Lógica e Teoria Das Categorias
Lógica e Teoria Das Categorias
Lógica e Teoria Das Categorias
das Categorias:
Um curso introdutório de lógica
proposicional categórica
Universidade Estadual da Paraíba
Profª. Célia Regina Diniz | Reitora
Profª. Ivonildes da Silva Fonseca | Vice-Reitora
Lógica e Teoria
das Categorias:
Um curso introdutório
de lógica proposicional
categórica
Campina Grande - PB
2022
Estado da Paraíba
João Azevêdo Lins Filho | Governador
Ana Lígia Costa Feliciano | Vice-governadora
Estado da Paraíba
NonatoLins
João Azevêdo Bandeira
Filho || Secretário
Governador da Comunicação Institucional
Claudio Benedito Silva Furtado| Secretário da Educação e da Ciência e Tecnologia
Ana LígiaRamos
Damião Costa Feliciano
Cavalcanti || Secretário
Vice-governadora
da Cultura
Nonato Bandeira | Secretário da Comunicação Institucional
Claudio
EPC - Benedito
Empresa SilvaParaibana
Furtado| Secretário da Educação e da Ciência e Tecnologia
de Comunicação
Damião Ramos Cavalcanti | Secretário da Cultura
Naná Garcez de Castro Dória | Diretora Presidente
William Pereira Costa | Diretor de Mídia Impressa
EPC - Empresa
AlexandreParaibana
Macedo| Gerentede Comunicação
da Editora A União
Albiegede
Naná Garcez LéaCastro
Fernandes
Dória | Diretora de Rádio e TV
Presidente
William Pereira Costa | Diretor de Mídia Impressa
Alexandre Macedo| Gerente da Editora A União
Albiege Léa Fernandes | Diretora de Rádio e TV
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DepósitoBRlegal
101na- KM 03 - Distrito
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CEP:
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dezembro de 2004.
FICHA CATALOGRÁFICA ELABORADA HELIANE MARIA IDALINO SILVA - CRB-15ª/368
Copyright © EDUEPB
A reprodução não-autorizada desta publicação, por qualquer meio, seja total ou parcial, constitui
violação da Lei nº 9.610/98.
Copyright © EDUEPB
A reprodução não-autorizada desta publicação, por qualquer meio, seja total ou parcial, constitui
violação da Lei nº 9.610/98.
Ao mestre Giovanni (In Memoriam)
PREFÁCIO, 9
CAPÍTULO 1
UM POUCO DE HISTÓRIA , 12
CAPÍTULO 2
TEORIA DAS CATEGORIAS: PRIMEIROS PASSOS, 20
CAPÍTULO 3
INTRODUÇÃO À LÓGICA PROPOSICIONAL, 82
CAPÍTULO 4
CÁLCULO PROPOSICIONAL E TEORIA DAS
CATEGORIAS, 96
REFERÊNCIAS, 130
PREFÁCIO
9
incursões (exemplos e demonstrações) do lógico e matemáti-
co Giovanni da Silva de Queiroz. Esse livro vem a público em
sua homenagem.
Desde já não é demais esclarecer ao leitor que muitas das
lições de lógica categórica oferecidas no nosso curso foram
extraídas, observadas poucas modificações, da obra Topoi: The
Categorial Analysis of Logic, escrita pelo matemático e lógico
Robert Goldblatt. Outras tantas motivações e exemplos tra-
balhados por nós estão presentes no Categoy Theory de Steve
Awodey.
Como organizamos o nosso curso? Detalhes sobre as ori-
gens e os desenvolvimentos da lógica e teoria das categorias,
e a posterior aplicação daquela nesta, são apresentados já no
primeiro capítulo.
O domínio da teoria das categorias demanda bastante es-
forço e dedicação. Para amenizar essas dificuldades, tratamos
da axiomática e de algumas estruturas importantes da teoria
das categorias no segundo capítulo.
Como pretendemos entrelaçar a teoria das categorias com
a lógica proposicional, no terceiro capítulo buscamos expor
de modo claro alguns conceitos básicos e avançados da lógica
proposicional como uma espécie de lógica matemática.
No último momento do nosso curso, mostramos como é
possível traduzir os conectivos lógicos (negação, implicação,
disjunção e conjunção) em termos categóricos. Com isso, na
sequência, estabelecemos certas condições que permitem
modelar uma semântica categórica capaz de interpretar as
fórmulas bem formadas do cálculo proposicional proposto.
10
Ao final, avaliamos as propriedades da completude e da corre-
ção sob essa nova perspectiva.
Bons estudos!
Rainha da Borborema, 23 Março de 2020.
Rodrigo Costa Ferreira
11
CAPÍTULO 1
UM POUCO DE HISTÓRIA
12
o formalismo matemático, influencia a matemática com os
seus métodos, os quais são utilizados por lógicos e matemáti-
cos para examinar, por exemplo, os fundamentos da matemá-
tica e os seus procedimentos de prova. Surge, nesse momen-
to, a moderna “lógica matemática”. Daí, dizemos hoje que a
lógica além de ser uma disciplina filosófica é também uma
disciplina matemática.
Porém, já no século XVII o filósofo e matemático alemão
Gottfried Wilhelm Leibniz (1646-1716) desenvolveu uma série
de aproximações entre a álgebra e a lógica. Infelizmente, os
resultados de seus trabalhos só seriam mais bem difundidos e
desenvolvidos a partir do século XIX.
Leibniz, como é possível observar na sua De Arte Combina-
tória, escrita em 1666, compreende que a lógica, com os seus
termos, proposições e silogismos, apresenta certa semelhan-
ça com a álgebra. Por isso, procurou elucidar vários aspectos
da lógica por meio do cálculo algébrico de sua época. Ainda
nessa obra introdutória, o filósofo alemão tenta implantar a
ambiciosa construção de uma lingua philosophica com charac-
teristica universalis, uma espécie de sistema exato e universal
de notação concebido para expressar de forma precisa o pen-
samento humano. Em paralelo, propõe o desenvolvimento
de um calculus ratiocinator (cálculo da razão): uma espécie de
cálculo que permitiria inferir das premissas representadas na
lingua philosophica (um tipo de linguagem formal), por conclu-
são, todas as coisas pensadas. Apesar do programa lógico-ma-
temático de Leibniz, na forma como foi introduzido no século
XVII, não ser teoricamente exequível, o calculus ratiocinator
13
representa, no mínimo, uma condição inspiradora à metodo-
logia da lógica matemática moderna.
Passados dois séculos da proposta de Leibniz, a lógica ma-
temática tem uma formulação formal mais concisa no ano de
1847 com a publicação do livro The Mathematical Analysis of
Logic de George Boole (1815-1864). Neste trabalho inovador
Boole situa a lógica matemática como uma espécie de cálculo
lógico de classes. No mesmo ano, Augustus De Morgan (1806-
1871) publica o tratado Formal Logic, no qual desenvolve im-
portantes estudos sobre a lógica das relações. No ano de 1854,
George Boole publica An Investigation into the Laws of thought
on which are Founded the Mathematical Theories of Logic and
Probability complementando os estudos da sua The Mathema-
tical Analysis of Logic. Anos depois, com Ernst Schröder (1841-
1902), no volumoso tratado Vorlesungen über die Algebra der
Logic, publicado entre 1890 e 1895, as noções lógicas boolea-
nas recebem um refinamento notável.
Uma abordagem simbólica moderna à lógica é encontrada
nos trabalhos do alemão Gottlob Frege (1848-1925), em parti-
cular, no Begriffsschrift de 1879, no Grundgesetze der Arithme-
tik, publicado entre 1879 e 1903, e nas pesquisas de Giuseppe
Peano (1858-1932) com o extenso Formulaire de Mathématiques
de 1894. Ao longo dessas obras, Frege tenta fundamentar lo-
gicamente o “raciocínio matemático” (ou a demonstração ma-
temática) a partir de uma linguagem artificial precisa capaz
de tornar mais explícito os seus processos de inferência. Essa
linguagem formal de notação complexa lhe permitiu estabe-
lecer as bases modernas do cálculo proposicional e do cálculo
14
de primeira ordem – uma das grandes inovações, nesse senti-
do, foi a do uso de símbolos que expressam quantificadores,
variáveis e funções. Uma das grandes contribuições de Peano,
por sua vez, consiste em ter melhorado a notação simbólica
de Frege, sendo a notação de Peano usada ainda hoje para ex-
pressar o cálculo lógico.
Os trabalhos iniciados por Frege e Peano impulsionaram
a construção da monumental Principia Mathematica publica-
da entre os anos de 1910 e 1913 por Alfred North Whitehead
(1861-1947) e Bertrand Russell (1872-1970). A identificação de
grande parte da matemática com a lógica é a ideia básica des-
sa obra. Ao longo dos seus estudos, os conceitos e teoremas
matemáticos são traduzidos em noções lógicas. Essa investi-
gação tem início com o cálculo das proposições; e passa, na se-
quência, a elucidar aspectos importantes da teoria das classes
e teoria das relações.
No período entre 1934 e 1939 aparece o abrangente Grun-
dlagen der Mathematik de David Hilbert (1862-1943) e Paul
Bernays (1888-1977). O ambicioso programa formalista de
Hilbert e Bernays tem como objetivo fundamentar logica-
mente toda a matemática mediante a aplicação de sistemas
formais baseados no método axiomático. Importantes contri-
buições para a teoria da prova são dadas nesse momento.
Os anos que se sucederam às pesquisas de Bernarys e Hil-
bert são seguidos por inúmeros outros importantes trabalhos
em lógica matemática, entre os quais, para citar alguns, o arti-
go Über Formal Unentscheidbare Sätze der Principia Mathemati-
ca und Verwandter Systeme I (1931) do matemático Kurt Gödel
15
(1906-1978) e os trabalhos On Some Fundamental Concepts of
Metamathematics (1930) e The Concept of Truth in Formalized
Languages (1935), Boolean Algebras with Operators (1952) do
lógico polonês Alfred Tarski (1901-1983). Além do surpreen-
dente resultado da incompletude de Gödel, ocorre o desenvol-
vimento de pontos importantes da teoria da representação e
da teoria dos modelos (consequência importante da definição
semântica de verdade de Tarski).
Conceitos fundamentais da álgebra moderna (ou abstra-
ta), tipologia e espaços vetoriais foram estabelecidos entre
1920 e 1940. Nos vinte anos seguintes é possível observar
uma verdadeira revolução nos métodos da topologia algébrica
homológica. A álgebra homológica é um desenvolvimento da
álgebra abstrata que trata de resultados válidos em diversos
tipos de espaços matemáticos. Um dos frutos desse avanço
ocorre com a introdução em 1942 por Eilenberg e Mac Lane
das noções de funtor e categoria. Essas contribuições marcam
o início da teoria das categorias.
No ano de 1942, Samuel Eilenberg (1913-1998) e Saunders
Mac Lane (1909-2005) propõem novos métodos para o cálcu-
lo de grupos homólogos. Na ocasião constatam que grande
parte dos grupos estudados estão relacionados de modo a exi-
birem uma determinada propriedade universal denotada por
eles como “natural”. Essa compreensão os conduz à criação e
à aplicação dos “isomorfismos naturais” para um tratamento
mais geral dos grupos algébricos. Além da noção de isomor-
fismo natural, formulam o importante conceito de funtor:
no sentido de determinar um significado mais exato àquilo
16
que é compartilhado pelas estruturas algébricas abstratas.
Eilenberg e Mac Lane, cientes da necessidade de uma cons-
trução axiomática mais geral às suas pesquisas, anunciam,
ainda em 1942, a realização de estudos futuros. Um trabalho
detalhado da axiomática dos isomorfismos naturais só é pu-
blicado no ano de 1945, sob o título de General Theory of Natu-
ral Equivalences.
A publicação da Teoria Geral das Equivalências Naturais
marca oficialmente o nascimento da teoria das categorias.
Com essa teoria pretendem, inicialmente, fundamentar uma
axiomática geral na qual a noção de isomorfismo natural as-
sociada aos conceitos de funtor e de categoria possibilitam
capturar propriedades universais pertencentes a diferentes
estruturas matemáticas. Mediante algumas dificuldades te-
óricas, Eilenberg e Mac Lane acrescentam à axiomática das
equivalências naturais os conceitos de funtor e de categoria.
A categoria, a princípio, é entendida por Eilenberg e Mac
Lane como como um conceito auxiliar à definição de funtor,
ou seja, como algo útil apenas para solucionar certos proble-
mas decorrentes da aplicação da noção de funtor. Mac Lane e
Eilenberg, depois de introduzirem em 1945 algumas noções
categóricas importantes, acreditavam ter produzido uma lin-
guagem eficaz aos interesses dos topologistas e de outros,
uma vez que essa permite oferecer uma visão conceitual am-
pla de inúmeras partes da matemática.
Na primavera de 1956, Daniel Kan introduziu o importan-
te conceito de funtor adjunto à teoria das categorias. O ma-
temático trabalhava na teoria homotópica, desenvolvendo o
17
que é chamado, hoje, de teoria homotópica combinatória. De
imediato, Kan percebeu que poderia usar a noção de funtor
adjunto para unificar vários dos resultados obtidos por ele
em pesquisas anteriores. Em 1958, o matemático publica uma
versão unificada desses resultados no artigo Functors Involving
Complexes. Ainda sobre os resultados obtidos em suas pesqui-
sas, Kan escreve o artigo Adjoint Functors, tratando particu-
larmente da ideia de funtores adjuntos. Ao escrever esse ar-
tigo que Kan descobre como a definição de funtor adjunto é
geral e importante para se definir outras noções essenciais à
teoria das categorias, tais como a de limite e colimite.
Em 1957, Alexander Grothendieck (1928-2014) procurou
generalizar não apenas o trabalho de Eilenberg e Mac Lane,
mas também alguns resultados particulares da álgebra abs-
trata ao definir as “categorias abelianas”. A axiomática das
categorias abelianas levou em conta apenas características
estruturais compartilhadas, na medida em que objetos abe-
lianos foram definidos como uma condição teórica primitiva
em função do conceito de categoria. Tal terminologia permite
a Grothendieck caracterizar um tipo de estrutura existente
entre objetos, sem que, para tanto, fosse necessário especifi-
car ao certo tais objetos.
A “lógica categórica” (uma lógica matemática que faz uso
das estruturas da teoria das categorias) tem início na década
de 60 com os trabalhos de Francis William Lawvere. Em 1963,
o matemático Francis William Lawvere (1937-), na sua tese de
doutorado Functorial Semantics of Algebraic, define uma se-
mântica funtorial capaz de interpretar uma teoria algébrica
18
em outra teoria algébrica por meio de um funtor. Passados
alguns anos, nos trabalhos Theories as Categories and the Com-
pleteness Theorem (1967) e Quantifiers and Sheaves (1970), Law-
vere faz uso da estrutura funtor para determinar os adjuntos
de Kan (aqueles de imagem inversa) como quantificadores ló-
gicos, bem como introduz uma nova axiomática aos topos de
Grothendieck, buscando generalizá-los sob uma perspectiva
topológica e categórica. Tal fato o levou, posteriormente, a
desenvolver uma definição de topos capaz de fornecer um tra-
tamento categórico à lógica de primeira ordem.
Por influência dos trabalhos de Lawvere, a partir das dé-
cadas de 1960 e 1970 há um maior interesse na aplicação da
teoria das categorias nas lógicas algébricas. Tal interesse se
mantém vivo, sendo a lógica categórica atualmente abordada
como um importante objeto de pesquisa no desenvolvimento
de novos sistemas lógicos.
19
CAPÍTULO 2
TEORIA DAS CATEGORIAS:
PRIMEIROS PASSOS
20
(f), escrevemos f:a b; f: ou ;
21
isto é, f ida = idb f = f.
22
2.2.1 CATEGORIA DOS CONJUNTOS (SET)
Definição 2.2 (Axiomática da Categoria dos Conjun-
tos) é uma ca-
tegoria se, somente se, as seguintes condições são satisfeitas:
Demonstração:
23
Para as funções f: A B, g: B C e h: C A, e para
qualquer que seja aA, temos:
Exemplo:
24
.
A multiplicação em SET é associativa: m · (n · k) = (m ·
n) · k, sendo essa válida para qualquer número inteiro n, m e k.
Nesses termos, o diagrama
comuta, pois m (n k) = (m n) k = m · (n · k) = (m ·
n) · k.
O morfismo identidade de é o número 1, já que o
diagrama a seguir comuta
25
na medida em que 1 · m =m e n · 1 = n.
26
que ocorre quando os morfismos em Hom (SET ) comutam,
isto é, ;
Demonstração:
Dado o diagrama
27
podemos definir para o morfismo a identidade
.
Conforme o diagrama
segue
28
Definição 2.4 (Axiomática da Catego-
ria dos Conjuntos Parcialmente Ordenados)
29
Proposição 2.5 A operação composição é associativa em
POSET.
Demonstração:
Dadas as funções f: A B, g: B C e h: C
D, com a, b A:
30
3. Como g (f(a)) g(f(b)), segue h (g(f(a))) h (g (f(b))),
pois h é monotônica em D;
31
2.2.4 CATEGORIA DOS MONÓIDES (MON)
Definição 2.5 (Monóide) A matriz é um monóide,
na qual:
Exemplo:
32
Definição 2.6 (Homomorfismo entre Monóides) Se-
jam e dois monóides. O homomorfismo
de M em N é toda função
tal que preserva as operações e os elemen-
tos identificados. Quaisquer que sejam os elementos m e n
do conjunto M e seus elementos neutros, denominados a e e,
seguem as igualdades:
33
A composição de homomorfismos equivale a
f( )) = (f). Ao atribuirmos m e n à expressão anterior, te-
mos f( (m,n))= (f(m,n)). Ou seja, f( (m,n))=
(f(m), f(n)) que equivale a f(m n) = f(m) f(n).
Exemplo:
f(0) = 20 =1;
34
f (a + b) = 2ª+b =2ª 2b = f (a) f (b)
35
Proposição 2.7 A operação composição é associativa em
MON.
DEMONSTRAÇÃO:
36
(2) Dizemos que e G é um elemento neutro da operação
se, e somente se, para qualquer a G, temos
Exemplo:
37
seguintes diagramas comutam:
38
Sabemos que e que . Ao aplicar-
mos a função g aos membros: se , então
. Pela unicidade do
inverso, obtemos
39
(4) 0 e 1 são dois elementos distintos de B;
( 1) x y = y x (Comutatividade);
( 2) x y = y x (Comutatividade);
( 3) x (y z) = (x y) (x z) (Distributiva);
( 4) x (y z) = (x y) (x z) (Distributiva);
( 5) x 0 = 0 x = x (Identidade);
( 6) x 1 = 1 x = x (Identidade);
( 7) x – x = 0 (Complementariedade);
( 8) x – x = 1 (Comutatividade);
Demonstração:
40
Essa característica homomórfica da álgebra booleana cor-
responde ao teorema da dualidade. Segundo este teorema,
todo resultado dedutível dos axiomas de uma álgebra de Bo-
ole permanece válido se nele trocarmos por e 0 por 1, e
vice-versa, pois pela simetria da definição de uma álgebra de
Boole entre os operadores e os elementos 0 e 1, tanto
esses como aqueles podem ser intercambiados, conduzindo
outros resultados também verdadeiros.
41
(4) : Hom (GRU GRU)2 Hom (GRU GRU) é a
operação de composição de homomorfismos;
Demonstração:
O seguinte diagrama
42
indica os homomorfismos entre os grupos
, , e . Os ho-
momorfismos são:
;
3. Como r,s G, e h: G H, obtemos o homomorfismo
6. Como m,n M, e
, segue
e, consequentemente, e
;
43
O elemento neutro do grupo pode ser es-
crito na forma . Ao plicarmos a
função f a todos os membros da equação anterior, obtemos
. Seja f(a) = e, segundo o passo 1, temos
. Mas, pelo passo 5, se , então
= = u. Como u = h (g
f) e m m–1, segue u = h (g
f)(m m–1). Logo, a propriedade associativa ocorre, pois
(h g) f ( m m–1) = u = h (g f)( m m–1).
Demonstração:
44
A seguir são analisadas as estruturas categóricas monomor-
fismo, epimorfismo e isomorfismo. Motivamos os nossos
estudos sob as seguintes definições da teoria dos conjuntos:
1. função injetora – conceito generalizado pela noção de mo-
nomorfismo; 2. função sobrejetora – definição generalizada
pela noção de epimorfismo; e 3. função bijetora – generaliza-
da pela noção de isomorfismo.
2.3.1.1 MONOMORFISMO
Motivações em SET:
Demonstração:
Sejam os diagramas
45
e f: A B uma função injetiva. As funções g, h: C
A são tais que f g = f h. Vamos provar que g = h.
Se x C e ambas as funções g e h têm domínio em C, então f
g = f h. Por conseguinte, (f g)(x) = f(g(x)) = f(h(x)). Como
f é injetiva g(x) = h(x), g = h.
Por outro lado, vamos provar que para {x1, x2} A, se temos
f(x1) = f(x2), então x1 =x2.
Definirmos g, h de um conjunto C = { }, tal que g,h: { }
A. Vamos agora supor que f e g convertem os elemen-
tos de C em x1 e x2, de forma que g( ) = x1 e h( ) = x2.
A hipótese f(x1) = f(x2) pode ser escrita na forma f(g( ))
= f(h( )). Dessa expressão, obtemos f g( ) = f h( ) e f
g=f h.
Pela hipótese da proposição, concluímos que g = h. Logo, g(
) = h( ), isto é, x1 = x2.
46
A B.
Exemplo em SET:
2.3.1.2 EPIMORFISMO
Motivações em SET:
Demonstração:
Sejam os diagramas
47
f: A B e g,h: B C são funções que comutam g
f = h f. Queremos provar que g = h, isto é, para todo x B, g(x)
= h(x).
Se x B e f é sobrejetiva, então existe z A, tal que f(z) = x.
Logo, escrevemos g(x) = g (f(z)) = (g f)(z). Mas, por hipótese,
(g f) (z) = (h f) (z)= h (f (z)) = h (x).
Por outro lado, como x A e y B, tais que f(x) = y, devemos
provar que se g = h, então g f = h f.
Definimos g, h para certo conjunto C = { }, de forma que
g,h: B { }. Vamos supor que f e g convertem os elemen-
tos de B em e , logo temos:
f(x) = y;
48
Definição 2.15 (Epimorfismo) Um morfismo f: A B
em categoria qualquer é um epimorfismo se para todo par
de “morfismos paralelos” do tipo g,h: B C, implica g = h
( f cancelável à direita). Denotação: f: A B.
Exemplo em SET:
2.3.1.3 ISOMORFISMO
Motivação em SET:
Demonstração:
Sejam os diagramas
49
ou seja,
Demonstração:
50
f) (x) = idA (x) = x. Além do mais, se g(y) = g(f(x)) = (g f) (x)
= idA (x) = x, então g = g’. Ou seja, temos g’ = idA g’ = (g f)
g’ = g (f g’) = g idB = g. Sendo g’ única, g’ é chamada
“inversa de f” e é denota por f –1. Logo, f –1 satisfaz f –1 f =
idA e f f –1 = idB.
51
Exemplo em SET:
Exemplo em POSET:
52
de uma categoria qualquer , para um único objeto a Obj (
) existe um único morfismo denotado !0: 0 a.
Motivação em SET:
53
Como, pelo 5, se vale x 0 = 0, então 0 x ocorre.
Motivações em SET:
Demonstração:
54
Por outro lado, se existem x, y A, tal que x ≠ y, presumimos
que dado qualquer conjunto , podemos definir, pelo
menos, duas funções distintas f, g: B A. Logo, A não seria
objeto terminal.
55
2.3.3.1 PRODUTO
Construção em SET:
comuta, isto é, f = pA p e g = pB p.
Demonstração:
56
Vamos demonstrar que pA e pB têm a propriedade da fato-
ração. As funções f: C A e g: C B podem ser
fatoradas através de pA e pB mediante uma única projeção p.
Definidas f: C A e g: C B, segue:
1. Existência da projeção p;
2. Unicidade da projeção p.
57
Portanto, a função p: C A B existe e é única no
produto cartesiano A B.
isto é, f = pa p e g = pa p.
Demonstração:
58
O diagrama acima é a justaposição dos seguintes diagramas:
59
Analogamente, (p q) (pA pB) = idA B = idD. Por
conseguinte, p q: D A B é um isomorfis-
mo. Ao final, concluímos D A B.
2.3.3.2 COPRODUTO
Definição 2.24 (Coproduto) Seja uma categoria qual-
quer e a, b e c objetos de Obj ( ), um coproduto de a e
60
b é um objeto em denotado a + b, com dois morfismos do
tipo ia: a + b A e ib: a + b b, tais que para qualquer c,
dado f: a c e g: b c, existe um único morfismo q:
a+b c que comuta o diagrama
isto é, f = q ia e g = q ib.
Motivação em SET:
61
Proposição 2.20 A noção de coproduto p + q coincide com
o supremo p q quando tomamos , tal que p, q A, uma
ordem parcial, como um POSET.
Demonstração:
62
(p q) = p + q, o que implica na equação p q p + q (1).
Por outro lado, dado o diagrama
2.3.4 EQUALIZADORES
Motivação em SET:
63
como h que “fatora” unicamente i: D A, e a função k:
C A tal que i k = h.
64
isto é, g i=f i;
Exemplo:
65
Temos f( ) i = g( ) i de forma que i(f( )) = i(g(
)). Se g( ) = 1, então i(1) = i(f( ). Ao
supormos i(x) = x como uma função constante, podemos es-
crever x2+y2 = 1.
Portanto, o objeto resultante do equalizador de f e g é o
subconjunto de que constitui a circunferência de raio 1, ou
seja, é o conjunto de todos os pares
Demonstração:
66
Devemos provar que se i u=i v, então u = v. Dado o
diagrama
67
2.3.5 Coequalizadores
ou seja, q f=q g;
68
de f, g: a b, então h é um epimorfismo.
Demonstração:
69
Exemplo em SET:
70
quociente A/R que é a coleção de todas as classes de equiva-
lência quando x percorre A:
(3) Se [x] ≠ [y], então [x] e [y] são disjuntas, isto é, [x] [y] ≠
71
pelas funções p1(x,y) = x e p2(x, y) = y, concluímos que fR: A
A/R é um coequalizador de p1 e p2.
Demonstração:
72
devemos definir k: A/R B, tal que h = k fR e k como
única. Disso segue que k([x]) = h(x). Temos que determinar
ainda se k está bem definida, isto é, se k independe dos repre-
sentantes quando [x] = [y], ou seja, h(x) = h(y).
Se [x] = [y], então (x, y) R. Logo, h(x)=h(p1(x, y))=(h p1)(x,
y)=(h p2)(x, y)=h(p2(x, y))=h(y). Por conseguinte, temos k
fR = h; (k fR) (x) = k (fR(x)) = k ([x])= h(x).
Por fim, resta-nos provar se k é única. Ao supor que l: A/R
B, de forma que h = l fR, provamos l = k; l([x]) = l(fR(x))
= (l fR)(x) = h (x) = k(x). Conclusão: k é única.
2.3.6 PULLBACKS
Definição 2.29 (Pullback) Seja uma categoria qualquer e
k, f, g, f ‘ e g’ morfismos de Hom ( ), um pullback de f e g com
codomínio em comum ocorre se, somente se, os morfismos f ‘
e g’ satisfazem as seguintes propriedades:
73
(1) comutam o seguinte diagrama
ou seja, f g’ = g f ‘;
Exemplo em SET:
74
descreve tal situação.
75
devemos construir o morfismo h: E f –1(C) como úni-
co, tal que o seguinte diagrama
comute, isto é, l = h e f* l = k.
Seja x E, tal que l(x) f –1(C), (f* h) (x) = (idC k) (x), isto
é, f*(h(x)) = idC (k (x)) = k(x) C. Então, h(x) f–1 (C). Como f –1
76
(C) = {z A | f(z) C, temos l(x) = h(x). Logo, ( l) (x) =
(l (x) ) = (h (x)) = h (x), isto é, l=
h. Do mesmo modo, (f* l) (x) = f*(l(x)) = f*(h(x)) = k (x). Por
fim, temos f* l = k.
Demonstração:
77
no qual temos os morfismos:
(1) p q q, isto é, p q q;
(2) p q p, isto é, p q p.
78
podemos mostrar que existe um único t p q. Dado
t qet pep q um ínfimo, segue t p q.
Por outro lado, se o diagrama anterior é um pullback, deve-
mos provar que s = p q. A existência dos morfismos
indicados garante que s p e s q, ou seja, temos o seguinte s
p q. Como t p e t q, devemos ainda provar t s. Dado
que no pullback há um único morfismo t s, segue t s.
2.3.7 EXPONENCIAÇÃO
Definição 2.30 (Exponenciação) Seja uma categoria
qualquer e a, b, ba, c, ba a e c a objetos de Obj ( ),
uma exponenciação ocorre em se, somente se, temos:
79
(2) para os objetos a ,b e ba associado ao “morfismo avalia-
ção” v: ba a b e um objeto c no morfismo g: c a
b, existe um único morfismo : c b a tal que o diagrama
a seguir comuta
ou seja, v (g ida) = g.
Motivação em SET:
Demonstração:
80
Por conseguinte, seja B A, isto é, B (A), enunciamos
que B (x): A {0, 1} na forma
81
CAPÍTULO 3
INTRODUÇÃO À LÓGICA PROPOSICIONAL
82
formadas é utilizada por Frege para elaborar o cálculo pro-
posicional e o cálculo de predicados (ou cálculo de primeira
ordem) como o concebemos ainda hoje.
Giuseppe Peano no seu Aritmetics Principia: Novo Methodo
Exposita de 1889 expõe uma linguagem formal com notação
mais simples do que a proposta por Frege e a usa com objetivo
de representar formalmente as provas em aritmética. Mesmo
que Russell e Whitehead tenham adotado em grande maioria
as ideias lógicas de Frege, preferiram utilizar na sua grande
Principia Mathematica (1910-1913) a notação e regras formais
de prova de Peano. A proposta filosófica básica da Principia
consiste na tentativa de redução da matemática à lógica. Com
esse intuito os conceitos e teoremas matemáticos passam a
ser transcritos com o auxílio de ideias lógicas. Axiomas, por
exemplo, expressam verdades lógicas básicas, e outras verda-
des lógicas (teoremas, por exemplo) derivam deles por regras
de inferência modus ponens e de generalização universal, re-
gras essas já sugeridas por Frege.
Russell e Whitehead ao estabelecerem a teoria dos tipos
para evitarem certos paradoxos de uma “linguagem formal
muito expressiva” dividem os objetos do discurso matemáti-
co em níveis. Com isso, o cálculo lógico é dividido em uma
série de cálculos: cálculo proposicional (nível zero ou ordem
zero da linguagem); cálculo de primeira ordem (nível um ou
primeira ordem da linguagem) e cálculo de ordens superiores
(demais níveis da linguagem).
A partir da década de 1920 a abordagem Frege-Peano-Rus-
sell tornou-se bem aceita, em especial, por influência de
83
David Hilbert e seus colaboradores. Em obras como Os Fun-
damentos da Matemática (1922), Uma Nova Fundamentação da
Matemática (1922) e Fundamentos da Matemática (1939) esta-
belecem pressupostos teóricos importantes ao método axio-
mático, segundo o qual uma prova deve começar de pontos
iniciais chamados axiomas e proceder, por intermédio de um
mecanismo de síntese que faz uso de regras de inferência, até
os teoremas. O cálculo proposicional (CP) a ser tratado a se-
guir é apresentado nos moldes dessa tradição: a abordagem
Frege-Peano-Russell-Hilbert.
84
Uma semântica é uma estrutura que permite interpretar
fbfs de um CP. A seguir, enunciamos uma semântica ao CP
proposto, a qual será reinterpretada (ou traduzida) em ter-
mos categóricos no último capítulo.
85
(2) se A é uma fbf, então A também o é;
86
(2) Ai vem de fbfs anteriores na sequência em razão da
aplicação da MP;
(3) Ai = An = A.
87
seguintes propriedades1:
(3) Se Δ B e B, Γ A, então Δ, Γ A.
Demonstração:
1 Abrevia-se, aqui, {A1, ..., Ai, ..., An} A, escrevendo-se A1, ..., Ai, ..., An A.
Da mesma forma, abrevia-se Γ {A}, escrevendo-se Γ, A.
88
segue Δ, B, Γ A, mas como Δ B e B, Γ A, por hipótese,
segue-se Δ, Γ A.
Definição 3.11 Uma fbf qualquer A é válida se para toda
valoração , temos [A] = . Denotamos A
89
como uma fbf qualquer válida por A. Caso contrário, A.
Demonstração:
90
C). Já de (2) (A
B) (A C), temos A B e A C, observada a
condição ( ). Mas se A B, obtemos A ou B, o
que é uma contradição com a suposição. Logo, (A (B
C)) ((A B) (A C)).
Devemos provar que o Ax 3 é verdadeiro. Nesse caso,
( B A) (( B A) B) se, somente se, ( B
A) ou ( B A) B.
Suponhamos que ( B A) (( B A) B)
se, somente se, (1) B A e (2) ( B A) B.
Se B A, então B ou A, pela con-
dição ( ). Ainda, segundo a condição ( ), temos B,
logo B. Mas para que (2) ( B A) B, conforme
a condição ( ), devemos ter B, o que é uma contradição
com a hipótese. Logo,
( B A) (( B A) B).
A regra modus ponens preserva a validade desde que
((A B) A) B. Suponhamos que ((A B) A)
B. Como ((A B) A) B, temos
(A B) Ae B. Se (A
B) A, então A Be A, segundo a condição (
). Mas para A B, observada a condição ( ),
concluímos que A ou B, o que é uma contradição com a
hipótese. Logo, a regra modus ponens preserva a validade.
91
Demonstração:
1. A B
92
1.2. Se (B) = , então ; logo, Bv B e Av
A.
2.
2.1. Se , então ; logo,
e Av A.
93
2.3. Se e , então ; logo,
, e .
94
Após K – 1 procedimentos semelhantes a este, eliminamos
as variáveis até obtermos A.
95
CAPÍTULO 4
CÁLCULO PROPOSICIONAL E
TEORIA DAS CATEGORIAS
MOTIVAÇÃO EM SET:
Seja B um subconjunto de A e f injetora (um monomorfismo),
dizemos que a função f: C B define um subconjunto de
A, tal que Im (f) = {f(x) | x C}. Portanto, f induz a uma bijeção
96
entre C e Im (f). Em gráfico, temos:
Motivação em SET:
97
Definição 4.2 (Classificador de Sub-objeto) Seja
uma categoria qualquer com objeto terminal 1 e pullback(s),
um classificador de sub-objetos é um objeto Ω
Obj ( ) associado ao “morfismo verdade” : 1 Ω, tal
que para d Obj ( ) e o sub-objeto f: a
d existe um único “morfismo característico de f ” : d
Ω que comuta o seguinte pullback
isto é, f= !.
Demonstração:
98
k ocorre por ser pullback, então f k = g. Nesse caso, como
g é monomorfismo, temos f g. Dessa forma, f=
!, já que o diagrama acima comuta.
Sabemos que k é monomorfismo, pois se k m = k n, en-
tão f k m = f k n. O que implica em g m
= g m = n. Como f k = g, temos g f. De modo análogo,
provamos que f g; logo, f g.
Por outro lado, vamos supor que f g, então k no diagra-
ma acima é isomorfismo. Reescrevendo o diagrama anterior,
temos
99
Para provar , temos que definir o diagrama
acima como um Pullback. Dado
temos h= !.
Queremos provar ainda a existência de um único l, tal que
100
g l = h. Nesse diagrama, como h= ! e como o qua-
drilátero formado por f e é um Pullback, então existe um
único l’: e a tal que f l’ = h. Finalmente, o mesmo dia-
grama sugere definir l’ = k l, ou seja, l = k – 1 l’, já que k é
isomorfismo, temos g l = g k – 1 l’ = f l’ = h.
4.2.1 Negação
Motivação em SET:
101
A negação na categoria SET pode ser entendida como uma
função 2 2, de forma que {x | (x) = 1} = {0} 2. A in-
clusão de zero ao conjunto 2, isto é, {0} 2 = {1,0},
é determinada pela função . Logo, em SET, vale o seguinte
pulback
102
um pullback em , tal que = e == !.
4.2.2 CONJUNÇÃO
Motivação em SET:
103
isto é, Por conseguin-
te, Por outro lado,
ocorre
Portanto, em SET, podemos definir a conjunção conforme
o diagrama
104
Definição 4.6 (Conectivo Conjunção) O conecti-
vo conjunção é um morfismo único expresso na forma
, dado o seguinte diagrama
em , tal que e .
4.2.3 IMPLICAÇÃO
Motivação em SET:
105
expresso segundo a função , a qual é modela-
da pela seguinte matriz lógica
106
comute, ou seja, e exista e seja
único. Portanto, se , então Por
conseguinte, , isto é,
107
em , o qual pode ser expresso na forma
4.2.4 DISJUNÇÃO
Motivação em SET:
108
Na lógica clássica o conectivo da disjunção é uma função
do tipo como indicado pela seguinte matriz
lógica
109
Portanto, para , te-
mos a e vale a seguinte fatoração
(epimorfismo-monomorfismo)
110
em , dado que e
111
112
4.4 CORREÇÃO E COMPLETUDE
Definição 4.10 Na categoria , denotamos para
todo A em quando , ou seja, A é
uma fbf válida do CP.
113
Lema 4.1 Em TOPOS, os valores-verdade e (verda-
deiro e falso) têm comportamento clássico, isto é,
dizemos:
114
Como ilustração, vamos provar o caso A partir
do Lema 4.2, obtemos:
Demonstração:
Por um lado, para qualquer TOPOS admitimos que se
, então Observado o teorema da completude aci-
ma, devemos provar que se , então
Seja , então A é uma tautologia quando
Ao escrevermos em função
de , temos:
115
Se , então e, em particular, Com
fulcro no teorema da completude acima, dado o exposto, pode-
mos afirmar que se , então
Por outro lado, admitindo o teorema da correção como vá-
lido, dado , temos A como tautologia, isto é, Seja
, podemos definir usan-
do da seguinte forma
EXERCÍCIO 1.1:
EXERCÍCIO 2.1:
No seguinte diagrama
116
os pares de funções e comutam. Da composição
de , obtemos o novo diagrama
Logo, temos:
117
Exercício 2.3:
Para qualquer função monotônica f: A B, com a, b A, a
b implica f (a) f (b) em B. Pelo diagrama
118
EXERCÍCIO 2.4:
Para provarmos a propriedade da composição da categoria
MON, pensemos no seguinte diagrama
119
homomorfismo h g(p q) = h g(p)
h g(q) e h g(e) = u;
EXERCÍCIO 2.5:
Seja A = e B um conjunto qualquer; se ocorre f:
B, então f( ) = (função vazia). Por outro lado, vamos su-
por A ≠ como objeto inicial. Seja B certo conjunto, isto
é, B = {x, y,...}, com x ≠ y, que comporte funções tais como
f: A B. Seja A um conjunto não vazio, de forma a admitir,
pelo menos, um elemento, então podemos definir as funções
constantes f, g: A B como f (z)
120
= x e f (z) = y, para todo z A. Obviamente, f ≠ g, pois x ≠ y. Logo,
A não pode ser objeto inicial.
EXERCÍCIO 2.6:
O ínfimo é uma noção de ordem. Dado dois elementos p e q,
denotamos p q o ínfimo de p e q, ou seja, p q = ínf {p, q}.
Em POSET, p q é um produto de p e q se existem os morfis-
mos n: p q p e m: p q q, tais que
para i: e p e j: e q existe um único h: E p q,
de maneira que comuta o diagrama
121
constatamos as seguintes projeções: o: p e; k: q e e l: p
q e. Por o e k, segue e p q. Pela transitiva de h e e
p q, temos p q p q (2). Conforme as expressões (1) e
(2), dizemos que p q é o ínfimo de p e q, isto é p q = p q.
EXERCÍCIO 2.7:
Se A e B já são disjuntos (A B = ), então a união disjunta
de A e B é, simplesmente, A B. Mas, se A e B não são disjun-
tos, basta obter duas “cópias” disjuntas de A e B e, neste caso,
a união disjunta será a união destas cópias. Assim, por exem-
plo, A’ = { | x A} = A {0} e B’ = { | x B} =
B {1}, tal que A’ A e B’ B, de forma que A’ B’ = .
Definimos A + B, em geral, como A’ B’.
Definimos, a seguir, as projeções iA: A A + B e a proje-
ção iB: B A + B de A + B que comutam
122
o seguinte diagrama
isto é, p iA = f e p iB = g.
123
1. Para a = 0, obtemos:
2. Para a = 1, segue:
EXERCÍCIO 2.8:
Ao supormos que ‘i’ é um equalizador de f e g e é epimorfismo,
temos o seguinte diagrama
124
tal que f i = g i. Se ‘i’ é epimorfismo (cancelável à direi-
ta), então f = g.
Dado, ainda, que podemos redefinir o diagrama anterior
na forma
125
EXERCÍCIO 2.9:
1. Como R é reflexiva, isto é, (x, x) R, logo todo x [x];
2. Ao supor (x, y) R, devemos mostrar que [x] = [y]. Seja w
[y], então (y, w) R. Mas, por hipótese, (x, y) R; logo, pela transi-
tividade, (x, w) R. Portanto, w [x], isto é, [y] [x]. Para provar
que [x] [y], notemos que o fato de (x, y) R acarreta, pela
simetria}, (y, x) R. Então, por raciocínio análogo, obtemos [x]
[y]. Com isso, concluímos [x] = [y];
3. Devemos provar que se [x] [y] ≠ , então [x] = [y]. Se
ocorre [x] [y] ≠ , então existe um elemento w A com w
[x] [y]. Logo, (x, w) R e (y,w) R. Pela simetria, (w,y) R
e, pela transitividade, (x,y) R. Por conseguinte, por (2), temos
[x] = [y].
EXERCÍCIO 3.1:
Vamos adotar a demonstração do teorema da dedução de Her-
brand realizada em 1930. Devemos provar por indução em i
que Γ, A Bi, tal que 1 i n. Desde já observemos que,
em particular, para i = n, segue Γ A B.
Como vimos, uma demonstração de A a partir de Γ é uma
sequência finita de fbfs B1, ..., Bi, ..., Bn, na qual cada Bi, 1
i n, satisfaz uma das seguintes condições:
1. Bi é um axioma;
2. Bi pertence a Γ, A;
126
3. Bi é obtida de fbfs anteriores por meio da regra de infe-
rência MP, ou ainda;
4. Bi = Bn = A.
1. B1 é axioma;
2. B1 Γ, A;
3. B1 é o próprio A.
Caso 1 ) B1 é um axioma.
Caso 2 ) B1 Γ, A e B1 é diferente de A.
127
Caso 3 ) B1 é A.
1. Bj é um axioma, ou;
2. Bj pertence a Γ, A, ou;
4. Bj = A.
128
A Bi para j, k < i.
Desta forma, pela hipótese indutiva Γ A Bj e Γ A
Bi, segue Γ A (Bj Bi). Podemos
definir Γ A Bi se mostrarmos que {Γ
A Bj, Γ A (Bj Bi)} Γ A Bi. Por con-
seguinte, temos
Caso 4 ) Sejam Bj e Bk, para i > j e i > k, tal que Bk tem a
forma Bj Bi
129
REFERÊNCIAS
130
D’OTTAVIANO, L. M. Ítala; FEITOSA, A. Hércules. Sobre a
história da lógica, a lógica clássica e o surgimento das
lógicas não-clássicas. Disponível em: ftp://ftp.cle.unicamp.
br/ pub/arquivos/educacional/ArtGT.pdf. Acesso em: 30 de
junho de 2019.
131
KLEENE, S. C. Mathematical Logic. New York: Dover, 2002
132
Sobre o livro