Trabalho - Estratégia de Sobrevivência A Seca

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SOCIEDADE DE ENSINO SUPERIOR DE SERRA TALHADA – SESST

FACULDADE DE INTEGRAÇÃO DO SERTÃO – FIS


CURSO SUPERIOR DE BACHARELADO EM ENGENHARIA CIVIL

MARIA GABRIELLY PEREIRA DA SILVA LIMA

RESUMO – O IMPACTO AMBIENTAL DOS MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO

SERRA TALHADA
2022
MARIA GABRIELLY PEREIRA DA SILVA LIMA

RESUMO – O IMPACTO AMBIENTAL DOS MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO

Trabalho apresentado ao curso de bacharelado em


Engenharia Civil da Faculdade de Integração do
Sertão - FIS, pela universitária: Maria Gabrielly
Pereira da Silva Lima.

Professor (a): Geraldo.

SERRA TALHADA
2022
1. INTRODUÇÃO

Os materiais de construção necessitam ser processados antes de serem adicionados em


uma edificação, sendo exigido um alto consumo de energia e gerando refugos. A escolha dos
materiais afeta o impacto ambiental da construção, assim os projetistas devem utilizar
métodos que reduzam o valor do orçamento e que aproveitem a disponibilidade dos materiais
no local. Vários fatores devem ser considerados na determinação dos materiais de uma
construção, como por exemplo, a energia necessária para produzir o material, a toxicidade do
material, o grau de poluição resultante do material ao final da sua vida útil e entre outras
características.
A medida mais relevante do impacto ambiental de um objeto é determinada pelo
conceito de “energia incorporada”. A energia incorporada descreve a quantidade de energia
empregada para produzir um objeto, ela é importante porque o uso de fontes de energia não
renovável é a principal razão para a degradação ambiental. A degradação ambiental é causada
principalmente por duas formas: 1) emissão atmosférica, principalmente CO2, que contribuem
para o aquecimento global; 2) efeitos que outras transmissões tem sobre a atmosfera, como a
chuva ácida.
A energia é medida como energia fornecida ou primária, a energia fornecida é a
quantidade que realmente foi usada em uma edificação ou em um terreno específico, já a
energia primária é a quantidade de energia utilizada para produzir uma quantidade de energia
fornecida. Para calcular com precisão a energia incorporada, é importante que todos os fatores
sejam considerados, um valor preciso será obtido se considerarmos a energia utilizada para a
extração de matérias brutas, o transporte até as indústrias, o processamento, a energia
empregada na fabricação, no transporte ao terreno e a energia empregada in loco para instalar
o produto.

2. DESENVOLVIMENTO

2.1 RECICLAGEM E ENERGIA INCORPORADA

A reforma é um modo de reciclar partes da edificação, sendo qualquer alteração nas


condições da edificação com o intuito de recuperar, melhorar ou ampliar suas condições de
habitabilidade, uso e segurança, e que não seja manutenção. Dessa forma, as opiniões sobre os
benefícios de uma reforma são bastante diferentes, a questão se resume em saber até que
ponto o desempenho energético de uma edificação pode ser aprimorado. Se a escolha é entre
demolir e depois construir ou apenas reformar, a eficiência em energia de consumo diário
determinará qual opção apresenta o menor impacto ambiental. Vale ressaltar que uma nova
edificação terá um impacto ambiental menor ao longo de sua vida útil, se ela exigir um menor
consumo de energia para uso diário.

2.2 O PROCESSAMENTO E A ENERGIA INCORPORADA

Para a seleção de materiais e componentes é necessário que eles estejam o mais perto
possível de seus estados naturais. Como por exemplo, uma janela de madeira macia de alto
desempenho será preferível à mesma janela em alumínio. Quanto maior a quantidade de
processos pelos quais um material ou um componente tiver que passar, maior será a energia
incorporada e o número de resíduos associados.

2.3 O TRANSPORTE E A ENERGIA INCORPORADA

O transporte é um fator que afeta significativamente a energia incorporada, de acordo


com o tempo que o material precisar ser transportado, maior será a energia utilizada. Em
algumas situações, o transporte terá de ser pesado em relação à durabilidade, porque em
termos de durabilidade, um material importado natural pode ser preferível a um material
artificial local.

2.4 O TEMPO E A ENERGIA INCORPORADA

À medida que se reduz a demanda de energia de uso, mais tempo levará para igualá-la
à energia incorporada ao prédio. Considerando a energia incorporada de uma edificação, é
necessário leva em conta sua vida útil estimada, a manutenção dos vários elementos
construtivos e o estado da edificação final de tal vida útil.
A ISO (Organização Internacional para Padronização) inclui uma metodologia para
fazer a análise do ciclo de vida. A ISO 14000 se relaciona com a política ambiental dentro das
organizações e não especificamente com as edificações, embora sua metodologia possa ser
aplicada a elas.

2.5 ENERGIA INCORPORADA E OS MATERIAIS UTILIZADOS EM CASAS


O Building Research Establishment (BRE) desenvolveu uma metodologia para a
classificação do perfil ambiental de materiais de construção, componentes e edificações
(Howard et al.,1991; Anderson e Edwards, 2000). O sistema de classificação se refere a uma
variedade de impactos ambientais, incluído mudanças climáticas, toxidade, exaurimento de
combustíveis fósseis, níveis de emissão e poluentes, extração mineral e hídrica. De acordo
com uma pesquisa prévia (West et al., 1994), materiais como: aço, madeira, concreto, tijolos,
cimento, agregados, vidro e reboco contribuirão significativamente para a energia incorporada
de uma edificação, representando uma grande quantidade do volume ou massa da maioria das
edificações.

2.6 ENERGIA INCORPORADA DOS DIFERENTES MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO

Os plásticos: A energia incorporada desse tipo de material é extremamente alta, sendo


resíduos da produção de petróleo, com o uso dos plásticos é capaz de reduzir os materiais
residuais. O plástico ajuda a sustentar a própria indústria, responsável por grandes
quantidades de emissões de CO2, e por mais da metade de todas as emissões tóxicas ao meio
ambiente.
Os metais: Esse tipo de material possui uma alta energia incorporada, cujo processo
de fabricação causa degradação ambiental local devido a seus resíduos. A maior parte dos
metais são recicláveis, embora esse processo não seja isento de seu próprio custo de
degradação ambiental. Os metais deveriam ser empregados apenas em pequenas quantidades
ou para fins especiais, como, por exemplo, para a junção ou fixação de materiais.
A madeira: A madeira é um material com excelentes credenciais ambientais, os
principais atributos são de sua facilidade de trabalho e a capacidade de redução na quantidade
de CO2 na atmosfera até que se decomponha ou seja queimada. Esse material é uma boa
escolha sustentável, mas se for usada em exteriores, deve ser detalhada de modo a evitar o
apodrecimento, esse tratamento é extremamente tóxico e deve ser evitado em edificações
ecológicas.

2.7 ESTUDOS DETALHADOS DE DUAS CASAS NO REINO UNIDO

O estudo teve como objetivo avaliar a importância relativa da energia incorporada


quando comparada com a energia consumida por uma moradia no dia a dia. Realizaram
estudos empregado diversas variações das ecohouses de Oxford e Grimwade, o projeto de
cada edificação foi alterado, passando de uma casa de baixo consumo energético para uma
casa conforme as exigências atuais impostas pelas normas construtivas. No final cada casa foi
projetada como uma “casa de energia zero”, habitação que teve, durante um ano, todas as suas
necessidades energéticas para calefação de ambientes, aquecimento d’água, cozimento e uso
de eletrodomésticos supridas por fontes de energias renováveis obtidas no próprio terreno.

2.8 RESULTADOS DA ANÁLISE DO CICLO DE VIDA

Redução das necessidades de energia dispendida durante o uso: Os resultados


mostraram que as casas de energia zero tem o menor impacto ambiental. A prioridade de
qualquer projeto deveria ser reduzir ao máximo as necessidades de energia para o uso das
edificações, empregando da melhor maneira possível as técnicas de conservação de energia e
só então adotando sistemas solares ativos e passivos para suprir as necessidades energéticas.
Construção para uma longa vida útil: O estudo apresentou a importância que é a
expectativa de vida de uma edificação. Quanto mais durar a moradia com baixa energia
incorporada, mais baixo será o impacto ambiental dos materiais que foram utilizados em sua
construção.
Escolha de materiais para paredes e pisos: As ecohouses de Oxford e Grimwade
foram construídas com padrões de baixo consumo energético e são similares na forma. A
principal diferença entre elas reside nos materiais utilizados na construção. Foram projetadas
para serem construídas com paredes de terra apiloada, utilizando madeira de reflorestamento
local na estrutura e nos pisos de madeira do segundo pavimento.
Escolha da massa térmica: O benefício teórico da grande massa térmica é
frequentemente exagerado, mas, para uma edificação continuamente ocupada, a massa
térmica pode trazer algum benefício se posicionada de modo que possa absorver a luz direta
do sol. Uma estratégia interessante para habitações é o uso de construções híbridas, que usam
uma massa térmica junto a uma estrutura leve de madeira. Normalmente, as paredes de grande
massa são construídas internamente e estão cercadas por paredes externas estruturadas com
madeira, com bom isolamento térmico.
Uso de sistemas fotovoltaicos e sistemas solares de aquecimento d’água: Sistemas
fotovoltaicos e sistemas solares de aquecimento d'água reduzem significativamente o impacto
ambiental total da edificação, reduzindo o impacto total da energia incorporada e da energia
de uso da casa em cerca de 40%, e reduz as emissões de CO2, em cerca de 35%.
Uso de ventilação mecânica com recuperação de calor em toda a casa: A
ventilação mecânica com recuperação de calor em toda a casa é interessante, com reduções no
consumo de energia e nas emissões de CO2 de 10%. Sistemas mecânicos para toda as casas
exigem dutos horizontais conectando pontos de entrada e saída de ar que geralmente não são
limpos e podem, com o tempo, acumular sujeira e pó, resultando em ar de má qualidade.
Comparação com as normas de edificações atuais: O impacto energético total da
energia incorporada e em uso de ecohouse de Oxford, como construída é de cerca de metade
de uma casa equivalente construída segundo as exigências legais atuais.

3. CONCLUSÕES

Para seu funcionamento o projeto deve visar uma quantidade mínima de energia nas
edificações, podendo ser obtido através de técnicas de conservação de energia e princípios de
projeto solar passivo. Devem ser selecionados materiais de construção locais e que exijam o
mínimo de processamento, a durabilidade dos materiais também é de grande importância,
uma vez que interfere na vida útil de uma edificação. Também é indicado que sejam usados
materiais recicláveis.

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