A Máquina Humana

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Introdução à Sabedoria Gnóstica – Câmara Básica | 29

Associação Cultural Gnóstica Samael-Lakhsmi

Tema 6

A máquina humana

“Máquina”, no sentido que vamos trabalhar nesse tema, se refere à perfeita engenharia que
existe em nossa anatomia física e sutil, a fim de unir a parte material com a parte interna.
Mesmo sendo capaz de inventar equipamentos extremamente sofisticados, o ser humano
jamais produziu algo tão complexo quanto uma simples célula. No entanto, nascemos sem
um “manual de instruções” e acabamos permitindo que o ego destrua nosso equilíbrio físico
e interno.
Neste tema vamos analisar os centros de energia que servem de ponte entre o biológico e o
psicológico: são os centros da máquina humana.
São sete centros, porém vamos estudar neste tema apenas os cinco centros inferiores, pois
através deles tanto a essência quanto o ego se expressam. Existem dois centros superiores
que são o centro mental superior e o emocional superior, nos quais o ego não consegue
atuar e servem para receber e interpretar as instruções de nosso Real Ser.

O funcionalismo dos centros inferiores


Cada um destes centros possui:
• Uma inteligência que opera dentro de um parâmetro (dualismo)
• Uma energia específica com que trabalha
• Uma memória específica, que faz com que existam hábitos em cada centro (sejam
egóicos ou conscientes)
• Um capital vital, que se recebe no nascimento (a vida dura enquanto dura o capital
desses centros)
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O centro intelectual
Está situado na região frontal da cabeça (não
confundir o centro intelectual com o cérebro,
pois são coisas distintas).
Responsável por produzir pensamentos,
conceitos, ideias, reflexões, etc.
A ação do centro intelectual sempre está
baseada na dualidade, na comparação entre
uma coisa e outra: para achar que uma coisa é
grande, comparamos com a memória que
temos de uma menor; para acreditar que uma
coisa é ruim, comparamos com a memória que
temos de outra melhor, e assim
sucessivamente.

O centro emocional
Situado na região do plexo solar, temos este
outro cento de inteligência, o das emoções,
mais veloz que o intelecto e mais hábil em
capturar impressões de um ambiente. Este
centro é responsável por três coisas: as
emoções, os sentimentos e as percepções.
A percepção é a função mais constante do
centro emocional: o tempo todo estamos
fazendo uma leitura do ambiente, das pessoas
e de nós mesmos, tratando de dar um
significado ao que está acontecendo. A partir
desse significado é que surgem as emoções e sentimentos correspondentes – e só então,
depois disso, é que o nosso centro intelectual elabora um conceito ou explicação sobre isso.
No centro emocional, a percepção nos permite selecionar as emoções e sentimentos que
vamos usar para lidar com cada situação, de modo que este é o dualismo desse centro:
emoções (ou sentimentos) positivos ou negativos, agradáveis ou desagradáveis.
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O centro motor
Junto com os centros instintivo e sexual, formam o terceiro cérebro humano. O centro motor
é responsável pelos movimentos, pelo desenvolvimento da fala e das diferentes habilidades
que envolvem motricidade, como saber escrever, andar de bicicleta, dançar, etc.
Nele estão memorizados os nossos hábitos e rotinas.
As aprendizagens motoras geralmente dependem de treino, repetição e assim é como
construímos nossos hábitos. Isso significa que é possível usar o mesmo mecanismo (treino,
repetição) para trocar de hábitos.
O dualismo do centro motor está em torno do movimento e do repouso, o fazer e não-fazer.

O centro instintivo
Localizado na base da coluna, o centro instintivo está relacionado a tudo que tem a ver com
a sobrevivência individual e da espécie: as funções autônomas dos sistemas do corpo
(pressão, respiração, excreção, etc.), assim como os instintos básicos, como fome, descanso,
proteção, sobrevivência, comunidade, reprodução, maternidade, etc.
O ego atua deturpando os instintos, produzindo alterações neles, que levam a vícios,
obesidade, compulsões, sedentarismo, artificialismos, medos imaginários, trazendo
problemas de saúde como doenças autoimunes, alergias, hipertensão, diabetes, impotência,
insanidade, etc.
O dualismo desse centro é o prazer e a dor, pois seu funcionalismo está no campo das
sensações (que é o que ajuda a informar o centro emocional sobre como ele deve interpretar
os eventos).
Mediante o despertar da consciência vamos encontrando um caminho para trazer os
instintos deturpados à sua naturalidade, permitindo que haja novamente saúde e bem-estar.

O centro sexual
Por fim, situado nas gônadas sexuais, temos o centro mais potente e veloz de todos. Neste
centro está a energia mais poderosa do universo, a única que possui o poder de gerar uma
nova vida.
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Nos ensinam as antigas tradições iniciáticas que a energia sexual serve não somente para
isso, mas também é a responsável pela qualidade da energia de todos os outros centros: a
frequência vibracional e a potência da energia sexual de uma pessoa determinam a elevação
dos seus pensamentos, a capacidade de lidar com suas emoções e também a sua força de
vontade para superar os desafios da vida.
Este centro também é responsável pelo sentido estético, não só no que diz respeito à parte
sexual, mas também a tudo que consideramos bonito e harmônio ou feio e repulsivo. Por
isso o dualismo desse centro é a atração e repulsão.
E, o que é mais importante: a energia sexual é a ponte entre o humano e o divino. O seu
sábio uso é o que vai construir a estrutura interna que precisamos para que nosso Real Ser
possa se expressar de forma plena.
O segredo máximo dos alquimistas medievais (aprender a transmutar o chumbo em ouro e
descobrir o segredo da imortalidade), oculta o maior mistério do esoterismo, que é a
transmutação das energias sexuais.

A importância de conhecer os centros da máquina


Tanto o ego quanto a essência se expressam por meio destes centros, então, para poder
trabalhar internamente temos que estar atentos às formas como o ego atua, produzindo
pensamentos, hábitos, ideias, fantasias, desejos, impulsos, etc. Não existem expressões dos
eus que não sejam por meio de um centro da máquina humana.

O capital vital e a saúde


Quando nos desequilibramos e usamos um centro em excesso, ou temos explosões egóicas
que consomem a energia de um centro, estamos reduzindo o capital vital deste e o
resultado são enfermidades de todo tipo, além de encurtar nosso tempo de vida.
Por isso, nos ensinam os Mestres que o despertar da consciência se traduz em saúde. O
ego é a causa de todos os nossos sofrimentos e o trabalho de eliminá-los é o que nos
torna livres e felizes.
Também é importante aprendermos a reequilibrar os centros quando estamos chegando ao
cansaço e isso se faz mediante:
• Trocar de centro antes de chegar à exaustão: se estiver estudando, faça uma pausa e
faça uma atividade física; se estiver vivendo uma situação emocional pesada, saia para
a natureza, faça uma caminhada; se estiver trabalhando pesado, faça um intervalo,
descontraindo com os amigos, antes de retomar; e assim por diante.
• Aprender a meditar e a fazer a recordação de si mesmo (isso equilibra todos os
centros).
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