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VIÇOSA
MINAS GERAIS - BRASIL
2012
Ficha catalográfica preparada pela Seção de Catalogação e
Classificação da Biblioteca Central da UFV
T
Silva, Vanelle Maria da, 1986-
S586s Sorvete light com fibra alimentar : desenvolvimento,
2012 caracterização físico-química, reológica e sensorial / Vanelle
Maria da Silva. – Viçosa, MG, 2012.
xix, 147f. : il. (algumas col.) ; 29cm.
Inclui anexos.
Orientador: Valéria Paula Rodrigues Minim.
Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Viçosa.
Inclui bibliografia.
______________________________ ______________________________
Marco Aurélio Marques Ferreira João de Deus Souza Carneiro
______________________________ ______________________________
Luis Antonio Minim Ana Clarissa Santos Pires
(Coorientador) (Coorientadora)
_________________________________
Valéria Paula Rodrigues Minim
(Orientadora)
Aos meus pais, Olívia e Lair, e a minha vovó Raimunda por tudo que sou,
Aos meus irmãos Cleber e Júnior, a minha linda sobrinha Luiza e ao Robledo,
dedico este trabalho.
i
“....E o que importa não é o que você tem na vida,
mas QUEM você tem na vida.”
(William Shakespeare)
ii
AGRADECIMENTOS
iii
derivados pela grande ajuda nas análises físico-químicas e microbiológicas.
À equipe do Laboratório de Propriedades Tecnológicas e Sensoriais dos
alimentos, Márcia, Rita, Ana Cristina, Naiara, Maria Patrícia, Paula, Pedro,
Raissa, Aline, Andrea, Liliane e Vinícius, pela ajuda nas análises, pela
amizade, pelos lanchinhos e momentos de descontração. Sem vocês não seria
possível a realização deste trabalho!
Aos amigos do Departamento de Tecnologia de Alimentos, pelas horas
de estudo e de companheirismo e pelos momentos de descontração e alegria.
Ao meu vovô João e minha vovó Raimunda pelo exemplo de vida e de
simplicidade.
Aos meus pais, Lair e Olívia, pelo amor e incentivo incondicionais, pela
vida, enfim, por tudo que sou.
Aos meus irmãos Juninho e Clebinho, por serem sempre o meu porto
seguro. Por me apoiarem, incentivarem e sempre se desdobrarem para me
ajudar em tudo que eu precisasse.
As minhas cunhadas Luciana e Simone, pela amizade, carinho e
incentivo.
A minha linda sobrinha Luiza, pelo simples sorriso que me dá fôlego e
força para suportar todos os desafios e dificuldades. Presente de Deus que
veio trazer felicidade.
Ao Robledo, Elmira e Lívia que se tornaram uma segunda família para
mim. Obrigada pelo apoio, carinho e pelos momentos de descontração e
alegria.
Ao Robledo Filho, pelo amor, pelo companheirismo, pela compreensão,
pelo incentivo e ajuda nos momentos mais difíceis.
Por fim, a todos que, direta ou indiretamente, contribuíram para a
realização deste trabalho. Obrigada!
iv
BIOGRAFIA
v
LISTA DE FIGURAS
CAPÍTULO 1
CAPÍTULO 2
CAPÍTULO 3
viii
LISTA DE TABELAS
CAPÍTULO 1
CAPÍTULO 2
ix
Tabela 8 - Médias da Intenção de compra e percepção de saudável dos
conceitos em relação à idade dos respondentes ............................................. 53
CAPÍTULO 3
x
Tabela 10 - Atributos reológicos em função dos teores de gordura para as 5
formulações de sorvete..................................................................................... 90
xii
RESUMO
xiv
ABSTRACT
xvi
ÍNDICE
CAPÍTULO 1....................................................................................................... 5
1. SORVETE ................................................................................................ 5
1.1. Ingredientes e Aditivos de Sorvetes .................................................. 7
1.2. Processamento de sorvete ............................................................. 13
2. ALIMENTOS LIGHT ............................................................................... 17
3. CONCENTRADO PROTÉICO DE SORO .............................................. 18
4. FRUTOOLIGOSSACARÍDEO ................................................................ 20
5. ANÁLISE SENSORIAL DE SORVETE................................................... 21
6. ASSOCIAÇÃO DE PALAVRAS.............................................................. 23
7. INFLUÊNCIA DA PREOCUPAÇÃO COM A SAÚDE NA PERCEPÇÃO
DOS CONSUMIDORES ................................................................................ 25
8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ....................................................... 27
CAPÍTULO 2..................................................................................................... 38
1. INTRODUÇÃO ....................................................................................... 38
2. MATERIAL E MÉTODOS ....................................................................... 40
2.1. Participantes e Coleta de dados ..................................................... 40
2.2. Análise dos resultados .................................................................... 43
2.2.1. Associação de palavras ............................................................... 43
2.2.2. Questionário de Atitude em Relação à Saúde ............................. 44
2.2.3. Intenção de Compra e Percepção de Saudável .......................... 44
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO .............................................................. 45
3.1. Associação de Palavras .................................................................. 45
3.2. Atitude em Relação à Saúde .......................................................... 48
3.3. Intenção de Compra e Percepção de Saudável .............................. 51
4. CONCLUSÕES ...................................................................................... 56
xvii
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ....................................................... 57
CAPÍTULO 3..................................................................................................... 59
1. INTRODUÇÃO ....................................................................................... 59
2. MATERIAL E MÉTODOS ....................................................................... 61
2.1. Planejamento experimental............................................................. 61
2.2. Formulação dos sorvetes ................................................................ 62
2.3. Processamento das formulações de sorvete .................................. 63
2.4. Determinações físico-químicas dos sorvetes .................................. 65
2.4.1. Composição centesimal .............................................................. 65
2.4.2. pH e acidez titulável .................................................................... 66
2.4.3. Análise Instrumental de cor ......................................................... 66
2.4.4. Resistência ao derretimento ........................................................ 67
2.5. Análises Reológicas ........................................................................ 68
2.5.1. Caracterização do comportamento reológico de escoamento..... 68
2.5.2. Testes oscilatórios ....................................................................... 70
2.5.3. Análise Estatística ....................................................................... 71
2.6. Análises Microbiológicas ................................................................. 71
2.7. Análise Sensorial ............................................................................ 72
2.7.1. Análise descritiva quantitativa (ADQ) .......................................... 72
2.7.1.1. Recrutamento dos julgadores............................................... 72
2.7.1.2. Pré-seleção .......................................................................... 73
2.7.1.3. Levantamento dos termos descritivos e definição dos
padrões de referência ......................................................................... 73
2.7.1.4. Treinamento dos julgadores ................................................. 74
2.7.1.5. Seleção dos julgadores ........................................................ 74
2.7.1.6. Avaliação Final dos produtos ............................................... 75
2.7.1.7. Análise dos Resultados ........................................................ 75
2.7.2. Aceitação ..................................................................................... 76
2.7.3. Correlação entre medidas sensoriais e instrumentais ................. 78
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO .............................................................. 78
3.1. Determinações físico-químicas das formulações de sorvete .......... 78
xviii
3.1.1. Composição centesimal, pH e acidez titulável ............................ 78
3.1.2. Análise Instrumental de cor ......................................................... 81
3.1.3. Resistência ao derretimento ........................................................ 83
3.2. Análises Reológicas ........................................................................ 85
3.2.1. Caracterização do comportamento reológico de escoamento..... 85
3.2.2. Testes Oscilatórios ...................................................................... 92
3.3.2.1. Varredura de freqüência ....................................................... 92
3.3.2.2. Varredura de temperatura .................................................... 95
3.3. Análises Microbiológicas ................................................................. 98
3.4. Análise Sensorial ............................................................................ 99
3.4.1. Análise Descritiva Quantitativa .................................................... 99
3.4.1.1. Recrutamento e pré-seleção dos julgadores ........................ 99
3.4.1.2. Levantamento de Termos descritivos ................................. 100
3.4.1.3. Seleção dos Julgadores ..................................................... 104
3.4.1.4. Avaliação Final das amostras............................................. 107
3.4.1. Correlação dos atributos sensoriais de textura com medidas ... 113
3.4.2. Aceitabilidade Sensorial ............................................................ 117
3.4.2.1. Mapa de preferência interno............................................... 119
3.4.3. Correlação dos atributos sensoriais com a aceitabilidade dos
sorvetes................................................................................................ 120
4. CONCLUSÕES .................................................................................... 124
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................... 125
xix
INTRODUÇÃO GERAL
1
de nutrientes benéficos à saúde ou com teores reduzidos de gordura ou
açucares a fim de identificar possíveis nichos de mercado. Este estudo é
justificado pelo aumento da preocupação com a saúde e com a qualidade de
vida do consumidor moderno, uma vez que o sorvete é um alimento com
elevado teor de gordura.
Para a elaboração de sorvete light à partir de redução de gordura,
encontram-se disponíveis no mercado alguns ingredientes que podem ser
utilizados como substituintes de gordura, tais como compostos derivados de
carboidratos como amido, maltodextrina e polidextrose, além de derivados de
proteínas como, isolados protéicos de soja, proteínas microparticuladas
derivadas do soro de leite e concentrado protéico de soro de leite (CPS).
Dentre os citados acima, o CPS se destaca por possuir proteínas de alto
valor biológico, e por suas propriedades tecnológicas emulsificantes e
estabilizantes que permitem a melhoria da textura e aumento da estabilidade
de espuma do produto. Além disso, a utilização deste ingrediente está
associada ao aproveitamento do soro de leite cujo descarte de forma
inadequada pelas indústrias pode ocasionar sérios problemas ambientais.
Em relação à agregação de valor nutricional ao alimento, os
frutooligossacarídeos (FOS) apresentam grande potencial de utilização em
formulações de sorvete por apresentarem ausência de cor e de odor,
estabilidade em pH neutro e em temperaturas superiores a 140 ºC (HAULY e
MOSCATTO, 2002; PASSOS e PARK, 2003) não comprometendo as
características do produto. Além disso, são considerados açucares de baixa
cariogenicidade e seu consumo está associadas ao bom funcionamento do
trato-gastrointestinal e a prevenção de algumas doenças crônicas.
O sorvete é um sistema coloidal complexo, normalmente formado por
quatro compostos estruturais: bolhas de ar, gordura e cristais de gelo,
dispersos em uma matriz constituída de uma solução de açúcares, proteínas,
estabilizantes, emulsificantes, corantes e essências (CLARKE, 2004). Assim,
devido a sua complexidade, o sorvete tem sido objeto de estudos de diversos
pesquisadores que buscam elucidar a influência da utilização de diversos
ingredientes e da microestrutura formada ao final do processamento, nas
características físico-químicas, estruturais e sensoriais do produto para a
produção de sorvetes com melhor qualidade sensorial e nutricional, que
atendam às expectativas do consumidor.
2
Com base no exposto, buscou-se relacionar a preocupação com a saúde
com o comportamento do consumidor frente a diferentes possíveis conceitos
de sorvetes. Além disso, objetivou-se desenvolver um sorvete light contendo
fibra alimentar e avaliar o efeito da substituição de gordura por CPS 80 e
adição de fibras nas características físico-químicas, reológicas e sensoriais do
sorvete com o objetivo de desenvolver um produto de alta qualidade sensorial e
nutricional.
3
1. REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS
VAN KLEEF, E.; VAN TRIJP, H. C. M.; LUNING, P. Consumer research in the
early stages of new product development: A critical review of mehtods and
techniques. Food Quality and Preference, v. 16, 281-201, 2005.
4
CAPÍTULO 1
REFERENCIAL TEÓRICO
1. SORVETE
5
Brasil. A partir de então, o produto foi se popularizando no país, alcançando o
consumo de 1167 milhões de litros de sorvete em 2011. Tal valor representa
um aumento de 70,36% em relação ao consumo em milhões de litros de
sorvete no país no período entre 2003 a 2011 (ABIS, 2012) (Figura1).
6
Em relação ao consumo de outros países, os Estados Unidos apresenta
um consumo per capta de 22,5L/ano, inferior apenas ao consumo da Nova
Zelândia que é de 26,3L/ano (ABIS, 2009). Tal resultado mostra que apesar do
aumento do consumo, o consumo de sorvete no Brasil ainda é baixo. Uma
explicação para este fato é que o consumo deste alimento está diretamente
relacionado com a renda per capita, deste modo países cuja população possui
maior poder aquisitivo consomem mais este tipo de produto.
No entanto, o Brasil apresenta clima favorável ao consumo e grande
expectativa de crescimento do setor, o que torna a produção de sorvete no país
um negócio altamente viável (ABIS, 2012).
7
Os ingredientes podem ser agrupados em produtos lácteos e não
lácteos. Os produtos lácteos formam os ingredientes básicos que fornecem
gordura e SNGL. Entre os produtos não lácteos encontram-se adoçantes,
estabilizantes/emulsificantes, água, ovos, frutas, nozes, essências, produtos
especiais (MARSHALL et al., 2003).
Modificações no tipo e teores de gordura, açúcar e SNGL resultam em
variações do sabor e da textura. A compreensão dos parâmetros sensoriais
relacionados a essas modificações são essenciais no desenvolvimento de
produtos com sabor e textura apropriados ao consumo (KOEFERLI,
PICCINALI, e SIGRIST, 1996).
A quantidade de sólidos na mistura (somatório dos teores de gorduras,
proteínas, carboidratos e conteúdos minerais), em base seca, formam os
sólidos totais do sorvete. Um aumento destes sólidos totais, dentro de certos
limites, implica numa melhoria do valor nutritivo, aumento da viscosidade e da
resistência associadas ao corpo e textura do produto (TURNBOW et al., 1947).
No entanto, a utilização de um conteúdo de sólidos totais superior a 42%
implicará em um produto muito denso, o que poderá comprometer a aceitação
do alimento (MARSHALL e ARBUCKLE, 1996). Visto que, um alto conteúdo de
SNGL implica na cristalização da lactose, contribuindo para formação de uma
textura arenosa.
Deste modo, as propriedades tecnológicas de cada ingrediente utilizado
na fabricação de sorvete são especificadas a seguir:
a) Gordura
c) Agentes Adoçantes
d) Estabilizantes
e) Emulsificantes
11
f) Saborizantes
Ingredientes
Líquidos
Saborizantes
Envase e
Ar Consumo
Ingredientes
Sólidos
13
a) Preparo da Mistura
b) Pasteurização e Homogeneização
c) Maturação
15
Caseínas/ Proteínas do
soro Micelas de
Gotículas caseína
de gordura
Cristais de gordura
Emulsificantes
d) Congelamento
16
2. ALIMENTOS LIGHT
17
3. CONCENTRADO PROTÉICO DE SORO
18
Tabela 2 - Composição típica de alguns Concentrados protéicos de soro (CPS)
em pó
% CPS 35 50 65 80
Umidade 4,6% 4,3% 4,2% 4,0%
Proteína 29,7% 40,9% 59,4% 75%
Lactose 46,5% 30,9% 21,1% 3,5%
Gordura 2,1% 3,7% 5,6% 7,2%
Cinzas 7,8% 6,4% 3,9% 3,1%
Ácido Lático 2,8% 2,6% 2,2% 1,2%
Fonte: MILK INGREDIENTS (2008)
19
4. FRUTOOLIGOSSACARÍDEO
20
MILLER, 2004; MOSCATTO et al., 2006), e outros minerais (GUDIEL-URBANO
e GOÑI, 2002).
Os resultados obtidos por Wood (2011) sugeriram que FOS podem ser
utilizados como ingredientes em sorvete quando substitui até 20% do açúcar,
pois em concentrações superiores ocorrem alterações nas características
sensoriais e diminuição da aceitação do produto.
Sales et al. (2005) concluíram que a adição de 5% de FOS em sorvete
comercial de creme não altera a aceitação global do produto quando
comparado ao controle, o que indica que o FOS é um ingrediente promissor no
desenvolvimento de produtos fontes de fibras.
21
Tabela 3 - Trabalhos que utilizaram metodologias sensoriais em estudos com
sorvetes
22
ocorrência, os atributos levantados para estudo, a fim de proporcionar uma
completa descrição das propriedades sensoriais do produto (STONE & SIDEL,
1974; MURRAY, DELAHUNTY e BAXTER, 2001). Com isso, os dados
descritivos obtidos podem ser associados aos dados de aceitação dos
consumidores permitindo o entendimento dos direcionadores sensoriais de
aceitação, e podem ser correlacionados com a formulação ou medidas
instrumentais para avaliar a influência dos componentes químicos e físicos de
um produto em suas características sensoriais (KEMP, HOLLOWOOD e
HORT, 2009).
6. ASSOCIAÇÃO DE PALAVRAS
26
8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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1. INTRODUÇÃO
39
2. MATERIAL E MÉTODOS
Z ². pˆ .qˆ (1)
n=
E²
Em que,
n = Tamanho da amostra;
Z = 1,96 (abscissa da normal a um nível de confiança de 95%);
p̂ = 0,5 (proporção estimada de favoráveis ao atributo pesquisado);
q̂ = 0,5 (proporção estimada de desfavoráveis ao atributo pesquisado);
E = 0,065 (nível de precisão/erro).
40
Sendo cada conceito apresentado juntamente com uma imagem de sorvete
idêntica e inerte, em todos os casos, que possuía tamanho 16x11cm (Figura 1).
Esta imagem representou o estimulo ambíguo utilizado em estudos
exploratórios projetistas, como no caso da Associação de palavras (JR. HAIR
et al., 2007).
41
ser precedida o mesmo número de vezes pelas outras amostras. Esse
delineamento garante a eliminação do efeito da ordem de apresentação e o
efeito residual caracterizado pela influência de uma amostra na avaliação da
subsequente.
Na segunda sessão, os participantes foram convidados a preencher um
questionário (Anexo B ) constituído de 3 partes. A primeira parte de perguntas
eram relacionadas a fatores sócio-demográficos. A segunda parte era
referente ao questionário HCS (Health Consciousness Scale), desenvolvido por
Oude Ophuis em 1989 para avaliar o quanto as pessoas estão preparadas e
dispostas a fazer algo pela sua saúde. O instrumento é composto de 11 itens
sendo sete relacionados com a preocupação em relação à saúde e quatro
referentes a não preocupação (Tabela 1). Tal questionário foi traduzido e
validado por Dantas, Minim e Deliza (2003), possibilitando sua utilização por
consumidores que falem a língua portuguesa. A escala utilizada foi uma escala
não estruturada de nove pontos ancorada em “Discordo completamente” à
esquerda e “Concordo completamente” à direita.
43
2.2.2. Questionário de Atitude em Relação à Saúde
44
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
2. Boa Forma Beleza, Bem Estar, Boa Forma, Não engorda, Perda de Peso.
3. Bom para o coração Coração, Bom para o coração, Evita Doenças Coronárias.
11. Melhoria do Trato digestivo Bom para o intestino, Intestino, Flora Intestinal, Boa digestão.
13. Menos Gordura Menos Gordura, Reduz Gordura, Sem Gordura, Pouca Gordura.
16. Perda de Qualidade Sensorial Menos Saboroso, Gosto Amargo, Sabor Estranho, Textura Ruim.
45
As frequências em que cada categoria foi mencionada para cada
conceito estão apresentadas nas Tabelas 3 e 4.
Das 22 categorias formadas, 16 foram estatisticamente avaliadas pelo
qui-quadrado, por atenderem aos requisitos para realização do teste (Tabela
3). Visto que o uso adequado do qui-quadrado requer que cada frequência
esperada tenha um tamanho de amostra de pelo menos 5.
De acordo com o teste, as associações (dezesseis categorias)
realizadas pelos participantes foram significativamente diferentes (Χ2= 3173,63,
p<0,001) para os sete conceitos de sorvete (Tabela 3).
Calórico 80 0 4 1 4 1 10
Doce 42 5 6 8 7 9 5
Leve 1 26 13 9 4 4 2
Light 0 7 31 13 0 0 1
Novidade 0 0 4 0 0 49 19
Peixe 0 0 0 0 0 0 50
Prazer 225 51 49 55 74 65 74
Preço Alto 2 20 14 9 19 35 34
Refrescante 53 28 19 12 30 25 28
Verão 34 9 16 12 11 12 14
46
Devido ao não atendimento ao requisito para realização do teste qui-
quadrado, não foi possível realizar nenhum teste estatístico para avaliar os
conceitos em relação as 6 categorias apresentadas na Tabela 4. Mesmo assim,
nota-se que as associações realizadas para os sete conceitos também
discreparam muito em relação a estas categorias.
Cereais 0 0 0 1 31 0 4
Comum 30 0 0 0 0 1 0
Edulcorantes 0 4 1 22 0 0 0
Menos Açúcar 1 23 1 5 0 2 0
Menos Gordura 0 29 2 0 3 1 1
47
Zero Açúcar foram perda de qualidade sensorial, boa forma, edulcorantes e
restrição alimentar. Nestes casos, os 3 conceitos se relacionam à perda da
qualidade sensorial destes produtos, seja pela utilização de substituintes de
gordura que podem comprometer a textura do alimento ou a utilização de
edulcorantes que estão relacionados a defeitos no sabor. Além disso, tais
conceitos estão relacionadas à grupos especiais de consumidores, como
obesos e diabéticos. Resultados semelhantes foram obtidos no estudo
realizado por Ares, Giménez e Gambarro (2008), em que os consumidores
também associaram os iogurtes com teor reduzido de gordura e calorias a
termos relacionados a defeitos sensoriais de sabor e textura.
O conceito Enriquecido com Fibras foi associado principalmente à
saudável, cereais e melhoria do trato digestivo. Enquanto o conceito
enriquecido com proteínas bioativas à saudável, preço alto e novidade. E o
conceito enriquecido com ômega 3 à saudável, bom para o coração, peixe e
preço alto. Nota-se que o enriquecimento nutricional, em ambos os casos,
torna a percepção dos produtos mais saudáveis. Isso seria um importante
motivador para o consumo de tais produtos, potencializado pelos benefícios
específicos relacionados a cada nutriente adicionado. Contudo, o preço alto
poderia ser uma restrição ao consumo destes alimentos por uma parcela da
população.
Ares, Giménez e Gambarro (2008) em sua pesquisa observaram que os
iogurtes enriquecidos com Fibras e antioxidantes foram associados a efeitos
positivos à saúde e à prevenção de doenças.
Assim, a associação de palavras fornece uma interpretação da
percepção dos consumidores em relação aos conceitos avaliados, tornando
tais resultados úteis no desenvolvimento e marketing de produtos.
a b c
2. Eu me considero muito consciente em relação à saúde. 3,7 6,1 7,1
a b c
3. Estou preparado (a) para viver muito. Comer o mais saudável 3,1 4,1 6,7
possível.
a b c
4. Acho que eu levo muito em consideração a saúde em minha vida. 3,7 5,2 7,1
a a b
5. Acho importante saber como comer de forma saudável. 6,5 7,0 8,1
a a b
6. Minha saúde é tão importante para mim, que estou preparado (a) 3,6 4,0 6,6
para sacrificar muitas coisas por ela.
b a a
7. Tenho a impressão que as outras pessoas dão mais atenção à 6,5 4,4 4,6
saúde delas.
b a a
8. Não me pergunto frequentemente se algo é bom para mim, ou não. 6,8 3,6 2,7
b a a
9. Na verdade, não penso com freqüência se tudo o que faço é 7,4 3,6 3,5
saudável.
b a a
10. Não quero me perguntar a todo o momento, se as coisas que 7,1 4,9 4,2
como são boas para mim ou não.
a b c
11. Eu me concentro em minha saúde com frequência. 2,9 4,3 7,0
Médias seguidas por uma mesma letra nas linhas não diferem entre si a 5% de significância pelo teste
Tukey.
49
O grupo 1 possuiu as menores médias para as questões 1, 2, 3, 4, 5, 6 e
11. Este resultado indica que estes respondentes possuem uma menor
preocupação em relação à saúde, uma vez que essas são questões relativas à
consideração com à saúde e consciência em relação à necessidade de hábitos
de vida saudáveis. Além disso, estes indivíduos possuem as maiores médias
para as questões 7, 8, 9 e 10 que se referem a uma atitude omissa a respeito
de alimentação e comportamento saudável.
O grupo 3 possui as maiores médias para as questões 1, 2, 3, 4, 5, 6 e
11 e menores médias para as questões 7, 8, 9 e 10 indicando um
comportamento significativamente oposto (p<0,05) ao grupo 1, ou seja os
respondentes que constituem este grupo são mais conscientes, preocupados e
comprometidos em relação a saúde e a hábitos de vida saudáveis.
Já o grupo 2 apresenta uma posição ora intermediária (p<0,05) aos
outros grupos (Questões 1,2,3,4 e 11), ora semelhante (p>0,05) ao grupo 1
(Questões 5 e 6) e, ora semelhante (p>0,05) ao grupo 3 (Questões 7, 8, 9 e
10). Isto indica que este grupo possui certa preocupação em relação à saúde,
mas não apresenta elevado comprometimento em relação à hábitos de vida
saudáveis.
Em relação à idade, o grupo 3 apresentou uma média de idade de 30,79
anos significativamente (p<0,05) superior aos grupos 1 e 2 que foram 27,27
anos e 26,42 anos, respectivamente. Este resultado esta em concordância com
resultados obtidos por Ares e Gámbaro (2008), Chambers et al. (2008), Hearty
et al. (2007), Kearney et al. (2000) e van den Bree et al. (2006) que sugerem
que pessoas mais velhas são mais dispostas a fazer esforços para adquirir
uma dieta saudável, devido à maior preocupação com aspectos de saúde e
nutrição.
Em relação ao sexo, o grupo 3 era constituído de 36,5 % pessoas do
sexo masculino e 63,5% de pessoas do sexo feminino, o grupo 2 de 37,7% de
pessoas do sexo masculino e 62,3% do sexo feminino, enquanto que o grupo 1
era constituído de 51,4% de pessoas do sexo masculino e 48,6% do sexo
feminino. Como no presente estudo, Ares, Giménez e Gámbaro (2008), Hearty
et al. (2007) e Kearney et al. (2000), além de observarem a influência da idade,
também evidenciaram que mulheres apresentam um maior preocupação com a
saúde, refletindo em uma percepção diferenciada dos alimentos em função do
sexo (ARES e GÁMBARO, 2007).
50
3.3. Intenção de Compra e Percepção de Saudável
Médias seguidas por uma mesma letra nas linhas (minúsculos) ou colunas (maiúsculas) não diferem entre
si a 5% de significância pelo teste Tukey.
51
Tabela 7 – Médias para Intenção de Compra dos conceitos pelos grupos
formados na análise de Cluster
Conceito Intenção de Compra
Grupo 1 Grupo 2 Grupo 3
Médias seguidas por uma mesma letra nas linhas (minúsculos) ou colunas (maiúsculas) não diferem entre
si a 5% de significância pelo teste Tukey
52
as idades dos respondentes (Tabela 8). No entanto, houve diferença
significativa dentre os sexos para alguns conceitos (Tabela 9). Os
respondentes do sexo masculino avaliaram o sorvete tradicional como mais
saudável que os do sexo feminino. Em contrapartida, os respondentes do sexo
feminino perceberam como mais saudáveis os sorvetes Enriquecidos com
Fibras e Enriquecido com Ômega 3.
Intenção de Compra
53
Tabela 9 – Média da Intenção de compra e percepção de saudável dos
conceitos em relação ao sexo dos respondentes
Conceito Sexo
Masculino Feminino
Percepção de Saudável
Intenção de Compra
Médias seguidas por uma mesma letra nas linhas (minúsculos) ou colunas (maiúsculas) não diferem entre
si a 5% de significância pelo teste Tukey para a percepção de saudável e intenção de compra.
54
compra. Já os com idades superiores a 35 anos não diferiram nenhum dos
conceitos quanto à intenção de compra.
Quando se compara a diferença entre a intenção de compra dos
diferentes sorvetes em função da faixa etária, temos uma maior intenção de
compra por parte dos respondentes com idade superior a 35 anos para os
conceitos Light, Zero Açúcar e Zero Gordura. Relacionando com os dados
obtidos na associação de palavras, tais conceitos foram associados à restrição
alimentar, imposta muitas vezes a pessoas de idade mais avançada,
justificando, deste modo, o maior interesse desta faixa etária para tais
conceitos
Ao analisar o sexo dos respondentes (Tabela 9) quanto a intenção de
compra, observou-se maiores escores por parte do sexo feminino para os
conceitos Light, Zero Gordura, Enriquecido com Fibras, Enriquecido com
Proteínas Bioativas e Enriquecido com Ômega 3 em relação ao sexo
masculino. Além disso, para o sexo masculino o sorvete tradicional possui a
maior intenção de compra, enquanto para o sexo feminino os maiores escores
foram para Fibras e Tradicional. Isto evidencia que pessoas do sexo feminino
julgam importante o consumo de alimentos saudáveis considerando isso uma
característica mais importante na escolha de alimentos do que os homens,
assim como sugerido por Hearty et al. (2007) e Kearney et al. (1999).
Estes resultados também enfatizam o interesse por sorvetes
enriquecidos com fibras por parte das mulheres e de pessoas com idades
superiores a 25 anos, evidenciando, mais uma vez a influência de idade e sexo
na intenção de compras de alimentos e o interesse, por parte desta parcela da
população, de uma maior comercialização deste tipo de produto no mercado.
55
4. CONCLUSÕES
56
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ARES, G.; GÁMBARO, A. Influence of gender, age and motives underlying food
choice on perceived healthiness and willingness to try functional foods.
Appetite, v.49, n.1, p. 148–158, 2007.
CHAMBERS, S.; LOBB, A.; BUTLER, L. T.; TRAILL, W. B. The influence of age
and gender on food choice: a focus group exploration. International Journal of
Consumer Studies, v. 32, n. 4, p. 356-365, 2008.
58
CAPÍTULO 3
1. INTRODUÇÃO
60
2. MATERIAL E MÉTODOS
61
2.2. Formulação dos sorvetes
ST: 10% G e 0% CPS80; SL25: 7,5% G e 2,5% CPS80; SL50: 5% G e 5% CPS; SL75: 2,5% G
e 7,5% CPS80; SL99: 0% G e 10% CPS80.
62
2.3. Processamento das formulações de sorvete
PREPARO DA MISTURA
Ingredientes líquidos
e sólidos
PASTEURIZAÇÃO
(70 °C/30 min)
HOMOGENEIZAÇÃO
(500 rpm/12 min)
MATURAÇÃO
(4 °C/18 h)
Saborizantes
CONGELAMENTO/
BATIMENTO
(-5 °C/12 min)
ENVASE
ENDURECIMENTO
(-22 °C/24 h)
63
seguir:
a) Mistura
b) Pasteurização
c) Homogeneização
d) Resfriamento e Maturação
e) Congelamento/ Batimento
64
condições para trocas térmicas foram estabelecidas e mantidas para cada um
dos processamentos.
a) Sólidos Totais
b) Gordura
c) Proteínas
d) Cinzas
65
e) Carboidratos
66
2.4.4. Resistência ao derretimento
67
TPG = t0/M (1)
Onde t0 é o tempo médio de queda da primeira gota e M é a massa da
amostra.
RRM=(t10-t0)/M (2)
68
Figura 3 - Sensor de geometria de cilindros duplo gap (DG41)
69
Tabela 3 - Modelos Reológicos de fluidos newtonianos e não Newtoniano
independente do tempo.
Modelo Equação
Newtoniano τ = µ. γ&
Lei da Potência τ = K( γ& ) n
70
temperatura na qual o sorvete foi servido. Os valores dos componentes elástico
(G’) e viscoso (G’’) e tan δ (G’’/G’) foram calculados usando o software Haake
RheoWin Data Manager. Antes desta análise, as amostras foram mantidas em
repouso, no sensor, por 5 minutos para estabilização da temperatura e
rearranjo estrutural a exatamente -10 °C.
Também foi realizada uma varredura de temperatura (de -20°C a 5°C), a
frequência de 1 Hz e a uma taxa de aquecimento de 0.5°C/min, para verificar o
comportamento viscoelástico dos sorvetes em função da temperatura. Para a
realização desta análise as amostras também foram mantidas em repouso, no
sensor, por cinco minutos para estabilização da temperatura e rearranjo
estrutural a exatamente -20 °C.
Para as análises estatísticas dos resultados, utilizou-se o valor G’, G’’ e
tan δ a frequências de 1Hz (ADAPA, DINGELDEIN, SCHMIDT, 2000). Visto
que o consumo de sorvete está relacionado a baixas frequências de oscilação.
72
2.7.1.2. Pré-seleção
Nome: Data:
Duas das três amostras apresentadas são idênticas. Por favor, prove as amostras de sorvete da
esquerda para a direita e circule o código daquela que lhe pareça diferente. Enxágüe a boca entre cada
amostra e espere 30 segundos.
Comentários:
73
Segundo MOSKOWITZ (1983), o método de Rede, consistiu na apresentação
aos pares (3 sessões) das três amostras solicitando-se ao julgador que
descrevam as similaridades e as diferenças entre elas.
Após cada julgador ter gerado seus próprios termos, foi realizada uma
discussão em grupo, sob a supervisão do moderador, com o objetivo de
agrupar termos semelhantes e eliminar aqueles que não foram percebidos pela
maioria dos julgadores. A lista definitiva de avaliação foi formada pelos
descritores mencionados com maior freqüência e pelo consenso entre os
julgadores.
Após o levantamento dos atributos os julgadores definiram cada termo
sensorial. Assim, a lista dos atributos foi elaborada e os padrões para
ancorarem os extremos da escala não estruturada foram definidos.
t: número de tratamentos = 5
k: número de amostras testadas em cada sessão pelo julgador = 2
r: número de vezes em que cada julgador avaliou cada amostra, ou seja,
número de repetições = 4
λ: número de vezes em que as amostras são testadas juntas numa mesma
sessão=1
b: número de sessões realizadas por todos os julgadores = 10
75
julgador e interação amostra*julgador utilizando o Delineamento em Blocos
Casualizados.
O modelo estatístico que representa o delineamento utilizado
(Delineamento em Blocos Casualizados), em que julgadores foram
considerados blocos, é dado por:
Em que:
repetição k;
m = média geral;
Ti = efeito (contribuição) da formulação i;
2.7.2. Aceitação
76
estruturada de nove pontos, sendo a menor nota (1), desgostei extremamente,
e a maior nota (9), gostei extremamente (Figura 5 ).
TESTE DE ACEITAÇÃO
Por favor, avalie as amostras utilizando a escala abaixo para descrever o quanto você gostou ou desgostou
dos produtos. Prove as amostras da esquerda para direita e entre as amostras, enxágüe a boca com água e espere
30 segundos.
8- Gostei muito
6- Gostei ligeiramente
4- Desgostei ligeiramente
2- Desgostei muito
Comentários: ____________________________________________________________________________
77
2.7.3. Correlação entre medidas sensoriais e instrumentais
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
78
Tabela 4 – Composição Centesimal, acidez e pH das amostras de sorvete com diferentes teores de gordura e CPS80
Sólidos Totais Gordura Proteína Bruta (N x 6, 25) Cinzas Carboidratos* Acidez
Formulação pH
(%) (%) (%) (%) (%) (%)
ST 39,23 ± 0,39 10,03 ± 0,42 4,62 ± 0,12 1,19 ± 0,01 23,39 0,259± 0,007 7,13 ± 0,02
SL25 39,40 ± 1,10 7,43 ± 0,05 6,27 ± 0,07 1,28 ± 0,00 24,41 0.284± 0,005 7,11 ± 0,01
SL50 37,80 ± 0,09 4,88 ± 0,46 8,15 ± 0,37 1,35 ± 0,03 23,42 0.308± 0,000 7,09 ± 0,04
SL75 37,88 ± 0,44 2,61 ± 0,14 9,74 ± 0,24 1,47 ± 0,01 24,06 0.358± 0,005 7,09 ± 0,02
SL99 38,38 ± 0,57 0,71 ± 0,12 11,20 ± 0,09 1,53 ± 0,01 24,94 0.386± 0,012 7,10 ± 0,01
*Valores Obtidos por diferença
ST: 10% G e 0% CPS80; SL25: 7,5% G e 2,5% CPS80; SL50: 5% G e 5% CPS; SL75: 2,5% G e 7,5% CPS80; SL99: 0% G e 10% CPS80
79
Em relação ao teor de gordura, as formulações SL25, SL50, SL75 e
SL99 estão de acordo com a Portaria N° 27 de 13 de janeiro de 1998 que
classifica os alimentos como light quando houver uma redução de pelo menos
25% na quantidade de um determinado nutriente e/ou calorias em relação ao
alimento tradicional (ST) (BRASIL, 1998). Além de cumprir o atributo
“reduzido” referente às condições para declarações relacionadas ao conteúdo
de nutrientes e ou valor energético em relação ao conteúdo comparativo
(BRASIL, 1998).
A influência dos teores de gordura no teor de cinzas e na acidez titulável
foi modelada estatisticamente pelas equações representadas na Tabela 5 para
as diferentes formulações de sorvete. Os modelos foram testados quanto à
falta de ajuste e significância dos parâmetros da regressão, apresentando
parâmetro de regressão significativo (p<0,05) para o modelo de primeiro grau e
falta de ajuste não significativa (p>0,05). Além disso, os modelos apresentaram
coeficientes de exatidão superiores a 96%. Para as medidas de pH, não houve
parâmetro de regressão significativo (p>0,05) para o modelo de primeiro grau e
segundo grau, indicando não haver diferença neste indicador entre as
formulações de sorvete.
80
Simplesse®, um substituinte de gordura a base de proteínas do soro,
apresentava maior acidez. Tal resultado foi atribuído a grande quantidade de
proteínas do soro adicionadas à formulação. No leite a acidez titulável (como
porcentagem de ácido lático) é parcialmente atribuída a proteínas e minerais
(Schmit, Lundy e Reynolds, 1993). Neste estudo, os sorvetes apresentaram o
mesmo comportamento, uma vez que o aumento da acidez foi acompanhado
de um aumento do teor de proteínas e cinzas.
A concentração hidrogeniônica efetiva de uma solução é expressa em
pH, que é o logaritmo do inverso da concentração de H+. Não se observou
variações do pH entre as formulações, indicando que a concentrações de íons
H+ foram as mesmas em todas as amostras. Contudo, houve variação da
acidez, o que confirma a influência das proteínas e minerais presentes no
CPS80 na acidez das formulações.
81
Tabela 6 - Valores médios e o desvio padrão dos parâmetros instrumental de
cor dos sorvetes com diferentes teores de gordura e CPS80
Formulação L* a* b* |h*| C*
ST 80,61 ± 0,32 0,94 ± 0.13 14,32 ± 0.33 86,27± 0,45 3,91 ± 0,06
SL25 79,56 ± 0.10 0,85 ± 0.08 15,67 ± 0.54 86,92± 0,18 4,06 ± 0,08
SL50 79,91 ± 0.29 0,46 ± 0.01 15,14 ± 1.32 88,26± 0,10 3,95 ± 0,17
SL75 79,58 ± 0.78 -0,38 ± 0.08 15,65 ± 1.83 88,58± 0,48 3,90 ± 0,25
SL99 79,80 ± 0.12 -1,28 ± 0.01 15,23 ± 0.49 85,19± 0,10 3,73 ± 0,06
ST: 10% G e 0% CPS80; SL25: 7,5% G e 2,5% CPS80; SL50: 5% G e 5% CPS; SL75: 2,5% G
e 7,5% CPS80; SL99: 0% G e 10% CPS80
82
parâmetro corresponde ao teor de gordura igual 9,015% cuja formulação
correspondente seria a ST. Deste modo, à medida que se aumentou o teor de
gordura, as formulações apresentaram uma coloração levemente avermelhada
(a >0). Isto implica que a adição de CPS80 e a redução do teor de gordura leva
a uma coloração levemente esverdeada (a<0), como no caso das formulações
SL75 e SL99.
Roland, Phillips e Boor (1999) avaliaram o efeito do teor de gordura na
cor de sorvetes de baunilha. Segundo a pesquisa, assim como no presente
estudo, as amostras de sorvete foram mais vermelhas e menos verdes à
medida que o teor de gordura aumentou, obtendo uma variação de -0,7 a 0,8
para sorvetes com 0.1% e 10% de gordura, respectivamente. No entanto, eles
também observaram que as amostras iam se tornando mais claras (aumento
de L*) e amarelas (aumento de b*) com o incremento em gordura. Esta
diferença nos resultados pode ser explicada pela utilização de formulações
diferenciadas nos respectivos estudos, cujo único ponto em comum foi a
variação do teor de gordura.
83
100
2 3 2
y = 4,2505 - 0,0206x + 2,2726E-05x - 3,3013E-09x (R = 0,9996)
2 3 2
y = 4,6992 - 0,0215x + 2,2821E-05x - 3,2657E-09x (R = 0,9997)
2 3 2
y = 4,4767 - 0,0210x + 2,2617E-05x - 3,2158E-09x (R = 0,9997)
y = 4,6243 - 0,0212x + 2,2875E-05x - 3,1820E-09x (R = 0,9998)
2 3 2
80 2 3 2
y = 4,5339 - 0,0212x + 2,3069E-05x - 3,2092E-09x (R = 0,9998)
Massa Derretida (g)
60
ST
SL25
SL50
SL75
40
SL99
20
0
0 1000 2000 3000 4000
Tempo (segundos)
ST: 10% G e 0% CPS80; SL25: 7,5% G e 2,5% CPS80; SL50: 5% G e 5% CPS; SL75: 2,5% G
e 7,5% CPS80; SL99: 0% G e 10% CPS80
Figura 6 - Curvas de derretimento dos sorvetes com diferentes teores de
gordura e CPS80
84
Tabela 8 – Parâmetros de derretimento dos sorvetes com diferentes teores de
gordura e CPS80
Formulação t0 (s) t10% (s) TPG (s.g-1) RRM (s.g-1)
ST 764,55 ± 40,94 1337,89 ± 64,74 8,05 ± 0,43 6,04 ± 0,25
SL25 674,10 ± 24,18 1362,20 ± 10,75 7,10 ± 0,25 7,24 ± 0,37
SL50 660,80 ± 3,96 1352,98 ± 34,52 6,96 ± 0,04 7,29 ± 0,41
SL75 638,40 ± 31,40 1339,19 ± 84,59 6,72 ± 0,33 7,38 ± 0,56
SL99 664,90 ± 31,25 1299,59 ± 37,22 7,00 ± 0,33 7,19 ± 0,72
ST: 10% G e 0% CPS80; SL25: 7,5% G e 2,5% CPS80; SL50: 5% G e 5% CPS; SL75: 2,5% G
e 7,5% CPS80; SL99: 0% G e 10% CPS80.
to: tempo de queda da primeira gota; t10%: tempo correspondente ao descongelamento de 10%
-1 -1
da massa; TPG(s.g ): tempo médio de queda da primeira gota; RRM(s.g ): Retenção relativa
de massa
85
de taxa de deformação de 0-300 s-1 durante 2 minutos para rampa de subida
quanto para rampa de descida objetivando a quebra da tixotropia.
Os dados experimentais de tensão de cisalhamento e taxa de
deformação foram ajustados aos modelos reológicos de lei de Newton e lei de
Potência. Todos os parâmetros para ambos os modelos foram significativos
(p<0,0001).
Na Tabela 9, encontram-se os dados de viscosidade (µ) obtidos através
do modelo reológico lei de Newton. Além dos dados de viscosidade aparente
(η50), índice de consistência (K) e índice de comportamento de fluxo (n) das
misturas e dos sorvetes elaborados com diferentes teores de gordura
adicionados de CPS80 e fibras. Sendo estes parâmetros obtidos por meio do
modelo reológico Lei da Potência das curvas ascendentes (aumento da taxa de
deformação).
Analisando a Figura 7, pode-se observar que a variação da tensão de
cisalhamento obtida experimentalmente em função da taxa de deformação para
as cinco formulações estudadas, tanto para as misturas quanto para os
sorvetes, apresentaram reogramas típicos de um fluido pseudoplástico.
Arbuchle (1986) citado por Karaca et al. (2009) afirma que o comportamento
pseudoplástico dos sorvetes ocorre devido ao comportamento dos agregados
de gordura formados no produto final, já que durante o cisalhamento a
estrutura destes agregados se rompem diminuindo a viscosidade aparente.
Desse modo, o modelo reológico lei da potência apresentou os maiores
coeficientes de determinação (R2>0,99), e menores valores de quadrado médio
do resíduo para as misturas e para os sorvetes (Tabela 9).
86
Tabela 9 - Valores dos parâmetros reológicos para as cinco formulações de misturas e dos sorvetes segundo os
modelos de Newton e Lei da Potência
Modelo de Newton Lei da Potência
Formulação µ R2 QMR K n R2 QMR η50
Misturas
ST 0,0349 ± 0,0001 0,9989 0,0100 0,0447 ± 0,0004 0,9540 ± 0,0023 0,9999 0,00114 0,0373
SL25 0,0370 ± 0,0001 0,9987 0,0135 0,0484 ± 0,0006 0,9498 ± 0,0024 0,9998 0,00155 0,0399
SL50 0,0528 ± 0,0001 0,9981 0,0383 0,0736 ± 0,0005 0,9380 ± 0,0012 1,0000 0,00081 0,0578
SL75 0,0898 ± 0,0006 0,9882 0,6385 0,1954 ± 0,0024 0,8552 ± 0,0023 0.9998 0,00888 0,1109
SL99 0,1040 ± 0,0010 0,9797 1,3763 0,2751 ± 0,0019 0,8186 ± 0,0013 0,9999 0,00395 0,1353
Sorvetes
ST 0,0246 ± 0,0002 0.9862 0,1002 0,0561 ± 0,0011 0,8462 ± 0,0036 0.9996 0,00114 0,0307
SL25 0,0298 ± 0,0012 0.9896 0,0605 0,0602 ± 0,0020 0,8686 ± 0,0063 0.9994 0,00326 0,0360
SL50 0,0341 ± 0,0001 0.9955 0,0366 0,0560 ± 0,0005 0,9079 ± 0,0017 0.9998 0,00142 0,0390
SL75 0,0496 ± 0,0001 0.9979 0.0377 0,0705 ± 0,0004 0,9346 ± 0,0009 1,0000 0,00079 0,0545
SL99 0,0560 ± 0,0002 0.9984 0.0354 0,0758 ± 0,0005 0,9438 ± 0,0012 1,0000 0,00086 0,0608
-1 n
µ = viscosidade (Pa.s ); K= índice de consistência (Pa.s ) e n= índice de comportamento ao escoamento (adimensional); η50 = viscosidade
-1 2
aparente (Pa.s ) R = coeficiente de determinação; QMR=Quadrado Médio do Resíduo
ST: 10% G e 0% CPS80; SL25: 7,5% G e 2,5% CPS80; SL50: 5% G e 5% CPS; SL75: 2,5% G e 7,5% CPS80; SL99: 0% G e 10% CPS80.
87
18
16
30
2
0
0 50 100 150 200 250 300 0
0 50 100 150 200 250 300
Taxa de Defomação (1.s-1)
Taxa de Defomação (1.s-1)
35
18
16 30
14
25
12
ST (c) 20 ST (d)
10 SL25 SL25
SL50 SL50
SL75 15 SL75
8
SL99 SL99
6 10
4
5
2
0
0 0 50 100 150 200 250 300
0 50 100 150 200 250 300
Taxa de Defomação (1.s-1)
Taxa de Defomação (1.s-1)
ST: 10% G e 0% CPS80; SL25: 7,5% G e 2,5% CPS80; SL50: 5% G e 5% CPS; SL75: 2,5% G e 7,5% CPS80; SL99: 0% G e 10% CPS80
Figura 7 - Relação entre tensão de cisalhamento e taxa de deformação a 4°C: Ajuste pelo modelo reológico de Newton - (a)
Mistura (b) Sorvete; Ajuste pelo modelo reológico lei da potência - (c) Mistura (d) Sorvete
88
A Figura 8 representa a distribuição do resíduo em função do parâmetro
tensão de cisalhamento estimado das formulações de sorvete ST para os
modelos Lei de Newton e o modelo Lei da Potência. Comportamento
semelhante foi apresentado por todos os tratamentos, tanto das misturas
quanto dos sorvetes. Assim, observa-se que o modelo Lei da Potência
apresentou uma distribuição aleatorizada do resíduo em função do parâmetro
tensão de cisalhamento estimado, enquanto o modelo de Lei de Newton
apresentou distribuição tendenciosa em todos os tratamentos (ANEXO D).
(a) (b)
Figura 8: Dispersão do Resíduo em Função dos Valores Estimados para
Tensão de Cisalhamento nas curvas de Escoamento do Sorvete ST
89
Tabela 10 - Modelagem estatística do efeito da gordura nos parâmetros
reológicos das misturas e dos sorvetes com diferentes teores de gordura e
CPS80.
Parâmetros
Modelo de Regressão R2
Reológicos
Mistura
K Y = -0.02272*G + 0.23772 R2 = 0.8455
Sorvete
n Y = -0.01078*G 0.95644 R2 = 0.9774
n
G: Teor de Gordura; K: índice de consistência (Pa.s ) e n: índice de comportamento ao
2
escoamento (adimensional); R : coeficiente de determinação.
92
Tabela 11 – Componentes de viscoelasticidade a 1HZ em função dos teores de
gordura para as 5 formulações de sorvete com diferentes teores de gordura e
CPS80
Formulação G’ (KPa) G’’ (KPa) Tanδ
ST 187,750 196,250 1.0768781
SL25 183,200 190,520 1.0399563
SL50 161,800 175,300 1.0834363
SL75 182,500 202,300 1.1139207
SL99 104,000 137,900 1.3259615
ST: 10% G e 0% CPS80; SL25: 7,5% G e 2,5% CPS80; SL50: 5% G e 5% CPS; SL75: 2,5% G
e 7,5% CPS80; SL99: 0% G e 10% CPS80
93
1e+7 1e+6
1e+6
ST ST
SL25 1e+5
SL25
SL50 SL50
SL75 SL75
G'
1e+5
G''
SL99 SL99
1e+4
1e+4
1e+3 1e+3
0,01 0,1 1 10 0,01 0,1 1 10
Log Frequency (Hz) Log Frequency (Hz)
10
(a) (b)
ST
SL25
SL50
Log Tan δ
SL75
1 SL99
0,1
0,01 0,1 1 10
(c)
Figura 9: Varredura de freqüência a -10°C na avaliação do componente de viscoelasticidade Módulo de Armazenamento (G’-a),
Módulo de Perda (G’’-b) e Tan δ (c) das formulações de sorvetes com diferentes teores de gordura e CPS80.
94
A Figura 9 mostra que esta pequena variação do parâmetro G’, G’’ e Tan
δ entre as diferentes formulações ocorreu ao longo de toda a varredura de
freqüência. Este fenômeno ocorre, pois à temperatura de -10°C o
comportamento reológico dos sorvetes é principalmente influenciado pela
fração de gelo e sua microestrutura (WILDMOSER, SCHEIWILLER e
WINDHAB, 2004), de modo que pequenas variações são observadas para
produtos com o mesmo teor de água. No entanto uma análise microestrutural
deveria ser realizada para a confirmação desta hipótese
95
1,0e+8 1,0e+8
1,0e+8
5 o 5 o
G'=G'' 4,7115 * 10 Pa T = -6,95 C G'=G'' 4,1067 * 10 Pa T = -6,37 C G'=G'' 4,1478 * 105 Pa T = -6,43 oC
10 10 10
1,0e+7 1,0e+7 1,0e+7
G' G''(Pa)
G' G''(Pa)
G' G''(Pa)
1,0e+4 1,0e+4 1,0e+4
Tan δ
Tan δ
Tan δ
1 1,0e+3 1 1
1,0e+3 1,0e+3
1,0e+8 1,0e+8
G'=G'' 3,8973 * 105 Pa T = -6,29oC 5
G'=G'' 4,3211 * 10 Pa T = -7,23 C
o
10 10
1,0e+7 1,0e+7
1,0e+6 1,0e+6
1,0e+5 1,0e+5
G' G''(Pa)
G' G''(Pa)
1,0e+4 1,0e+4
Tan δ
Tan δ
1,0e+3 1 1,0e+3 1
1,0e+0 1,0e+0
ST: 10% G e 0% CPS80; SL25: 7,5% G e 2,5% CPS80; SL50: 5% G e 5% CPS; SL75: 2,5% G e 7,5% CPS80; SL99: 0% G e 10% CPS80
Figura 10 – Varredura de temperatura na avaliação dos componentes de viscoelasticidade das formulações de sorvetes
96
A temperatura de -20°C todas as formulações apresentam máximo valor
para o modulo de armazenamento (G’) e mínimo valor para a tangente de fase
(tan δ). Estes valores caracterizam um produto duro de estrutura rígida,
apresentando predominância do componente elástico.
O aumento da temperatura de -20°C a -10°C não implicou numa grande
variação dos componentes viscosos e elásticos para todas as formulações.
Nesta faixa de temperatura as microestruturas dos cristais de gelo governam o
comportamento reológico (WILDMOSER, SCHEIWILLER e WINDHAB, 2004),
indicando que não houve grandes variações em relações aos cristais de gelo
formados, sobretudo pelo fato de o teor de água dos sorvetes serem similares.
No entanto, não foram realizadas análises microestruturais que poderiam
comprovar tal hipótese.
Na faixa de temperatura de -10°C a -2°C houve uma diminuição mais
acentuada do módulo de armazenamento (G’) em relação ao módulo viscoso
(G’’) e a formação de um pico para a tangente de fase (tan δ). Nesta faixa de
temperatura, as variações de G’ são atribuídas ao decréscimo na fração de
gelo conduzindo a uma menor rigidez no produto, uma diluição da fase não
congelada e uma modificação do arranjo da microestrutura (Goff et al., 1995;
Wildmoser, Scheiwiller, & Windhab, 2003; Granger et al., 2005). Nesta faixa de
temperatura também ocorre o cruzamento das curvas de G’ e G’’ passando do
estado de um material com predominância do comportamento elástico (G’ >
G’’) para um material com predominância do comportamento viscoso (G’’ > G’).
É importante notar que a temperatura correspondente ao final da queda
da curva de G’ corresponde à temperatura de derretimento, isto é, -2,3 ± 0,5
correspondeu à temperatura de derretimento das formulações de acordo com
Bradley e Smith (1983). Valor semelhante foi obtido por Granger et al. (2005)
na avaliação de sorvetes com diferentes tipos de gordura e emulsificante. Em
seu estudo também não houve variação deste parâmetro entre as suas
formulações.
Entre -2°C e 5°C houve certa estabilização dos parâmetros reológicos
avaliados. A partir de 1°C todo gelo encontra-se derretido, portanto, acima
desta temperatura o ar disperso e a gordura possuem um considerável impacto
nas características reológicas (Wildmoser, Scheiwiller, & Windhab, 2003).
97
Assim, como apresentado na Figura 11, houve uma proximidade dos
valores de tanδ a 5°C para as formulações ST, SL25, SL50 e SL75 e uma
ligeira diminuição deste parâmetro para a formulação SL99, indicando que a
quase ausência de gordura com a formação de uma rede de proteínas causa
uma diminuição da relação entre o componente viscoso e o componente
elástico do sorvete derretido e que a presença de aglomerados de gordura em
sinergia com a rede de proteínas não altera este componente para relações
Gordura:CPS 80 superiores a 2,5:7,5.
10
ST
SL25
6 SL50
SL75
Tan δ
SL99
Temperatura (ºC)
ST: 10% G e 0% CPS80; SL25: 7,5% G e 2,5% CPS80; SL50: 5% G e 5% CPS; SL75: 2,5% G
e 7,5% CPS80; SL99: 0% G e 10% CPS80
Figura 11 – Varredura de temperatura para avaliação de Tanδ para as
formulações de sorvete com diferentes teores de gordura e CPS80
98
coagulase positiva, contudo tal valor atende aos padrões microbiológicos
estabelecidos pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária – Ministério da
Saúde, Resolução RDC Nº12, de 02 de Janeiro de 2001 apresentados na
Tabela 12.
99
3.4.1.2. Levantamento de Termos descritivos
100
Tabela 13 - Atributos, definições e padrões de referência para sorvete de
creme sabor baunilha
Termo descritor Definição: Referência
Aparência
101
Adesividade Força necessária para FRACO: ST
remover a amostra que adere FORTE: SL99
a boca (palato) durante o
processo de degustação.
Espalhabilidade Capacidade da amostra de FRACO: SL99
sorvete derreter e se espalhar FORTE: ST
pela boca.
* A mistura e os padrões foram batidos durante 2 minutos em liquidificador
(Philips Walita®,Holanda)
102
Figura 12 - Modelo da ficha da ADQ empregada no teste preliminar e na
avaliação final das amostras
103
3.4.1.3. Seleção dos Julgadores
104
Tabela 14 - Níveis de probabilidade de FAMOSTRA dos julgadores para os atributos sensoriais dos sorvetes
Julgador Cor Consistência Aroma de Gosto Sabor de Sabor Sabor de Creme de Cremosidade Adesividade Espalhabilidade
amarela Baunilha Doce Baunilha de CPS Leite
J1* 0,7382 0,1319 0,3039 0,3226 0,3472 0,1678 0,7536 0,5090 0,3974 0,6539
J2* 0,0035 0,0426 0,8631 0,4006 0,8690 0,0127 0,0066 0,5470 0,0005 0,0101
J3 0,4946 0,3670 0,4013 0,0711 0,0204 0,0140 0,0267 0,1775 0,1558 0,1971
J4 <0,0001 0,0013 0,4742 0,0287 0,0285 0,0003 0,1838 0,0008 0,0003 0,0018
J5 0,0487 0,0052 0,3259 0,1893 0,0206 0,0028 0,0572 0,0004 0,0217 0,0023
J6 0,0002 0,0003 0,0002 0,0095 0,0034 <,0001 0,0004 0,0007 0,0006 <,0001
J7 0,0612 0,1661 0,0659 0,3648 0,0022 0,0008 0,4091 0,0008 0,4978 0,3391
J8 0,0881 0,0329 0,1532 0,0886 0,0036 0,0659 0,0100 0,0176 0,0937 0,0230
J9* 0,0038 0,3970 0,0170 0,6815 0,9295 0,0228 0,3479 0,2357 0,4045 0,0321
J10* 0,2277 0,0224 0,8586 0,2202 0,8874 0,5683 0,0201 0,0239 0,0171 0,0013
J11* 0,0333 0,1351 0,1681 0,1201 0,1434 0,1837 0,0504 0,8266 0,0188 0,0174
J12 0,0041 0,0107 0,4262 0,4145 0,1737 0,0010 0,0011 0,0021 0,0003 0,0033
J13 0,0110 0,0541 0,1261 0,1204 0,2001 0,1629 0,0138 0,0007 0,1858 0,0279
J14 0,0625 0,0022 0,0263 0,0034 0,0026 0,0004 0,0016 0,0009 0,0011 0,0137
J15* 0,1644 0,0327 0,2265 0,7073 0,6792 0,5273 0,9124 0,7637 0,1957 0,9828
J16 0,3564 0,0703 0,1901 0,1461 0,0443 0,0770 0,1125 0,2124 0,1293 0,1663
J17* 0,0031 0,0966 0,3421 0,6631 0,0098 0,5132 0,1134 0,5490 0,0870 0,5523
*Julgador dispensado por não atender aos requisitos
105
Tabela 15 - Níveis de probabilidade de FREPETIÇÃO dos julgadores para os atributos sensoriais dos sorvetes
Julgador Cor Consistência Aroma de Gosto Sabor de Sabor de Sabor de Creme de Cremosidade Adesividade Espalhabilidade
amarela Baunilha Doce Baunilha CPS Leite
J1* 0,5738 0,4774 0,6364 0,8328 0,7421 0,4353 0,9880 0,8954 0,8457 0,9992
J2* 0,0703 0,9537 0,9713 0,7824 0,8690 0,5103 0,3466 0,5287 0,8750 0,6379
J3 0,6578 0,6634 0,8563 0,4381 0,7725 0,9784 0,6791 0,4756 0,4847 0,5307
J4 0,0714 0,5000 0,6823 0,3566 0,7813 0,8636 0,5057 0,0871 0,7308 0,8400
J5 0,7249 0,6176 0,7644 0,4711 0,2246 0,6579 0,5338 0,1522 0,4795 0,3152
J6 0,0946 0,3120 0,0577 0,5643 0,1136 0,5000 0,2692 0,1227 0,0839 0,2000
J7 0,3050 0,3116 0,4062 0,5448 0,2346 0,7400 0,9554 0,2872 0,2935 0,1784
J8 0,6030 0,4398 0,3297 0,2850 0,0681 0,5402 0,4260 0,8816 0,6570 0,7625
J9* 0,0042 0,1178 0,0324 0,1598 0,3561 0,7618 0,5274 0,0422 0,0350 0,2412
J10* 0,5499 0,2860 0,6657 0,0891 0,5400 0,8865 0,3631 0,0671 0,1579 0,0193
J11* 0,5441 0,5643 0,3154 0,1105 0,3317 0,8977 0,3904 0,8144 0,1957 0,0402
J12 0,2692 0,4890 0,6728 0,5036 0,2289 0,3451 0,3500 0,3000 0,1364 0,3370
J13 0,2923 0,4394 0,7149 0,2914 0,6728 0,3930 0,5643 0,1522 0,7248 0,4123
J14 0,1384 0,9286 0,5000 0,6125 0,8000 0,3393 0,0854 0,2500 0,2868 0,6684
J15* 0,0936 0,3766 0,4176 0,9874 0,7277 0,9121 0,9159 0,9667 0,2674 0,7646
J16 0,2614 0,2353 0,7198 0,5540 0,5568 0,6009 0,5393 0,4345 0,4021 0,4483
J17* 0,0098 0,2256 0,1876 0,3406 0,0877 0,1986 0,0072 0,5321 0,6290 0,4500
*Julgador dispensado por não atender aos requisitos
106
3.4.1.4. Avaliação Final das amostras
Os resultados da ADQ foram analisados por meio da ANOVA com duas fontes
de variação (amostra e julgador) e interação amostra x julgador. Dentre os dez
atributos avaliados, apenas o atributo sabor de CPS não demonstrou haver efeito
significativo (p>0,05) da interação amostra*julgador (Tabela 16). Para os atributos
que apresentaram interação significativa, o teste para efeito de amostras foi
realizado novamente, utilizando o quadrado médio da interação amostra x julgador
como denominador (F versus interação), como proposto por STONE e SIDEL (1974).
A existência de interação indica que há pelo menos um julgador avaliando as
amostras de forma diferente da equipe. Tal ocorrência é difícil de ser evitada na
análise sensorial (SILVA & DAMASIO, 1994).
Houve diferença significativa, entre pelo menos duas amostras, para todos os
atributos avaliados a 0,02% de significância pelo teste F.
A Figura 13 é uma projeção dos resultados obtidos da análise de componentes
principais (ACP) para as formulações de sorvete. O primeiro componente principal
explicou 97,86% da variação dos resultados obtidos sendo suficiente para
discriminar as amostras em relação aos atributos sensoriais.
Observa-se que a distribuição das amostras em relação ao primeiro
componente principal está relacionada com o teor de gordura. Deste modo, quanto
maior o teor de gordura menor o escore obtido no componente. A formulação ST,
seguida da SL25 encontram-se dispersas negativamente em relação ao primeiro
componente principal. A SL50 está localizada na região central do gráfico e as SL75
e SL99 dispersas positivamente em relação ao primeiro componente.
107
Tabela 16 - Resumo da ANOVA para os atributos sensoriais das formulações
de sorvete com diferentes teores de gordura e CPS80
J 9 39,5301 15,29
Cor amarela
A*J 36 8,1670 3,16* <0,0001
J 9 14,2100 3,70
Consistência
A*J 36 10,3542 2,70* <0,0001
J 9 40,6855 12,55
Aroma de Baunilha
A*L 36 5,3339 1,65* 0,0207
J 9 55,4912 22,27
Gosto doce
A*J 36 7,8424 3,15* <0,0001
J 9 34,5341 13,34
Sabor de Baunilha
A*J 36 6,5493 2,53* <0,0001
J 9 18,9571 5,41
Sabor de CPS
ns
A*J 36 4,2568 1,21 0,2102
108
A 4 207,6013 66,39* <0,0001 24,06* <0,0001
J 9 22,7646 7,28
Sabor de Creme de Leite
A*J 36 8,6296 2,76 <0,0001
J 9 25,4428 6,95
Cremosidade
A*J 36 8,2076 2,24 0,0004
J 9 18,9254 4,08
Adesividade
A*J 36 8,2431 1,78 0,0092
J 9 22,8011 6,02
Espalhabilidade
A*J 36 9,71659 2,57 <0,0001
109
1,0
0,5
Sabor de Baunilha
SL50 Consistência
Aroma de Baunilha Cremosidade
Sabor de Adesividade
Creme 0,0
-1,0 -0,5 0,0 0,5 1,0Sabor de CPS
Gosto Doce Cor Amarela
Espalhabilidade
-0,5
-1,0 SL99
Primeiro Componente Principal (97.86%)
110
formulação ST apresentou maior intensidade destes atributos e SL99 menor
intensidade.
Componentes Principais
Atributos
CP1 CP2
Sensoriais
r p-valor r p-valor
111
Tabela 18 - Modelagem estatística do efeito da gordura nos atributos
sensoriais dos sorvetes com diferentes teores de gordura e CPS80
Atributo Modelo R2
Cor Amarela Y = -0,47199*G + 6,29874 0,9804
2
G: Teor de Gordura; R : coeficiente de determinação.
112
outros atributos de sabor, uma vez que Roland et al. (1999) e Li et al. (1997)
não observaram que o teor de gordura interferiu na percepção do gosto doce
em sorvetes com diferentes teores de gordura que não utilizavam substituintes.
No entanto, FRØST et al, 2005 observaram que a redução de gordura em
sorvetes reduzia a percepção do sabor de baunilha. Os resultados de Patel et
al (2006) mostraram que a percepção do aroma e sabor de baunilha podem ser
mascarados quando se utilizam altas concentrações de CPS, concluindo que
nestes produtos a concentração de essência de baunilha deve ser aumentada.
Outras razões apontadas por Li et al (1997) para a diminuição na
percepção do sabores seria a influência da sensação de refrescância,
aumentada para os sorvetes com menores teores de gordura, e a alteração na
textura das amostras causando uma menor dispersão dos compostos
saborizantes na língua, resultando na diminuição significativa na percepção dos
sabores (VAN RUTH, DE WITTE, & URIARTE, 2004). Além disso, muitos
compostos aromáticos são substâncias lipofílicas tornando a gordura um
componente carreador dos componentes flavorizantes no sorvete (HYVONEN
et al., 2003) .
Em relação ao aroma de baunilha, segundo Hansen & Heinis (1991) e
Plug & Haring (1993) citados por Kersiene et al. (2008), ligações entre
componentes do aroma e proteínas são geralmente fracas e incluem ligações
reversíveis, como forças de Van der Waals, pontes de hidrogênio e interações
hidrofóbicas. Entretanto, esses autores sugerem que reações químicas podem
ocorrer entre os componentes voláteis e proteínas, conduzindo a uma ligação
forte ou irreversível.
113
1,0
η50
ο
Tan δ(−10 C)
TPG -0,5
ST SL99
-1,0
Primeiro Componente Principal (97.81%)
ST: 10% G e 0% CPS80; SL25: 7,5% G e 2,5% CPS80; SL50: 5% G e 5% CPS; SL75: 2,5% G
e 7,5% CPS80; SL99: 0% G e 10% CPS80
114
Tabela 19 - Correlações (Coeficientes de Correlação de Pearson) entre os
atributos (sensoriais e instrumentais) e os dois primeiros componentes
principais.
Componentes Principais
CP1 CP2
R p-valor R p-valor
Consistência 0,98762 0,0017 0,12309 0,8437
Cremosidade 0,99761 0,0001 0,05365 0,9317
Adesividade 0,99532 0,0004 -0,08491 0,8920
Espalhabilidade -0,99348 0,0006 0,10609 0,8652
G’ (> 0°C) -0,82716 0,1040 0,24504 0,6912
G’’ (> 0°C) -0,95586 0,0111 0,23391 0,7049
Tan δ (-10°C) 0,71777 0,1722 -0,32364 0,5952
η50 0,93845 0,0182 -0,30579 0,6168
TPG -0,85359 0,1058 -0,49536 0,3961
RRM 0,76869 0,1288 0,59116 0,2938
r: coeficiente de correlação; p-valor: nível de probabilidade
115
Tabela 20 - Correlações (Coeficientes de Correlação de Pearson) entre as
medidas instrumentais e sensoriais determinadas a temperatura maior que
-1ºC.
Medidas Medidas Sensoriais
Instrumentais Cremosidade Adesividade Espalhabilidade
R p-valor R p-valor R p-valor
G’ (> 0°C) -0,83384 0,0792 -0,86734 0,0568 0,83225 0,0804
116
de -10°C o comportamento reológico dos sorvetes é principalmente
influenciado pela fração de gelo e sua microestrutura (WILDMOSER,
SCHEIWILLER e WINDHAB, 2004), de modo que pequenas variações são
observadas para produtos com o mesmo teor de água. No entanto uma análise
microestrutural deveria ser realizada para a confirmação desta hipótese.
Os valores de TPG e RRM não se correlacionaram (p>0.10) com os
componentes principais na ACP. Nas análises de correlação (Pearson), apenas
o parâmetro TPG se correlacionou negativamente com o atributo cremosidade.
Deste modo, tais medidas não apresentam grande capacidade de predizer
atributos de textura.
Os valores obtidos pela as análises de correlação (Pearson) foram
consistentes com o resultado obtido na ACP. A correlação entre medidas
instrumental e sensorial fornece informações de uso prático para a indústria de
alimentos, uma vez que a partir de medidas da viscosidade aparente, e
medidas de componentes de viscoelasticidade (G’’) é possível predizer os
atributos cremosidade, adesividade e espalhabilidade de sorvetes percebidos
sensorialmente.
117
100
Aceitação (>5)
87
83 83 Indiferença (=5)
Rejeição (<5)
60
53
40
40
17
20
12
10
8 9 7 7
3 5
0
ST SL25 SL50 SL75 SL99
Formulações
118
3.4.2.1. Mapa de preferência interno
119
1,0
SL75
Segundo Componente Principal (21%) 0,5
ST
SL25
0,0
-1,0 -0,5 0,0 0,5 1,0
SL99
-0,5
-1,0 SL50
Primeiro Componente Principal (49%)
1,0
Segundo Componente Principal (21%)
0,5
-0,5
-1,0
Primeiro Componente Principal (49%)
122
primeiro componente principal, representando o valor limiar para a obtenção de
um sorvete com adequada qualidade sensorial.
Contudo nota-se que a cremosidade e a consistência não possuíram um
valor limitante para aceitação, indicando que a sinergia entre gordura, CPS 80,
e FOS foram efetivos para a qualidade destes atributos.
A influência dos atributos adesividade e espalhabilidade na aceitação
dos produtos foi consistente com os resultados obtidos por Yilsay et al. (2006)
que concluíram que os atributos de textura são importantes fatores que
influenciam na aceitação de sorvetes.
123
4. CONCLUSÕES
BOLLIGER, S.; KORNBRUST, B.; GOFF, H.D.; THARP, B.W.; WINDHAB, E.J.
Influence of emulsifers on ice cream produced by conventional freezing and
low-temperature extrusion processing. International Dairy Journal, v. 10, n. 7,
p. 497-504, 2000.
BRADLEY, R., e SMITH, K. Finding the freezing point of frozen desserts. Dairy
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COCHRAN, W.G.; COX, G.M. Experimental designs. 2.ed. New York: John
Wiley, 1957. 611p.
EL-NAGAR, G.; CLOWES, G.; TUDORICĂ, C.M.; KURI, V.; BRENNAN, C.S.
Rheological quality and stability of yog-ice cream with added inulin.
International Journal of Dairy Technology, v. 55, n. 2, 2002.
KARACA, O.B.; GÜVEN, M.; YASAR, K.; KAYA, S.; KAHYAOGLU, T. The
functional, rheological and sensory characteristics of ice creams with various fat
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2009.
LI, Z., MARSHALL; R., HEYMANN, H.; FERNANDO, L. Effect of milk fat
content on flavor perception of vanilla ice cream. Journal of Dairy Science.,
v.80 , p.3133-3141, 1997.
PARK, S.H.; HONG, G.P.; KIM, J.Y.; CHOI, M.J.; MIM, S.G. The influence of
food ,hydrocolloids on changes in the physical properties of ice cream. Food
Science and Biotechnology, v. 15, n. 5, p. 721-727, 2006.
128
PASSOS, L. M. L.; PARK, Y. K. Frutooligossacarídeos: implicações na saúde
humana e utilização em alimentos. Ciência Rural, v.33, n.2, p385-390, 2003.
PATEL, M. R.; BAER R. J.; ACHARYA M. R. Increasing the Protein Content of
Ice Cream. Journal of Dairy Science, v. 89, n. 5, p. 1400-1406, 2006.
ROLAND, A. M.; PHILLIPS, L.G.; BOOR, K.J. Effects of Fat Replacers on the
Sensory Properties, Color, Melting, and Hardness of Ice Cream1. Journal of
Dairy Science, v. 82, n.10, p. 2094-2110, 1999.
SCHMIDT, K.; LUNDY, A.; REYNOLDS, J.; YEE, L. N.; Carbohydrate or protein
based fat mimicker effects on ice milk properties. Journal of Food Science,
v.58, n.4, p. 761- 763, 1993.
VAN RUTH, S. M., de WITTE, L., & URIARTE, A. R. Volatile flavour analysis
and sensory evaluation of custard desserts varying in type and concentration of
carboxymethyl cellulose. Journal of Agricultural and Food Chemistry, v.52,
P.8105–8110, 2004.
YILSAY, T. O.; YILMAZ, L.; BAYIZIT, A. A. The effect of using a whey protein
fat replacer on textural and sensory characteristics of low-fat vanilla ice cream,
Eur. Food Res. Technol., v.222, p.171–175, 2006.
WALSTRA, P. e JONKMAN, M.. The role of milkfat and protein in ice cream.
Pages 17–24 in Ice Cream. W. Buchheim, ed. International Dairy Federation
Special Issue 9803. International Dairy Federation, Brussels, Belgium, 1998.
131
CONCLUSÃO GERAL
132
ANEXO A – Delineamento para apresentação das 7 imagens (Conceitos de
sorvete)
Consumidor Ordem de apresentação das imagens
1 6 5 4 1 3 7 2
2 4 6 3 5 2 1 7
3 3 4 2 6 7 5 1
4 7 2 1 3 5 4 6
5 1 7 5 2 6 3 4
6 5 1 6 7 4 2 3
7 2 3 7 4 1 6 5
8 5 6 1 4 7 3 2
9 3 2 4 7 6 1 5
10 7 1 2 5 3 6 4
11 4 3 6 2 5 7 1
12 2 7 3 1 4 5 6
13 1 5 7 6 2 4 3
14 6 4 5 3 1 2 7
15 6 5 7 3 1 4 2
16 7 6 1 5 2 3 4
17 3 4 5 2 6 1 7
18 1 7 2 6 4 5 3
19 5 3 6 4 7 2 1
20 2 1 4 7 3 6 5
21 4 2 3 1 5 7 6
22 2 4 1 3 7 5 6
23 7 1 6 2 5 4 3
24 4 3 2 5 1 6 7
25 1 2 7 4 6 3 5
26 5 6 3 7 4 1 2
27 6 7 5 1 3 2 4
28 3 5 4 6 2 7 1
29 1 5 6 7 3 2 4
30 7 2 5 4 1 3 6
31 3 6 4 1 2 5 7
32 2 4 7 3 5 6 1
33 6 1 3 5 4 7 2
34 5 7 1 2 6 4 3
133
35 4 3 2 6 7 1 5
36 5 1 7 6 2 3 4
37 7 5 2 1 4 6 3
38 6 3 1 4 5 2 7
39 3 4 6 2 1 7 5
40 1 6 5 3 7 4 2
41 2 7 4 5 3 1 6
42 4 2 3 7 6 5 1
43 2 5 1 6 7 3 4
44 4 7 3 1 6 2 5
45 5 6 2 3 1 4 7
46 1 2 7 5 4 6 3
47 6 3 5 4 2 7 1
48 3 4 6 7 5 1 2
49 7 1 4 2 3 5 6
50 2 1 5 7 6 4 3
51 3 6 4 5 7 2 1
52 1 7 2 4 5 3 6
53 6 5 3 2 4 1 7
54 5 2 6 1 3 7 4
55 4 3 7 6 1 5 2
56 7 4 1 3 2 6 5
Fonte: Macfie et. al (1989)
134
ANEXO B – Questionário para levantamento dos dados 7. Utilizando a escala abaixo indique a freqüência média com a qual você
costuma consumir sorvete.
UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA
[ ] Todos os dias [ ] De 15 em 15 dias
O Departamento de Tecnologia de Alimentos, da Universidade
[ ] Três vezes por semana [ ] Uma vez ao mês
Federal de V içosa, está realizando uma pesquisa [ ] Duas vezes por semana [ ] Menos de uma vez ao mês
com consumidores de sorvete da cidade de Viçosa. [ ] Uma vez por semana [ ] Nunca consumo
Sua participação é de extrema importância para efetivação do nosso estudo, por isto,
gostaríamos que respondesse algumas perguntas. Ressaltamos que a sua identidade 2) Questionário de atitude: Por favor, usando a escala a baixo indique seu
será preservada e que as informações coletadas neste estudo serão utilizadas grau de concordância ou discordância em relação às afirmativas:
135
4. Acho que eu levo muito em consideração a saúde em minha vida. 8. Não me pergunto frequentemente se algo é bom para mim, ou não.
5. Acho importante saber como comer de forma saudável. 9. Na verdade, não penso com freqüência se tudo o que faço é saudável.
4. SORVETE TRADICIONAL:
137
7. SORVETE LIGHT:
138
ANEXO C - Questionário de recrutamento de julgadores
RECRUTAMENTO DE DEGUSTADORES
Nome:
Endereço:
139
7-Marque na linha à direita de cada figura, um trecho que indique a proporção da
figura que foi coberta de preto (não use régua, use apenas sua capacidade visual
de avaliar).
Exemplos:
Nenhuma Toda
Nenhuma Toda
Nenhuma Toda
Nenhuma Toda
Nenhuma Toda
140
Nenhuma Toda
8- Especifique e explique os alimentos que você não pode comer ou beber por
razões de saúde.
10- Você está tomando alguma medicação que poderia influir em sua capacidade
de perceber odores e sabores? Em caso positivo, explique, por favor.
Diabetes ( ) ( )
Hipoglicemia ( ) ( )
Alergia a alimentos ( ) ( )
Hipertensão ( ) ( )
Enxaqueca ( ) ( )
Doenças bucais ( ) ( )
Dentadura ( ) ( )
141
ANEXO D - Gráficos de Resíduo em Função dos Valores
Estimados para Tensão de Cisalhamento nas curvas de
Escoamento das Misturas e Sorvetes para o modelo de
Newton e Lei da Potência
142
b) Misturas - Modelo Lei da Potência
Fig.5 – Resíduo em Função dos Valores Estimados para Tensão Fig.7 – Resíduo em Função dos Valores Estimados para Tensão
de Cisalhamento nas curvas de Escoamento da Mistura SL99 de Cisalhamento nas curvas de Escoamento da Mistura SL25
143
Fig.8 – Resíduo em Função dos Valores Estimados para Tensão Fig.10–Resíduo em Função dos Valores Estimados para Tensão
de Cisalhamento nas curvas de Escoamento da Mistura SL50 de Cisalhamento nas curvas de Escoamento da Mistura SL99
144
Fig.12–Resíduo em Função dos Valores Estimados para Tensão Fig.14–Resíduo em Função dos Valores Estimados para Tensão
de Cisalhamento nas curvas de Escoamento do Sorvete SL25 de Cisalhamento nas curvas de Escoamento do Sorvete SL75
Fig.13–Resíduo em Função dos Valores Estimados para Tensão Fig.15–Resíduo em Função dos Valores Estimados para Tensão
de Cisalhamento nas curvas de Escoamento do Sorvete SL50 de Cisalhamento nas curvas de Escoamento do Sorvete SL99
145
d) Sorvete – Lei da Potência
146
Fig.20 – Resíduo em Função dos Valores Estimados para
Tensão de Cisalhamento nas curvas de Escoamento do Sorvete
SL99
147