Exoterismo

Fazer download em docx, pdf ou txt
Fazer download em docx, pdf ou txt
Você está na página 1de 7

Esoterismo e Exoterismo.

A iniciação maçônica e sua interpretação esotérica.


Exoterismo:
Exoterismo (de fora, exterior) significa algo que está disponível de forma
pública, sem limitações, ou universal. Muitas sociedades secretas dividem-se
em duas secções: a exotérica ou "face pública" e a esotérica ou "oculta" (que
se encontra atrás de portas). Assim encontramos diversas organizações como
as fraternidades ou irmandades, tais como a Maçonaria, as quais estão
acessíveis aos iniciados num determinado nível, mas que possuem níveis cada
vez mais elevados de iniciação para a progressão ou evolução de cada um dos
membros. O termo exoterismo, utilizado sobretudo na forma de adjetivo
(exotérico) surge pela primeira vez nos diálogos de Aristóteles - para indicar o
que é público, por oposição ao que é iniciático (oculto). Designa igualmente as
cerimónias públicas nas suas manifestações religiosas e ritualísticas.

Esoterismo:
Esoterismo é o nome genérico que evidencia um conjunto de tradições e
interpretações filosóficas das doutrinas e religiões - ou mesmo das
Fraternidades Iniciáticas - que buscam transmitir um rol acerca de
determinados assuntos que dizem respeito a aspectos da natureza da vida que
estão sutilmente ocultos. Um sentido popular do termo é a percepção de que
transmitem um conhecimento enigmático ou incomum, sempre com vetor
oculto. Segundo alguns, o esoterismo é o termo para as doutrinas cujos
princípios e conhecimentos não podem ou não devem ser “vulgarizados”,
sendo comunicados a um restrito número de partidários adeptos.

Tais escolhas de partidários acontecem da instituição (de caráter esotérico)


para indivíduo ou do indivíduo - ao manifestar interesse - para a instituição
esotérica, não havendo, a rigor, um âmbito secreto, mas ritos tradicionais e
burocracias internas que acontecem tanto de forma discreta e privada quanto
aberta, pois a filiação não está à margem de qualquer lei. No entanto, é
possível entrar em contato com o esoterismo por conta própria, isto é,
desvinculado de qualquer instituição.

Em suma, esoterismo evidencia a característica do conhecimento "das


verdades e leis últimas que regem todo o universo", porém ligando ao mesmo
tempo o natural com o que chamam de 'sobrenatural'. Há doutrinas,
nomeadamente as espiritualistas, que são também chamadas esotéricas. Há
também, com o fenômeno da globalização e o conhecimento mútuo entre as
nações e suas culturas, a percepção da compatibilidade do esoterismo com as
religiões mais famosas do Oriente; a saber, o budismo, o taoismo etc., uma vez
que elas têm muitos pontos de afinidade conceitual e consonância na
aplicabilidade.

O ESPIRITUALISMO NA MAÇONARIA
A ORDEM MAÇÔNICA, conforme consta no Ritual de Aprendiz, se define
como sendo “uma associação de homens sábios e virtuosos que se
consideram IRMÃOS entre si e cujo fim é viver em perfeita igualdade,
intimamente unidos por laços de recíproca estima, confiança e amizade,
estimulando-se, uns aos outros, na prática das virtudes.” Ou também, como
sendo: “Um sistema de Moral, velado por alegorias e ilustrado por símbolos”;
acreditando na existência do GRANDE ARQUITETO DO UNIVERSO e numa
vida futura.
Para um melhor sentido dessa definição é importante esclarecer o
ESPIRITUALISMO como sendo um conjunto de sistemas filosóficos,
sociológicos, estéticos, etc., que reconhece no mundo alguma coisa além da
matéria. Em regra geral, o espiritualismo é um sistema filosófico oposto ao
materialismo e que admite o princípio da alma ou do espírito como base e
ponto de partida das suas afirmações doutrinárias. Diante disso se conclui que
a Maçonaria é uma doutrina cheia de religiosidade sem, no entanto, ser uma
religião.
Os Símbolos e Alegorias que adornam os Templos Maçônicos trazem, dentro
do seu âmago, ensinamentos que burilam o caráter do Maçom, desde que ele
passe a vivenciar tal preceito educativo. É oportuno, portanto, se buscar essa
lição de filosofia social e espiritual, manifestadas pelas alegorias e instruídas
pelos símbolos, norteando os iniciados para a prática dos mais sagrados
deveres do homem cidadão e do cidadão iniciado.

A Espiritualidade da MAÇONARIA é para ser vivenciada e não interpretada


somente como instituição social. Vendo-a por este ângulo, nota-se que ela
representou num passado distante uma sequência de fatos históricos capazes
de ir modificando a natureza social e política dos povos, se adequando às
épocas de cada momento da história da humanidade até os dias atuais;
buscando o bem estar da humanidade e a igualdade entre os homens.
A maçonaria é uma escola de filosofia para formar líderes, homens de bem
engajados no ideal desta fraternidade. Por tradição deve ter o caráter
transcendental iniciático. Portanto, a necessidade de se preparar para este
novo tempo.
Existe um ponto em comum entre a Iniciação Maçônica e a iniciação antiga. A
preocupação de fazer nascer de novo o iniciado, dando-lhe uma vida nova.
Fazer-se iniciar é aprender a morrer simbolicamente, a fim de ascender, por
graus, não somente a um estado de perfeição, mas a plenitude absoluta.
É importante lembrar o caráter espiritualista da Maçonaria, que destaca no
momento que antecede ao ritual de Iniciação, o Testamento Moral e Filosófico,
para ser respondido pelo candidato, no momento em que se encontra na
Câmara das Reflexões, para uma reflexão profunda da responsabilidade do
ato, destacando o compromisso que irá assumir, se despojando de todas as
asperezas que formam sua personalidade, principalmente quanto aos símbolos
expostos na Câmara das Reflexões em que faz um chamamento para refletir
sobre sua vida, os vícios, o egoísmo, o exame de consciência sobre o valor do
perdão e da solidariedade fraterna que deve dispensar ao seu semelhante,
sobre uma vida futura e de sua responsabilidade como ser humano e edificador
social.
Dentro deste contesto, a Maçonaria sabiamente apresenta ao candidato que se
dispõe a pertencer e servir a Ordem, este testamento para ser meditado
profunda e seriamente, dando a conhecer os seus deveres de cidadão honrado
e digno, tendo o seguinte conteúdo: “Em presença de Deus, após ter refletido
séria e profundamente sobre os símbolos que se me deparam à vista, e sendo
meu ardente e sincero desejo morrer para os vícios e preconceitos sociais ou
de educação do mundo profano, LEGO à minha vida passada os erros e
defeitos morais que me oprimem a consciência, renunciando às minhas
vaidades humanas, pedindo perdão àqueles que, porventura, feri, voluntária ou
involuntariamente, com o meu egoísmo e a minha intolerância, e perdoando
àqueles que, com ou sem justa razão, em qualquer momento, tenham voltado
contra mim seus espíritos irascíveis, para, desse modo, poder transformar-me
em verdadeiro construtor social”.
Por seu isolamento e suas paredes negras, a C das RR representa um
período de escuridão e de maturação silenciosa da alma, por meio da
meditação e da concentração em si mesmo, período que prepara o verdadeiro
progresso, efetivo e consciente, que se manifestará posteriormente, à luz do
dia.
A passagem pela C das RR, mostra ao Profano que tinha chegado o
momento de morrer para o vício, para as paixões, para os preconceitos e para
os maus costumes. Para ele compreender que diante da morte desaparecem o
orgulho e a ambição, e que de nada valem o poder e as riquezas do mundo.
A permanência do Profano nessa Câmera representa o período de gestação do
Maçom, pois, ao morrer para o mundo profano, ele prepara sua mente e seu
espirito para o nascimento de um novo homem e de uma nova vida.
A C das RR, “assume, também, o aspecto de uma gruta ou de uma caverna
sombria, por simbolizar o centro da terra, o seio da natureza material de onde
vimos e para onde voltaremos, com o nosso físico dissolvido e transformado
em pó, o que é lembrado ao profano pelos despojos humanos nela contido(s).”
Os símbolos que na C das RR estão contidos, significam:
- A LUZ DA VELA OU LAMPARINA – o clarão da vela tremeluzente simboliza a
primeira luz da Maçonaria que o profano recebe, de início fraca para que este,
através dos pensamentos que o ambiente lhe sugere, possa acostumar a sua
visão espiritual à luz deslumbrante das verdades que lhe serão reveladas. A luz
desta vela é o reflexo e a representação da Divindade no plano terrestre.
- AS INSCRIÇÕES DA C DAS RR – O significado dessas inscrições leva o
Profano a refletir sobre o caráter da pessoa humana quanto à curiosidade;
sobre seus próprios defeitos, sobre sua personalidade dissimulada, se é
apegado a distinções mundanas, sobre sua coragem, sobre sua perseverança
em busca do domínio do espirito sobre a matéria, cultivando as virtudes e
dominando os vícios, não dispensar interesse puramente material da
Maçonaria e, finalmente, pensar na morte para empregar bem sua vida.
- V.I.T.R.I.O.L. – É uma fórmula alquímica e hermética, que quer dizer: Visita
Interiora Terrae, Retificandoque, Invenies Occulttum Lapidem, que traduzindo,
significa: “Visita o interior da terra e, retificando, encontrarás a Pedra Oculta”.
É oportuno destacar o sentido do que isto significa, “ao descer nas profundezas
do seu Eu, o profano visita o interior da Terra, a fim de encontrar e retificar, por
meio das purificações por que passa a Pedra dos Sábios para transformá-la em
Pedra Filosofal.
Esse princípio do desbastar as asperezas humanas contidas dentro de cada
um, constitui o principal trabalho do APRENDIZ MAÇOM e requer, por isso,
profunda reflexão.

Sobre os três princípios Herméticos, o Enxofre, o Sal e o Mercúrio, definindo-os


como:
O Enxofre, símbolo do Espírito e o Sal, símbolo da Sabedoria e da Ciência,
cada um numa taça.
O Mercúrio, sob a forma do Galo, atributo de Hermes que na Maçonaria
anuncia a Luz que o profano vai receber. Ele é o signo exotérico dessa Luz,
indicando que deve o profano, estar em constante vigilância e perseverança.
A Bandeirola com as palavras Vigilância e Perseverança, indicam que o
Maçom deve estar, a partir desse instante (dentro da C das RR), atento e
investigar os diversos sentidos que os símbolos podem oferecer, mas cujo
entendimento ele só conseguirá por inteiro com calma, equilíbrio e
perseverança.
Existem, ainda, na C das RR os símbolos fúnebres, de elevado sentido
moral e espiritual que representam Esotericamente a morte do profano que
está se processando naquele “túmulo”, para que possa renascer a vida
espiritual, momento em que se despoja do velho e nasce a de um novo
homem. Ao examinar o sentido de cada símbolo fúnebre, se encontra o
seguinte significado:
- O Crânio representa o cérebro quando em plena atividade, onde a sede da
inteligência, faculdade que tem por base e por condição primitiva da existência,
a sabedoria.
- A Ampulheta destinada a medir o tempo, é entendida em Maçonaria como um
símbolo que mostra a rapidez como o tempo corre, para que o profano recorde
a brevidade da existência humana. O seu significado exotérico é tão profundo,
que faz perder de vista a sua interpretação mística.
- O Pão e Bilha D’água são emblemas da simplicidade que deverá reger a vida
do futuro iniciado. Eles lembram que o alimento do corpo é indispensável, mas
que não deve ser o único objetivo da vida. Finalmente, é o elemento
indispensável a vida e o Pão feito de trigo simbolizam a força moral e o
alimento espiritual.

No SIMBOLISMO, também, a presença marcante da Maçonaria se faz sentir


nos instrumentos e ferramentas usados pelos Pedreiros Operativos na Idade
Média, como também, remontando as antigas corporações dos construtores e
dos antigos povos da Babilônia, do Egito, do povo hebreu, etc., repleta de
símbolos que se identificam com os atuais da Maçonaria Especulativa.
Mostram a força desses Símbolos na relação direta do pensamento e do
sentimento espiritual e moral neles contidos. O que mais impressionam, além
dessa sensibilidade, é a sua linguagem universal. Onde quer que esteja um
Maçom, em qualquer parte do mundo, encontrando o Esquadro e Compasso
entrelaçados, por exemplo, sabe que a Maçonaria está ali presente. São tantas
as observações sobre a ESPIRITUALIZAÇÃO NA MAÇONARIA, a liturgia dos
diversos cerimoniais existentes, as lições dos rituais referentes a cada grau, a
vasta literatura sobre a SUBLIME ORDEM, os fatos históricos sobre as
transformações sociais e políticas ocorridas no mundo inteiro, se faz entender
que, embora a Maçonaria não tenha feito a história do mundo, não se pode,
porém, contar a história do mundo sem a participação da Maçonaria. O homem
faz a história, é o homem que escreve a história. É, portanto, a força dessas
Alegorias e desses Símbolos que sempre transformou a Sublime Instituição
numa energia moral e espiritual capaz de modificar o homem e o mundo em
que vive. A história da humanidade prova sua transformação graças a sua
intervenção. É através dos ensinamentos recebidos que o Maçom se torna
consciente de seus deveres e de sua responsabilidade perante a Ordem, a
humanidade, buscando sempre o progresso e o bem-estar dos povos.
Finalmente, para vivenciar o estado Espiritual na Maçonaria, é preciso estudar,
aprender e compreender a fim de fazer um julgamento de conduta na vida e da
vida.
A ESPIRITUALIDADE DA RITUALISTICA

Vejamos a força espiritual por ocasião da abertura dos trabalhos ritualísticos


numa loja justa, perfeita e regular. Na liturgia de abertura das atividades
maçônicas no templo, devem os IIr meditarem com profunda concentração
mental em perfeito equilíbrio, para manterem a harmonia do ato.
“Necessitamos de cobrir a LOJA, não só para resguardar os Mistérios, e sim,
porque, só estando coberto, é que poderemos manter pura e tranquila a sua
influência. Daí a necessidade de manter, durante toda a reunião, esse clima
harmônico de atitudes mentais, objetivando o resultado altamente
espiritualizado dos IIr manter o clima fraternal que deve reinar entre os
Maçons. Por ocasião do encerramento, as saudações apresentadas não são
de puro formalismo. Cada saudação contribui para intensificar a energia que se
está produzindo enquanto a Loja trabalha, e envolve a peculiar atmosfera
mental da Loja. Realmente, um clima de perfeita harmonia Espiritual. Atuamos
sempre com absoluta veracidade e retidão, demonstrando incessantemente o
mais agudo senso de honra. Sem sombra de dúvida, quando a ritualista da
reunião se desenvolve em perfeita harmonia e concentração mental, o
magnetismo flui de tal maneira que o clima de bem estar é sentido por todos os
membros que dela participam. Neste clima de congraçamento, todos se
irmanam dentro dos mais elevados ensinamentos que fundamentam a
Irmandade dos Homens Justos e Perfeitos. Não se deve esquecer nunca do
ESQUADRO como símbolo da matéria e o COMPASSO que simboliza o
Espirito, portanto, o Maçom deve trabalhar constantemente para que o Espirito
subjugue a Matéria; é o que ensina o simbolismo da posição do Esquadro e do
Compasso sobre o L da L. Outro momento sublime é quando da abertura
do L da L. Merece uma atenção especial diante da eloquente leitura do
Salmo, onde se verifica o instante da espiritualização da abertura dos
trabalhos. A abertura do L da L não é um ato singelo, mas uma repetição
simbólica da construção do ser humano, o que equivale dizer, da construção do
Templo humano. Quando o Ir responsável abre o L da L, está abrindo o
Universo e, ao ler em voz alta o Salmo, oferece seu sopro, iniciando com sua
vibração, os mistérios ocultos da Maçonaria, espiritualizando os símbolos que o
cercam, numa ação de criatividade. Todos devem acompanhar o cerimonial
com atenção, porque participam dos resultados, desaparecendo o homem
profano, para que, numa perfeita união, as palavras do Salmista possam
penetrar no íntimo de cada um, transformando as dificuldades da vida em
momentos de indivisível paz. Na abertura deste Livro Sagrado se está
solicitando Sua autorização e Sua glória para se dar início ao cerimonial, que
só é possível com a presença da Luz, símbolo da revelação, reflexo às
divindades, que iluminam o coração, a inteligência e a sabedoria de cada um
para discernimento da verdade e para que cresçam a bondade, a fé e a
caridade. Ainda sobre a preparação na construção de sua edificação moral e
espiritual, o Maçom irá encontrar nas ferramentas que compõem a construção
da grande obra da espiritualidade e moralidade da humanidade. Numa reflexão
a parte, deve lembrar o Maçom que o CERIMONIAL DA INCIAÇÃO é um ato
sagrado, início da construção do templo interior de cada iniciado, daí a
responsabilidade de cada Loja em dispensar a devida atenção ao desempenho
da ritualística, procurando dar o verdadeiro sentido espiritual ao sublime
processo iniciático. O tratamento dispensado ao profano deverá ser revestido
do mais elevado respeito, para que seja dispensado todo carinho, afeto e
respeito. Este Neófito irá fazer parte da grande FAMILIA MAÇÔNICA
UNIVERSAL. Lembrar-se de que a INICIAÇÃO é um dos mais solenes
momentos da vida de um maçom. Portanto, as brincadeiras de mau gosto e a
gozação não deverão, por hipótese alguma, fazer parte desse trote irreverente,
mesclado de sadismo. Tal comportamento não faz parte da Maçonaria, pelo
contrário, vem apenas denegrir a seriedade e sublimidade da INICIAÇÃO, que
é revestida do mais excelso princípio espiritual. Para analisar o verdadeiro
sentido místico que norteia a MAÇONARIA, necessário se faz entender o
verdadeiro significado da parte Mística existente dentro da Sublime Instituição,
particularmente no que diz respeito aos símbolos e alegorias. Portanto,
quando se fala sobre MISTICISMO, como mistério, tem o significado de algo
que se percebe, profundamente, no íntimo, mas que não pode ser revelado, ou
de que não se pode falar.

Você também pode gostar