Curso Confeiteiro - Parte 1
Curso Confeiteiro - Parte 1
Curso Confeiteiro - Parte 1
Curso
Confeiteiro
Parte 1
Carga horária: 30hs
Dicas importantes
• Nunca se esqueça de que o objetivo central é aprender o conteúdo,
e não apenas terminar o curso. Qualquer um termina, só os
determinados aprendem!
Unidade 2
21
Q uem o j e?
é o c o n f e i t e i rho
Unidade 3
39
o m A t e r i A l d o c o nf e i t e i r o
Unidade 4
47
bo A s p r á t i c A sd e h i g i e n ecom A lim ent o s
Unidade 5
61
c o n h e c e n d om e l h o r A c o z inhA
Unidade 6
71
o A ç ú c A r e A co nf e itAr iA
Unidade 7
93
A A r t e d o c o nf e i t o
unidade 1
A história da ocupação –
Açúcar: o ouro branco
Seria impossível falar da ocupação de confeiteiro sem mencionar
o açúcar, que é um dos principais ingredientes em quase toda a
produção neste segmento da gastronomia.
Há controvérsias entre os estudiosos sobre como a cana-de-
-açúcar chegou ao Brasil: alguns acreditam que ela já existia em
nosso território quando os portugueses chegaram aqui, mas que
foram eles que a exploraram e cultivaram. No entanto, a hipó-
tese mais aceita é a de que a cana-de-açúcar é originária da Nova
Guiné e teria chegado ao Brasil trazida pelos portugueses.
Trópico de Câncer
OCEANO
PACÍFICO
Equador
Pré-história
Círculo Polar Antártico
Antiguidade
Idade Média
120º O 60º O 0º 60º L 120º L
0 2 883 km
Idade Moderna
Fonte: Natural History Museum.Sugar : transfer and spread. Disponível em: <http://www.nhm.ac.uk/nature-online/life/
plants-fungi/seeds-of-trade/page.dsml?section=crops&page=spread&ref=sugar_cane>.
cane Acesso em: 4 jun. 2012
(adaptado).
© James Steidl/123RF
A palavra “gastronomia” foi utilizada pela primeira vez num tratado sobre os prazere
escrito por Arkhestratus, flósofo contemporâneo de Aristóteles. O tratado levou o
nome de Hedypatheia, que também fcou conhecido por Gastronomia [ gaster (estô-
mago, ventre) + nomo (lei) + sufxo ia que caracteriza a palavra como substantivo].
Dessa explicação tem-se a gastronomia como uma área que se dedica ao conheci-
mento das leis do estômago.
Essa terminologia da Antiguidade foi expandida no século XVIII (18) para a arte
de preparar os alimentos de forma a explorar os sabores que eles podem oferecer,
além, é claro, de ser uma terminologia ligada ao comer e ao beber bem.
Comer e beber bem ou obter o máximo de satisfação dos alimentos são conceitos
relativos, pois os ocidentais comem com talheres; os orientais, com palitinhos (os
hashis); os índios, com as mãos; os franceses degustam cavalos, e os vietnamitas,
cachorros. De fato, não há certo nem errado, pois esses hábitos fazem parte das
características da cultura de cada povo.
1. Leia o texto a seguir e assinale as palavras cujo sentido não compreendeu e pro-
cure seus signifcados no dicionário.
2. Discuta com a turma sobre as principais ideias presentes no texto e apresente sua
opinião.
3. Elabore um texto discutindo suas ideias sobre o tema. Lembre-se: antes de es-
crever é importante planejar o texto da mesma forma que se planeja o preparo
de um doce. Para fazer o doce, selecionamos os ingredientes e separamos as
quantidades. A esses procedimentos é dado o nome francês de mise en place
(fala-se “misanplace”). Para elaborar um texto é preciso em primeiro lugar def-
nir:
a) qual é a ideia principal a ser discutida;
b) quais serão os argumentos utilizados para defender o ponto de vista;
c) quais são as principais conclusões que retiro da minha ideia e dos argumentos
levantados.
Sugestão de leitura:
KELLY, Ian. Carême: cozinheiro dos
reis. Rio de Janeiro: Zahar, 2005. Nos Estados Unidos da América, a confeitaria inspirou--
-se em pinturas impressionistas para decorar este bolo.
Cajus, mangas e
Ana Lúcia Mendina. , 2007. Acrílico sobre tela,
100 cm x 90 cm. Coleção Particular.
caboclas
Atividade 3
A co n fe itAriA e A s reg i õ es
© Hudson Calasans
Amargo
Doce
Você sabia?
Há uma razão para bus-
carmos algum doce em
situações nas quais des-
pendemos muito esforço
físico ou mental, ou pe-
dirmos um café para aju-
dar a acordar em um dia
sonolento: alguns alimen-
tos auxiliam a produção
de substâncias que agem
em nosso organismo. © Norberto Lauria/123RF
• Em uma doceria?
• Em um bufê?
• Em uma casa, preparando as sobremesas?
• Na cozinha de um navio?
• Em uma cozinha industrial?
• Em um restaurante?
São muitas as possibilidades e, certamente, você deve ter
imaginado muitas outras.
Você sabia?
A descrição de cada ocupa-
ção na CBo é feita pelos
próprios trabalhadores. O que diz o Ministério do Trabalho e
Dessa forma, temos a ga-
rantia de que as informa-
Emprego sobre o que faz o confeiteiro?
ções foram dadas por
pessoas que trabalham no O Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) produz um
ramo e, portanto, conhe- documento chamado Classifcação Brasileira de Ocupa-
cem bem a ocupação.
ções (CBO), no qual apresenta a descrição de 2 422 ocu-
Você pode conhecer esse
documento na íntegra pações: o que cada uma delas faz, a escolaridade necessá-
acessando o site do Mi- ria para exercê-las, onde o profssional pode atuar etc.
nistério do Trabalho e
Emprego no laboratório Entre as informações que constam nesse documento,
de informática. Disponí-
vel em: <http://www.mte existe um grupo que nos interessa nesse momento: def-
cbo.gov.br>. Acesso em: nir “quem é o confeiteiro hoje”.
13 maio 2012.
Leia a entrevista do chef Diego Lozano, 27 anos. Ele foi considerado um dos me-
lhores chefs pâtissiers (fala-se “chefe patissiê”) do mundo, honraria concedida por
um site especializado. Tem uma escola de confeitaria, é chef e apresentador de pro-
grama de televisão.
Conte-nos como foi a decisão de entrar na cozinha profissionalmente e, antes disso, como era
seu contato com a cozinha.
Fui fortemente influenciado pela minha avó a entrar na cozinha. Ainda jovem, acompanhava-a durante as
preparações doces e salgadas em minha casa, mas nunca havia colocado a “mão na massa”. Após o fale-
cimento dela, fui fazer um bolo que tanto gostava e durante o preparo cometi uma pequena gafe, substi-
tuindo o sal por açúcar na receita. Apesar de o bolo ter ficado bonito após assamento, estava impossível
de ser degustado. Desse dia em diante, o açúcar definitivamente tomou conta da minha vida.
E você nunca passou por outra área além da confeitaria, chegou a trabalhar com salgados?
No meu primeiro emprego, passei alguns meses trabalhando com salgados para festa, mas logo fui direcio-
nado para a área de confeitaria.
E dentro da confeitaria há alguma área que mais te agrade?
Se tiver açúcar, pode ter certeza, eu estarei extremamente satisfeito e feliz. Apesar de meu nome estar forteme
te ligado à área de chocolates hoje em dia, uma das minhas grandes paixões são os entremets e small cakes.
Aconteceu alguma coisa que tenha te influenciado nessa decisão?
Desde que iniciei nessa área eu sempre busquei apresentar produtos diferentes, não apenas no sabor
como também no visual. Fui muito influenciado pela confeitaria europeia, à qual tenho grande respeito até
os dias de hoje.
[...]
Você consegue destacar um ingrediente preferido? E receita?
Sim, sou apaixonado por inúmeros ingredientes, porém, com ênfase para cupuaçu e priprioca. Uma recei-
ta que sou apaixonado é a do Bombom Daniela, ganache
uma de cupuaçu, gengibre e coco que desenvol-
vi em meados de 2007 para oWorld Chocolate Master , campeonato realizado na França pela famosa
marcaCallebaut.
O que te falta fazer em uma cozinha?
Eu sou viciado em criar novos sabores, acho que nunca conseguirei parar...
Alguma dica pra quem está começando no mundo da confeitaria?
Aproveite ao máximo todas as oportunidades que a vida lhe proporciona. Se puder viajar a trabalho, co -
nhecer outras culturas, gostos, pessoas etc., não pense duas vezes. Essa é uma bagagem profissional sem
igual e que faz muita diferença. Quanto mais eu viajo, mais descubro o quanto não sei.
[...]
Suas considerações finais.
Nós somos do tamanho de nossos sonhos!
O chef Diego Lozano está chamando a atenção para um aspecto muito importan-
te: para ser um bom profssional é preciso ser persistente e ter boa formação.
Atividade 1
e stu d o d o m e i o
Cada participante fará um texto sobre a entrevista. Procure planejar seu texto antes
de começar a escrever, pensando nas seguintes questões:
a) Qual é a ideia principal que quero transmitir com meu texto?
b) Como organizo as informações de forma a explicar aquilo que o profssional nos
contou?
c) Quais argumentos ele usou para nos falar sobre a ocupação?
d) Quais foram as conclusões a que cheguei depois dessa entrevista?
• bater massas;
© Profimedia.CZ a.s./Alamy/Other Images
• decorar doces.
© Imagebroker R
Você já parou para pensar que alguém precisa cozinhar para que outros possam
trabalhar? Esse é o tema desta atividade.
1. Em grupo de cinco pessoas, leiam a letra da música a seguir, composta por João
Bosco e Aldir Blanc. Se possível, ouçam a canção na internet, no laboratório de
informática.
O rancho da goiabada
João Bosco e Aldir Blanc
Atividade 3
r eco n h ece n d o m e us co n h eci m e ntos
Etapa 1
Comece pensando sobre quem você é.
© Dennis MacDonald/Aaifotostock/Easypix
Essa escultura feita em bronze é muito famosa. Olhe com cuidado e tente imaginar
como ela foi feita, como os músculos são visíveis. Ele está relaxado ou tenso? Pare e
refita: O que essa obra de arte nos transmite? Qual é o sentimento que ela nos passa?
Etapa 2
Aqui vai um roteiro de perguntas que ajudará a organizar as concepções que você
tem sobre si mesmo:
• Quem sou eu?
Etapa 3
Como escreveu Carlos Drummond de Andrade no
poema “Sentimento do mundo”:
Lembranças
Agora que nos lembramos de diversos fatos que nos aproximam da confeitaria,
vamos indicar nossas experiências pessoais e, eventualmente, profssionais relacio-
nadas com a cozinha ou com a área de gastronomia: podem ser passatempos de
infância, cursos que já fez, coisas que gosta de fazer (mesmo que não ganhe dinhei-
ro ou cobre por elas), algo que, na opinião de outras pessoas, você faz bem etc.
Ao preencher esses quadros, você deve ter percebido que já fez muita coisa nessa
área, e que sabe fazer bem várias delas.
Atividade 4
A tivi dAd es d e u m co n fe ite i ro
Em grupo de cinco pessoas, discutam o que acham que um confeiteiro deve saber
fazer. Procurem organizar os pensamentos de forma a completar as seguintes frases:
Faço relativamente
Item Faço bem Não sei fazer
bem
Preparar massas X
Bem, agora que já refetiu sobre suas características pessoais e profssionais, é impor-
tante organizar seus documentos, seus certifcados escolares e preparar o currículo.
Era uma vez um mundo onde as mulheres eram cozinheiras, mas não
chefs.
tinham o direito de se tornarem
[...]
Atividade 1
r eco n h ece n d o A áre A d e tr AbAlh o
Material Utilidade
Facas
Além da mão humana, a faca é um importante utensílio de trabalho em uma co-
zinha. É um instrumento de precisão e deve ser tratado com respeito e cuidado. As
facas devem estar sempre limpas e afadas.
• Faca de chef – é a mais versátil e a mais utilizada na cozinha. Ela serve para picar
e fatiar. Tem a lâmina larga e pontiaguda para oferecer maior estabilidade ao
usuário quando está picando uma grande quantidade de alimentos.
• Faca de pão serrilhada – usada para fatiar bolos e pães. É uma faca sem ponta,
cujo fo é serrilhado para facilitar o corte.
• Faca de legumes e frutas – comumente usada para descascar e para fazer cortes
menores. Tem a lâmina curta, para dar mais fexibilidade ao confeiteiro.
Panelas
Assim como as facas, há uma grande variedade de panelas e cada tipo é indicado
para determinado preparo de alimentos.
• Panela de pressão – é usada para o cozimento. É composta de um mecanismo que
utiliza a temperatura do fogo e a pressão para cozinhar alimentos. Por isso, nor-
malmente, os alimentos cozinham mais rápido nesse tipo de panela. A pressão
do ar dentro da panela, não tendo como sair, aumenta, assim como a temperatu-
ra, acelerando o cozimento. Tenha muito cuidado no manuseio e siga correta-
mente as instruções de uso, pois graves acidentes acontecem por causa do uso
indevido da panela de pressão. Toda atenção é pouca com alimentos que soltam
a pele, a exemplo do grão de bico, porque há possibilidade de entupimento da
válvula, o que pode causar a explosão da panela.
Atenção para a quantidade de água e para o controle da temperatura. Depois que a
água começa a ferver, a temperatura se mantém constante, até que toda a água lí-
quida se transforme em vapor. Por isso, deve-se diminuir o fogo, pois não fará di-
ferença no cozimento, apenas consumirá mais gás ou eletricidade.
© FoodCollection/Diomedia
• Espátulas – disponíveis em vários tipos e tamanhos, são usadas para virar, apoiar
e cortar.
© PhotosIndia com/Keystone © Zoonar/A S tarikov/Keystone
• Bowl (fala-se “ból”) – tigela utilizada para bater, misturar, guardar e armazenar
ingredientes, entre outras utilidades.
© ImageSource/Diomedia
• Serra para bolo auxilia no corte horizontal do bolo, de forma a deixá-lo perfei-
–
tamente reto, sem relevos.
© Paulo Savala
• Cortadores de biscoitos – podem ser feitos de metal, aço, plástico e diversos outros
materiais. Auxiliam a dar o formato desejado a um biscoito ou a uma massa
decorativa.
© Steve Wisbauer/Getty Images
• Balança – pode ser digital ou manual, é utilizada para pesar ingredientes e pro-
duções, auxiliando na separação de ingredientes para uma receita (mise en place)
e na uniformidade e padronização do resultado fnal dos produtos.
© Junophoto/Getty Images
1. Observe o desenho.
Hudson Calasans
1000
900
800
700
600
500
Zona de 400
Perigo
300
200
100
00
-50
Carne
Farinha
Leite
Queijo
Biscoito
Chocolate em barra
Iogurte
O local de trabalho
A limpeza e a organização do local de trabalho são as palavras de ordem na cozinha.
isso, a infraestrutura do local, ou seja, sua estrutura física, deve ser adequada para
a manipulação de alimentos:
• o piso, a parede e o teto devem ser conservados e não podem ter rachaduras,
goteiras, infltrações, mofos e descascamentos – porque uma rachadura, por
exemplo, pode abrigar insetos e fungos sem que percebamos;
• as janelas devem possuir telas para impedir a entrada e o abrigo de insetos e outr
animais;
• retire todos os objetos sem utilidade para o trabalho na cozinha; eles só atrapalha
circulação e o manuseio dos equipamentos e podem concentrar poeira e microrgan
• a rede de esgoto ou fossa séptica deve ser sempre instalada fora da área de prepa-
ro e de armazenamento de alimentos;
Atividade 3
v i s i t AA u m A co n f e i tAri A
Você e seus colegas vão visitar uma confeitaria. Dividam-se em grupos e escolham
um tipo de estabelecimento: confeitaria de restaurante, de hotel, especializada em
chocolate etc. Com o auxílio do monitor, peçam autorização para a visita.
Água
Use apenas água tratada. Se ela for proveniente de sistema alternativo, o ideal é a de
poços artesianos. Para o preparo de alimentos e do gelo só deve ser usada água
potável.
O manipulador de alimentos
Você será um manipulador de alimentos, pois vai lavar, descascar, cortar, ralar,
cozinhar, ou seja, você vai preparar os alimentos. Para tanto, precisa sempre ter em
mente alguns cuidados básicos que devem ser tomados:
• estar sempre limpo;
• usar cabelos presos e com toucas;
• usar uniforme apenas na área de preparo dos alimentos e trocá-lo diariamente;
• retirar brincos, pulseiras, anéis, colares, relógio e maquiagem;
• lavar bem as mãos antes de preparar os alimentos e depois de usar o banheiro;
• manter as unhas curtas e sem esmaltes;
• não fumar, comer, tossir, espirrar, falar demais ou mexer em dinheiro durante a
preparação dos alimentos;
• se estiver doente ou com cortes e feridas, não manipule os alimentos;
• faça exames periódicos de saúde.
Cartilha sobre boas práticas para serviços de alimentação.
Resolução-RDC nº 216/2004.
Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). p. 22. Disponível em: <http://www.anvisa.gov.br/
divulga/public/alimentos/cartilha_gicra_final.pdf>. Acesso em: 16 maio 2012.
Hudson Calasans
Outros cuidados
Não é demais lembrar de que tudo o que envolve o preparo de alimentos deve estar
sempre muito limpo. Não apenas a cozinha, mas também o local onde os pratos
serão servidos. Todos os equipamentos devem ser limpos e organizados e estar em
bom estado de conservação e de funcionamento.
Para ser confeiteiro não basta dominar o preparo de receitas; é preciso conhecer
também um conjunto de situações. Como profssional, você deverá organizar o
tempo de preparo dos pratos em relação ao horário em que eles serão servidos e, por
isso, é necessário saber que esse intervalo deve ser o menor possível, para que não
haja riscos de qualquer tipo de contaminação nem mesmo de alteração da consis-
tência, por exemplo, de determinada calda.
© imagebroker RM
Atividade 1
o s chApé us nA cozi n hA
1. Leia o texto a seguir com atenção e assinale as palavras cujo sentido não compreen-
der, para pesquisar seu signifcado.
O chapéu branco do chefe de cozinha
Mise en place : É um pro- Para realizar a mise en place é essencial ter a fcha téc-
cedimento que facilita e or- nica do que se vai preparar, a popularmente conhecida
ganiza todas as operações
necessárias para a elabora- receita. Na fcha de cada produção devem estar conti-
ção de qualquer prato na das as quantidades de cada item, assim como o méto-
cozinha profissional, de acor-
do com a enciclopédia La- do de preparo, o tamanho da porção, o rendimento e
rousse Gastronomique . o custo.
Atividade 2
o e s t r e s s e A s co n d i çõ es d e tr AbAlh o
Simplesmente
Se você teve a oportunidade de assistir aos filmes
Marta(2001),Sem reservas (2007) ou mesmo Ratatouille
(2007), pôde
perceber como o clima na cozinha acaba sendo tenso, e o trabalho
realizado sob forte pressão.
Elaborar uma fcha técnica é mais do que reproduzir uma receita, passá-la de um
caderno a outro ou criar um arquivo no computador para armazená-la.
Uma fcha técnica deve conter:
a) a relação de todos os ingredientes e produtos que compõem a receita;
b) o modo de preparo, incluindo o tempo de preparo e a temperatura, além das
quantidades exatas de cada ingrediente;
c) a informação nutricional (valor energético, gorduras totais, gorduras saturadas,
carboidratos, proteínas, fbra alimentar e sódio);
d) o rendimento (o número aproximado de pessoas que a receita serve);
e) as formas de armazenamento do prato;
f ) o prazo de validade;
g) o custo;
h) uma foto do prato pronto, se possível.
Essas informações são muito importantes, pois lembre-se de que ser confeiteiro
é muito diferente de elaborar uma receita em casa para amigos e familiares.
Para comercializar os produtos é necessário tomar cuidados extras e dar avisos
importantes ao consumidor, pois, dentre outros motivos, é comum que as pes-
soas apresentem alergias a determinados componentes, como o glúten ou a
lactose.
Atividade 3
e l Abo r An d o u mA fi chA técn i c A
Pense em algum bolo, sobremesa ou biscoito que você saiba preparar. Agora, escre-
va a seguir a fcha técnica desse produto.
Método de preparo
Dicas de preparo
Observações
Equipamentos necessários
O açúcar e a confeitaria
Todos os ingredientes que compõem uma receita devem ser de
boa qualidade e de frescor inquestionável. É fundamental a
checagem das datas de fabricação e de validade, além das formas
de conservação dos produtos e alimentos utilizados.
Vimos que o açúcar é um dos principais ingredientes na arte de
confeitar e, por essa razão, é importante conhecer melhor suas
propriedades e características.
O açúcar utilizado cotidianamente, conhecido como “açúcar
de mesa”, é a sacarose. O açúcar pode ser produzido a partir de
diversas matérias-primas, como mostra a tabela a seguir:
Em lugares distantes,
Onde não há hospital,
e) evaporação do caldo;
f ) cozimento;
g) cristalização da sacarose;
O melaço, segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), é o líquido obtido como resíduo
a partir da produção do açúcar cristalizado, do melado ou da refinação do açúcar bruto.
Quebradiço
127 a 133 Balas duras
macio
Despeje uma porção da Frutas caramelizadas
calda em água fria. Deve
Quebradiço Açúcar puxado e soprado
134 a 141 endurecer e não grudar nos
médio
dentes ao morder. Toffees (fala-se “tófis”)
Quebradiço Decorações
142 a 155
duro
Pudins
160 a 193 – varia de Praliné(crocante)
Verificar a coloração
Caramelo cor, do mais claro ao Nougatine
(fala-se
mais escuro desejada.
“nugatine”)
Decorações
Leia a letra e, se possível, ouça a canção “Com açúcar, com afeto”, de Chico Buarque.
Atividade 2
p An e l A d e co b re o u não ?
Luciane Evans
Descrença
Estado de Minas, 17
EVANS, Luciane. Minas proíbe uso de panelas de cobre.
ago. 2010. Disponível em: <http://www.uai.com.br/htmls/app/noticia173/
2010/08/17/noticia_minas,i=174423/MINAS+PROIBE+USO+DE+PANELAS+D
E+COBRE.shtml>. Acesso em: 16 maio 2012.
Essa norma ainda não foi criada no Estado de São Paulo e, portanto, fca a seu
critério utilizar panelas de cobre. Caso faça essa opção, conheça alguns cuidados
que devem ser tomados para evitar possíveis problemas.
A matemática na cozinha
Observando com atenção nosso dia a dia, podemos perceber
que usamos medidas matemáticas em várias situações: ao
olhar o relógio, ao fazer as compras no supermercado, ao
medir o tempo gasto para o bolo assar etc. Conhecer bem
o sistema de medidas também é importante para fazer um
orçamento e calcular a quantidade de doces para uma festa. Você sabia?
Grama (unidade de me-
Em Matemática, o tempo, a velocidade, o peso, o comprimento,
dida) é uma palavra mas-
o volume e a temperatura são chamados medidas de grandeza.
culina. O correto é dizer:
“Por favor, eu quero du-
Para medir massa ou peso, as unidades mais comuns são: zentos gramas de pre-
sunto”.
o grama(g) e o quilograma (kg).
Unidades de medida
Medida de grandeza
mais comuns
Massa ou peso grama (g), quilograma (kg)
Atente para o sistema de medidas, pois a partir de agora ele fará parte de sua vida
profssional de forma mais intensa.
Atividade 4
p ro d u ç ão d e c AldA s
Açúcar 70 grama
Glicose 30 mililitro
c) Coulis de framboesa
© Susan Marie An
Coulis (fala-se “culí”) é o nome dado a um tipo de molho francês, que pode ser
feito tanto de frutas quanto de legumes, podendo ser doce ou picante. Aqui, vamos
preparar o coulis doce. Existem dois procedimentos para essa preparação: o cru e o
cozido. Apesar de o método cru ser mais simples, sua durabilidade é menor. Essa
preparação é muito utilizada para decorar pratos e guarnecer sobremesas, mas pode
ser servido como uma sopa doce, acompanhada de sorvete de creme.
Modo de preparo:
• coloque as framboesas lavadas (sem os cabinhos), o
açúcar de confeiteiro e a água ou néctar de laranja no
liquidifcador e bata até formar uma pasta homogênea;
• coe utilizando o chinois.
Método cozido
Modo de preparo:
• coloque o açúcar e a água numa panela e esquente até
engrossar levemente (105 °C);
• em outra panela, esquente purêde
o framboesa;
• junte as duas misturas e leve ao fogo brando até ferver;
• deixe engrossar levemente, mexendo esporadicamente,
Para fazer o purê basta bater as
frutas com um pouco de água no e desligue. Esse processo chama-se “redução”, pois
liquidificador e depois coar.
consiste em tornar espesso ou intensifcar o sabor de
uma mistura líquida, por meio da evaporação.
Modo de preparo:
• bata as claras em neve, adicionando o açúcar aos pou-
cos durante o processo;
• quando o glacê estiver frme, adicione o suco de li-
mão.
© Jeffrey Coolidge/Getty Images
Unidade de
Ingrediente Quantidade
medida
Margarina 20 grama
Essência de
amêndoa (ou
1 colher de chá
outra de sua
preferência)
© John Kroetch/123RF
Modo de preparo:
• leve ao fogo brando, em banho-maria, a gelatina e a
água;
• ainda em banho-maria, acrescente a glicose e a mar-
© Ruth Black/Easypix garina somente depois que a gelatina tiver derretido;
• retire do fogo e junte a essência de amêndoas, mistu-
rando bem;
• aguarde até fcar morno.
Em outro recipiente:
• coloque o açúcar impalpável, faça um buraco no cen-
tro e junte a mistura reservada;
• abra a massa com um rolo de macarrão deixando uma espessura de 0,5 cm,
polvilhando açúcar na bancada para não grudar;
1. Em dupla, leiam a reportagem a seguir, sobre Vik Muniz (1961- ), artista plásti-
co paulistano que utiliza o açúcar e outros alimentos em suas obras.
O conceito de Vik
Vik gosta de dizer que demorou 17 anos para fazer sucesso da noite
para o dia. Quando se mudou para Nova York, em 1983, foi expor pela
primeira vez apenas em 1995, em duas galerias pequenas que quase
escondiam suas “Crianças de açúcar”. Com talento e delicadeza, o
artista desenhou no açúcar, com uma impressionante riqueza de de-
talhes, retratos inspirados em crianças que conheceu no Caribe e que
ainda carregavam consigo uma doçura jovem e pura. Diferentemente
de seus pais, que viviam em regime semiescravo nos canaviais locais.
New York Times
Charles Haggan, crítico de artes do jornal , escreveu
uma resenha tão positiva que fez alavancar a carreira do brasileiro.
A partir daí, museus como o Metropolitan Museum of Art e o Guggenhein
foram o passaporte para o reconhecimento de Vik. Logo em seguida,
nada menos do que o MoMA (Museu de Arte Moderna) o escalou para
Apesar do extenso material do artista, que passa por obras com lixo,
com flores, até as delicadas feitas de açúcar e as mais ousadas, de
vistas aéreas, vamos nos ater àquelas feitas com alimentos.
5. Agora, projetem uma obra de arte com açúcar. Vocês vão precisar de açúcar, cola
e criatividade.
6. Organizem uma exposição com as obras de arte da turma.