Botanica Organografia Ebook
Botanica Organografia Ebook
Botanica Organografia Ebook
Organografia
Organizadores
Maria Rita Cabral Sales de Melo
Rafaela Alves Pereira-Silva
Autores
Maria Rita Cabral Sales de Melo
Rafaela Alves Pereira-Silva
Tianisa Prates Boeira
Diagramação e capa
Melquíades Henrique Barbosa da Silva
Ilustração
Edilton Vital de Oliveira Neto
Prefácio
Ednaldo José da Silva
Reitor: Prof. Marcelo Brito Carneiro Leão
Vice-Reitor: Prof. Gabriel Rivas de Melo
Conselho Editorial
Bruno de Souza Leão
:
Maria Wellita Santos
ǣ Editora Universitária da UFRPE
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Ebook:PDF
ISBN: 978-65-86547-35-1
CDD 581
Sobre as autoras
Apresentação 1
CAPÍTULO 1 Raiz 3
3- Principais adaptações 13
4 - Modificações radiculares 14
CAPÍTULO 2 Caules 16
1 - Quanto à ramificação 17
2 - Quanto à consistência 18
3 - Quanto à localização no meio
ambiente
19
4 - Modificações caulinares 26
CAPÍTULO 3 Folha 30
Adaptações foliares 30
As folhas apresentam diversas
34
classificações
1- Quanto às suas partes:
34
4 – Quanto à consistência 38
38
5 - Quanto à coloração
CAPÍTULO 4 Flor 44
Partes constituintes 44
As flores apresentam diversas
45
classificações
1- Quanto ao pedúnculo
45
Classificação do cálice 47
Classificação da corola 51
4 - Quanto à simetria 53
Classificação do androceu 56
2 – Quanto à soldadura 57
3 – Quanto ao tipo de abertura da antera
(deiscência), para saída do pólen
58
Gineceu 60
Classificação do gineceu 62
1 – Quanto à posição do ovário no
receptáculo
62
Inflorescência 65
Tipos de Brácteas 65
Classificação das inflorescências
de acordo com o crescimento do 66
eixo central
Inflorescências Definidas ou Cimeiras ou
Inflorescências Simpódicas
66
CAPÍTULO 5 Fruto 74
Função 75
1 – A consistência do mesocarpo 76
2– A sua deiscência 76
3 – O tipo de abertura 77
4 - A ontogenia, origem 78
5 - A consistência do mesocarpo e sua
deiscência
80
CAPÍTULO 6 Semente 84
Constituição da semente 84
1-Envoltórios 84
2-Quanto ao número de tegumentos
85
3-Tegumento suplementar 86
4-Reservas 86
5-Embrião 88
6-Germinação 91
7- Tipos de Germinação 92
8- Dispersão de sementes e frutos
(diásporos)
92
9- Síndrome de dispersão 93
2
Raiz
3
Se a planta for uma Monocotiledoneae, as células do ápice
radicular se degeneram e surgem várias raízes da base do caule,
colo ou coleto, não havendo uma raiz principal. Nas
Dicotiledoneae a radícula irá produzir a raiz axial ou pivotante,
em geral, esse tipo de raiz atinge maiores profundidades no solo
do que a raiz fasciculada, entretanto esta última é bastante
utilizada na prevenção de erosão devido à facilidade de se
fixarem ao solo.
Cotilédones
Hipocótilo
Eófilo
Sementes Radícula
Arilo
Raízes
4
Figura 1 – A e B. Fases de germinação de uma semente de angiosperma.
5
Partes constituintes de uma raiz
Colo
Raizes laterais
Raiz axial
Pelos radiculares
Coifa
6
Classificação das raízes
AA
BB Raiz fasciculada
Raiz fasciculada
7
2 - Quanto ao meio em que se encontram:
8
B.1 - Raiz Adventícia: São todas aquelas que, secundariamente,
independentes da raiz primária do embrião, nascem nos caules
ou nas folhas de qualquer vegetal, geralmente, muito frágeis para
dar sustentação.
9
Figura 5 – Tipos de raízes adventícias. A – Raiz escora de coqueiro (Cocos
nucifera – Arecaceae). B – Raiz estranguladora de gameleira (Ficus lyrata –
Moraceae). C – Raiz tabular de faveira-benguê (Parkia multijuga – Fabaceae). D
– Raiz grampiforme de singônio (Syngonium angustatum – Araceae).
10
A B
11
geotropismo negativo, isto é, crescem para cima. Ex.: Plantas de
mangue (Avicenia) (Figura 7B).
Pneumatóforo
Pneumatódio
(poro)
Raiz
subterrânea
12
Bromeliaceae). C – Raiz respiratória de mangue-branco (Avicennia germinans –
Acanthaceae).
3- Principais adaptações:
A B
13
C - Raízes Tuberosas: São raízes especializadas como órgão de
reserva, podendo ser pivotante (nabo, cenoura) ou lateral
(macaxeira, batata doce).
Raiz principal
(tuberosa) Raízes laterais
(tuberosas)
A
Raízes laterais B
Raiz lateral
4 - Modificações radiculares:
14
Folha
Gavinhas
A
B
Você sabia?
Sabia que as plantas se interconectam através das raízes da
mesma forma que nós estamos interconetados através do
Wolrd Wide Web (WWW)?
15
Caule
16
Você sabia?
Sabia que alguns caules são coloridos? Eucalyptus
deglupta (Blume) uma espécie da família Myrtaceae, conhecido
como arco-íris eucalipto, é cultivado em todo o mundo como
árvore ornamental e se destaca pela beleza do seu caule multi-
colorido, durante o descascamento natural do caule, vai sendo
revelada as cores amarelo, vermelho, azul, laranja, verde, roxo,
marrom e cinza.
A coloração do caule, por sua vez, pode estar associada a
uma estratégia adaptativa, como é o caso de algumas plantas da
Caatinga que apresentam caules acinzentados. Essa coloração do
caule nessas plantas se dá devido às camadas de cera ou
tricomas que ajudam no isolamento dos raios solares
1 - Quanto à ramificação:
17
deixando assim que vários se desenvolvam, essas plantas
apresentam sua copa arredondada (Figura 11C).
A B C
2 - Quanto à consistência:
C
Figura 12 – Tipos de caule quanto à consistência. A – Caule herbáceo de
manjericão (Ocimum basilicum – Lamiaceae). B – Caule sublenhoso de arroz
(Oryza sativa – Poaceae). C – Caule lenhoso de cajueiro (Anacardium occidentale
– Anacardiaceae).
A – Aéreos:
B - Subterrâneos
C - Aquáticos
20
A B
C D
21
A.2 - Aéreos rasteiros:
Gavinha
caule
A
B
22
(Citrullus lanatus – Cucurbitaceae). C – Caule prostrado de Jerimum.
Gavinha
caule
A
B
23
B.1 - Tubérculo: Caule hipertrofiado por acúmulo de
substâncias nutritivas. Apresentam suas gemas protegidas por
catafilos. Ex.: Batata-inglesa (Figura 16A).
24
Parte aérea Planta
Parte aérea (pseudocaule)
Tubérculos jovem
Raízes Rizoma
A
Parte aérea B
Catáfilos Raízes
Botão vegetativo adventícias
Prato
C
Raízes
D E
25
C - Aquáticos: Geralmente são caules herbáceos e ficam
submerso nas águas de açudes e lagos.
4 - Modificações caulinares:
Você sabia?
Sabia que caule também é casa de formiga?!
E estas protegem o caule contra ataques de inimigos naturais.
Modificações estruturais no caule que permitam abrigar
animais são chamadas de Domácias.
A B
26
Figura 18. Modificação estrutural no caule da embaúba (Cecropia sp)
denominada Domácia. A – Formigas saindo do interior do caule da embaúba. B
– Hábito da embaúba.
27
A B
C D
E F
28
Botão
Pseudobulbo
Folha H
G Rizoma
Raízes
adventícias
29
Folha
30
A – Cotilédones: São as primeiras folhas formadas no embrião,
apresentam a função de reserva nutricional para o embrião
(Figura 20A).
31
H - Reprodução Vegetativa: As folhas de algumas plantas
podem ter a função de reprodução como é o caso das begônias e
flor-da-fortuna (Figura 20H).
Eófilos
Inflorescência
Bráctea
Folha
Cotilédones
A B
C D
32
Tampa
Ascídio
(vaso) Pelos
F
Filamento
E
G H
33
Você sabia?
A Vitória-régia possui uma boa adaptação ao ambiente
aquático, suas folhas têm margens voltadas para cima, nervuras
espessas e compartimentos de ar, o que permite sua flutuação
sem que haja inundação de sua superfície o que dificultaria as
trocas gasosas.
A B C
Limbo
Pecíolo
Pecíolo
Bainha
Bainha
Figura 21 – Tipos de folhas quanto às suas partes. A – Folha completa. B – Folha
incompleta peciolada. C – Folha incompleta séssil.
34
2 - Quanto à subdivisão do limbo:
A - Folha Simples: Quando o limbo não é subdividido em
folíolos. A lâmina foliar pode ser:
35
B.5 - Bicomposta ou Bipinada ou Recomposta: Quando a limbo
foliar apresenta-se duplamente recortado, isto é, os folíolos
apresentam-se subdividido em foliólulos. Podemos ter: Pau-
brasil (Figura 22I).
A B C
D E F
G H I
36
3 - Quanto à sua inervação:
A B C D
37
4 - Quanto à consistência:
5 - Quanto à coloração:
A B
38
A B C
A - Alterna:
B - Oposta:
A B C
D E F
40
A B C D
E F G H
I J L
K
M N O
41
A B C
D E F
G H I
J K L
42
A B C D
43
Flor
Partes constituintes:
44
2 – Receptáculo: Extremidade do pedúnculo (porção dilatada do
caule) onde se inserem as peças florais (Figura 30).
3 – Cálice: Constituído pelas sépalas (Figura 30).
4 – Corola: Constituída pelas pétalas (Figura 30).
Estame
Corola
Pistilo
Receptáculo
Cálice
Pedúnculo
Figura 30 – Esquema de uma flor completa com destaque para seus elementos
constituintes.
1 – Quanto ao pedúnculo:
45
A B
46
B – Heteroclamídea: Quando o cálice apresenta-se diferente da
corola (Figura 32B).
A B
Classificação do cálice
47
A B
48
A B C
49
A B
C D
Figura 35 – Tipos de flor quanto à duração das sépalas. A – Flor com cálice
caduco de papoila-dormideira (Papaver somniferum – Papaveraceae). B – Flor
com cálice decíduo de mostarda-branca (Sinapis alba – Brassicaceae). C – Flor
com cálice persistente de limoeiro (Citrus limonum – Rutaceae). D – Flor com
cálice marcescente de goiabeira (Psidium guajava – Myrtaceae).
50
Classificação da corola
A B
Figura 36 – Tipos de flor quanto à soldadura das pétalas. A – Flor com corola
dialipétala de flor-leopardo (Belamcanda chinensis - Iridaceae). B – Flor com
corola gamopétala de amarelinha (Thunbergia alata – Acanthaceae).
51
C – Pentâmera: Quando apresenta 5 pétalas ou múltiplo de 5
(Figura 37C).
]]]]
A B C
Figura 37 – Tipos de flor quanto ao número de pétalas. A – Flor com corola
trímera de íris-amarela (Iris pseudacorus – Iridaceae). B – Flor com corola
tetrâmera de rabanete (Raphanus sativus – Brassicaceae). C – Flor com corola
pentâmera de bela-emília (Plumbago auriculata – Plumbaginaceae).
A B
52
Figura 38 – Tipos de flor quanto à duração das pétalas. A – Flor com corola
caduca de coca (Erythroxylum coca – Erythroxylaceae). B – Flor com corola
marcescente de algodão-do-cerrado (Cochlospermum regium –
Cochlospermaceae).
4 - Quanto à simetria:
A - Simétrica:
A B C
Figura 39 – Tipos de flor quanto à simetria das pétalas. A – Flor com corola
simétrica zigomorfa de ervilha (Pisum sativum – Fabaceae). B – Flor com corola
simétrica actinomorfa de vitória-régia (Victoria amazonica – Nymphaeaceae). C
– Flor com corola assimétrica de cana-da-índia (Canna brasiliensis –
Cannaceae).
53
5 – Quanto ao formato das pétalas:
A B C
D E F
G H I
K L
J
M N O
A B C
55
Androceu: Órgão masculino da flor, formado pelo conjunto de
estames. Os estames correspondem aos microsporófilos. Cada
estame é normalmente constituído por um filete e uma antera
(Figura 42). A antera contém tecas que em seu interior
encontramos os sacos polínicos onde se formam os grãos de
pólen.
Antera
Conectivo
Filete
Classificação do androceu
56
A B
C D
2 – Quanto à soldadura:
57
D – Anteras coniventes: Anteras juntas, porém não soldadas
(Figura 44E).
A B C D E
58
Abertura
A B C
Abertura
Abertura
Figura 45 – Tipos de androceu quanto à deiscência dos estames. A – Androceu
com deiscência longitudinal de sete-copas (Terminalia catappa –
Combretaceae). B – Androceu com deiscência poricida de berinjela (Solanum
melongena – Solanaceae). C – Androceu com deiscência valvar de canela
(Cinnamomum verum).
59
A B C
Figura 46 – Tipos de androceu quanto à inserção do filete na antera. A –
Androceu basifixo de ruélia-azul (Ruellia coerulea – Acanthaceae). B – Androceu
dorsifixo de açucena-vinho (Hippeastrum reginae – Amaryllidaceae). C –
Androceu apicefixo de ipê-de-jardim (Tecoma stans – Bignoniaceae).
A B
60
6 - Quanto ao número de estames em relação ao de
pétalas:
A B
C D
Figura 48 – Tipos de androceu quanto ao número de estames em relação ao de
pétalas, ilustrado em plantas da família Fabaceae. A – Androceu oligostêmone
61
de tamarindo (Tamarindus indica – Subfamília Caesalpinioideae). B – Androceu
isostêmone de pata-de-vaca (Bauhinia variegata – Subfamília Cercideae). C –
Androceu diplostêmone de alfafa (Medicago sativa – Subfamília Faboideae). D –
Androceu polistêmone de dormideira (Mimosa pudica – Subfamília
Mimosoideae).
Estigma
Estilete
Ovário
Óvulo
Lóculo
Classificação do gineceu
62
B - Ovário ínfero: Quando o ovário estiver inserido no
receptáculo, isto é abaixo do ponto de inserção do cálice e da
corola (Figura 50B).
A B
63
A B C D
Você sabia?
Sabia que as primeiras angiospermas a surgirem geralmente
apresentavam grande número de peças florais, as quais eram
soltas e com o passar do tempo esse número foi reduzindo em
flores mais derivadas, bem como o surgimento da corola tubular
que é característica de muitas famílias?
A maior parte das famílias botânicas passaram a ter
padrões florais mais fixos, isto é, sem muitas variações
morfológicas; o eixo floral foi encurtado, o ovário passou a ser
ínfero no lugar do súpero e isso conferiu uma grande vantagem
reprodutiva, pois representou uma maneira a mais para impedir
que os óvulos fossem consumidos por herbívoros; o cálice e a
corola passaram a ser distintos, tendo o cálice assumido o papel
de proteção e as pétalas de atração de polinizadores, e a simetria
actinomorfa foi substituída pela zigomorfa. Portanto, a evolução
da flor foi um dos principais fatores que determinou o sucesso e
grande diversidade das Angiospermas.
64
Inflorescência
Tipos de Brácteas:
Androceu Ráquila
Gluma inferior
B Gluma superior
Ráquis
A.2
65
Figura 52 – Tipos de brácteas em inflorescências. A – Bráctea do tipo espata
envolvendo uma inflorescência de açaí (Euterpe oleracea – Arecaceae). A.1 –
Flor masculina. A.2 – Flor feminina. B – Brácteas do tipo glumas envolvendo
uma inflorescência de sorgo (Sorghum bicolor – Poaceae).
66
A.5 Ciátio: formada por uma flor feminina central, nua,
pedicelada, cercada por várias flores masculinas, esse conjunto
de flores é envolto por brácteas (Figura 53G, 54E).
A B C
D E F
G H
67
A B
C D
E F
Figura 54 – Exemplos de inflorescências definidas. A – Cíncino de pássaro-de-
fogo (Heliconia bihai – Heliconiaceae). B – Dicásio de jurubeba (Solanum
paniculatum – Solanaceae). C – Pleiocásio de cupá (Cissus campestris –
68
Vitaceae). D – Glomérulo de vassourinha-de-botão (Borreria verticillata –
Rubiaceae). E – Ciátio de Coroa-de-cristo (Euphorbia milii – Euphorbiaceae). F –
Sincônio de árvore-da-borracha (Ficus elastica – Moraceae).
69
B.9 - Umbela Simples: Inflorescência em que os pedicelos longos
e com aproximadamente o mesmo tamanho, estão inseridos num
mesmo ponto do pedúnculo (Figuras 55H, 56H).
Você sabia?
Sabia que as flores mais especializadas em termos de
evolução dentre as eudicotiledôneas estão as da família
Asteraceae? As flores dessa família funcionam como uma única
flor para seu polinizador, mas na realidade elas estão reunidas
em uma inflorescência chamada capítulo, cada flor possui
características próprias como ovário ínfero, estames em número
reduzido (cinco) e fundidos entre si e a corola que também
possui pétalas unidas (gamopétalas), sendo algumas com
simetria bilateral. As flores estão organizadas de duas formas: as
flores do disco (parte central) e as flores do raio (parte
periférica), essas últimas são geralmente flores pistiladas
estéreis. Nas Asteraceae, o capítulo amadurece em uma
sequência espiralada, primeiro as flores da periferia em seguida
as do centro, dessa forma, aumentam as possibilidades de
polinização por diferentes doadores.
70
A B C D
E F G H
I J K
71
A B
C D
E F
72
A B
73
Fruto
Pedúnculo
Epicarpo
Semente
Mesocarpo
Endocarpo
Sua função:
1 - Proteger a semente.
75
Classificação dos frutos
1 - A consistência do mesocarpo:
A B
Figura 58 – Tipos de fruto quanto à consistência/deiscência. A – Fruto carnoso
indeiscente de pitangueira (Eugenia uniflora – Myrtaceae). B – Fruto seco
deiscente de chichá-fedorento (Sterculia foetida – Malvaceae).
76
3 – O tipo de abertura:
Abertura
Opérculo
A
C
Abertura B Ânfora
77
4 - A ontogenia, origem:
78
Figura 60 – Tipos de fruto quanto à ontogenia. A – Fruto simples de meloeiro
(Cucumis melo – Cucurbitaceae). B – Fruto agregado de graviola (Annona
muricata – Annonaceae). C – Fruto múltiplo de abacaxizeiro (Ananas comosus –
Bromeliaceae). D – Pseudofruto simples inteiro e E – cortado longitudinalmente
de macieira (Malus sylvestris – Rosaceae), com destaque para o par de aquênios
escuros internos. E – Pseudofruto composto de morangueiro (Fragaria x
ananassa – Rosaceae).
79
5 - A consistência do mesocarpo e sua deiscência:
A – Carnosos:
A.1 – Indeiscentes:
A.2 – Deiscente:
B – Secos:
B.1 – Indeiscentes:
80
Cariopse: É um tipo de aquênio ligado ao pericarpo em toda a
extensão (Figura 60G). Ex.: Gramíneas.
B.2 – Deiscentes:
81
A B C D
E F G H
I
J K
L
M N
83
Semente
Tianisa Prates Boeira
A semente é o óvulo desenvolvido após a fecundação, e
sua estrutura básica é constituída pelo embrião, reserva nutritiva
(às vezes ausente), e envoltório (tegumento ou casca). As
sementes são unidades estruturais envolvidas na disseminação,
proteção e reprodução de vegetais terrestres pertencentes ao
grupo das Espermatófitas (plantas com sementes): as
Gimnospermas e Angiospermas. Muitas vezes, o termo semente é
aplicado impropriamente para designar alguns tipos de frutos
secos monospérmicos, tais como cariopses, aquênios ou, ainda,
propágulos vegetativos como esporos de samambaias e de
cogumelos.
Quanto aos grupos de Espermatófitas, as Gimnospermas
apresentam múltiplos cotilédones, enquanto dentro das
Angiospermas, as monocotiledôenas apresentam um único
cotilédone e endosperma abundante, e as eudicotiledôneas
apresentam dois cotilédones e o endosperma pode estar ausente
em alguns casos. Sementes de eudicotiledôneas geralmente
apresentam dois tegumentos (testa e tégmen)
Constituição da semente
1- Envoltórios
84
secundina). No entanto, é possível que a semente apresente
apenas um tegumento, a testa.
variações dos envoltórios da semente dependem de
características específicas do óvulo, principalmente no que diz
respeito ao número e espessura dos integumentos e das
modificações sofridas por ele(s) durante o desenvolvimento e
maturação da semente.
Quando o óvulo apresenta apenas um integumento, a semente
também poderá apresentar um único envoltório. O grau com que
os integumentos do óvulo contribuem para a formação da testa
madura é extremamente variado e só pode ser determinado
através de estudos ontogenéticos. Em muitos casos, os
integumentos do óvulo se simplificam durante o
desenvolvimento da semente, podendo reduzir-se a uma
epiderme delgada, ou desaparecer totalmente, como, por
exemplo, no milho (Zea mays - Poaceae), onde a semente aparece
firmemente aderida ao pericarpo delgado do fruto.
Freqüentemente, esses envoltórios tornam-se secos e
duros, protegendo o embrião das radiações solares que podem
causar danos ao material genético, das oscilações térmicas e da
ação de organismos decompositores.
4- Reservas
86
coco (Cocos nucifera - Arecaceae). No endosperma celular, cada
divisão nuclear é seguida de divisão do citoplasma, com a
formação da parede celular.
Apesar do desenvolvimento do endosperma ocorrer de
diferentes maneiras, a função do tecido resultante é a mesma:
prover nutrição para o embrião em desenvolvimento e, em
muitos casos, também para a plântula. Em algumas
Angiospermas, especialmente as eudicotiledôneas, o embrião em
desenvolvimento digere todo o endosperma. O embrião dessas
sementes normalmente forma cotilédones carnosos que
armazenam substâncias nutritivas e ocupam o maior volume da
semente. Nas eudicotiledôneas com grandes quantidades de
endosperma, os cotilédones apresentam-se delgados e
membranosos e servem para absorver as substâncias de reserva
do endosperma. Em outros grupos, particularmente nas
monocotiledôneas, o endosperma existe em quantidades
variáveis na semente e é utilizado pelo embrião quando este
retoma seu crescimento, durante a germinação. Nesses casos, o
único cotilédone geralmente desempenha mais uma função de
absorção do que de armazenamento de substâncias. Mergulhado
no endosperma, o cotilédone absorve os nutrientes armazenados
por meio de atividade enzimática. Os nutrientes são então
transportados, por meio do cotilédone, até as regiões de
crescimento do embrião. As sementes que não apresentam
endosperma (no caso de as reservas serem completamente
absorvidas pelo embrião durante sua formação), são
denominadas exalbuminosas ou exospermadas (Fabaceae,
Orchidaceae e Asteraceae), enquanto aquelas que apresentam
endosperma são chamadas albuminosas ou endospermadas
(mamona, Ricinus communis - Euphorbiaceae).
As substâncias de reserva acumuladas tanto no
endosperma quanto nos cotilédones variam muito: podem ser
encontradas na forma de amido (feijão, cereais), óleos
(amendoim, girassol) ou proteínas (soja). O endosperma é bem
desenvolvido nas sementes das gramíneas, algumas das quais
são fontes essenciais da alimentação humana, como arroz (Oryza
87
sativa), milho (Zea mays), trigo (Triticum vulgare) e centeio
(Secale cereale). O endosperma é geralmente triplóide e tem
papel nutritivo para o embrião.
5- Embrião
Carúncula
Hilo
Rafe Micrópila
Rafe
A B
Folhas da gêmula
Radícula
Caulículo
Cotilédones
Tegumento
C
Figura 62 -A- Morfologia externa da semente da mamona (Ricinus communis -
Euphorbiaceae ) e B e C do feijão (Phaseolus vulgaris – Fabaceae).
89
Dentre os embriões das monocotiledôneas, o das
gramíneas é o mais altamente diferenciado. Um embrião de
gramínea, quando totalmente formado, possui um cotilédone
maciço, o escutelo, estreitamente aderente ao endosperma. O
escutelo encontra-se preso a um lado do eixo do embrião que
possui uma radícula em sua extremidade inferior e uma plúmula
em sua extremidade superior. Tanto a radícula quanto a plúmula
são envolvidas por estruturas protetoras, semelhantes à bainhas,
denominadas coleorriza e coleóptilo, respectivamente. A
semente do milho (Zea mays - Poaceae) (Figura 63), e das demais
gramíneas em geral, está sempre associada à parede do fruto. O
endosperma constitui a maior parte do conteúdo do grão. Este
endosperma é formado de uma região mais externa à camada de
aleurona e uma camada amilácea. As células da camada de
aleurona contêm proteínas e gorduras, mas pouco ou nenhum
amido. As células contêm, além do amido, grânulos de proteína e
de carboidratos. As células externas do escutelo (cotilédone
maciço) produzem enzimas que digerem os alimentos
armazenados no endosperma. O coleóptilo pode permanecer
durante os primeiros dias da germinação da semente, sendo
rompida posteriormente, para dar passagem às folhas novas.
Albume
Embrião
6- Germinação
B
A
91
7- Tipos de germinação
9- Síndromes de dispersão
92
C–Anemocoria: feita por meio do vento; geralmente são
sementes e frutos leves ou muito pequenos (ex.: sementes de
orquídeas), ou que apresentem expansões/pêlos (ex.: dente-de-
leão, paineira).
93
Leituras adicionais recomendadas
Rodrigues, D. F.; Mendes, F. F.; Feitosa, A. D.; Filho, N.; J. A.; Silva,
L. A. F. Silva. O extrato da casca de barbatimão, Stryphnodendron
adstringens (Martius) Coville, na cicatrização de feridas em
animais. Enciclopédia Biosfera, v. 9, n. 16, p. 1583-1601, 2013.
94
ROTEIRO PARA DESCRIÇÃO DE AMOSTRAS VEGETAIS
4.Órgãos de defesa
Apresenta: espinho, acúleo ou outro? Qual?
5. Folha
95
Tipo de margem: lisa, crenada. Denteada, partida aculeada,
lobada, ripada, fendida ou outra qual?
6. Flores
6.1 quanto à simetria podem ser: Simétrica: quando apresenta
plano de simetria. Podendo ser:
a) actinomorfa quando apresenta mais de um plano
b) Zigomorfa, quando apresenta apenas um plano.
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6.7 Quanto aos estames: verticilos masculinos
a) Livres
b) concrescidos
b1. em um só feixe = monoadelfos
b2. em dois feixes = diadelfos
b3. em três feixes = triadelfos
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