Apostila A Importância Da Ludicidade Na Educação Infantil

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A importância da Ludicidade na

Educação Infantil

Ludicidade é um termo que tem origem na palavra


latina “ludus”, que significa jogo ou brincar. Na
educação, usamos o conceito do lúdico para nos
referir a jogos, brincadeiras e qualquer exercício que
trabalhe a imaginação e a fantasia. A ludicidade é um
instrumento potente para o processo de ensino-
aprendizagem em qualquer nível de formação, mas
está presente com mais frequência na Educação
Infantil. Isso porque, na infância, a forma como a

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criança interpreta, conhece e opera sobre o mundo é,
naturalmente, lúdica.

Falaremos hoje sobre a importância de valorizar e


incentivar o uso da ludicidade na educação infantil,
para que, por meio das brincadeiras, a criança
desenvolva melhor suas habilidades cognitivas, sociais
e psicomotoras.

Habilidades cognitivas

O brincar desempenha um papel extremamente


importante na constituição do pensamento infantil. É
através dele que se inicia uma relação cognitiva do
indivíduo com o mundo de eventos, coisas, símbolos e
pessoas que o rodeia. A partir da brincadeira, a
criança reproduz o discurso externo, o internaliza,
interpreta e constrói seu próprio pensamento. Essa
acaba sendo a linguagem infantil, à qual Vygotsky
(1984) atribui um importante papel para o
desenvolvimento cognitivo à medida que sistematiza
as experiências e colabora com a organização dos
processos em andamento.

Por isso, devemos valorizar e direcionar a brincadeira,


quando utilizada como instrumento pedagógico.
Processos de pré-alfabetização, por exemplo, podem
acontecer de forma natural e fluida quando realizados
à partir da ludicidade.

Porém, é preciso tomar muito cuidado para não tirar a


brincadeira dessa roupagem natural, pois o lúdico é
uma metodologia pedagógica que ensina brincando e
tem objetivos, mas nunca cobranças.

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Habilidades Sócias Afetivas

Ao brincar, a criança desenvolve uma relação afetiva


com o mundo, com os objetos e, principalmente, com
as pessoas ao seu redor. Isso faz com que ela se
depare com limites, vontades, desejos e
interpretações diferentes das suas, havendo, então,
uma troca valiosa que constrói suas habilidades
sociais. Ao entrar em contato com diferentes
perspectivas e personalidades enquanto brinca, a
criança alinha suas capacidades emocionais à
convivência e à coexistência.

Trabalhar os conceitos de cooperação, coletividade e


trabalho em grupo através de brincadeiras com a
turma, ou mesmo em casa com a família, desenvolve
noções de respeito e igualdade em relação ao outro,
valores que são extremamente importantes para a
convivência em sociedade.

Habilidades Psicomotoras

Muito se fala dos efeitos alienadores do uso excessivo


de tecnologias e jogos digitais na infância. Isso afeta,
além das habilidades sociais, o desenvolvimento
psicomotor da criança, pois limita os estímulos que ela
recebe a uma fonte inorgânica e artificial de conteúdo.
Isso não faz desse tipo de recurso algo a ser
completamente negado – ele, por certo, também tem
seu espaço. Porém, correr, pular, dançar, escalar e
conhecer o mundo através dos instintos e dos sentidos
fazem com que a criança explore melhor seu próprio
corpo. Isso, atrelado à ludicidade, traz habilidades
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como autoconfiança, autoestima e superação,
eliminando inseguranças em relação ao mundo externo
e às limitações internas.

Na escola, as brincadeiras de corda, pega-pega,


circuitos, gincanas, esportes e dança são atividades
que devem ser frequentes, pois, além de trazer
benefícios individuais, fazem com que o cotidiano seja
mais dinâmico e atrativo, tanto para as crianças
quanto para os professores.

Ludicidade como metodologia significa respeitar a


interpretação da criança sobre o mundo e o lugar que
ela ocupa nele. Através do lúdico, a criatividade,
curiosidade e o desejo por saber acontecem de
maneira natural, ampla e fluida, fazendo com que a
educação aconteça de forma emancipadora, afetiva e
plural.

Separamos dois artigos científicos que abordam o


tema da ludicidade da educação infantil para que você
possa continuar o estudo, se desejar.

Para mais conteúdos como esse, acompanhe o blog e


as redes sociais da Editora Opet. Estamos sempre
buscando melhorar o mundo e as relações através de
uma educação que aproxima e liberta.

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A ludicidade construindo a
aprendizagem de crianças na
educação infantil

INTRODUÇÃO
Atualmente observa-se a necessidade da ludicidade
está sempre presente no cotidiano escolar e isso vem
contribuindo com as concepções psicológicas e
pedagógicas do desenvolvimento infantil.
Dessa forma as atividades lúdicas ajudam a vivenciar
fatos e favorecer aspectos da cognição.

Brincadeiras e jogos podem e devem ser utilizados


como uma ferramenta importante para o auxílio do
ensino aprendizagem bem como para que se
estruturem os conceitos de interação e cooperação.

O presente trabalho objetiva discutir a importância


dos jogos e brincadeiras no processo de ensino

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aprendizagem, sobretudo na Educação Infantil e visa
à ludicidade como caminho para a aprendizagem e a
construção do conhecimento através de brincadeiras,
jogos e brinquedos.

Existem formas em que a atividade lúdica pode


contribuir para a aprendizagem na Educação Infantil,
pois notamos a sensação de prazer que envolve as
crianças em suas atividades lúdicas, que por sua vez,
desenvolvem maior interação com professores e
colegas.

A brincadeira e os jogos não são apenas um


passatempo, são também formas de despertar na
criança autoconfiança, desenvolvimento psicomotor,
afetividade e são as principais formas de
socialização, pois, através do brincar, a criança
aprende regras e limites no qual usará
respeitosamente no dia a dia com os colegas.

O brincar está presente no cotidiano da criança, pois


é a fase fundamental e mais importante para o
desenvolvimento.

Sabendo-se que um dos principais objetivos da escola


é proporcionar a socialização, por esse motivo não se
deve deixar as crianças presas em suas bancas,
porém incentivar os trabalhos em grupos, a troca de
ideias, a cooperação que acontece por ocasião dos
jogos.

É importante ressaltar que brincadeiras e jogos que

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contribuem para o desenvolvimento da autoestima da
criança pode ser o início para se trabalhara
ludicidade e também investigar como a criança
vivencia atividades lúdicas na sala de aula, no seu
contexto familiar, além de analisar se a criança
consegue aprender um conhecimento mais rápido
através das atividades lúdicas.

A aprendizagem através do lúdico, a função dos jogos


e brincadeiras e suas contribuições para o ensino
aprendizagem na Educação Infantil é muito
importante no cotidiano escolar e o papel do
professor frente à ludicidade se faz relevante na
medida em que ele possa oferecer as crianças
interação, aprendizagem e possibilidades.

A brincadeira é uma rica fonte de comunicação, o


jogo é uma maneira de as crianças interagirem entre
si.

É através do jogo que a criança é capaz de impor aos


elementos significados distintos, desenvolver sua
capacidade de abstração e começar a agir
independentemente daquilo que vê, operando com os
significados diferentes da simples percepção dos
objetos.

O jogo depende da fantasia e, é a partir dessa


situação imaginária que se traça a passagem à
abstração. É necessário que a escola observe a
importância do processo imaginativo na constituição
do pensamento abstrato.

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2. APRENDER ATRAVÉS DO LÚDICO
Aprendizagem significativa é o processo que se dá
entre a composição antecipada de conteúdos
estudados ou absorvidos anteriormente e que
influenciam na maneira de recebimento dos
conteúdos novos. Estes, por sua vez, passam a
influenciar as antigas informações, tornando a
aprendizagem cognitiva, ou seja, a integração do
conteúdo aprendido numa estrutura mental ordenada.

Há, no processo, uma interação cujo resultado


modifica tanto a nova informação, que passa então a
ter significado, como o conhecimento específico já
existente, relevante, na estrutura cognitiva do
indivíduo sujeito da aprendizagem (Moreira, 2001).

Para que a aprendizagem ocorra deve haver a


apreensão dos conteúdos expressados relacionando-
os às experiências anteriores vivenciadas pelos
alunos, permitindo a formulação de problemas que
incentivem o aprender mais, o estabelecimento de
relações entre fatos, objetos, acontecimentos,
noções e conceitos, desencadeando mudanças e
contribuindo para a utilização do que é aprendido em
diferentes situações.

Assim, sendo a aprendizagem significativa, critérios


avaliativos decorrerão de objetivos claros acerca de
conteúdos que são efetivamente relevantes dentro de
cada disciplina, “a partir dos mínimos necessários
para que cada um possa participar democraticamente
da vida social” (Luckesi,2005).

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O lúdico faz parte da atividade humana e atualmente
escolar; caracteriza-se por ser espontâneo, ativo e
satisfatório.

O lúdico acontece a partir do brinquedo, brincadeiras


e jogos, pois é o momento que a criança entra no seu
mundo da imaginação brincando.

A palavra lúdica quer dizer jogo, e evoluiu levando em


consideração as pesquisas em psicomotricidade, de
modo que deixou de ser considerado apenas o sentido
de jogo.

Na extensão lúdica, a aprendizagem dá-se através do


exercício de jogos, brinquedos e brincadeiras
tendendo promover o desenvolvimento absoluto do
estudante.

A atividade lúdica tem o objetivo de produzir prazer,


diversão e ao mesmo tempo em que se pratica esta
atividade percebe-se que ela vem acompanhada de
inúmeras brincadeiras para enriquecer nossos
conhecimentos de forma prazerosa na educação.

Na educação infantil o lúdico propicia as crianças


uma série de desenvolvimentos favoráveis, que vai
desencadeando seu aprendizado.

O professor deve procurar formas para contribuir na


formação de cidadãos, ao refletir em sua prática
pedagógica e ao trabalhar a atividade lúdica de forma
que o aluno aprenda brincado. De acordo com Freire

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(1996, p. 59), “Saber que deve respeito à autonomia
do educando exige de mim uma prática coerente”.

Essas palavras levam-nos a refletir sobre a


necessidade de uma prática pedagógica que respeite
a individualidade do aluno. “Para brincar de modo
efetivo, as crianças precisam de companheiros de
brincadeiras, materiais, áreas, oportunidade, espaço,
tempo, entre outros” (MOYLES, 2002, p. 106).

Através das brincadeiras a criança pode expressar


seus sentimentos, dúvidas e alegria, descobrir as
regras do jogo, as emoções, sentimentos e novos
conhecimentos; e principalmente o contato com
outras crianças faz com que a própria criança possa
viver melhor socialmente, ou seja, a brincadeira
possibilita situações imaginárias e faz com que
acriança siga regras, pois cada faz de conta supõem
comportamentos próprios da situação, ao brincar com
um tijolo de madeira fingindo ser um carro, por
exemplo, a criança se esquece do objeto e só lembra
o seu significado.

Na escola, as crianças só integram as atividades


escolares no momento da execução e dificilmente
participam das decisões e das escolhas. Indagando
as crianças e resgatando suas brincadeiras,
possibilita-se a participação das crianças, o professor
coloca-se em condição de igualdade e abre caminho
para a partilha, a troca, a cooperação, o diálogo, o
aprendizado recíproco e a busca de convergências,
ou seja, desenvolve os princípios dos jogos
cooperativos. (CORREIA, 2006, p.58)

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O espaço lúdico colorido atrai a criança para o
imaginário, no entanto cabe ao professor e aos pais
proporcionar jogos e brincadeiras que despertem
conhecimentos. Desse modo vemos a importância do
jogo na vida da criança, sendo o mesmo uma
atividade construída socialmente e culturalmente. É
uma forma de a criança estar em contato com a
cultura.

As atividades lúdicas podem ser uma brincadeira, um


jogo ou qualquer outra atividade que permita tentar
uma situação de interação.

Porém, mais importante do que o tipo de atividade


lúdica é a forma como é dirigida e como é vivenciada,
e o porquê de estar sendo realizada.

Toda criança que participa de atividades lúdicas,


adquire novos conhecimentos e desenvolve
habilidades de forma natural e agradável, que gera
um forte interesse em aprender e garante o prazer.

Na educação infantil, por meio das atividades lúdicas


a criança brinca, joga e se diverte. Ela também age,
sente, pensa, aprende e se desenvolve.

As atividades lúdicas podem ser consideradas,


tarefas do dia a dia na educação infantil.

O jogo ao ocorrer em situações sem pressão, em


atmosfera de familiaridade, segurança emocional e
ausência de tensão ou perigo proporciona condições

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para aprendizagem das normas sociais em situações
de menor risco.

A conduta lúdica oferece oportunidades para


experimentar comportamento que, em situações
normais, jamais seriam tentados pelo medo do erro ou
punição. (KISHIMOTO, 2003, p. 140).

Os jogos em suas diversas fases contribuíram


sensivelmente com os aspectos formativos dos seres
humanos, tendo em vista que na Educação Infantil o
mesmo serve como recreação, favorecendo a
aprendizagem da leitura e escrita e, ao mesmo tempo,
pode ser utilizado como recurso para adequar o
ensino às necessidades infantis.

Conforme a vasta oportunidade de recursos que


envolvem o lúdico, não se pode perder de vista o
referencial da cultura, que por sua vez, é muito
importante, pois retrata a história de um povo e nesse
contexto, o jogo tem um elo com historicidade dos
antepassados da humanidade que deixaram um
legado de modalidades lúdicas que servem como
entretenimento e lazer.

No dia a dia, percebe-se uma grande dificuldade de


falar sobre o lúdico, pois por alguns não é
considerado coisa séria.

Na sala de aula, o lúdico deve ser tratado no sentido


de dedicação ou atribuição de significados, pois o
trabalho com ludicidade requer do professor

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dedicação e seriedade.

3. JOGOS BRINCADEIRASCONTRIBUINDO
PARA O DESENVOLVIMENTO INFANTIL

Os jogos além de ser um elemento sociocultural é


uma atividade natural no desenvolvimento dos
processos psicológicos básicos da criança, por isso o
ideal é fazer sem obrigação externa e imposta,
normas e controle. De acordo com Piaget, 2003, p. 51:

Na idade infantil a criança começa a pensar


inteligentemente com certa lógica, começa a
entender o mundo mais objetivamente e a ter
consciência de suas ações, discernindo o certo do
errado.

Nesta fase, os jogos transformam-se em construções


adaptadas, exigindo sempre o trabalho efetivo e
participativo no processo de aprendizagem que
começa com a sistematização do conhecimento
existente.

Nesse aspecto o jogo tem o intento de trabalhar o


raciocínio lógico ajudando a criança a organizar seus
pensamentos e ideias e a fazer suas descobertas.

Ao usar os jogos a criança adquire regras e limites e


desenvolve o cognitivo e o emocional.

Aprende resolver conflitos e lidar com seus medos e


extravasar suas agressividades porque interage de

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forma descontraída, e as aprendizagens surgem de
maneira natural. “O jogo sempre inclui uma intenção
lúdica do jogador”. (KISHIMOTO, 2010, p. 28).

Por isso, os jogos e as brincadeiras devem permear a


atividade pedagógica, permitindo aos educandos o
contato com temas relacionados ao mundo em que
vive.

É através da brincadeira que a criança poderá ampliar


a sua própria liberdade e sua expressão, bem como
sua criatividade ao manipulá-los.

São na interação com os próprios brinquedos e o meio


que as crianças vão construindo os seus
conhecimentos, ou seja, através das atividades
lúdicas dentro das suas variedades, elaborando e
reelaborando.

O jogo é uma atividade que contribui para o


desenvolvimento da criatividade da criança tanto na
criação como também na execução.

Os jogos são importantes, pois envolvem regras como


ocupação do espaço e a percepção do lugar.

De acordo com Piaget (2003), o caráter educativo do


brincar é visto como uma atividade formativa, que
pressupõe o desenvolvimento integral do sujeito quer
seja, na sua capacidade física, intelectual e moral,
como também a constituição da individualidade, a
formação do caráter e da personalidade de cada um.

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Enquanto que na fase dirigida há a presença das
brincadeiras como atividades cujo objetivo específico
é o de promover a aprendizagem de um determinado
conceito, ou seja, além de serem marcados pela
intencionalidade do educador.

Conforme Maluf, 2003, p. 21: “Toda criança que brinca


tem uma infância feliz, além de tornar-se um adulto
muito mais equilibrado física e emocionalmente,
conseguirá superar com mais facilidade os problemas
que possam surgir no seu dia a dia”.

A criança privada dos jogos, brinquedos e


brincadeiras poderá ficar com traumas profundos por
não viver esse período em que a brincadeira e os
jogos são muito importantes. Quando a criança brinca
ela está vivenciando momentos alegres, prazerosos,
além de estar desenvolvendo habilidades.

Por isso precisamos enfatizar sempre a importância


do brincar na vida de nossas crianças para que elas
tenham oportunidade de ter um desenvolvimento
infantil saudável que favoreça a sua formação
integra.

O desejo de brincar com o outro, de estar e fazer


coisas com o outro é a principal razão que leva as
crianças a se engajarem em grupos. Para brincar
juntas, precisam ter um espaço interativo para que
haja a partilha de objetos, valores, conhecimentos e
significados, disputas e conflitos. Nesse contexto, as

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crianças adquirem laços de sociabilidade e
constroem sentimentos de amizade e solidariedade.

4. O PROFESSOR E SEU PAPEL FRENTE À


LUDICIDADE
Debater o conceito de ludicidade presume-se
entender a significação de jogos, do brincar, da
brincadeira e do brinquedo, e como estes esta
maneira de brincar se diferenciam de uma cultura
para outra.

As atividades lúdicas não podem ser abalizadas em


jogos ou brincadeiras, pois elas incluem qualquer
atividade que seja um momento de integração,
inteiração e de prazer.

Sendo assim, as atividades lúdicas englobam muitos


outros conceitos, que vão além do lúdico e da
ludicidade.

De acordo com Cardoso (2008, p.57), o lúdico


apresenta a seguinte acepção: A etimologia do
vocábulo lúdico surge do latim ludusque significa
brincar ou jogar.

Convém ressaltar que, na língua portuguesa, o termo


lúdico é um adjetivo lusório, embora venha sendo
utilizado sem justificativas gramaticais, como
substantivo e tradução do francês jeu, do inglês play
e do alemão Spiel.

Assim, no intuito de tentar abranger os variados


termos, existe o termo ludo e, modernamente, o

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neologismo lúdico cinco ou ludicidade.
Considerando-se os vários significados em torno da
palavra ludicidade, hoje no Brasil, as acepções mais
comuns e utilizadas no contexto educacional são:
jogo, brincadeira, brinquedo, lazer e recreação.

Esses termos têm sido utilizados, ao mesmo tempo,


como sinônimos, sem diferenciação no emprego,
ocorrendo contradições conceituais e metodológicas.

Cipriano Luckesi (2005, s/d) define “a atividade lúdica


como aquela que propicia a “plenitude da
experiência”, ressaltando com esta afirmação que a
vivência lúdica exige do sujeito uma entrega total
física e mental”.

A ludicidade possibilita ao educando estimular/revelar


aspectos interiores, espontâneos e naturais,
fundamentais para o desenvolvimento de sua
aprendizagem.

Lembramos que o RCNEI sinaliza a importância de se


destinar esse tempo para atividades lúdicas, pois:

As brincadeiras de faz-de-conta, os jogos de


construção e aqueles que possuem regras, como os
jogos de sociedade (também chamados de jogos de
tabuleiro), jogos tradicionais, didáticos, corporais
etc., propiciam a ampliação dos conhecimentos
infantis por meio da atividade lúdica.

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É o adulto, na figura do professor, portanto, que, na
instituição infantil, ajuda a estruturar o campo das
brincadeiras na vida das crianças.

Consequentemente é ele que organiza sua base


estrutural, por meio da oferta de determinados
objetos, fantasias, brinquedos ou jogos, da
delimitação e arranjo dos espaços e do tempo para
brincar.
Por meio das brincadeiras os professores podem
observar e constituir uma visão dos processos de
desenvolvimento das crianças em conjunto e de cada
uma em particular, registrando suas capacidades de
uso das linguagens, assim como de suas capacidades
sociais e dos recursos afetivos e emocionais que
dispõem. (BRASIL, 1998, p. 28. v.3).

Ressalta-se que, de acordo com o RCNEI (BRASIL,


1998), é o professor quem deve administrar o tempo
das atividades, não podendo as crianças ficar sem um
direcionamento, pois se não houver um
direcionamento das atividades, estas podem não
contribuir para o desenvolvimento dos participantes.

O educador tem ampla responsabilidade em estar


bem informado sobre a pedagogia do brincar em sala
de aula, desde que sejam oferecidas atividades
lúdicas de alta qualidade, pois ele é o responsável
pelo avanço do processo de ensino aprendizagem.

Cabe a ele desenvolver novas práticas educativas que


permitam as crianças um maior aprendizado.

“A participação em jogos representa uma conquista


cognitiva, emocional, moral e social para a criança e
18
um estímulo para o desenvolvimento do seu
raciocínio lógico”. (PCN, 1997, p. 49).

Observa-se que quando as crianças participam de


jogos e brincadeiras, elas aprendem a conhecer e a
dominar a realidade, cooperam entre si e
amadurecem em um ambiente de aceitação.

O jogo permite o erro e a exploração de novas


maneiras de resolver problemas em um clima de
cooperação e as aprendizagens surgem de maneira
natural. No livro A educação do homem (2001, p. 47),
Froebel expõe, em diversas passagens, seu
entendimento acerca do papel dos jogos e
brincadeiras no desenvolvimento infantil:

O brincar, o jogo - o mais puro e espiritual produto


dessa fase de crescimento humano -, constitui o mais
alto grau de desenvolvimento do menino durante esse
período, porque é a manifestação espontânea do
interno, imediatamente provocada por uma
necessidade do interior mesmo.

É, ao mesmo tempo, modelo e reprodução da vida


total, da íntima e misteriosa vida da natureza no
homem e em todas as coisas.

Por isso, engendra alegria, liberdade, satisfação e


paz, harmonia com o mundo. Do jogo, emanam as
fontes de tudo que é bom.

Segundo Fortuna (2003), é importante que o educador

19
insira o brincar em um projeto educativo, com
objetivos e metodologia definidos, o que supõe ter
consciência da importância de sua ação em relação
ao desenvolvimento e à aprendizagem das crianças.

Ressalta-se que a aprendizagem é o mais frequente


motivo pelo qual o jogo é considerado importante
para a educação, em que o brincar se torna realmente
significante com a ajuda dos seus educadores.
Embora muitas vezes observe-se que alguns
professores usam os jogos em sala de aula, apenas
como passatempo deixando as crianças brincando
sem nenhuma orientação, tornando a aula sem
nenhum objetivo para o ensino aprendizagem e
muitas vezes a criança perde o estímulo com o jogo e
principalmente o aprendizado.

“As crianças precisam não apenas de tempo e


espaço para brincar e praticar habilidades, elas
precisam também de pais que as ajudem a aprender
essas habilidades”. (MOYLES, 2006, p. 46).

É importante não só a participação dos professores


no processo de ensino aprendizagem através do
lúdico, mas os pais devem incentivar os filhos desde
cedo lhes trazendo brinquedos, brincadeiras e jogos
adequados a faixa etária em que a criança se
encontra.

Por meio da brincadeira que as crianças passam a


compreender e a utilizar convenções e regras que
serão empregadas no processo de ensino e
aprendizagem e tal compreensão favorece a
integração delas num mundo social bastante

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complexo, proporcionando ainda as primeiras
aproximações com futuras teorizações.

Considerações finais
Observa-se ao longo do desenvolvimento do nosso
trabalho que a ludicidade é uma necessidade do ser
humano em qualquer idade.

Considerar a questão dos jogos, brinquedos e


brincadeiras enfatizando o seu valor educativo
significa construir a valorização do lúdico no espaço
escolar como uma forma de acolhimento a criança
que está a princípio descobrindo o mundo do
conhecimento e ao ingressar nesse tal mundo das
letras, ela é recepcionada pelos brinquedos e
brincadeiras e a mesma por sua vez, se familiariza
rapidamente em um novo ambiente.

Há professores afirmam que as crianças aprendem


melhor brincando do que através de atividades
escritas, para alguns pais a escola deve propor
atividades lúdicas aos seus filhos, porém alguns pais
com posturas arcaicas creem que a criança dever ir a
escola estudar, brincadeira é para casa.

Isso se deve a concepções errôneas acerca do tema


ludicidade e aprendizagem escolar.

O lúdico desempenha um importante papel na


aprendizagem, pois através desta prática o sujeito
busca conhecimentos do corpo, do ambiente, dos
colegas e tem a percepção de si mesmo como parte
integrante na constituição de sua aprendizagem, que
resulta numa nova dinâmica de ação, possibilitando

21
uma construção significativa.

As atividades lúdicas garantem uma aprendizagem


significativa para a criança com dificuldades de
aprendizagem, bem como o prazer , a socialização, o
respeito, a individualidade.

Pois, a criança estará aprendendo no seu ritmo,


criando hipótese, chegando à conclusão e elaborando
suas regras.

Podemos dizer, ainda, sobre a relevância da


ludicidade na formação do profissional, visto que esse
conhecimento irá transitar por todos os enfoques que
fazem parte do universo infantil, permitindo aos
educadores em formação, condições lúdicas de
aprendizagem, demonstrações de possibilidades
dentro da ludicidade para o processo de ensino e
aprendizagem, ou até mesmo demonstrações da
prática do lúdico embasadas nas teorias, muitas
vezes exaltadas em salas de aulas.

Cabe, portanto, aos cursos de formação do


profissional da educação se engajar também nestas
novas práticas educacionais, já que, estamos falando
da formação do profissional que irá trabalhar com
crianças e destas é possível considerar que os jogos,
brinquedos, brincadeiras, fantasias enfim o lúdico faz
parte da constituição de todo indivíduo,
independentemente de condições sociais, a
ludicidade faz parte da vida de qualquer criança.

As atividades lúdicas auxiliam na descoberta da


criatividade, de modo que a criança se expresse,
analise, critique e transforme a realidade a sua volta.

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Por fim, resta dizer que o lúdico permite novas
maneiras de a criança se desenvolver, associado a
fatores como: capacitação dos profissionais
envolvidos, infraestrutura, pode-se obter uma
educação de qualidade, capaz de ir ao encontro dos
interesses essências à criança, pois as atividades
lúdicas não são somatórias, mas sim fazem parte do
processo de aprendizagem.

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BRASIL/MEC. Parâmetros Curriculares Nacionais.
Brasília, 1997.

Referencial Nacional para a Educação Infantil.


Ministério da Educação e do Desporto, Secretaria de
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1-3.

CARDOSO, M. C. Baú de memórias: representações de


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/Programa Pós- Graduação- Mestrado em
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CORREIA, Marcos Miranda. Trabalhando com jogos


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FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: Saberes


necessários à prática educativa. Rio de Janeiro, Paz e

23
Terra, 1996.

FROEBEL, Friedrich W. A. A educação do homem.


Trad. Maria Helena Câmara Bastos. Passo Fundo:
UPF, 2001.

KISHIMOTO,O brincar e suas teorias. São Paulo:


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KISHIMOTO, T. M. (Org.). Jogo, brinquedo, brincadeira


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uma abordagem a partir da experiência interna.

Disponível em:

http://www.luckesi.com.br/artigoseducacaoludicidade

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MALUF, Ângela Cristina Munhoz. Atividades lúdicas


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MOREIRA, Marco Antonio e MASINI, ElcieSalzano.


Aprendizagem Significativa – A Teoria de David
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Artmed, 2006.

Só brincar? O papel do brincar na educação infantil.


Porto Alegre: Artmed, 2002.

24
PIAGET, Jean e BARBEL, Inhelder. A Psicologia da
criança. Tradução de Octavio Mendes Cajado. Rio de
Janeiro: Bertrand Brasil.

Desde já:
Muito Obrigada.

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