Medidas de Tendecia Central

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Capitulo 4 Medidas de Tendência Central 67

Muitas pessoas preferem - para entender as características gerais de um


conjunto de dados - olhar uma figura1 • Daí a importância dos métodos
gráficos descritos no Capítulo 3. No entanto, medidas numéricas são mais
úteis do que gráficos para mostrar o padrão geral dos dados. Além de se-
rem mais exatas, elas podem ser escritas e faladas. Neste Capítulo, veremos
as medidas de tendência central. Antes, porém, de descrever essas medidas,
precisamos apresentar alguns símbolos matemáticos.

4.1 - SÍMBOLOS MATEMÁTICOS


Para representar uma amostra com n unidades, escrevemos:

O subscrito i indica a posição da medida; xi é ai-ésima observação, num


conjunto de n observações. Portanto x1 representa a primeira observação,
x2 representa a segunda e assim por diante.

Exemplo 4.1: Peso de bebês.


São dados os pesos, em quilogramas, de cinco recém-nascidos em um hospital.
na ordem em que eles nasceram:
3,500; 2,850; 3,370; 2,250; 3,970.
Escreva esse conjunto de dados na notação geral e identifique n.
Solução
Em termos dos símbolos, podemos escrever:
x 1 =3,500; x2 =2,850; x 3
= 3,370; x4 = 2,250; x 5 3,970.
O último subscrito, - no caso, 5 - dá o tamanho da amostra.

Com relação ao Exemplo 4.1 na seqüência x1, x 2, x3 , x4, x5 , não existe


ordem com relação à grandeza dos dados. O bebê menor não é, necessaria-
mente, o primeiro da amostra, nem o bebê maior precisa ser o últímo. Qual-
quer que for a amostra, os valores x1, x2, x3 , • • •x" estarão na ordem em que
foram coletados. Os pontos significam "e assím por diante".
A soma dos valores x1 , x2 , x3 , • • .x" é escrita como segue:
x 1 + x2 + x 3 + ...+x.
ou de forma muito mais compacta:
n
L X;
i=I

1
Já disse alguém: "Um desenho vale por mil palavras".
51 Introdução à Bioestatística

que se lê somatório de x índice i, i de 1 a n. O símbolo I. que indica o soma-


tório, é a letra grega sigma maiúscula. O subscrito i = 1, sob I,, indica que
o índice i deve ser substituído por números inteiros em ordem crescente
sucessivamente, começando por 1 e terminando em n.

Exemplo 42: A notação de somatório.


Lembre o exemplo 4.1. Os pesos dos bebês eram:
X1 =3,500; X2 =2,850; x 3 =3,370; X4 =2,250; X5 =3,970.
Calcule a soma desses pesos, mas faça a indicação da soma usando a notação de
somatório.
Solução
Em termos dos símbolos, podemos escrever:
5
L X; =x1+ X2 · · · + Xs
i=l

= 3,500+ 2,850+ 3,370+ 2,250+ 3,970


=15,940

Quando é fácil saber o número de parcelas que devem ser somadas pelo
próprio texto, podemos escrever apenas I.x em lugar L"i=I
X;.

4.2 - MÉDIA DA AMOSTRA


A medida de tendência central mais conhecida e mais utilizada é a média
aritmética, ou símplesmente média. Como se calcula uma média?

A média aritmética de um conjunto de dados é obtida somando todos


os dados e dividindo o resultado pelo número deles.
Média = Soma de todos os dados
Tamanho da amostra

A média, que se indica média por x (lê-se: x-traço ou x-barra), tem uma
fórmula:
-X = -L.x
-
n
que se lê: x-traço é igual ao somatório de x, dividido por n.
Capitulo 4 Medidas de Tendência Central 69

Exemplo 4.3: A média da circunferência abdominal de 10 pessoas.


Um professor de Educação Física mediu a circunferência abdominal de 10 homens
que se apresentaram em uma academia de ginástica. Obteve os valores, em cen-
tímetros: 88; 83; 79; 76; 78; 70; 80; 82; 86; 105. Calcule a média.
Solução
Some todos os dados e divida o resultado pelo tamanho da amostra, que é 1O.
Então:
x= 88+83+ 79 + 76 +78+70+80 + 82 +86+ 105 = 827 =
82 7
10 10 '

ou seja, os homens mediram, em média, 82.7 cm de circunferência abdominal.

A média indica o centro de gravidade do conjunto de dados. Para en-


tender essa afirmativa, observe a Figura 4.1, que apresenta os dados do
Exemplo 4.3. Imagine que o eixo das abscissas sejam os braços de uma ba-
lança e que cada ponto tenha uma unidade de massa. Para haver equiliôrio,
é preciso que o fulcro da balança esteja sob a média, isto é, no ponto em
que está a flecha. Então a média é a abscissa do centro de gravidade.

70
• ••• ••t • •
75 80 85 90 95 100

105

Circunferência abdominal

AGURA 4.1 Distribuição de dados de circunferência abdominal, em centímetros, sobre um eixo e


o respectiva médio.

Quando a amostra é grande e os dados são discretos, podem ocorrer


valores repetidos. Nesses casos, como vimos no Capítulo 2, é razoável or-
ganizar os dados em uma tabela de distribuição de freqüências. Veja a Ta-
bela 4.1
71 Introdução à Bioestatística
TABELA4.1
Uma tabela de distribuição de freqüências.
1
Dados Freqüência

x, t,
X2 f2

x. fn
Total "IJ

A média aritmética de dados agrupados em uma tabela de distribuição


de freqüências , isto é, de x 1, x2 , • • • x. que se repetem f 1, fi, ... f .
vezes na amostra, é

Exemplo 4.4: A média do número de filhos.


Para calcular a média do número de filhos em idade escolar que têm os funcio-
nários de uma empresa, a psicóloga que trabalha em Recursos Humanos obteve
uma amostra de 20 funcionários. Os dados estão apresentados em seguida. Como
se calcula a média?

TABELA4.2
Número de filhos em idade escolar de 20 funcionários.
1 o 1 o
2 1 2 1
2 2 1 5
o 1 1 1
3 o o o

Solução
Primeiro, é preciso construir a tabela de distribuição de freqüências. Veja a Ta-
bela 4.3.
Capitulo 4 Medidas de Tendência Central 71

TABELA 4.3
Distribuição de freqüências para o número de filhos em idade escolar
de 20 funcionários.
Número de filhos em idade escolar Freqüência

o 6
1 8
2 4
3 1

4 o
5 1

Os cálculos intermediários para obter a média estão na Tabela 4.4. Épreciso mul-
tiplicar cada valor possível (x) pela respectiva freqüência (f). somar e dividir a soma
pelo tamanho da amostra n =(I.f).

TABELA 4.4
Cálculos auxiliares.
Número de filhos Freqüência Produto
em idade escolar (x ) (f) (xf)

o 6 o
1 8 8
2 4 8
3 3
4 o o
5 1 5
Total I .f= 20 I xf= 24

A média é obtida dividindo 24 por 20, que resulta em 1,2 filho em idade escolar
por funcionário. Aplicando a fórmula:

Ox6 +lx 8 +2x4+3xl+ 4x0 + 5xl 24


x= = - = 12
6+8+4+1 + 0+1 w ,
72 Introdução à Bioestatística
Em certos casos - principalmente quando a variável é contínua e a
amostra é grande - são apresentadas apenas as tabelas de distribuição de
freqüências - os dados brutos não são fornecidos. Para calcular a média
de dados agrupados em classes, é preciso calcular o valor central de cada
classe. O valor central é a média dos dois extremos de classe. Veja o exem-
plo 4.5.

Exemplo 4.5: A média de peso ao nascer de nascidos vivos.


No Exemplo 2.11 do Capítulo 2, os dados foram agrupados em faixas de peso. Os
nascidos vivos com pesos entre 1,5 (inclusive) e 2,0 kg (exclusive) constitufram a
primeira classe. os nascidos vivos com pesos entre 2,0 (inclusive) e 2,5 kg (exclusive)
constituíram a segunda classe e assim por diante. Nesse caso, como se calcula a
média?

TABELA4.5
Nascidos vivos segundo o peso ao nascer, em quilogramas.
Classe Freqüência

1,5 f- 2,0 3
2,0 f- 2,5 16
2,5 f- 3,0 31
3,0 f- 3,5 34
3,5 f- 4,0 11
4,0 f- 4,5 4
4,5 f- 5,0 1

Solução
Primeiro, é preciso obter o valor central de cada classe. Para isso. some os valo-
res mínimo e máximo da classe e divida por dois. A classe 1.5 f- 2,0 tem valor mí-
nimo 1,5 e valor máximo 2,0. Ovalor central da classe é:
1,5 + 2,0 = 3,5 = 175
2 2 '
A classe 2,0 f- 2,5 tem valor mínimo 2,0 e valor máximo 2.5. O valor central da
classe é:
2,0 + 2,5 = 4,5 = 2 25
2 2 ,
Capitulo 4 Medidas de Tendência Central 73

Proceda da mesma forma para obter os demais valores centrais de classe. Para
calcular a média, construa uma tabela com os cálculos auxiliares. Escreva as
classes, os valores centrais (x*}, as freqüências (f) de classe e os produtos x*f,
como mostra a Tabela 4.6.

TABELA 4.6
Cálculos auxiliares.
Valor central Freqüência Produto
Classe (x*) (f) (x"f)

1,5 f- 2,0 1,75 3 5,25


2,0 1- 2,5 2,25 16 36
2.5 f- 3,0 2,75 31 85,25
3,0 f- 3,5 3,25 34 110,5
3,5 f- 4,0 3,75 11 41,25
4,0 f- 4,5 4,25 4 17
4,5 f- 5,0 4,75 1 4,75
Soma I t= 100 'i.x*f= 300,00

A média é obtida dividindo 300 por 100, que dá 3,00 ou, aplicando a fórmula:
x = l,75x3 +2,25xl6 + ·· ·+ 4,75xl = 300 = ,00
3
3+16+ .. ·+l 100
ou seja, a média do peso ao nascer, nessa amostra, é 3,00 kg.

A média é, de longe, a medida de tendência central mais usada e, por


isso, mais conhecida - quem nunca ouviu falar na média de aprovação
em determinada disciplina, ou no tempo médio de uma viagem (por exem-
plo, de São Paulo ao Rio de Janeiro) ou na idade média dos jogadores de
futebol? Em certas circunstâncias, porém, é melhor usar outras medidas de
tendência central, como a mediana ou a moda. Mas o que é mediana e o
que é moda?
74 Introdução à Bioestatística

4.3 - MEDIANA DA AMOSTRA

Mediana é o valor que ocupa a posição central do conjunto dos dados


ordenados.

A mediana divide a amostra em duas partes: uma com números meno-


res ou iguais à mediana, outra com números maiores ou iguais à mediana.
Quando o número de dados é impar, existe um único valor na posição cen-
tral. Esse valor é a mediana. Por exemplo, o conjunto de dados,
{3; 5; 9}
tem mediana 5, porque 5 é o valor que está no centro do conjunto, quan-
do os números são escritos em ordem crescente. Quando o número de da-
dos é par, existem dois valores na posição central. A mediana é a média
desses dois valores. Por exemplo, o conjunto,
{3; 5; 7; 9}
tem a mediana 6, porque 6 é a média de 5 e 7, que estão na posição cen-
tral dos números ordenados.

Exemplo 4.6: Calculando a mediana do peso de bebês.


Calcule a mediana do peso, em quilogramas. de cinco bebês nascidos em um hos-
pital. dados no Exemplo 4.1.
Solução
Coloque os dados em ordem crescente como segue:
2,250; 2,850; 3,370; 3,500; 3,970.
A mediana é o valor que está na posição central. ou seja, 3,370 kg.

Em algumas circunstâncias a mediana mais bem descreve a tendência


central dos dados. É o caso dos conjuntos com dados discrepantes , isto
é, dados de conjuntos que têm um ou alguns valores bem maiores ou bem
menores que os demais. Veja o Exemplo 4.7: o valor 42, que é discrepante,
"puxa" a média para cima, embora não afete a grandeza da mediana.
Capitulo 4 Medidas de Tendência Central 75

Exemplo 4.7: Escolhendo entre média e mediana.


Calcule a média e a mediana dos dados: 42, 3, 9, 5, 7, 9, 1, 9.
Solução
Para obter a média, calcule:

X= 42+3+9+5 + 7 + 9 +1+ 9 = 85 =lÜ 62 5


8 8 '
Para obter a mediana, é preciso ordenar os dados:
1,3,5, 7,9,9,9,42
Como o número de dados é par, a mediana é a média aritmética dos valores 7 e
9, que ocupam a posição central dos dados ordenados. Então a mediana é 8.
A média é maior do que a mediana porque 42, que é um valor discrepante, "puxa"
a média para cima.

Existem casos, porém, em que o uso da média aritmética é mais razoá-


vel do que a mediana, mesmo que haja um valor discrepante. Como exem-
plo, considere que você jogou três vezes na loteria e ganhou:
• na primeira vez, x1 = R$ 0,00;
• na segunda vez, x2 = R$ 0,00;
• na terceira vez, JS= R$1.000.000,00.
Qual medida melhor descreve o seu ganho? A mediana é zero (diga isso
aos seus parentes), mas a média é 1/3 do valor de x3 (e esse valor diz mais
sobre seu ganho nas três tentativas).

4.4 - MODA DA AMOSTRA

Moda é o valor que ocorre com maior freqüência .

Exemplo 4.8: Determinando a moda.


Determine a moda dos dados: O, O, 2, 5, 3, 7, 4, 7, 8, 7, 9, 6.
Solução
A moda é 7, porque é o valor que ocorre o maior número de vezes.
75 Introdução à Bioestatística

Um conjunto de dados pode não ter moda porque nenhum valor se re-
pete maior número de vezes, ou ter duas ou mais modas. Assim, o conjun-
to de dados
o, 2,. 4, 6, 8, 10
não tem moda e o conjunto
1, 2, 2, 3, 4, 4, 5, 6, 7
tem duas modas: 2 e 4.
Quando uma tabela de distribuição de freqüências apresenta grande
quantidade de dados, é important e destacar a classe de maior freqüência,
a chamada classe modal. Essa classe mostra a área em que os dados estão
concentrados.

Exemplo 4.9: A moda de idade no Brasil no ano 2000.


Édada a distribuição da população brasileira segundo a faixa de idade. no Censo
2000. Determine a classe modal.

TABELA 4.7
População brasileira presente, segundo a faixa de idade. Brasil,
Censo 2000.
Faixa de idade Número de pessoas

De Oa 9 anos 32.918.055
De 10a19 anos 35.287.882
De 20 a 29 anos 29.991.180
De 30 a 39 anos 25.290.473
De 40 a 49 anos 19.268.235
De 50 a 59 anos 12.507.316
De 60 a 69 anos 8.182.035
De 70 a 79 anos 4.521.889
De 80 a 89 anos 1.570.905
De 90 a 99 anos 236.624
99 anos e mais 24.576
Total 169.799.170

Fonte: IBGE (2003)2

2
Em http://www1.ibge.gov.br/home/ estatistica/populacao/ censo2000/tabelabrasil111.shtm. Dis-
ponível em 14 de março de 2008.
Capitulo 4 Medidas de Tendência Central 11

Solução
A classe modal é "de 10 a 19 anos", porque é a classe com maior freqüência. En-
tão a moda, no ano 2000, era ter de 1Oaté 19 anos.

A moda também pode ser usada para descrever dados qualitativos. Nesse
caso, a moda é a categoria que ocorre com maior freqüência.

Exemplo 4.10: A moda para tipo de sangue.


Veja os dados apresentados na Tabela 4.8. Qual é a moda?

TABELA 4.8
Distribuição de indivíduos segundo o grupo sangüíneo.
Grupo sangüíneo Freqüência

o 550
A 456
B 132
AB 29
Total 1.167

Solução
Nessa amostra. o grupo sangüíneo Oocorreu com maior freqüência. Então a moda
nessa amostra é sangue tipo O.

A moda é bastante informativ.a quando o conjunto de dados é grande.


Se o conjunto de dados for relativamente pequeno (menos de 30 observa-
ções), você pode até obter a moda, mas, na maioria das vezes, ela não terá
qualquer sentido prático. A média e a mediana fornecem, nesses casos, me-
lhor descrição da tendência central dos dados.

4.5 - EXERCÍCIOS RESOLVIDOS


4.5.1 - Com base nos dados da Tabela 4.9, cakule o peso médio dos ratos em
cada idade.
71 Introdução à Bioestatística
TABELA 4.9
Peso, em gramas, de ratos machos da raça Wistar segundo a idade, em
dias.
Idade
Número do rato セ@ 34 38 42 46

1 76 95 99 122 134
2 81 00 101 125 136
3 ffi 60 62 72 85
4 47 !Il 57 72 84
5 63 79 82 94 110
6 65 75 79 88 98
7 63 74 79 88 100
8 64 74 92 00 98

Para obter a média aritmética aos 30 dias, basta calcular:

セ]@ 76+81+50+47 + 63 + 65+ 63 + 64 = 509 = 63 6


8 8 '
Da mesma forma, para 34 dias obtém-se:
セ@ = 95 + 90+ 60+50 + 79 + 75+ 74 +74 = 597 =74,6
8 8
As médias para as demais idades são obtidas de maneira idêntica. Essas
médias, apresentadas na Tabela 4.10, mostram que o peso médio dos ratos
aumenta com a idade.

TABELA 4.10
Médias, em gramas, dos pesos de grupos de oito ratos machos Wistar,
segundo a idade, em dias.


Idade Média
30 63,6
34 74,6
38 81,4
42 94,6
46 105,6
Capitulo 4 Medidas de Tendência Central 79

4.5.2 - Determine a mediana dos dados apresentados na Tabela 2.8 do Capítulo 2.


Para obter a mediana, os dados da Tabela 2.8 (faltas ao trabalho de 30
empregados de uma clínica em determinado semestre) foram arranjados em
ordem crescente na Tabela 4.11.

TABELA 4.11
Faltas ao trabalho de 30 empregados de uma clínica em determinado
semestre, em ordem crescente.
o o o o o o o o o 1
1 1 1 1 1 1 1 1 2
2 2 2 2 3 3 3 4 4 6

Como o número de dados (30) é par, a mediana é a média aritmética dos


dois valores (em negrito) que ocupam a posição central, ou seja, a mediana
é 1. Portanto, metade dos empregados faltou um dia ou não faltou no se-
mestre.

4.5.3 - Foi feito um experimento para testar o efeito de um antiinflamat6rio


(droga que tem, também, efeito analgésico) em pacientes com osteoar-
trite. Os pacientes foram sorteados para receber placebo (2 x ao dia) ou
droga (60 mg 2 x ao dia). Os dados, apresentados na Tabela 4.12, são
uma medida da dor à noite (O= nenhuma dor; 100 =dor extrema), rela-
tada pelo paciente. Calcule as diferenças entre os valores obtidos no fi-
nal e no início da pesquisa para placebo e para droga. Calcule as médias
dessas diferenças. Discuta.

TABELA 4.12
Dados de dor referidos pelo paciente numa escala de zero a 100, segundo
o tratamento.
Placebo Antiinflamatório
Início Final Início Final
00 70 00 00
70 50 75 50
75 50 45 25
75 85 50 20
65 65 60 30
li Introdução à Bioestatística
TABELA 4.13
Dados de dor referidos pelo paciente numa escala de zero a 100 e
diferenças entre início e final do tratamento.
Piacebo Antiinflamatório

1 Início Final Diferença Início Final Diferença

00 70 -10 00 ffl -20


70 50 -20 75 50 -25
75 50 -25 45 25 -20
75 85 10 50 20 -30
65 65 o ffl 30 -30
1 365 320 -45 310 185 -125
Nota: A última linha é o total ou soma.

As médias das diferenças são -9,0 para placebo e -25,0 para o ant ün-
flamatório. A diminuição da dor foi maior quando se usou antünflamatório.

4.6 - EXERCÍCIOS PROPOSTOS


4.6.1 - Detennine média, mediana e moda dos seguintes conjuntos de dados:
a) 8; 3; O; 6; 8.
b) 8; 16; 2; 8; 6.
e) 4; 16; 10; 6; 20; 10.
d) O· -2· 3· -1· 5
f I f I •

e) 2;-1; O; 1; 2; 1; 9.

4.6.2 - Imagine que você está dirigindo um carro numa estrada e observa que
o número de carros que você ultrapassa é igual ao número de carros que
ultrapassam você. Nesse caso, a velocidade de seu carro corresponde -
considerando as velocidades de todos esses carros - a qual medida de
tendência central?

4.6.3 - Dado um conjunto de dados, qual das medidas de tendência central (média,
mediana e moda) corresponde sempre a um valor numérico do conjunto?

4.6.4 - Quatro pessoas reunidas numa sala têm, em média, 20 anos. Se uma pessoa
com 40 anos entrar na sala, qual passa a ser a idade média do grupo?
Capitulo 4 Medidas de Tendência Central 81

4.6.5 - Na Tabela 4.14 estão taxas de glicose em miligramas por 100 ml de san-
gue em ratos machos da raça Wistar com 30 dias de idade, que serão usa-
dos em um experimento para o teste de detenninada droga. Ache média
e mediana.

TABELA 4.14
Taxa de glicose em miligramas por 100 mi de sangue, de oito ratos machos
da raça Wistar com 30 dias de idade.
1
Nº do rato Taxa de glicose
1 101
2 00
3 97
4 104
5 95
6 105

4.6.6 - Na Tabela 4.15 estão apresentados estaturas, em metros, pesos, em quilo-


gramas, e pressão arterial, em milímetros de mercúrio de pacientes hospi-
talizados porque tiveram um acidente vascular cerebral (AVC), mais
conhecido como derrame. Calcule a média e a mediana para cada variável.

TABELA 4.15
Estaturas, em metros, pesos, em quilogramas, e pressão arterial, em
milímetros de mercúrio de 11 pacientes hospitalizados.
1
Nº do paciente Estatura Peso Pressão arterial
1 1.75 00 180
2 1,58 00 200
3 1,80 00 140
4 1,65 76 220
5 1,80 70 170
6 1.73 65 150
7 1,68 72 140
8 1,65 70 140
9 1,65 75 180
10 1.75 70 160
11 1,65 70 140
12 Introdução à Bioestatística

4.6.7 - Com os dados apresentados na Tabela 4.16, calcule o número médio de


dentes cariados, para cada sexo.

TABELA 4.16
Escolares de 12 anos, segundo o número de dentes cariados e o sexo.
Sexo
Número de dentes cariados Masculino Feminino

o 16 13
1 2 5
2 3 3
3 2 2
4 2 2

4.6.8 - Para estudar o tempo de latência de um sonífero usando ratos de labora-


tório, um pesquisador administrou o sonífero a 10 ratos e determinou o
tempo que eles demoravam em dormir. Dos 10 ratos, dois demoraram meio
minuto, quatro demoraram 1 minuto, três demoraram 1 minuto e meio e
um rato não dormiu. Calcule o tempo médio de latência.

4.6.9 - Determine a média, mediana e a moda para cada sexo dos dados apre-
sentados na Tabela 4.17.

TABELA4.17
Consumo diário de sal, em gramas por dia, segundo o sexo.
Sexo
Masculino Feminino

6 4
9 10
6 6
8 8
7 6
6 8
Capitulo 4 Medidas de Tendência Central 83

4.6.10 - Detennine a média, a mediana e a moda, para cada sexo, dos dados apre-
sentados na Tabela 4.18.

TABELA 4.18
Volume diário de urina, em litros, por sexo
Sexo

1 Masculino Feminino

0,5 0,9
1,4 0,6
0,9 0,5
0,8 1,3
1,3 0,8
0,5 0,7

4.6.11 - Detennine a mediana e a moda para os dados apresentados na Tabela


4.19 e interprete.

TABELA 4.19
Tempo de retorno, em dias, às atividades de pacientes submetidas a
histerectomia.
1
Nº da paciente Tempo de retorno

1 20
2 lJ
3 15
4 20
5 40
6 f{)

7 25
8 lJ
9 15
10 35
84 Introdução à Bioestatística

4.6.12 - Detennine a média dos dados apresentados na Tabela 4.20.

TABELA 4.20
Teor de vitamina C (miligramas de ácido ascórbico em 100 mi) em 10
caixas de 100 mi de suco de maçã encontrado no mercado.
1
Nº da caixa Teor de vitamina C

1 2,5
2 4,9
3 4,1
4 0,8
5 2,4
6 5,7
7 3,3
8 7,4
9 1,6
10 3,5

4.6.13 -A média, a mediana e a moda podem ser iguais? Dê um exemplo.

4.6.14 - Qual das medidas de tendência central não pode ser calculada para os
dados da Tabela 4.21? Por quê?

TABELA 4.21
Número de reclamações recebidas pela diretoria de empregados de uma
clínica em determinado semestre, distribuídas segundo o sexo.
Sexo
Número de reclamações Masculino Feminino

o 16 13
1 8 3
2 3 3
3 2 1
4 ou mais 2 3

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