Modelo Conexionista: Getting To Know A Language Is An Act of Cognition Par Excellence. Nick Ellis
Modelo Conexionista: Getting To Know A Language Is An Act of Cognition Par Excellence. Nick Ellis
Modelo Conexionista: Getting To Know A Language Is An Act of Cognition Par Excellence. Nick Ellis
O
conexionismo se insere no grupo das abordagens que procuram
explicar a ASL pelo viés da cognição, ou seja, “em termos de
representações mentais e processamento de informação” e que
rejeitam a modularidade da linguagem e o inatismo (Ellis, 1999). Essas teorias têm
como suporte a lingüística cognitiva que vê a língua como fruto da experiência humana
(a língua se constrói pelo uso e não por princípios inatos) e não separa a linguagem dos
outros tipos de cognição, como o que envolve a visão, por exemplo.
1. O conexionismo
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A elaboração desse capítulo contou com sugestões bibliográficas preciosas de meu colega Fábio Alves,
estudioso do conexionismo na UFMG.
forma de programas de computador. Uma vez em funcionamento,
o sistema estabelece processos de regulação entre as unidades que
compõem a rede (na forma de ajuste das forças/pesos de
conexão), provocando, assim, a estruturação do sistema. O
‘conhecimento’ da rede está justamente nas forças/pesos definidos
localmente entre as unidades (i.e., através da constante ativação
ou inibição destas). Assim, surge um desempenho baseado em
padrões de ativação entre unidades da rede, padrões estes que
estabelecem configurações específicas a cada ativação.
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Elman (1999, p.2) define desenvolvimento como um processo que pode ocorrer em níveis múltiplos
(nível aqui é entendido em um sentido heterárquico em vez de hierárquico) nos quais processos em níveis
diferentes podem interagir.
No conexionismo, a aprendizagem de uma língua é entendida como o
processamento dos dados da experiência, ou, no dizer de Ferreira (2007, p. 229), como
resultado de “um processo de regularização de insumo e estabelecimento de padrões de
base estatístico-probabilística”.
Na visão de Elman (1999, p. 16), a linguagem é vista como um comportamento
novo que emerge da interação sinergética entre elementos biológicos e elementos da
experiência. No caso da segunda língua, “as unidades lingüísticas e suas restrições
emergiriam gradualmente em resposta a estruturas recorrentes encontradas no input, em
uma forma que é afetada pelas estruturas, significados e restrições da primeira língua”
(MELLON, 2004, p.133).
Mellon (2004, p.133) acrescenta que “uma conseqüência da abordagem
conexionista é o pressuposto de que os aprendizes individuais podem ter representações
únicas, dependendo da natureza do input recebido e de sua primeira língua, dentre
outros fatores”. O conexionismo explica essas variações como resultantes de conexões
mais fortes ou mais fracas. Como explicam Mitchell e Myles (2004, p. 121),
a mente humana está predisposta a buscar associações entre
elementos e a criar elos entre eles. Esses elos tornam-se mais
fortes à medida que se tornam recorrentes e se transformam em
parte de uma rede maior quando as conexões entre os elementos
se tornam mais numerosos. Quando aplicado à aprendizagem de
língua, o conexionismo postula que os aprendizes são sensíveis às
regularidades no input lingüístico.
Poersch (2004, p.451) explica que “as redes aprendem, alterando a força das conexões
como resposta à atividade neural” e que “a repetição de experiências de aprendizagem
ocasiona um incremento na força das conexões”. Esse fenômeno é demonstrado no
famoso estudo de Rumelhart e McClelland (1986), intitulado Processamento
Distribuído Paralelo.
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No modelo PPD, Rumelhart et all (1986) optam por propor que “todos os aspectos dos esquemas são
variáveis e que alguns simplesmente sofrem mais restrições que outros” (p. 37).
apresentam um exemplo de uma seqüência possível nesse estágio, com 7 verbos, sendo
que apenas 2 são regulares: came, got, gave, looked, needed, took e went. No estágio 2,
as crianças usam mais verbos, a maioria regular, e isso faz com que eles gerem uma
regra para o passado. As crianças tendem a usar o -ed para formar passado com
palavras inventadas e até mesmo para verbos que usavam de forma correta no primeiro
estágio, gerando, por exemplo comed /K^md/, em um processo de super generalização
No estágio 3, coexistem tanto as formas regulares como as irregulares.
Rumelhart e McClelland (1986) desenvolveram um modelo no computador, com
base em estruturas associativas, para simular a aprendizagem do passado regular versus
o passado irregular em inglês. Eles simularam um modelo, incluindo os 3 estágios
observados na aprendizagem do passado por crianças, e comprovaram que, de forma
semelhante às crianças, o sistema aprendeu a morfologia do passado verbal.
Eles explicam que, ao final da experiência, o computador fez generalizações a
partir dos exemplos estocados de forma muito semelhante à aprendizagem do passado
por crianças.
Nosso modelo, como ocorre com as crianças, mostra, mais tarde
na aprendizagem, uma proporção relativamente maior de passado
regular (-ed). Como os aprendizes de inglês, algumas vezes geram
formas do passado para verbos novos que demonstram
sensibilidade tanto ás sub-regularidades do inglês quanto às
maiores regularidades. Assim, o passado de cring pode algumas
vezes aparecer como crang ou crung. Resumindo, nosso modelo
de aprendizagem dá conta de todas as características principais da
aquisição da morfologia do passado em inglês. (p.266)
3. Críticas ao modelo
Para Ellis, o problema está em focar em uma parte do todo em vez de ver as partes em
interação o que ampliaria a nossa visão do fenômeno. Ellis aconselha a adoção de uma
perspectiva de sistemas complexos que “veja a ASL como um processo dinâmico no
qual as regularidades e o sistema emergem da interação das pessoas, seus eus
conscientes, e seus cérebros, usando a língua em suas sociedades, culturas, e mundo”
(p.85).
Mellon (2004) afirma que um ponto fraco do modelo conexionista é a não
inclusão de representações lingüísticas complexas. Esse mesmo aspecto é visto como
ponto positivo por Mitchell e Myles (2004, p. 258) que dizem que o modelo desafia a
lingüística tradicional, ao “operar sem a parafernália das regras abstratas e
representações simbólicas e sugerir que uma rede de associações mais primitivas está na
base da aprendizagem da língua e de sua performance”. Para esses autores, o problema
do modelo reside na limitação das evidências empíricas e nas interpretações
controversas. Além disso, os modelos conexionistas ainda não conseguem descrever a
gramática mental do aprendiz e nem as restrições impostas às hipóteses dos aprendizes
sobre o sistema lingüístico.
(2) I developed a system to learn vocabulary. I looked for all the words
with the same routs and learned them together, like this: employ,
employment, unemployment, employer, employee, etc. I compared the
words in both Portuguese and English dictionaries to understand their
meanings. http://www.veramenezes.com/i079.htm
(4) I was always very fluent and had a large vocabulary compared to the
other kids at my level. Not only had I started learning very early, but I
was always very interested in music and at that time there was no MTV
in Brasil, but, my father had business in the US and had to go there so
often that he ended up getting an apartment. Therefore, he was always
bringing me back tapes from the American MTV, which I watched one
right after the other every day. I ended up memorizing most of them and I
repeated the lines along with the hosts. My mother thought I was going
crazy, but that trained my ears and improved my fluency. That led my
right into conversation classes at Greenwich, only a year after I had
switched there. I had a wonderful teacher who was a native from NY and
I learned so much from him that English became a passion to me and I
decided that I would pursue this passion into a career.
http://www.veramenezes.com/i023.htm
Ao trazer as narrativas (3) e (4) não estou, de forma alguma, sugerindo que a
repetição do mesmo jogo ou do mesmo filme é que gera a aprendizagem, mas sim a
repetição do mesmo tipo de input que poderia estar presente em atividades
diferenciadas. È essa repetição que aumenta a força das conexões.
5. Conclusão