Dissertação de Mestrado - Edenilson Schneider - Final
Dissertação de Mestrado - Edenilson Schneider - Final
Dissertação de Mestrado - Edenilson Schneider - Final
EDENILSON SCHNEIDER
Itajaí – SC
2012
ii
EDENILSON SCHNEIDER
Itajaí – SC
2012
iii
AGRADECIMENTOS
DEDICATÓRIA
Aos meus pais e avós, pelo amor e pela valiosa lição sobre a força do trabalho, da
educação e da ética.
À Barbara e Isabella, minha família pela qual persevero nos meus objetivos.
EDENILSON SCHNEIDER
Mestrando
vi
PÁGINA DE APROVAÇÃO
ROL DE CATEGORIAS
Equilíbrio de poder: Relação entre Estados que não detenham elementos de poder
excedentes que sejam suficientes para exercer coerção entre si, eis que
1
CHARNOVITZ, Steve. Rethinking WTO Trade Sanctions. The American Journal of International
Law. New York: Vol 95. No. 4. Oct. 2001. p. 808.
ix
GATT: Sigla de “General Agreement on Tariffs and Trade”, ou Acordo Geral sobre
Tarifas e Comércio, tratado comercial multilateral firmado originalmente em 1947,
que contém o conjunto de regras disciplinadoras do comércio internacional,
contando com efeito vinculante sobre os Estados participantes do sistema. Foi
incorporado à OMC em 1994.
2
MORGENTHAU. Hans J. Politics Among Nations. New York. Knopf. 1978.p. 225. Tradução livre
do original: “The aspiration of power on the part of several nations, each trying to maintain or
overthrow the status quo, leads of necessity to a configuration that is called the balance of power and
to policies that aim at preserving it.”
x
Realismo Jurídico: Para Bobbio4, esta corrente teórica reconhece o direito como
uma série de normas efetivamente seguidas numa sociedade. Para os realistas o
direito é sempre aquilo que se apresenta de modo tangível no contexto da
comunidade humana: o direito é o que é aplicado.
3
JACKSON, John H. The jurisprudence of Gatt and the WTO – Insights on treaty law and
economic relations. Cambridge University Press, 2000, p. 279.
4
BOBBIO, Norberto. O Positivismo Jurídico: Lições de filosofia do direito. São Paulo: Ed. Ícone,
2006. p. 142-143.
5
JACKSON, John H. The jurisprudence of Gatt and the WTO – Insights on treaty law and
economic relations. Cambridge University Press, 2000, p. 279.
xi
6
KELSEN, Hans. Teoria Geral do Direito e do Estado. 4ª ed. - São Paulo. Martins Fontes. 2005. p.
10.
SUMÁRIO
RESUMO
ABSTRACT
INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 1
CAPÍTULO 1
O MECANISMO DE SOLUÇÃO DE CONTROVÉRSIAS E APLICAÇÃO DE
SANÇÕES NO ÂMBITO DA OMC.............................................................................. 5
1.1 OS PRIMÓRDIOS DOS MEIOS DE SOLUÇÃO DE CONTROVÉRSIAS
NO DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO. ................................................................ 5
1.2 A REGULAÇÃO MULTILATERAL DO COMÉRCIO INTERNACIONAL:
O GATT 1947 E A CRIAÇÃO DA OMC ..................................................................... 10
1.3 MEIOS DE SOLUÇÃO DE CONTROVÉRSIAS NO SISTEMA
MULTILATERAL DE COMÉRCIO: O GATT 1947 VIS-À-VIS A OMC ....................... 22
1.4 AS SANÇÕES COMERCIAIS NO ÂMBITO DA OMC ......................................... 47
CAPÍTULO 2
O DIÁLOGO ENTRE NORMAS E ELEMENTOS DE PODER NO MSC DO
GATT/OMC ............................................................................................................... 57
2.1 A ACOMODAÇÃO TEÓRICA DOS ELEMENTOS DE PODER NO DIREITO
INTERNACIONAL: À PROCURA DE UM PORTO SEGURO ................................... 60
2.1.1 A visão positivista ............................................................................................. 61
2.1.2 A visão realista ................................................................................................. 65
2.1.3 Posição de síntese ........................................................................................... 73
2.2 HIPÓTESES PARA ANÁLISE DO BALANCEAMENTO ENTRE NORMA
E PODER SOB A OMC ............................................................................................. 78
2.2.1 Caso Passárgada x Asgard - a guerra do chocolate ........................................ 79
2.2.2 Análise do caso enunciado............................................................................... 85
CAPÍTULO 3
APLICAÇÃO DE SANÇÕES COMERCIAIS E DESDOBRAMENTOS
ULTERIORES: CRÍTICAS E PROPOSTAS DE TRATAMENTO DO TEMA
NA RELAÇÃO ENTRE OS ESTADOS CONTRATANTES DO GATT/OMC ............ 92
3.1 COERÇÃO E EFETIVIDADE DAS SANÇÕES DA OMC – REMÉDIO
AMARGO OU DISSIMULAÇÃO? .............................................................................. 94
3.1.1 O caso “bananas” na OMC............................................................................... 98
3.1.2 Considerações sobre o caso .......................................................................... 107
3.2 PERSPECTIVAS PARA TRATAMENTO DA QUESTÃO DA
EFETIVIDADE SOB O MECANISMO DE SOLUÇÃO DE CONTROVÉRSIAS ....... 113
3.2.1 Aplicação de multas pecuniárias .................................................................... 116
3.2.2 Efeito direto das sanções no direito interno do país infrator ........................... 119
3.2.3 Direcionamento das sanções em benefício das empresas
diretamente afetadas pelas infrações ...................................................................... 122
3.2.4 Sanções comerciais coletivas ........................................................................ 122
3.2.5 Outras alternativas em debate ....................................................................... 125
13
ABSTRACT
This dissertation investigates the origins, operation and effectiveness of
sanctions (or compensation and suspension of concessions) under the dispute
settlement understanding of the World Trade Organization, from a perspective of the
resistance of this system to the elements of power of the member States of the
multilateral trading system.
To achieve this objective, research was carried out that included the
international efforts to regulate international trade in the nineteenth century, through
to the attempt to create the International Trade Organization by the GATT 1947, and
the modern-day system represented by the World Trade Organization.
Special attention was focused on the study of how these institutions seek
to deliver predictability and stability to the actors of international trade, as well as the
effects of the elements of power on the effectiveness of the modern-day system,
represented by the World Trade Organization.
7
Vide nota 2 supra.
2
8
LAFER, Celso. A OMC e a regulamentação do comércio internacional: uma visão brasileira Porto
Alegre: Livraria do Advogado, 1998. p.123.
9
Vide nota 1 supra.
3
CAPÍTULO 1
O MECANISMO DE SOLUÇÃO DE CONTROVÉRSIAS E APLICAÇÃO
DE SANÇÕES NO ÂMBITO DA OMC
Sua gênese pode ser atribuída10 à Convenção de Haia de 1899, que foi
revista em outubro de 1907, por ocasião da Segunda Conferência de Paz, na qual
se aclamava a solução pacífica de controvérsias internacionais como regra basilar
de direito internacional.
Luiz Olavo Baptista pontua o fato de que o sistema de Haia entregava aos
soberanos a escolha de resolver a disputa por árbitros, de indicá-los e de fixar os
limites de sua atuação, o que convergia com a noção então vigente de soberania.
10
BAPTISTA, Luiz Olavo. Sistemas para Solução de Divergências nas Instituições de Integração e o
Mercosul. In Solução e Prevenção de Litígios Internacionais – coord. Araminta de Azevedo
Mercadante, José Carlos de Magalhães – São Paulo: NECIN-CAPES; Porto Alegre: Livraria do
Advogado, 1999. p. 441-442.
11
SOARES, Guido F.S.. Soluções e Prevenção de Litígios Internacionais: Tipologias e Características
Atuais. In MERCADANTE, Araminta de Azevedo, MAGALHÃES José Carlos de (coord.). Solução e
6
13
VISSCHER, Charles De. Teorias y Realidades en Derecho Internacional Público. Barcelona:
Bosch, 1962. p. 115.
14
HUDEC, Robert E. The GATT legal system and world trade diplomacy. New York. Praeger
Publishers, 1975, p. 4; “The postwar design for international trade policy was animated by a single-
minded concern to avoid repeating the disastrous erros of the 1920s and 1930s. Judgment as to the
conduct of economic relations during the interwar period was uniformly harsh. It had been a colossal
failure.”
8
Hudec, por sua vez, acrescenta que o problema da época não consistia
na falta de teoria geral, vez que os discursos de então traziam imbuídos os princípios
liberais para o comércio internacional, porém, inobstante tais discursos, as restrições
de comércio subiram para níveis sem precedentes, sendo que as conferências
internacionais eram frequentemente chamadas a respeito da deterioração do
comércio internacional, sem receber, porém, a devida atenção e acatamento16.
15
NOUR, Soraya Dib Abdul. Sistemas para Solução de Divergências nas Instituições de
Integração e o Mercosul. In MERCADANTE, Araminta de Azevedo, MAGALHÃES José Carlos de
(coord.). Solução e Prevenção de Litígios Internacionais São Paulo: NECIN-CAPES; Porto Alegre:
Livraria do Advogado, 1999. p. 230.
16
HUDEC, Robert E. The GATT legal system and world trade diplomacy. New York: Praeger
Publishers, 1975, p. 4.
17
WILCOX, Clair. A Charter for World Trade, New York. The Macmillan Company, 1949, p. 5-9. 11
“The foundations of economic liberalism were shaken by the First World War. The economy of Europe
was disorganized, productive facilities were destroyed, channels of trade were broken; heavy debts
were incurred. Nationalism and protectionism were stimulated by the revision of boundaries and the
creation of new states (...). Economic and Political uncertainty weakened devotion to principles that
were once unquestioned. Governments assumed increasing responsibility for the direction of
economic life. (...). The gold standard disappeared, currencies were thrown into chaos; exchanges
were subjected to national controls. There was a sharp contraction in the volume of world's trade”.
9
18
The Atlantic Charter, 1941. “They will endeavour, with due respect for its existing obligations, to
further to enjoyment by all States, great or small, victor or vanquished, of access on equal terms, to
the trade and to the raw materials of the world which are needed to their economic prosperity”.
19
League of Nations. Report of 1942, p. 120: “....trade was consistently regarded as a form of
warfare, as a vast game of beggar-my-neighbour, rather than as a cooperative activity from the
extension of which all stood to benefit. The latter was the premise on which the post-war conferences
based their recommendations. A premise accepted by all in theory but repudiated by almost all in
practice. It was repudiated in practice because, as the issue presented itself on one occasion after
another, it seemed only too evident that a Government that did not use its bargaining power would
always come off second-best.
10
20
HUDEC, Robert E. The GATT legal system and world trade diplomacy. New York: Praeger
Publishers, 1975, p. 7.
11
Woods, naquele mesmo ano, que marcou a gênese do que viria a ser, décadas
após, o moderno MSC21.
21
BARRAL, Welber (org.). O Brasil e a OMC .2ed. Curitiba: Juruá Editora, 2002. p. 12-13.
22
AMARAL, Antônio Carlos Rodrigues do (coordenador). Direito do Comércio Internacional –
Aspectos Fundamentais. São Paulo: Aduaneiras, 2004. p. 44-45.
23
NASSER, Rabih Ali. A Liberalização do Comércio Internacional nas Normas do GATT – OMC.
São Paulo: LTr, 1999. p. 24-25.
24
Havana Charter for an International Trade Organization, in United Nations Conference on Trade and
Employment, Interim Commission for an International Trade Organization Final Act and Related
Documents. Lake Success, New York, 1948.
12
25
Havana Charter for an International Trade Organization p.5.
26
NASSER, Rabih Ali. A Liberalização do Comércio Internacional nas Normas do GATT – OMC.
São Paulo. LTr, 1999. p. 26.
27
BARRAL, Welber (org.). O Brasil e a OMC. 2.ed. Curitiba: Juruá Editora, 2002. p. 12.
13
menos ambiciosa, ele foi concebido como um foro de discussões sobre o comércio
internacional, sempre com vistas ao seu incremento28”.
O GATT não era uma mera edição de bolso do ITO. Havia grandes
diferenças legais e estruturais entre as duas organizações, e
algumas importantes diferenças políticas, também. Estas diferenças
não impediram o GATT de assimilar os elementos básicos do
sistema legal da ITO. De fato, em muitos aspectos, peculiaridades do
GATT contribuíram para acentuar as características distintivas do
sistema jurídico30.
28
NASSER, Rabih Ali. A Liberalização do Comércio Internacional nas Normas do GATT – OMC.
São Paulo. LTr, 1999. p. 26.
29
NASSER, Rabih Ali. A Liberalização do Comércio Internacional nas Normas do GATT – OMC.
São Paulo. LTr, 1999. p.27.
30
HUDEC, Robert E. The GATT legal system and world trade diplomacy. New York. Praeger
Publishers, 1975, p 44 – “The ITO Charter was never ratified. The only part of the grand design which
survived was the General Agreement on Tariffs and Trade, a temporary agreement containing most of
the ITO's trade policy rules and a preliminary version of the nullification and impairment clause. GATT
was not a mere pocket edition of the ITO. There were major legal and structural differences between
14
As partes contratantes:
(...)
the two organizations, and some important political differences, as well. These differences did not
prevent GATT from assimilating the basic elements of the ITO legal system. Indeed, in many ways
GATT's peculiarities helped to accentuate the distinctive characteristics of the legal system.”
31
JACKSON, John Howard. The world trade system: Law and policy of international economic
relations. Cambridge. The MIT Press, 1997. p. 43: “During the Kennedy Round period, the GATT
contracting parties adopted an amendment to the GATT general clauses, which is the last such
amendment to date. A protocol to add part IV to GATT, dealing with problems of developing countries,
was approved in 1965 and came into force in 1966.”
15
32
GATT 1947, Part. IV. Disponível em http://www.worldtradelaw.net/uragreements/gatt.pdf . Acesso
em 23/01/2010.
33
JACKSON, John Howard. The world trade system: Law and policy of international economic
relations. Cambridge; The MIT Press, 1997. p.43.” Articles XXXVI, XXXVII and XXXVIII of this part
are primarily expressions of goals and impose few in any concrete obligations. Nevertheless, this
language has been relied on in legal and policy argumentation in GATT, and has had considerable
influence”.
34
PETERSMANN, Ernst-Ulrich. The GATT/WTO dispute settlement system: international law,
international organizations and dispute settlement. London: Kluwer Law International, 1997
(reprint 1998). Pg. 45. “It confirmed once again that legal guarantees of freedom and non-
discrimination cannot remain effective, either at the national or international level, unless they are
placed into a constitutional framework of institutional “checks and balances” and judicial protections of
individual freedoms against protectionist abuses of governmental powers”.
16
35
BARRAL, Welber (org.). O Brasil e a OMC. 2 ed. Curitiba: Juruá Editora, 2002. p. 14-15.
36
World Trade Organization. The Uruguay Round Final Text. Disponível em
http://www.wto.org/english/docs_e/legal_e/04-wto.pdf . Acesso em 07/02/2012. “1. Except as
otherwise provided under this Agreement or the Multilateral Trade Agreements, the WTO shall be
guided by the decisions, procedures and customary practices followed by the CONTRACTING
PARTIES to GATT 1947 and the bodies established in the framework of GATT 1947”.
37
VIRZO, Roberto. A Sucessão entre Organizações Internacionais e a Transformação do GATT em
OMC in DAL RI JÚNIOR, Arno e OLIVEIRA, Odete Maria de (Organizadores) Direito Econômico
Internacional em Expansão – Desafios e Dilemas. Ijuí: Editora UNIJUÍ, 2003. p.191-193.
17
O acordo de 1947, por sua vez, e as práticas dele derivadas (ou seja, o
sistema normativo), restaram mantidos no novo ambiente institucional.
38
Nota do Autor: Situação de transição análoga às frequentemente encontradas nas questões de
direito interno, quando da edição de novas leis em substituição a leis antigas, trazendo em seu bojo
um prazo e um rol de regras para a transição entre ambas.
39
VIRZO, Roberto. A Sucessão entre Organizações Internacionais e a Transformação do GATT em
OMC in DAL RI JÚNIOR, Arno e OLIVEIRA, Odete Maria de (Organizadores) Direito Econômico
Internacional em Expansão – Desafios e Dilemas. Ijuí: Editora UNIJUÍ, 2003. p. 188.
18
40
Brasil. Ata Final que incorpora os resultados das negociações comerciais multilaterais da Rodada
Uruguai. Brasília. Ministério das Relações Exteriores, 1995. p. 8.
41
Brasil. Ata Final que incorpora os resultados das negociações comerciais multilaterais da Rodada
Uruguai. Brasília. Ministério das Relações Exteriores, 1995.p. 8.
42
NASSER, Rabih Ali. A Liberalização do Comércio Internacional nas Normas do GATT – OMC.
São Paulo. LTr, 1999.p. 36-37.
19
Ainda assim, não parece haver conflito entre os pontos de vista dos
autores citados, eis que todos destacam aspectos relativos à autonomia e ao caráter
singular do regramento da OMC, buscando balancear a relação entre Direito,
Comércio e Paz entre os seus Contratantes, pela via do estabelecimento de regras e
tratados comerciais, bem como, pelo seu MSC. Para Lafer “[…] uma das técnicas de
viabilizar a paz, como limite ideal para o qual o Direito tende, é a da solução pacífica
de controvérsias45”, afirmação que remete às várias tentativas de institucionalizar as
relações internacionais de modo pacífico, tal como se buscou com a OIT, ONU etc.
43
SOARES, Guido F.S.. Soluções e Prevenção de Litígios Internacionais: Tipologias e Características
Atuais. In MERCADANTE, Araminta de Azevedo, MAGALHÃES José Carlos de (coord.). Solução e
Prevenção de Litígios Internacionais São Paulo: NECIN-CAPES; Porto Alegre: Livraria do
Advogado, 1999. p. 48-50.
44
LAFER, Celso. A OMC e a regulamentação do comércio internacional: uma visão brasileira
Porto Alegre: Livraria do Advogado, 1998, p. 145.
45
LAFER, Celso. O sistema de solução de controvérsias da Organização Mundial do Comércio.
Série Estudos, n.3 São Paulo: Publicação FIESP/Instituto Roberto Simonsen, 1996. p. 09.
46
BARRAL, Welber (org.). O Brasil e a OMC. 2ª Ed. Curitiba: Juruá Editora, 2002. p. 18.
20
GATT 1994
Acordo sobre agricultura
Acordo sobre aplicação de medidas
Sanitárias e fitossanitárias
Acordo sobre têxteis e vestuário
Acordo sobre barreiras técnicas ao comércio
Acordo sobre medidas de investimento
Relacionadas ao Comércio
Acordo sobre a Implementação do GATT 1994, art. VI
Acordo sobre a Implementação do GATT 1994, art. VII
Acordo sobre Inspeção Pré-Embarque
Acordo sobre Regras de Origem
Acordo sobre Procedimentos para Licenciamento de Importações
Acordo sobre Subsídios e Méd. Compensatórias
Acordo sobre Salvaguardas
21
CONFERÊNCIA MINISTERIAL
ÓRGÃO DE
APELAÇÃO
47
HUDEC, Robert E. Enforcing International Trade Law. The Evolution of the Modern GATT Legal
System. London. Butterworth Legal Publishers, 1993. p. 138 apud PETERSMANN, Ernst-Ulrich. The
GATT/WTO dispute settlement system: international law, international organizations and dispute
settlement. London. Kluwer Law International, 1997 (reprint 1998). p. 90: "The GATT dispute
settlement procedure has been a quite successful international legal institution. The overall success
rate of 88 per cent, or even the 1980's success rate of 81 per cent, means that at least four out of five
valid complaints are being dealt with successfully... The accomplishments to this point, if not unique,
are at least rare in the history of international legal institutions".
48
HUDEC, Robert E. 1993. p. 138 apud PETERSMANN, Ernst-Ulrich. 1997. p. 90.
49
United States International Trade Commission. Review of the Effectiveness of Trade Dispute
Settlement under the GATT and the Tokyo Round Agreements.. US Senate USITC Publication
23
elaborado pela Comissão de Comércio Internacional dos Estados Unidos, que tratou
de entender onde residiam os hiatos de efetividade do GATT 1947. Neste
documento, fezuma análise qualitativa dos frutos do sistema de resolução de
controvérsias do tratado, resumindo as conclusões como adiante:
1793. 1985. p. 73-75. “The "Review of the Effectiveness of Trade Dispute Settlement under the GATT
and the Tokyo Round Agreements" concluded inter alia, that: - "tariffs and quotas have been the most
frequent subject of complaints" and "these cases have generally been resolved satisfactorily under the
existing dispute settlement procedures" (p. IX); - "subsidies have been complained about less often,
but satisfactory resolution of these cases has proven difficult" (p.IX); - "obtaining formal agreement to
establish a panel was generally been achieved within a reasonable time" (p.X); - "report adoption
rarely has been delayed for long periods" (p.X) and "for most panel or working party reports, adopted
since 1948, the average period of time from the date the Article XXIII:2 complaint was filed to the date
of report adoption 10 months" (p.58); "implementation has been fairly prompt in the majority of cases"
(p.XI) and "the average time that has elapsed between the date of the Article XXIII:2 complaint and the
date of implementation of panel recommendations was about 2 years" (p.64).”
50
HUDEC, Robert E. 1993. p. 138 apud PETERSMANN, Ernst-Ulrich. 1997 p. 89-90; The "Review
of the Effectiveness of Trade Dispute Settlement under the GATT and the Tokyo Round
Agreements" concluded inter alia, that: - "tariffs and quotas have been the most frequent subject of
complaints" and "these cases have generally been resolved satisfactorily under the existing dispute
settlement procedures" (p. IX); - "subsidies have been complained about less often, but satisfactory
resolution of these cases has proven difficult" (p. IX); - "obtaining formal agreement to establish a
panel was generally been achieved within a reasonable time" (p. X); - "report adoption rarely has been
delayed for long periods" (p. X) and "for most panel or working party reports, adopted since 1948, the
average period of time from the date the Article XXIII:2 complaint was filed to the date of report
24
E continua:
adoption 10 months" (p.58); "implementation has been fairly prompt in the majority of cases" (p. XI)
and "the average time that has elapsed between the date of the Article XXIII:2 complaint and the date
of implementation of panel recommendations was about 2 years" (p.64).”
51
AMARAL Júnior, Antônio Carlos Rodrigues do (coordenador). Direito do Comércio Internacional
– Aspectos Fundamentais. São Paulo: Aduaneiras, 2004. p. 47.
25
Logo, se por um lado é correto afirmar que o GATT 1947 avançou como
mecanismo de negociação e solução de controvérsias comerciais num formato mais
sofisticado do que os sistemas e acordos ancestrais, por outro, também se sustenta
a afirmação de que padecia de profundas ressalvas pontuais em sua efetividade:
52
AMARAL, Antônio Carlos Rodrigues do. A Organização Mundial do Comércio – OMC e o
Acordo Geral sobre o Comércio de Serviços. In: TÔRRES, Heleno Taveira (Org.) Comércio
Internacional e Tributação. São Paulo: Quartier Latin, 2005. p. 124.
53
BARRAL, Welber (org.). O Brasil e a OMC. 2 ed. Curitiba: Juruá Editora, 2002. p.14.
26
54
VISSCHER, Charles De. Teorias y Realidades en Derecho Internacional Público. Barcelona: Bosch,
1962. p. 117.
55
AMARAL, Antônio Carlos Rodrigues do (coordenador). Direito do Comércio Internacional –
Aspectos Fundamentais. São Paulo: Aduaneiras, 2004. p. 48
27
56
O ESC foi ratificado pelo Brasil com a promulgação do Decreto 1.355, de 30 de dezembro de 1994.
57
BARRAL, Welber (org.). O Brasil e a OMC .2 ed. Curitiba: Juruá Editora, 2002. p. 33-35.
58
BAPTISTA, Luíz Olavo. Sistemas para Solução de Divergências nas Instituições de Integração e o
Mercosul. In MERCADANTE, Araminta de Azevedo, MAGALHÃES José Carlos de (coord.). Solução
e Prevenção de Litígios Internacionais São Paulo: NECIN-CAPES; Porto Alegre: Livraria do
Advogado, 1999. p. 457 -458.
28
59
LAFER, Celso. A OMC e a regulamentação do comércio internacional: uma visão brasileira
Porto Alegre: Livraria do Advogado, 1998 p.30.
60
MARTINS, Eliane M. Octaviano. A sistemática de solução de controvérsias no âmbito da OMC.
In.Revista Jurídica da Presidência. Brasília: Centro de Estudos Jurídicos da Presidência. N. 40,
2002, disponível em http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/revista/Rev_40/artigos/art_Eliane.htm.
Acesso em 04 de março de 2012.
61
LAFER, Celso. A OMC e a regulamentação do comércio internacional: uma visão brasileira
Porto Alegre: Livraria do Advogado, 1998. p 148.
29
62
Sigla para Dispute Settlement Body.
63
World Trade Organization. Agreement Establishing the World Trade Organization. Geneve
Switzerland. Disponível em http://www.wto.org/english/docs_e/legal_e/legal_e.htm#wtoagreement.
Acesso em 08 de março de 2012. Article 3:3 “The WTO shall administer the Understanding on Rules
and Procedures Governing the Settlement of Disputes (hereinafter referred to as the "Dispute
Settlement Understanding" or "DSU") in Annex 2 to this Agreement”.
64
World Trade Organization. Dispute Settlement Understandings. Geneve, Switzerland, disponível
em http://www.wto.org/english/tratop_e/dispu_e/dsu_e.htm .Acesso em 09 de março de 2012.
65
BARRAL, Welber in KLOR Adriana Dreyzin de. et al. Solução de controvérsias: OMC, União
Europeia e Mercosul. Rio de Janeiro: Konrad-Adenauer-Stiftung. 2004, p. 38.
66
Nota do Autor: Os prazos apontados na figura são meramente referenciais eis que, por diferentes
motivos como convenção das partes ou outros fatores externos e/ou particulares da demanda, estes
poderão vir a ser ampliados ou abreviados.
30
67
World Trade Organization. Dispute Settlement Understandings. Geneve, Switzerland, disponível em
http://www.wto.org/english/tratop_e/dispu_e/dsu_e.htm. Acesso em 09 de março de 2012 – Artigo 7:1
“To examine, in the light of the relevant provisions in (name of the covered agreement(s) cited by the
parties to the dispute), the matter referred to the DSB by (name of party) in document ... and to make
such findings as will assist the DSB in making the recommendations or in giving the rulings provided
for in that/those agreement(s).”
68
Nota do Autor: Nesse caso, os terceiros interessados podem ser considerados, por analogia, uma
espécie de amicus curiae na disputa.
33
69
World Trade Organization. Dispute Settlement Understandings. Geneve, Switzerland, disponível em
http://www.wto.org/english/tratop_e/dispu_e/dsu_e.htm. Acesso em 09 de março de 2012 – 16:4.
“Within 60 days after the date of circulation of a panel report to the Members, the report shall be
adopted at a DSB meeting (7) unless a party to the dispute formally notifies the DSB of its decision to
appeal or the DSB decides by consensus not to adopt the report. If a party has notified its decision to
appeal, the report by the panel shall not be considered for adoption by the DSB until after completion
of the appeal. This adoption procedure is without prejudice to the right of Members to express their
views on a panel report.”
34
70
World Trade Organization. Dispute Settlement Understandings. Geneve, Switzerland, disponível em
http://www.wto.org/english/tratop_e/dispu_e/dsu_e.htm. Acesso em 09 de março de 2012 – 21:2
“Particular attention should be paid to matters affecting the interests of developing country Members
with respect to measures which have been subjected to dispute settlement”.
35
particularidades do caso concreto, ou, em caráter excepcional, ser ainda mais longo
caso as partes assim consentirem.
Vale destacar que, seja qual for o meio de definição do prazo para adoção
do Relatório Final, sua contagem retroagirá à data de sua publicação, a qual valerá
como seu termo inicial.
71
World Trade Organization. Dispute Settlement Understandings. Geneve, Switzerland, disponível em
http://www.wto.org/english/tratop_e/dispu_e/dsu_e.htm. Acesso em 09 de março de 2012 – 21:6 “The
DSB shall keep under surveillance the implementation of adopted recommendations or rulings. The
issue of implementation of the recommendations or rulings may be raised at the DSB by any Member
at any time following their adoption. Unless the DSB decides otherwise, the issue of implementation of
the recommendations rulings shall be placed on the agenda of the DSB meeting after six months
following the date of establishment of the reasonable period of time pursuant to paragraph 2 and shall
remain on the DSB’s agenda until the issue is resolved. At least 10 days prior to each such DSB
meeting, the Member concerned shall provide the DSB with a status report in writing of its progress in
the implementation of the recommendations or rulings.”
36
Este contexto dará azo para que a parte vencedora pleiteie à vencida
compensações na proporção dos prejuízos causados por sua política comercial
julgada não conforme com o sistema multilateral de comércio.
72
World Trade Organization. Dispute Settlement Understandings. Geneve, Switzerland, disponível em
http://www.wto.org/english/tratop_e/dispu_e/dsu_e.htm Acesso em 09 de março de 2012 – 22:4 “The
level of the suspension of concessions or other obligations authorized by the DSB shall be equivalent
to the level of the nullification or impairment”.
73
World Trade Organization. Dispute Settlement Understandings. Geneve, Switzerland, disponível em
http://www.wto.org/english/tratop_e/dispu_e/dsu_e.htm. Acesso em 09 de março de 2012 – 22:5 “The
DSB shall not authorize suspension of concessions or other obligations if a covered agreement
prohibits such suspension”.
74
VARELLA, Marcelo Dias. “Efetividade do Órgão de Solução de Controvérsias da Organização
Mundial do Comércio: uma análise sobre os seus primeiros anos de existência e das propostas para
seu aperfeiçoamento” in Revista Brasileira de Política Internacional. Brasília. Instituto Brasileiro de
Relações Internacionais. Vol. 52, número 02, 2009. Disponível em
http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0034-73292009000200001&script=sci_arttext . Acesso em
18/03/2012.
75
LAFER, Celso. A OMC e a regulamentação do comércio internacional: uma visão brasileira
Porto Alegre: Livraria do Advogado, 1998. p.123.
76
BARRAL, Welber (org.). O Brasil e a OMC .2ed. Curitiba: Juruá Editora, 2002. p.14.
38
77
DAVEY, William J. The WTO Dispute Settlement System in Journal of International Economic
Law. Oxford: Oxford University Press, 2005 p. 15. “The success of its dispute settlement system can
ensure rule enforcement, which in turn provides predictability and stability in trade relations. Without
an effective dispute settlement system, negotiating rules for international trade would simply not be a
worthwhile endeavour” (tradução livre do autor).
78
AMARAL, Antônio Carlos Rodrigues do. A Organização Mundial do Comércio – OMC e o Acordo
Geral sobre o Comércio de Serviços. In: TÔRRES, Heleno Taveira (Org.) Comércio Internacional e
Tributação. São Paulo: Quartier Latin, 2005. p. 103.
79
World Trade Organization. Dispute Settlement Understandings. Geneve, Switzerland, disponível em
http://www.wto.org/english/tratop_e/dispu_e/dsu_e.htm Acesso em 09 de março de 2012 – 1:1 “The
rules and procedures of this Understanding shall apply to disputes brought pursuant to the
consultation and dispute settlement provisions of the agreements listed in Appendix 1 to this
Understanding (referred to in this Understanding as the “covered agreements”). The rules and
procedures of this Understanding shall also apply to consultations and the settlement of disputes
between Members concerning their rights and obligations under the provision of the Agreement
Establishing the World Trade Organization (referred to in this Understanding as the “WTO
Agreement”) and of this Understanding taken in isolation or in combination with any other covered
agreement.
39
80
LIRA, Cristián Delpiano. El Mecanismo de Solución de Diferencias de la OMC. Un Elemento de
Seguridad y Previsibilidad em el Sistema Multilateral de Comercio in Revista de Derecho
Universidad Católica del Norte. Buenos Aires: 2011. Ano 18 – número 1 – 2011, p. 223-224.
81
Nota do Autor: a ressalva é a hipótese de não violação, a ser abordada adiante.
82
GATT 1947, Part. I, Article I:1. Disponível em http://www.worldtradelaw.net/uragreements/gatt.pdf.
Acesso em 23/01/2010. “1. With respect to customs duties and charges of any kind imposed on or in
connection with importation or exportation or imposed on the international transfer of payments for
imports or exports, and with respect to the method of levying such duties and charges, and with
respect to all rules and formalities in connection with importation and exportation, and with respect to
all matters referred to in paragraphs 2 and 4 of Article III, any advantage, favour, privilege or immunity
granted by any contracting party to any product originating in or destined for any other country shall be
accorded immediately and unconditionally to the like product originating in or destined for the
territories of all other contracting parties”.
40
83
GATT 1947, Part. I, Articles III:1 e III:2. Disponível em
http://www.worldtradelaw.net/uragreements/gatt.pdf. Acesso em 23/01/2010.: “1. The contracting
parties recognize that internal taxes and other internal charges, and laws, regulations and
requirements affecting the internal sale, offering for sale, purchase, transportation, distribution or use
of products, and internal quantitative regulations requiring the mixture, processing or use of products
in specified amounts or proportions, should not be applied to imported or domestic products so as to
afford protection to domestic production. 2. The products of the territory of any contracting party
imported into the territory of any other contracting party shall not be subject, directly or indirectly, to
internal taxes or other internal charges of any kind in excess of those applied, directly or indirectly, to
like domestic products. Moreover, no contracting party shall otherwise apply internal taxes or other
internal charges to imported or domestic products in a manner contrary to the principles set forth in
paragraph 1”.
84
BARRAL, Welber in KLOR Adriana Dreyzin de. et al. Solução de controvérsias: OMC, União
Europeia e Mercosul. Rio de Janeiro: Konrad-Adenauer-Stiftung. 2004. p.17.
85
BÉLANGER, Michel, Institutions économiques internationals, 5ème edition, Paris, Economica,
1992, p. 107 apud. NASSER, Rabih Ali. A Liberalização do Comércio Internacional nas Normas
do GATT – OMC. LTr, 1999. p. 73-74.
41
86
AMARAL, Antônio Carlos Rodrigues do (coordenador). Direito do Comércio Internacional –
Aspectos Fundamentais. São Paulo: Aduaneiras, 2004. p. 117-118.
87
GATT 1947, Part. I, Articles III:1 e III:2. Disponível em
http://www.worldtradelaw.net/uragreements/gatt.pdf. Acesso em 23/01/2010.: “If any contracting party
should consider that any benefit accruing to it directly or indirectly under this Agreement is being
nullified or impaired or that the attainment of any objective of the Agreement is being impeded as the
result of (a) the failure of another contracting party to carry out its obligations under this Agreement, or
(b) the application by another contracting party of any measure, whether or not it conflicts with the
provisions of this Agreement, or (c) the existence of any other situation”.
88
World Trade Organization. Dispute Settlement Understandings. Geneve, Switzerland, disponível em
http://www.wto.org/english/tratop_e/dispu_e/dsu_e.htm. Acesso em 09 de março de 2012 – 26:1
“Where the provisions of paragraph 1(b) of Article XXIII of GATT 1994 are applicable to a covered
agreement, a panel or the Appellate Body may only make rulings and recommendations where a party
to the dispute considers that any benefit accruing to it directly or indirectly under the relevant covered
agreement is being nullified or impaired or the attainment of any objective of that Agreement is being
impeded as a result of the application by a Member of any measure, whether or not it conflicts with the
provisions of that Agreement. Where and to the extent that such party considers and a panel or the
Appellate Body determines that a case concerns a measure that does not conflict with the provisions
of a covered agreement to which the provisions of paragraph 1(b) of Article XXIII of GATT 1994 are
applicable, the procedures in this Understanding shall apply, subject to the following: (a) the
complaining party shall present a detailed justification in support of any complaint relating to a
measure which does not conflict with the relevant covered agreement; (b) where a measure has been
found to nullify or impair benefits under, or impede the attainment of objectives, of the relevant
42
XXIII:1(b) do GATT 1994, que, inobstante não constituir em violação direta, também
dá ao Membro interessado o direito de recurso ao OSC), ou, ainda, outras situações
que sejam enquadráveis no DSU/ESC.
covered agreement without violation thereof, there is no obligation to withdraw the measure. However,
in such cases, the panel or the Appellate Body shall recommend that the Member concerned make a
mutually satisfactory adjustment”.
89
BARRAL, Welber in KLOR Adriana Dreyzin de. et al. Solução de controvérsias: OMC, União
Europeia e Mercosul. Rio de Janeiro: Konrad-Adenauer-Stiftung. 2004. p. 19.
90
OMC - European Community Oilseeds – “Panel Report, European Economic Community —
Payments and Subsidies Paid to Processors and Producers of Oilseeds and Related Animal-Feed
Proteins, adopted 25 January 1990, BISD 37S/86” – paragraph 144, disponível em
http://www.wto.org/english/tratop_e/dispu_e/disp_settlement_cbt_e/a1s1p1_e.htm. Acesso em
19/03/2012. “The Panel, nothing that there is no explicit rule nor a precedent to guide it in this matter,
considered the issue in the light of the purpose of the provisions of Article XXIII relating to the
impairment of benefits accruing under the General Agreement. The Panel noted that these provisions,
as conceived by the drafters and applied by the CONTRACTING PARTIES, serve mainly to protect
the balance of tariff concessions. The idea underlying them is that the improved competitive
opportunities that can legitimately be expected from a tariff concession can be frustrated not only by
measures proscribed by the General Agreement but also by measures consistent with that Agreement.
In order to encourage contracting parties to make tariff concessions they must therefore be given a
right of redress when a reciprocal concession is impaired by another contracting party as a result of
the application of any measure, whether or not it conflicts with the General Agreement.
43
91
LIRA, Cristián Delpiano. El Mecanismo de Solución de Diferencias de la OMC. Un Elemento de
Seguridad y Previsibilidad em el Sistema Multilateral de Comercio in Revista de Derecho
Universidad Católica del Norte. Buenos Aires: 2011. Ano 18 – número 1 – 2011. p. 229-230.
92
LAWSON, Michael N. A reclamação de não violação no GATT/OMC. Porto Alegre, 2009,
disponível em http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/18273/000728343.pdf?sequence=1,
p. 13-14. Acesso em 25 de julho de 2012.
93
LIRA, Cristián Delpiano. El Mecanismo de Solución de Diferencias de la OMC. Un Elemento de
Seguridad y Previsibilidad em el Sistema Multilateral de Comercio in Revista de Derecho
Universidad Católica del Norte. Buenos Aires: 2011. Ano 18 – número 1 – 2011. p. 228-229. “La
existencia de "otra situación" de conformidad con el artículo XXIII.1 letra c) del GATT fue entendida
originalmente para ser utilizada en situaciones de emergencia económica, tales como crisis
económicas generales, altos niveles de desempleo, colapso de precios de commodities, etc. Cabe
mencionar que en los más de sesenta años de existencia del MSD, nunca un Grupo Especial ha
conocido una diferencia relativa al artículo XXIII.1 letra c). Sin embargo, esta posibilidad se consagró
en el artículo 26.2 del ESD, en el cual hace aplicable la regla del consenso negativo hasta el
momento de las actuaciones en que el informe del Grupo Especial se distribuya entre los miembros,
siendo aplicable a las actuaciones posteriores las normas y procedimientos de solución de diferencias
contenidos en la decisión de 12 de abril de 1989 a la consideración de las recomendaciones y para su
adopción y a la vigilancia y aplicación de dichas resoluciones y recomendaciones. De esta manera, se
establece la característica adicional que los informes deben ser adoptados por consenso positivo,
presentándose como una reminiscencia del procedimiento del GATT (véase entre otros World Trade
Organization (2004) 34; Matsushita, M. — Tchoenbaum, T. — Havroidis, P. (2006): The World Trade
Organization. Law, Practice and Policy, Oxford University Press, p. 122; Palmeter, D. — Lavroidis, P.
(2004): Dispute Settlement in the World Trade Organization. Practice and Procedure, Cambridge
University Press, p. 164)”.
94
BARRAL, Welber in KLOR Adriana Dreyzin de. et al. Solução de controvérsias: OMC, União
Europeia e Mercosul. Rio de Janeiro: Konrad-Adenauer-Stiftung. 2004. p .19.
44
95
GATT 1947, Part. I, Article XXIV:9. Disponível em
http://www.worldtradelaw.net/uragreements/gatt.pdf. Acesso em 23/01/2010.: “The preferences
referred to in paragraph 2 of Article I shall not be affected by the formation of a customs union or of a
free-trade area but may be eliminated or adjusted by means of negotiations with contracting parties
affected. This procedure of negotiations with affected contracting parties shall, in particular, apply to
the elimination of preferences required to conform with the provisions of paragraph 8 (a)(i) and
paragraph 8 (b).”
96
AMARAL Júnior, Alberto do. A solução de controvérsias na OMC. São Paulo: Editora Atlas, 2008.
p. 246.
45
E conclui:
Logo, correto afirmar que, do ponto de vista formal, não existe um conflito
de jurisdição entre o MSC da OMC e os Acordos Regionais, sendo que aquele trata
97
KRAJEWSKI, M, The Dispute Settlement “Chill Factor” and Conflicts of Jurisdiction - Dispute
Settlement in MEAs and in the WTO, in SCHALATEK, Liane, T.H.B.F. (Ed.), Trade and Environment,
The WTO, and MEAs - Facets of a Complex Relationship. (39-56). Washington D.C.: Heinrich Böll
Foundation, p. 96. 2001. “where the issue at stake could be subject of both mechanisms and when
submitting this issue to one mechanism reduces the effectiveness of the other mechanism”.
98
AMARAL Júnior, Alberto do. A solução de controvérsias na OMC. São Paulo: Editora Atlas, 2008.
p. 244-246.
99
MARCEAU, Gabrielle. Conflicts of Norms and Conflicts of Jurisdictions - The Relationship between
the WTO Agreement and MEAs and other Treaties in Journal of World Trade 35 (6). Haia: Kluwer
Law International, 2001. p. 1117.
46
Logo, parece ser muito razoável afirmar que, tanto sob a perspectiva de
seu alcance jurisdicional como da sua receptividade, o MSC é uma porta larga, tão
larga que, apesar do tão alardeado “adensamento da juridicidade” que inaugurou,
não parece ter sido formatado para ser refratário às pressões políticas e
100
JACKSON, John Howard. The world trade system: Law and policy of international economic
relations. Cambridge: The MIT Press, 1997. p. 9. – Tradução livre do original ““Thus it was surprising
and revealing when some years ago during detailed conversation about trade policy with a highly
ranked trade official of an European country, this official blandly stated, “Oh, we can always find
´injury´ whenever we need to for political purposes. This comment about the ease with which detailed
legal criteria can be overcome for political purposes typifies a larger dilemma of implementing
international trade policy in major market-oriented countries today: the tension that is created when
legal rules, designed to bring to the subject a measure of predictability and stability, are juxtaposed
with the intense human needs of government to make “exceptions” to solve short term or ad hoc
problems”.
47
101
BARRAL, Welber in KLOR Adriana Dreyzin de. et al. Solução de controvérsias: OMC, União
Europeia e Mercosul. Rio de Janeiro: Konrad-Adenauer-Stiftung. 2004. p. 60.
102
KELSEN, Hans. Teoria pura do direito Tradução de João Baptista Machado. 6 ed. - São Paulo.
Martins Fontes, 1998. Título original Reine Rechtslehre p. 76-77.
48
103
World Trade Organization. Dispute Settlement Understandings. Geneve, Switzerland, disponível
em http://www.wto.org/english/tratop_e/dispu_e/dsu_e.htm. Acesso em 09 de março de 2012 – 22:1
– Tradução livre do original “Compensation and the suspension of concessions or other obligations
are temporary measures available in the event that the recommendations and rulings are not
implemented within a reasonable period of time. However, neither compensation nor the suspension
of concessions or other obligations is preferred to full implementation of a recommendation to bring a
measure into conformity with the covered agreements. Compensation is voluntary and, if granted,
shall be consistent with the covered agreements.”
104
World Trade Organization. Dispute Settlement Understandings. Geneve, Switzerland, disponível
em http://www.wto.org/english/tratop_e/dispu_e/dsu_e.htm. Acesso em 09 de março de 2012 – 22:1 –
Tradução livre do original “Compensation and the suspension of concessions or other obligations are
temporary measures available in the event that the recommendations and rulings are not implemented
within a reasonable period of time. However, neither compensation nor the suspension of concessions
or other obligations is preferred to full implementation of a recommendation to bring a measure into
conformity with the covered agreements. Compensation is voluntary and, if granted, shall be
consistent with the covered agreements.”
105
Nota do Autor: ou “sanctions”, no texto original.
49
106
AMARAL Júnior, Alberto do. A solução de controvérsias na OMC. São Paulo: Editora Atlas,
2008. p. 112-113.
107
LIRA, Cristián Delpiano. El Mecanismo de Solución de Diferencias de la OMC. Un Elemento de
Seguridad y Previsibilidad en el Sistema Multilateral de Comercio in Revista de Derecho
Universidad Católica del Norte. Buenos Aires: 2011. Ano 18 – número 1 – 2011. p. 235.
108
World Trade Organization. Dispute Settlement Understandings. Geneve, Switzerland, disponível
em http://www.wto.org/english/tratop_e/dispu_e/dsu_e.htm. Acesso em 09 de março de 2012 – Article
3:7 “(..) Before bringing a case, a Member shall exercise its judgment as to whether action under these
procedures would be fruitful. The aim of the dispute settlement mechanism is to secure a positive
solution to a dispute. A solution mutually acceptable to the parties to a dispute and consistent with the
covered agreements is clearly to be preferred. In the absence of a mutually agreed solution, the first
objective of the dispute settlement mechanism is usually to secure the withdrawal of the measures
concerned if these are found to be inconsistent with the provisions of any of the covered agreements.
The provision of compensation should be resorted to only if the immediate withdrawal of the measure
is impracticable and as a temporary measure pending the withdrawal of the measure which is
inconsistent with a covered agreement. The last resort which this Understanding provides to the
Member invoking the dispute settlement procedures is the possibility of suspending the application of
concessions or other obligations under the covered agreements on a discriminatory basis vis-à-vis the
other Member, subject to authorization by the DSB of such measures.”
50
109
GRANÉ, Patrício. Remedies under WTO Law in Journal of International Economic Law. Oxford:
Oxford University Press, 2001 nº 4. p. 760-763.
110
GRANÉ, Patrício. Remedies under WTO Law in Journal of International Economic Law. Oxford:
Oxford University Press, 2001. p. 762. Tradução livre do original: “Whereas in general international
law compensation is the most widely used form of reparation, in WTO it is a rare animal”
111
GRANÉ, Patrício. Remedies under WTO Law in Journal of International Economic Law. Oxford:
Oxford University Press, 2001. p. 762.
51
112
BROWNLIE, Ian. System of the Law of Nations-State Responsibility, Part I Oxford. Clarendon
Press 1983. p. 210-222.
113
GRANÉ, Patrício. Remedies under WTO Law in Journal of International Economic Law. Oxford:
Oxford University Press, 2001 p. 763.
114
“Purchase of impunity”, do original.
115
GRANÉ, Patrício. Remedies under WTO Law in Journal of International Economic Law. Oxford:
Oxford University Press, 2001. p. 762. “It could be argued that members sought to avoid the
"purchase of impunity" through compensation by limiting its application as a temporal measure. To
have done otherwise would have meant creating a system where members with sufficient financial
resources would have been able to maintain inconsistent measures indefinitely, thus putting less
resourceful members in disadvantage”.
116
MAVROIDIS, Petros C. Remedies in the WTO Legal System: Between a Rock and a Hard Place in
European Journal of International Law Vol.11. No. 4. Disponível em
http://www.ejil.org/pdfs/11/4/554.pdf . Acesso em 23/03/2012. p. 800.
52
117
VARELLA, Marcelo Dias. Efetividade do Órgão de Solução de Controvérsias da Organização
Mundial do Comércio: uma análise sobre os seus primeiros anos de existência e das propostas para
seu aperfeiçoamento in Revista Brasileira de Política Internacional. Brasília: Instituto Brasileiro de
Relações Internacionais. Vol. 52, número 02, 2009. Disponível em
http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0034-73292009000200001&script=sci_arttext . Acesso em
18/03/2012. p. 14.
53
Amaral Junior 118 bem pontua o favorecimento que o sistema dá aos países
desenvolvidos, por força de que:
118
AMARAL Júnior, Alberto do. A solução de controvérsias na OMC. São Paulo: Editora Atlas,
2008. p.115.
119
World Trade Organization. Dispute Settlement Understandings. Geneve, Switzerland, disponível
em http://www.wto.org/english/tratop_e/dispu_e/dsu_e.htm. Acesso em 09 de março de 2012 –
Article 22:4 “The level of the suspension of concessions or other obligations authorized by the DSB
shall be equivalent to the level of the nullification or impairment”.
54
Mas não são apenas ressalvas estruturais que atingem o MSC. Barral122
questiona a efetividade do mecanismo durante a fase de implementação dos
Relatórios, partindo do argumento de que o avanço para um sistema regido por
normas (rule-oriented) é evidente na etapa dos painéis e apelação, todavia, não se
mostra tão presente na fase “de execução”, a qual carece de um grau mais
sofisticado de legalismo. Disso resulta um cenário em que a efetividade do MSC
pode ser negativamente afetada.
120
BARRAL, Welber in KLOR Adriana Dreyzin de. et al. Solução de controvérsias: OMC, União
Europeia e Mercosul. Rio de Janeiro: Konrad-Adenauer-Stiftung. 2004. p. 22.
121
DAVEY, William J. The WTO Dispute Settlement System in Journal of International Economic
Law. Oxford: Oxford University Press. p. 16-18.
122
BARRAL, Welber in KLOR Adriana Dreyzin de. et al. Solução de controvérsias: OMC, União
Europeia e Mercosul. Rio de Janeiro: Konrad-Adenauer-Stiftung. 2004. p. 44-46.
55
cujo poder econômico para forçar uma potência a cumprir uma decisão do OSC
pode ser absolutamente negligenciado.
CAPÍTULO 2
O DIÁLOGO ENTRE NORMAS E ELEMENTOS DE PODER NO MSC
DO GATT/OMC
Para inaugurar o debate, vale a lição de Leben ao abordar o contexto das
sanções no direito internacional: “A aplicação das sanções não é atividade corrente
nas organizações internacionais: a mediação, a conciliação e o jogo sutil das
pressões desempenham função infinitamente mais destacada que o exercício do
poder coativo” 123.
123
LEBEN, Charles. Les sanctions privatives de droits ou de qualité dans les organisations
internationals spécialisées. Bruxelles. E. Bruylant, 1979 apud AMARAL Júnior, Alberto do. A solução
de controvérsias na OMC. São Paulo. Editora Atlas, 2008. p. 111.
124
LUPI, André Lipp Pinto Basto. “Os métodos no direito internacional”. São Paulo. Lex Editora,
2007.p.. 141.
125
LUPI, André Lipp Pinto Basto. Os métodos no direito internacional. São Paulo: Lex Editora,
2007. p. 141.
126
LUPI, André Lipp Pinto Basto. “Os métodos no direito internacional”. São Paulo. Lex Editora,
2007.p. 141.
58
127
MORGENTHAU. Hans J. Positivism, Functionalism and International Law. The American Journal
of International Law. New York: Vol 34. No. 2. 1940. p. 260-284.
59
128
LUPI, André Lipp Pinto Basto. Os métodos no direito internacional. São Paulo: Lex Editora,
2007. p. 132-133.
129
LUPI, André Lipp Pinto Basto. Os métodos no direito internacional. São Paulo: Lex Editora,
2007. p. 133.
130
BARRAL, Welber in KLOR Adriana Dreyzin de. et al. Solução de controvérsias: OMC, União
Europeia e Mercosul. Rio de Janeiro: Konrad-Adenauer-Stiftung. 2004. p. 60.
60
131
A expressão “barganha faustiana” é de SUTHERLAND, Peter D. Avoiding stalemate in the Doha
Round negotiations. The Tacitus Lecture. London, Cordell Hull Institute, 15 April 2003. Disponível
em: http://www.cordellhullinstitute.org/policy/sutherland.pdf . Acesso em 12 mar. 2012, p. 06.
132
DWORKIN, Ronald. O Império do Direito São Paulo: Martins Fontes, 1999. p. 8-9.
61
Vale então provocar uma reflexão sobre ambas as teorias perante o Direito
Internacional Público, abordando-as numa análise dialética.
133
BOBBIO, Norberto. O Positivismo Jurídico: Lições de filosofia do direito. São Paulo: Ed.
Ícone, 2006. p. 131-134.
62
134
BOBBIO, Norberto. O Positivismo Jurídico: Lições de filosofia do direito. São Paulo: Ed.
Ícone, 2006. p. 135-138.
135
LUPI, André Lipp Pinto Basto. Os métodos no direito internacional. São Paulo: Lex Editora,
2007. p. 122-123.
63
Porém, esta lógica ainda não teria tratado das questões de declarações
do Estado (necessariamente eivadas de opinio juris, mas não menos relevantes no
plano do direito internacional) e do equilíbrio de poder, tão evidente no direito
internacional que, muito apropriadamente lembra se tratar de “um recurso corrente
entre os teóricos das relações internacionais para explicar as condições de
136
LUPI, André Lipp Pinto Basto. Os métodos no direito internacional. São Paulo: Lex Editora,
2007.p.124.
137
Vide LUPI, André Lipp Pinto Basto. Os métodos no direito internacional. São Paulo: Lex
Editora, 2007.p.125, citando CASSESE: “Para uma regra se enraizar no intercurso internacional é
suficiente que uma maioria dos Estados se envolva numa prática consistente correspondente à regra
e esteja ciente de sua necessidade imperativa” CASSESE, Antonio. International Law. Oxford:
Oxford, 2001. p. 123. No original: “For a rule to take root in international dealings it is sufficient for a
majority of States to engage in consistent practice corresponding with the rule and to be aware of its
imperative need.”
138
LUPI, André Lipp Pinto Basto. Os métodos no direito internacional. São Paulo: Lex Editora,
2007.p.125-126.
64
139
LUPI, André Lipp Pinto Basto. Os métodos no direito internacional. São Paulo: Lex Editora,
2007.p. 128.
140
BOBBIO, Norberto. O Positivismo Jurídico: Lições de filosofia do direito. São Paulo: Ed.
Ícone, 2006. p. 143.
141
KELSEN, Hans. Teoria pura do direito. Tradução de João Baptista Machado. 6 ed. - São Paulo.
Martins Fontes, 1998. Título original Reine Rechtslehre p.152.
65
E, complementa adiante142:
142
KELSEN, Hans. Teoria pura do direito. Tradução de João Baptista Machado. 6 ed. - São Paulo.
Martins Fontes, 1998. Título original Reine Rechtslehre p. 152
143
BOBBIO, Norberto. O Positivismo Jurídico: Lições de filosofia do direito. São Paulo: Ed.
Ícone, 2006. p. 142-143.
66
levando a concluir que, para um realista, o direito é aquilo que, como tal, se
apresenta no contexto da comunidade humana, ou seja, o direito é o que é – um fato
social que não está sujeito a empirismos, eis que se trata de algo prático e
observável, ou ainda como prefere o Mestre Italiano: “A doutrina desta corrente [...]
pode ser resumida da seguinte maneira: é o direito o conjunto de regras que são
efetivamente seguidas numa determinada sociedade144.”
144
BOBBIO, Norberto. O Positivismo Jurídico: Lições de filosofia do direito. São Paulo: Ed.
Ícone, 2006. p. 142.
145
LUPI, André Lipp Pinto Basto. Os métodos no direito internacional. São Paulo: Lex Editora,
2007. p. 131 e132.
67
Ainda sobre o requisito da validade, Lupi reforça que esta não constitui
elemento suficiente para delimitar o diferencial do realismo em relação ao
positivismo, fazendo constar que este mesmo diferencial se complementa pela
consideração da sanção na teoria, como adiante:
146
LUPI, André Lipp Pinto Basto. Os métodos no direito internacional. São Paulo: Lex Editora,
2007. p. 131.
147
LUPI, André Lipp Pinto Basto. Os métodos no direito internacional. São Paulo: Lex Editora,
2007. p. 132. (Negrito não presente no original.)
148
LUPI, André Lipp Pinto Basto. Os métodos no direito internacional. São Paulo: Lex Editora,
2007.p 131.
68
149
KOSKENNIEMI, Martti. The Politics of International Law in European Journal of International
Law 1990. Vol.1. No.1. Disponível em
http://www.ejil.org/article.php?article=1144&issue=71#download_acrobat_reader. Acesso em
02/08/2012. p. 8. Tradução livre do original: “According to the requirement of normativity, law should
be applied regardless of the political preferences of legal subjects. In particular, it should be applicable
even against a state which opposes its application to itself. As international lawyers have had the
occasion to point out, legal rules whose content or application depends on the will of the legal subject
for whom they are valid are not proper legal rules at all but apologies for the legal subject's political
interest”
69
150
MORGENTHAU. Hans J. Positivism, Functionalism and International Law. The American Journal
of International Law. New York: Vol 34. No. 2. 1940. p. 265.Tradução livre do original: “The failure of
the post-World-War science of international law is not due to personal or accidental circumstances; it
grows out of the very assumptions and methods which have led juridic positivism to defeat in the
domestic field. Yet, in the international field the disastrous consequences of the genuine weakness of
the positivist doctrine are doubled by the absence of the conditions which in the domestic domain
made juridic positivism at least a temporary and apparent success”.
151
Absence of the conditions, do original transcrito.
152
MORGENTHAU. Hans J. Positivism, Functionalism and International Law. The American Journal
of International Law. New York: Vol 34. No. 2. 1940. p. 265.
70
153
Tradução livre do original “This criterion for the validity of legal rules means, if transferred to the
international field, that the only valid rules of international law are those which are revealed by the
decisions of courts and international treaties duly ratified and not formally revoked. Yet this concept is
at once confronted with two problems for which the positivist doctrine of international law has no
solution. On the one hand, all rules embodied in written documents are not valid international law, and,
on the other hand, there are valid rules of international law other than the rules embodied in written
documents. The positivist formula as applied to international law is at once too narrow and too broad”.
154
MORGENTHAU. Hans J. Politics Among Nations. New York. Knopf - capítulos 1 e 2. 1948.
71
155
VISSCHER, Charles De. Teorías y Realidades en Derecho Internacional Público. Barcelona:
Bosch, 1962. p. 17.
156
BOBBIO, Norberto. O Positivismo Jurídico: Lições de filosofia do direito. São Paulo: Ed. Ícone,
2006. p.143.
73
157
LUPI, André Lipp Pinto Basto. Os métodos no direito internacional. São Paulo: Lex Editora,
2007. p.141.
158
LUPI acrescenta que “O caráter apologético do realismo explica sua rejeição pelas abordagens
terceiro-mundistas do Direito Internacional. Estas, porém, adotam uma posição paradoxal, que
valorizam a regulação jurídica, como proteção dos interesses dos mais fracos, embora critiquem as
regras existentes, porque incorporam os interesses dos mais poderosos. Cf. ANGHIE, Antony;
CHIMNI, B.S. Third World Approaches to International Law and Individual Responsibility in Internal
Conflict. In: SLAUGHTER, Anne-Marie; RATNER, Steven R.; SLAUGHTER, Anne-Marie (ed.). The
Methods of International Law. Studies in Transnational Legal Policy, n. 36. Washington: American
Society of International Law, 2004. p. 185-210”.
74
159
KELSEN, Hans. Teoria pura do direito Tradução de João Baptista Machado. 6 ed. - São Paulo :
Martins Fontes, 1998. Título original Reine Rechtslehre. p.151.
75
direito interno, seja por coação política, em última análise, ambas acabam chegando
a resultados similares, pela consideração do costume como elemento relevante para
o Direito Internacional.
160
LUPI, André Lipp Pinto Basto. Os métodos no direito internacional. São Paulo: Lex Editora,
2007. p. 136.
76
É muito razoável afirmar que nenhum dos três eventos citados demanda
profundas investigações para evidenciar que há elementos robustos muito além da
norma no plano do Direito Internacional e, como bem apresenta Watson 162 “um
sistema jurídico não pode substituir o sistema político sobre o qual se baseia”, o que
se coaduna com a assertiva de Morgenthau, antes apresentada, sobre a constante
sujeição à mudança que deve ser assumida no estudo do Direito Internacional sob o
prisma realista.
161
LUPI, André Lipp Pinto Basto. Os métodos no direito internacional. São Paulo: Lex Editora,
2007. p. 133.
162
WATSON, J. S. A realistic jurisprudence of International Law. In The Year Book of World Affairs,
n. 30, p. 271, 1980 – do original “a legal system cannot displace the political system on which it is
based.”
77
Todavia, não se pode ignorar que a norma faz parte desta dinâmica, e,
ainda que de forma relativa, a mesma dinâmica que altera cenários constantemente
pode reduzir ou majorar seu papel neste contexto, merecendo ser considerada, sob
pena de anarquizar o regramento jurídico entre os Estados.
163
KOSKENNIEMI, Martti. The Politics of International Law in European Journal of International
Law 1990. Vol.1. No.1. Disponível em
http://www.ejil.org/article.php?article=1144&issue=71#download_acrobat_reader. Acesso em
02/08/2012. p. 31. Tradução livre do original: “Any legal rule, principle or world order project will only
seem acceptable when stated in an abstract and formal fashion. When it is applied, it will have
overruled some interpretation, some collective experience and appear apologist”.
164
VISSCHER, Charles De. Teorias y Realidades en Derecho Internacional Público. Barcelona:
Bosch, 1962. p. 109.
78
165
VISSCHER, Charles De. Teorias y Realidades en Derecho Internacional Público. Barcelona:
Bosch, 1962. p. 143.
79
166
Nota do Autor: “Passárgada” é nome emprestado pelo Autor, que indicava uma antiga cidade da
Pérsia, situada na região na qual hoje é a República Islâmica do Irã. No Brasil também é reconhecida
por um poema de Manuel Bandeira intitulado “Vou-me embora para Passárgada”.
167
Nota do Autor: “Argos” é nome emprestado pelo Autor, proveniente da mitologia grega, na qual
designava uma cidade.
168
Nota do Autor: “Asgard” é nome emprestado pelo Autor, proveniente da mitologia nórdica,
significando, na cultura viking, a terra dos deuses.
80
169
Nota do Autor “Atlântida” é nome emprestado pelo Autor, proveniente da obra de Platão, que a
descreveu como uma mítica potência militar.
170
GATT/OMC – disponível em http://www.mdic.gov.br/arquivo/secex/omc/acordos/gatt47port.pdf.
Acesso em 01 de maio de 2012.
81
171
JACKSON, John Howard. The world trade system: Law and policy of international economic
relations. Cambridge: The MIT Press, 1997. p. 9.
86
Ora, difícil não notar que os quatro elementos descritos tem estreita
ligação com os “elementos de poder” de Morgenthau acima mencionados, bem
como, o quão mutável é o caráter de tais elementos que, na hipótese em análise,
transitaram de forma paradoxal em dados momentos, mostrando-se ora como ajuda
humanitária e ora como pressão econômica, perpetrados pelo mesmo agente.
Uma assunção normativista poderia sustentar que sim, eis que o sistema
GATT/OMC se comportou dentro de suas expectativas, tanto em seus aspectos
intrínsecos e operacionais, como nos seus fatores extrínsecos representados pela
vinculação e sujeição demonstrada pelos atores envolvidos. Tomaria ainda como
exemplo de validade da norma, o fato de que o OSC assegurou ao governo de
Passárgada o direito de sobretaxar produtos importados e proteger sua indústria
nascente, o que foi respeitado por Asgard.
norma como meio para atingir seu fim, o qual se concretizou pela eliminação do risco
representado pela conversão de um fornecedor de matéria-prima em um concorrente
com um diferencial competitivo significativo.
172
BAPTISTA, Luíz Olavo. Sistemas para Solução de Divergências nas Instituições de Integração e o
Mercosul. In MERCADANTE, Araminta de Azevedo, MAGALHÃES José Carlos de (coord.). Solução
e Prevenção de Litígios Internacionais. São Paulo: NECIN-CAPES; Porto Alegre: Livraria do
Advogado, 1999. p. 458.
91
173
BAPTISTA, Luíz Olavo. Sistemas para Solução de Divergências nas Instituições de Integração e o
Mercosul. In MERCADANTE, Araminta de Azevedo, MAGALHÃES José Carlos de (coord.). Solução
e Prevenção de Litígios Internacionais. São Paulo: NECIN-CAPES; Porto Alegre: Livraria do
Advogado, 1999. p. 459.
174
BARRAL, Welber in KLOR Adriana Dreyzin de. et al. Solução de controvérsias: OMC, União
Europeia e Mercosul. Rio de Janeiro: Konrad-Adenauer-Stiftung. 2004. p.61.
92
CAPÍTULO 3
A admoestação que inaugura este capítulo, faz coro com muitas das
abordagens apresentadas nos capítulos anteriores que, sob diferentes perspectivas,
sustentam a existência e a necessidade de tratamento de certas não conformidades
no MSC do GATT/OMC, sobretudo aquelas com o efeito de neutralizar os benefícios
direcionados para países subdesenvolvidos.
Mas, por outro lado, parece haver uma cizânia entre este ponto de vista e
o daqueles que entendem que o sistema vem entregando exatamente os resultados
para os quais foi concebido, ou, para aquilo que se espera dele, consistindo numa
crítica cética destas alegadas não conformidades como, tomando, por exemplo, a
opinião que denomina como “retóricas” as disposições do GATT/OMC e do MSC que
preveem tratamento diferenciado para os países em desenvolvimento176.
175
LAFER, Celso. Mudam-se os Tempos: Diplomacia Brasileira 2001/2002. Brasília. FUNAG/IPRI,
2002. p. 241.
176
BARRAL, Welber in KLOR Adriana Dreyzin de. et al. Solução de controvérsias: OMC, União
Europeia e Mercosul. Rio de Janeiro: Konrad-Adenauer-Stiftung. 2004. p.61.
93
Dito isto, vale constar que o objeto de interesse neste último capítulo
consiste na observação da aplicação das sanções e seus efeitos, assim como
também, na observação das propostas de aperfeiçoamento do sistema, eis que a
177
CHARNOVITZ, Steve. Rethinking WTO Trade Sanctions. The American Journal of International
Law. New York: Vol 95. No. 4. Oct. 2001. p. 809. Tradução livre do autor, do original “After only a few
episodes, it is too soon to judge the efficacy of WTO trade sanctions in inducing compliance.”
178
LAMY, Pascal. US-EU: The Biggest Trading Elephants in the Jungle – But Will they Behave?
Discurso para o Economic Strategy Institute (junho 7, 2001), disponível em
http://trade.ec.europa.eu/doclib/docs/2004/october/tradoc_119421.pdf. Acesso em 01 de junho de
2012. Tradução livre do original: “It would be good to think that we could find a way of ensuring WTO
conformity without getting into the business of distorting trade flows which stems from sanctions. That
said, the current system is all we have to enforce compliance, and I certainly cannot and will not tell
you today that we renounce the instrument in the absence of better ideas”.
94
boa ciência recomenda que o objeto de um estudo seja investigado não apenas
isoladamente, mas sim, também considerando seu contexto e suas relações de
causas e efeitos, o que se buscará adiante.
179
Nota do Autor: “ricardiana” como termo alusivo ao economista inglês David Ricardo (1772-1823).
180
STEWART, Barnaby W.V. Polishing the Jewel in the Crown: A Timely Review of the WTO Dispute
Settlement Understanding. Auckland University Law Review. Auckland. Vol 25. 2000-2003. p. 45-
46. Tradução livre do original “The theory maintains that international trade must increase the wealth
of all participating nations, regardless of their natural and human resources. Thus, international trade
is a positive-sum game. The theory has come to be (almost) universally accepted by economists. The
difficulty is that, if one nation imposes protectionist measures, it may sometimes appropriate for itself
the benefits which should accrue to its trading partners. If other trading nations follow suit, these
benefits are lost. International trade becomes a zero-sum game. The members of the WTO have
sought to prevent this phenomenon by voluntarily agreeing to restrict the protectionist measures which
they, in their sovereign capacities, may impose.”
95
181
RICARDO, David. The principles of political economy and taxation. In The works of David
Ricardo. Londres: J. Murray, 1871. p. 75-76. Tradução livre do original: “Under a system of perfect
free commerce, each country naturally devotes its capital and labour to such employments as are
most beneficial to each. This pursuit of individual advantage is admittedly connected with the universal
good of the whole. By stimulating industry, by rewarding ingenuity, and by using most efficaciously the
peculiar powers bestowed by nature, it distributes labour most effectively and most economically:
while, be increasing the general mass of productions, it diffuses general benefit, and binds together;
by one community of interest and intercourse, the universal society of nations throughout the civilized
world. It is this principle which determines that wine shall be made in France and Portugal that corn
shall be grown in America and Poland, and that hardware and other goods shall be manufactured in
England.”
182
GOLDRATT, Elyahu M. & COX, Jeff. A meta. 17ª Ed. São Paulo: Educator, 1994.
96
183
World Trade Organization. Dispute Settlement Understandings. Geneve, Switzerland, disponível
em http://www.wto.org/english/tratop_e/dispu_e/dsu_e.htm. Acesso em 09 de março de 2012. Article
XXII:1 “1. Compensation and the suspension of concessions or other obligations are temporary
measures available in the event that the recommendations and rulings are not implemented within a
reasonable period of time. However, neither compensation nor the suspension of concessions or other
obligations is preferred to full implementation of a recommendation to bring a measure into conformity
with the covered agreements. Compensation is voluntary and, if granted, shall be consistent with the
covered agreements”.
97
184
BAPTISTA, Luíz Olavo. Sistemas para Solução de Divergências nas Instituições de Integração e o
Mercosul. In MERCADANTE, Araminta de Azevedo, MAGALHÃES José Carlos de (coord.). Solução
e Prevenção de Litígios Internacionais. São Paulo: NECIN-CAPES; Porto Alegre: Livraria do
Advogado, 1999. p. 459.
185
CHARNOVITZ, Steve. Rethinking WTO Trade Sanctions. The American Journal of International
Law. New York: Vol 95. No. 4. Oct. 2001. p. 808. Tradução livre do original “Determining whether a
trade sanction is effective requires specifications of its objectives. In international trade policy,
however, motives are often mixed. The important tension between inducing compliance and
rebalancing has already been noted. Other objectives can include satisfying a domestic interest group
and giving credence to future threats of sanctions. The initial question to consider is whether WTO
trade sanctions succeed in including compliance.”
186
CHARNOVITZ, Steve. Rethinking WTO Trade Sanctions. The American Journal of International
Law. New York: Vol 95. No. 4. Oct. 2001. p. 809, do original “Looking only at the connection between
sanctions and compliance may also be too narrow. Although the DSU points to the goal of
"compliance", its title reflects the sometimes competing objetive of "settlement of disputes". Moreover,
the settlement objective is endorsed in the DSU in a variety of ways”.
98
187
As informações foram retiradas da íntegra da disputa Bananas III disponível no sítio da OMC, no
endereço http://www.wto.org/english/tratop_e/dispu_e/cases_e/ds27_e.htm.Acesso em 20 de junho
de 2012.
188
As informações foram retiradas da íntegra da disputa Bananas disponível no sítio da OMC, no
endereço http://www.wto.org/english/tratop_e/dispu_e/disp_settlement_cbt_e/a1s1p1_e.htm. Acesso
em 20 de junho de 2012.
189
As informações foram retiradas da íntegra da disputa Bananas II disponível no endereço
http://www.worldtradelaw.net/reports/gattpanels/eecbananasii.pdf. Acesso em 20 de junho de 2012.
190
Nota do Autor: Uma das companhias americanas mais conhecidas nesta atividade é a “Chiquita
Bananas”, fundada em 1870, então sob o nome de Boston Fruit Company.
99
191
No caso: Barbados, Belize, Congo, Costa do Marfim, Fiji, Guiana, Jamaica, Madagascar, Malaui,
Maurício, São Cristóvão e Névis, Suazilândia, Suriname, Tanzânia, Trinidade e Tobago, Zâmbia e
Zimbábue.
100
192
World Trade Organization. Dispute Settlement Understandings. Geneve, Switzerland, disponível
em http://www.wto.org/english/tratop_e/dispu_e/dsu_e.htm. Acesso em 09 de junho de 2012. Article
XXII:5 “Where there is disagreement as to the existence or consistency with a covered agreement of
measures taken to comply with the recommendations and rulings such dispute shall be decided
through recourse to these dispute settlement procedures, including wherever possible resort to the
original panel. The panel shall circulate its report within 90 days after the date of referral of the matter
to it. When the panel considers that it cannot provide its report within this time frame, it shall inform the
DSB in writing of the reasons for the delay together with an estimate of the period within which it will
submit its report”.
193
World Trade Organization. Dispute Settlement Understandings. Geneve, Switzerland, disponível
em http://www.wto.org/english/tratop_e/dispu_e/dsu_e.htm. Acesso em 09 de junho de 2012. Article
101
XXII:2 “If the Member concerned fails to bring the measure found to be inconsistent with a covered
agreement into compliance therewith or otherwise comply with the recommendations and rulings
within the reasonable period of time determined pursuant to paragraph 3 of Article 21, such Member
shall, if so requested, and no later than the expiry of the reasonable period of time, enter into
negotiations with any party having invoked the dispute settlement procedures, with a view to
developing mutually acceptable compensation. If no satisfactory compensation has been agreed
within 20 days after the date of expiry of the reasonable period of time, any party having invoked the
dispute settlement procedures may request authorization from the DSB to suspend the application to
the Member concerned of concessions or other obligations under the covered agreements”.
194
World Trade Organization. Dispute Settlement Understandings. Geneve, Switzerland, disponível
em http://www.wto.org/english/tratop_e/dispu_e/dsu_e.htm. Acesso em 09 de junho de 2012. Article
XXII:6 “When the situation described in paragraph 2 occurs, the DSB, upon request, shall grant
authorization to suspend concessions or other obligations within 30 days of the expiry of the
reasonable period of time unless the DSB decides by consensus to reject the request. However, if the
Member concerned objects to the level of suspension proposed, or claims that the principles and
procedures set forth in paragraph 3 have not been followed where a complaining party has requested
authorization to suspend concessions or other obligations pursuant to paragraph 3(b) or (c), the matter
shall be referred to arbitration. Such arbitration shall be carried out by the original panel, if members
are available, or by an arbitrator appointed by the Director-General and shall be completed within 60
days after the date of expiry of the reasonable period of time. Concessions or other obligations shall
not be suspended during the course of the arbitration”.
195
World Trade Organization. Dispute Settlement Understandings. Geneve, Switzerland, disponível
em http://www.wto.org/english/tratop_e/dispu_e/dsu_e.htm. Acesso em 09 de junho de 2012. Article
XXI:2 “Particular attention should be paid to matters affecting the interests of developing country
Members with respect to measures which have been subject to dispute settlement”.
102
196
World Trade Organization. Dispute Settlement EEC-Bananas II, DS38/R, par. 34 – Tradução livre
do autor, do original: “the very concept of non-reciprocity was fundamentally irreconcilable with the
notion of a free trade area or customs union”.
103
com relação a tais medidas, tendo a adesão de vários países produtores de bananas
e dos Estados Unidos, sendo que a UE informou para a OMC ter respondido todas
as consultas formuladas.
197
World Trade Organization. Dispute Settlement Understandings. Geneve, Switzerland, disponível
em http://www.wto.org/english/tratop_e/dispu_e/dsu_e.htm. Acesso em 09 de junho de 2012. Article
XIX “1. Where a panel or the Appellate Body concludes that a measure is inconsistent with a covered
agreement, it shall recommend that the Member concerned bring the measure into conformity with that
agreement. In addition to its recommendations, the panel or Appellate Body may suggest ways in
which the Member concerned could implement the recommendations. 2. In accordance with
paragraph 2 of Article 3, in their findings and recommendations, the panel and Appellate Body cannot
add to or diminish the rights and obligations provided in the covered agreements”.
105
198
World Trade Organization. Dispute Settlement Understandings. Geneve, Switzerland, disponível
em http://www.wto.org/english/tratop_e/dispu_e/dsu_e.htm. Acesso em 09 de junho de 2012. Article
XVI:4 “Within 60 days after the date of circulation of a panel report to the Members, the report shall be
adopted at a DSB meeting unless a party to the dispute formally notifies the DSB of its decision to
appeal or the DSB decides by consensus not to adopt the report. If a party has notified its decision to
appeal, the report by the panel shall not be considered for adoption by the DSB until after completion
of the appeal. This adoption procedure is without prejudice to the right of Members to express their
views on a panel report”.
106
E continua:
199
Documento disponível em http://www.wto.org/english/news_e/pres09_e/pr591_e.htm. Acesso em
22 de junho de 2012.
107
200
Documento disponível em http://www.wto.org/english/news_e/pres09_e/pr591_e.htm. Acesso em
22 de junho de 2012.
108
201
AMARAL Júnior, Alberto do. A solução de controvérsias na OMC. São Paulo: Editora
Atlas,2008. p.115.
109
Esta questão não pode ser respondida sem considerar dois elementos
muito relevantes: i) os valores autorizados para as sanções americanas e
equatorianas eram muito próximos entre si e, ii) as sanções americanas foram
aplicadas pela regra normal do artigo XXII:3 do ESC, ao passo que o Equador
poderia retaliar em setores mais sensíveis, como serviços e propriedade intelectual,
por força da decisão específica que obteve no painel de cumprimento em seu favor,
residindo aí uma diferença relevante, já que questões de propriedade intelectual de
bens do setor de informática, fármacos e afins são, notoriamente, mais sensíveis do
que uma retaliação em produtos primários que, quando aplicados por países em
desenvolvimento, tendem a resultar em malefícios para seu próprio mercado interno
– geralmente dependente de importações – incorrendo em desabastecimento e
inflação de preços.
202
SMITH. James McCall. Compliance Bargaining in the WTO: Ecuador and the Bananas Dispute
apud ODELL John. Negotiating Trade Developing Countries in the WTO and NAFTA. Cambridge:
Cambridge University Press, 2006. p. 88. Tradução livre do original: “In March 2000, the same month
in which it won authority to retaliate from the WTO, Ecuador secured a $2 billion financial support
package from the IMF, World Bank, Inter-American Development Bank and Andean Development
Corporation. Negotiations with creditors in the Paris Club were the next step. After three difficult days
of talks, the Paris Club agreed in September 2000 – just four months after Ecuador published its list of
targets – to reschedule $880 million of Ecuador’s external debt. Of the ten Paris Club governments
participating in this debt reorganization, five were EU members. The twin agreements ensured that
Ecuador was able to meet its financial obligations. Many considerations (such as macroeconomic
policy commitments) shaped these talks, but Ecuador might have gained some informal leverage with
international financial institutions by declining to retaliate in the WTO”.
110
203
BARRAL, Welber in KLOR Adriana Dreyzin de. et al. Solução de controvérsias: OMC, União
Europeia e Mercosul. Rio de Janeiro: Konrad-Adenauer-Stiftung. 2004. p. 60.
111
204
CHARNOVITZ, Steve. Rethinking WTO Trade Sanctions. The American Journal of International
Law. New York: Vol 95. No. 4. Oct. 2001. p. 795.
112
205
Acerca da figura do “sequenciamento”, vide: VALLES, Cherise M. e MCGIVERN, Brendan P. The
Right to Retaliate under the WTO Agreement – The Sequencing Problem in Journal of Trade Law.
ed. 34 London: Kluwer Law International, 2000. p. 63-84.
206
TRACHTMAN. Joel P. Bananas, Direct Effect and Compliance - in European Journal of
International Law. 1999.Vol.10. No. 4, p. 667-668.
113
207
JACKSON, John Howard. Dispute Settlement and the WTO – Emerging Problems. Oxford. In
Journal of International Economic Law Oxford: Oxford University Press, 1998 p.344. Tradução
livre do original: “With the fast-paced change of a globalizing economy, the WTO will necessarily have
to cope with new factors, new policies, and new subject matters. If it fails to do that, it will sooner or
later, faster or more gradually, be marginalized. This could be quite detrimental to its broader
multilateral approach to international economic relations, pushing nations to solve their problems
through regional arrangements, bilateral arrangements, and even unilateral actions. Although these
alternatives can have an appropriate role and also can be constructive innovators for the world trade
system, they also run considerable additional risks of ignoring key components and the diversity of
societies and social policies that exist in the world. In other words, they run a high risk of generating
significant disputes and rancor among nations, which can inhibit or debilitate the advantages of
cooperation otherwise hoped for under the multilateral system”.
114
abandono da OMC pelos seus membros, cenário este que tem motivado a busca por
aperfeiçoamentos do MSC e constante preocupação com a preservação da sua
credibilidade, vejamos:
Outro estudo da questão feito por Charnovitz 208 , sustenta haver uma
contradição relevante dentro da concepção atual do MSC - uma faca de dois
gumes209, como diz - eis que as sanções, por um lado, fortificam as regras da OMC
e promovem o respeito pela instituição, porém, por outro lado, drenam os benefícios
do livre comércio, fragilizando o próprio sistema de comércio multilateral, passando a
citar algumas dentre as muitas sugestões de alternativas ao modelo atual como: (i)
aplicação de multas pecuniárias, (ii) as sanções comerciais coletivas, (iii)
direcionamento das sanções em benefício das empresas diretamente afetadas pelas
infrações e, (iv) o efeito direto das sanções no direito nacional do país infrator.
208
CHARNOVITZ, Steve. Rethinking WTO Trade Sanctions. The American Journal of International
Law. New York: Vol 95. No. 4. Oct. 2001. p. 792-793.
209
Nota do Autor: do original “mixed blessing”
115
210
CHARNOVITZ, Steve. Rethinking WTO Trade Sanctions. The American Journal of International
Law. New York: Vol 95. No. 4. Oct. 2001. p. 810.
211
WTO - DS26 - European Communities — Measures Concerning Meat and Meat Products
(Hormones). Relatório disponível em http://wto.org/english/tratop_e/dispu_e/cases_e/ds26_e.htm.
Acesso em 20 de junho de 2012.
212
CHARNOVITZ, Steve. Rethinking WTO Trade Sanctions. The American Journal of International
Law. New York: Vol 95. No. 4. Oct. 2001. p. 797.
116
sanções devam ser invocadas, mas que um equilíbrio de interesses, uma vez
estabelecido, deva ser mantido213”
213
JACKSON. John Howard. World trade and the law of GATT: (a legal analysis of the General
agreement on tariffs and trade). Indianapolis: Bobbs-Merrill, 1969. p. 170-171.Tradução livre do
original: “What we have really provided, in the last analysis, is not that retaliation shall be invite or
sanctions invoked, but that a balance of interests once established, shall be maintained”.
214
Vide nota 178 supra.
117
comercial, já que em sendo esta multa paga pelo governo infrator, o seu ônus
recairá, logicamente, sobre o país infrator, e não sobre particulares 215 . Todavia,
menciona o pressuposto empírico segundo o qual um governo cumpridor das leis o
suficiente para pagar uma multa imposta internacionalmente, provavelmente não
adotará um comportamento que mereça a aplicação desta mesma multa.
215
CHARNOVITZ, Steve. Rethinking WTO Trade Sanctions. The American Journal of International
Law. New York: Vol 95. No. 4. Oct. 2001. p. 826-827.
216
United States – Report of the International Financial Institution Advisory Commision, 2000.
Disponível em http://www.reformwatch.net/fitxers/13.pdf. Acesso em 22 de junho de 2012. Tradução
livre do original: “If countries do not accept WTO decisions, injured parties have the right to retaliate by
putting restrictions on imports from the offending country or region. The injured country then suffers
twice - once from the restrictions on its exports, imposed by foreign governments, and again when
tariffs or duties raise the domestic cost of the foreign goods selected for retaliation. To compensate for
the injury done by others, we impose costs on ourselves as well as them”.
217
United States – Report of the International Financial Institution Advisory Commision, 2000.
Disponível em http://www.reformwatch.net/fitxers/13.pdf. Acesso em 22 de junho de 2012, do original:
“Retaliation is contrary to the spirit of the WTO. Sanctions increase restrictions on trade and create or
118
expand groups interested in maintaining the restrictions. Domestic bargaining over who will benefit
from protection weakens support for open trading arrangements.”
218
United States – Report of the International Financial Institution Advisory Commision, 2000.
Disponível em http://www.reformwatch.net/fitxers/13.pdf. Acesso em 22 de junho de 2012, do
original:”The Commission proposes that, instead of retaliation, countries guilty of illegal trade practices
should pay an annual fine equal to the value of the damages assessed by the panel or provide
equivalent trade liberalization”.
219
VARELLA, Marcelo Dias. Efetividade do Órgão de Solução de Controvérsias da Organização
Mundial do Comércio: uma análise sobre os seus primeiros anos de existência e das propostas para
seu aperfeiçoamento in Revista Brasileira de Política Internacional. Brasília: Instituto Brasileiro de
Relações Internacionais. Vol. 52, número 02, 2009. Disponível em
http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0034-73292009000200001&script=sci_arttext. Acesso em
18/03/2012.p.18.
119
220
Vide nota 115 supra.
221
VARELLA, Marcelo Dias. Efetividade do Órgão de Solução de Controvérsias da Organização
Mundial do Comércio: uma análise sobre os seus primeiros anos de existência e das propostas para
seu aperfeiçoamento in Revista Brasileira de Política Internacional. Brasília: Instituto Brasileiro de
Relações Internacionais. Vol. 52, número 02, 2009. Disponível em
http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0034-73292009000200001&script=sci_arttext. Acesso em
18/03/2012. p.19.
120
O autor cita ainda como exemplo para ilustrar a afirmação o fato de que
tanto os Estados Unidos como a União Europeia trataram de refutar a aceitabilidade
de efeito direto das decisões da OMC em seus planos internos, mitigando tal
possibilidade de antemão.
222
ZIMMERMANN, Thomas A. Negotiating the Review of the WTO Dispute Settlement
Understanding London: Cameron, May, 2006 – p. 38-39. Do original “Alternatively, WTO rules could
also be anchored in national constitutional systems and enforced domestically. One such mode of
enforcement would consist of granting WTO principles direct effect. It would allow private economic
actors to directly refer to WTO provisions in national courts when challenging national trade barriers.
This would contribute to grassroots enforcement, usually by the importers in their home country. So
far, however, only a few isolated provisions, for instance in the TRIPS agreement or in the Plurilateral
Agreement on Government Procurement, grant economic actors such a right to domestic
enforcement. The US and the EC explicitly excluded direct effect through their domestic legislation
when they implemented the WTO agreements. Although the legal value of this exclusion is unclear, it
shows the reluctance of countries to grant direct effect. Since the unilateral granting of direct effect to
WTO provisions would create political problems of reciprocity (as enforcement could be more rigid in
some countries than in others), it has been suggested that major players in the world trade system
should conclude a reciprocal agreement to this effect. Even in this case, however, difficulties from a
reciprocity point of view might emerge out of differences in the application or interpretation of the rules
between the members.
223
TRACHTMAN. Joel P. Bananas, Direct Effect and Compliance - in European Journal of
International Law. 1999. Vol.10. Nº 4. p. 676. Tradução livre do original: “The determination of
whether direct effect - or more reliable implementation - is appropriate depends on the level, and type,
of binding force that is desired. In turn, the type of binding force desired depends to some extent, on
the substantive obligations concerned, as well as on the institutional legitimacy that makes the law and
the tribunal that applies it”
121
E conclui:
224
VARELLA, Marcelo Dias. Efetividade do Órgão de Solução de Controvérsias da Organização
Mundial do Comércio: uma análise sobre os seus primeiros anos de existência e das propostas para
seu aperfeiçoamento in Revista Brasileira de Política Internacional. Brasília: Instituto Brasileiro de
Relações Internacionais. Vol. 52, número 02, 2009. Disponível em
http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0034-73292009000200001&script=sci_arttext. Acesso em
18/03/2012. p. 19.
122
De partida, esta seria uma possibilidade que tornaria ainda mais opaco o
viés de balanceamento como ponto focal das sanções, eis que as sanções
passariam a ser um instituto envolvendo diretamente os interesses de particulares, o
que destoa frontalmente das bases do sistema multilateral de comércio.
225
VARELLA, Marcelo Dias. Efetividade do Órgão de Solução de Controvérsias da Organização
Mundial do Comércio: uma análise sobre os seus primeiros anos de existência e das propostas para
seu aperfeiçoamento in Revista Brasileira de Política Internacional. Brasília: Instituto Brasileiro de
Relações Internacionais. Vol. 52, número 02, 2009. Disponível em
http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0034-73292009000200001&script=sci_arttext. Acesso em
18/03/2012.p.18.
226
PAUWELYN. Joost, Enforcement and Countermeasures in the WTO: Rules are Rules - Toward a
More Collective Approach, in American Jounal of International Law. Ed. 94. 2000. p. 338.
123
227
O mesmo Autor lembra ainda que, na concepção atual, um
determinado país interessado em ingressar com uma demanda precisa arcar com
todos os custos – econômicos e políticos – para conduzir um processo, o que pode
vir a se tornar um aspecto deveras oneroso para países em desenvolvimento,
sugerindo três cenários a possibilitar a aplicação de sanções coletivas, como
adiante:
227
PAUWELYN. Joost, Enforcement and Countermeasures in the WTO: Rules are Rules - Toward a
More Collective Approach, in American Jounal of International Law. Ed. 94. 2000. p. 345.
124
228
VARELLA, Marcelo Dias. Efetividade do Órgão de Solução de Controvérsias da Organização
Mundial do Comércio: uma análise sobre os seus primeiros anos de existência e das propostas para
seu aperfeiçoamento in Revista Brasileira de Política Internacional. Brasília: Instituto Brasileiro de
Relações Internacionais. Vol. 52, número 02, 2009. Disponível em
http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0034-73292009000200001&script=sci_arttext. Acesso em
18/03/2012.p.18.
229
World Trade Organization. Dispute Settlement Understandings. Geneve, Switzerland, disponível
em http://www.wto.org/english/tratop_e/dispu_e/dsu_e.htm. Acesso em 09 de junho de 2012. Article
XXII:7 “The arbitrator16 acting pursuant to paragraph 6 shall not examine the nature of the
concessions or other obligations to be suspended but shall determine whether the level of such
125
não é uma alternativa que trate da questão das assimetrias apropriadamente e, por
consequência, da efetividade.
suspension is equivalent to the level of nullification or impairment. The arbitrator may also determine if
the proposed suspension of concessions or other obligations is allowed under the covered
agreement”.
230
GRANÉ, Patrício. Remedies under WTO Law in Journal of International Economic Law. Oxford:
Oxford University Press, 2001 nº 4. p.771.
126
231
CHARNOVITZ, Steve. Rethinking WTO Trade Sanctions. The American Journal of International
Law. New York: Vol 95. No. 4. Oct. 2001. p. 828.
232
DAVEY, William J. The WTO Dispute Settlement System in Journal of International Economic
Law. Oxford: Oxford University Press. p. 15.
127
Falar sobre mais dinheiro e maiores recursos para a OMC como corolário
da efetividade do sistema também parece um discurso facilmente oponível, eis que
não se tem notícia de que alguma disputa submetida ao MSC tenha sido frustrada
por alguma causa-raiz de natureza operacional, ou seja, se esta questão realmente
se mostrar concreta, o será num plano secundário.
233
RICÚPERO, Rubens. “Os Estados Unidos e o comércio mundial: protecionistas ou
campeões do livre-comércio?” in Estudos Avançados da Universidade de São Paulo vol.16 nº 46.
São Paulo. Set./Dez. 2002.
234
CHARNOVITZ, Steve. Rethinking WTO Trade Sanctions. The American Journal of International
Law. New York: Vol 95. No. 4. Oct. 2001.p. 832. Tradução livre do original “The WTO may have the
best dispute settlement system of any international organization, but it does not have the best
compliance system”.
129
em algum momento o sistema será reformado num modelo ótimo que colocará estes
em pé de igualdade:
235
BARRAL, Welber in KLOR Adriana Dreyzin de. et al. Solução de controvérsias: OMC, União
Europeia e Mercosul. Rio de Janeiro: Konrad-Adenauer-Stiftung. 2004. p.61.
236
GILPIN, Robert. The political economy of the international relations. Princeton: Princeton
University Press, 1987,p.88.
130
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O comércio internacional é um dos pilares da civilização, e, como próprio
da natureza humana, se apresenta permeado de interesses, por vezes antagônicos
e por vezes colaborativos, por tempos de expansão e por tempos de
recrudescimento, que se alternam pelos séculos afora.
Mas, o otimismo desta constatação pode ser ofuscado pelo fato de que
este mesmo sistema, teoricamente orientado para regras, e não para política
(Jackson), parece ocultar em seus fundamentos vários hiatos, os quais se
evidenciam em disputas como “Bananas”, em que fluxos comerciais foram
131
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