9.9; 13.7; Mt 21.5; 26.31, 56).
(b) Ele restaurará Israel pelo sangue do seu concerto (9.11; Mc 14.24).
(f) Voltará em glória para livrar Israel de seus inimigos (14.1-6; Mt 25.31; Ap
19.15).
(h) Estabelecerá seu reino glorioso para sempre sobre todas as nações
(14.6-19; Ap 11.15; 21.24-26; 22.1-5).
Capítulo 12
O Livro de Malaquias
Esboço do Livro
Introdução (1.1)
(3.14)
12.4. O homem
Com o livro de Malaquias foi arriada a cortina sobre a cena profética, até a
vinda do Batista. As palavras vívidas e poderosas dos profetas não mais foram
ouvidas. Os escribas e os sacerdotes se tornaram os principais personagens
religiosos. A era criativa havia cedido lugar à era do aprendizado. Os judeus
contavam, agora, com grande tesouro literário e seus exegetas, aqueles que
expunham essa literatura, tornaram-se o novo canal para a voz de Deus. A
respeito dessa situação que se aproximava em que a religião era
principalmente legalística, temos um claro sinal no livro de Malaquias.
12.7. Contribuições singulares
(a) Em 1.14, o Senhor declara ser um "grande Rei", muito maior do que o
"governador", a quem não ofenderiam com uma oferta maculada (1.8).
Nessa condição, ele não deixará de julgar o "impostor", que jura
honestidade mas é avarento. Zacarias 14.9 viu a majestade do Rei numa
luz messiânica, quando o seu nome será reverenciado entre todas as
nações.
(c) Aos que temem o seu nome, ele surgirá como o "Sol da Justiça", e trará
cura e grande alegria (4.2; Is 60.19). O mesmo "Sol" que queima os
perversos (4.1) curará os que temem o seu nome. Com essa promessa de
sol celestial para purificar e curar a nação ao destruir o perverso num dia
futuro desconhecido, a voz profética silenciou. Os sombrios dias do período
intertestamentário testaram sua fé na palavra profética dada pela lei e os
profetas.
Prova
No final do curso, após o estudo das apostilas, você fará uma prova única de
conhecimentos gerais.