5641-Texto Do Artigo-18291-3-10-20190222
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Doutoranda em Ciências da Saúde pela Faculdade de Odontologia de Bauru – Universidade de São
Paulo. Docente do Curso de Enfermagem da Faculdade Anhanguera de Bauru.
Endereço: R. José Freire Sobrinho, 516 – Marília-SP – CEP 17.514-014
Email: [email protected] Telefone: (14) 3301-1984
RESUMO
No Brasil, efetivamente, o idoso surge como prioridade de Políticas Públicas de Saúde apenas
em 2006 no Pacto pela Vida, que trouxe consigo a Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa (PNSI).
Apenas neste momento, passa-se a incorporar o conceito de Envelhecimento Ativo, lançado em 2002
pela Organização Mundial da Saúde, com a intenção de conquistar uma visão positiva deste
processo, promovendo vida mais longa, que deve ser acompanhada de oportunidades contínuas para
saúde, a participação e segurança do idoso. Possibilita, portanto, que às pessoas percebam o seu
potencial para o bem-estar físico, social e mental durante a vida. Além de permitir ganho de
autonomia, independência e saúde em seu sentido mais amplo, durante todo o processo de
envelhecimento. Na sequência, outras ações vieram, na intenção de colocar em práticas esse
conceito e ainda, para os idosos mais dependentes, envolver a família no cuidado. Muitos desafios
ainda persistem no sentido do preparo e direcionamento dos idosos e seus familiares para um
envelhecimento saudável, com autonomia e qualidade de vida.
ABSTRACT
In Brazil, effectively, the elderly arose as a priority for the Public Health Policies only in 2006
in the Pact for Life, which also brought the National Health Policy for the Elderly (Política Nacional de
Saúde da Pessoa Idosa - PNSI). Only at this time, the concept of Active Ageing was incorporated; it
was launched in 2002 by the World Health Organization, with the intention of gaining a positive view
of this process, promoting longer life, which must be accompanied by continuing opportunities for
health, participation and security of the elderly. It makes it possible, therefore, to people realize their
potential for physical, social and mental well-being throughout life. Besides allowing the autonomy
gain, independence and health in its broadest sense, throughout the aging process. Following it,
other actions came in an attempt to put into practice this concept and for the most dependent
elderly to involve the family in care. Many challenges remain towards the preparation and guidance
of the elderly and their families for healthy aging, with autonomy and quality of life.
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Revista do Instituto de Políticas Públicas de Marília, Marília, v.1, n.1, p.26-34, jul./dez. 2015.
ISSN: 2447-780X - https://doi.org/10.33027/2447-780X.2015.v1.n1.04.p26
Maria José Sanches Marin
Vanessa Clivelaro Bertassi Panes
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têm impactos sobre a qualidade de vida práticos, visto que não são liberados
do cuidador. Nessa perspectiva, recursos para uma construção mais efetiva
adentram-se as estratégias grupais, que se desse cuidado.
propõem a compartilhar saberes e No entanto, não se pode negar a
experiências na construção de um viver importância da legislação, uma vez que ela
mais saudável, buscando formar uma rede deixa um alerta para o enfrentamento da
de suporte social, promover a autonomia situação, propicia reflexões e abertura
de seus integrantes, ampliar a criatividade, para movimentos de mudanças. Espera-se,
melhorar a autoimagem do grupo, assim, que a PNSI seja colocada como
oportunizar a livre expressão dos prioridade nas agendas dos governantes.
participantes sobre suas emoções e seus Ressalta-se, por fim, que
conhecimentos, além de estabelecer autonomia, participação, cuidado, auto-
articulações com outros grupos e satisfação, possibilidade de atuar em
instituições (BRITO et al, 2014). No variados contextos sociais e elaboração de
entanto, na vivência dos autores com novos significados para a vida na idade
idosos dependentes, tem-se a percepção avançada são conceitos-chave para
de que essas ações pouco tem revertido qualquer política destinada aos idosos.
na melhoria das condições de vida do Além disso, não cabe pontualmente a um
idoso e cuidador, visto que muitas das único segmento da sociedade a
necessidades são de ordem estrutural e responsabilidade pelo cuidado para com
financeira. Além disso, tratam-se ações as pessoas idosas e, acima de tudo, é
pontuais, sem uma efetiva incorporação e preciso preparo e respaldo para a função
institucionalização das mesmas pelos de cuidado do idoso, tanto por parte dos
serviços de saúde. familiares como dos profissionais de
Reforça-se, desta forma que as saúde.
políticas públicas de saúde voltadas para o
envelhecimento com dependência e ao REFERÊNCIAS
cuidador familiar são frágeis e
ALMEIDA, Célia; MACINKO, James. Validação de
insuficientes, tornando o sistema público
uma metodologia de avaliação rápida das
ineficaz no exercício de suas funções com características organizacionais e do desempenho
resolutividade e plenitude. (DOS SANTOS, dos serviços de atenção básica do Sistema de
2013). Saúde (SUS) em nível local. Brasília, DF:
Organização Pan-Americana de Saúde, 2006.
2 CONCLUSÃO
ARAÚJO, Larissa Fortunato, et al. Evidências da
No Brasil, as políticas públicas de contribuição dos programas de assistência ao idoso
Saúde do idoso evoluíram lentamente, na promoção do envelhecimento saudável no
embora a mais de quatro décadas já se Brasil. Rev Panam Salud Publica, v.30, n.1, p. 80-
observa crescente aumento dessa parcela 86, 2011.
da população e que os mesmos
BATISTA, Marina Picazzio Perez; DE ALMEIDA,
apresentam problemas específicos que Maria Helena Morgani; LANCMAN, Selma. Políticas
precisam ser considerados com vistas a públicas para a população idosa: uma revisão com
manter a sua qualidade de vida. Além ênfase nas ações de saúde. Revista de Terapia
disso, mesmo que em 2006 o pacto pela Ocupacional da Universidade de São Paulo, São
Paulo, v. 22, n. 3, p. 200-207, 2011.
saúde tenha delineado importante
direcionamento para o cuidado do idoso, BRASIL. Lei Nº 10.741 – Dispõe sobre o Estatuto do
pouco tem se observado de resultados Idoso e dá outras providências. Brasília, DF: 2003.
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