Manual PI Positivo

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GUIA DO PI

Introdução à atuação do Procurador Institucional


Leide Albergoni
Sidney Verginio da Silva

GUIA DO PI
Introdução à atuação do
Procurador Institucional

2020
GUIA DO PI
Introdução à atuação do Procurador Institucional

Guia do PI: Introdução à atuação do Procurador Institucional

Autores:

Leide Albergoni

Sidney Verginio da Silva

Colaboradora:

Lilian Maria Bruno Campanha

Revisora técnica:

Raquel Simone Ferreira de Miranda

Editoração e Diagramação:

Joelma Marques

Felipe de Almeida Neves

Imagem da Capa:

Templo da Paz - Universidade Positivo

Curitiba, abril/2020

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

A329 Albergoni, Leide.


Guia do PI: introdução à atuação do procurador institucional /
Leide Albergoni, Sidney Verginio da Silva. ― Curitiba :
Universidade Positivo, 2020.
159 p. ; il. col.

ISBN 978-65-990273-2-1

1. Procuradores gerais. 2. Ensino superior – Legislação. 3.


Ensino superior – Avaliação. I. Silva, Sidney Verginio da. II.
Título.

CDU 378

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Introdução à atuação do Procurador Institucional

Dedicatórias

Aos colegas do Grupo PIs do Brasil, que


provam que dividir conhecimento é multiplicar
aprendizagem.

Leide e Sidney

À Raquel, Rafael, Taís e André, meus braços e


pernas incansáveis, sempre com alguma piada
para aliviar o peso dos desafios.

À amada Cecília, “Te olho, Te guardo, Te sigo,


Te vejo dormir”.

Leide Albergoni

Aos colegas de jornada, nestes longos anos de


PI, que a cada dia me ensinam cada vez mais
sobre o mundo do ensino superior.

À Paula, pelos incontáveis momentos de


parceria e companheirismo.

Sidney Verginio da Silva

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Introdução à atuação do Procurador Institucional

Os autores:

Leide Albergoni
Bacharel em Ciências Econômicas pela Universidade Federal do Paraná (UFPR).
Mestre em Política Científica e Tecnológica da Universidade de Campinas
(Unicamp). Especialista em Educação a Distância pela Universidade de Brasília
(UnB). Especialista em Gestão de Projetos pela Universidade Positivo (UP).
Iniciei a carreira docente na FAE Centro Universitário, em Curitiba, em 2006. Em
2010 fui contratada na Universidade Positivo, onde iniciei na organização do
processo de credenciamento de EAD e me apaixonei pela lógica da avaliação
externa. A partir de 2011 passei a assessorar a Pró-Reitoria Acadêmica, atuando
com diversas atividades de gestão que requeria conhecimento dos indicadores
de qualidade da educação superior, diretrizes curriculares nacionais e
dispositivos específicos do funcionamento do ensino superior. E sempre
acompanhei as avaliações externas de alguma forma. Em 2017 fui convidada a
assumir a função de Procuradora Institucional na Universidade Positivo e em
2018 passei a integrar o BASIS como avaliadora com perfil institucional.
Desde então já realizei quase todos os processos previstos no Decreto
9.235/2017 (espero nunca fazer de supervisão e monitoramento), liderei mais
de 40 processos de avaliação in loco (finalizados ou interrompidos) e, o mais
legal de tudo, conheci algumas realidades fora de minha caixa ao avaliar
instituições pelo Brasil.

Sidney Verginio da Silva


Bacharel em Sistemas de Informação e Especialista em Gestão de Tecnologia da
Informação pelo Centro Universitário do Sul de Minas - Unis-MG. Mestre em
Administração pela Universidade Federal de Lavras - UFLA.
Minha carreira iniciou em 2003, quando conheci o que é o ensino superior
trabalhando como auxiliar administrativo em uma biblioteca de uma
universidade. Depois de 5 anos, fui convidado a trabalhar na biblioteca de outra

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Introdução à atuação do Procurador Institucional

instituição de ensino da cidade. Nessa, comecei a ter contato com atividades e


responsabilidades mais gerenciais, principalmente de processos e de pessoal.
Depois de um ano e meio nesta função, fui “convidado” a assumir as atividades
de uma professora da IES que atuava como PI - sendo que isso, na época, nem
era institucionalizado. Assumi o cargo em junho de 2010 - havia acabado de me
casar (menos de 1 mês) e mal sabia o que me aguardava. Foram anos de muitas
pancadas, desafios, mas acima de tudo, de muita aprendizagem. Hoje, sou o
Procurador Institucional de todas as mantidas (1 centro universitário e 4
faculdades) do Grupo Educacional UNIS, uma instituição com sede na cidade de
Varginha/MG (isso mesmo, a terra do E.T.!!).
Nestes anos, já passei por todos os atos e processos possíveis do MEC (com
exceção de supervisão e processo administrativo, graças a Deus!). Conheci
pessoas e instituições incríveis. No final de 2018, passei a integrar o Banco de
Avaliadores do SINAES, um trabalho que muito me orgulha e que sempre foi um
desejo desde que comecei a atuar como PI.

Lilian Maria Bruno Campanha


Bacharel em Administração, Especialista em Gestão de Educação a Distância e
Administração Escolar com ênfase em Gestão Democrática pela Universidade
Estácio de Sá. Iniciei minha carreira, no ensino superior, em 1999 como
assistente administrativo. Na mesma Instituição, supervisionei o atendimento
aos docentes e aos alunos. A paixão pelo Ensino Superior teve início ao final da
minha graduação, em 2004. Em 2005, já em outra Instituição de Ensino,
comecei a ter contato com o mundo das avaliações institucionais, mundo esse,
que costumo dizer, só os fortes sobrevivem. Dois anos depois, em 2007, tive o
imenso prazer de fazer parte do quadro funcional das Faculdades Souza
Marques, onde entendi o verdadeiro sentido da palavra Educação. Por 8 anos
assessorei a Coordenação Acadêmica, onde aprimorei meus conhecimentos na
área de educação com ênfase em planejamento e administração educacional,
avaliação institucional, controle acadêmico e acompanhamento e gestão de
todos os processos avaliativos e regulatórios. Nesse período, eu percebi que esse

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Introdução à atuação do Procurador Institucional

mundo era realmente a minha grande paixão, aquela sensação de vitória a cada
conquista profissional, a cada aprendizado é incrivelmente recompensadora.
Atualmente sou Secretaria da Geral de uma das unidades mantidas da IES,
Auxiliar Institucional e Membro da Comissão Própria de Avaliação. Acredito,
como profissional de educação, que um trabalho de qualidade só é concretizado
se realizado em equipe, e que é nossa obrigação manter um aprendizado
constate e uma força incansável na busca por uma educação de qualidade e
digna para todos.

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SUMÁRIO

PREFÁCIO ...................................................................................................... 10
APRESENTAÇÃO ............................................................................................. 12
1. 3.14159265359... QUEM É O PI? ................................................................ 14
VIREI PI, E AGORA? ....................................................................................... 14
COMO SURGIU O PI ....................................................................................... 15
ORÁCULO DE TODOS ..................................................................................... 18
PI TIRA FÉRIAS? ............................................................................................ 19
2. ONDE VIM PARAR? QUEM FAZ O QUÊ? ....................................................... 22
REFERÊNCIAS DO MARCO REGULATÓRIO ......................................................... 22
INSTITUIÇÕES MAIS FREQUENTES PARA O PI ................................................... 26
Comissão Nacional de Avaliação da Educação Superior (CONAES) .................... 27
Conselho Nacional de Educação (CNE)........................................................... 28
Secretaria de Regulação e Supervisão - Seres ................................................ 29
Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Anísio Teixeira - INEP ...................... 33
O PI DE CADA INSTITUIÇÃO ........................................................................... 36
3. O PI DE CADA DIA ..................................................................................... 38
INTERLOCUÇÃO OFICIAL DE COMUNICAÇÃO COM O MEC ................................... 38
ATUALIZAR OS DADOS DOS DIRIGENTES DA IES NO E-MEC............................... 39
CADASTRAR MEMBROS DA CPA NO E-MEC ....................................................... 39
POSTAR O RELATÓRIO ANUAL DA CPA ............................................................. 39
INFORMAR NOVOS CURSOS PARA INSTITUIÇÕES COM AUTONOMIA .................... 40
CADASTRAR E ATUALIZAR INFORMAÇÕES DE COORDENADORES NO E-MEC ......... 40
CADASTRAR E ATUALIZAR INFORMAÇÕES DE CURSOS NO E-MEC ....................... 41
CADASTRAR E ATUALIZAR INFORMAÇÕES DE ENDEREÇOS DA IES ...................... 42
CADASTRAR E ATUALIZAR INFORMAÇÕES DE POLOS ......................................... 43
CADASTRAR E ATUALIZAR INFORMAÇÕES DE CURSOS DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO
SENSU ......................................................................................................... 43
PROCESSOS DE AUTORIZAÇÃO E RECONHECIMENTO DE CURSOS,
CREDENCIAMENTO DE CAMPUS FORA DE SEDE, CREDENCIAMENTO EAD E
RECREDENCIAMENTO .................................................................................... 44
BOLETOS DE TAXAS DE AVALIAÇÃO ................................................................ 44
PROCESSOS DE RENOVAÇÃO DE RECONHECIMENTO DE CURSO ABERTOS DE
OFÍCIO ......................................................................................................... 46
PROCESSOS DE EXTINÇÃO DE CURSOS ........................................................... 47

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AUMENTO/REDUÇÃO DE VAGAS COM AUTONOMIA ............................................ 49


AUMENTO/REDUÇÃO DE VAGAS SEM AUTONOMIA ............................................. 49
MUDANÇA DE ENDEREÇO DE CURSO ............................................................... 51
ACOMPANHAR ANDAMENTO DOS PROCESSOS NO E-MEC. .................................. 51
MEDIAR O CONTATO DE COMISSÕES DE AVALIAÇÕES EXTERNAS. ...................... 51
ACOMPANHAR VISITAS DE AVALIAÇÃO IN LOCO ............................................... 52
IMPUGNAR RELATÓRIOS E FAZER SUSTENTAÇÃO ORAL PERANTE A CTAA ............ 52
APRESENTAR CONTRARRAZÕES ÀS IMPUGNAÇÕES DA SERES ............................ 53
RESPONDER DILIGÊNCIAS NOS PROCESSOS DO E-MEC ..................................... 53
ATUALIZAR DE INFORMAÇÕES RELATIVAS AO CORPO DOCENTE NO E-MEC .......... 54
VALIDAR/RETIFICAR DOS INSUMOS PARA CÁLCULO DE CPC E IGC ..................... 55
ACESSAR A DIVULGAÇÃO RESTRITA DE RESULTADOS DE ENADE, IDD, CPC E IGC 56
ACOMPANHAR O CRONOGRAMA DE REGULAÇÃO ............................................... 57
CALCULAR PRAZOS E PLANEJAR PROTOCOLOS DE PROCESSOS DE
RECONHECIMENTO DE CURSO ........................................................................ 57
CONDUZIR PROCESSOS DE PROTOCOLOS DE COMPROMISSOS, MEDIDAS
CAUTELARES, PROCESSOS DE SUPERVISÃO E PROCESSOS ADMINISTRATIVOS .... 58
ENQUADRAR CURSOS PARA ENADE ................................................................. 59
ACOMPANHAR AS PUBLICAÇÕES DO DIÁRIO OFICIAL DA UNIÃO (DOU) ............... 60
ACOMPANHAR A LEGISLAÇÃO EDUCACIONAL ................................................... 60
4. CORRA QUE O MEC VEM AÍ! ....................................................................... 62
TIPOS DE PROCESSOS ................................................................................... 62
Credenciamento ......................................................................................... 62
Credenciamento EAD .................................................................................. 69
Recredenciamento e Recredenciamento EAD .................................................. 70
Credenciamento de campus fora de sede ....................................................... 71
Transformação de Organização Acadêmica..................................................... 73
Autorização de curso ................................................................................... 74
Reconhecimento de Curso ........................................................................... 81
Renovação de reconhecimento de curso ........................................................ 84
FLUXO PROCESSUAL ...................................................................................... 85
Atos institucionais (Credenciamento/Recredenciamento) ................................. 86
Atos de curso (Autorização/Reconhecimento/Renovação de Reconhecimento) .... 88
INSTRUMENTOS ............................................................................................ 91
PREPARAÇÃO PARA A VISITA .......................................................................... 93
IMPUGNAR OU NÃO IMPUGNAR? ................................................................... 100

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O PI SOZINHO NÃO FAZ VERÃO .................................................................... 101


5. CENSO ..................................................................................................... 103
O QUE É O CENSO? ..................................................................................... 103
MÓDULOS................................................................................................... 104
Módulo IES ............................................................................................ 106
Módulo Curso ........................................................................................... 108
Módulo Docentes ................................................................................... 112
Módulo Alunos ....................................................................................... 114
Módulo Fechamento e Inconsistências - também conhecidas como “ih, deu
ruim” ..................................................................................................... 116
DICAS PARA NÃO SE PERDER NO PRAZO ........................................................ 118
6. ENADE ..................................................................................................... 122
O QUE É? ................................................................................................... 124
QUAIS OS IMPACTOS? ................................................................................. 127
E O PI NISSO TUDO? ................................................................................... 130
Enquadramento dos cursos ................................................................... 130
Inscrição dos alunos habilitados ao exame ........................................... 131
Questionário do estudante .................................................................... 133
Locais de prova ..................................................................................... 133
Questionário do coordenador do curso .................................................. 134
Dispensa estudante concluinte .............................................................. 134
Declaração de responsabilidade da IES ................................................. 135
Relatório de regularidade ...................................................................... 136
7. PDI e PPC: O QUÊ? ................................................................................... 137
PDI: MAIS DO QUE INTENÇÕES..................................................................... 137
PPC: DETALHADO, MAS OBJETIVO! ................................................................ 141
8. PI E CPA .................................................................................................. 146
O QUE É CPA? ............................................................................................. 146
ONDE APRENDER......................................................................................... 146
ALGUNS FUNDAMENTOS............................................................................... 147
O QUE AVALIAR? ......................................................................................... 149
POR ONDE COMEÇAR? ................................................................................. 150
E O PI? ....................................................................................................... 153
REFERÊNCIAS CITADAS ............................................................................... 154

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PREFÁCIO

A educação superior privada no Brasil é regulada pelo Ministério da


Educação (MEC) e os órgãos que lhe são próprios. A regulação decorre de
preceitos constitucionais, os quais prescrevem que a educação é facultada à
iniciativa privada mediante obediência às diretrizes educacionais nacionais e
autorização e supervisão pelo poder público. Isso é o que se pode chamar de
“liberdade condicionada”. No exercício de suas atribuições constitucionais, o MEC
dispõe de leis, baixa normas internas e estabelece procedimentos para regular,
autorizar e supervisionar a oferta de cursos superiores de Graduação e Pós-
Graduação.

Na organização de suas atividades, o MEC exige que cada Instituição de


Educação Superior (IES) nomeie uma Procurador Institucional, com funções
internas de servir como interlocutor do órgão regulador e cumprir as normas e
os procedimentos para os atos regulatórios previstos. O Procurador Institucional,
nesse sentido, é um profissional que deve ser conhecedor das normas,
processos, procedimentos e atos próprios da atividade, além de ser conhecedor
da essência dos cursos superiores, para trabalhar e responder perante a IES e
perante o poder público, mais especificamente perante o MEC.

O trabalho que a Professora Leide Albergoni elaborou, em formato de


livro, a respeito do mundo da regulação e supervisão, bem como sobre o que
significa ser Procurador Institucional e suas tarefas, é de um valor e preciosidade
incomparável no atual momento da educação superior brasileira. Da leitura de
seu conteúdo é possível derivar conhecimento, informação e uma longa série de
aspectos relevantes da atividade das IES e do Procurador Institucional quanto
às obrigações e peculiaridades do mundo da regulação e supervisão.

É um material rico, atual e esclarecedor, não somente para quem exerce


a função de Procurador Institucional, mas para todos os que trabalham com

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Introdução à atuação do Procurador Institucional

educação superior, desde alunos, professores, coordenadores, dirigentes e


mantenedores. Vale a pena compulsar suas páginas e delas absorver os
conteúdos.

José Pio Martins

Reitor da Universidade Positivo

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APRESENTAÇÃO

Quando comecei a atuar como PI, a primeira coisa que fiz foi procurar
material para me orientar sobre o que me esperava. Procurei cursos, blogs,
artigos, entre outros. Poucos recursos me trouxe o conhecimento esperado, pois
a maioria dos cursos são ministrados por profissionais que não vivenciam a
rotina de PI.

Além de contar com a experiência da PI anterior de minha instituição, por


fim encontrei um curso de formação de PIs no SEMESP que me ajudou a me
preparar melhor para os desafios que enfrentamos todos os dias. Foi lá que
soube da existência do Grupo de Whatsapp PIs do Brasil, administrado pelo
colega Sidney Verginio da Silva.

Grupo de Whatsapp? Com mensagens de bom dia, confusões, inúmeras


mensagens inúteis e anúncios aleatórios??? Bom, vamos testar, vai que...

Foi a melhor experiência de minha vida. Um grupo focado, colaborativo,


profissionais se ajudando da melhor maneira possível. Me fez aprender muito,
crescer, e, finalmente, contribuir. Ajudar outros colegas foi (e continua sendo)
a melhor sensação de satisfação profissional. Recebo frequentemente
mensagens privadas de colegas desconhecidos do Brasil inteiro pedindo dicas e
orientações. Alguns tão desesperados que passam seus logins e senhas para que
eu olhe a situação do processo no e-MEC. Recebo relatórios de avaliação para
ler e ajudar os colegas a identificarem argumentos para impugnação.

E o Sidney? Bom, o grupo PIs do Brasil não seria o que é sem esse
mediador fantástico, que, com delicadeza, bom humor e respeito, medeia a
relação entre os membros. Não que seja difícil, pois são profissionais tão focados
e colaborativos que é difícil precisar de intervenção. Mas o Sidney colabora muito
com os colegas, acolhe os novos membros, faz piadas e memes quando “ih, deu
ruim!”, nos momentos tensos de travamento de sistemas em prazos fatais para
o Brasil inteiro.

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GUIA DO PI
Introdução à atuação do Procurador Institucional

E a Lilian? Sempre solícita com os demais colegas, uma das pessoas que
mais respondem dúvidas no grupo, principalmente referente a ENADE (sem
dúvida especialista no assunto).

Inspirada pelo Sidney e incitada por outros colegas fantásticos do Grupo


PIs do Brasil, criei os grupos CPAs do Brasil (com a Lilian), Avaliação Institucional
(apenas para avaliadores do Basis) e Pós-Graduação Brasil, acabei co-
administradora dos grupos Secretarias do Brasil e EADs do Brasil (este graças à
colega Roberta Gouveia).

Foi nessas trocas que surgiu a ideia de escrever este livro para dar uma
referência aos colegas que estão iniciando na função. E não teria como escrever
um guia para os colegas sem contar com o Sidney como parceiro, ou convidar a
Lilian.

Não temos a pretensão de que o livro resolva todos os problemas dos


colegas PIs iniciantes, ou que abordemos exaustivamente todas as atividades
da função. Nosso objetivo é apenas compartilhar um pouco de nossa experiência
em outro meio. Por esse motivo, nosso livro adota uma linguagem informal, bem
ao estilo do que vivenciamos no grupo PIs do Brasil. Afinal, já temos tanta
burocracia na função, não vai ser na conversa com colegas que vamos continuar!

Caso algum leitor não faça parte do Grupo, recomendamos fortemente


que solicite sua inclusão pelo e-mail [email protected]. Será muito bem
recebido por todos e certamente será uma experiência transformadora.

Leide Albergoni

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GUIA DO PI
Introdução à atuação do Procurador Institucional

1. 3.14159265359... QUEM É O PI?


Caiu de paraquedas?
Não se preocupe, quase todos iniciamos assim!

VIREI PI, E AGORA?


Será que alguém se prepara para ser Procurador Institucional? Já vimos
profissionais interessados em participar de programas de formação de
Procurador Institucional em busca de carreira na área, mas a preparação prévia
é rara.

A maioria dos PIs “cai de paraquedas” na função, em um momento de


incêndio na instituição e acaba ficando. Seja porque era o momento de
preencher o CENSO (alguém da secretaria ou RH), seja porque tem um
formulário eletrônico aberto (o próprio coordenador, um docente do curso ou um
docente que atue como avaliador do Basis), ou outro motivo qualquer. Naquele
momento, a instituição precisa que alguém “saiba mexer” no sistema e reduz o
papel do PI a um mero preenchedor de formulários.

Aos poucos, aquele profissional vai se deparando com as demais


atividades típicas do PI: atualizações cadastrais, condução de processos de
avaliação, consulta à legislação para amparar decisões estratégicas da
instituição, entre outros.

E o que fazer então? Estudar, estudar, estudar... Procurar (bons) cursos


de formação, cercar-se de bons contatos, de profissionais experientes para
ajudar e estudar, estudar, estudar... A verdade é que o PI nunca deixa de
estudar. Quando acha que domina os processos, o MEC altera a legislação e o
PI começa do zero.

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GUIA DO PI
Introdução à atuação do Procurador Institucional

COMO SURGIU O PI
Em 2005 a Portaria MEC 46 de 10 de janeiro estabeleceu o CENSO DA
EDUCAÇÃO SUPERIOR (CENSUP) sob responsabilidade da Diretoria de Estatística
e Avaliação da Educação Superior - DEAES do Instituto Nacional de Estudos e
Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira – INEP. Neste documento foi
estabelecido:

Art. 4º As Instituições de Educação Superior deverão designar um


Pesquisador Institucional para ser o interlocutor e responsável pelas
informações da instituição junto a DEAES-INEP.
§ 1º O pesquisador Institucional será responsável pela coleta de dados
e preenchimento do Questionário Eletrônico do Censo da Educação
Superior no Sistema Integrado de Informações da Educação Superior -
SIEd-Sup.
§ 2º Para cumprimento do estabelecido no parágrafo anterior, o
Pesquisador Institucional será o detentor da senha Máster de acesso ao
Sistema.
§ 3º O Pesquisador Institucional poderá tornar disponível, para outras
pessoas ou setores estratégicos da Instituição, uma senha, que permite
atualizar ou corrigir dados do Censo.

Em 2007 a Portaria 40 estabeleceu o papel do Procurador Educacional


Institucional, com a sigla PI:

Art. 61-E A instituição deverá indicar um Procurador Educacional


Institucional (PI), que será o responsável pelas respectivas informações
no Cadastro e-MEC e nos processos regulatórios correspondentes, bem
como pelos elementos de avaliação, incluídas as informações
necessárias à realização do ENADE.
§ 1o O PI deverá, preferencialmente, estar ligado à Reitoria ou à Pró-
Reitoria de Graduação da instituição ou órgãos equivalentes, a fim de
que a comunicação com os órgãos do MEC considere as políticas,
procedimentos e dados da instituição no seu conjunto.
§ 2o O PI deverá ser investido de poderes para prestar informações em
nome da instituição, por ato de seu representante legal ao identificá-lo
no sistema e-MEC, articulando-se, na instituição, com os responsáveis
pelos demais sistemas de informações do MEC.
§ 3o O PI poderá indicar Auxiliares Institucionais (AIs) para
compartilhar tarefas de inserção de dados, sob responsabilidade do PI.
§ 4o As informações prestadas pelo PI e pelos AIs presumem-se
válidas, para todos os efeitos legais.

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GUIA DO PI
Introdução à atuação do Procurador Institucional

Na maioria das instituições, o Pesquisador Institucional e o Procurador


Educacional Institucional acabam sendo a mesma pessoa e convencionou-se a
utilização do termo PI para ambas as funções.

Em 2017, com a mudança do marco regulatório do ensino superior, a


função do PI-Procurador foi estabelecida na Portaria 21/2017:

Art. 14. O RL deverá indicar um PI para cada uma das instituições


mantidas, que será responsável por prestar as informações no sistema
e-MEC, relativas às atualizações cadastrais e à tramitação de processos
regulatórios vinculados às respectivas instituições, bem como pelos
elementos de avaliação, incluídas as informações necessárias à
realização do Exame Nacional de Desempenho de Estudantes ENADE.
§ 1º O representante legal responderá solidariamente, nos termos da
legislação civil e administrativa, pelos atos praticados pelo PI, bem
como pela veracidade e legalidade das informações de caráter
declaratório inseridas no sistema e-MEC.
§ 2º O PI deverá, preferencialmente, estar ligado à Reitoria ou à Pró-
Reitoria de Graduação da instituição ou órgãos equivalentes, a fim de
que a comunicação com os órgãos do MEC considere as políticas, os
procedimentos e os dados da instituição no seu conjunto.
§ 3º O PI deverá ser investido de poderes para prestar informações em
nome da instituição, por ato de seu representante legal, ao identificá-
lo no sistema e-MEC, articulando-se, na instituição, com os
responsáveis pelos demais sistemas de informações do MEC.
§ 4º Cabe ao RL a responsabilidade por substituir o PI, quando por
qualquer razão ele não deva mais representar a instituição mantida
correspondente.
Art. 15. O PI poderá indicar Auxiliares Institucionais AI para
compartilhar tarefas originalmente sob sua responsabilidade.
§ 1º As informações prestadas pelo PI e pelos AI presumem-se válidas,
para todos os efeitos legais.
§ 2º É de responsabilidade do PI retirar o acesso do AI quando, por
qualquer razão, ele não deva mais realizar ações no Sistema e-MEC
relativas à respectiva instituição.
Art. 16. O RL da mantenedora e o PI por ele designado são responsáveis
pelo acompanhamento da exatidão e fidedignidade das informações
prestadas no Sistema e no Cadastro e-MEC atinentes à respectiva IES
e por mantê-las atualizadas.

Outra menção na mesma Portaria aparece no Artigo 10:

Art. 10: § 2º O responsável legal responderá solidariamente, nos


termos da legislação civil e administrativa, pelos atos praticados pelo
representante legal e pelo procurador educacional institucional, bem
como pela veracidade e legalidade das informações de caráter
declaratório inseridas no sistema e-MEC.

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GUIA DO PI
Introdução à atuação do Procurador Institucional

PRINCIPAIS ATRIBUIÇÕES
Não há documento que descreva detalhadamente as atribuições do PI,
mas elas vão aparecendo aos poucos em algumas normativas.

Do que se interpreta nos termos da Portaria 40/2007, renovado na


Portaria 21/2017, o PI é um mediador da relação entre a instituição e o Ministério
da Educação. Tem responsabilidade legal pelos atos praticados pela IES e pela
legalidade e veracidade das informações prestadas. Por um lado, ele representa
os interesses da instituição perante o MEC, mas também tem responsabilidades
perante o órgão e, por tanto, precisa garantir que a instituição siga a legislação
educacional. Na nossa visão, o PI é o MEC dentro da instituição.

Há um termo jurídico para as organizações chamado compliance, que


significa atuar de acordo com a legislação. Uma das funções estratégicas do PI
é garantir o compliance educacional: se os cursos estão sendo ofertados de
acordo com as diretrizes curriculares nacionais e dentro do marco regulatório,
se a instituição está cumprindo os requisitos legais, se tudo o que a instituição
está fazendo é permitido pela legislação. É uma tarefa difícil e requer que o PI
tenha uma visão geral das atividades da instituição, além de conhecimento da
legislação educacional. Nessa função, o PI deve ter visão de longo prazo e
analisar se as práticas adotadas naquele momento pela instituição
comprometem seu ato autorizativo, autonomia e condições de funcionamento.

O PI tem papel fundamental nas decisões estratégicas da instituição: a


decisão de criar um curso novo, aumentar vagas, modificar projeto pedagógico
de curso, revisar políticas acadêmicas, entre outras, devem ser amparadas no
conhecimento da legislação. Especialmente quando a instituição deseja inovar
em práticas acadêmicas, o cuidado com a legislação é fundamental. Em tempos
de crise, muitas inovações são motivadas pela redução de custos, e esse cuidado
passa a ser redobrado. Neste momento, o PI passa por conflitos, pois se por um
lado deseja manter seu emprego, por outro lado sabe das implicações que as
decisões propostas podem acarretar para a sobrevivência da instituição.
Pressionado, aceita salvar sua pele.

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GUIA DO PI
Introdução à atuação do Procurador Institucional

Outra função fundamental do PI é conduzir os processos de avaliação da


instituição. Em tempos de bônus regulatório, o bom desempenho nas avaliações
externas é mais do que uma questão de marketing: pode agilizar o andamento
de processos, dispensar visitas, possibilitar aumento de vagas e definir a
quantidade de polos a serem implantados anualmente pela instituição. Sendo
assim, a condução adequada dos processos de avaliação passa a ser estratégica
para a instituição.

A atualização de informações cadastrais no e-MEC e demais sistemas é


resultado das decisões da instituição, e é muito importante. Essas informações
têm impacto nos sistemas de financiamento estudantil, nos processos
avaliativos, entre outros.

As atividades relacionadas ao CENSO, além de reproduzir a realidade da


instituição também impactam nas avaliações externas, pois define quais alunos
farão ENADE e qual a composição do corpo docente para calcular o Conceito
Preliminar de Curso (CPC).

Todas essas atividades, evidentemente, resultam em preenchimento de


formulários e alimentação de sistemas. Porém, de forma inteligente e
estratégica, após árduo trabalho do PI em alimentar as decisões estratégicas da
instituição e apoiar a definição das políticas acadêmicas.

ORÁCULO DE TODOS
É só ter seu nome cadastrado no e-MEC como PI e você passa a ser a
fonte de consulta da legislação da instituição. Pode fazer tal coisa? Como faço
isso? Onde está escrito tal coisa? E o PI sai a pesquisar.

Muitas vezes, o mantenedor ou um dos dirigentes recebe uma “dica” de


um profissional fora da instituição e pede para que o PI ache uma forma de fazer
o que ouviu. Na maioria dos casos, a tal dica não existe, ou não se aplica para
aquele tipo de organização acadêmica, e o trabalho de convencer é dobrado.

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GUIA DO PI
Introdução à atuação do Procurador Institucional

É importante que a instituição reconheça o PI como ator fundamental para


apoiar as decisões estratégicas e as mudanças institucionais, e o profissional
deve corresponder a essa responsabilidade. Vai além de consultar a legislação e
ver o que pode e não pode. Deve ter conhecimento da instituição como um todo,
de aspectos pedagógicos e acadêmicos, a vivência do processo de ensino e
aprendizagem e a capacidade de pensar nos impactos da execução das políticas
planejadas.

PI TIRA FÉRIAS?
Eu, Leide, logo na primeira avaliação que recebi como PI, um dos
avaliadores também atuava como PI na instituição que tinha vínculo. Ele me
parabenizou pelo novo cargo e me desejou boa sorte, enfatizando: “- Se
prepare. PI não tira férias.”

Acostumada ao recesso acadêmico de Assessoria de Pró-Reitoria


Acadêmica, no qual estava sempre alerta, voltava antes, mas me desligava das
atividades por alguns dias, achei que fosse a mesma coisa. Não é.

Em dezembro é comum os técnicos “limparem a mesa” de processos


acumulados durante o ano e abrir vários processos, soltarem novas portarias
normativas, agendarem visita para o ano seguinte, entre outros.

Já no meu primeiro ano como PI (2017) no primeiro dia de minhas férias


(20/12/2017) saiu o Decreto 9.235/2017 e no dia seguinte as portarias
normativas, além dos novos instrumentos de avaliação. Para ajudar, logo em
seguida foram abertos 12 processos de ofício de renovação de reconhecimento
de cursos, com prazo de 60 dias para preenchimento (20 de fevereiro de 2018).

Me programei para passar as férias estudando os novos instrumentos,


decreto e portarias. Nos primeiros dias de janeiro, veio o comunicado de visita
de credenciamento de uma nova instituição da mantenedora que atuo para final
de fevereiro e, no dia seguinte, o contato do então coordenador da comissão.
Além de estudar, tive que me reprogramar para os preparativos da visita.

19
GUIA DO PI
Introdução à atuação do Procurador Institucional

Já recebi ligação de técnico da SERES no dia 27 de dezembro. Portarias


de renovação de reconhecimento de cursos do ciclo ENADE costumam sair ao
final de dezembro (dá-lhe atualizar as informações para as áreas responsáveis).
Resoluções do CNE e portarias normativas que ficaram presas o ano todo na
mesa do ministro costumam ser publicadas em dezembro.

O prazo de preenchimento do CENSO começa na segunda semana de


janeiro. O relatório de regularidade dos estudantes dos cursos que fizeram
ENADE geralmente têm previsão para início de janeiro (do ciclo de 2019 saiu dia
24 de dezembro). Quem opera PROUNI e FIES, em dezembro e janeiro há vários
procedimentos a serem realizados.

No restante do ano? É sair de férias que “pipoca” um comunicado de visita


ou abertura de formulário eletrônico na sua Caixa de Mensagens do e-MEC!

As funções do PI são tão específicas, que dificilmente pode ser substituído


por outro profissional. Leva-se tempo para formar um PI que possa tomar
decisões e responder legalmente pelos atos. Mesmo que alguém fique no lugar
verificando mensagens, não tem condições de tomar decisões que depois
deverão ser continuadas pelo PI oficial.

Para ilustrar, em uma instituição de grande porte, a PI saiu de férias e foi


nomeada outra PI pelo período de seu afastamento, cujo currículo demonstrava
experiência em regulação em outras instituições. A PI substituta duplicou um
endereço da IES de tal forma que não era possível informar novos cursos neste
endereço até que o setor de cadastro da SERES excluísse um dos endereços
duplicados.

Daí você se pergunta: “Acabaram as férias e feriados? Minha vida social


já era??” Bom, é justamente para evitar isso que elaboramos este guia. As
responsabilidades e as atividades de um PI não tiram férias, mas há esperança.
Claro que na maioria das vezes o MEC não planeja nada nem nos avisa com
antecedência, no entanto, várias atividades do PI podem ser planejadas ao longo
do ano para que ele possa ter momentos mais tranquilos e aí se dedicar a outras
atividades, incluindo (um pouco de) férias e folgas. Tudo é uma questão de

20
GUIA DO PI
Introdução à atuação do Procurador Institucional

organização e sempre ter um plano B para quando a coisa apertar. E é


justamente isso que vamos discutir ao longo deste livro.

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GUIA DO PI
Introdução à atuação do Procurador Institucional

2. ONDE VIM PARAR? QUEM FAZ O QUÊ?


Apenas uma introdução ao marco regulatório e órgãos

REFERÊNCIAS DO MARCO REGULATÓRIO


Tem um monte de atos regulatórios que embasam o funcionamento do
sistema de ensino superior. Seria impossível abordar todos neste livro, pois o
objetivo não é tratar da legislação e sim das atribuições do PI. Vamos focar na
estrutura legal e regulatória aplicada ao ensino superior apenas, sem o
detalhamento de seu funcionamento.

A base para o sistema nacional de educação vigente é a Lei de Diretrizes


e Bases (LDB) - Lei 9.394/96 (fácil de decorar a sequência). Lá são definidos os
objetivos do ensino superior, que, espera-se, sejam replicados (mas não
copiados), de alguma forma, nos regimentos e estatutos das instituições. É na
LDB que o ensino superior é aberto à iniciativa privada e são estabelecidas as
possibilidades de organização acadêmica. Posteriormente, várias leis foram
aprovadas alterando ou incluindo dispositivos na LDB.

Outro dispositivo relevante é a Lei do SINAES: Lei nº 10.861/2004 que


institui o Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior – SINAES. Nessa
lei é instituída a Comissão Nacional de Avaliação da Educação Superior –
CONAES, a Comissão Própria de Avaliação, o ENADE e a avaliação in loco de
instituições e cursos.

O detalhamento destas leis é especificado em Decretos, emitidos pelo


Presidente da República, que institui em linhas gerais as possibilidades de
organização do ensino superior (o que pode e não pode). Há sempre um para o
funcionamento do ensino superior de modo geral (atualmente o Decreto
9.235/2017) e um para a educação a distância (atualmente o Decreto
9.057/2017).

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GUIA DO PI
Introdução à atuação do Procurador Institucional

O decreto é definido pelo Manual de Redação da Presidência da República


como:

Decretos são atos administrativos de competência exclusiva do Chefe


do Executivo, destinados a prover as situações gerais ou individuais,
abstratamente previstas, de modo expresso ou implícito, na lei
(MEIRELLES, 2013, p. 189-190). Essa é a definição clássica, que não
se aplica aos decretos autônomos, tratados adiante.

Estes decretos são desdobrados em portarias que detalham


procedimentos para a execução dos dispostos nos decretos.

A Portaria é definida pelo Manual de Redação da Presidência da República


como:

É o instrumento pelo qual Ministros ou outras autoridades expedem


instruções sobre a organização e o funcionamento de serviço, sobre
questões de pessoal e outros atos de sua competência.

Há muitas portarias todos os anos especificando critérios de


funcionamento para atividades cíclicas do ano, mas focaremos naquelas que
estabelecem o marco regulatório do ensino superior:

 Portaria nº 2.117, de 6 de dezembro de 2019 - Dispõe sobre


a oferta de carga horária na modalidade de Ensino a Distância -
EaD em cursos de graduação presenciais ofertados por Instituições
de Educação Superior - IES pertencentes ao Sistema Federal de
Ensino.

 Portaria nº 315, de 4 de abril de 2018 – Dispõe sobre os


procedimentos de supervisão e monitoramento de instituições de
educação superior integrantes do sistema federal de ensino e de
cursos superiores de graduação e de pós-graduação lato sensu, nas
modalidades presencial e a distância.

 Portaria Normativa n° 840, de 24 de agosto de 2018 - Dispõe


sobre os procedimentos de competência do Instituto Nacional de
Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira - INEP referentes

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GUIA DO PI
Introdução à atuação do Procurador Institucional

à avaliação de instituições de educação superior, de cursos de


graduação e de desempenho acadêmico de estudantes.

 Portaria Normativa nº 01, de 3 de janeiro de 2017 -


Estabelece os prazos de validade para atos regulatórios de
credenciamento e recredenciamento das Instituições de Educação
Superior.

 Portaria Normativa nº 11, de 20 de junho de 2017 -


Estabelece normas para o credenciamento de instituições e a oferta
de cursos superiores a distância, em conformidade com o Decreto
nº 9.057, de 25 de maio de 2017.

 Portaria Normativa nº 20, de 21 de dezembro de 2017 -


Republicada em 03 de setembro de 2018 para consolidação do
texto normativo publicado no Diário Oficial da União nº 245 de 22
de dezembro de 2017, Seção 1, páginas 25 a 29 - Dispõe sobre os
procedimentos e o padrão decisório dos processos de
credenciamento, recredenciamento, autorização, reconhecimento e
renovação de reconhecimento de cursos superiores, bem como
seus aditamentos, nas modalidades presencial e a distância, das
instituições de educação superior do sistema federal de ensino.

 Portaria Normativa nº 21, de 21 de dezembro de 2017 –


Dispõe sobre o sistema e-MEC, sistema eletrônico de fluxo de
trabalho e gerenciamento de informações relativas aos processos
de regulação, avaliação e supervisão da educação no sistema
federal de educação, e o Cadastro Nacional de Cursos e Instituições
de Educação Superior – Cadastro e-MEC.

 Portaria Normativa nº 23, de 21 de dezembro de 2017 -


Republicada em 03 de setembro de 2018 para consolidação do
texto normativo publicado no Diário Oficial da União nº 245 de 22
de dezembro de 2017, Seção 1, páginas 35 a 40 - Dispõe sobre os
fluxos dos processos de credenciamento e recredenciamento de
instituições de educação superior e de autorização, reconhecimento

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GUIA DO PI
Introdução à atuação do Procurador Institucional

e renovação de reconhecimento de cursos superiores, bem como


seus aditamentos. (Redação dada pela Portaria Normativa nº 742,
de 3 de agosto de 2018).

 Portaria Normativa nº 741, de 02 agosto de 2018 - Altera a


Portaria Normativa MEC nº 20, de 21 de dezembro de 2017, que
dispõe sobre os procedimentos e o padrão decisório dos processos
de credenciamento, recredenciamento, autorização,
reconhecimento e renovação de reconhecimento de cursos
superiores, bem como seus aditamentos, nas modalidades
presencial e a distância, das instituições de educação superior do
sistema federal de ensino.

 Portaria Normativa nº 742, de 2 de agosto de 2018 - Altera a


Portaria Normativa nº 23, de 21 de dezembro de 2017, que dispõe
sobre os fluxos dos processos de credenciamento e
recredenciamento de instituições de educação superior e de
autorização, reconhecimento e renovação de reconhecimento de
cursos superiores, bem como seus aditamentos.

Além disso, anualmente são publicadas as seguintes portarias que


estabelecem o funcionamento do objeto naquele ano:

 Portaria que estabelece o calendário regulatório do e-MEC.

 Portaria normativa que estabelece o regulamento do ENADE do


ano, bem como, dos conteúdos específicos e gerais a serem
cobrados na prova do ENADE.

 Portaria normativa que estabelece o cronograma do Censo da


Educação Superior do ano.

Complementarmente a estas portarias, há as resoluções do Conselho


Nacional de Educação – CNE, que estabelecem diretrizes de funcionamento de
cursos de graduação e pós-graduação, além de interpretações dos atos
normativos vigentes. Há sempre uma resolução do CNE para as diretrizes de

25
GUIA DO PI
Introdução à atuação do Procurador Institucional

pós-graduação lato sensu e quase todos os cursos de graduação contam com


diretriz curricular nacional.

Há ainda despachos do secretário e instruções normativas, que dispõem


de procedimentos administrativos para atos específicos já normatizados em
portarias, e notas técnicas das coordenações, que também detalham
procedimentos operacionais processuais específicos de sua atribuição.

Paralelamente a tudo isso, há os instrumentos de avaliação de cursos e


de instituição, cujos indicadores servem de referência para o planejamento e
implementação de políticas acadêmicas nas instituições, visto que qualificam de
forma mais detalhada cada um dos itens de funcionamento de um curso ou
instituição.

É necessário coerência entre todos estes elementos, sendo que cada um


deles deve respeitar a hierarquia normativa do ato superior. Em nosso
entendimento, seguem mais ou menos a ordem hierárquica a seguir: Decreto >
Portarias > Despachos > Instruções Normativas > Notas técnicas. Não
colocamos as resoluções do CNE na lista hierárquica pois entendemos que estas
são paralelas aos atos a partir das portarias e especificam concepções, não
procedimentos.

INSTITUIÇÕES MAIS FREQUENTES PARA O PI


Esta seção tem como foco as instituições envolvidas nos processos sobre
os quais o PI tem responsabilidade definida nas portarias. Eventualmente, o PI
opera PROUNI, cuja responsabilidade não é específica do cargo, e pode também
operar processos de stricto sensu junto à Coordenação de Aperfeiçoamento de
Pessoal de Nível Superior – Capes. Estes dois itens não são abordados no livro.

O sistema federal de educação abrange todas as instituições de ensino


superior públicas federais e privadas. Há ainda sistemas estaduais de educação,
cujas normativas e procedimentos regulatórios tem suas especificidades.

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GUIA DO PI
Introdução à atuação do Procurador Institucional

Basicamente, o Ministério da Educação (MEC) é o órgão responsável pela


política nacional de educação, pela regulação e avaliação da educação ofertada
pela iniciativa privada e pública, e pela manutenção de instituições públicas de
ensino federais.

A estrutura a seguir detalha os entes envolvidos na regulação, supervisão


e avaliação do ensino superior:

Figura 1: Estrutura do sistema de Regulação, Supervisão e Avaliação do Ensino Superior

Fonte: ABMES (2015)


Disponível em https://abmes.org.br/arquivos/documentos/apresentacao_luana_01-09-2015.pdf

Comissão Nacional de Avaliação da Educação Superior (CONAES)


A Comissão Nacional de Avaliação da Educação Superior (CONAES) foi
estabelecida pela Lei nº 10.861 de 2004 conhecida como Lei do SINAES com as
seguintes atribuições:

I – propor e avaliar as dinâmicas, procedimentos e mecanismos da


avaliação institucional, de cursos e de desempenho dos estudantes;
II – estabelecer diretrizes para organização e designação de comissões
de avaliação, analisar relatórios, elaborar pareceres e encaminhar
recomendações às instâncias competentes;

27
GUIA DO PI
Introdução à atuação do Procurador Institucional

III – formular propostas para o desenvolvimento das instituições de


educação superior, com base nas análises e recomendações produzidas
nos processos de avaliação;
IV – articular-se com os sistemas estaduais de ensino, visando a
estabelecer ações e critérios comuns de avaliação e supervisão da
educação superior;
V – submeter anualmente à aprovação do Ministro de Estado da
Educação a relação dos cursos a cujos estudantes será aplicado o
Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes - ENADE;
VI – elaborar o seu regimento, a ser aprovado em ato do Ministro de
Estado da Educação;
VII – realizar reuniões ordinárias mensais e extraordinárias, sempre
que convocadas pelo Ministro de Estado da Educação.

Em síntese, a CONAES estabelece os critérios de avaliação externa, do


ENADE e divulgação dos indicadores de qualidade do ensino superior (IDD, IGC,
CPC). É justamente em reunião da CONAES que são definidos os cursos que
farão ENADE no ano seguinte. Ou seja, é possível saber se determinado curso
vai entrar no ciclo no ano anterior. Em 2019 a CONAES decidiu que a partir de
2020 não serão divulgados resultados de CPC e IGC, somente ENADE e os
demais insumos dos indicadores em separado.

Conselho Nacional de Educação (CNE)


O Conselho Nacional de Educação (CNE) foi estabelecido pela Lei
4.024/1961, com atribuições alteradas por outras leis posteriormente, mas a
essência mantida. Resumidamente, o CNE define diretrizes curriculares
nacionais, estabelece diretrizes de funcionamento do ensino superior, entre
outros. Além disso, relata pareceres emitidos pela SERES para atos institucionais
(credenciamento, credenciamento EAD e recredenciamento) e interpreta atos
normativos a partir de consultas realizadas por instituições de ensino superior.
Reúne-se mensalmente, com base em calendário publicado anualmente em seu
site. É possível assistir as reuniões do CNE presencialmente para ouvir os relatos
de pareceres. Antes da reunião é publicada uma lista de pareceres que serão
apreciados.

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GUIA DO PI
Introdução à atuação do Procurador Institucional

Secretaria de Regulação e Supervisão - Seres


A Seres é a secretaria que o PI mais tem contato. Em sua página é definida
como “é responsável pela formulação de políticas para a regulação e a .
supervisão de Instituições de Educação Superior (IES), públicas e privadas,
pertencentes ao sistema federal de educação superior.” (SESU, s.d.)1

As atribuições da SERES estão definidas na Portaria 1.342/2012:

I - planejar e coordenar o processo de formulação de políticas para a


regulação e supervisão da educação superior, em consonância com as
metas do PNE;
II - autorizar, reconhecer e renovar o reconhecimento de cursos de
graduação e sequenciais, presenciais e a distância;
III - exarar parecer nos processos de credenciamento e
recredenciamento de instituições de educação superior para as
modalidades presencial e a distância;
IV - supervisionar instituições de educação superior e cursos de
graduação e sequenciais, presenciais e a distância, com vistas ao
cumprimento da legislação educacional e à indução de melhorias dos
padrões de qualidade da educação superior, aplicando as penalidades
previstas na legislação;
V - estabelecer diretrizes e instrumentos para as ações de regulação e
supervisão da educação superior, presencial e a distância em
consonância com o ordenamento legal vigente;
VI - estabelecer diretrizes para a elaboração dos instrumentos de
avaliação de instituições e cursos de educação superior;
VII - gerenciar sistema público de informações cadastrais de
instituições e cursos de educação superior;
VIII - gerenciar sistema eletrônico de acompanhamento de processos
relacionados à regulação e supervisão de instituições e cursos de
educação superior;
IX - manter e atualizar o catálogo dos cursos superiores de tecnologia;

A SERES é dirigida por um Secretário, para quem recorremos por ofício


quando dá um B.O. bem grande. Ela divide-se em Diretorias, que por sua vez
dividem-se em coordenadorias. A estrutura da SERES foi definida na Portaria
1.342/2012, que não foi revogada, mas a estrutura atual não corresponde ao
definido na Portaria.

1http://portal.mec.gov.br/secretaria-de-regulacao-e-supervisao-da-educacao-superior-
seres/apresentacao

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GUIA DO PI
Introdução à atuação do Procurador Institucional

Com base na Portaria 1.342/2018, no site e nas mensagens recebidas a


partir de chamados abertos, resumimos a seguir a estrutura e sugerimos os
assuntos que devem ser tratados com cada órgão. A imagem a seguir consta na
página “Quem é Quem” do site da SERES:

Figura 2: Estrutura da Secretaria de Regulação e Supervisão da Educação Superior - SERES

Fonte: ABMES (s.d.)

http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=1384
5-seres-organograma-estrutura-regimental-pdf&category_slug=agosto-2013-
pdf&Itemid=30192

A Diretoria de Política Regulatória (DPR) é basicamente responsável por


articular a formulação e implementação das políticas a regulação da educação
superior, juntamente com outros órgãos e comissões, para processos
regulatórios, avaliações, bem como diretrizes curriculares de cursos de
graduação. A seguir um resumo de cada coordenação da DPR:

 Coordenação-Geral de Certificação de Entidades Beneficentes de


Assistência Social - CGCEBAS: como o nome resume, coordena o
processo de certificação de entidades beneficentes de assistência

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GUIA DO PI
Introdução à atuação do Procurador Institucional

social (CEBAS). Deve-se procurar a CGCEBAS para assuntos


relacionados a este tema.

 Coordenação-Geral de Legislação e Normas de Regulação e


Supervisão da Educação Superior - CGLNRS: sinteticamente, é o
braço da DPR que planeja os processos de atendimento e responde
a consultas sobre normas, regulamentos e processos. Quando

procurar? Sempre que algum aspecto das normativas ou do fluxo


processual não ficar claro e necessitar de interpretação ou
esclarecimento do entendimento do MEC.

 Coordenação-Geral Gestão de Informação da Regulação da


Educação Superior - CGGIRES (Na portaria 1.342/2012 consta
como Coordenação Geral de Diretrizes para as Ações de Regulação
e Supervisão da Educação Superior - CGDIRES): é a coordenação
responsável pelo e-MEC e pelas informações de cadastro. Deve ser
acionada quando houver problema no sistema, for necessária
correção de informações cadastrais sem função de edição pela
instituição, entre outras coisas relacionadas ao e-MEC.

A Diretoria de Supervisão da Educação Superior (DISUP) basicamente é o


órgão que nenhum PI quer ter contato, pois conduz os processos de supervisão
de instituições e cursos. É formada por 3 coordenações, cujas atribuições
atualmente não constam em portaria.

 Coordenação-Geral de Supervisão da Educação Superior- CGSO

 Coordenação-Geral de Supervisão Estratégica

 Coordenação-Geral de Monitoramento da Educação Superior

A Coordenação Geral de Monitoramento da Educação Superior faz parte


da nova política de monitoramento definida no Artigo 90 do Decreto 9.235/2017.
Em síntese, os processos de supervisão eram “motivados” por algum tipo de
descumprimento de requisitos legais e normativos das instituições ou cursos,
isto é, quando a instituição se apresentava em situação de irregularidade. Com
o dispositivo, o monitoramento pode ser estabelecido sem um fato concreto
previsto na legislação, isto é, como forma de observar se de fato os requisitos

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GUIA DO PI
Introdução à atuação do Procurador Institucional

legais e normativos estão sendo devidamente cumpridos e, a partir daí, embasar


a abertura de processo de supervisão.

A Diretoria de Regulação da Educação Superior – DIREG. As coordenações


dividem-se por ato regulatório e têm todas as mesmas funções no âmbito de
sua responsabilidade: Em resumo, as coordenações devem ser contatadas
quando necessárias informações sobre processos paralisados ou esclarecimentos
sobre fluxo processual relacionado aos atos sob sua responsabilidade.

 Coordenação-Geral de Credenciamento das Instituições de


Educação Superior - CGIES: trata dos processos de
credenciamento e recredenciamento de instituições. É o órgão que
analisa os processos protocolados, abre diligência se necessário e
emite o parecer final sobre o processo. Na Portaria 1.342/2012
consta a responsabilidade pela emissão de pareceres finais em
processos de autorização dos cursos presenciais, embora não seja
responsável por instaurá-los.

 Coordenação-Geral de Autorização e Reconhecimento de


Cursos de Educação Superior - CGARCES: trata de autorização,
reconhecimento e renovação de reconhecimento de cursos
presenciais. Estabelece os critérios de renovação de
reconhecimento dos cursos do ciclo ENADE e abre os processos de
ofício. Também analisa os processos e abre diligência, se
necessário. Tem como responsabilidade o parecer final sobre
reconhecimento e renovação de reconhecimento de cursos
presenciais, mas não de autorização, cuja responsabilidade é da
CGIES.

 Coordenação-Geral de Regulação da Educação Superior a


Distância - COREAD: trata de todos os processos relativos a EAD,
incluindo credenciamento e recredenciamento para EAD,

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GUIA DO PI
Introdução à atuação do Procurador Institucional

autorização, reconhecimento e renovação de reconhecimento de


cursos EAD.

 Coordenação-Geral de Fluxos e Procedimentos Regulatórios:


além da função básica de propor instruções normativas e fluxos
processuais de modo geral, são vários atos regulatórios sob sua
responsabilidade: transferência de mantença, criação de campus
fora de sede, unificação de mantidas ou alteração de denominação
de mantida, alteração relevante de PDI, alteração relevante de
Estatuto ou Regimento, descredenciamento voluntário de
instituição acompanhado da extinção de todos os seus cursos,
aumento de vagas ou criação de turno, alteração da denominação
de curso, mudança do local de oferta do curso, desativação
voluntária de curso, na modalidade presencial; alteração de
mantença de instituições de educação superior.

Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Anísio Teixeira - INEP


O funcionamento do INEP é regido pela Portaria 986 de 20 de dezembro
de 2017. Sinteticamente, é responsável pela execução dos processos avaliativos,
coleta de dados censitários da educação brasileira e realização de estudos sobre
o tema, incluindo todos os níveis.

No ensino superior, o INEP atua nos processos de avaliação in loco de


curso e instituição, no planejamento e execução do Exame Nacional de
Desempenho do Estudante – ENADE e no Censo da Educação Superior –
CENSUP.

A estrutura do INEP é detalhada no próprio site a seguir:

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GUIA DO PI
Introdução à atuação do Procurador Institucional

Figura 3: Estrutura Organizacional do INEP

Fonte: INEP http://portal.inep.gov.br/estrutura-organizacional

Vamos nos ater apenas aos órgãos que o PI tem mais contato:

A Diretoria de Avaliação da Educação Superior (DAES) trata dos processos


de avaliação in loco e ENADE, por meio de suas respectivas coordenações.
Também é responsável pelo gerenciamento da Comissão Técnica de
Acompanhamento da Avaliação – CTAA, o órgão que julga os processos
impugnados e aprova a nomeação de avaliadores para o Banco de Avaliadores
do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (BASis). Ela é formada
pelas seguintes coordenações gerais:

 Coordenação-Geral de Avaliação dos Cursos de Graduação e


Instituições de Ensino Superior (CGACGIES) – planeja e
operacionaliza as avaliações in loco de cursos e instituições.
Geralmente o contato com a CGACGIES é via Demanda/Chamado

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GUIA DO PI
Introdução à atuação do Procurador Institucional

e a resposta é rápida. Em se tratando de processos com avaliação


in loco naquele momento, respondem no máximo no dia seguinte.
Eventualmente, após abrir uma demanda, sugerimos ligar e falar
com um técnico sobre o protocolo, para tentar agilizar a resposta.
As demandas geralmente referem-se a processos cuja visita está
demorando a ser agendada, problemas durante a avaliação in loco,
necessidade de cancelamento da visita nos casos previstos em
portaria, problema para anexar PDI/PPC no prazo dos 10 dias antes
da visita, entre outros da fase INEP - Avaliação.

 Coordenação-Geral do Enade (CGENADE): planeja o ENADE e


coordena o Banco Nacional de Itens (BNI) de questões do ENADE.

 Coordenação-Geral de Controle de Qualidade da Educação


Superior (CGCQES): executa o ENADE, corrige e divulga os
resultados de ENADE, IDD, CPG e IGC. Também faz capacitação de
PIs para o ENADE.

Relacionada à DAES está a Comissão Técnica de Acompanhamento da


Avaliação – CTAA, que é a “instância recursal dos processos avaliativos
relacionados a relatórios de avaliação e denúncias contra avaliadores do Sinaes
e do Saeg, e suas decisões são irrecorríveis na esfera administrativa” (Portaria
19/2019, Art. 24, § 1.) O funcionamento da CTAA é definido pelo seu Regimento
Interno, atualmente disposto na Portaria MEC 195/2020.

A Diretoria de Estatísticas Educacionais (DEED) é responsável pela coleta


e tratamento de dados das instituições superiores. Por meio da Coordenação-
Geral do Censo da Educação Superior (CGCES), realiza o CENSO anualmente. A
comunicação com a CGCES é realizada mais comumente por meio do e-mail
[email protected]. Em época de coleta, geralmente respondem
rapidamente as mensagens (2 dias), e ligar para “sensibilizar” um técnico agiliza
um pouco.

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GUIA DO PI
Introdução à atuação do Procurador Institucional

O PI DE CADA INSTITUIÇÃO
O marco regulatório prevê 3 tipos de organização acadêmica: faculdade,
centro universitário e universidade.

Inicialmente, as instituições são credenciadas como faculdade. Esta


organização tem autonomia apenas para criar novos polos dentro do limite anual
estabelecido por seu conceito institucional. Todos os cursos devem ser
autorizados e o aumento/redução de vagas também. A instituição tem como
requisito apenas a contratação de docentes com pelo menos especialização, já
que a LDB veda a contratação de docentes apenas graduados.

O PI de uma faculdade tem trabalho dobrado (e até triplicado) para cada


curso: além do reconhecimento, tem o processo de autorização e os processos
para aumentos de vagas. A maior alegria de um PI de faculdade é o benefício
da dispensa de visita dada pelo Art. 11 da Portaria 20/2017.

Quando a instituição consegue atingir os 8 cursos reconhecidos, é hora da


liberdade: se a mantenedora estiver disposta a bancar o custo de um quinto
(20%) dos docentes contratados como tempo integral, um terço dos docentes
com titulação de mestres e doutores, além da manutenção de programa de
iniciação científica e extensão, pode gozar do benefício da autonomia para criar
quase todos os cursos (exceto o G5: Direito, Medicina, Enfermagem, Psicologia
e Odontologia), bem como aumentar suas vagas. O centro universitário também

tem como vantagem a possibilidade de credenciamento de campus fora de sede


sem autonomia, isto é, cada um dos cursos deste campus deve ser autorizado
previamente. Mas não precisa cumprir o requisito dos 20% de corpo docente em
tempo integral no campus, desde que atenda no total da instituição.

Disposta a atingir um patamar mais alto, a instituição pode evoluir para


universidade, desde que amplie o percentual de docentes contratados em tempo
integral para um terço (33,33%), ter no mínimo 60% dos cursos reconhecidos
ou em processo de reconhecimento, oferecer 4 cursos de mestrados e 2 de
doutorados, além de possuir programa de extensão e iniciação científica
institucionalizados. A autonomia na sede é a mesma do centro universitário

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GUIA DO PI
Introdução à atuação do Procurador Institucional

ganha também autonomia nos campi fora de sede, se mantiver um terço do


corpo docente desta unidade contratado em regime de tempo integral. Isso
significa que pode ter alguns campi com autonomia e outros sem autonomia.

Tanto para a transformação em centro universitário quanto para


universidade, um requisito em comum não ter penalização por processo
administrativo de supervisão nos últimos dois anos.

O quadro a seguir compara os requisitos e características de cada uma


das organizações acadêmicas.

Quadro 1: Comparação entre as formas de organização acadêmica

Organização Faculdade Centro Universitário Universidade

Autonomia para criar Nenhuma Quase todos, exceto o G5 Quase todos, exceto o G5
cursos

Necessidade de Todos Somente G5 e cursos do campus Somente G5 e primeiro curso dos


autorização de cursos fora de sede campi fora de sede

Autonomia para criar Sim Sim Sim


polos

Autonomia para Nenhuma Exceto Direito e Medicina Exceto Direito e Medicina


aumentar vagas

Regime de trabalho do Nenhuma 1/5 (20%) contratados em tempo 1/3 (33,33%) contratados em tempo
corpo docente exigência integral integral

Titulação do corpo No mínimo lato 1/3 (33,33%) com pós-graduação 1/3 (33,33%) com pós-graduação
docente sensu stricto sensu e o restante com stricto sensu e o restante com lato
lato sensu sensu

Programa de iniciação Opcional Obrigatório Obrigatório


científica

Programa de extensão Opcional Obrigatório Obrigatório

Programas de stricto Opcional Opcional No mínimo 4 mestrados e 2


sensu doutorados

Conceito Institucional 3 4 4
mínimo

Requisito de cursos Nenhum No mínimo 8 reconhecidos No mínimo 60% dos cursos


reconhecidos ou em processo de
reconhecimento

Fonte: Os autores (2020)

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Introdução à atuação do Procurador Institucional

3. O PI DE CADA DIA
Uma visão geral das atividades mais frequentes

As atribuições estratégicas mencionadas no capítulo anterior são


desdobradas em atividades a partir do marco regulatório. Cada processo
estabelecido no Decreto 9057/2017 e no Decreto 9235/2017, além de outras
legislações são observadas a partir das funcionalidades do Sistema e-MEC e
sistemas auxiliares do MEC.

Observando as funções do e-MEC, pode-se verificar as atividades a seguir:

INTERLOCUÇÃO OFICIAL DE COMUNICAÇÃO COM O MEC


Embora o Representante Legal (RL) da Mantenedora e o Dirigente da IES
recebam as mensagens na Caixa de Mensagens, o PI é responsável por acessá-
las diariamente e verificar prazos estabelecidos, pois é neste meio que a
comunicação oficial com a IES ocorre.

Outro sistema auxiliar do e-MEC é o Fale Conosco do MEC (MEC CUBE


para alguns), por onde a instituição abre “Demandas”, “Chamados” ou
“Atendimentos”. No https://faleconosco-mec-cube.call.inf.br os perfis que
podem solicitar atendimento são o PI e o RL. Em algumas ocasiões Auxiliares
Institucionais abriram chamado e foram atendidos, mas na maioria das vezes a
resposta é que o chamado deve ser aberto direto pelo PI.

Quando abrir Demanda/Chamado? Sempre que o e-MEC der problema que


possa prejudicar prazo (com print de tela para comprovar), problema com
processos, algumas atualizações de cadastro que não são possíveis fazer via
sistema, cancelamento de visita agendada (casos serão explicados mais
adiante), entre outras coisas. Não costumam responder mensagens solicitando

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Introdução à atuação do Procurador Institucional

esclarecimento e interpretação de normativas: pedem que o dirigente envie e-


mail para o órgão responsável.

Além do e-mail do PI cadastrado no e-MEC, há também o telefone, que é


acionado sempre que algum técnico precisa falar com a instituição.

ATUALIZAR OS DADOS DOS DIRIGENTES DA IES NO E-MEC


Exceto pelo dirigente máximo da IES, que é inserido pelo Representante
Legal, os demais dirigentes são inseridos pelo PI em processos em andamento.
Diretores de Área, Pró-Reitores, entre outros, podem ser inseridos na tela de
qualquer um dos processos em andamento. Basta clicar na lupa (Informações
detalhadas do processo) > Corpo Dirigente > Inserir Dirigente.

CADASTRAR MEMBROS DA CPA NO E-MEC


Os membros da CPA devem ser cadastrados no e-MEC e alterados, sempre
que necessário. Quando o INEP ou a SERES precisam acionar o
coordenador/presidente da CPA, o contato é selecionado deste cadastro.

Para inserir, basta abrir qualquer processo em andamento e selecionar a


aba “Membros da CPA – Formulário”. Aparecerá o botão “Inserir Membro da
CPA”, cujos dados solicitados são Nome, Telefone, e-Mail e Cargo (neste caso,
função na CPA).

POSTAR O RELATÓRIO ANUAL DA CPA


O prazo para postar o relatório anual da CPA é 31 de março. A postagem
é realizada pelo PI na mesma aba de inserir membros. No período de postagem
do relatório, aparecerá um botão para “Escolher arquivo”. Todos os relatórios

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Introdução à atuação do Procurador Institucional

anteriores permanecem no sistema e é interessante que sejam mantidos, para


guardar o histórico da instituição.

INFORMAR NOVOS CURSOS PARA INSTITUIÇÕES COM AUTONOMIA


No caso de universidades e centros universitários, os cursos criados no
âmbito da autonomia são informados no prazo de 60 dias do ato de criação, já
prevendo a data de início de funcionamento. A funcionalidade está disponível na
aba Regulação > Cronograma > Informar curso existente presencial. No caso de
EAD, Informar curso existente EAD.

Na funcionalidade há uma lista de denominações de cursos já existentes


e algumas de caráter experimental/inovador. Caso a instituição queira criar um
curso experimental cuja denominação não aparece na lista, deve enviar um
ofício para a “Coordenação-Geral de Gestão de Informação da Regulação da
Educação Superior” solicitando a inclusão da denominação na lista.

CADASTRAR E ATUALIZAR INFORMAÇÕES DE COORDENADORES NO E-


MEC
O cadastro de coordenadores é elemento fundamental para acesso ao
sistema do ENADE, contato com comissões de avaliação in loco e eventuais
contatos do INEP com convite para participar de comissões assessoras de área
de avaliação do ENADE.

A atualização dos dados de coordenadores é realizada na área de


alterações de menor relevância, no ícone de “bonequinho”. O dado principal é o
CPF, que já puxa o nome. Deve-se inserir também o e-mail, telefone, regime de
trabalho, titulação e tipo de vínculo.

É comum algum tipo de embaralhamento de dados dos coordenadores,


como por exemplo inversão de e-mail. Parece estranho, mas já ocorreu em
diversas ocasiões e é percebido no momento do ENADE. Em determinada

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Introdução à atuação do Procurador Institucional

ocasião, o coordenador atual do curso recebeu e-mail sobre o curso de outra


instituição que o coordenador anterior está coordenando.

CADASTRAR E ATUALIZAR INFORMAÇÕES DE CURSOS NO E-MEC


Na área de menor relevância, no ícone que parece uma prancheta são
disponíveis as seguintes alterações:

 Data Prevista de Início: deve ser informada apenas para cursos que
ainda não tiveram o início efetivo das aulas. Este campo pode ser
alterado até que a data de início seja preenchida. O ideal é que seja
inserida no momento que o curso foi informado.

 Data de Início de Funcionamento: deve ser informada logo depois


que as aulas têm início efetivo. Esta data deve ser igual ou superior
à data de publicação do ato de criação/autorização do curso. Depois
de inserida a data, o campo não pode ser modificado. Caso o PI
esqueça de informar, pode solicitar a inserção via “Fale Conosco”.

 Carga horária: Deve ser atualizada toda vez que houver mudança
no PPC do curso. É necessário estar atento aos limites definidos na
DCN (Diretriz Curricular Nacional). Esta informação é replicada no
Censo. A novidade para 2019 é que além da carga horária total,
deve-se detalhar a carga horária a distância, de estágio, de TCC,
de atividades complementares e da disciplina de Libras.

 Periodicidade: Deve ser indicada pela instituição de acordo com a


oferta.

 Vaga Anual por Turno: a distribuição das vagas nos turnos e o


remanejamento dessas vagas pode ser realizado dentro do limite
de vagas autorizadas. Essa é a informação que migra para os
sistemas integrados ao e-MEC como é o caso do Prouni, Sisu e Fies.
Esta funcionalidade não altera o total de vagas autorizadas para o
curso: para isso, deve-se abrir processo na funcionalidade

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Introdução à atuação do Procurador Institucional

específica do Cronograma (Aumentar/Reduzir Vagas). Se for


necessário reduzir vagas no Cronograma, deve-se primeiro fazer a
distribuição menor entre turnos para somente então abrir o
processo, pois dá erro se o total de vagas distribuídas for maior que
o novo número de vagas.

 Nesse item também se insere a informação de prazo de


integralização. Pode-se inserir prazo de integralização diferente
entre turnos. O cuidado é com a relação entre carga horária e
periodicidade mínima definida na Resolução CNE 2/2007: se um
curso tem carga horária de 4.000 horas, a resolução estabelece
periodicidade mínima de 5 anos. É possível ter cursos com duração
menor, mas geralmente o sistema não permite a inserção manual.
Logo, deve-se abrir demanda solicitando a inserção da informação,
anexando a matriz curricular na demanda.

Qualquer alteração realizada nesta funcionalidade deve ser justificada


para que seja efetivada.

CADASTRAR E ATUALIZAR INFORMAÇÕES DE ENDEREÇOS DA IES


No caso de universidades e centros universitários, para cadastrar novo
endereço presencial da IES deve-se entrar no Cronograma de Regulação e
Informar Curso Presencial. No campo do endereço, ao invés de selecionar um
dos endereços existentes deve-se inserir um novo endereço.

Para atualizar informações de endereços da IES é necessário acessar a


aba Instituição > Endereços da IES. Ao clicar no endereço, na Aba Endereço são
poucas informações que podem ser alteradas. Não é possível alterar CEP, por
exemplo: se houver mudança pelos Correios, deve-se abrir Chamado/Demanda
no Fale Conosco.

As informações que devem ser mantidas atualizadas são: Comprovantes


do endereço (Documentos do imóvel, alvará do corpo de bombeiros, laudo de

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Introdução à atuação do Procurador Institucional

acessibilidade, entre outros documentos solicitados); Instalações (Inserir ou


alterar uma instalação, mas não é possível excluir); Pessoal do Polo.

Na aba Protocolos é possível verificar os processos em andamento


vinculados ao endereço após parecer da SERES.

CADASTRAR E ATUALIZAR INFORMAÇÕES DE POLOS


O cadastro de novos polos é realizado pela funcionalidade Cronograma de
Regulação > Informar criação de polo EAD. São solicitados documentos de
criação do polo (ato interno da IES) e documentos do imóvel.

Atualmente não há especificação nas portarias normativas dos


documentos que devem ser inseridos, mas pelos documentos solicitados para o
funcionamento dos cursos nos endereços, sugere-se inserir pelo menos o
documento da parceria com o polo (se não for próprio), o documento de
disponibilidade do imóvel (registro, contrato de aluguel ou documento de
cessão) e alvará do corpo de bombeiros.

Na aba Instituição > Endereços da IES é possível atualizar os documentos


do polo, as instalações e o pessoal do polo. É importante manter as informações
atualizadas, especialmente do responsável pelo polo para efeitos de avaliação
especial de supervisão.

CADASTRAR E ATUALIZAR INFORMAÇÕES DE CURSOS DE PÓS-


GRADUAÇÃO LATO SENSU

Desde 2014 os cursos de pós-graduação lato sensu devem ser


cadastrados no e-MEC. Em Cadastro > Dados dos cursos de especialização é
possível incluir novos cursos no prazo de 60 dias de sua criação por meio de ato
interno, além de atualizar periodicamente as informações de coordenador e
inserir a quantidade de egressos anualmente

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GUIA DO PI
Introdução à atuação do Procurador Institucional

PROCESSOS DE AUTORIZAÇÃO E RECONHECIMENTO DE CURSOS,


CREDENCIAMENTO DE CAMPUS FORA DE SEDE, CREDENCIAMENTO EAD
E RECREDENCIAMENTO
Estes processos devem ser protocolados nas janelas definidas no
calendário de regulação publicado na portaria do ano vigente. Geralmente há
uma janela por semestre, mas já ocorreu de ter apenas uma janela para atos
institucionais (credenciamento EAD, credenciamento de campus fora de sede e
recredenciamento).

As etapas destes processos serão detalhadas em capítulo específico.

BOLETOS DE TAXAS DE AVALIAÇÃO


A emissão de boletos de taxas de processos abertos pela instituição ou
abertos de ofício pela SERES deve ser realizada no momento em que o processo
é protocolado. Se deixar para o dia seguinte, o processo cai no limbo e não é
possível mais gerar a taxa, o que acarreta em arquivamento do processo.

O prazo para vencimento do boleto é de 5 dias corridos a partir da data


de emissão. Algumas pessoas acreditam que o boleto deva ser pago dentro do
prazo estabelecido no cronograma para protocolar o processo, mas não é
necessário: se o prazo é dia 20/11, nesta data todos os dados devem ser
inseridos no processo, o processo deve ser iniciado e o boleto gerado. O
pagamento pode ser realizado no prazo de 5 dias informado no boleto.

Cabe ao PI acompanhar se o departamento responsável pelo pagamento


fez a quitação. Caso não tenha ocorrido no prazo, pode-se gerar novo boleto
com mais 5 dias de prazo para pagamento, mas também se corre o risco de
perder o protocolo do processo.

Caso um processo com taxa paga seja arquivado antes do preenchimento


do formulário eletrônico, a taxa é devolvida e pode ser reaproveitada para outro

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GUIA DO PI
Introdução à atuação do Procurador Institucional

processo. Neste caso, a quitação da taxa é imediata. A previsão está no artigo


5º da Portaria Normativa 19/2017:

§ 7º O arquivamento do processo, antes de finalizado o preenchimento


do FE, gerará, em favor do requerente, crédito do valor da taxa de
avaliação correspondente.
§ 8º A instituição poderá reaproveitar valores não utilizados, que
estarão disponibilizados em seu saldo.

Em alguns casos de renovação de reconhecimento aberto de ofício não há


geração de taxa no processo, por algum motivo desconhecido. Neste caso, deve-
se enviar e-mail para [email protected] solicitando esclarecimento.
Na maioria dos casos a resposta é que será gerada taxa complementar quando

o processo chegar na fase INEP, isto é, antes da abertura do formulário


eletrônico.

O pagamento de taxa complementar é previsto em outros casos na


Portaria Normativa 19/2017:

Art. 5º Caberá pagamento de taxa complementar de avaliação na Fase


INEP quando:
I - a taxa básica não tiver sido paga na abertura do processo;
II - o valor pago não for suficiente para todas as avaliações do processo
protocolado; ou
III - for criada mais de uma avaliação referente ao mesmo processo.

Os incisos II e III se concretizam quando o processo gera mais de um


endereço de avaliação, por exemplo. Era o caso de processos de autorização de
polos.

Também é possível a devolução de taxas de processos cancelados (nunca


fizemos, mas está previsto). Está previsto na Portaria Normativa 19/2017, no
artigo 5º:

§ 9º Quando não houver interesse em reaproveitar crédito


eventualmente existente para outras avaliações dentro do Sistema
Eletrônico, o ressarcimento do valor poderá ser requerido à Daes,
conforme procedimentos vigentes.

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GUIA DO PI
Introdução à atuação do Procurador Institucional

O mais prático é deixar o crédito disponível no e-MEC e reaproveitá-lo em


um processo posterior (já nos livrou de situações absurdas). No entanto, caso a
instituição deseje reaver os valores pagos deve realizar o seguinte:

 Enviar um ofício (impresso, via correio), assinado pelo dirigente


máximo da IES, solicitando a devolução dos valores pagos,
informando: o tipo de ato, número dos processos, valores pagos e
data do pagamento. O ofício é enviado à DAES/INEP - Diretoria de
Avaliação da Educação Superior do INEP.

 O ofício deve constar os dados bancários para depósito dos valores,


sendo que a conta deve estar em nome da mantenedora.

 Junto ao ofício, deve-se enviar também os boletos e o comprovante


de pagamento dos mesmos.

O ofício deve ser enviado via correio ou protocolado pessoalmente no


INEP. Depois, é acompanhar junto ao departamento financeiro da sua IES
quando houve a devolução dos valores. Geralmente, em no máximo 2 meses é
feito o estorno das taxas.

PROCESSOS DE RENOVAÇÃO DE RECONHECIMENTO DE CURSO


ABERTOS DE OFÍCIO

A renovação de reconhecimento dos cursos que fazem ENADE é realizada


automaticamente no caso de CPC igual ou maior que 3, para a maioria dos
cursos. Se o curso não obter CPC 3, se não participar do ENADE, se tiver
alteração de endereço ou se tiver sido criado a partir de duplicação de curso
existente, passará pela renovação de reconhecimento.

É previsto na área de “Alterações de Menor Relevância” em vermelho que


o curso passará por renovação de reconhecimento no próximo ciclo ENADE.

Logo após a publicação das portarias de renovação dos cursos “aptos” do


ciclo do ENADE, é publicada uma instrução normativa (IN) especificando como
é a renovação de reconhecimento dos cursos. Em algumas áreas, mesmo cursos

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GUIA DO PI
Introdução à atuação do Procurador Institucional

com CPC 3 passam por renovação obrigatória, como já foi o caso de Direito no
ciclo 2012, Odontologia no ciclo 2016 e Medicina (sempre). Na IN é estabelecida
uma data a partir da qual será aberto o processo. Deve-se considerar aquela
data como “a partir de...”.

Estes processos são abertos “de ofício” pela SERES, isto é, um dia
aparecem na sua tela e vem o comunicado na caixa de mensagens. Para não se
surpreender com processos abertos em 20 de dezembro, sugere-se abrir um
Chamado/Demanda no Fale Conosco, caso os processos não tiverem aparecido
até outubro.

PROCESSOS DE EXTINÇÃO DE CURSOS


A extinção de curso é prevista na Portaria Normativa 23/2017:

Art. 59. O pedido de extinção de curso somente poderá ser protocolado


mediante a comprovação, por meio de termo de responsabilidade,
conforme modelo disponibilizado pela SERES, assinado pelo dirigente
máximo da IES, com firma reconhecida, atestando o encerramento da
oferta, a inexistência de pendências acadêmicas de estudantes, a
emissão de todos os diplomas e certificados, ou a transferência de
alunos, conforme o caso, bem como a organização do acervo
acadêmico, nos termos do Decreto nº 9.235, de 2017.

Em 2019 foi inserida a funcionalidade de extinção de cursos via e-MEC.


São possíveis os seguintes tipos de extinção:

 Informar extinção voluntária de curso, para:

▪ Extinção de curso não iniciado / caducidade: para cursos que


nunca tiveram entrada de alunos.

▪ Extinção de curso iniciado sem concluintes: para cursos que


os alunos tenham sido transferidos para outros cursos, sem
formar turma.

 Aditamento de extinção voluntária de curso para:

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GUIA DO PI
Introdução à atuação do Procurador Institucional

▪ Cursos sem ingressantes para Psicologia, Direito,


Odontologia, Enfermagem e Medicina ou para IES não
detentoras de autonomia na criação de curso.

▪ Cursos iniciados sem concluintes, para o mesmo caso acima.

▪ Cursos não reconhecidos com concluintes,


independentemente de autonomia, isto é, mesmo para
universidades e centros universitários.

▪ Cursos reconhecidos, independentemente de autonomia,


incluindo universidades e centros universitários.

Os documentos solicitados são:

 Ato de extinção do curso pela IES;

 Edital do último vestibular em que o curso foi ofertado;

 Termo de compromisso do dirigente da IES “atestando o


encerramento da oferta, a inexistência de pendências acadêmicas
de estudantes, a emissão de todos os diplomas e certificados, ou a
transferência de alunos, conforme o caso, bem como a organização
do acervo acadêmico, nos termos do Decreto nº 9.235, de 2017”,
com firma reconhecida. Ao tentar iniciar um processo aparece um
link com um modelo de documento.

Assim que o processo é protocolado, o curso entra na situação “em


extinção” automaticamente enquanto é analisado. Se não constar mais alunos
vinculados no CENSO, vai para a situação “extinto” e é publicada a portaria de
extinção.

É previsto na Portaria 23/2017 que a solicitação da extinção do curso pode


ser solicitada no processo de renovação de reconhecimento aberto de ofício.
Nem sempre funciona, há anos que fazemos isso e o status não muda.

Antes da funcionalidade a extinção era realizada de forma (um pouco)


mais eficaz por ofício, mas muitas vezes também caia no limbo e não alterava a
situação.

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GUIA DO PI
Introdução à atuação do Procurador Institucional

Recomendamos informar no próprio documento do ato de extinção a


situação que o curso deve aparecer: extinto para cursos que já não tem alunos;
em extinção para cursos com alunos de entradas anteriores que ainda estejam
cursando.

AUMENTO/REDUÇÃO DE VAGAS COM AUTONOMIA


A partir de 2018 foi inserida a funcionalidade no e-MEC para
aumento/redução de vagas para cursos com autonomia.

A redução é imediata: não passa por análise e é concluído imediatamente.


O cuidado é que o total de vagas distribuídas nos turnos na área de “Alterações
de Menor Relevância” não seja superior ao novo número de vagas. Então a
sugestão é primeiro redistribuir as vagas para o novo quantitativo e somente
depois abrir o processo.

O aumento de vagas passa por análise, mas não leva mais do que uma
semana. O parecer do técnico geralmente é assim:

Solicitação de aumento para 200 vagas do curso (123456)


GASTRONOMIA (Tecnológico - Educação a Distância) APROVADA
conforme legislação vigente, por atender aos seguintes critérios: -
Curso não é Medicina ou Direito - O CI da IES é satisfatório - O IGC da
IES é satisfatório - A IES não possui sinalização de vedação para
aumento de vagas - O Curso não possui sinalização de vedação para
aumento de vagas - IES possui autonomia no município do curso -
Curso não está presente na lista de cursos impeditivos.
CGGIRES/DPR/SERES/MEC.

AUMENTO/REDUÇÃO DE VAGAS SEM AUTONOMIA


O aumento de vagas para cursos sem autonomia (todos de faculdades e
Direito e Medicina de universidades e centros universitários) pode ser realizado
de acordo com artigos 22 a 28 da Portaria Normativa 23/2017.

São vários requisitos, listamos aqui os principais:

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GUIA DO PI
Introdução à atuação do Procurador Institucional

 O curso ou a IES não pode estar passando por processo de


supervisão ou penalidades de processos anteriores;

 O curso deve ter Conceito de Curso ou outro indicador de qualidade


igual ou superior a 3 (para Medicina e Direito é 4) calculado nos
últimos 5 anos;

 Ser reconhecido ou estar em processo de reconhecimento, desde


que já tenha passado por avaliação;

 Inexistência de aumento de vagas em período inferior a 1 ano; e

“X comprovação da existência de demanda social pelo curso, por meio


da demonstração de que a relação candidato/vaga nos dois últimos
processos seletivos foi maior do que um; ”

O artigo 28 da Portaria 23/2017 traz alguns dispositivos interessantes:

§ 1º As IES que tenham CI e indicador de qualidade institucional


disponibilizado pelo INEP igual ou maior que quatro podem aumentar
em até 50% o número de vagas em cursos de graduação reconhecidos,
nas modalidades presencial ou EaD, que tenham CC ou indicador de
qualidade de curso disponibilizado pelo INEP maior ou igual a quatro,
excetuando-se os cursos de Medicina, sem a necessidade de
autorização do MEC.
§ 2º As IES que tenham CI e indicador de qualidade institucional
disponibilizado pelo INEP igual a cinco podem aumentar em até 70% o
número de vagas em cursos de graduação reconhecidos, nas
modalidades presencial ou EaD, que tenham CC ou indicador de
qualidade de curso disponibilizado pelo INEP maior ou igual a quatro,
excetuando-se os cursos de Medicina, sem a necessidade de
autorização do MEC.

O pedido deve ser feito no e-MEC, dentro do prazo estabelecido


em calendário. A IES deve apresentar o documento de aprovação da
alteração de vagas (assinado pelo dirigente máximo) e ainda a
justificativa do porquê da solicitação. Relatórios de inscritos em processo
seletivo, número de ingressantes por curso e até mesmo um estudo
socioeconômico da região podem ajudar no deferimento do pedido.

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GUIA DO PI
Introdução à atuação do Procurador Institucional

MUDANÇA DE ENDEREÇO DE CURSO


As instituições que atuem em mais de endereço no município, podem
solicitar mudança de endereço de curso dentro do mesmo município (não é
possível entre municípios diferentes).

A funcionalidade está disponível no Cronograma de Regulação > Informar


Mudança de Endereço do Curso. É possível alterar o endereço de vários cursos
em um só lote, desde que estejam no mesmo ato interno. O endereço para
alteração pode ser um existente ou pode ser cadastrado novo no momento de
alteração. Neste caso, deve-se inserir os documentos de disponibilidade do
imóvel exigidos para funcionamento de cursos, bem como alvará do corpo de
bombeiros e laudo de acessibilidade.

ACOMPANHAR ANDAMENTO DOS PROCESSOS NO E-MEC.


Coloque em sua rotina: periodicamente acessar o andamento dos
processos para verificar se andaram. É importante para se preparar para
abertura de formulários e não perder dias de comunicado de visita, formulário,
resposta à diligências e contrarrazões à impugnação da SERES. Os avisos destes
prazos aparecem na caixa de mensagens do e-MEC e vai para o e-mail
cadastrado, mas às vezes pode demorar 1 ou 2 dias para chegar no e-mail.

MEDIAR O CONTATO DE COMISSÕES DE AVALIAÇÕES EXTERNAS.


Quando sai o ofício de designação da comissão, os contatos da instituição
são o do PI e do dirigente, para atos institucionais, e do PI e coordenador do
curso para atos de cursos. Em algumas instituições, o próprio coordenador dá
continuidade ao contato. Acreditamos que o PI deva fazer esta função, pois está
oficialmente empossado para tal por meio das normativas. Neste momento, o

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GUIA DO PI
Introdução à atuação do Procurador Institucional

contato é com a instituição e, conforme estabelecido nas portarias, o PI responde


por informações oficiais da instituição aos órgãos vinculados ao MEC.

Além disso, pela lógica processual, cada coordenador recebe 1 ou 2


comissões durante sua atuação, enquanto que o PI recebe todas as comissões
da instituição. É a figura com mais domínio do processo, embora os iniciantes
estejam aprendendo.

ACOMPANHAR VISITAS DE AVALIAÇÃO IN LOCO


Uma das funções estabelecidas nas normativas para o PI é avaliar a
comissão de avaliação. Ora, só é possível avaliar se conseguiu acompanhar o
trabalho as comissões. Portanto, faz parte das atribuições do PI o
acompanhamento da comissão durante o processo de avaliação, ainda que quem
responda pelo processo e informações da avaliação seja o coordenador.

IMPUGNAR RELATÓRIOS E FAZER SUSTENTAÇÃO ORAL PERANTE A


CTAA

A impugnação de relatórios é realizada pelo PI, no prazo de 30 dias após


a publicação do relatório.

Após a impugnação, deve-se acompanhar a pauta de processos da CTAA


para verificar se o processo entrou em julgamento. Geralmente a pauta é
disponibilizada 10 dias antes das reuniões e é possível o PI (somente o PI) fazer
sustentação oral do processo. Para tanto, deve solicitar a participação com no
máximo 5 dias de antecedência do primeiro dia de seção.

É informado por e-mail o dia e horário da defesa e o PI só pode levar


papéis, não é possível consultar dispositivos eletrônicos durante a seção. São 10
minutos para defesa e ninguém faz pergunta, é só um discurso sobre o processo.
Não sei se faz muita diferença, mas é mais uma oportunidade de defender o
processo.

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GUIA DO PI
Introdução à atuação do Procurador Institucional

A impugnação será tratada de forma mais detalhada no capítulo referente


à avaliação in loco.

APRESENTAR CONTRARRAZÕES ÀS IMPUGNAÇÕES DA SERES


É raro, mas às vezes a SERES impugna o relatório, quando encontra
incoerência entre indicadores chave. Alguns casos referem-se ao indicador 1.20.
Número de vagas e aos indicadores referentes à infraestrutura, como sala de
aula e laboratórios específicos. Se por acaso a comissão atribui nota 3 no
indicador de vagas (o estudo comprova suficiência da infraestrutura e corpo
docente) mas atribui conceito 1 ou 2 em um dos indicadores de laboratórios, a
SERES pode impugnar solicitando esclarecimento à IES, que deve comprovar
que os indicadores de laboratório são no mínimo 3.

RESPONDER DILIGÊNCIAS NOS PROCESSOS DO E-MEC


Teoricamente, as diligências são estabelecidas sempre que os documentos
ou informações apresentadas forem insuficientes para o andamento do processo.

Algumas diligências são previsíveis, pois relacionam-se aos critérios de


decisão de processos de autorização, credenciamento ou reconhecimento.
Alguns exemplos referem-se ao documento de disponibilidade do imóvel, alvará
de corpo de bombeiros, laudo de acessibilidade, conceito insuficiente em
indicadores-chave do padrão decisório, documento sem firma reconhecida
(quando definido na normativa).

Mas nem todas. Alguns tipos de diligência na análise do despacho


saneador poderiam ser ressalvas à comissão, com análise parcialmente
satisfatória: descrição insuficiente de determinado item do PPC, incoerência nas
informações de carga horária apresentada no PPC, insuficiência de dados
estatísticos e econômicos que justifiquem a oferta do curso (!), incluindo número
de vagas e de IES que ofertam o curso no município.

53
GUIA DO PI
Introdução à atuação do Procurador Institucional

Parece não haver padrão na análise do despacho saneador: em alguns


casos abre diligência porque na descrição de atividades complementares, estágio
ou TCC não foi informada a carga horária do componente (embora tenha o total
cadastrado na matriz curricular), mas em outras situações o despacho é
parcialmente satisfatório apontando para a comissão verificar in loco, mesmo
que a informação seja de fato incoerente.

A diligência no parecer final é mais focada em solicitação de documentos


e esclarecimentos de indicadores com conceito insuficiente que afetam o padrão
decisório.

O prazo para responder diligências é de 30 dias, e é melhor não deixar


para o último dia porque às vezes o sistema “responde automaticamente” na
madrugada do último dia sem a resposta oficial da instituição.

ATUALIZAR DE INFORMAÇÕES RELATIVAS AO CORPO DOCENTE NO E-


MEC

Na área de Componentes Educacionais > Corpo Docente/Tutor é


necessário cadastrar e manter atualizados todos os docentes e tutores
vinculados à instituição. Para universidades e centros universitários, a
atualização constante dessas informações é fundamental para demonstrar o
percentual de professores contratados em regime de tempo integral e titulação
especificados como requisito para o funcionamento destas organizações. Os
requisitos são especificados no Decreto 9.235/2017:

Art. 16. As IES privadas poderão solicitar recredenciamento como


centro universitário, desde que atendam, além dos requisitos gerais,
aos seguintes requisitos: I - um quinto do corpo docente estar
contratado em regime de tempo integral; II - um terço do corpo
docente possuir titulação acadêmica de mestrado ou doutorado;
(...)
Art. 17. As IES privadas poderão solicitar recredenciamento como
universidade, desde que atendam, além dos requisitos gerais, aos
seguintes requisitos: I - um terço do corpo docente estar contratado
em regime de tempo integral; II - um terço do corpo docente possuir
titulação acadêmica de mestrado ou doutorado;

54
GUIA DO PI
Introdução à atuação do Procurador Institucional

VALIDAR/RETIFICAR DOS INSUMOS PARA CÁLCULO DE CPC E IGC


Antes de divulgar o conceito ENADE, CPC e IGC, o INEP confirma os dados
que serão utilizados como insumo para os conceitos. Em Instituição >
Manifestação sobre os Insumos para Cálculo de Indicadores, o PI deve confirmar
se as informações estão corretas. As informações são:

1. (CENSO) Censo da Educação Superior:

 Número total de docentes

 Número de docentes com Doutorado

 Número de docentes com Mestrado

 Número de docentes com regime integral com dedicação exclusiva

 Número de docentes com regime integral sem dedicação exclusiva

 Número de docentes com regime parcial

 Número total de matrículas na graduação

 Proporção de professores doutores

 Proporção de professores mestres (titulação igual ou superior a


mestre)

 Proporção de professores com regime integral ou parcial

2. (ENADE) Questionário do Estudante

 Número de respondentes ao Questionário do Estudante

 Média das questões do Questionário do Estudante (organização


didático-pedagógica)

 Média das questões do Questionário do Estudante (infraestrutura e


instalações físicas)

 Média das questões do Questionário do Estudante (oportunidades


de ampliação da formação acadêmica e profissional)

55
GUIA DO PI
Introdução à atuação do Procurador Institucional

Observe que no bloco do ENADE somente é possível o PI saber o número


de respondentes ao questionário do estudante, pois a instituição não consegue
acessar os demais dados de outra forma. Mas é necessário validar mesmo assim.

O cronograma de divulgação dos resultados é estabelecido em portaria do


INEP, mas os prazos geralmente são extrapolados.

ACESSAR A DIVULGAÇÃO RESTRITA DE RESULTADOS DE ENADE, IDD,


CPC E IGC

A divulgação de resultados do ENADE, IDD, CPC e IGC é realizada de três


formas:

 Restrita: os resultados individuais da instituição são divulgados na


área de Instituição > Indicadores de Qualidade da Educação
Superior.

 Pública Oficial: no dia seguinte à divulgação restrita, os conceitos


faixa são divulgados por código de curso e IES em diário oficial.

 Pública Detalhada: no mesmo dia da publicação em diário oficial, é


divulgada a planilha detalhada por curso e instituição com notas
brutas, conceito contínuo e conceito faixa. Geralmente a planilha é
divulgada no site do INEP na área de Educação Superior >
Indicadores de Qualidade > Resultados, mas já foi publicada
apenas como notícia na página inicial e somente no dia seguinte
saiu na página correta.

Os prazos de divulgação estabelecido em portaria do INEP costumam ser


extrapolados.

56
GUIA DO PI
Introdução à atuação do Procurador Institucional

ACOMPANHAR O CRONOGRAMA DE REGULAÇÃO


Desde 2013, anualmente a SERES publica uma portaria estabelecendo o
cronograma de regulação via portaria, com “janelas” para protocolo de
processos via e-MEC. Estas janelas são fundamentais para que o PI se organize
e faça o planejamento de solicitações de documentos para coordenadores de
curso e demais setores da instituição.

Geralmente há uma janela por semestre. Os prazos do primeiro semestre


costumam variar de início de fevereiro a início de abril. No segundo semestre,
os prazos já foram estabelecidos para agosto, setembro, outubro e até
novembro.

Eventualmente há mudança no cronograma com adiamento da abertura


da janela, e isso pode prejudicar prazo de protocolo de renovação de
reconhecimento de curso que estejam no limite estabelecido na regulação.
Portanto, sugerimos evitar protocolar processos de reconhecimento na última
janela de prazo, caso os 75% do prazo de integralização do curso sejam no início
do semestre da janela.

CALCULAR PRAZOS E PLANEJAR PROTOCOLOS DE PROCESSOS DE


RECONHECIMENTO DE CURSO

A Portaria Normativa 23/2017 estabelece o prazo para protocolo de


reconhecimento do curso:

Art. 31. A instituição deverá protocolar pedido de reconhecimento de


curso no período compreendido entre metade do prazo previsto para a
integralização de sua carga horária e 75% (setenta e cinco por cento)
desse prazo.

A dúvida de muitos é se o protocolo deve ser feito com base na execução


da carga horária ou do prazo de integralização. Observe que destacamos o item

57
GUIA DO PI
Introdução à atuação do Procurador Institucional

“prazo” no texto, para enfatizar que o cálculo é feito com base no prazo de
integralização do curso.

Esse detalhe tem impacto para cursos cuja distribuição de carga horária
seja desigual no início e final: um curso com prazo de integralização em 8
semestres pode ter maior concentração de carga horária no início ou no final,
isto é, o período de protocolo seria diferente se fosse considerada a carga
horária. Com base no destaque do texto, ambos terão protocolo no mesmo
prazo: após o 4º semestre e antes do final do 6º semestre. Isto é, não pode ser
feito antes do 4º semestre e nem após a conclusão do 6º semestre.

CONDUZIR PROCESSOS DE PROTOCOLOS DE COMPROMISSOS,


MEDIDAS CAUTELARES, PROCESSOS DE SUPERVISÃO E PROCESSOS
ADMINISTRATIVOS

Essa é a função que nenhum PI ou instituição deseja, mas pode ocorrer.


Estes processos envolvem, basicamente, situações em que a IES não apresentou
adequação a alguma normativa, seja em processos institucional quanto de
cursos.

O processo de supervisão pode ocorrer por denúncia (alguma entidade ou


aluno denuncia a IES por ofertar aulas em local não autorizado ou por oferecer
curso não autorizado). Nesse sentido, é aberto um processo para que o MEC
investigue os fatos e a IES apresente esclarecimentos. Este processo não é

aberto no e-MEC, geralmente, tomamos conhecimento em e-mails enviados e


por publicação no Diário Oficial da União.

O protocolo de compromisso é algo ‘mais leve’. Ocorre quando a IES


obtém conceitos insatisfatórios seguidos o Enade ou em visitas in loco. Neste
caso, o MEC solicita que a IES apresente um plano de ação contendo ações de
correção para os indicadores insatisfatórios (acessibilidade, bibliografia,
instalações físicas, etc.). A instituição estabelece um prazo para cumprimento
deste plano (entre 3 meses a 1 ano) e apresenta, dentro do prazo, os relatórios
de execução do plano de ação (no sistema e-MEC). Após o prazo para execução

58
GUIA DO PI
Introdução à atuação do Procurador Institucional

das ações, uma nova visita in loco deve ser solicitada, momento em que a IES
mostrará à comissão que sanou suas deficiências.

Se ainda assim os erros persistirem, a IES pode sofrer uma medida


cautelar. Traduzindo: uma punição! Que pode ser desde a suspensão de
vestibular, diminuição do número de vagas de um curso ou descredenciamento
da instituição!! Claro que, antes da punição, é aberto prazo para que a IES
recorra e apresente suas justificativas.

Este é o pior cenário possível, aquilo que trabalhamos para que nunca
aconteça. Daí a importância do PI: ele é que trabalhará para que a IES funcione
dentro das regras e atende a todos os requisitos e parâmetros de qualidade.

ENQUADRAR CURSOS PARA ENADE


Anualmente o INEP publica uma portaria que estabelece o regulamento
do ENADE do ano corrente e um edital com prazos e procedimentos para
enquadramento, inscrições e realização das provas.

No edital são 2 funções atribuídas ao PI:

II. Enquadramento dos Cursos.

VI. Retificação de Enquadramento.

O enquadramento de cursos para o ENADE é realizado no sistema próprio


do ENADE, no prazo estabelecido pela Portaria do INEP para o ano corrente.
Geralmente o prazo é entre início de julho e final de agosto.

Além do enquadramento, o PI consegue extrair relatórios de inscritos de


todos os cursos, regularidade de alunos por curso, acompanhar o preenchimento
de questionário pelo coordenador, locais de prova de todos os cursos, e
acompanhar as informações inseridas pelo perfil do usuário coordenador.

A função se inscrever alunos, retificar inscrições, consultar regularidade e


fazer dispensa de alunos é do usuário coordenador, mas frequentemente quem
faz isso é o próprio PI.

59
GUIA DO PI
Introdução à atuação do Procurador Institucional

As informações de acesso ao sistema ENADE pelo coordenador são


replicadas do e-MEC e qualquer divergência no cadastro deve ser corrigida pelo
PI. Até mesmo o acesso do PI pode ser impedido se houver alguma divergência
de dados no cadastro da instituição, e muitas vezes essas divergências são
geradas por erro no sistema e-MEC e a correção deve ser feita pela Coordenação
Coordenação-Geral de Gestão de Informação da Regulação da Educação
Superior (coordenação do e-MEC).

ACOMPANHAR AS PUBLICAÇÕES DO DIÁRIO OFICIAL DA UNIÃO (DOU)


Esta também deve ser uma rotina do PI: seja pelo acesso direto ao site
do DOU, seja por boletins recebidos de alguma instituição associativa ou
consultoria, é importante verificar as publicações que saem relativas à
legislação, atos regulatórios da instituição e até verificar o que está acontecendo
em outras instituições por meio dos atos regulatórios.

ACOMPANHAR A LEGISLAÇÃO EDUCACIONAL


O PI é o “oráculo de todos”, conforme mencionado no capítulo 1. De fato,
pela responsabilidade que possui diante dos órgãos reguladores (civil e
administrativa), deve compreender a legislação pertinente ao que responde.

Sempre aparece alguém com uma ideia criativa própria ou de alguém de


fora para algo que não tem previsão legal ou a normativa não é clara quanto a
isso. Costumam brincar que me levarão chocolates na cadeia se der problema,
pelo que retruco que é melhor comprar também para o responsável legal da
mantenedora, que estará na cela ao lado. Neste momento desistem.

Brincadeiras à parte, conforme especificado no parágrafo 1º do artigo 10


da Portaria Normativa 21/2017:

60
GUIA DO PI
Introdução à atuação do Procurador Institucional

Art. 10: § 2º O responsável legal responderá solidariamente, nos


termos da legislação civil e administrativa, pelos atos praticados pelo
representante legal e pelo procurador educacional institucional, bem
como pela veracidade e legalidade das informações de caráter
declaratório inseridas no sistema e-MEC.

Ou seja, o PI é o profissional de confiança do responsável legal (RL) da


mantenedora, que o assessora para que as informações prestadas estejam
corretas e dentro da legalidade. Embora esteja ligado ao reitor ou ao pró-reitor
de graduação, conforme especificado na Portaria Normativa 23/2017, quem
responde pelas ações do PI é o RL. Muitas vezes a instituição tem vários
tomadores de decisão, mas que não respondem civil e administrativamente
pelas consequências e o papel do PI é tentar (pelo menos tentar) influenciar as
decisões para que as ações estejam dentro da legalidade.

61
GUIA DO PI
Introdução à atuação do Procurador Institucional

4. CORRA QUE O MEC VEM AÍ!


Não se desespere, faça planejamento

Este capítulo trata dos processos de regulação que resultam em avaliação


in loco, tais como credenciamento, recredenciamento, credenciamento EAD,
recredenciamento EAD, credenciamento de campus fora de sede, autorização de
curso, reconhecimento de curso e renovação de reconhecimento de curso.

Exceto pela renovação de reconhecimento de curso, todos os demais


processos são iniciados pelo PI, nas “janelas” estabelecidas no calendário
regulatório publicado em portaria anualmente. Geralmente a portaria é
publicada em dezembro, mas já ocorreu de ser publicada em janeiro.

TIPOS DE PROCESSOS

Credenciamento
O processo de credenciamento é aplicável para qualquer instituição que
seja criada. Toda instituição é credenciada como faculdade e evolui para centro
universitário e universidade se atender os requisitos mínimos estabelecidos no
Decreto 9.235/2017.

O processo de credenciamento precisa ser acompanhado de processo de


autorização de pelo menos 1 curso, seja presencial ou EAD, e no máximo 5
cursos. Após o Decreto 9.235/2017, a instituição já pode ser credenciada desde
o início para ambas modalidades ou apenas uma. É previsto no decreto que a
avaliação in loco será realizada por comissão única de avaliadores, mas até o
presente momento isso não foi realizado, isto é, foram designadas comissões
para credenciamento e autorização em separado e em momentos distintos.

62
GUIA DO PI
Introdução à atuação do Procurador Institucional

O Decreto 9.235/2017 estabelece os requisitos mínimos para abertura do


processo:

Art. 20. O pedido de credenciamento será instruído com os seguintes


documentos:
I - da mantenedora:
a) atos constitutivos, registrados no órgão competente, que atestem
sua existência e sua capacidade jurídica, na forma da legislação civil;
b) comprovante de inscrição no Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas
do Ministério da Fazenda - CNPJ;
c) certidões de regularidade fiscal perante a Fazenda federal;
d) certidões de regularidade relativa à Seguridade Social e ao Fundo de
Garantia por Tempo de Serviço - FGTS;
e) demonstração de patrimônio suficiente para assegurar a
sustentabilidade financeira da instituição mantida, conforme
regulamento a ser editado pelo Ministério da Educação;
f) demonstrações financeiras atestadas por profissionais competentes,
considerada sua natureza jurídica; e
g) termo de responsabilidade, assinado pelo representante legal da
mantenedora, que ateste a veracidade e a regularidade das
informações prestadas e da capacidade financeira da entidade
mantenedora; e
II - da IES:
a) comprovante de recolhimento das taxas de avaliação externa in loco
realizada pelo Inep, previstas na Lei nº 10.870, de 19 de maio de 2004;
b) plano de desenvolvimento institucional - PDI;
c) regimento interno ou estatuto;
d) identificação dos integrantes do corpo dirigente e de informação
sobre a experiência acadêmica e profissional de cada um;
e) comprovante de disponibilidade e regularidade do imóvel;
f) plano de garantia de acessibilidade, em conformidade com a
legislação, acompanhado de laudo técnico emitido por profissional ou
órgão público competentes; e
g) atendimento às exigências legais de segurança predial, inclusive
plano de fuga em caso de incêndio, atestado por meio de laudo
específico emitido por órgão público competente.

A maioria destes documentos deve ter sido anexada no protocolo, mas é


bom verificar se estão na validade durante a visita e atualizá-los se for o caso.

Tome cuidado com os indicadores-chave ao padrão decisório


estabelecidos na Portaria 20/2017:

63
GUIA DO PI
Introdução à atuação do Procurador Institucional

Art. 3º Na fase de parecer final, a análise dos pedidos de


credenciamento e recredenciamento terá como referencial o Conceito
Institucional - CI e os conceitos obtidos em cada um dos eixos
avaliados, sem prejuízo de outras exigências previstas na legislação e
de medidas impostas no âmbito da supervisão, observando-se, no
mínimo e cumulativamente, os seguintes critérios:
I - CI igual ou maior que três;
II - conceito igual ou maior que três em cada um dos eixos contidos no
relatório de avaliação externa in loco que compõem o CI;
III - plano de garantia de acessibilidade, em conformidade com a
legislação em vigor, acompanhado de laudo técnico emitido por
profissional ou órgão público competentes;
IV - atendimento às exigências legais de segurança predial, inclusive
plano de fuga em caso de incêndio, atestado por meio de laudo
específico emitido por órgão público competente; e
V - certidão negativa de débitos fiscais e de regularidade com a
seguridade social e o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço - FGTS.
Parágrafo único. Será considerado como atendido o critério contido no
inciso II deste artigo na hipótese de obtenção de conceito igual ou
superior a 2,8 em um eixo, desde que os demais eixos e o conceito final
sejam iguais ou superiores a 3,0.
Art. 4º O pedido de credenciamento presencial será indeferido, mesmo
que atendidos os critérios estabelecidos pelo art. 3º desta Portaria
Normativa, caso os seguintes indicadores obtiverem conceito
insatisfatório menor que 3 (três): (Redação dada pela Portaria
Normativa nº 741, de 2 de agosto de 2018)
I - Plano de Desenvolvimento Institucional - PDI, planejamento
didático-instrucional e política de ensino de graduação e de pós-
graduação;
II - salas de aula;
III - laboratórios, ambientes e cenários para práticas didáticas:
infraestrutura física, quando for o caso;
IV - bibliotecas: infraestrutura.

O parecer final da SERES é encaminhado ao CNE que poderá indeferir o


pedido, deferir para apenas uma das modalidades pleiteadas ou para ambas,
além de autorizar todos os cursos solicitados ou apenas alguns, com base nas
informações relatadas no parecer da SERES.

Protocolo
O processo de credenciamento institucional é utilizado para a criação de
uma nova instituição. Caso a mantenedora já esteja cadastrada no e-MEC, o

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GUIA DO PI
Introdução à atuação do Procurador Institucional

primeiro passo é a criar a nova instituição, no perfil do Representante Legal da


Mantenedora e nomear o PI.

O Decreto 6.235/2017 prevê:

Art. 19. A mantenedora protocolará pedido de credenciamento junto à


Secretaria de Regulação e Supervisão da Educação Superior do
Ministério da Educação, observado o calendário definido pelo Ministério
da Educação.

De que forma? Se a mantenedora não estiver cadastrada, deve-se enviar


ofício com no mínimo 15 dias antes da abertura do calendário regulatório
(Portaria 208/2020) solicitando seu cadastro e nomeando o Representante
Legal. Depois o RL cadastra a IES e o PI.

Em seguida, o PI deve iniciar o processo, acessando o Cronograma de


Regulação com seu usuário.

Há um Manual de Credenciamento Institucional do e-MEC que orienta os


itens que devem ser preenchidos no protocolo. Está disponível em http://e-
MEC.mec.gov.br/documentospublicos/Manuais/39.pdf. Aqui vamos apenas listar
os campos e sugerimos que acesso o manual para verificar orientações em cada
seção.

A primeira etapa do processo é o preenchimento dos dados do dirigente


da mantida, com CPF, nome (puxado pelo CPF), e-mail, sexo, telefone, RG,
Cargo. Em seguida, são inseridos os membros da CPA, com os mesmos dados.
Segue então para a seção informações do PDI, que é a base para a análise do
processo pela SERES (Coordenação-Geral de Credenciamento das Instituições
de Educação Superior - CGIES).

São solicitadas as seguintes informações, sendo cada campo de texto


longo limitado a 8.000 caracteres:

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GUIA DO PI
Introdução à atuação do Procurador Institucional

Quadro 2: Campos para o protocolo de credenciamento institucional

1 Perfil Institucional
● Missão, objetivos e metas da Instituição, na sua área de atuação
● Histórico e desenvolvimento da Instituição de Ensino
● É instituição tecnológica?: Não / Sim
● Ano de início do PDI
● Ano de fim do PDI
2 Projeto Pedagógico
3 Implantação e desenvolvimento da instituição - programa de abertura de cursos de graduação e sequencial
4 Implantação e desenvolvimento da instituição - programa de abertura de cursos de pós-graduação e extensão
5 Organização didático-pedagógica da instituição
6 Perfil do corpo docente e corpo técnico-administrativo
● Requisitos de titulação e experiência profissional do corpo docente
● Critérios de seleção e contratação dos professores
● Políticas de qualificação e plano de carreira do corpo docente
● Regime de trabalho e procedimentos de substituição eventual de professores
● Cronograma de expansão do corpo docente
● Corpo técnico-administrativo
● Cronograma de expansão do corpo técnico-administrativo
7 Organização administrativa da instituição
● Estrutura organizacional da IES
● Procedimento de autoavaliação institucional
● Procedimentos de atendimento dos alunos
8 Infraestrutura e instalações acadêmicas
9 Atendimento de pessoas com necessidades especiais
10 Demonstrativo de capacidade e sustentabilidade financeira
11 Outros
12 Situação legal
● Atos Constitutivos
● Inscrição no Cadastro de Contribuintes do Estado
● Inscrição no Cadastro de Contribuintes do Munícipio
● Comprovante de CNPJ
● Certidão de Regularidade com FGTS
13 Regularidade fiscal
14 Demonstração de patrimônio
15 Texto do Regimento/Estatuto
Fonte: Manual e-MEC

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GUIA DO PI
Introdução à atuação do Procurador Institucional

No caso do Regimento/Estatuto, atentar-se para o conteúdo do


documento, cujo conteúdo obrigatório consta no Manual de Credenciamento
Institucional do e-MEC, páginas 32 a 35. A base para o texto de estatutos e
regimento é dado pelo Parecer CNE/CES 282/2002, disponível em:
http://portal.mec.gov.br/cne/arquivos/pdf/2002/pces282_02.pdf.

Caso falte um único elemento obrigatório no regimento, a SERES pode


abrir diligência no despacho saneador antes de encaminhar para o INEP.

O texto é colado na caixa de texto e acaba desconfigurando alguns


caracteres. Mesmo que você conserte, continua desconfigurado. Temos a
impressão que só não dá erro se você digitar tudo diretamente na caixa de texto,
mas nunca tentamos essa loucura.

Formulário Eletrônico
Na fase formulário eletrônico, a IES deve preencher todos os campos
referentes ao instrumento institucional de avaliação externa – credenciamento.
Os instrumentos de 2017 têm como principal vantagem a clareza dos critérios
de análise e seus atributos aditivos para os conceitos 4 e 5.

O preenchimento deve ser realizado com base no PDI, sendo que cada
campo tem limite de 8.000 caracteres. Seja objetivo, descreva claramente e na
sequência do texto do critério de análise do indicador o que a IES apresenta para
cada atributo avaliativo. Não use palavras vazias nem repita o texto do
indicador, apenas use as palavras-chave como referência para demonstrar de
forma concreta o que a instituição tem. Não adianta escrever coisas como “a
instituição apresenta vários elementos inovadores em sua política”, se não
existir realmente. A maneira mais adequada para descrever o atributo inovação
é “os elementos inovadores da política são A, B, C, pois XYZ”. Ou seja, elencar
e justificar por que são inovadores.

Procure elaborar um PDI que descreva as políticas de tal forma que seja
mais fácil copiar e colar para o formulário eletrônico. A comissão tem mais
facilidade em localizar o texto do FE no PDI e corre-se menos risco de incoerência
no que é apresentado.

67
GUIA DO PI
Introdução à atuação do Procurador Institucional

É possível alterar o corpo docente vinculado ao processo, seja inserindo


ou excluindo docentes já vinculados no credenciamento. Também é necessário
preencher alguns atributos docentes, que auxiliarão a análise da comissão e o
preenchimento da análise preliminar da avaliação.

Visita
Após o preenchimento do formulário eletrônico, a visita pode ser
agendada nos próximos 30 dias. Ela tem duração de 5 dias, sendo o primeiro e
o último dia para deslocamento dos avaliadores para a instituição e os outros 3
dias para realização da visita.

Falaremos de forma mais geral sobre a visita neste capítulo. Aqui apenas
os elementos específicos do credenciamento, que são as reuniões e os
documentos.

Em ato de credenciamento institucional são realizadas reuniões com


dirigentes, corpo docente, corpo técnico-administrativo e CPA. Algumas
comissões podem solicitar reunião com responsáveis pela gestão de
infraestrutura e até com responsáveis pelo apoio discente, mas não é comum.
Além disso, é realizada a visita às instalações. Não tem uma ordem específica
para cada item, depende de cada comissão. Algumas fazem a visita pela manhã
e reuniões pela tarde, outras deixam a manhã reservada para análise preliminar
de documentos e fazem tudo pela tarde.

Além do PDI, regimento e dos atos institucionais que estabelecem o


funcionamento das políticas acadêmicas, é necessário ter outros documentos
que demonstrem condições de concretização das políticas, como projetos e
documentos de fluxos processuais (editais, formulários, etc.).

Há alguns documentos de infraestrutura que não podem deixar de ser


apresentados para conceito mínimo 3 ou 4 e 5 em alguns:

 Plano de avaliação periódica dos espaços e de gerenciamento da


manutenção patrimonial, que pode ser um documento apenas ou
dois.

 Normas de segurança de laboratórios didáticos e de informática

68
GUIA DO PI
Introdução à atuação do Procurador Institucional

 Plano de atualização do acervo (Biblioteca)

 Contratos de prestação de serviços de TI (manutenção, AVA,


sistema de registro acadêmico, etc.

 Plano de contingência, redundância e expansão da infraestrutura


tecnológica

 Plano de expansão e atualização dos equipamentos

Credenciamento EAD
O processo de credenciamento EAD utiliza como base os mesmos
formulários e instrumento do presencial. Portanto, deve-se tomar os mesmos
cuidados e adicionar questões a seguir.

A principal diferença começa no padrão decisório, estabelecido na Portaria


20/2017:

Art. 5º O pedido de credenciamento EaD será indeferido, mesmo que


atendidos os critérios estabelecidos pelo art. 3º desta Portaria
Normativa, caso os seguintes indicadores obtiverem conceito
insatisfatório menor que 3 (três): (Redação dada pela Portaria
Normativa nº 741, de 2018)
I - PDI, política institucional para a modalidade EaD;
II - estrutura de polos EaD, quando for o caso;
III - infraestrutura tecnológica;
IV - infraestrutura de execução e suporte;
V - recursos de tecnologias de informação e comunicação;
VI - Ambiente Virtual de Aprendizagem - AVA; e
VII - laboratórios, ambientes e cenários para práticas didáticas:
infraestrutura física, quando for o caso.
Parágrafo único. A SERES poderá indeferir o pedido de credenciamento
caso o relatório de avaliação evidencie o descumprimento dos
percentuais mínimos de
titulação do corpo docente definidos para cada organização acadêmica.

A COREAD impugna o processo se a descrição dos indicadores pela


comissão não estiver clara para a decisão no parecer final. Então tome o cuidado

69
GUIA DO PI
Introdução à atuação do Procurador Institucional

de deixar bem descritos no PDI e evidenciar bem nos documentos cada um dos
atributos do indicador.

No credenciamento EAD são realizadas reuniões com os dirigentes, corpo


docente, corpo de tutores, corpo técnico-administrativo, CPA, equipe
multidisciplinar de EAD e, eventualmente, reunião específica com os
responsáveis pelos indicadores associados à TI em separado.

Embora o credenciamento seja de EAD, a instituição está sendo avaliada


como um todo e valem os mesmos documentos listados na seção anterior.
Adicionalmente, há documentos relacionados aos indicadores de EAD:

 Estudo para implantação de polos

 Plano de atualização do material didático

Recredenciamento e Recredenciamento EAD


O processo de recredenciamento tem praticamente os mesmos itens de
preenchimento do credenciamento na fase de protocolo. Há um manual para
preenchimento do protocolo disponível em: https://e-
MEC.mec.gov.br/documentospublicos/Manuais/37.pdf

A mudança ocorre a partir da fase Avaliação, na qual os instrumentos são


diferentes.

Embora muitos indicadores sejam praticamente idênticos, há pequenas


variações no critério de análise e é necessário ir além nas evidências: a
instituição precisa demonstrar execução das políticas estabelecidas no PDI, ou
seja, além do PDI, regimento, atos institucionais que estabelecem as políticas
acadêmicas, é necessário apresentar relatórios de execução. Portanto, a
quantidade de documentos a ser apresentado é muito maior do que para os atos
de credenciamento.

O padrão decisório segue o artigo 3 da Portaria 20/2017, além do artigo


6º, a seguir

70
GUIA DO PI
Introdução à atuação do Procurador Institucional

Art. 6º No pedido de recredenciamento será instaurado protocolo de


compromisso, mesmo que atendidos os critérios estabelecidos pelo art.
3º desta Portaria Normativa, caso os seguintes indicadores obtenham
conceito insatisfatório menor que 3 (três): (Redação dada pela Portaria
Normativa nº 741, de 2018)
I - PDI e políticas institucionais voltadas para o desenvolvimento
econômico e à responsabilidade social;
II - PDI e política institucional para a modalidade EaD, quando for o
caso;
III - política de atendimento aos discentes;
IV - processos de gestão institucional;
V - salas de aula;
VI - estrutura de polos EaD, quando for o caso;
VII - infraestrutura tecnológica;
VIII - infraestrutura de execução e suporte;
IX - recursos de tecnologias de informação e comunicação;
X - AVA, quando for o caso;
XI - laboratórios, ambientes e cenários para práticas didáticas:
infraestrutura física;
XII - bibliotecas: infraestrutura.
§ 1º O descumprimento dos percentuais mínimos de titulação do corpo
docente, bem como os demais requisitos obrigatórios definidos para
cada organização acadêmica, também ensejará a instauração de
protocolo de compromisso.

Portanto, a instituição deve tomar o cuidado de apresentar evidências


suficientes para comprovar o atendimento aos critérios de avaliação e evitar
protocolos de compromisso.

Credenciamento de campus fora de sede


O credenciamento de campus fora de sede é um processo bem
interessante: a avaliação segue o instrumento de credenciamento presencial,
mas como a instituição já está em funcionamento, é pertinente apresentar
evidências de execução das políticas previstas.

Além do PDI da instituição, é necessário ter um PDI específico para o


campus, detalhando como a instituição irá especificar suas atividades para a
nova localidade.

A visita é idêntica ao processo de credenciamento e o padrão decisório


aplicado também é o de credenciamento. A principal diferença é que o conceito

71
GUIA DO PI
Introdução à atuação do Procurador Institucional

institucional mínimo deve ser 4, enquanto que novas instituições que podem ter
conceito institucional 3.

Conforme disposto no Decreto 9.235/2017:

Art. 31. Os centros universitários e as universidades poderão solicitar


credenciamento de campus fora de sede em Município diverso da
abrangência geográfica do ato de credenciamento em vigor, desde que
o Município esteja localizado no mesmo Estado da sede da IES.
§ 1º As instituições de que trata o caput, que atendam aos requisitos
dispostos nos art. 16 e art. 17 e que possuam CI maior ou igual a
quatro, na última avaliação externa in loco realizada pelo Inep na sede,
poderão solicitar credenciamento de campus fora de sede.
§ 2º O pedido de credenciamento de campus fora de sede será
processado como aditamento ao ato de credenciamento, aplicando-se,
no que couber, as disposições processuais que o regem.
§ 3º O pedido de campus fora de sede será deferido quando o resultado
da sua avaliação externa in loco realizada pelo Inep for maior ou igual
a quatro.
§ 4º O pedido de credenciamento de campus fora de sede será
acompanhado do ato de autorização para a oferta de, no máximo, cinco
cursos de graduação.
§ 5º O quantitativo estabelecido no § 4º não se aplica aos cursos de
licenciatura.
§ 6º A Secretaria de Regulação e Supervisão da Educação Superior do
Ministério da Educação poderá instituir processo simplificado para
credenciamento de campus fora de sede de IFES e para extensão das
atribuições de autonomia, processos de autorização de cursos e
aumento de vagas em cursos a serem ofertados fora de sede, ouvida a
Secretaria de Educação Superior do Ministério da Educação.
Art. 32. O campus fora de sede integrará o conjunto da instituição.
§ 1º Os campi fora de sede das universidades gozarão de atribuições
de autonomia desde que observado o disposto nos incisos I e II do
caput do art. 17 no campus fora de sede.
§ 2º Os campi fora de sede dos centros universitários não gozarão de
atribuições de autonomia.
Art. 33. É vedada a oferta de curso presencial em unidade fora da sede
sem o prévio credenciamento do campus fora de sede e autorização
específica do curso.
Art. 34. Os centros universitários e as universidades poderão solicitar a
transformação de faculdades em campus fora de sede por meio de
processo de unificação de mantidas, observados os requisitos
estabelecidos para a alteração de organização acadêmica, desde que
as instituições pertençam à mesma mantenedora e estejam sediadas
no mesmo Estado.

72
GUIA DO PI
Introdução à atuação do Procurador Institucional

Transformação de Organização Acadêmica


Uma faculdade pode “evoluir” para centro universitário, e um centro
universitário pode se transformar em universidade, desde que atenda aos
requisitos estabelecidos no Decreto 9.235/2017:

Art. 16. As IES privadas poderão solicitar recredenciamento como


centro universitário, desde que atendam, além dos requisitos gerais,
aos seguintes requisitos:
I - um quinto do corpo docente estar contratado em regime de tempo
integral;
II - um terço do corpo docente possuir titulação acadêmica de mestrado
ou doutorado;
III - no mínimo, oito cursos de graduação terem sido reconhecidos e
terem obtido conceito satisfatório na avaliação externa in loco realizada
pelo Inep;
IV - possuírem programa de extensão institucionalizado nas áreas do
conhecimento abrangidas por seus cursos de graduação;
V - possuírem programa de iniciação científica com projeto orientado
por docentes doutores ou mestres, que pode incluir programas de
iniciação profissional ou tecnológica e de iniciação à docência;
VI - terem obtido Conceito Institucional - CI maior ou igual a quatro na
avaliação externa in loco realizada pelo Inep, prevista no § 2º do art.
3º da Lei nº 10.861, de 14 de abril de 2004; e
VII - não terem sido penalizadas em decorrência de processo
administrativo de supervisão nos últimos dois anos, contado da data de
publicação do ato que penalizou a IES.

Qual a vantagem de ser centro universitário? A autonomia na criação de


cursos, exceto o “G5”: Direito, Medicina, Enfermagem, Psicologia e Odontologia,
que devem ser autorizados mesmo para universidades. Além disso, centros
universitários podem ter campus fora de sede, sem autonomia na criação de
cursos, isto é, todos os cursos precisam ser autorizados neste endereço. Porém,
o inciso I do artigo 16 (20% do corpo docente em tempo integral) é válido
apenas para a sede do centro universitário.

A organização acadêmica universidade tem como requisitos:

Art. 17. As IES privadas poderão solicitar recredenciamento como


universidade, desde que atendam, além dos requisitos gerais, aos
seguintes requisitos:

73
GUIA DO PI
Introdução à atuação do Procurador Institucional

I - um terço do corpo docente estar contratado em regime de tempo


integral;
II - um terço do corpo docente possuir titulação acadêmica de mestrado
ou doutorado;
III - no mínimo, sessenta por cento dos cursos de graduação terem sido
reconhecidos e terem conceito satisfatório obtido na avaliação externa
in loco realizada pelo Inep ou em processo de reconhecimento
devidamente protocolado no prazo regular;
IV - possuírem programa de extensão institucionalizado nas áreas do
conhecimento abrangidas por seus cursos de graduação;
V - possuírem programa de iniciação científica com projeto orientado
por docentes doutores ou mestres, que pode incluir programas de
iniciação profissional ou tecnológica e de iniciação à docência;
VI - terem obtido CI maior ou igual a quatro na avaliação externa in
loco realizada pelo Inep, prevista no §2º do artigo 3º da Lei nº 10.861,
de 2004;
VII - oferecerem regularmente quatro cursos de mestrado e dois cursos
de doutorado reconhecidos pelo Ministério da Educação; e
VIII - não terem sido penalizadas em decorrência de processo
administrativo de supervisão nos últimos dois anos, contado da data de
publicação do ato que penalizou a IES.

Neste caso aumenta o requisito de regime de trabalho (1/3 do corpo


docente em tempo integral) e a oferta de cursos de mestrado e doutorado
reconhecidos pela CAPES. Atualmente a diferença para o centro universitário,
além do status conferido pela organização acadêmica, é a autonomia na criação
de cursos no campus fora de sede, desde que mantido o requisito de 1/3 do
corpo docente em regime de trabalho de tempo integral também no campus fora
de sede.

A transformação ocorre via processo de recredenciamento, neste caso


solicitado pela IES.

Autorização de curso
O processo de autorização de curso se aplica a faculdades e os 5 cursos
sem autonomia (Direito, Medicina, Odontologia, Enfermagem e Psicologia). Pode
estar acompanhado de um credenciamento institucional presencial,
credenciamento EAD ou campus fora de sede, inclusive para universidades, que
precisam autorizar pelo menos 1 curso neste ato.

74
GUIA DO PI
Introdução à atuação do Procurador Institucional

O processo de autorização é um projeto do que será implantado, mas é


necessário demonstrar concretude e condições para sua realização.

De acordo com o Decreto 9.235/2017:

Art. 43. O pedido de autorização de curso será instruído com os


seguintes documentos:
I - comprovante de recolhimento da taxa de avaliação externa in loco,
realizada pelo Inep;
II - projeto pedagógico do curso, que informará o número de vagas, os
turnos, a carga horária, o programa do curso, as metodologias, as
tecnologias e os materiais didáticos, os recursos tecnológicos e os
demais elementos acadêmicos pertinentes, incluídas a consonância da
infraestrutura física, tecnológica e de pessoal dos polos de educação a
distância do curso, quando for o caso;
III - relação de docentes e de tutores, quando for o caso, acompanhada
de termo de compromisso firmado com a instituição, que informará a
titulação, a carga horária e o regime de trabalho; e
IV - comprovante de disponibilidade do imóvel.
Parágrafo único. A Secretaria de Regulação e Supervisão da Educação
Superior do Ministério da Educação poderá solicitar documentos
adicionais para garantir a adequada instrução do processo.

Os campos que devem ser preenchidos no protocolo são:

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GUIA DO PI
Introdução à atuação do Procurador Institucional

Quadro 3: Campos para o protocolo de autorização de curso


A. Projeto Pedagógico (cada campo com no máximo 10.000 caracteres)

1. Perfil do curso (justificativa da oferta do curso)

2. Atividades do curso (atividades complementares e atividades obrigatórias para cursos EAD)

3. Perfil do egresso

4. Forma de acesso ao curso

5. Representação gráfica de um perfil de formação

6. Sistema de avaliação do processo de ensino e aprendizagem

7. Sistema de avaliação do projeto do curso

8. Trabalho de conclusão de curso (tcc)

9. Estágio curricular

10. Ato autorizativo anterior ou ato de criação

B. Detalhamento do Curso

1. Dados gerais: modalidade, grau, denominação, duração da hora-aula.

2. Matriz curricular: Turnos, Carga horária, Periodicidade, Prazo para integralização e detalhamento da matriz curricular (nome de cada
componente, período, carga horária, descrição, bibliografia básica e complementar). Neste detalhamento também são inseridos o
corpo docente e tutorial (regime de trabalho e titulação, forma de contratação, além de carga horária para tutores).

3. Coordenador: CPF, Nome, Titulação, Regime de Trabalho e forma de contratação.

4. Endereço de oferta (1 ou mais)

Fonte: E-MEC

No e-MEC é disponibilizado o “Manual para preenchimento de processos


de autorização de cursos de graduação na modalidade presencial”, disponível no
endereço: http://e-MEC.mec.gov.br/documentospublicos/Manuais/40.pdf

Além do projeto pedagógico de curso, deve-se apresentar os


regulamentos dos componentes curriculares (estágio, trabalho de conclusão de
curso, atividades complementares e demais atividades práticas), além de
convênios que permitam a execução do projeto pedagógico e a infraestrutura
para a primeira metade do curso. Não fica claro atualmente nas portarias e
instrumentos que se referem à primeira metade do curso, mas foi enviada
orientação a avaliadores e instituições sobre o assunto.

No artigo 26 da Portaria 23/2017 consta:

76
GUIA DO PI
Introdução à atuação do Procurador Institucional

§ 1º Para a solicitação de autorização ou reconhecimento, é


indispensável que o curso conste no PDI atualizado.

Ainda:

Art. 28. Os pedidos de autorização de cursos de Direito, Medicina,


Odontologia, Psicologia e Enfermagem, inclusive em universidades e
centros universitários, sujeitam-se a tramitação própria, conforme
disposto no art. 41 do Decreto nº 9.235, de 2017, e nos termos desta
Portaria Normativa.
§ 1º Nos pedidos de autorização e reconhecimento de curso de
graduação em Direito, será aberta vista para manifestação do Conselho
Federal da Ordem dos Advogados do Brasil - OAB, pelo prazo de 30
(trinta) dias.
§ 2º Nos pedidos de autorização de cursos de graduação em Medicina,
precedidos de processos de chamamento público, serão observadas as
disposições da Lei nº 12.871, de 22 de dezembro de 2013.
§ 3º Nos pedidos de autorização e reconhecimento dos cursos de
Medicina não enquadrados no § 2º e nos cursos de Odontologia,
Psicologia e Enfermagem, será aberta vista para manifestação do
Conselho Nacional de Saúde, pelo prazo de 30 (trinta) dias.
§ 4º No caso de pedidos de autorização de curso correspondente a
profissão regulamentada, após a fase de avaliação externa in loco, será
aberto prazo para que o órgão de regulamentação profissional, de
âmbito nacional, possa manifestar-se.
§ 5º O prazo previsto nos §§ 1º, 3º e 4º poderá ser prorrogado uma
única vez, por igual período, a requerimento do Conselho interessado.
§ 6º As manifestações referidas nos §§ 1º, 3º e 4º terão caráter
opinativo.

Ou seja, os conselhos devem se manifestar, mas o processo de


autorização não é baseado em seu parecer, sendo que em muitos casos o
parecer do conselho é desfavorável e o curso é autorizado mesmo assim.

A Portaria fala ainda sobre autorização de curso experimental, embora


não deixe claro os procedimentos. No caso de instituição com autonomia, o
procedimento é enviar ofício para a CGGIRES solicitando a inclusão da
denominação na lista de cursos para informar no cronograma de regulação. Para
autorização, deve-se enviar o ofício fazendo a mesma solicitação antes do prazo
de abertura da janela e protocolar o processo de autorização normalmente.

77
GUIA DO PI
Introdução à atuação do Procurador Institucional

Também é necessário observar os indicadores-chave do padrão decisório


disposto na Portaria 20/2017:

Art. 10. Para admissibilidade do pedido de autorização de curso, a IES


deverá atender, cumulativamente, aos seguintes requisitos:
I - ato autorizativo institucional válido ou processo de recredenciamento
protocolado;
II - CI igual ou maior que três;
III - inexistência de penalidade em face da IES, aplicada em processo
administrativo de supervisão, que implique limitação à expansão de sua
oferta;
§ 1º Nos casos em que forem publicados no Cadastro e-MEC CI e CI
EaD, será considerado o mais recente.
§ 2º Em caso de CI inexistente ou satisfatório obtido há mais de cinco
anos, será utilizado subsidiariamente o indicador de qualidade
institucional disponibilizado pelo INEP, que deverá ser igual ou maior
que três.
§ 3º Em caso de CI inexistente ou satisfatório obtido há mais de cinco
anos, e de indicador de qualidade institucional insatisfatório,
disponibilizado pelo INEP, o pedido será arquivado na fase de Despacho
Saneador.
§ 4º Quando a IES não possuir indicador de qualidade institucional
disponibilizado pelo INEP, e o CI for inexistente ou satisfatório obtido
há mais de cinco anos, o requisito do inciso II será dispensado.
§ 5º Na hipótese de não atendimento ao disposto nos incisos I, II ou
III deste artigo, o pedido de autorização do curso será arquivado na
fase de Despacho Saneador.

O artigo 10 refere-se à análise do despacho saneador da SERES, para dar


continuidade ao processo e prosseguir para a fase avaliação. O processo pode
ser arquivado já nesta fase se não atendidos o disposto no artigo.

Pós-avaliação, há ainda a decisão no parecer final, a seguir:

Art. 13. Na fase de parecer final, a análise dos pedidos de autorização


terá como referencial o Conceito de Curso - CC e os conceitos obtidos
em cada uma das dimensões, IV - para os cursos EaD, obtenção de
conceito igual ou maior que três nos seguintes indicadores:
a) estrutura curricular;
sem prejuízo de outras exigências previstas na legislação e de medidas
aplicadas no âmbito da supervisão, observando-se, no mínimo e
cumulativamente, os seguintes critérios:
I - obtenção de CC igual ou maior que três;
II - obtenção de conceito igual ou maior que três em cada uma das
dimensões do CC; e
III - para os cursos presenciais, obtenção de conceito igual ou maior
que três nos seguintes indicadores:

78
GUIA DO PI
Introdução à atuação do Procurador Institucional

a) estrutura curricular; e
b) conteúdos curriculares;
b) conteúdos curriculares;
c) metodologia;
d) AVA; e
e) Tecnologias de Informação e Comunicação - TIC.
§ 1º O não atendimento aos critérios definidos neste artigo ensejará o
indeferimento do pedido.
§ 2º A SERES poderá indeferir o pedido de autorização caso o relatório
de avaliação evidencie o descumprimento dos seguintes requisitos:
I - Diretrizes Curriculares Nacionais, quando existentes;
II - carga horária mínima do curso.
§ 3º Da decisão de indeferimento da SERES, caberá recurso ao CNE,
nos termos do Decreto nº 9.235, de 2017.
§ 4º Será considerado como atendido o critério contido no inciso II
deste artigo na hipótese de obtenção de conceito igual ou superior a
2,8 em uma única dimensão, desde que as demais dimensões e o
conceito final sejam iguais ou superiores a 3,0.
§ 5º Para os cursos de Direito, além do disposto no caput, será
considerada como requisito mínimo a obtenção de CC igual ou maior
que 4.

Observe os itens III e IV para cursos presenciais e EAD no relatório de


avaliação. Além de ser necessário se preparar estrategicamente para os itens, a
instituição deve impugnar o relatório da comissão se o conceito atribuído for
incoerente com o que foi apresentado e impossibilitar a autorização do curso.
Não é aberta diligência em parecer final para sanear essas deficiências, ou seja,
o único recurso é na manifestação do relatório.

Além disso, o relatório de avaliação poderá ter impacto no número de


vagas, atualmente indicador 1.20 do instrumento de avaliação de cursos de
graduação:

Art. 14. Na definição do número de vagas autorizadas, a SERES


considerará:
I o número de vagas solicitado pela IES; e
II o conceito obtido no indicador referente a número de vagas do
instrumento de avaliação externa in loco.
§ 1º Na hipótese de obtenção de conceitos maiores ou iguais a três no
indicador descrito no inciso II, o pedido será deferido com o quantitativo
solicitado.
§ 2º A SERES redimensionará o número de vagas solicitado pela IES,
nos casos de obtenção de conceitos insatisfatórios, menores que três,
no indicador mencionado no inciso II nas seguintes proporções:
I obtenção de conceito 2 no indicador "Número de vagas": redução de
25%; e

79
GUIA DO PI
Introdução à atuação do Procurador Institucional

II obtenção de conceito 1 no indicador "Número de vagas": redução de


50%.

É possível autorizar cursos com dispensa de visita, conforme estabelecido


na Portaria 20/2017:

Art. 11. Nos pedidos de autorização de cursos superiores do sistema


federal de ensino, na modalidade presencial, a avaliação externa in loco
poderá ser dispensada, após análise documental, e atendidos os
seguintes critérios:
I CI maior ou igual a três;
II ausência de protocolo de compromisso no processo de
recredenciamento presencial;
III endereço de oferta constante do Cadastro e-MEC;
IV resultado satisfatório na fase de Despacho Saneador, no processo
de autorização do curso; e
V existência de curso reconhecido no mesmo eixo tecnológico ou área
do conhecimento do curso solicitado, conforme o Anexo I.

Não podem ser dispensados de avaliação in loco os cursos de Direito,


Medicina, Enfermagem, Odontologia e Psicologia, cursos que não constem no
Anexo I da portaria (Pedagogia, por exemplo), cursos que constem no Anexo II
da Portaria e “cursos em caráter experimental ou com denominações ou matrizes
curriculares inovadoras ou com matrizes curriculares apresentando disciplinas
análogas a projetos "integradores", "interdisciplinares" ou similares, com carga
horária desproporcional em relação à carga horária do curso, com exceção
daqueles solicitados por IES com CI igual a cinco.”

Algumas observações sobre a avaliação in loco:

 O NDE deve estar constituído, com atas de reuniões que


demonstrem sua existência e aprovem o PPC e os documentos
obrigatórios do curso.

 Não é necessária a constituição do colegiado neste momento,


exceto se for previsto no Regimento da instituição sua existência
antes da implantação do curso.

 Ainda que o estágio seja realizado nos últimos períodos do curso, é


necessário apresentar pelo menos cartas de intenção de convênio

80
GUIA DO PI
Introdução à atuação do Procurador Institucional

com instituições que permitam a execução do projeto pedagógico


do curso.

 Alguns documentos obrigatórios que podem comprometer o


processo de autorização são: Relatório de adequação da
bibliografia, Estudo de número de vagas, Relatório de estudo do
corpo docente e de tutores para os indicadores respectivos, Normas
de funcionamento, utilização e segurança de laboratórios básicos e
específicos.

 Além disso, para cursos EAD ou presenciais que ofertem


componentes EAD, é imprescindível apresentar, para conceito 4 e
5, o plano de ação da equipe multidisciplinar e processos de
trabalho formalizados.

Reconhecimento de Curso
O reconhecimento do curso é condição necessária para a emissão de
diplomas. Conforme estabelecido no Decreto 9.235/2017:

Art. 46. A instituição protocolará pedido de reconhecimento de curso


no período compreendido entre cinquenta por cento do prazo previsto
para integralização de sua carga horária e setenta e cinco por cento
desse prazo, observado o calendário definido pelo Ministério da
Educação.

Conforme já comentado em capítulo anterior, algumas pessoas têm


dúvida se o protocolo deve ser realizado após a integralização de 50% da carga
horária do curso ou a integralização de 50% do prazo de integralização do curso.
O destaque no texto, novamente, é em relação ao termo “prazo”, isto é, deve
ser protocolado após 50% do período de integralização.

Os documentos necessários para o protocolo do reconhecimento são os


mesmos estabelecidos no processo de autorização:

81
GUIA DO PI
Introdução à atuação do Procurador Institucional

Art. 43. O pedido de autorização de curso será instruído com os


seguintes documentos:

I - comprovante de recolhimento da taxa de avaliação externa in loco,


realizada pelo Inep;
II - projeto pedagógico do curso, que informará o número de vagas, os
turnos, a carga horária, o programa do curso, as metodologias, as
tecnologias e os materiais didáticos, os recursos tecnológicos e os
demais elementos acadêmicos pertinentes, incluídas a consonância da
infraestrutura física, tecnológica e de pessoal dos polos de educação a
distância do curso, quando for o caso;
III - relação de docentes e de tutores, quando for o caso, acompanhada
de termo de compromisso firmado com a instituição, que informará a
titulação, a carga horária e o regime de trabalho; e
IV - comprovante de disponibilidade do imóvel.
Parágrafo único. A Secretaria de Regulação e Supervisão da Educação
Superior do Ministério da Educação poderá solicitar documentos
adicionais para garantir a adequada instrução do processo.

O fluxo processual é o mesmo do processo de autorização. Altera-se o


instrumento de avaliação, com variação no texto, mas não nos indicadores
especificamente, e parte do padrão decisório.

O padrão decisório do reconhecimento são:

Art. 16. Aplicam-se aos processos de reconhecimento e renovação de


reconhecimento na fase de Parecer Final os critérios definidos no art.
13 desta Portaria Normativa, cuja decisão obedecerá aos seguintes
padrões: (Redação dada pela Portaria Normativa nº 741, de 2018)
I - CC satisfatório e conceitos satisfatórios em todas as dimensões
avaliadas, bem como nos indicadores elencados nos incisos III e IV do
art. 13 desta Portaria Normativa, quando for o caso: Deferimento; ou
(Redação dada pela Portaria Normativa nº 741, de 2018)
II - CC insatisfatório e/ou conceito insatisfatório em uma das dimensões
avaliadas e nos indicadores elencados nos incisos III e IV do art. 13
desta Portaria, quando for o caso: Instauração de Protocolo de
Compromisso. (Redação dada pela Portaria Normativa nº 741, de 2018)
§ 1º Será considerado como atendido o critério contido no inciso I deste
artigo na hipótese de obtenção de conceito igual ou superior a 2,8 em
uma única dimensão, desde que as demais dimensões e o conceito final
sejam iguais ou superiores a 3,0.
§ 2º Para os cursos de graduação em Medicina e Direito, será exigida a
obtenção de CC igual ou maior que quatro.
§ 3º Os pedidos de reconhecimento e renovação de reconhecimento
que se enquadrarem na hipótese prevista § 1º, terão sugestão de
deferimento com obrigatoriedade de avaliação externa in loco quando
da próxima renovação de reconhecimento do curso.

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GUIA DO PI
Introdução à atuação do Procurador Institucional

§ 4º A SERES poderá instaurar protocolo de compromisso caso o


relatório de avaliação evidencie o descumprimento dos seguintes
requisitos:
I - Diretrizes Curriculares Nacionais, quando existentes;
II - carga horária mínima do curso.
Art. 17. Na fase de parecer final pós-protocolo de compromisso, dos
pedidos de reconhecimento e renovação de reconhecimento de curso,
serão adotados os critérios estabelecidos no art. 13 desta Portaria
Normativa, e a decisão obedecerá aos seguintes padrões: (Redação
dada pela Portaria Normativa nº 741, de 2018)
I - CC satisfatório e conceitos satisfatórios em todas as dimensões
avaliadas, bem como nos indicadores elencados nos incisos III e IV do
art. 13 desta Portaria Normativa, quando for o caso: Deferimento; ou
(Redação dada pela Portaria Normativa nº 741, de 2018)
II - CC insatisfatório ou conceito insatisfatório em uma ou mais das
dimensões avaliadas, bem como nos indicadores elencados nos incisos
III e IV do art. 13 desta Portaria Normativa, quando for o caso:
Instauração de procedimento sancionador pela área competente.
(Redação dada pela Portaria Normativa nº 741, de 2018)

O artigo 13 refere-se à base para o padrão decisório do processo de


autorização, que é, portanto, mantido em relação ao reconhecimento:

Art. 13. Na fase de parecer final, a análise dos pedidos de autorização


terá como referencial o Conceito de Curso - CC e os conceitos obtidos
em cada uma das dimensões, sem prejuízo de outras exigências
previstas na legislação e de medidas aplicadas no âmbito da supervisão,
observando-se, no mínimo e cumulativamente, os seguintes critérios:
I - obtenção de CC igual ou maior que três;
II - obtenção de conceito igual ou maior que três em cada uma das
dimensões do CC; e
III - para os cursos presenciais, obtenção de conceito igual ou maior
que três nos seguintes indicadores:
a) estrutura curricular; e
b) conteúdos curriculares;
IV - para os cursos EaD, obtenção de conceito igual ou maior que três
nos seguintes indicadores:
a) estrutura curricular;
b) conteúdos curriculares;
c) metodologia;
d) AVA; e
e) Tecnologias de Informação e Comunicação - TIC.
§ 1º O não atendimento aos critérios definidos neste artigo ensejará o
indeferimento do pedido.
§ 2º A SERES poderá indeferir o pedido de autorização caso o relatório
de avaliação evidencie o descumprimento dos seguintes requisitos:
I - Diretrizes Curriculares Nacionais, quando existentes;
II - carga horária mínima do curso.
§ 3º Da decisão de indeferimento da SERES, caberá recurso ao CNE,
nos termos do Decreto nº 9.235, de 2017.

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GUIA DO PI
Introdução à atuação do Procurador Institucional

§ 4º Será considerado como atendido o critério contido no inciso II


deste artigo na hipótese de obtenção de conceito igual ou superior a
2,8 em uma única dimensão, desde que as demais dimensões e o
conceito final sejam iguais ou superiores a 3,0.
§ 5º Para os cursos de Direito, além do disposto no caput, será
considerada como requisito mínimo a obtenção de CC igual ou maior
que 4.

Renovação de reconhecimento de curso


A renovação de reconhecimento está prevista no Decreto 9.235/2017:

Art. 47. A instituição protocolará pedido de renovação de


reconhecimento de curso no prazo e na forma estabelecidos em
calendário e regulamento a serem editados pelo Ministério da
Educação.

Atualmente, a forma estabelecida é a renovação automática por meio do


ciclo ENADE, cujo Conceito Preliminar de Curso (CPC) seja igual ou maior que 3
para quase todos os casos. Os cursos que não fazem ENADE têm o processo
aberto “de ofício” pela SERES, isto é, não há abertura pela IES.

Para os cursos que fazem ENADE, anualmente é publicada uma nota


técnica da CGARCES/DIREG/SERES/MEC, definindo os critérios de renovação de
reconhecimento para o ciclo, sendo que alguns cursos com CPC igual a 3 podem
passar por avaliação in loco, nos seguintes casos:

 Mudança de endereço do curso.

 Aumento de vagas para cursos do G5 (Medicina, Psicologia,


Odontologia, Enfermagem e Direito).

 Curso criado com replicação de ato, isto é, cursos que são ofertados
em um endereço e são criados em outro endereço do mesmo
município.

 Eventualmente, cursos do G5 cujo CPC seja inferior a 4, ou em


alguns casos, inferior a 5.

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GUIA DO PI
Introdução à atuação do Procurador Institucional

 Curso criado com divisão de vagas (cursos do G5 podem ter divisão


de vagas para outros endereços).

A nota técnica estabelece o prazo a partir do qual será aberto o processo,


sendo que nem sempre abre naquele período. Para evitar surpresas de
dezembro, caso o processo não tenha sido aberto até outubro, sugerimos abrir
demanda solicitando informações.

Em relação à validade dos atos autorizativos, enquanto não sair o novo


ato (portaria), o anterior é válido, desde que os processos tenham sido
protocolados no prazo:

§ 1º O protocolo de pedido de recredenciamento de IES e de


reconhecimento e de renovação de reconhecimento de curso superior,
antes do vencimento do ato autorizativo anterior, prorroga
automaticamente a validade do ato autorizativo até a conclusão do
processo e a publicação de Portaria.

No caso de processo ser aberto de ofício, o fluxo, padrão decisório e


instrumento de avaliação são idênticos ao de reconhecimento.

FLUXO PROCESSUAL
O fluxo processual é estabelecido na Portaria 23/2017 e há o padrão para
atos institucionais e os atos de curso.

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GUIA DO PI
Introdução à atuação do Procurador Institucional

Atos institucionais (Credenciamento/Recredenciamento)


O fluxo processual de credenciamento e recredenciamento segue a
imagem a seguir, retirada de uma das várias apresentações da SERES sobre o
assunto:

Figura 4: Fluxo processual para atos institucionais

Fonte: https://slideplayer.com.br/slide/9003985/

A imagem simplifica as fases para a IES, focando na SERES e INEP.

A primeira bolinha verde é o protocolo, quando se inicia o processo.


Segue para análise da SERES, na Coordenação-Geral de Credenciamento das
Instituições de Educação Superior – CGIES. Nesta análise o técnico verifica se o
processo tem todas as informações e documentos necessários para encaminhar
à avaliação. Caso falte alguma informação ou um dos documentos apresente
inconformidade, é aberta diligência, com prazo de 30 dias para resposta. Alguns
motivos para diligência são: falta de assinatura reconhecida em algum
documento (imóvel ou ato constitutivo), falta de clareza na disponibilidade do

86
GUIA DO PI
Introdução à atuação do Procurador Institucional

imóvel, ausência de um dos elementos obrigatórios no regimento, falta de


informações mínimas no PDI.

Caso esta diligência não seja respondida a contento, o processo é


arquivado pela SERES, sendo que a IES tem 15 dias para impugnar a decisão.
Não deixe para última hora, pois o sistema pode fechar antes e a IES perde o
processo.

Na fase avaliação há dois passos para a IES: o preenchimento do


formulário eletrônico, com prazo de 30 dias, e a visita in loco, de 3 dias no local.

Após a visita, a instituição ou a SERES podem impugnar o relatório de


avaliação, que é encaminhado para a CTAA. A SERES impugna se os indicadores
elementares do padrão decisório apresentarem não estiverem descritos o
suficiente pela comissão avaliadora no relatório, ou caso seja identificada
incoerência entre indicadores relacionados.

A instituição deve impugnar caso tenha havido incoerência no relato, a


descrição não guardar coerência entre o critério de análise dos indicadores ou
evidências apresentadas tenham sido ignoradas, especialmente para
indicadores-chave para o padrão decisório. Porém, só deve fazê-lo se realmente
os elementos constarem no PDI anexado no e-MEC e as evidências tiverem sido
apresentadas.

Após parecer da CTAA ou se não for impugnado o parecer, inicia a fase do


parecer final na CGIES. O técnico avaliará especialmente os indicadores-chave
do padrão decisório (Portaria 20/2017) e os documentos requeridos para o
credenciamento.

A SERES abre diligência se um dos documentos estiver vencido ou não for


localizado no campo de comprovantes de endereço. Portanto, é bom verificar a
validade dos documentos e substituir nos comprovantes de endereço quando o
processo entrar na fase de parecer final.

O parecer final segue para o CNE, para relatoria e votação. É possível


saber para qual conselheiro o processo foi distribuído, ligando para a Secretaria
Executiva do CNE no telefone (61) 2022-7700.

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GUIA DO PI
Introdução à atuação do Procurador Institucional

Com base no calendário de reuniões do CNE, pode-se acompanhar a


previsão de relato na página do CNE para saber se o processo foi incluído na
pauta. Geralmente sai 1 semana antes do início das reuniões. É possível solicitar
participação na sessão por meio do advogado da IES, não pelo PI.

O parecer aprovado é encaminhado para o Gabinete do Ministro, que deve


homologar em diário oficial. Depois disso é publicada a portaria em diário oficial.
Novamente, nesta fase pós parecer, observe se todos os documentos da
instituição e do endereço estão no prazo de validade e o substitua se for o caso.
Já ocorreu de solicitarem nova certidão de FGTS antes de publicar a portaria.

Atos de curso (Autorização/Reconhecimento/Renovação de


Reconhecimento)

O fluxo é ilustrado a seguir, conforme apresentação da SERES:

Figura 5: Fluxo processual para processos de curso

Fonte: https://slideplayer.com.br/slide/9003985/

88
GUIA DO PI
Introdução à atuação do Procurador Institucional

O protocolo é iniciado pela IES no caso de autorização e reconhecimento,


ou pela SERES no caso de renovação de reconhecimento. Na análise do despacho
saneador, o técnico analisará se todas as informações necessárias para o
prosseguimento do processo na fase avaliação constam nos textos apresentados
e se os documentos relativos ao imóvel estão disponíveis. Pode dar diligência se

o técnico “entender” que há divergência entre o texto dos campos do PPC e


informações dos componentes curriculares no detalhamento da matriz. Nem
sempre a divergência é concreta, pode ser que há TCC I e II na matriz e na
descrição do texto consta a carga horária total do componente. Por vezes o
técnico apenas instrui o parecer como parcialmente satisfatório para que a
comissão observe na avaliação in loco. Às vezes o parecer sai como parcialmente
satisfatório com observações relativas a itens que serão detalhados no
formulário eletrônico, isto é, não são requeridos e não há campo suficiente para
preencher no protocolo.

Na autorização, o processo é arquivado se a diligência não for respondida


a contento em relação ao documento do imóvel.

Na fase avaliação há dois momentos: o preenchimento do formulário


eletrônico (com prazo de 15 dias para o preenchimento) e a visita in loco
(marcada com no mínimo 15 dias de antecedência).

O formulário eletrônico contém todos os campos correspondentes aos


indicadores do instrumento de avaliação de curso de graduação para o
respectivo ato (autorização ou reconhecimento/renovação de reconhecimento).
Além disso, confirma-se ou altera-se os docentes novamente, mas não é possível
alterar a matriz curricular e seu detalhamento enviada no protocolo. Caso tenha
sofrido alterações, sugere-se alterar a matriz no campo estrutura curricular e
atualizar as ementas e bibliografias no PPC a ser postado antes dos 10 dias da
visita. As instalações utilizadas pelo curso devem estar devidamente atualizadas
na aba de endereços.

Para reconhecimento de curso é necessário informar também a atuação


profissional e competências acadêmicas nos atributos docentes:

 Tempo de vínculo ininterrupto do docente com o curso (em meses)

89
GUIA DO PI
Introdução à atuação do Procurador Institucional

 Docente com formação/capacitação/experiência pedagógica?


(Sim/Não)

 Artigos publicados em periódicos científicos na área

 Artigos publicados em periódicos científicos em outras áreas

 Livros ou capítulos em livros publicados na área

 Livros ou capítulos em livros publicados em outras áreas

 Trabalhos publicados em anais (completos)

 Trabalhos publicados em anais (resumos)

 Traduções de livros, capítulos de livros ou artigos publicados

 Propriedade intelectual depositada

 Propriedade intelectual registrada

 Projetos e/ou produções técnicas artísticas e culturais

 Produção didático-pedagógica relevante, publicada ou não

Essas informações precisam ser coerentes com o que está descrito no


campo do respectivo indicador e, apesar de ser possível a atualização para a
visita por meio do PPC, é melhor que já estejam corretas e atualizadas nesta
fase. Devem corresponder ao currículo Lattes do docente, isto é, o docente deve
atualizar o documento para que seja possível fazer a “coleta” da informação. Na
maioria das vezes, esta “coleta” geralmente é manual mesmo, seja pelo
coordenador, pelo PI ou por meio de formulário preenchido pelo docente.

Às vezes dá erro no fechamento do formulário eletrônico, e dá-lhe o PI


fazer ctrl+F5+3 pulinhos + Ave Maria + oração a Santo Expedito... Pode-se
tentar enviar pelo formulário completo ou pelo simplificado para ver se resolve
e apertar o Ctrl + F5 enquanto envia. Ou então abrir demanda para o INEP. Eles
costumam dizer que se as informações estiverem postadas, o sistema salva
automaticamente no encerramento do prazo, mas é melhor não correr esse risco
sem a resposta formal.

Após o preenchimento, a visita pode ser agendada com 15 dias de


antecedência (às vezes ocorre). Comumente com 3 a 4 semanas, às vezes até

90
GUIA DO PI
Introdução à atuação do Procurador Institucional

mais. Também é possível atualizar o PDI e o PPC no prazo de 10 dias antes da


visita, contando-se o primeiro dia como o deslocamento da comissão.

A visita tem 4 dias de duração, sendo o primeiro e o último para


deslocamento e os dois restantes para avaliação in loco.

Quando o relatório é divulgado, a instituição tem o prazo de 30 dias para


se manifestar apontando se deseja impugnar ou não. É necessário analisar
detalhadamente e verificar se algum dos indicadores-chave para o padrão
decisório foi avaliado de forma injusta. Se for impugnado, segue para a CTAA e
o prazo para resposta é desconhecido. Teve época que saía em 4 meses, teve
época que demorava anos, e atualmente (2020) não se tem ideia de quanto
tempo isso pode levar.

Antes do parecer final o processo é aberto à manifestação do conselho


profissional, se existir, ou do Conselho Nacional de Saúde para os cursos sem
autonomia. Mesmo que o conselho opine desfavoravelmente, se o processo
atender a todos os requisitos legais e os critérios mínimos de avaliação do padrão
decisório, será autorizado.

O parecer final pode demorar algum tempo para sair. Às vezes sai em 1
mês, às vezes leva mais de ano. Após o parecer sai a portaria, que também pode
demorar bastante em relação à finalização do parecer.

INSTRUMENTOS
Os instrumentos de avaliação válidos são de 2017 e se dividem em 4:

 Instrumento de Avaliação de Curso de Graduação Presencial e a


Distância - Autorização

 Instrumento de Avaliação de Curso de Graduação Presencial e a


Distância – Reconhecimento e Renovação de Reconhecimento

 Instrumento de Avaliação Externa Presencial e a Distância -


Credenciamento

91
GUIA DO PI
Introdução à atuação do Procurador Institucional

 Instrumento de Avaliação Externa Presencial e a Distância –


Recredenciamento e Transformação de Organização Acadêmica

Os instrumentos de avaliação são excelentes ferramentas de gestão e as


versões de 2017 constituem, nos próprios indicadores, as referências de como
se preparar para a visita.

O INEP explica a estrutura do instrumento por meio da figura a seguir:

Figura 6: Estrutura dos instrumentos de avaliação 2017

Fonte: INEP (2018)

Disponível em: http://download.inep.gov.br/educacao_superior/avaliacao_institucional/avaliacao_in-


loco/Capacitacao_Procuradores_Educacionais_Institucionais_2018.pdf

O ponto de partida é o conceito 3: deve-se analisar se o objeto de


avaliação atende todos os atributos daquele critério de análise, ou seja, se a
instituição ou o curso conseguem apresentar evidências para cada uma das
“palavrinhas” e expressões do texto. Se sim, parte para o critério de análise do
conceito 4, e assim sucessivamente.

Não vamos nos estender nos detalhes dos instrumentos, pois


recomendamos a leitura do material disponibilizado pelo próprio INEP para
Procuradores Institucionais: Avaliação in loco e novos instrumentos de avaliação
de instituições de educação superior e cursos de graduação: subsídios para a

92
GUIA DO PI
Introdução à atuação do Procurador Institucional

atuação de procuradores educacionais institucionais. Está disponível em:


http://download.inep.gov.br/educacao_superior/avaliacao_institucional/avaliac
ao_in-loco/Capacitacao_Procuradores_Educacionais_Institucionais_2018.pdf

Além disso, para compreender o que exatamente significa a maioria das


expressões utilizadas nos instrumentos há o Glossário dos Instrumentos de
Avaliação Externa, atualizado periodicamente pelo INEP. Sugerimos o acesso no
link de página, pois é atualizado periodicamente:
http://portal.inep.gov.br/educacao-superior/avaliacao-institucional/glossario.

PREPARAÇÃO PARA A VISITA


Encerrado o preenchimento do formulário, a visita pode ser agendada com
30 dias de antecedência para atos institucionais e 15 dias para cursos, e isso
realmente pode ocorrer. A instituição tem o prazo de 10 dias antes do primeiro
dia do processo de visita (isto é, o dia de deslocamento da comissão) para
anexar o PDI ou o PPC atualizado. A postagem não é obrigatória se os
documentos não tiverem alterações em relação ao texto do protocolo e do FE,
mas as comissões estão acostumadas a examinarem o PDI e PPC em documento
pdf anexado ao processo, então recomendamos que anexe. Além disso, fica mais
fácil de enfatizar elementos dos atributos aditivos dos indicadores por meio de
negritos, itálicos, sublinhados, cores, prints, entre outros, mas não exagere no
uso destes elementos para não poluir o documento.

A preparação para a visita é um momento de grande tensão para o PI nos


atos institucionais, pois dificilmente tem alguém mais para compartilhar a
responsabilidade. Na prática, a responsabilidade é do dirigente, mas este
dificilmente consegue parar para se dedicar a tarefas tão operacionais, embora
estratégicas.

Para visitas de avaliação de cursos, há pelo menos o coordenador do


curso, e isso às vezes pode ser mais difícil, pois o ritmo de trabalho é diferente.
Tem vezes que queremos matar o coordenador às vésperas da visita, pois
aparenta não estar envolvido o suficiente com o processo para providenciar os

93
GUIA DO PI
Introdução à atuação do Procurador Institucional

documentos planejados e solicitados. Até parece que não compreende a


gravidade do processo e isso não é prioridade dele. Pera lá! Já esteve na pele
de um coordenador antes? Já viu quantas “prioridades” ele tem sobre a mesa?
Está no meio de um turbilhão com pressão de aluno, professores, dirigentes,
todos os problemas estouram neste momento e ainda tem uma visita para
organizar! E na maioria das vezes é a primeira da vida dele, não tem ideia
alguma do que o espera!

Mantenha a serenidade e dê apoio a ele. Estabeleça prazos, monitore


discretamente, pergunte se precisa de ajuda, verifique se ele está tendo o apoio
necessário e, caso veja que está por demais sobrecarregado, verifique se
consegue acionar alguém que o ajude com as demais tarefas. Eu (Leide) já pedi
para Pró-Reitor sensibilizar outras pessoas e deixar o coordenador focado na
visita, ao perceber que estava sobrecarregado com as atividades rotineiras. Deu
certo. Já recebi coordenador quase desmoronando em minha sala na véspera da
visita para dizer que não tinha conseguido terminar algum documento: apenas
o acalmei, procurei minimizar o impacto e dei uma paçoquinha para adoçar a
vida (sempre tenho um pote de paçocas em minha sala!). Parece que recobrou
as energias e voltou à ativa, conseguiu concluir o documento de madrugada e
me enviou. Como era um relatório de evidências e eu organizava tudo
digitalmente, inseri no dia seguinte no drive compartilhado para a visita. Vocês
estão juntos na visita e o relacionamento precisa ser harmonioso.

E o PI está calmo, sereno, pleno? Lógico que não! Como qualquer ser
humano, extremamente nervoso, mas tentando transparecer calma o tempo
todo. Eu (Leide) sempre tenho ataques de risos com minha equipe em algum
momento por bobagens, achamos tudo tão engraçado no momento e depois
sequer lembramos do motivo. Mas lembramos das risadas, e isso nos alivia. Uma
colega de trabalho me falou que devemos agir como cisnes deslizando no lago
no momento de tensão: plenos e belos acima da água, perninhas rápidas
escondidas para flutuar. Não me esqueço disso nos momentos de comissão,
principalmente diante de um coordenador nervoso.

O cisne flutuando exemplifica muito o que deve ser o PI para toda IES: no
momento do sufoco, é ele que deverá respirar fundo e ser o equilíbrio do pessoal.

94
GUIA DO PI
Introdução à atuação do Procurador Institucional

Bem, nestas horas, o que eu, Sidney, faço? Como bom filho de mãe mineira,
busco uma xícara de café. Depois, respiro fundo e tento descontrair, a exemplo
da Leide, com alguma tirada ou piada sobre a situação. Uma vez quebrada a
tensão, é hora de rever a situação e, junto com a equipe, por no papel os
problemas e buscar as saídas. Se não der certo, busque outro café (e dessa vez
adicione o pão de queijo) e reinicie o processo.

Especialmente no ato institucional, é o momento de envolver todas as


pessoas da instituição, pois não é possível organizar uma visita sozinho.
Sugerimos criar uma lista de tarefas com responsáveis e prazos para entregas.
O PI é o coordenador do processo, mas precisa de apoio de pessoas que cuidam
da gestão de infraestrutura, TI, membros da CPA, responsáveis pelas políticas
acadêmicas, entre outros. Ah, sim, sabemos que em certas instituições o PI é
tudo isso, mas vamos lá! Envolva todos os que puderem te ajudar de alguma
forma, mesmo que seja para carregar caixas! Pedindo com jeitinho e
sensibilizando as pessoas para a importância do processo, vai se surpreender.

O cuidado no contato com a comissão é estratégico: focar em uma só


pessoa, de preferência o PI. Em algumas instituições é o coordenador do curso,
ou algum coordenador responsável pelo departamento de EAD, no caso de
credenciamento EAD, mas pelas atribuições previstas, o PI é o profissional mais
adequado para isso. Outros cuidados são responder as mensagens no mesmo
dia que receber, deixar telefones de contato disponível (de preferência um
Whatsapp) e se colocar à disposição para apoiá-los no que for necessário para a
estadia na cidade. Costumamos solicitar uma ligação para o ponto focal da
comissão para estabelecer um contato inicial e quebrar um pouco de gelo. Tem
ajudado um pouco a aliviar a tensão do desconhecido e dá para sentir um
pouquinho quem está vindo: mais objetivo, mais afável, bom de papo, com
senso de humor, etc.

A agenda proposta é uma sugestão pela lógica de análise da comissão.


Muitas vezes, é replicada de outros modelos de agenda. Analise e verifique se
os horários de reunião estão adequados à realidade da IES e negocie alterações
com o ponto focal. Eles estarão lá o dia todo para realizar o processo, inverter

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GUIA DO PI
Introdução à atuação do Procurador Institucional

uma reunião ou outra geralmente não faz diferença, mas você pode ter o azar
de ser uma comissão sistemática com uma ordem lógica das reuniões.

A lista de documentos solicitados também pode vir de outros “modelos”,


e por vezes há solicitações sem nexo com o processo. Por isso, analise com
cuidado os documentos solicitados e não se desespere se ver algo não esperado:
esclareça o item delicadamente com o ponto focal, sem criar atritos, mas se
colocando à disposição para apresentar outros documentos caso a denominação
da comissão não corresponder à prática da instituição.

O apoio logístico à comissão é fundamental: não é necessariamente pagar


as despesas, pois o INEP enviou comunicado em 2019 para todos os avaliadores
vetando que tenham qualquer despesa paga pela instituição. É indicar hotéis e
opções de traslado, caso a instituição não tenha a política de arcar com
despesas. Há comissões que realmente não querem apoio algum (incluindo
indicação de hotéis) e isso deve ser respeitado. É gentileza oferecer pelo menos
o traslado do aeroporto ao hotel, especialmente se o município não tiver
aeroporto próximo. Há casos de avaliadores que recusaram o apoio logístico e
foram assaltados no hotel que escolheram, capotaram carro alugado no trajeto,
perderam voo por atraso do ônibus comercial, entre outras histórias. Mas
respeite a preferência da comissão, sem os colocar em saia justa ou forçar uma
resposta indelicada.

Enquanto esse contato corre, o PI corre para juntar as evidências que


serão apresentadas! Sugerimos que neste caso, estejam em construção desde
o protocolo do processo, pois em 2019 foram realizadas visitas de processos
protocolados no mesmo ano.

Sugerimos que organize por eixo de avaliação, tema (extensão, pesquisa,


ensino, etc.) e até por indicador, ainda que os documentos se repitam. Separe
pastas (sejam físicas ou digitais), organize pela ordem correspondente aos
indicadores e numere os documentos com post-its ou numerador de páginas, se
físicos. Crie um índice de documentos, uma lista de documentos por indicador
ou eixo e apresente à comissão como base para se localizar.

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GUIA DO PI
Introdução à atuação do Procurador Institucional

É possível apresentar as evidências em formato digital, e isso facilita


muito a organização de evidências, bem como a localização de documentos pela
comissão. Porém, converse com o ponto focal e verifique se a comissão aceita,
senão terá que sair imprimindo todos os documentos no primeiro dia de visita.
Foi enviado um comunicado aos avaliadores em 2019 sobre não ser necessário
documentos impressos se estiverem digitalizados, mas no momento da visita é
difícil argumentar, então é melhor negociar antes. Mas se for digital, organize
bem os documentos com numeração nos títulos ou nome do documento e
melhore a indexação para facilitar a localização de evidências pela comissão. O
objetivo é que localizem a evidência necessária para fundamentar o conceito,
então capriche!

No primeiro dia da visita, invista na serenidade para tranquilizar os demais


envolvidos no processo e a comissão. Solicite a todos que cheguem antes das
reuniões começarem, pois é chato entrar atrasado em reunião. Oriente também
para que deixem a comissão conduzir a reunião e respondam aos
questionamentos dos avaliadores. Apresentação pronta nem sempre é
produtiva, pois a comissão tem perguntas específicas cujas respostas fornecem
evidências testemunhais para compreender melhor a instituição e embasar
justificativas dos indicadores. Mas tenha uma na manga, caso a comissão
solicite.

Esteja sempre à postos para responder qualquer dúvida da comissão, mas


evite interromper os trabalhos entrando na sala o tempo todo. Se a comissão
estiver muito quietinha, sem perguntar nada sobre documentos, investigue o
que está ocorrendo, pois nem sempre é bom sinal e alguma evidência pode
deixar de ser vista.

Quanto à visita às instalações, garanta que todas as pessoas estejam em


seu setor no momento da visita, para responder perguntas da comissão se for o
caso. Não é armar circo e ensaiar discurso, como já vimos em alguns casos,
apenas garantir que as perguntas sobre o assunto sejam respondidas pelos
responsáveis pelas atividades. Também verifique antes da chegada da comissão
se todos os espaços estão sinalizados com placas de identificação de forma
correta e padronizada.

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GUIA DO PI
Introdução à atuação do Procurador Institucional

A questão da acessibilidade é específica para quase todos os indicadores


de infraestrutura nos atos institucionais e alguns de curso, mas os avaliadores
não são capacitados para avaliar isso. Eles têm que verificar se as pessoas
conseguem acessar o local e utilizá-los (banheiro, sala de aula, auditório,
laboratório). Quem atesta a acessibilidade é profissional especializado o órgão
público local, conforme especificado no Decreto 9.235/2017:

Art. 20. O pedido de credenciamento será instruído com os seguintes


documentos:
II - da IES: (...)
f) plano de garantia de acessibilidade, em conformidade com a
legislação, acompanhado de laudo técnico emitido por profissional ou
órgão público competentes;

Então tenha em mãos o laudo de acessibilidade para apresentar à


comissão durante a visita.

A reunião de encerramento não é conclusiva: a comissão não pode falar


o conceito e nem dar conselhos. Há alguns avaliadores que gostam de dar algum
conselho ou dica: ouça atentamente e verifique se isso é aplicável à IES. Aliás,
durante a visita alguns avaliadores gostam de dar “pitacos” e fazer perguntas
ou comentários não relacionados com o processo de avaliação, como questionar
o valor de mensalidade dos cursos, perguntar salário de professores, dizer como
deve funcionar determinada política da instituição, entre outros. Neste
momento, apenas “acene e sorria”, sabendo separar o que é específico da
avaliação e o que não é.

Após as 18 horas do último dia da visita está disponível para o PI a


avaliação dos avaliadores. Antes esta tarefa era no perfil do Dirigente, mas este
nem sempre acompanhava as avaliações. Agora está com o profissional correto,
que tem a responsabilidade pelo acompanhamento da comissão. As questões
são:

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GUIA DO PI
Introdução à atuação do Procurador Institucional

1 - O(a) Avaliador(a) demonstrou estar atualizada sobre a legislação e


procedimentos utilizados pelo Sistema Nacional de Avaliação da
Educação Superior (Sinaes).:
2 - O(a) Avaliador(a) demonstrou ter conhecimento a documentação
apensada no sistema e-MEC sobre o processo avaliado.:
3 - Caso o avaliador (a) seja coordenador da comissão, ele(a) realizou
contato prévio com a IES.:
4 - A sugestão de agenda para avaliação in loco foi previamente
encaminhada o(a) Avaliador(a), com no mínimo cinco dias de
antecedência, conforme orientações do INEP.:
5 - O(a) Avaliador(a) demonstrou liderança para conduzir o processo
da avaliação.:
6 - O(a) Avaliador(a) apresentou durante a visita condições para
integração e harmonia indispensável ao processo avaliativo.:
7 - O(a) Avaliador(a) agiu com a imparcialidade necessária ao processo
avaliativo, cumprindo o previsto nos descritores do instrumento
utilizado.:8 - O(a) Avaliador(a) manteve postura e conduta ética
exigida no processo de avaliação.:
9 - O(a) Avaliador(a) cumpriu a agenda da visita acordada com a IES.:

10 - O(a) Avaliador(a) colaborou para que esta avaliação tivesse um


caráter formativo.:
11 - Para complementar a avaliação da IES/curso, caso considere
pertinente, apresente críticas e/ou sugestões referentes ao processo
avaliativo, a fim de contribuir para a compreensão do desempenho da
comissão na avaliação in loco.

As notas são de 1 a 5, assim como nos instrumentos. Seja justo, mas


relate o que for necessário para embasar orientações da DAES aos avaliadores,
ou ainda, se preparar para uma impugnação. Pode ocorrer da comissão ser nota
máxima em tudo e depois, no relatório, cometer incoerências que demandem
uma impugnação. Na dúvida, relate atitudes ou comentários parciais que
possam resultar em equívocos no relatório.

Começa então a ansiedade da espera pelo resultado. O prazo para a


comissão finalizar o relatório é de 5 dias após o último dia de comissão, isto é,
do dia previsto para deslocamento. Porém, não é disponibilizado
automaticamente, há algum tipo de liberação pelo INEP e isso não tem prazo.
Já tive relatório que levou quase 3 semanas para ser disponibilizado, apesar da
comissão ter finalizado no prazo. Ao abrir demanda, as respostas do INEP não
trazem muitos esclarecimentos.

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GUIA DO PI
Introdução à atuação do Procurador Institucional

Saindo o resultado, divulgue o relatório a todos os envolvidos, agradeça


o apoio e parabenize quem atuou diretamente no processo. É fundamental para
o engajamento em processos posteriores. Comemore (e muito) bons resultados.

IMPUGNAR OU NÃO IMPUGNAR?


Assim que o relatório de avaliação é disponibilizado, o PI deve ser o
primeiro a ler o documento e procurar incoerências da avaliação, que podem
comprometer o processo (autorização ou credenciamento) ou gerar impugnação
da SERES (ultimamente estão impugnando):

 Dados incorretos: a data do documento de disponibilidade do


imóvel, que é requisito para o funcionamento de um curso, pode
comprometer um processo de autorização.

 Desconsideração de itens que constam no PDI ou no PPC, cujas


evidências foram devidamente apresentadas. Ainda assim, a CTAA
pode considerar as evidências insuficientes.

 Incoerência no relato: a incoerência entre textos da análise


preliminar e entre indicadores diferentes pode ser motivo bastante
forte para impugnar o relatório. No caso de autorização de curso, é
necessário observar cuidadosamente o conceito e justificativa
atribuídos no indicador de número de vagas com os conceitos e
justificativas de infraestrutura, por exemplo. Caso incoerentes, a
SERES pode impugnar solicitando explicações da IES em relação
aos indicadores.

 Justificativas que não guardam relação com os critérios de análise


constantes do instrumento em indicadores estabelecidos como
requisito no padrão decisório devem ser observadas e impugnadas,
se necessário. A própria SERES faz esse tipo de impugnação caso
considere que as justificativas são insuficientes para a elaboração
do parecer final.

100
GUIA DO PI
Introdução à atuação do Procurador Institucional

É difícil a CTAA reformar relatório, ainda que parcialmente. Portanto, a


decisão deve ser tomada em casos que realmente exista elementos suficientes
para justificar a análise. Das impugnações que fizemos, foram reformados
apenas em situações de incoerência no relato, informação objetiva incorreta e
justificativas sem relação com o critério de análise.

É óbvio que ao ver as injustiças que uma comissão por vezes comete na
avaliação dá vontade de impugnar quase tudo. O jeito é respirar fundo e pensar
como melhorar sua apresentação de evidências na próxima comissão.

O PI SOZINHO NÃO FAZ VERÃO


Alguns colegas PIs compartilham conosco as frustrações quanto às
dificuldades de mobilizar pessoas para que o trabalho de um processo de
avaliação in loco saia a contento.

Concordamos com essas frustrações, pois o resultado de uma avaliação


não depende apenas do trabalho do PI e sua equipe, e muito menos apenas do
trabalho do coordenador do curso: é fruto da união de ambos juntamente com
profissionais de outras áreas da instituição.

Da mesma forma, nenhum coordenador consegue obter conceito 5


sozinho: é necessário o envolvimento de diversas áreas acadêmicas e
administrativas da instituição, além da orientação do PI quanto aos documentos
e procedimentos acadêmicos necessários para que a instituição seja 5.

Uma avaliação não é um momento: é um processo. E a cada avaliação, a


instituição como um todo é avaliada. Se a instituição não tem uma política
formalizada de manutenção e avaliação da infraestrutura física e tecnológica, o
curso avaliado não consegue 5 nas instalações. Se a equipe de EAD não conta
com processos de produção de material didático e gestão de tutoria e
aprendizagem formalizados, avaliados e bem definidos, nenhum indicador de
EAD atinge 5. Se a gestão do corpo docente não é realizada de acordo com
critérios adequados ao desenvolvimento das atividades do curso e para se atingir
a excelência da aprendizagem, 100% de doutores não atinge conceito 5 em

101
GUIA DO PI
Introdução à atuação do Procurador Institucional

avaliação de curso. E se todas essas áreas não se mobilizam para apresentar a


documentação necessária ao processo de avaliação, o processo não atinge
conceito 5.

O PI e sua equipe têm papel fundamental na liderança de um processo de


avaliação: é o profissional que melhor conhece o instrumento de avaliação e
consegue identificar formas de evidenciar as práticas do curso para apresentar
às comissões. Não se trata de um trabalho meramente burocrático: é o
desenvolvimento de estratégias para mostrar o conceito do curso à comissão.

O PI monta as peças de um quebra-cabeças de uma obra de arte


complexa, mas sozinho não faz o 5.

102
GUIA DO PI
Introdução à atuação do Procurador Institucional

5. CENSO
De janeiro a abril, com todo o resto junto

Se você chegou até aqui, primeiramente dou-lhe os parabéns! Se depois


de tudo que leu até agora você não desistiu, sem dúvida é um vencedor!

Sempre achei o Censo da Educação Superior uma das atividades mais


trabalhosas e complexas do PI. Também pudera: o Censo é a grande prestação
de contas das instituições de ensino para o MEC. Então, respire fundo e vamos
lá…

O QUE É O CENSO?
O Censo da Educação Superior (Censo) é promovido anualmente pelo
INEP. Tem como objetivo coletar dados de todas as instituições de ensino
superior em funcionamento no Brasil, tendo como base um determinado ano de
referência. O Censo acontece de forma retroativa, ou seja, no ano de 2019,
informamos os dados do ano de 2018, e assim sucessivamente.

O Censo foi instituído por Decreto Federal (Decreto 6425, de 2008) e


depois pela Portaria INEP 794, de 23 de agosto de 2013. Anualmente, o INEP
divulga uma portaria contendo os prazos e etapas do censo a ser realizado.

O Censo reúne diferentes informações sobre todas as instituições de


ensino superior: seus cursos de graduação (presencial ou a distância), vagas
oferecidas em vestibular, alunos ingressantes e concluintes e informações sobre
docentes.

Estes dados são coletados a partir do preenchimento de questionários


online, disponíveis no sistema do Censo da Educação Superior - Censup.
Importante também ressaltar que alguns dados das IES e cursos são importados

103
GUIA DO PI
Introdução à atuação do Procurador Institucional

do Sistema e-MEC. Durante o período de coleta de dados, os


pesquisadores/procuradores institucionais (PIs) podem fazer, a qualquer
momento, alterações ou inclusões necessárias nos dados das respectivas
instituições. Após esse período, o Inep verifica a consistência das informações
coletadas e posteriormente encerra o período de coleta de dados, passando à
divulgação dos dados oficiais do ensino superior em todo o Brasil.

Os dados coletados produzem estatísticas educacionais que oferecem aos


usuários informações sobre ingressos, matrículas, concluintes, vagas, dados de
financiamento estudantil, entre outros. O Censo ainda subsidia o planejamento
e a avaliação de políticas públicas, além de contribuir no cálculo de indicadores
de qualidade como o Conceito Preliminar de Curso (CPC) e Índice Geral de
Cursos (IGC).

Como não poderia deixar de ser, o preenchimento do Censo é obrigatório.


Caso a instituição deixe de respondê-lo, poderá sofrer processos administrativos
e deixar de participar de programas Federais, como Prouni e FIES. Várias IES já
foram punidas seriamente por não terem preenchido o Censo ou terem
informado dados falsos.

Bem, para que isso não ocorra, vamos aqui lhe dar uma visão geral sobre
os dados solicitados no Censo e como proceder para preenchê-los. Mas antes de
tudo, é importante estar atento ao prazo, articulando com os setores de sua
instituição como ocorre a coleta dos dados solicitados. Vamos lá?

MÓDULOS
O sistema de coleta de dados do Censo - Censup, desenvolvido pelo INEP,
possui módulos de preenchimento. Em cada um destes módulos são coletados
dados diferentes. Em qualquer treinamento que você fizer do Censo, o INEP
colocará como sugestão a seguinte ordem de preenchimento:

IES -> Curso -> Aluno ou Docentes -> Fechamento

104
GUIA DO PI
Introdução à atuação do Procurador Institucional

No entanto, isso não é uma regra, pois o módulo “IES” é independente


dos demais. Então, se você não possui todos os dados solicitados de sua IES
(como pessoal ou dados de biblioteca), você não precisa ficar parado esperando;
pode avançar para outros módulos. O que deve ser respeitado é o
preenchimento do módulo “Curso” antes dos módulos “Docente” e “Aluno”, tal
como sugerido na figura a seguir:

Figura 7: Sugestão de sequência de preenchimento do Censo

IES
Alunos

Fechamento
Curso

Docentes

Fonte: Os autores (2020)

Mas porque eu preciso seguir essa ordem? Perceba que há uma ordem
lógica nisso: como você vai informar os alunos que estiveram matriculados em
um curso, se os dados do curso não foram preenchidos? Por isso, sugerimos que
preencha seguindo a ordem acima.

Os módulos Docente e Alunos dependem apenas do módulo Curso.


Portanto, se você não tiver todas as informações gerais da IES (como biblioteca,
infraestrutura, etc.), não tem problema. Você pode partir para o preenchimento
dos dados de cursos. O que não dá é para lançar dados de alunos e docentes
sem atualizar primeiro os cursos!

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Introdução à atuação do Procurador Institucional

Com as letras em vermelho estão os módulos que são seu “caminho


crítico”, ou seja, aqueles que usualmente costumam tomar mais tempo para
preenchimento e análise de inconsistências. Atenção ao prazo e tente preencher
estas informações com maior antecedência possível.

Pois bem, a equipe do INEP promove anualmente uma capacitação online


sobre o Censo, e pra ser franco, é praticamente obrigatória que você a faça, ou
participe da capacitação presencial, se for possível. Explicar cada detalhe do
sistema do censo renderia um livro inteiro, por isso, a sugestão é que você faça
este treinamento. Aqui, vamos entender um pouco mais sobre cada um dos
módulos. Ao final da explicação, teremos algumas dicas sobre o preenchimento.

Módulo IES
Este módulo reúne dados gerais de sua instituição de ensino. Você
precisará articular com diferentes setores para orientá-los sobre como informar
cada dado, lembrando que os dados serão sempre retroativos, referentes à
situação da IES no dia 31/12 do ano de referência do Censo.

O módulo “IES” coleta as seguintes informações:

 Recursos humanos: quantitativo de funcionários técnico


administrativos de sua IES, separados por gênero e grau de
escolaridade. Note que, segundo manual do Censo, várias funções
não devem ser contabilizadas, como pessoal de serviços gerais,
manutenção, vigilância e segurança, tutores, dentre outros.
Verifique os tipos de cargos que devem ser considerados e alinhe
com os responsáveis de sua IES a forma de contabilizá-los.

 Dados financeiros: é uma espécie de balanço financeiro. Pode se


referir à instituição ou à mantenedora, dependendo do caso. Veja
com o responsável de sua IES a forma mais fácil de contabilizar
estes valores. Lembre-se que algumas categorias exigidas do
Censo diferem do sistema contábil geral, portanto, há de se fazer
algumas “conversões” para atender ao solicitado no Censo.

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Introdução à atuação do Procurador Institucional

 Biblioteca: reúne informações de acervo, empréstimos realizados,


condições de acessibilidade, dentre outros. Tais informações devem
ser prestadas por biblioteca ou por unidade da biblioteca, ou seja,
se a IES possui uma biblioteca central e uma unidade de
atendimento em outro endereço, ambas devem ser informadas no
Censo.

 Informações adicionais da biblioteca: como o nome já diz, são


informações complementares, referentes à biblioteca como um
todo (e não mais por unidade): se possui acervo online, se usa
redes sociais, se usa ferramentas de busca, etc.

 Locais de oferta/infraestrutura: nesta aba, você deve


preencher as informações de cada um dos locais de oferta de sua
instituição. Estes locais são carregados do e-MEC, portanto, não há
como alterar ou excluir. Caso um endereço (local de oferta) não
exista mais em sua IES, avise ao pessoal de suporte do censo. Para
os locais existentes, devem ser preenchidas as informações gerais,
como condições de acessibilidade, tipo de infraestrutura
disponível, computadores disponibilizados para os alunos, etc.

Em nossa opinião, este é o menos complicado dos módulos,


principalmente pelo fato de que os sistemas de informação das instituições de
ensino possibilitarem que estes dados sejam consultados sem muita dificuldade.
Claro que você precisará de auxílio para analisar os dados e verificar sua
consistência, por isso, é fundamental estar bem articulado com os setores
envolvidos.

Algumas dicas:

 Não deixe para solicitar estes dados somente após o início do


Censo. Como são sempre as mesmas informações solicitadas
anualmente, você pode, já no mês de janeiro, solicitar estes dados
aos setores. Assim, ainda que alguns deles tenham dificuldades em

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Introdução à atuação do Procurador Institucional

reunir as informações, você terá tempo hábil para preencher os


dados.

 Crie uma planilha dos dados solicitados e peça que os responsáveis


preencham os dados na planilha. No ano seguinte, envie esta
mesma planilha ao solicitar as informações. Assim, você criará um
histórico do que foi preenchido, ajudando os responsáveis a
identificarem como coletaram as informações e possíveis
inconsistências.

 Pense em liberar um acesso ao sistema do Censo para cada um dos


responsáveis pelos dados. Por exemplo, você pode cadastrar o
bibliotecário de sua IES no sistema, assim, ele mesmo pode
preencher diretamente os dados solicitados, otimizando seu tempo.

 Assim que preencher todos os dados, faça uma verificação de


inconsistências. Não deixe para fazer isso na última hora pois
podem aparecer erros inesperados.

Módulo Curso
Em nossa visão, o módulo “Curso” é o segundo módulo menos complicado
do Censo. Novamente, estamos falando de dados consolidados, portanto, são
informações que já foram geradas e armazenadas pela IES. Infelizmente, cada
um destes dados vai estar em um setor diferente. Cabe ao PI consolidar tudo
isso para alimentar o módulo.

O módulo curso traz a lista de todos os cursos da IES que estão


registrados no e-MEC. Todo final de ano, o INEP realiza uma ‘carga’ do e-MEC
para o Censup. Por isso é fundamental que o PI mantenha o e-MEC sempre
atualizado, afinal, isso refletirá no Censup.

O sistema o Censo apresenta, para cada curso, dados do e-MEC e dados


do Censo. Os dados do e-MEC não são alterados no Censo. Se algo estiver
errado, você deve solicitar alteração junto ao suporte e-MEC e então, após o

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dado ser corrigido, você solicita uma atualização dos dados do curso junto ao
pessoal do Censo. Lembre-se que os dados do Censo são retroativos, portanto,
se um curso de Administração, por exemplo, estiver com 3.200 horas de carga
horária total no e-MEC e no Censup esta carga horária é de 3.000 horas,
verifique primeiro a situação. No ano do Censo (ano de referência) o curso tinha
3.200 ou 3.000 horas? Se a resposta for 3.000, então os dados que estão no
Censup estão corretos e não há porque atualizar no e-MEC, já que 3.200 horas
se refere à carga horária atual do curso, e não a que o curso possuía no ano
anterior.

Na parte específica do curso, é necessário atualizar 4 diferentes situações.


Vamos à elas, mas antes um lembrete: você precisa informar se o curso possuiu
alunos no ano de referência do Censo. O critério não é se o curso foi ofertado ou
não, mas se ele possuiu alunos vinculados. Então, se o curso não foi
ofertado mas teve ao menos 1 aluno vinculado, que estava cursando
dependências para concluir o curso, então você deve preencher as informações
do curso. Dê uma lida no manual do Censo para compreender melhor estas
situações, mas em geral, o curso poderá ter 4 situações:

 Possuiu aluno vinculado

 Não possuiu aluno vinculado, por estar extinto

 Não possuiu aluno vinculado, por ser curso novo

 Não possuiu aluno vinculado, por estar sem demanda

 Não possuiu aluno vinculado, por ser representado por outro código
de curso - isso ocorre para cursos duplicados, onde a IES usa um
código e outro não é mais utilizado.

Vamos ver os dados solicitados para cursos com alunos vinculados, que
geralmente é a maioria dos casos.

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1) Turnos, vagas e inscritos em vestibular.

Nesse quadro, você deve atentar para as vagas ofertadas em processo


seletivo, além de informar o turno, duração do curso e inscritos em
vestibular. Atente para o manual do Censo para compreender a definição
de vagas novas, vagas remanescentes e vagas de programas especiais.
Isso gera confusão e o entendimento do Censo sobre vagas novas pode
ser diferente do que sua IES entende. Por exemplo: se sua IES oferta 100
vagas para o curso de Enfermagem, sendo que sobram 30 vagas, e estas
são ofertadas no segundo semestre, o total de vagas novas oferecidas é
100 e de vagas remanescentes é 0! Isso mesmo, as 30 vagas que sua IES
ofertou no segundo semestre (vagas não ocupadas) não são
consideradas, no Censo, como vagas remanescentes. Por isso, muita
atenção ao que é solicitado, pois certamente você terá que fazer
adaptações e trabalhar dados para preencher ao Censo.

2) Acessibilidade

Refere-se aos recursos de acessibilidade disponíveis no curso, tais como


guia intérprete de Libras, material ampliado, material em braile, etc. Note
que isso é por curso, ou seja, um curso pode ter material em braile (como
um livro da área de Pedagogia) e outro curso, não. Alinhe com os
responsáveis de cada curso de sua IES os materiais que o curso possui.
Isso ajudará ainda a direção da IES a compreender melhor os recursos de
acessibilidade e implantar ações para adquiri-los, de forma a promover a
acessibilidade no curso.

3) Disciplinas semipresenciais

Informar o percentual de disciplinas EaD oferecidas no curso. Um curso


pode ter ofertado disciplinas semipresenciais em vários períodos,
portanto, informe o percentual de carga horária que o curso ofereceu de
EaD durante o ano de referência do Censo. Para isso, basta somar a carga

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horária total das disciplinas EaD e dividir pela carga horária total do curso,
multiplicando o resultado por 100.

Ex.: em 2019 o curso de Biomedicina ofertou 4 disciplinas


semipresenciais, cada uma com 100 horas. Se o curso possui carga
horária total de 4.000, então percentual de disciplinas semipresenciais
será: (4 x 100) / 4.000 x 100 => 10%.

4) Laboratórios

Também é muito importante alinhar com o coordenador do curso ou


gestor responsável quais laboratórios o curso utilizou no ano do Censo.
Os laboratórios são divididos por área, portanto, se um curso de
Enfermagem usa laboratório de informática, você deverá inserir este
laboratório, pesquisando na área específica da lista de laboratórios. Aqui
não tem segredo, é só vincular os laboratórios utilizados pelo curso e
salvar as alterações.

Embora exija atenção, o módulo curso não é tão trabalhoso e complicado.


A não ser que sua IES tenha muitos cursos, aí você pode acabar gastando mais
tempo. E lembre-se que este módulo é essencial para os módulos seguintes:
Alunos e Docentes.

Algumas dicas:

 Converse com o pessoal responsável pelo processo seletivo de sua


IES. Peça que eles compartilhem com você os dados finais de cada
processo seletivo. Acompanhe ainda os editais de vestibular,
transferência externa (vagas remanescentes) e fique a par destes
dados. Assim você consegue agilizar o preenchimento das
informações dos cursos.

 Também mantenha um diálogo aberto com os coordenadores, para


que eles possam lhe ajudar a identificar as disciplinas EAD,
laboratórios, monitorias, estágios e outras atividades oferecidas

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GUIA DO PI
Introdução à atuação do Procurador Institucional

pelo curso. Todas estas informações são utilizadas no Censo,


algumas delas nós veremos mais à frente.

 Monte uma tabela ou documento de texto com as informações


necessárias e encaminhe aos responsáveis logo no início de cada
ano, antes de iniciar o Censo. Assim você ganha tempo, pois
receberá os dados mais cedo e poderá terminar o módulo curso de
forma antecipada.

Módulo Docentes
Os dados relacionados aos docentes da IES são preenchidos no módulo
“Docente”. Em minha opinião, é o módulo mais importante do Censo, pois a
partir dele serão usados dados que farão parte do CPC dos cursos, quando estes
passarem por Enade. Pois isso, é fundamental ter muita atenção ao
preenchimento.

Via de regra, deve-se registrar no Censo todos os docentes que


lecionaram na IES por mais de 60 dias, no ano de referência do Censo. Cada
docente deve ser vinculado a no mínimo 1 curso, e cada curso com alunos
vinculados deve ter minimamente 1 docente vinculado.

O processo de preenchimento é simples, podendo ser feito manualmente


ou por migração de dados, conforme você pode conferir no manual do Censo.
Mas antes de informar os docentes no Censo, é fundamental que você,
juntamente com a direção e coordenação de cursos verifiquem a lista de
docentes de cada curso. Isso para que a informação seja a mais correta possível
e não haja falhas que possam prejudicar os indicadores do curso.

Sobre estes indicadores, são extraídos deste módulo: o percentual de


doutores e mestres que cada curso possui, bem como, o percentual de
professores com regime de trabalho de tempo integral e/ou parcial em cada
curso. Por isso é fundamental realizar uma análise mais global: não raro, um
professor possui uma carga horária baixa em um curso e várias horas de
dedicação em outro. Logo, este professor deve ser informado com regime de

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Introdução à atuação do Procurador Institucional

trabalho de tempo parcial (no mínimo), e isso se aplica a ambos os cursos -


mesmo aquele em que o docente leciona apenas uma disciplina, por exemplo.
Também é importante estar atento à titulação dos professores, solicitando que
sempre mantenham seus currículos Lattes atualizado, apresentando na IES as
devidas comprovações.

Não é nosso objetivo explicar “como” realizar o preenchimento deste


módulo, passo a passo. Para isso, o manual do Censo e os vídeos disponibilizados
pelo Inep são suficientes. De forma breve, você deve cadastrar o professor no
Censup, informar seus dados de vínculo à IES (titulação, regime de trabalho, se
é substituto, ou não, etc.) e então vincular os cursos em que o docente lecionou
no ano de referência. Embora seja simples, cabe colocarmos algumas dicas
importantes.

Algumas dicas:

 Considere sempre a carga horária total do docente na IES. Se ele


é ‘horista’ em um curso mas possui horas dedicadas à coordenação
ou mais aulas em outros cursos, considere toda a carga horária do
mesmo. Se a soma for mais de 12 horas, considere-o como
“Parcial”. Acima de 40 horas, “Tempo integral”. Isso ajudará os
indicadores de todos os cursos em que o docente lecionar.

 Atenção as atividades em que o docente pode realizar na IES:


gestão, planejamento e avaliação, pesquisa, etc. Isso deve ser
informado no Censo.

 Após fazer os lançamentos, gere um relatório de “Docentes por


curso” e compare os resultados com os do censo anterior. Em cada
curso, houve aumento no número de docentes? O percentual de
titulação de Mestres e Doutores se manteve? E o regime de
trabalho? Compare estes dados com o último Enade e veja a
evolução do curso.

 Atenção aos centros universitários e universidades!! Estas


IES devem ter um percentual mínimo de docentes com stricto
sensu (Mestrado e Doutorado) e docentes contratados em tempo

113
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Introdução à atuação do Procurador Institucional

integral. JAMAIS feche o sistema sem que estes dados estejam


conferidos e os percentuais estejam dentro do estabelecido,
conforme quadro a seguir:

Quadro 4: Requisitos de corpo docente para centros universitários e universidades

Tipo de IES Percentual de professores com Percentual de professores em


stricto sensu regime de tempo integral

Centro Universitário ⅓ (33,33%) ⅕ (20,00%)

Universidade ⅓ (33,33%) ⅓ (33,33%)

Fonte: Os autores (2020)

 Não há ordem correta para informar os docentes ou alunos no


Censo, você pode cadastrar um ou outro primeiro. Mas jamais faça
a verificação de inconsistência dos ALUNOS sem antes vincular os
docentes a cada um dos cursos. Se fizer isso, você perderá o
vínculo de todos os alunos e docentes e terá que fazer os
lançamentos novamente.

Módulo Alunos
Pois bem, chegamos ao módulo mais trabalhoso do Censo. Se os alunos
tivessem uma vida acadêmica linear, seria ótimo. Mas alunos trancam a
matrícula, desistem e voltam, cancelam, mudam de curso… e tudo isso influencia
os dados a serem prestados. E assim como para os docentes, o quantitativo de
alunos é usado para cálculo dos indicadores Enade (IGC).

De forma geral, informam-se todos os alunos que tiveram vínculo com a


IES no ano de referência do Censo, informando seus dados pessoais, curso
vinculado, atividades extra-curriculares (estágio, pesquisa, etc.) e bolsas e
financiamentos. Como tudo isso é muito bem explicado no manual do Censo,

114
GUIA DO PI
Introdução à atuação do Procurador Institucional

vou passar direto às dicas, que de fato é o que ajudará você a sobreviver a esta
parte.

Algumas dicas:

 DATA DE INGRESSO DO ALUNO NO CURSO: deve ser


considerado o semestre em que o aluno iniciou as aulas. A maioria
dos sistemas acadêmicos consideram a data de matrícula como
data de início. Muita atenção a esse dado, e se for o caso, alinhe
isso com sua TI e registro acadêmico. Se o aluno fez matrícula em
dezembro de 2019 para iniciar os estudos em 2020, sua data de
ingresso é 2020/1.

 Se você alterar a data de ingresso de um aluno que já foi informado


em Censo anterior, isso causará uma inconsistência que precisará
ser justificada. O mesmo vale para a forma de ingresso. Portanto,
busque sempre o que foi informado no Censo anterior, para evitar
inconsistências. O que sempre faço (Sidney) é gerar um relatório
geral dos alunos do Censo anterior e comparar estes dados com
aquilo que o sistema acadêmico informa.

 No Censo, não há como ‘sumir’ com alunos. Se no Censo anterior


o aluno foi informado como “Cursando” ou “Matrícula Trancada”, e
no ano seguinte ele não cursou nada, você não pode simplesmente
excluí-lo. Deve informar no Censo atual que ele se desvinculou da
IES. Portanto, no Censo, o aluno deve ser informado todo ano, até
que conclua o curso ou se desligue da IES.

 Atenção à informação de carga horária cursada pelo aluno.


Em muitos casos os alunos acabam tendo uma carga horária
cursada muito maior do que o mínimo, principalmente se o aluno
realizou muitas atividades complementares ou estágio
extracurricular. Alinhe com seu registro acadêmico como estas
informações devem ser apresentadas.

 Sempre que possível, faça a análise e verificação dos dados de


alunos antes de atualizar no Censo. Isso evita a ‘poluição’ do

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GUIA DO PI
Introdução à atuação do Procurador Institucional

sistema e o posterior retrabalho depois, de ter que excluir alunos


que não precisam ser informados (pois não efetivaram a matrícula
inicial, por exemplo). Essa análise pode ser feita em planilhas,
filtrando dados e comparando-os com os relatórios do Censo
anterior ou mesmo algum relatório complementar da IES, como
alunos cursando ou matrículas canceladas, por exemplo.

 Verifique no manual do censo as formas de ingresso possíveis,


alinhando com sua IES as formas de ingresso que são utilizadas.

 Cuidado com os alunos ‘perdidos no limbo’, ou seja, aqueles que


param o curso, voltam, não efetivaram a matrícula, etc. Lembre-se
que cada aluno é mais um denominador na hora de calcular o IGC
de sua IES. Portanto, não vá informar no Censo alunos que sequer
iniciaram as aulas ou que desistiram logo no início. Verifique bem
os casos para evitar informar alunos demais, nem de menos.

Módulo Fechamento e Inconsistências - também conhecidas como “ih,


deu ruim”

Concluídos todos os módulos, é hora de fechar o sistema. É agora que


você finaliza todo o serviço e o bicho pega de vez. Sempre sugiro deixar no
mínimo 7 dias úteis para essa etapa (o tempo pode variar de acordo com o
tamanho de sua IES).

Você deve realizar a verificação de inconsistências em cada um dos


módulos do Censo para só então passar ao fechamento. Nessa fase, o Censup
fará análises e cruzamentos de dados que até Deus duvida. E serão gerados
relatórios de todos tipos. Então, ao se deparar com estes ‘abençoados’ relatórios,
respire fundo, reforce o café e verifique cada um deles, realizando as correções
ou justificando as inconsistências ao INEP. A seguir, relacionamos aquelas mais
comuns de acontecerem:

116
GUIA DO PI
Introdução à atuação do Procurador Institucional

 Professores que tiveram sua titulação diminuída: imagine que


no Censo 2018 o professor João foi informado como possuindo
titulação de “Mestre”, e no Censo 2019 é informado como
“Especialista”. Bom, considerando que não há rebaixamento de
titulação, ou você informou errado em 2018, ou no Censo de
2019.Alunos com carga horária cursada maior que a carga
horária total do curso, sem estarem com o vínculo de
“Formado”. Acontece quando a IES registra as atividades
complementares (AC) no currículo do aluno, para além do limite
estabelecido, por exemplo. Se o aluno cumpriu 400 horas de AC
sendo que o estabelecido eram 100 horas, ele poderá ser informado
com 300 horas a mais, o que leva a uma inconsistência no Censo.

 Alunos que mudaram a forma ou data de ingresso de um


Censo anterior para o atual, mantendo o curso. Certamente é
um erro que precisa ser corrigido.

 Quantidade de alunos ingressantes maior que o número de


vagas do curso. Se um curso possui 50 vagas, teoricamente, ele
deve possuir no máximo 50 ingressantes (mais os alunos de
Prouni). Uma inconsistência comum é um curso possuir mais

 ingressantes, talvez, por um erro no vínculo, informando alunos


que não efetivaram a matrícula.

 Alunos vinculados a diferentes cursos no mesmo turno. Pois


é, o aluno é informado como cursando Administração - noturno e
Enfermagem - noturno, seja na sua própria IES ou em IES
diferentes. Claramente, algo de errado não está certo.

 Alunos informados com tipo de ingresso “Vagas


remanescentes” sendo que no módulo curso, não foram
informadas vagas remanescentes nos dados do curso.

 Alunos que diminuíram a carga horária cursada de um ano


para outro. Isso pode acontecer quando o aluno muda seu
currículo na IES, sobretudo quando é um aluno que estava afastado

117
GUIA DO PI
Introdução à atuação do Procurador Institucional

e retorna ao curso. Atenção também para não diminuir a carga


horária já cursada pelo aluno.

Nossa dica final é: sempre dedique mais tempo para este módulo. É o
mais demorado, mais trabalhoso e o que sempre gera inconsistências. Nunca o
deixe para a última semana do Censo.

DICAS PARA NÃO SE PERDER NO PRAZO


O Censo tem duração média de 2 meses. Por maior que seja sua IES e
por menos gente que lhe ajude, é possível entregar o Censo preenchido dentro
do prazo. Para isso, eis umas dicas finais:

 Assim que iniciar o ano, solicite aos setores os dados que você
usará: financeiro da IES, dados de RH, inscritos e vagas em
vestibular, monitoria e iniciação científica, relação de docentes, etc.
Como são dados passados, muitos setores já possuem isso
consolidado nas primeiras semanas de janeiro. Adiante seu lado e
já colete estas informações de forma antecipada. Se eles não
possuírem tais dados, é hora de você vestir sua capa de PI herói e
alinhar com eles a necessidade de terem estes dados prontos no
início do ano, para prestação de contas ao MEC.

 Dedique no mínimo 50% de sua jornada diária de trabalho para


preencher o Censo.

 Ao solicitar dados de outros setores de sua IES, estabeleça prazo


para que lhe devolvam as informações. Não se esqueça: você é
o PI! Se você tem prazo, então toda a sua instituição tem
prazo!

 Solicite alguém de sua IES para lhe ajudar durante o Censo. Se


possível, alguém que entenda de registro acadêmico, para lhe
ajudar nas inconsistências.

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Introdução à atuação do Procurador Institucional

 Crie um cronograma, que você pode gerenciar no Excel, Trello,


Gantter ou qualquer aplicativo de gerenciamento de projetos e
tarefas. Veja um exemplo:
Quadro 5: Sugestão de cronograma para preenchimento do Censo

DURAÇÃO
ATIVIDADE INÍCIO DATA FINAL
(dias)

Levantamento de Dados e Ajustes Iniciais 20/1/2020 25 14/2/2020

Dados das bibliotecas 20/1/2020 10 30/1/2020

Dados de Recursos Humanos 20/1/2020 20 9/2/2020

Dados financeiros 20/1/2020 40 29/2/2020

Editais de vestibular 20/1/2020 20 9/2/2020

Inscritos em vestibular: 2019/1 e 2019/2 20/1/2020 10 30/1/2020

Edital vagas remanescentes 20/1/2020 10 30/1/2020

Disciplinas e docentes EAD 20/1/2020 2 22/1/2020

Monitorias 20/1/2020 15 4/2/2020

Estágio 20/1/2020 10 30/1/2020

Iniciação Científica 20/1/2020 30 19/2/2020

Internacionalização 20/1/2020 15 4/2/2020

Docentes dos cursos 20/1/2020 20 9/2/2020

Laboratórios dos cursos 27/1/2020 30 26/2/2020

Lançamento de Dados no Censup 23/1/2020 40 3/3/2020

RH 10/2/2020 1 11/2/2020

Financeiro 2/3/2020 1 3/3/2020

Biblioteca 3/2/2020 1 4/2/2020

Cursos 3/2/2020 1 4/2/2020

Docentes 20/2/2020 2 22/2/2020

Alunos 31/03/2020 4 04/04/2020

Verificação de inconsistências 09/04/2020 13 22/04/2020

Conferências indicadores 20/04/2020 2 22/04/2020

Número de vagas x ingressantes 20/04/2020 1 21/04/2020

Indicadores docentes 20/04/2020 1 21/04/2020

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DURAÇÃO
ATIVIDADE INÍCIO DATA FINAL
(dias)

Fechamento dos módulos 22/04/2020 2 24/04/2020

Fonte: Os autores (2020)

 Essa é só uma sugestão, elabore seu cronograma de acordo com


sua jornada de trabalho e considerando ainda o tempo que os
setores levam para lhe devolver as informações. Trabalhe sempre
com uma margem de segurança de alguns dias. E lembre-se:
enquanto você preenche o Censo, todas as demais atividades de
MEC estarão ocorrendo de forma concomitante: visita in loco,
preenchimento de formulários, reuniões… leve tudo isso em
consideração ao montar seu cronograma.

 JAMAIS considere que o Censo possa ser prorrogado, mesmo que


ao longo do período haja constantes falhas do sistema. Embora a
prorrogação possa acontecer, você não deve contar com isso.

 Trabalhe com no mínimo 7 dias de antecedência do prazo final do


Censo. Ou seja, tente fechar todo o sistema com uma semana de
antecedência. Se não for possível, tente fechar no máximo 3 dias
antes. Nunca deixe para fechar o sistema no último dia. Ah, eu sei!
O cronograma de exemplo está como data final o último dia do
Censo 2020. Mas este é apenas um esboço inicial que fizemos.
Como as datas estavam apertadas, mudamos alguns prazos e
criamos um segundo cronograma em que o fechamento é feito
antes do prazo final. Fica o desafio! Tente refazer este cronograma
para que o fechamento do censo ocorra no dia 17/04/2020.

 Existem vários sistemas de registro e gestão acadêmica. Não


vamos citar nomes, mas, a maioria deles, não é preparada para o
Censo. Portanto, cabe ao PI fazer um filtro entre a ‘poluição’ que
sai do sistema e o ‘ar limpo’ que vai para o Censo. Faz parte de seu

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GUIA DO PI
Introdução à atuação do Procurador Institucional

trabalho e é sua responsabilidade contribuir para a qualidade dos


dados prestado no Censo da Educação Superior.

O Censo da Educação Superior é uma das tarefas mais importantes e


trabalhosas do PI. Além de ser uma obrigação para as instituições de ensino, o
Censo fornece subsídios para cálculo de indicadores de qualidade das instituições
de ensino. Portanto, devemos tratar o Censo não apenas como uma obrigação,
mas como um processo vital para a estratégia da IES, já que ele pode contribuir
para que a IES consiga melhores resultados, principalmente no Enade.

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6. ENADE
O desafio da participação discente no processo avaliativo

Pensar em educação e como ela está inserida na sociedade é percorrer


um caminho cheio de obstáculos e mudanças constantes, uma vez que, ela está
inserida em uma sociedade que vive em constate transformação, capaz de
construir e se reconstruir a cada dia. A avaliação institucional é um dos temas
mais abordados nas últimas décadas. Talvez seu destaque tenha tomado forma
no início dos anos 90, mais exatamente em 1993, pela criação do Programa de
Avaliação Institucional das Universidades Brasileiras – PAIUB. Tratava-se de um
projeto de avaliação interna e externa que pretendia direcionar as Universidades
Brasileiras a uma nova estrutura educacional. O objetivo do PAIUB era alcançar
uma evolução contínua para o aperfeiçoamento acadêmico com prestações de
contas à sociedade, constituindo-se assim, uma ferramenta para o planejamento
de gestão e de desenvolvimento da educação superior.

Em 1995 foi criado o Exame Nacional de Cursos, mais conhecido como


Provão, por meio da Lei nº 9.131 de 24 de novembro de 1995, e regulamentado
pela Portaria nº 249 de 18 de março de 1996. O Provão tinha por objetivo a
avaliação dos conhecimentos e competências técnicas adquiridos pelos alunos
durante o período escolar (Portaria nº 249/96). A prova era obrigatória e
aplicada anualmente a todos os alunos concluintes vinculados a algum curso de
graduação. A maior parte do exame era composta por questões de múltipla
escolha (40 questões), sendo uma pequena parte de questões dissertativas (2
questões). O exame atribuía conceitos individuais de A a E, sendo o conceito “A”
considerado o melhor e o conceito “E” o pior. O comparecimento ao exame era
obrigatório, a ausência era um item impeditivo para a retirada do diploma,
porém não era obrigatório ao aluno obter um bom conceito. Em sua primeira
edição, participaram os Cursos de Administração, Direito e Engenharia Civil.
Posteriormente, a cada ano eram adicionados novos cursos chegando, em seu

122
GUIA DO PI
Introdução à atuação do Procurador Institucional

último ano de vigência, abranger 26 áreas de conhecimento (Administração,


Agronomia, Arquitetura e Urbanismo, Biologia, Ciências Contábeis, Direito,
Economia, Enfermagem, Engenharia Civil, Engenharia Elétrica, Engenharia
Mecânica, Engenharia Química, Farmácia, Física, Fonoaudiologia, Geografia,
História, Jornalismo, Letras, Matemática, Medicina, Medicina Veterinária,
Odontologia, Pedagogia, Psicologia e Química). O exame foi aplicado no período
de 1996 a 2002, porém, a compilação dos resultados dos alunos nunca gerou
nenhum tipo de punição ou restrição ao funcionamento das Instituições que
obtiveram conceitos D ou E por mais de 3 anos consecutivos.

Em 1996 foi publicada a nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação


Nacional – LDB, nº 9394/96, posteriormente atualizada em 2009, e que de
acordo com o Artigo 9º a União deve:

VI - assegurar processo nacional de avaliação do rendimento escolar no


ensino fundamental, médio e superior, em colaboração com os sistemas
de ensino, objetivando a definição de prioridades e a melhoria da
qualidade do ensino;
VII - baixar normas gerais sobre cursos de graduação e pós-graduação;
VIII - assegurar processo nacional de avaliação das instituições de
educação superior, com a cooperação dos sistemas que tiverem
responsabilidade sobre este nível de ensino;

Diante desse novo cenário da educação brasileira, fez-se necessário


reavaliar e implementar um novo processo de avaliação da educação superior.

Em 2004, através da Lei 10.861 de 14 de abril de 2004, foi criado o


Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior – SINAES. De acordo com
o documento:

Art. 1º Fica instituído o Sistema Nacional de Avaliação da Educação


Superior - SINAES, com o objetivo de assegurar processo nacional de
avaliação das instituições de educação superior, dos cursos de
graduação e do desempenho acadêmico de seus estudantes, nos
termos do art 9º , VI, VIII e IX, da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de
1996.

123
GUIA DO PI
Introdução à atuação do Procurador Institucional

O novo modelo de avaliação do SINAES surgiu como uma resposta as


duras críticas ao Provão, sendo considerado um processo mais amplo e
estruturando a avaliação do curso em três pilares principais: avaliação
institucional, o desempenho dos cursos, e o desempenhos dos estudantes. Para
abordar os aspectos que envolvem os três pilares: ensino, pesquisa e extensão,
o SINAES dispões dos instrumentos avaliativos de autoavaliação, a avaliação in
loco dos cursos de graduação, o Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes
(Enade) e o Censo.

O QUE É?
O Exame Nacional de Desempenho de Estudantes – ENADE, integra o
Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior – SINAES, e tem como
objetivo aferir o desempenho dos estudantes em relação aos conteúdos
programáticos previstos nas diretrizes curriculares do respectivo curso de
graduação. (Lei 10.861, art. 5º, § 1).

De acordo com a legislação vigente, a periodicidade máxima para


aplicação do ENADE será trienal, sendo responsabilidade das IES a inscrição dos
alunos habilitados ao exame. A não inscrição dos alunos, no período determinado
pelo INEP, acarretará aplicações de sanções à IES. É um dos componentes
curriculares obrigatórios para a conclusão do curso de graduação e a
regularidade junto ao exame, atestada pelo INEP, deverá constar no histórico
escolar do aluno.

Ah, se é exame do estudante então a instituição não precisa se preocupar


com o assunto? Na verdade, é um indicador de qualidade do ensino da
instituição, embora não reflita exatamente isso: a prova elaborada trienalmente
deveria seguir exclusivamente os conteúdos e competências das Diretrizes
Curriculares Nacionais para o curso, mas é personalizada a cada ciclo de acordo
com o perfil da comissão assessora nomeada.

As áreas de cada ciclo foram redefinidas em 2017 e mantidas na Portaria


840/2018:

124
GUIA DO PI
Introdução à atuação do Procurador Institucional

I - Ciclo I:
a) Cursos de bacharelado nas áreas de conhecimento de Ciências
Agrárias, Ciências da Saúde, Engenharias e áreas afins;
b) Cursos de bacharelado em Arquitetura e Urbanismo; e
c) Cursos Superiores de Tecnologia nas áreas de Ambiente e Saúde,
Produção Alimentícia, Recursos Naturais, Militar e Segurança.
II - Ciclo II:
a) Cursos de bacharelado nas áreas de conhecimento de Ciências
Biológicas; Ciências Exatas e da Terra; Linguística, Letras e Artes; e
áreas afins;
b) Cursos de bacharelado nas áreas de conhecimento de Ciências
Humanas e áreas afins, com cursos avaliados no âmbito das
licenciaturas;
c) Cursos de licenciatura nas áreas de conhecimento de Ciências da
Saúde; Ciências Humanas; Ciências Biológicas; Ciências Exatas e da
Terra; Linguística, Letras e Artes; e
d) Cursos Superiores de Tecnologia nas áreas de Controle e Processos
Industriais, Informação e Comunicação, Infraestrutura e Produção
Industrial.
III - Ciclo III:
a) Cursos de bacharelado nas áreas de conhecimento de Ciências
Sociais Aplicadas, Ciências Humanas e áreas afins; e
b) Cursos Superiores de Tecnologia nas áreas de Gestão e Negócios,
Apoio Escolar, Hospitalidade e Lazer, Produção Cultural e Design.

A CONAES define os cursos que farão ENADE no ciclo seguinte com base
no número de cursos e estudantes da área. Além da Portaria 840/2018, seguem
as áreas definidas pelo Manual de Classificação dos Cursos de Graduação e
Sequenciais – CINE Brasil.

O INEP então seleciona os membros que farão parte da comissão


assessora daquela área, sendo coordenadores de curso com “representatividade
regional” e “representatividade na categoria administrativa”. Essa
representatividade tem sido expressa pelo desempenho do curso no ENADE do
ciclo anterior na região e categoria administrativa (o melhor ENADE do Sudeste
entre IES privadas, por exemplo).

A comissão assessora define os recursos e perfil desejado para a prova e


faz as “encomendas” de questões combinando ambos. Estes elementos são
publicados em portarias divulgadas mais ou menos na metade do ano. O papel
destes membros, obviamente, é fazer com que a prova reflita as diretrizes
curriculares nacionais, mas sabemos que cada coordenador interpreta a DCN de

125
GUIA DO PI
Introdução à atuação do Procurador Institucional

forma diferente e aí começa a especificidade da prova para cada ciclo. Uma dica
para saber o que tem de novidade na prova é observar o currículo dos membros
das comissões assessoras e conhecer o curso que atuam.

As encomendas vão então para o Banco Nacional de Itens (BNI), do qual


fazem parte docentes do Brasil inteiro para apresentarem questões. A comissão
assessora analisa as questões e seleciona aquelas que atendem ao formato do
exame e refletem os conteúdos e recursos estabelecidos pela comissão.

Na correção da prova o INEP classifica as questões de forma


discriminatória por grau de dificuldade: basicamente, questões que todo mundo
acerta ou erra são desconsideradas do cálculo do ENADE, questões que muitos
acertam valem pouco, questões que poucos acertam valem mais. Então somente
pela quantidade de questões com acerto, ou ainda, pelo percentual de acerto
enviado como insumo para conferência do PI no ano seguinte, não é possível
saber qual a nota bruta obtida.

Pela combinação de peso das questões é formada a nota bruta do aluno e


do curso, que varia em uma escala de 0 a 100. Esta, por sua vez, tem pouco
significado isoladamente, pois ainda é padronizada por uma fórmula de
afastamento padronizado.

De forma simples, nota padronizada verifica quão distante a nota daquele


curso se afasta da média, como se fosse uma curva de distribuição de frequência
em escala de 0 a 5. A nota bruta afastada mais alta recebe conceito padronizado
5 e a nota bruta afastada mais baixa recebe conceito padronizado 0. As demais
vão se distribuindo ao longo da curva.

Ocorre que este padrão varia ano a ano: em 2016 a nota bruta média do
curso de Medicina aumentou 25%, isto é, mesmo com nota bruta mais alta do
que o ciclo anterior (2013), a nota padronizada de alguns cursos caiu.

A nota padronizada de cada curso é contínua, isto é, valores com pelo


menos 3 casas decimais. Porém, há uma conversão em conceito faixa a partir
dos parâmetros a seguir:

126
GUIA DO PI
Introdução à atuação do Procurador Institucional

Quadro 6: Parâmetros de conversão do NCc em Conceito Enade

Faixa Valor Contínuo

1 0 ≤ NC < 0,945

2 0,945 ≤ NC < 1,945

3 1,945 ≤ NC < 2,945

4 2,945 ≤ NC < 3,945

5 3,945 ≤ NC ≤ 5

Fonte: INEP/DAES

Disponível em:
http://download.inep.gov.br/educacao_superior/enade/notas_tecnicas/2017/nota_tecnica_n16_2018_calculo_conceito-
enade.pdf

O relatório de desempenho de cada curso é disponibilizado


individualmente na área de relatórios do INEP, bem como o geral da instituição:
http://enadeies.inep.gov.br/enadeIes/enadeResultado/

Recomendamos a leitura e análise cuidadosa do relatório de seu curso


como forma de se preparar para o próximo ENADE.

QUAIS OS IMPACTOS?
A partir do resultado do ENADE, são (ou pelo menos eram) calculados os
indicadores de qualidade do ensino superior por curso e instituição.

O Conceito Preliminar de Curso (CPC) é composto pelos seguintes sub-


indicadores:

127
GUIA DO PI
Introdução à atuação do Procurador Institucional

Quadro 7: Composição do CPC

DIMENSÃO ITEM PESO


Desempenho dos Nota dos concluintes do ENADE (NC) 20%
Estudantes

Valor agregado pelo Nota do Indicador de Diferença entre os Desempenhos Observado e 35%
processo formativo Esperado (NIDD)
oferecido pelo curso

Percepção Discente Nota referente à organização didático-pedagógica (NO) 7,5%


sobre as Condições do Nota referente à infraestrutura e Instalações Físicas (NF) 5%
Processo Formativo
Nota referente às oportunidades de ampliação da formação 2,5%
acadêmica e profissional (NA)

Corpo Docente Nota de Proporção de Mestres (NM) 7,5%

Nota de Proporção de Doutores (ND) 15%

Nota de Regime de Trabalho (NR) 7,5%

Fonte: INEP

http://download.inep.gov.br/educacao_superior/enade/notas_tecnicas/2018/nt_56-2019_CPC-2018.pdf

Simplificadamente, o IDD é a diferença entre o desempenho dos


concluintes no ENADE e seu desempenho no ENEM, cuja estimativa é feita com
base em análises de regressão e em um modelo definido na nota técnica:
http://download.inep.gov.br/educacao_superior/enade/notas_tecnicas/2018/nt
_45-2019_idd_2018.pdf. Esta nota deveria ser suficiente para se chegar ao
indicador, mas desconhecemos quem tenha conseguido. Os demais indicadores
foram replicados com sucesso por diversas pessoas (inclusive eu, Leide), mas o
IDD é um mistério.

A percepção discente sobre as condições do processo formativo é obtida


a partir do questionário do estudante, especificamente as questões 27 a 68. Daí
a importância de sensibilizar bem os discentes para que avaliem a instituição
com responsabilidade. Sugerimos, inclusive, que sejam feitos esclarecimentos
aos alunos sobre o que significam as questões, pois algumas usam expressões
pedagógicas que podem ser desconhecidas por eles. As questões têm pontuação

128
GUIA DO PI
Introdução à atuação do Procurador Institucional

de 1 a 6, que resulta em nota bruta também nessa escala, convertidas em nota


padronizada de 0 a 5, assim como o ENADE.

Em relação ao corpo docente, consiste no resultado dos docentes que


atuaram no curso no ano do ENADE, por pelo menos 60 dias. Esta informação é
extraída do preenchimento do Censo no ano seguinte ao ENADE (até abril),
então aí está o cuidado e responsabilidade desta atividade. O que significa cada
um dos itens?

 Nota de Proporção de Mestres (NM): é o percentual de docentes


com titulação mínima de mestrado, isto é, mestres e doutores.

 Nota de Proporção de Doutores (ND): percentual de docentes com


titulação de doutorado.

 Nota de Regime de Trabalho (NR): percentual de docentes


contratados em regime de trabalho de tempo integral e parcial.
Muitas pessoas acreditam que somente tempo integral contabilize,
mas na prática se o curso tiver 100% de docentes em tempo parcial
(não pode, pois pelo critério de NDE tem que ter pelo menos 1 em
tempo integral) obtém uma nota maior do que se tiver 95% em
tempo integral e 5% horista.

Com base em todos os CPCs da instituição no triênio, calcula-se o Índice


Geral de Cursos (IGC). É uma média ponderada do CPC pelo número de alunos
matriculados no curso no ano do CPC, além de Conceito Capes para mestrados
e doutorados pelo número de alunos matriculados nesses cursos. Há outra nota
técnica (lógico) para calcular o IGC, pois o peso de matrículas em graduação,
mestrado e doutorado são diferentes:

http://download.inep.gov.br/educacao_superior/enade/notas_tecnicas/2
018/nt_37-2019_IGC-2018.pdf

129
GUIA DO PI
Introdução à atuação do Procurador Institucional

E O PI NISSO TUDO?
O papel do PI, em primeiro lugar, é conhecer todo o processo ENADE e os
indicadores de qualidade do ensino superior. Não necessariamente saber
calcular, mas entender o significado de seus resultados e como utilizá-los para
melhorar a qualidade dos cursos e da instituição.

Especificamente em relação ao ENADE, o papel é assegurar que a IES não


apresente irregularidades. Estudar e acompanhar a legislação vigente são ações
abordadas constantemente em nosso guia. É necessário estarmos atentos à
divulgação das portarias com diretrizes dos cursos que dispõem sobre o
componente específico e formação geral, bem como as normativas do Enade.

O PI e os Coordenadores dos Cursos deverão analisar quais os cursos se


enquadram no ciclo avaliativo do Exame, e quais os alunos serão considerados
habilitados ao exame. A regularidade do estudante será atestada pele
comparecimento no Exame, bem como, o preenchimento do questionário do
estudante.

Na legislação, o papel do PI é somente enquadrar os cursos. Mas na


prática acompanhamos todo o processo, ou fazemos praticamente tudo. Por
isso, vamos detalhar as atividades relacionadas ao ENADE que o PI executa ou
acompanha.

Enquadramento dos cursos


O enquadramento dos Cursos é processo pelo qual o PI e os gestores da
IES identificam a área de conhecimento que será avaliada pelo Enade. O correto
enquadramento é extremamente importante pois define a área de conhecimento
por meio da qual os alunos serão avaliados. O enquadramento dos Cursos é de
responsabilidade do Procurador Institucional assim como o acompanhamento do
processo de inscrição dos alunos habilitados. É fundamental que o PI se
certifique, junto aos coordenadores de Cursos e a equipe de gestão da IES, das

130
GUIA DO PI
Introdução à atuação do Procurador Institucional

informações necessárias para atualizar os dados institucionais no sistema e-


MEC, pois é sua responsabilidade mantê-las atualizadas no sistema.

Inscrição dos alunos habilitados ao exame


As inscrições podem ser realizadas através de arquivo em lote ou a
inclusão individual de cada aluno. Para a inscrição em lote o arquivo deverá ser
enviado no formato TXT e compactado via ZIP. O arquivo deverá seguir
rigorosamente a estrutura de arquivo de dados (layouts). Após o envio, a IES
deverá acompanhar seu andamento no sistema Enade.

A inscrição é realizada pelo perfil do coordenador de curso, e também


pode ser manual (aluno a aluno).

Os alunos, mesmo que tenham participado de edições anteriores do


ENADE, deverão ser inscritos se estiverem na condição de alunos habilitados ao
exame. Os alunos dos cursos avaliados que colarem grau até o último dia do
período de retificação de inscrições serão considerados alunos não habilitados
ao exame, estando em situação regular.

Mesmo que a IES possua cursos sem alunos habilitados ao exame o


enquadramento do Curso é obrigatório à área de avaliação do Enade.

Ingressantes
Conforme a legislação vigente, são considerados alunos ingressantes
habilitados aqueles que tenham iniciado o curso no ano do exame, estejam
devidamente vinculados à IES e tenham de 0 a 25% da carga horária mínima
do currículo do curso integralizada até o último dia do período de retificação de
inscrições.

Para a inscrição individual dos alunos ingressantes é necessário compilar


as seguintes informações:

 CPF do aluno;

 Ano de conclusão do Ensino Médio;

131
GUIA DO PI
Introdução à atuação do Procurador Institucional

 Turno do Curso de Graduação;

 Ingresso no Curso de Graduação; e

 Percentual de integralização do Curso de Graduação.

Concluintes
Conforme a legislação vigente, são considerados concluintes dos Cursos
de Bacharelado aqueles que tenham integralizado 80% ou mais da carga horária
mínima do currículo do curso e não tenham colado grau até o último dia do
período de retificação de inscrições do Enade, ou aqueles com previsão de
integralização de 100% da carga horária do curso até julho do ano posterior ao
exame.

São considerados concluintes dos Cursos Superiores de Tecnologia


aqueles que tenham integralizado 75% ou mais da carga horária mínima do
currículo do curso e não tenham colado grau até o último dia do período de
retificação de inscrições do Enade, ou aqueles com previsão de integralização de
100% (cem por cento) da carga horária do curso até dezembro do ano corrente
do exame.

Para a inscrição individual dos alunos concluintes é necessário compilar as


seguintes informações:

 CPF do aluno;
 Ano de conclusão do Ensino Médio;
 Turno do Curso de Graduação;
 Ingresso no Curso de Graduação;
 Percentual de integralização do Curso de Graduação; e
 Previsão de conclusão do Curso de Graduação.

É de responsabilidade da IES informar todos os alunos habilitados ao


Exame, bem como, orientá-los de suas obrigações no sistema Enade.

132
GUIA DO PI
Introdução à atuação do Procurador Institucional

Questionário do estudante
O Questionário do Estudante tem por objetivo de colher informações sobre
o perfil socioeconômico do aluno. O preenchimento do questionário é obrigatório,
deverá ser realizado exclusivamente no sistema Enade e deve ser concluído por
todos os alunos concluintes habilitados e inscritos no exame. O sistema só
permite que o aluno visualize o local de prova após o preenchimento completo
do Questionário do Estudante.

A IES poderá acompanhar a situação do preenchimento do questionário


através do Sistema Enade, seja pelo perfil do coordenador quanto do PI. Em
função da relevância dos dados obtidos no Questionário do Estudante, é
importante que as IES desenvolvam ações de conscientização e orientação aos
concluintes, para que os alunos possam manifestar sua visão e sua experiência
no que se refere a sua formação acadêmica e sobre a IES em que estão
vinculados.

O aluno que comparecer a Prova e não preencher o questionário não terá


sua situação regularizada junto ao Enade, estando assim, impossibilitado de
colar grau. A sua regularização será realizada através dos órgãos competentes
do INEP.

Locais de prova
O aluno concluinte habilitado e inscrito pela IES, vinculado a curso
oferecido na modalidade presencial, realizará a prova no município de
funcionamento do curso. O aluno concluinte habilitado e inscrito pela IES,
vinculado a curso oferecido na modalidade EaD, realizará a prova no município
do polo de apoio presencial a que esteja vinculado, que será indicado pelo
Coordenador de Curso no processo de inscrição ou de sua retificação.

133
GUIA DO PI
Introdução à atuação do Procurador Institucional

A IES poderá consultar os locais de prova através do sistema Enade por


meio de Relatório/Locais de Prova, tanto pelo perfil do coordenador quanto do
PI.

Questionário do coordenador do curso


Os Coordenadores dos cursos avaliados no Enade deverão responder ao
Questionário do Coordenador do Curso no período determinado no cronograma
no INEP. O questionário tem o objetivo de reunir informações que permitam
caracterizar o perfil dos gestores e dos egressos dos Cursos. É importante que
o PI auxilie os Coordenadores de curso no preenchimento e cumprimento dos
prazos. O PI consegue monitorar o preenchimento dos questionários pelo
coordenador.

Dispensa estudante concluinte


A regularização do aluno, por meio de dispensa da prova, poderá ser
realizada por iniciativa do estudante ou da IES. Na IES, a função é realizada pelo
perfil do coordenador do curso.

É de responsabilidade do aluno irregular apresentar solicitação de


dispensa da prova no Sistema Enade quando o motivo da ausência for de ordem
pessoal ou de compromissos profissionais. A solicitação deverá conter cópia
digitalizada que comprove o motivo da ausência. Não é permitido a IES solicitar
dispensa do aluno por motivo pessoal ou profissional. A análise dessas
solicitações é de responsabilidade da IES. Os alunos que obtiverem sua
solicitação de dispensa deferidas terão sua situação regular atestada no
Relatório de Regularidade. Cabe ressaltar que, a dispensa será deferida somente
aos estudantes que realizaram o preenchimento do Questionário do Estudante
no período determinado pela normativa vigente.

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GUIA DO PI
Introdução à atuação do Procurador Institucional

Declaração de responsabilidade da IES


Esta atividade é realizada pelo perfil do coordenador do curso.
Destacamos a seguir as opções:

 A opção “estudante habilitado não inscrito” destina-se à declaração


de omissão da IES em relação a inscrição dos alunos habilitados ao
Enade. Após a apresentação da declaração o aluno será vinculado
à edição do ENADE que deveria estar habilitado sendo dispensado
de sua participação no exame e tendo sua situação regularidade no
Sistema Enade.
 A opção “estudante inscrito não informado” destina-se à declaração
de omissão da IES em relação à obrigação de comunicar aos alunos
que o mesmo está habilitado e inscrito no exame. Após a
apresentação da declaração o aluno será vinculado à edição do
ENADE que deveria estar habilitado sendo dispensado de sua
participação no exame e tendo sua situação regularidade no
Sistema Enade.
 A opção “estudante não habilitado inscrito” destina-se à declaração
de ato da IES de inscrever o aluno não habilitado ao exame por não
atender aos critérios definidos na normativa vigente. Após a
apresentação da declaração o aluno será retirado do Relatório de
Regularidade disponibilizado no Sistema Enade.

As opções acima caracterizam-se irregularidade cometida pela IES no


processo de inscrição no exame. Diante disso, as declarações apresentadas
serão reportadas à SERES para medidas cabíveis.

Por ato do INEP destina-se aos casos de estudantes que permanecerem


com a situação irregular, por não apresentarem um ou mais critérios para
obtenção de regularidade junto ao exame.

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GUIA DO PI
Introdução à atuação do Procurador Institucional

Relatório de regularidade
O INEP disponibilizará à IES o acesso, por meio do Sistema ENADE, o
Relatório de Regularidade dos Estudantes, após o acesso ao relatório a IES
registrará no histórico escolar a situação do aluno junto ao exame. O relatório é
acessado por curso, tanto pelo perfil do coordenador quanto do PI.

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GUIA DO PI
Introdução à atuação do Procurador Institucional

7. PDI e PPC: O QUÊ?


Mais que um amontoado de frases prontas, devem
refletir a essência da instituição e do curso

O PDI é o Plano de Desenvolvimento Institucional. É o documento que


explica todo o funcionamento da instituição e serve de base para a construção
de projetos pedagógicos de curso (PPC). O PPC, por sua vez, é o documento que
explica o funcionamento de um curso. Vamos entender a seguir o que significa
cada um destes documentos.

PDI: MAIS DO QUE INTENÇÕES


Foi-se o tempo que o Plano de Desenvolvimento Institucional – PDI era
um documento filosófico, recheado de intenções! Ele deve refletir, efetivamente,
o planejamento da instituição para o período de vigência, e isso é observado
detalhadamente nos processos regulatórios.

No instrumento de avaliação externa e no instrumento de avaliação de


curso de graduação, os critérios de avaliação cobram descrições concretas do
que a instituição efetivamente faz, e de seu funcionamento.

Mais do que menções vagas, o texto do PDI deve contemplar descrições


detalhadas das políticas acadêmicas, de gestão e da infraestrutura. Deve
explicar minuciosamente como funcionam cada um dos termos-chave dos
atributos de cada indicador e as metas.

Observe que nos indicadores dos instrumentos há sempre a relação da


política avaliada e sua descrição no PDI. E a orientação do INEP aos avaliadores
é clara: não considerar, para fins de avaliação, práticas e políticas que não

137
GUIA DO PI
Introdução à atuação do Procurador Institucional

estejam registrados no documento anexado no e-MEC. Ou seja: se não está no


PDI, não existe.

Como exemplo, temos a descrição do indicador 5.16 do instrumento de


credenciamento:

Figura 8: Indicador 5.16 do IAE – Credenciamento (2017)

Fonte: INEP (2017)

Especialmente no caso da infraestrutura, o costume anterior era apenas


listar espaços e, quando muito, mencionar o nome de sistemas utilizados pela
instituição. Agora o instrumento exige que os espaços e as políticas de gestão
estejam detalhadamente descritos no documento.

Mas atenção: seja objetivo, não é necessário escrever um tratado


filosófico extenso. Atenha-se às informações necessárias à avaliação, sem
digressões.

Minha sugestão é construir um PDI com a estrutura sugerida pelo Decreto


9.235/2017, mas com todos os elementos do instrumento de avaliação
institucional externa pertinente.

O Decreto 9.235/2017 estabelece os seguintes elementos para o PDI:

138
GUIA DO PI
Introdução à atuação do Procurador Institucional

Art. 21. Observada a organização acadêmica da instituição, o PDI


conterá, no mínimo, os seguintes elementos:
I - missão, objetivos e metas da instituição em sua área de atuação e
seu histórico de implantação e desenvolvimento, se for o caso;
II - projeto pedagógico da instituição, que conterá, entre outros, as
políticas institucionais de ensino, pesquisa e extensão;
III - cronograma de implantação e desenvolvimento da instituição e de
cada um de seus cursos, com especificação das modalidades de oferta,
da programação de abertura de cursos, do aumento de vagas, da
ampliação das instalações físicas e, quando for o caso, da previsão de
abertura de campus fora de sede e de polos de educação a distância;
IV - organização didático-pedagógica da instituição, com a indicação de
número e natureza de cursos e respectivas vagas, unidades e campus
para oferta de cursos presenciais, polos de educação a distância,
articulação entre as modalidades presencial e a distância e incorporação
de recursos tecnológicos;
V - oferta de cursos e programas de pós-graduação lato e stricto sensu,
quando for o caso;
VI - perfil do corpo docente e de tutores de educação a distância, com
indicação dos requisitos de titulação, da experiência no magistério
superior e da experiência profissional não acadêmica, dos critérios de
seleção e contratação, da existência de plano de carreira, do regime de
trabalho, dos procedimentos para substituição eventual dos professores
do quadro e da incorporação de professores com comprovada
experiência em áreas estratégicas vinculadas ao desenvolvimento
nacional, à inovação e à competitividade, de modo a promover a
articulação com o mercado de trabalho;
VII - organização administrativa da instituição e políticas de gestão,
com identificação das formas de participação dos professores, tutores
e estudantes nos órgãos colegiados responsáveis pela condução dos
assuntos acadêmicos, dos procedimentos de autoavaliação institucional
e de atendimento aos estudantes, das ações de transparência e
divulgação de informações da instituição e das eventuais parcerias e
compartilhamento de estruturas com outras instituições, demonstrada
a capacidade de atendimento dos cursos a serem ofertados;
VIII - projeto de acervo acadêmico em meio digital, com a utilização de
método que garanta a integridade e a autenticidade de todas as
informações contidas nos documentos originais;
IX - infraestrutura física e instalações acadêmicas, que especificará:
com relação à biblioteca:
1. acervo bibliográfico físico, virtual ou ambos, incluídos livros,
periódicos acadêmicos e científicos, bases de dados e recursos
multimídia;
2. formas de atualização e expansão, identificada sua correlação
pedagógica com os cursos e programas previstos; e
3. espaço físico para estudos e horário de funcionamento, pessoal
técnico-administrativo e serviços oferecidos; e
com relação aos laboratórios: instalações, equipamentos e recursos
tecnológicos existentes e a serem adquiridos, com a identificação de
sua correlação pedagógica com os cursos e programas previstos e a
descrição de inovações tecnológicas consideradas significativas;
X - demonstrativo de capacidade e sustentabilidade financeiras;

139
GUIA DO PI
Introdução à atuação do Procurador Institucional

XI - oferta de educação a distância, especificadas:


a) sua abrangência geográfica;
b) relação de polos de educação a distância previstos para a vigência
do PDI;
c) infraestrutura física, tecnológica e de pessoal projetada para a sede
e para os polos de educação a distância, em consonância com os cursos
a serem ofertados;
d) descrição das metodologias e das tecnologias adotadas e sua
correlação com os projetos pedagógicos dos cursos previstos; e
e) previsão da capacidade de atendimento do público-alvo.
Parágrafo único. O PDI contemplará as formas previstas para o
atendimento ao descrito nos art. 16 e art. 17, no tocante às políticas
ou aos programas de extensão, de iniciação científica, tecnológica e de
docência institucionalizados, conforme a organização acadêmica
pleiteada pela instituição.

Observe que o Decreto menciona que o PDI deverá ter “no mínimo” estes
elementos, mas não especifica que esta deva ser a estrutura. Minha sugestão é
que o PDI seja uma combinação destes elementos com os indicadores dos
instrumentos de avaliação, isto é, de modo geral deve ter esta estrutura
sugerida, mas detalhar de acordo com os indicadores cada dimensão respectiva
do instrumento e palavras-chave essenciais ao processo de avaliação externa.

Mesmo que leia o PDI completo antes da visita, dificilmente o avaliador


vai guardar cada detalhe do que leu. Ao procurar evidências para preencher o
formulário de avaliação, se apoiará nas palavras-chave que o indicador
descreve. Em alguns casos, com boa vontade, vai associar determinadas
práticas às palavras-chave. Na minha visão, a principal função do PI é evitar que
o avaliador tenha que “procurar” e “interpretar” o PDI: este documento deve
comunicar claramente o que a instituição faz em cada um dos indicadores e o
avaliador deve procurar apenas as evidências.

Há outros elementos que devem conter no PDI: observe os campos de


preenchimento de PDI de um formulário de protocolo de credenciamento. As
informações solicitadas lá também devem estar explícitas no PDI, pois em caso
de protocolo de recredenciamento no meio da vigência do PDI, estes itens estão
contemplados e não há retrabalho.

140
GUIA DO PI
Introdução à atuação do Procurador Institucional

PPC: DETALHADO, MAS OBJETIVO!


Assim como o PDI, o PPC é a base para avaliação in loco e, de acordo com
orientações do INEP para avaliadores: “se não estiver no PPC postado, não pode
ser considerado”. Portanto, TUDO tem que estar no PPC.

Então o PPC tem que ser gigante? Não necessariamente. Tem PPC de 300
páginas com Conceito 3 em uma avaliação. Há PPC de 120 página com Conceito
5. O segredo, assim como no PDI, é atentar-se para as palavras-chave do
instrumento de avaliação de curso de graduação (IACG) e descrever
sinteticamente (mas suficiente) todo o funcionamento do curso.

Sejamos objetivos: a comissão avaliadora tem 2 dias para analisar


documentos. O PPC está disponível 10 dias antes e teoricamente os avaliadores
devem chegar à instituição com o PPC lido. Mesmo lendo as 300 páginas, é difícil
reter tanta informação em tão pouco tempo e de forma tão abstrata (leitura).

Assim como o PDI, a sugestão é que o PPC siga uma estrutura lógica do
instrumento de avaliação de curso de graduação (IACG), além dos elementos
solicitados na análise preliminar da comissão avaliadora. No momento de
publicação deste livro, está vigente a Nota técnica 16/2017 que especifica as
informações para instituição no item 4.5 e para cursos no item 4.6. A nota está
disponível em:
http://download.inep.gov.br/educacao_superior/avaliacao_cursos_graduacao/l
egislacao_normas/2017/nota_tecnica_sei_inep_0126132.pdf.

Observe bem as palavras-chave de cada indicador para que o PPC


descreva estes elementos. Na minha prática, costumo fazer modelos de PPC com
os campos para preenchimento dos coordenadores detalhado ao ponto de
palavra-chave (flexibilidade, articulação da teoria com a prática, acessibilidade,
entre outras palavrinhas dos indicadores). Além disso, é necessário observar as
informações requeridas para o protocolo dos processos.

Antes de postar cada PPC no e-MEC, observe o despacho saneador e


verifique se tudo o que está sendo apontado pela SERES consta no documento.

141
GUIA DO PI
Introdução à atuação do Procurador Institucional

Com o tempo você vai melhorando seu modelo de PPC para descrever melhoros
itens com base nas diligências, despachos saneadores e relatórios de avaliação.

E existe PPC perfeito? Não, está sempre em melhoria. Creio que o melhor
momento para aperfeiçoar o PPC é pós-visita, com base no relatório de
avaliação, melhorando os pontos que os avaliadores não perceberam de forma
suficiente a partir do objetivo de conceito da instituição.

Eu (Leide), juntamente com um colega coordenador de curso excepcional,


criei uma ferramenta para ajudar coordenadores e NDEs a enxergarem o PPC
com base nas ferramentas de facilitação gráfica: o Canvas PPC (ou PPC Canvas,
como você preferir):

Figura 9: Canvas PPC

Disponível em: https://blogdaavaliacao.blogspot.com/2019/03/ao-iniciar-um-processo-de-visita-in.html

A modelagem do PPC Canvas, apresentado abaixo, faz uso de post-its e


palavras-chave, para apresentar visualmente os principais elementos do projeto

142
GUIA DO PI
Introdução à atuação do Procurador Institucional

de auto avaliação institucional. Este modelo não substitui o Projeto Pedagógico


do Curso, porém sintetiza seus aspectos mais relevantes, os quais serão
avaliados pela Comissão do MEC em sua visita in loco.

Um pouco sobre as seções:

 PERFIL DO EGRESSO: aponta palavras-chave que sintetizam as


competências e habilidades que o egresso deve adquirir no
percurso formativo. Este perfil deve ser adequado ao contexto local
e demonstrar característica específicas do curso na instituição que
o diferencie de outros cursos.

 OBJETIVOS DO CURSO: síntese de objetivos a serem atingidos ao


longo do processo formativo, que envolve o desenvolvimento de
competências e construção do conhecimento para o egresso, aliado
à atuação do discente na comunidade e no ambiente laboral
durante o curso.

 ORGANIZAÇÃO CURRICULAR: apontar, de forma sintética, a forma


como o currículo será organizado em termos de carga horária,
periodicidade, integralização, atendimento às DCNs, oferta de
componentes semipresenciais, eixos integradores de conteúdo ou
núcleos de conhecimento que demonstrem a articulação entre os
componentes curriculares e formas de flexibilidade curricular. Não
é necessário preencher a matriz curricular completa, apenas os
elementos que embasam sua construção.

 TCC, ESTÁGIO E ATIVIDADES COMPLEMENTARES: síntese das


características gerais dos três componentes, como carga horária,
período de realização (6º ao 8º semestre, por exemplo), formato
do TCC (artigo, painel, estudo de caso, projeto), forma de
avaliação, locais de realização do estágio, forma de orientação e
supervisão, critérios de aproveitamento. Não é necessário apontar
elementos operacionais, apenas as ideias gerais.

 POLÍTICAS INSTITUCIONAIS: apontar as linhas de pesquisa e


formato de desenvolvimento dos trabalhos de investigação

143
GUIA DO PI
Introdução à atuação do Procurador Institucional

científica (TCC, iniciação científica, projeto integrador), os projetos


de extensão estruturantes do curso, as práticas de
internacionalização (se for o caso), bem como as características do
curso que se alinhem com o projeto pedagógico institucional.

 METODOLOGIA: sintetizar as principais práticas utilizadas pelos


docentes no desenvolvimento de conteúdo (projetos integradores,
metodologias ativas, aulas expositivas), estratégias de articulação
da teoria e prática, ações de acessibilidade metodológica, e
elementos que proporcionem aprendizagem diferenciada.

 AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM: apontar o sistema de avaliação


(nota, competência), formato das avaliações (provas, trabalhos,
projetos), análise da aprendizagem pelos docentes e discentes,
mecanismos de recuperação da aprendizagem, acompanhamento
pelo NDE.

 ELEMENTOS INOVADORES: destacar os elementos inovadores que


a estrutura curricular, o TCC, estágio, metodologia, avaliação e
políticas institucionais apresentam no curso. Neste espaço também
é adequado apontar conteúdos e práticas emergentes
contemplados no PPC.

 CORPO DOCENTE E TUTORIAL: a filosofia do novo instrumento de


avaliação de curso de graduação é que o núcleo docente
estruturante defina as características que o corpo docente deve
apresentar para desenvolver plenamente as competências do
egresso. Desta forma, tira o foco da visão quantitativa (titulação e
anos de experiência) para apontar competências que o docente
deve demonstrar. Sendo assim, nesse espaço deve-se elencar as
competências principais do docente que se articulem com o perfil
do egresso: gestão de equipes de vendas, atuação em rádio-
jornalismo, desenvolvimento de projetos empresariais, orientação
de projetos de iniciação científica, estar vinculado ao mercado de
trabalho, ter publicação de alto impacto, entre outros. Nenhum

144
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Introdução à atuação do Procurador Institucional

docente apresentará todas as características, isto é, o NDE deve


definir as competências que o conjunto do corpo docente deve
apresentar.

 INFRAESTRUTURA E TECNOLOGIAS: deve apresentar a


infraestrutura mínima para o curso (laboratório de anatomia,
agência experimental, laboratório de fotografia), bem como
tecnologias utilizadas no processo de aprendizagem (o ambiente
virtual de aprendizagem, softwares e simuladores, entre outros).

 AVALIAÇÃO DO PPC: destacar os instrumentos de avaliação


institucional do curso, as estratégias de sensibilização dos discentes
para participar das avaliações e a forma de divulgação dos
resultados e das melhorias implementadas.

No link do blog tem o arquivo para baixar em pdf e imprimir em A1, A2


ou A3. Recomendo em A2, fica melhor para manusear:
https://blogdaavaliacao.blogspot.com/2019/03/ao-iniciar-um-processo-de-
visita-in.html

145
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Introdução à atuação do Procurador Institucional

8. PI E CPA
A interface da avaliação e regulação

O QUE É CPA?
É difícil um PI que não participe, em algum momento, como membro da
Comissão Própria de Avaliação (CPA), ou seja o próprio coordenador/presidente
da CPA.

A CPA foi criada pela Lei do SINAES (Lei nº 10.861/2004) com a atribuição
de condução dos processos de avaliação interna das instituições, cujo objetivo é
induzir a qualidade da educação superior por meio da reflexão sobre os
resultados das políticas executadas e o processo de melhoria contínua.

Compreender o que é CPA e seu papel não é uma tarefa fácil: muitos
coordenadores de CPA passam anos à frente da atividade e não assimilam esse
papel de mecanismo de política pública do ensino superior, restringindo o
entendimento à mera satisfação do aluno em relação ao que lhe é ofertado, ou
ainda, a conformidade dos processos executados com os padrões da instituição.
A capacitação permanente dos membros da CPA é essencial para garantir que
esta atinja seus objetivos.

ONDE APRENDER
O primeiro documento de referência sobre a CPA é o texto orientador da
Conaes – “Diretrizes para Avaliação das Instituições de Educação Superior” cujo
link no site oficial do MEC/INEP não se encontra disponível.

Com base nesse documento foi publicado pelo INEP o Roteiro de


Autoavaliação Institucional de 2004, disponível neste link:

146
GUIA DO PI
Introdução à atuação do Procurador Institucional

http://portal.inep.gov.br/documents/186968/484109/Roteiro+de+auto-
avalia%C3%A7%C3%A3o+institucional+orienta%C3%A7%C3%B5es+gerais+2004/55b435d4-
c994-4af8-b73d-11acd4bd4bd0?version=1.2

Em 2014 foi publicada a Nota Técnica INEP/DAES/CONAES nº 65/2014 2,


que estabeleceu um novo roteiro de autoavaliação institucional e determinou o
ciclo avaliativo de 3 anos por meio da entrega de 2 relatórios parciais e 1 ao
final do triênio. Este documento conta com uma introdução que destaca
claramente o papel da CPA, enfatizando a articulação do processo de
autoavaliação com o Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI).

Há ainda o documento Anais dos Seminários Regionais sobre


Autoavaliação Institucional e Comissões Próprias de Avaliação (CPA) 2013,
disponível em:
http://portal.inep.gov.br/documents/186968/485564/Anais+dos+Semin%C3%A1rios+Regionais
+sobre+Autoavalia%C3%A7%C3%A3o+Institucional+e+Comiss%C3%B5es+Pr%C3%B3prias+
de+Avalia%C3%A7%C3%A3o+%28CPA%29+2013/51b20a4e-27f2-471b-9b5d-
7721b11e5876?version=1.2

ALGUNS FUNDAMENTOS
Sintetizamos aqui algumas características presentes nos documentos:

 Cada instituição deve ter seu projeto de autoavaliação institucional,


aderente ao Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI) e que
seja capaz de acompanhar sua execução. Esse projeto deve ser
revisado periodicamente em função da meta-avaliação realizada
pela CPA, isto é, uma reflexão sobre a eficácia dos instrumentos
utilizados.

 Mais importante que “boas notas” na autoavaliação institucional é


ter bons planos de ação e evolução dos resultados. O pressuposto
fundamental é a utilização dos resultados para a elaboração de

2O documento não está disponível no site do INEP, portanto optamos por não indicar o link.
Recomendamos que seja buscado no Google, pois várias instituições têm o documento em
seu site

147
GUIA DO PI
Introdução à atuação do Procurador Institucional

planos de melhoria e o acompanhamento de sua implementação. É


melhor um resultado 6,0 evoluir para 7,0 em função de melhorias

 implementadas por planos de ação, do que repetidos resultados 8,0


sem que isso se traduza em evolução.

 Essa evolução, no entanto, deve ser divulgada para toda a


comunidade acadêmica e sociedade para que o processo seja
consistente. A divulgação é essencial para que todos os atores da
autoavaliação institucional sejam sensibilizados sobre sua
importância e participem de forma consciente do processo.

Embora a autoavaliação institucional seja mais do que gestão da


qualidade, o processo como um todo remete às ferramentas de gestão da
qualidade. Gosto de utilizar como referência a imagem a seguir:

Figura 10: Processo de autoavaliação sob a ótica da gestão da qualidade

DIVULGAR PLAN
• Resultados • PDI
• Melhorias • PPC
implementadas • Plano de ação da
coordenação

ACTION DO
• Análise crítica dos • Execução das ações
resultados planejadas
• Planos de ação para
melhoria

CHECK
• Instrumentos de
avaliação
consistentes e
alinhados ao PPC e
PDI

Fonte: Os autores (2020)

148
GUIA DO PI
Introdução à atuação do Procurador Institucional

O Instrumento de Avaliação Externa – Recredenciamento de 2017 utiliza


5 indicadores no eixo referente à autoavaliação institucional, cujos critérios de
análises são ferramentas essenciais para esclarecer o que se espera do processo
de autoavaliação.

O QUE AVALIAR?
Por inexperiência, muitas instituições e membros de CPA muitas vezes
não sabem o que deve ser avaliado e até que ponto a CPA tem autonomia para
estabelecer instrumentos e critérios de avaliação.

A referência do que deve ser avaliado é dado pelas 10 dimensões do


SINAES:

1. Missão e PDI

2. Política para ensino, pesquisa, pós-graduação e extensão

3. Responsabilidade social da IES

4. Comunicação com a sociedade

5. As políticas de pessoal, carreiras do corpo docente e de técnico-


administrativo

6. Organização de gestão da IES

7. Infraestrutura física

8. Planejamento de avaliação

9. Políticas de atendimento aos estudantes

10.Sustentabilidade financeira

11.Para os cursos, por sua vez, são 3 dimensões:

12.Organização didático-pedagógica

13.Perfil do corpo docente

14.Instalações físicas

149
GUIA DO PI
Introdução à atuação do Procurador Institucional

Considerando que uma das características da autoavaliação institucional


é dar suporte às avaliações externas, a sugestão sobre o que e como avaliar
começa pelos instrumentos de avaliação externa.

Não é necessário replicar os instrumentos, mas sugerimos que os objetos


de avaliação e critérios de análise sejam utilizados como referência para a
construção de instrumentos próprios, definição de critério de análise das políticas
acadêmicas e eventuais questões a serem aplicadas para a comunidade
acadêmica.

Neste momento, a relação do PI com a CPA é fundamental, pois este é o


profissional que conhece de forma mais profunda os instrumentos de avaliação
externa.

POR ONDE COMEÇAR?


O primeiro passo, sem dúvida, é a construção do processo de
autoavaliação institucional. Baseada nas ferramentas de facilitação gráfica, criei
um Canvas CPA que ajuda a desenhar esse processo de forma simplificada, em
colaboração com todos os membros da comissão.

150
GUIA DO PI
Introdução à atuação do Procurador Institucional

Figura 11: CPA Canvas

Fonte: ALBERGONI (2019)


Disponível em: https://blogdaavaliacao.blogspot.com/2019/03/cpa-canvas.html

O objetivo é utilizar post-its com palavras-chave para apresentar, de uma


forma mais visual, os principais elementos do projeto de autoavaliação
institucional. O CPA Canvas não deve substituir o projeto completo da instituição,
mas servir como resumo deste.

O quadro foi planejado para a leitura horizontal, da esquerda para a


direita. A seguir alguns elementos que podem compor cada bloco:

 COMPOSIÇÃO DA CPA: o objetivo é representar a forma como a


CPA é estruturada. Por exemplo: 3 representantes discentes eleito
pelos pares; 3 representantes docentes indicados pelas
coordenações. Também é útil apontar a periodicidade de reuniões
da comissão (reuniões mensais, semanais).

 OBJETOS DE AVALIAÇÃO: são aspectos a serem avaliados, que


podem estar em vários instrumentos. Não se objetiva entrar no
detalhe de cada questão dos instrumentos, apenas listar os
principais itens do projeto.

151
GUIA DO PI
Introdução à atuação do Procurador Institucional

 INSTRUMENTOS: listar os instrumentos de avaliação e sua


periodicidade de aplicação. Também é possível associar aos objetos
de avaliação, ou ainda, aos respondentes.

 RECURSOS E TECNOLOGIAS: nesta seção o objetivo é apresentar


os sistemas e métodos de coleta e processamento dos dados, bem
como divulgação dos resultados. Pode incluir softwares utilizados
para a coleta, canais de comunicação dos resultados, entre outros.

 ARTICULAÇÃO ENTRE AVALIAÇÃO INTERNA E EXTERNA: neste


bloco o objetivo é sintetizar a forma como os resultados das
avaliações externas são utilizados na melhoria institucional e de
que forma estão articulados com os instrumentos de avaliação
interna.

 ESTRATÉGIAS DE SENSIBILIZAÇÃO: apontar as estratégias que a


instituição utiliza para convidar discentes, docentes e técnicos
administrativos a participarem do processo de avaliação e estimular
o engajamento crescente.

 DIVULGAÇÃO E APROPRIAÇÃO DOS RESULTADOS: sintetizar as


estratégias que a instituição utiliza para divulgar os resultados a
comunidade interna e externa e demonstrar as melhorias
implementadas a partir das avaliações institucionais.

 AÇÕES DECORRENTES DOS RESULTADOS DAS AVALIAÇÕES: o


objetivo é detalhar o processo de análise dos resultados e o
planejamento de ações para melhoria institucional. Trata-se do
método de trabalho.

 RESULTADOS ALCANÇADOS: demonstrar com exemplos de ações


implementadas a partir dos resultados das avaliações.

Sugerimos que acesse o link da figura e baixe o arquivo para imprimir em


A1 ou A2.

152
GUIA DO PI
Introdução à atuação do Procurador Institucional

E O PI?
O papel do PI deve ser mais do que postar o relatório anual da CPA no dia
31 de março no e-MEC e convidar os membros da CPA para as reuniões com as
comissões de avaliação in loco.

Em primeiro lugar, como responsável pelos processos de avaliação


externa, sua função é verificar se os processos de avaliação interna se articulam
com os instrumentos externos.

Além disso, tendo em vista sua responsabilidade pela veracidade e


fidedignidade das informações inseridas no e-MEC, é necessário monitorar se o
relatório de autoavaliação institucional reflete o que efetivamente ocorreu na
instituição.

Assim, consideramos que é de sua competência verificar se o processo de


avaliação institucional reflete os requisitos legais estabelecidos na Lei do SINAES
e se apresenta elementos suficientemente aderente ao roteiro do relatório de
autoavaliação institucional.

A meta-avaliação é um processo crítico para que os próprios membros


conduzam de forma imparcial. Em nossa opinião o PI, neste momento, deve
utilizar seu senso crítico (também conhecido como chatice por alguns) e o
conhecimento que tem dos instrumentos de avaliação externa e da legislação
para contribuir para a análise do processo de autoavaliação e sua revisão.

Por fim, não podemos esquecer que o processo avaliativo inclui a


avaliação externa: Enade e visitas in loco. Portanto, é fundamental que o PI
articule com a CPA, coordenadores de curso e dirigentes da IES a análise dos
relatórios de visita in loco, analisando os pontos fracos, potencialidades e
encaminhando ações a serem tomadas.

153
GUIA DO PI
Introdução à atuação do Procurador Institucional

REFERÊNCIAS CITADAS

ALBERGONI, Leide. CPA Canvas. Blog da avaliação do Ensino Superior.


Curitiba, 21 de mar de 2019a. Disponível em:
https://blogdaavaliacao.blogspot.com/2019/03/cpa-canvas.html. Acesso em:
25 mar. 2020.

ALBERGONI, Leide. PPC Canvas. Blog da avaliação do Ensino Superior.


Curitiba, 21 de mar de 2019b. Disponível em:
https://blogdaavaliacao.blogspot.com/2019/03/ao-iniciar-um-processo-de-
visita-in.html. Acesso em: 25 mar. 2020.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE MANTENEDORAS DE ENSINO SUPERIOR


(ABMES). Portaria normativa n. 11, de 20 de junho de 2017. Estabelece
normas para o credenciamento de instituições e a oferta de cursos superiores a
distância, em conformidade com o Decreto nº 9.057, de 25 de maio de 2017.
Brasília: ABMES, 2017. Disponível em:
https://abmes.org.br/legislacoes/detalhe/2178/portaria-normativa-n-11.
Acesso em: 25 mar. 2020.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE MANTENEDORAS DE ENSINO SUPERIOR


(ABMES). Portaria normativa n. 20, de 21 de dezembro de 2017.
Republicada em 03 de setembro de 2018 para consolidação do texto normativo
publicado no Diário Oficial da União nº 245 de 22 de dezembro de 2017, Seção
1, páginas 25 a 29 - Dispõe sobre os procedimentos e o padrão decisório dos
processos de credenciamento, recredenciamento, autorização, reconhecimento
e renovação de reconhecimento de cursos superiores, bem como seus
aditamentos, nas modalidades presencial e a distância, das instituições de
educação superior do sistema federal de ensino. Brasília: ABMES, 2017.
Disponível em: https://abmes.org.br/legislacoes/detalhe/2296/portaria-
normativa-n-20. Acesso em: 25 mar. 2020.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE MANTENEDORAS DE ENSINO SUPERIOR


(ABMES). Portaria normativa n. 21, de 21 de dezembro de 2017. Dispõe
sobre o sistema e-MEC, sistema eletrônico de fluxo de trabalho e

154
GUIA DO PI
Introdução à atuação do Procurador Institucional

gerenciamento de informações relativas aos processos de regulação, avaliação


e supervisão da educação no sistema federal de educação, e o Cadastro
Nacional de Cursos e Instituições de Educação Superior – Cadastro e-MEC.
Brasília: ABMES, 2017. Disponível em:
https://abmes.org.br/legislacoes/detalhe/2297/portaria-normativa-n-21.
Acesso em: 25 mar. 2020.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE MANTENEDORAS DE ENSINO SUPERIOR


(ABMES). Portaria normativa n. 741, de 02 agosto de 2018. Altera a
Portaria Normativa MEC n. 20, de 21 de dezembro de 2017, que dispõe sobre
os procedimentos e o padrão decisório dos processos de credenciamento,
recredenciamento, autorização, reconhecimento e renovação de
reconhecimento de cursos superiores, bem como seus aditamentos, nas
modalidades presencial e a distância, das instituições de educação superior do
sistema federal de ensino. [2018]. Disponível em:
https://abmes.org.br/arquivos/legislacoes/Port-Normativa-741-2017-08-
02.pdf. Acesso em: 25 mar. 2020.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE MANTENEDORAS DE ENSINO SUPERIOR


(ABMES). Portaria normativa n. 742, de 2 de agosto de 2018. Altera a
Portaria Normativa n. 23, de 21 de dezembro de 2017, que dispõe sobre os
fluxos dos processos de credenciamento e recredenciamento de instituições de
educação superior e de autorização, reconhecimento e renovação de
reconhecimento de cursos superiores, bem como seus aditamentos. [2018].
Disponível em: https://abmes.org.br/arquivos/legislacoes/Port-Normativa-742-
2017-08-02.pdf. Acesso em: 25 mar. 2020.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE MANTENEDORAS DE ENSINO SUPERIOR


(ABMES). Portaria n. 2.117, de 6 de dezembro de 2019. Dispõe sobre a
oferta de carga horária na modalidade de Ensino a Distância - EaD em cursos
de graduação presenciais ofertados por Instituições de Educação Superior - IES
pertencentes ao Sistema Federal de Ensino. Brasília: ABMES, 2019. Disponível
em: https://abmes.org.br/arquivos/legislacoes/Portaria-mec-2117-2019-12-
06.pdf. Acesso em: 25 mar. 2020.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE MANTENEDORAS DE ENSINO SUPERIOR


(ABMES). Regulação da educação superior: limites e avanços. Brasília:
ABMES, [2015]. Disponível em:
https://abmes.org.br/arquivos/documentos/apresentacao_luana_01-09-
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BRASIL. Ministério da Educação. Conselho Nacional de Educação. Parecer


CNE/CES 282/2002. Análise de estatutos de universidades e de regimentos

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GUIA DO PI
Introdução à atuação do Procurador Institucional

de IES não universitárias. Brasília: CNE, [2002]. Disponível em:


http://portal.mec.gov.br/cne/arquivos/pdf/2002/pces282_02.pdf. Acesso em:
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Brasília: MEC, [201-a].
http://www.lex.com.br/legis_27268954_PORTARIA_NORMATIVA_N_1_DE_3_D
E_JANEIRO_DE_2017.aspx. Acesso em: 25 mar. 2020.

BRASIL. Ministério da Educação. Portaria normativa n. 23, de 21 de dezembro


de 2017 (*): [Republicada em 03 de setembro de 2018 para consolidação do
texto normativo publicado no Diário Oficial da União n. 245 de 22 de dezembro
de 2017, Seção 1, páginas 35 a 40]. Dispõe sobre os fluxos dos processos de
credenciamento e recredenciamento de instituições de educação superior e de
autorização, reconhecimento e renovação de reconhecimento de cursos
superiores, bem como seus aditamentos. (Redação dada pela Portaria
Normativa n. 742, de 3 de agosto de 2018). Diário Oficial da União: n. 170:
seção 1, Rio de Janeiro, p. 44, 03 ago. 2018a. Disponível em:
http://www.lex.com.br/legis_27696675_PORTARIA_NORMATIVA_N_23_DE_21
_DE_DEZEMBRO_2017.aspx . Acesso em: 25 mar. 2020.

BRASIL. Ministério da Educação. Portaria n. 315, de 4 de abril de 2018. Dispõe


sobre os procedimentos de supervisão e monitoramento de instituições de
educação superior integrantes do sistema federal de ensino e de cursos
superiores de graduação e de pós-graduação lato sensu, nas modalidades
presencial e a distância. Diário oficial da União: edição 65, seção 1, página
9, 04 abr. 2018b. Disponível em: http://www.in.gov.br/web/guest/materia/-
/asset_publisher/Kujrw0TZC2Mb/content/id/9177560/do1-2018-04-05-
portaria-n-315-de-4-de-abril-de-2018-9177556. Acesso em: 25 mar. 2020.

BRASIL. Ministério da Educação. Portaria normativa n. 840, de 24 de


agosto de 2018(*). Dispõe sobre os procedimentos de competência do
Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira - INEP
referentes à avaliação de instituições de educação superior, de cursos de
graduação e de desempenho acadêmico de estudantes. Brasília: MEC, 2018c.
Disponível em:
http://download.inep.gov.br/educacao_superior/avaliacao_institucional/legislac
ao_normas/2018/portaria_normativa_GM-MEC_n840_de_24082018.pdf.
Acesso em: 25 mar. 2020.

156
GUIA DO PI
Introdução à atuação do Procurador Institucional

BRASIL Ministério da Educação. Secretaria de Regulação e Supervisão da


Educação Superior. Organograma SERES. Brasília: SERES, [201-b].
Disponível em:
http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alia
s=13845-seres-organograma-estrutura-regimental-
pdf&category_slug=agosto-2013-pdf&Itemid=30192. Acesso em: 25 mar.
2020.

BRASIL Ministério da Educação. Secretaria de Regulação e Supervisão da


Educação Superior. Sistema E-MEC: manual para preenchimento de
processos de autorização de cursos de graduação na modalidade presencial.
Brasília: SERES, 2015a. Disponível em: http://e-
MEC.mec.gov.br/documentospublicos/Manuais/40.pdf. Acesso em: 25 mar.
2020.

BRASIL Ministério da Educação. Secretaria de Regulação e Supervisão da


Educação Superior. Sistema E-MEC: manual para preenchimento de
processos de credenciamento de IES. Brasília: SERES, 2015b. Disponível em:
http://e-MEC.mec.gov.br/documentospublicos/Manuais/39.pdf. Acesso em: 25
mar. 2020.

BRASIL Ministério da Educação. Secretaria de Regulação e Supervisão da


Educação Superior. Sistema E-MEC: manual para preenchimento de
processos de recredenciamento de IES. Brasília: SERES, 2015c. Disponível em:
https://e-MEC.mec.gov.br/documentospublicos/Manuais/37.pdf. Acesso em:
25 mar. 2020.

INSTITUTO NACIONAL DE ESTUDOS E PESQUISAS EDUCACIONAIS ANÍSIO


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TEIXEIRA (INEP). Nota técnica nº 16/2017/CGACGIES/DAES: processo nº
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GUIA DO PI
Introdução à atuação do Procurador Institucional

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http://download.inep.gov.br/educacao_superior/avaliacao_cursos_graduacao/l
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TEIXEIRA (INEP). Nota técnica n. 16/2018/CGCQES/DAES: processo n.

23036.001457/2018-67. O objetivo desta nota técnica é apresentar a


metodologia utilizada no cálculo do conceito Enade referente ao ano de 2017.
Brasília: INEP, 2018a. Disponível em:
http://download.inep.gov.br/educacao_superior/enade/notas_tecnicas/2017/n
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TEIXEIRA (INEP). Nota técnica n. 37/2019/CGCQES/DAES: processo n.
23036.002693/2019-81. O objetivo desta nota técnica é apresentar a
metodologia u􀆟lizada no cálculo do Índice Geral de Cursos Avaliados da
Instituição (IGC) referente ao ano de 2018. Brasília: INEP, 26 jun. 2019b.
Disponível em:
http://download.inep.gov.br/educacao_superior/enade/notas_tecnicas/2018/nt
_37-2019_IGC-2018.pdf. Acesso em: 25 mar. 2020.

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TEIXEIRA (INEP). Nota técnica nº 56/2019/CGCQES/DAES: processo n.
23036.002693/2019-81. O objetivo desta Nota Técnica é apresentar a
metodologia de cálculo do Conceito Preliminar de Curso (CPC) referente ao ano
de 2018. Brasília: INEP, 5 ago. 2019c. Disponível em:
http://download.inep.gov.br/educacao_superior/enade/notas_tecnicas/2018/nt
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Introdução à atuação do Procurador Institucional

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