O Poder Da Ressureicao
O Poder Da Ressureicao
O Poder Da Ressureicao
1 No fim do sábado, quando já despontava o primeiro dia da semana, Maria Madalena e a outra
Maria foram ver o sepulcro.
2 E eis que houvera um grande terremoto; pois um anjo do Senhor descera do céu e, chegando-se,
removera a pedra e estava sentado sobre ela.
3 O seu aspecto era como um relâmpago, e as suas vestes brancas como a neve.
4 E de medo dele tremeram os guardas, e ficaram como mortos.
5 Mas o anjo disse às mulheres: Não temais vós; pois eu sei que buscais a Jesus, que foi crucificado.
6 Não está aqui, porque ressurgiu, como ele disse. Vinde, vede o lugar onde jazia;
7 e ide depressa, e dizei aos seus discípulos que ressurgiu dos mortos; e eis que vai adiante de vós para
a Galiléia; ali o vereis. Eis que vo-lo tenho dito.
Mateus 28:1-7
A tragédia humana parece não conhecer limites. Mas um propósito salta frequentemente do caos e luz da
escuridão. Paul Tillich fala de um evento comovente que foi revelado durante os Julgamentos do Tribunal de Guerra
de Nuremberga. Em Wilna, Polónia, num esforço para escapar às investidas dos Nazis, diversos judeus recorreram a
esconder-se nas sepulturas num cemitério próximo. Lá, num lugar tão improvável, uma jovem mulher deu à luz
uma criança. Um coveiro de 80 anos era o único a ajudar no nascimento; e, porque viu o que estava acontecendo,
disse espantado: “Ó grande Deus, enviaste-nos finalmente o Messias? Quem mais a não ser o Messias poderia nascer
numa sepultura?”
O velho homem estava errado a respeito da identidade da criança, porque, a mãe, mal nutrida, não tinha
leite e logo a criança morreu. Mas, estava certo em um outro sentido, porque somente Deus poderia fazer algo tão
incrível como fazer nascer vida numa sepultura.
Isto é exactamente o que aconteceu na manhã do 3ºdia e é o maior de todos os símbolos do poder de Deus.
A partir dessa matriz terrível da morte e da tragédia, a cura começou a fluir. (Paul Tillich, The Shaking of
the Foundations, 1955, cap. 20.)
Na manhã daquele dia glorioso, as mulheres dirigiram-se ao sepulcro em busca de um corpo, ensombradas
pela dor da perda do seu Mestre, chorando a frustração e desilusão da aparente derrota. Mas, quando chegaram ao
sepulcro, lugar de morte e tragédia, descobriram um lugar de esperança e vida. E tudo começou com as palavras do
anjo que disse: “Não está aqui, porque ressurgiu!” (Mt.28:6) O que estas palavras encerram é a chave da
compreensão da vida abundante que Deus preparou para os que O temem. De notar que o anjo não disse
simplesmente que Jesus estava vivo. Que antes estava morto e agora de volta à vida, o que já tinha acontecido com
outras pessoas, algumas das quais elas conheciam, como Lázaro, a filha de Jairo, ou o filho da viúva. Estes também
estiveram mortos. E também regressaram à vida. A diferença é que regressaram à mesma qualidade de vida que
tinham antes, mas, Jesus ressuscitou!
Jesus ressurgiu para uma Vida inteiramente diferente, plena, superabundante, cheia da virtude de Deus. Até
o seu corpo era diferente. Podia atravessar paredes, deslocar-se de um lugar para outro num instante, ao mesmo
tempo que podia ainda ser tocado e comer e beber - sim, não era um fantasma ou alucinação. A ressureição de Jesus
para esta Vida indescritível, expande e eleva a Sua qualidade de Salvador. Ele não é apenas o Salvador Sofredor, o
Cordeiro que se apresenta em sacrifício em favor dos pecadores, levando a sua culpa e castigo, mas, é também o
Salvador Vitorioso, que detém o poder sobre todos os terrores que dominam e corrompem o Homem, e o Salvador
Vivo Eternamente, capaz de transformar e dar sentido às vidas daqueles que O recebem.
Hoje não quero falar tanto da Sua morte e Sofrimentos que nos trouxeram Perdão e Misericórdia, mas do
poder da Sua Ressurreição, que nos deu Graça e a capacidade de viver vidas renovadas e restauradas para Deus.
Jesus disse:
A Biblía diz:
“Ele morreu por todos, para que os que vivem não vivam mais para si, mas para aquele que por
eles morreu e ressurgiu. (...) Portanto, se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas
já passaram, tudo se fez novo.”
2Cor.5:14-17
“Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que, segundo a sua grande misericórdia,
nos gerou de novo para uma viva esperança, pela ressureição de Jesus Cristo dentre os mortos.”
1Pd.1:3
Nos anos 50, na China, houve um terramoto devastador. Mas, em consequência do terramoto, uma grande
massa de terra foi deslocada numa montanha expondo assim um grande tesouro de artefactos com milhares de anos.
Um novo mundo ficou visível num momento.
Num sermão que li chamado “A Páscoa como um terramoto”, William Willimon conclui com estas palavras:
“Quando a pedra foi rolada, e a terra tremeu, nós tivemos o nosso primeiro vislumbre de um
novo mundo, um mundo onde a morte não tem a última palavra, um mundo onde a injustiça é
corrigida, e o sofrimento inocente é vingado pela intrusão de um Deus poderoso. (...) Ninguém
foi embora da mesma maneira que chegou.”
A grande notícia da ressurreição é: “Nada será como dantes!” Jesus não nos salvou para voltarmos à mesma
vida de sempre. Da Sua Vitória flui cura para as nossas vidas. Cura para as mágoas. Cura para as tristezas. Cura para
os fracassos. Cura para as desilusões. Cura para as dúvidas e incertezas. Cura para o egoísmo e mesquinhice. Cura
para o ódio e o rancor. Cura para a falta de amor próprio. Cura para ti, como pessoa inteira! É por isso que, perante
uma transformação tão radical, a Bíblia fala mesmo de um nascer de novo. Por que não será possível reconhecer
mais a velha pessoa que eramos. Tudo se fez novo!
Pedro diz que fomos gerados de novo para uma viva esperança. O que é necessário é que deixemos para trás
os trapos de vida velha, tal como Lázaro deixou, e Cristo também, e vivamos aquilo que de novo Deus traz à nossa
vida. Deixa de estar agarrado ao passado. Essas são coisas que podem trazer-nos algum conforto, por que nos são
familiares, mas Deus tem coisas novas e melhores para ti.
A razão pela qual tantos cristãos vivem insatisfeitos – sim, sei que isto parece um contra-senso – é porque,
tendo sido salvos, isto é, perdoados dos seus pecados e reconciliados com Deus, nunca avançaram para o gozo da
vida nova que receberam juntamente com o seu perdão. Vivem como dantes. Não permitem que a ressurreição
transforme as suas mentes e corações.
A viva esperança de Deus tem o poder de mudar a nossa maneira de pensar, de sentir e de agir. Se eu tenho
esperança, não uma esperança qualquer ou vã, mas a viva esperança, de que Cristo é o meu Salvador, que pagou o
penalidade pelo meu pecado, que me reconciliou com Deus, e que está vivo para assegurar que essa condição nunca
mudará. Se a minha esperança está no Deus que nunca falha ou falta, pois é Fiel e infinitamente Poderoso para fazer
tudo o que Lhe aprover. Se eu creio verdadeiramente nisto, então eu posso gozar a liberdade plena que vem do facto
de eu não precisar temer as circunstâncias ou o que me pode fazer o Homem, mas sentir o conforto e consolação de
saber que ainda que tudo falhe ou falte, Ele permanecerá comigo e as suas promessas se manterão válidas, porque o
Seu amor por mim não mudará, nem falhará, nem jamais passará. E isto é melhor do que qualquer outro conforto ou
garantia. Este é o poder da Ressurreição. E isto é quanto basta.
Sem dúvida que a maior luta de todo o cristão é contra a sua natureza pecaminosa. É nesta área das nossas
vidas que sofremos as maiores derrotas, que suportamos as mais difíceis desilusões e onde carregamos as mais
profundas cicatrizes. Estou convencido que este é também o motivo pelo qual tantos ficam pelo caminho. O
sentimento de impotência para mudar rouba-lhes a perspectiva de futuro. Nada disto é novo. A Bíblia diz:
“Eu sei que em mim, isto é, na minha carne, não habita bem algum. Com efeito o querer está em
mim, mas não consigo realizar o bem. Pois não faço o bem que quero, mas o mal que não quero,
esse faço. (...) Miserável homem que eu sou! Quem me livrará do corpo desta morte?”
Rm.7:18,19,24
O desespero e o fracasso não são a palavra final. Foi para nos livrar disso mesmo que Jesus veio. Por isso
também lemos:
“De sorte que fomos sepultados como ele pelo batismo na morte, para que, como Cristo
ressurgiu dentre os mortos, pela glória do Pai, assim andemos nós também em novidade de vida.
Se fomos plantados juntamente com ele na semelhança da sua morte, também o seremos na da
sua ressurreição. Pois sabemos isto, que o nosso velho homem foi com ele crucificado, para que
o corpo do pecado seja desfeito, a fim de não servirmos mais ao pecado.”
Rm.6:4-6
“Pois o pecado não terá domínio sobre vós!”
Rm.6:14
Imaginemos a seguinte situação: um homem tem um problema gravíssimo com o vício do jogo. A sua vida
está arruinada e totalmente fora de controlo. A família abandonou-o porque não suportava mais as mentiras nem as
dívidas. Perdeu o emprego porque não cumpria com as suas obrigações e faltava constantemente para poder ir
jogar. E nem mesmo os seus amigos o querem por perto – já deve dinheiro a todos. E agora parece ter chegado ao
fim. Os agiotas a quem pediu dinheiro querem fazer a cobrança e a sua própria vida está em risco.
No momento crítico surge um homem e assume as dívidas do viciado. Todas. As antigas e as que ele possa
ainda vir a contrair. E vai-se embora.
Poderíamos pensar, por um instante, que a melhor coisa que poderia acontecer àquele homem tinha
acontecido. Mas, não é assim. Que vantagem poderia trazer a anulação da pena, sem o poder para vencer o fracasso
que conduz a ela? O homem poderia não ter de se preocupar mais com os agiotas, mas, perderia de igual maneira a
família, os amigos, o emprego, e tudo aquilo que poderia trazer algum sentido à vida.
Do mesmo modo, que salvação seria a nossa se ela trouxesse “apenas” o perdão do pecado, mas, nos deixasse
impotentes para dominá-lo e vencê-lo, para experimentarmos a vida que Deus sempre planeou para nós?
O poder da Resurreição capacita-nos a vencer sobre o pecado. Como lemos acima “o pecado foi desfeito”, e
“o pecado não terá domínio sobre vós”. Isto não vem nem pela nossa vontade, nem pela nossa força. É alcançado em
Cristo quando permitimos que Ele dirija as nossas vidas. Chega de lutas inconsequentes. Chega de fracassos e
desilusões. É hora de assumirmos a vitória que nos vem pela Ressurreição.
Um dos efeitos óbvios da ressurreição de Jesus Cristo é que Ele venceu a morte. Esta é a base da nossa
convicção de que também não morreremos, mas que viveremos para sempre. Isto não se refere à morte do nosso
corpo, pela qual todos passaremos se Cristo não voltar antes, mas, à nossa condição espiritual perante Deus.
“Ele vos vivificou, estando vós mortos nos vossos delitos e pecados (...) Deus que é riquíssimo
em misericórdia, pelo seu muito amor com que nos amou, estando nós ainda mortos em nossos
delitos, nos vivificou juntamente com Cristo (pela graça sois salvos), e nos ressuscitou
juntamente com ele, (...) pois é pela graça que sois salvos, por meio da fé – e isto não vem de
vós, é dom de Deus – não das obras para que ninguém se glorie.
Ef.2:1-9
E mais:
“Ora, se já morremos com Cristo, cremos que também com ele viveremos. (...) Pois quanto a ter
morrido, de uma vez morreu para o pecado; mas, quanto a viver, vive para Deus. Assim, também
vós considerai-vos mortos para o pecado, mas vivos para Deus em Cristo Jesus nosso Senhor.”
Rm6:8-11
Vivos para Deus. É isto que agora caracteriza a nossa vida. A morte, marcada pela nossa separação de Deus,
pela futilidade das nossas vidas, pela falta de propósito, pelas dúvidas, pela existência sem sentido, foi esmagada na
ressurreição. Agora há propósito. Há sentido. Há um rumo. Há valores. Há princípios. Há moral. Há gozo. Há
plenitude. Porquê? Por que Deus é o centro. O alvo. A razão de tudo.
Estamos livres para viver a abundância de vida que Deus sempre desejou para nós. É por isso tempo de
deixarmos para trás as sombras e avançarmos para a luz. A Bíblia diz:
“Da mesma maneira também o Espírito ajuda as nossas fraquezas. Não sabemos o que havemos
de pedir como convém, mas o mesmo Espírito intercede por nós com gemidos inexprimíveis.”
Rm.8:26
O Espírito Santo em nós – conquista da Ressurreição – nos guiará à vida que Deus planeou. É dEle que vem a
força, a sabedoria e o poder para vivermos para Deus. E nada nos satisfará tanto como essa experiência gloriosa.
Podemos gastar a nossa vida inteira em busca de outras seguranças e paixões, ou até atingir feitos memoráveis, mas
sem Deus, nada disso tem sentido. O poder da Ressureição capacita-nos a viver a vida que vale a pena ser vivida.
“Se nós, quando éramos inimigos, fomos reconciliados com Deus pela morte do Seu Filho, muito
mais, estando já reconciliados, seremos salvos pela Sua Vida.”
Rm.5:10
Quando Júlio César chegou a Alexandria, mostraram-lhe o túmulo de Alexandre, o Grande. Em seguida
perguntaram-lhe se gostaria de visitar o túmulo de Ptolomeu. Ele respondeu: “Eu vim para ver um rei, não um
cadáver.”
Falar da Páscoa, é falar de um Rei, não de um cadáver! Seguir a Cristo é seguir um Rei Vivo! Deixa que Ele
transforme a tua vida pelo poder da Sua Ressurreição!
© Copyrights. Incentivo a divulgação destes conteúdos. Todos os textos são da minha autoria e podem ser usados
livremente. No entanto, qualquer reprodução parcial ou integral, por qualquer meio, electrónico ou físico, desde que
o texto não seja alterado, deverá mencionar a origem. É proibida a cobrança de qualquer importância para além de
eventuais custos de reprodução.Deverá, por favor, ser incluída a seguinte referência: Por Helder Soares. © Ad
Causam. www.adcausam.wordpress.com