Cap 7 - Fundamentos de Redes de Telecomunicações
Cap 7 - Fundamentos de Redes de Telecomunicações
Cap 7 - Fundamentos de Redes de Telecomunicações
7.1. Introdução
No processo de evolução das tecnologias de comunicação, as redes de telecomunicações
vieram dar resposta a vários tipos de operações, tais como a transmissão de dados, voz
e/ou vídeo, o controlo e automatização de processos, entre muitas, entre os diferentes
terminais e servidores (mainframes1).
Outras funções podem ser atribuídas através de servidores dedicados para a partilha de
diversos recursos, tais como a partilha de programas, de acesso a bases de dados, a
partilha de documentos e a partilha de periféricos (impressoras, discos, drives, leitores
suportes ópticos, etc.).
Uma rede local pode ser distinguida através da sua geografia, da sua função e
respectivos serviços que oferece, da topologia da rede, do meio de transmissão, da sua
arquitectura e dos protocolos2 utilizados.
Qualquer que seja a sua aplicação, devem ser levados em consideração vários factores
para a sua correcta identificação, dentro dos quais: dispersão geográfica, ambiente
operativo, número máximo de nós, distância máxima e mínima entre os nós, tempo de
resposta, tipo de informação transmitida, tipo de interação entre dispositivos, taxa máxima
de informação transmitida, fiabilidade exigida, tipo de trafego, etc.
7.1.1. Conceito
Antes de mais, é necessário definir o conceito de rede que se entende por: dois ou mais
nós (computadores) ligados entre si, através de meios de transmissão (cabo, linhas
telefonicas, sem fios), e respectivos dispositivos de conectividade, controlados por
software adequado, com o objetivo de trocarem informação de forma rápida e fácil,
permitindo aos utilizadores a partilha de equipamentos e de recursos (aplicações,
ferramentas de comunicação, bases de dados, etc.).
Para que uma comunicação possa Figura 7.1: Esquema de uma rede
acontecer são então necessários os empresarial
1
seguintes
Mainframes componentes
são computadoresbásicos:
que realizam operações a grande velocidade sobre um grande volume de dados.
2
Protocolo é uma convenção ou padrão que controla e possibilita uma conexão, comunicação, ou transferência de
dados
entre dois sistemas computacionais.
Emissor;
Meio de transmissão;
Dispositivos de conectividade;
Mensagem;
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7.1.2. Vantagens
A implementação de uma rede num ambiente empresarial pode trazer uma série de
vantagens. De seguida identificam-se algumas das mais comuns:
Centralizar/Descentralizar operações
o Reorganizar a arquitectura do processamento (computadores para funções
específicas: cálculos, controlo e partilha de aplicações);
o Coordenar (com dados atualizados) os vários ramos de uma organização a partir de
uma aplicação, e até mesmo a evolução do seu desenvolvimento.
entre vários computadores. Pode também estar distribuída por dentro de um edifício onde,
por exemplo, integra um serviço de escritório, ou uma área coberta por vários edifícios
como é o caso dos campus universitários, áreas fabris, ou mesmo até uma pequena
cidade.
O ambiente em que a rede irá operar influencia também a escolha dos seus meios de
transmissão e respectiva topologia. Os ambientes propensos a ruídos (entenda-se
interferências) e com problemas de gestão de espaço e segurança (i.e. húmidos,
poeirentos, etc.) têm diferentes requisitos. A ocorrência de erros de transmissão
resultantes do ruído envolvente exigira, dos protocolos, mecanismos de detecção e
recuperação desses mesmos erros.
O número máximo de nós, a distância entre estes e a taxa máxima de dados transmitidos
são requisitos que influenciam também estas escolhas. Isto significa que em determinada
topologia e determinado meio de transmissão poderemos ter uma distância entre os nós,
mas noutra topologia, pode ser muito superior. A escolha dos protocolos de transmissão
também é directamente afetada por estes factores. O seu perfeito funcionamento, por
vezes, depende igualmente da distancia entre nós.
Na escolha dos protocolos, normalmente existe uma exigência face ao tempo de resposta
máximo bem como ao tipo ou quantidade de trafego. Para programas que necessitam de
comunicação em tempo real, a garantia de um tempo de resposta baixo é uma
característica fundamental. Infelizmente, em qualquer transmissão, por qualquer meio,
existe sempre uma possibilidade de um erro, o que causará uma limitação no tempo de
resposta. Em muitas aplicações, no entanto, é importante que este problema não seja
causado pelo tipo de protocolo utilizado.
O tipo de informação transmitida através de uma rede pode ser desde simples dados,
vídeo e/ou voz. Os diversos meios de transmissão vão diferir na capacidade de suportar:
a natureza do sinal analógico ou digital; a frequência; a quantidade de informação
transmitida; os requisitos de tempo real; de isenção de erros, etc.
Sempre que possível, a transmissão de dados entre os vários nós ou dispositivos deve
ser isenta de erros. Aquando do erro deve ser requerida uma retransmissão, a qual tem
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Desenhar uma rede que possa integrar e suportar tráfegos heterogêneos é sempre
desejável por razões económicas e operacionais. É importante que os equipamentos e os
meios de transmissão sejam escaláveis, para assim poder dar resposta adequada a
aplicações tais como a teleconferência, que requer uma transmissão interrupta de dados
(áudio e vídeo).
Regressando agora a tipologia das redes, esta se caracteriza geralmente por cinco
domínios, respectivamente à cobertura geográfica:
c) Campus
As redes denominadas de Campus abrangem a extensão de vários prédios situados
dentro de uma mesma região metropolitana (entre 10 a 100 km). São associadas
normalmente a redes que interligam diversos edifícios de uma mesma empresa, de uma
universidade ou de uma organização.
Tabela 7.1: Resumo sobre o nome da rede, distância Figura 7.7: Interligação entre os
entre nós e localização dos nós vários tipos de rede
Distância Nome das
Localização dos Nós
Entre Nós Redes
~1-10 m Desktop, ligação entre PC PAN
~ 10 m Sala, interligação no mesmo espaço LAN
~ 100 m Prédio, ligação entre andares LAN
Campus, interligação entre
~ 2 km Campus
edifícios
Cidade, ligação entre espaços da
~ 30-50 km MAN
mesma cidade
~ 100 km País, interligação entre cidades WAN
Continente, interligação entre
~ 1000 km WAN
continentes.
~ 10.000 km Planeta, a Internet WAN
Sistema terra – espaço, terra e
~ 100.000 km WAN
satélites artificiais
A topologia abrange dois principais campos: o físico e o lógico. O primeiro diz respeito à
configuração da cablagem. O segundo descreve como a informação é tratada dentro da
rede, como circula de um nó para o outro.
b) Bus/Barramento
Rede em que há exactamente dois nós terminais, um número qualquer de nós
intermédios e um só caminho entre cada dois nós (todos os nós da rede se encontram
ligados uns aos outros numa linha). O desenho desta rede é relativamente simples
reduzindo-se a um único cabo que se estende de um nó até ao seguinte. Os extremos do
cabo terminam com uma resistência chamada terminador que para além de indicar que
não existem mais estações de trabalho nos extremos, permite encerrar o Bus.
Esta rede utiliza uma transmissão em broadcasting, o que significa que quando um nó
envia uma transmissão, a mesma é enviada para todos os nós da rede em simultâneo,
tendo cada nó que verificar se a informação lhe e destinada. Caso a informação tenha
sido recebida sem anomalias e enviado um aviso de recepção ao no emissor.
c) Ring/Anel
Numa rede em anel os nós estão ligados entre si através de um cabo que passa por
todos, de forma sequencial, descrevendo uma circunferência (anel).
d) Star/Estrela
O desenho de rede em estrela é uma das primeiras configurações de rede. Todas as
estações de trabalho estão conectadas à um nó central (concentrador/hub/switch) que
funciona como distribuidor de todas as transmissões efetuadas pelos restantes nós,
formando uma estrela física.
Cada vez que se pretende estabelecer comunicação entre dois computadores, toda a
informação transferida de um nó para o outro passa primeiro pelo nó central.
e) Tree/Árvore
Topologia com base numa estrutura da rede em que são utilizados diversos dispositivos
de centralização (da topologia Star/Estrela), permitindo assim uma estruturação
hierárquica de redes e sub-redes.
f) Backbone
Caracteriza-se pela existência de uma ligação, contendo um ou mais cabos, que
desempenha o papel de Backbone, à qual se ligam diversas redes ou sub-redes através
de dispositivos de interligação.
As redes Backbone podem assumir uma topologia Bus ou Ring, bastante adequada às
redes de dimensão intermédia (Campus, MAN) que, normalmente, são constituídas por
diversas sub-redes e indicada para redes que necessitam de estar em comunicação umas
com as outras numa base regular ou permanente.
os sinais são transmitidos em formato analógico e, por este facto, existe a necessidade da
utilização de um modem.
a) Cabo Coaxial:
Actualmente é usado nas infraestruturas domésticas para transmissão de sinal TV,
Internet (redes locais) e telefone. É durável, mas não muito flexível, podendo transmitir até
10 Mb/s. É imune a ruídos electromagnéticos (de baixa frequencia), mantém uma
capacidade de tráfego constante, não produz distorção ou eco e causa reflexão do sinal
(mínima para impedância de 50).
Embora o conceito do par traçado (dois fios entrelaçados em espiral) seja diminuir o ruido
externo através do campo magnético criado, a desvantagem deste tipo de cabo continua
a ser a sua susceptibilidade às interferências a ruídos (electromagnéticos e de rádio
frequência), que podem ser minimizados com a escolha de uma versão com blindagem e
de uma categoria mais alta.
c) Fibra Óptica
Este tipo de cabo tem uma capacidade de transmissão a grande distância e a grande
velocidade. As fontes de transmissão de luz podem ser Diodos Emissores de Luz (LED),
mais baratos, adaptáveis à temperatura ambiente e têm um ciclo de vida maior, ou lasers,
mais eficientes devido à sua potência e espessura reduzida.
3
Unshielded Twisted Pair (Cabo trançado sem blindagem)
4
Braided Shielded Twisted Pair (Cabo trançado com blindagem em malha)
5
Foiled Shielded Twisted Pair (Cabo trançado com blindagem em folha de alumínio)
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Ondas de Laser: Têm a mesma característica das ondas de infravermelho, mas com a
particularidade de interligar redes em prédios separados por longas distâncias.
f) Ondas de Satélite
Estas redes utilizam satelites em órbitas geoestacionárias, em torno do equador, a cerca
de 30-40 km da superfície terrestre, implicando o uso de antenas parabólicas capazes de
efectuar uplinks (emissões da terra para o satélite) e downlinks (recepções do satélite
para a terra).
Figura 7.16: Logotipo Tabela 7.3: Relação entre a topologia da rede e o meio de
indicador de acesso a transmissão (combinações mais usadas hoje, tendo em conta
redes Wi-Fi (Wireless) os cutsos e a uni ou bidirecionalidade do meio de transmissão).
Meio de Transmissão Barramento Estrela Anel Árvore
UTP/Par Trançado X X X X
Coaxial 50 Ω X X
Coaxial 75 Ω X X
Fibra Optica X X X
c) Quanto ao sincronismo
Síncrona: Existe um dispositivo de sincronização no receptor relativamente ao fluxo
de dados proveniente do emissor;
Assíncrona: Não existe dispositivo de sincronização, havendo bits que indicam o
início e o fim das sequências enviadas.
a) Ethernet
A Ethernet IEEE 802.3 é uma das tecnologias standard de rede mais popularmente
conhecida que foi desenvolvida pela Xerox, INTEL (International Technology Corporation)
e a DEC (Digital Equipament Corporation). Pode ser utilizada com diferentes topologias,
como por exemplo: Barramento com cabo coaxial ou estrela com o cabo de par trancado.
Neste tipo de rede, cada nó perscruta o tráfego na rede e quando nada está a ser
transmitido é iniciada uma comunicação. Se dois nós transmitirem informações ao mesmo
tempo, são automaticamente alertados pela colisão e, de seguida, param a transmissão e
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aguardam por um período aleatório de tempo (na ordem dos milisegundos) antes de
tentar novamente. Este metodo é conhecido como CSMA/CD (Carrier Sense Multiple
Access with Collision Detection).
Gestão de Colisões de dados: Método para evitar que dois ou mais computadores
enviem pacotes de dados ao mesmo tempo, pois as colisões baixam o desempenho da
rede e podem mesmo parar por alguns instantes. Neste método, sendo o barramento a
topologia utilizada, todas as máquinas fazem ao mesmo tempo a gestão do modo de
transmissão na rede.
CS (Carrier Sense): Este protocolo tem como função Figura 7.20: Descrição do
verificar se existem pacotes de informação na rede protocolo CSMA/CD
com destino a sua placa antes de libertar os seus.
b) Token Ring
A tecnologia de acesso Token Ring IEEE 802.5 faz uso da topologia em anel cujo controlo
do acesso à rede é feito através do protocolo Token Passing. Para o nó poder transmitir
dados terá de receber primeiro o sinal (Token) que lhe dará o direito de transmitir. Este
sinal especial viaja de nó em nó através da rede. Apenas um destes sinais está disponível
na rede, o que faz com que um único dispositivo possa transmitir, evitando conflitos na
transmissão. O exemplo que se segue, explica de forma resumida o processo de
trespasse do Token:
c) Wireless
As redes wireless usam várias tecnologias e protocolos, destacando-se aqui a tecnologia
IEEE 802.11 e suas variantes (protocolos 11a: 54 Mbps; 11b: 11 Mbps; 11g: 54 Mbps;
11n: 150 Mbps – 1 Gbps; 11ac: 600 Mbps – 1 Gbps), a mais comum na transmissão de
dados em redes WLAN actuais, oferecendo uma interface de comunicação sem fios entre
um nó e uma estação de base/concentrador ou entre dois nós.
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Para além destes protocolos, associa-se também a tecnologia MIMO que aumenta
consideravelmente o desempenho da rede com o uso de várias antenas que permitem
uma maior propagação do sinal pelo espaço, enviar e receber várias streams em
simultâneo e o direcionamento da informação para cada cliente (beamforming),
optimizando ainda mais a conexão.
d) Bluetooth
É um padrão de tecnologia para a troca de dados a curtas distâncias, através de redes
sem fio em dispositivos fixos e móveis (ondas de 2400-2480 MHz), permitindo criar redes
de área pessoal (PAN) com altos niveis de seguranca. Foi criado pela Ericsson em 1994
como uma alternativa sem fio para as conexões em modo série.
e) Arquitectura GSM
A interface entre o subscritor e a rede GSM (Global System For Mobile Communication) é
feita através do terminal GSM (telefone móvel) que só funciona quando um cartão SIM de
acesso à rede nele for introduzido. O GSM é um standard internacional de funcionamento
de telemóveis, smartphones, pads e as comuns pens de acesso à banda larga em várias
frequências (dual-band, tri-band, etc.) e velocidade (2G, 3G, 4G, etc), de acordo ao país e
ao plano de dados subscrito, daí a necessidade de verificar a compatibilidade do
equipamento no país de destino.
b) Modem
O termo significa Figura 7.22: Representação das ligações à Internet via linha
MOdulator/DEModulator e telefónica
a sua função é converter
sinais digitais em sinais
transmissíveis em outros
meios (linha telefónica) e
vice-versa.
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c) Repetidor
Apenas regenera e/ou amplifica o sinal, não Figura 7.23: Repetidor de dados
desempenha qualquer função no controlo
do fluxo de dados. Todos os pacotes
presentes no primeiro segmento da rede ou
de cabo serão replicados para os demais
segmentos de rede ou restante cabo.
d) Hub
É usado como concentrador numa rede, conectado Figura 7.24: Hub com
fisicamente como estrela, mas logicamente é uma rede de primeira porta de uplink
topologia Bus, pois distribui todos os pacotes para todas
as portas simultaneamente, o que por vezes faz com que
ocorram colisões. Tem a vantagem sobre a topologia Bus
tradicional por permitir a remoção e inserção de novos nós
com a rede ligada e, quando há problemas com algum
cabo, somente o nó correspondente é afectado.
e) Switch
É um Hub inteligente, pois Figura 7.25: Descrição de funcionamento de um switch
permite a troca da
informação entre várias
estações ao mesmo tempo
sem serem replicadas em
todas as máquinas, uma vez
que estas são enviadas
directamente para o destino.
f) Bridge/Ponte
Este dispositivo interliga duas redes locais que usam a mesma tecnologia de rede. Na
interligação, assumem a função de transciever, permitindo a comunicacao de duas redes
diferentes (Wireless - Fibra Optica; cablada - wireless).
A Bridge pode actuar também como um filtro, Figura 7.25: Bridge de Fita – UTP
permitindo a separação do tráfego entre dois
segmentos, evitando a propagação da informação
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As pontes utilizam protocolos de controlo de acesso ao meio físico (via endereco MAC),
possibilitando ligar meios físicos diferentes, como os cabos de fibra óptica e coaxiais,
desde que as duas partes utilizem o mesmo protocolo (p.e. Ethernet).
g) Router
Dispositivo de (re) encaminhamento de mensagens Figura 7.26: Router ADSL
entre redes diferentes e, eventualmente, quando
entre emissor e receptor existem vários caminhos
(rotas) possíveis. Especificamente a função de um
router é examinar o endereço de origem e de
destino de cada mensagem ou pacote e decidir qual
o melhor caminho (rota) para o destinatário.
h) Gateway
Dispositivo que permite o acesso a uma rede exterior (engloba Bridges e Routers),
interligando redes internas a externas (WAN – LAN e vice versa).
independente, que seja uma norma internacional, e que sirva de base ao desenvolvimento
de normas para a interligação de sistemas.
O modelo OSI permite então uma descrição de como o hardware e o software de rede
trabalham em conjunto numa disposição por camadas para possibilitar a comunicação .
Cada camada refere-se a diferentes actividades, equipamentos e protocolos de rede e
prepara os dados para a camada superior ou inferior. Este modelo tem como objectivos:
A razão do seu grande sucesso deve-se justamente ao facto do TCP/IP não ter nenhuma
grande empresa associada ao seu desenvolvimento. É usado por praticamente todos os
tipos de hardware e sistemas operativos existentes. É o protocolo preferencial dos
sistemas operativos Windows NT da Microsoft.
b) Protocolos em Camada
Todos os protocolos de redes são construídos com base numa arquitectura de camadas.
Por essa razão são chamados “protocolos em pilha” ou “protocolos em camada”, que
provém do inglês, protocol stack. O termo "pilha" ou “camada” é utilizado porque os
protocolos de uma dada camada normalmente interagem apenas com os protocolos das
camadas imediatamente superior e inferior.
As funções de cada camada dentro do TCP/IP são em tudo similares às do Modelo OSI.
Nível 2 – Camada de Rede: Transmissão de mensagens entre nós, mesmo que estes
estejam em redes fisicamente distintas, através do Internet Protocol (IP). Realiza a
interconexão entre redes, permitindo reconfigurar caminhos (rotas) quando uma parte da
rede está indisponível, procurando uma rota alternativa.
O protocolo UDP trabalha com datagramas, que são pacotes com um comprimento pre-
estabelecido cuja entrega não é garantida, sendo deitados fora (dropped) caso a rede
esteja congestionada, ou cheguem ao seu destino numa ordem diferente daquela que
foram enviados. Isto acontece porque o UDP é um protocolo de comunicação simples que
transmite sem estabelecer conexões entre os softwares e/ou os nós que estão a
comunicar.
6
ARP: Adress Resolution Protocol (Protocolo de resolução de endereços)
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d) Endereçamento e roteamento
Numa rede TCP/IP v4, a cada host é atribuido um endereço numérico formado por 4
octetos (4 bytes), geralmente escritos na forma w.x.y.z. Além deste endereço IP, cada
computador possui uma máscara de sub-rede (network mask ou subnet mask), que é um
endereço com a mesma estrutura, mas que deve começar sempre por uma sequência
contínua de bits “1”, seguida por outra de bits “0”. Por exemplo, a máscara de rede pode
ser 255.255.0.0 (11111111.11111111.00000000.00000000), mas nunca 255.255.7.0
(11111111.11111111.00000111.0000000).
Tabela 7.4: Máscara separando
A máscara de sub-rede serve para identificar endereços
no endereço IP a parte que pertence à rede e à Mascara de sub-rede 255.255.255.0
Numa rede TCP/IP cada host possui um endereço IP único e exclusivo, que, quando
pretende comunicar, é decomposto e comparado com o endereço de destino pelo uso da
máscara da sub-rede que determina se os dois pertencem ou não à mesma rede. Se sim
a mensagem é encaminhada ao seu destino na rede local. Se não, o IP envia o pacote
para o default gateway que se encarrega de encaminhá-lo para a rede externa onde está
o endereço IP do destino.
É importante que o default gateway tenha o seu endereço IP na mesma rede que todos os
restantes hosts, caso contrário, a rede não lhe poderá endereçar pacotes, podendo esta
apenas comunicar-se com os restantes hosts da rede. Por isso, para a correcta
configuração de um host numa rede TCP/IP, este deve ser configurado com pelo menos
três parâmetros: a) o endereco IP (exclusivo); b) a máscara de rede (que deve ser a
mesma utilizada pelos demais hosts na mesma rede); e c) o endereco IP do default
gateway.
e) Classes de Redes
Como já foi dito, a máscara de sub-rede serve para determinar que parte do endereço IP
corresponde à rede, que parte identifica o host e se o host pertence à rede (local) ou não
(rede externa).
Para uma correcta divisão das Tabela 7.5: Classes de redes
redes a comunidade Internet Classe Máscara N.º Redes N.º Hosts
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A classe de uma máscara de sub-rede define quantos bits estão a ser usados para
identificação de rede e quantos para identificacao do host.
f) Endereços Reservados
Existem alguns endereços IP que são reservados para funções específicas e que não
podem ser utilizados como endereços para hosts:
127.0.0.0: Utilizados como um alias (falso) para uma máquina local (local host), isto é,
um endereço interno. Normalmente é utilizado o endereço 127.0.0.1,
g) Sub/sobre-endereçamento
Com crescimento exponencial da Internet e sendo os endereços únicos, a partir da
década de 90, o espaço de endereçamento IP4 (32 bits) começou a não ser suficiente e
as regras que dividem as redes em classes revelaram-se muito restritivas ("desperdício"
de endereços: hosts menores que a gama oferecida).
Por isso, foi iniciado o desenvolvimento do IPv6 (48 bits). Mas, devido a sua demoura,
foram encontradas alternativas: o CIDR (Classless Inter-Domain Routing, “Sub-redes e
Super-redes”) para reduzir ou eliminar o desperdício de endereços devido à divisão em
classes e NAT (tradutor de endereços) para ligar uma rede IP à "internet" através de um
único endereço oficial ao invés de um endereço para cada nó da rede.
1) Sub-redes e super-redes
Implementado entre 1994 e 1995, o CIDR diminuiu as tabelas de roteamento de 70.000
para 30.000 rotas, diminui os desperdícios de endereços usando máscaras de tamanho
variável (manipulação das máscaras) ao invés do padronizado (classes A (8 bits); B (16
bits) e C (24 bits)) com o aumento de bits “1” à direita da máscara “normal” (super-rede)
ou desactivando (passar para “0”) os bits da máscara “normal” (sub-redes). Por exemplo,
um bloco de endereços 206.0.64.0/18 para um ISP de 800 hots existem 2 14-2-800=15582
endereços desperdiçados. Fazendo máscaras variadas, pode-se escolher 206.0.64.0/22,
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4) NAT estático
Com o fluxo de envio e recepção de pacotes o servidor proxy cria tabelas NAT que
determinam as portas que devem ser redirecionados os pacotes (DNAT) para um dado IP
na rede privada, definindo estaticamente entradas que facultam à rede privada acesso
aos servidores externos. Estas entradas estáticas devem conter o número de porta dos
servidores da "internet", o endereco IP de destino (na rede privada) e o número de porta
de destino.
Para ter acesso a vários servidores, sendo a porta igual para todos, atribui-se um
endereço oficial a cada, passando as entradas estáticas DNAT a conter, para além dos
dados acima citados, o enedereço IP do servidor da Internet. Este procedimento nem
sempre é possivel, pois o custo da aquisição de mais um IP ao ISP poderá ser proibitivo.
Se a máscara de rede não for 255.255.0.0, mas sim 255.255.255.0, os endereços de rede
da origem e destino serão diferentes, respectivamente 172.16.1.0 e 172.16.2.0, o que
7
Operador "e" (em inglês AND) utilizado em lógica matemática.
8
ARP (Adress Resolution Protocol): Protocolo de resolução de endereços
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significa que os hosts não estão ligados directamente ao nível da camada de ligação e,
por esta razão, o Router (default gateway) direcciona o pacote para o router mais próximo
que, por sua vez, com base na sua tabela de roteamento o envia ao respectivo Router.
TCP
Como foi visto, o protocolo TCP/IP é composto por dois principais protocolos, o Internet
Protocol e o Transmission Control Protocol.
Até aqui tem sido maioritariamente descrito o protocolo IP cuja missão é fornecer uma
identificação única a cada host numa rede (endereço IP) e uma rota (ou rotas) entre a
origem e o destino de uma comunicação (Roteamento).
o Portas TCP
Depois dos pacotes chegarem à placa de rede, vindos da camada de aplicação, o
protoclo TCP/IP faz a divisão por portas na camada de transporte, associando cada
programa a um número de porta. Quando existe mais do que um acesso diferente a partir
de várias janelas ou separadores, o protocolo pode incluir informações para além da porta
que identificam cada janela ou separador individualmente. A tabela a seguir mostra
exemplos de portas normalmente usadas:
UDP
O UDP (User Datagram Protocol) é um protocolo embutido no protocolo composto TCP/IP
cuja função é apenas a transmissão rápida de dados entre hosts, mas sem qualquer
garantia na entrega e verificação destes dados, pois ele foi desenhado especialmente
para transmissões em Multicast e Broadcast áudio e vídeo, onde não é tão necessária a
integridade da mensagem.
Para isto o protocolo não utiliza pacotes, mas sim datagramas, pacotes simples, pois
contêm apenas um cabecalho e a mensagem.
Sem o serviço de DHCP as configurações TCP/IP de cada host terão de ser feitas
manualmente, uma desvantagem quando o número de hosts é grande ou exista mudança
no IP do servidor DNS. Com a automatização deste serviço obtemos os seguintes
benefícios:
Delegação a um equipamento a responsabilidade de configuração automática do
protocolo TCP/IP nos dispositivos da rede;
Facilidade de alteração de parâmetros tais como Default Gateway, Servidor DNS, etc.,
em todos os dispositivos da rede, apenas através da alteração no servidor DHCP;
Eliminação de erros de configuração por digitação incorrecta de uma máscara de sub-
rede ou do número IP.
Assim, num contexto empresarial com acesso a Internet e em muitos outros servicos, são
necessários os seguintes elementos para a configuração do TCP/IP de cada host:
Endereço IP; Máscara de sub-rede; Default Gateway; Endereço IP de um ou mais
servidores DNS; Endereço IP de um ou mais servidores WINS; Sufixos de pesquisa do
DNS. A seguir são apresentados e identificados os principais termos relacionados com a
correcta configuração de um servidor DHCP:
Por esta razão foi desenvolvido o DNS que é um serviço de resolução de nomes, onde os
servidores mantêm uma base de dados ligando os nomes lógicos aos respectivos
endereços IP. Assim, o papel do DNS é transformar os endereços IP em nomes de
dominios e vice-versa. Quando é introduzido o URL www.empresa.tld, o papel do DNS é
traduzir o URL em endereço IP e informar o Router do caminho a tomar.
O serviço WINS permite que os hosts façam o registo do nome NetBios dinamicamente
durante o arranque. Desta forma o SO cliente regista o nome NetBios e o respectivo
endereço IP na sua base de dados, podendo desta forma fornecer o serviço de resolução
de nomes NetBios para a toda a rede.
Nos sistemas operativos mais antigos este protocolo corria sobre o IEEE 802.2, mas
actualmente é executado sobre redes TCP/IP através do protocolo NetBIOS over TCP/IP
(NetBIOS sobre IPX/SPX).
Foi desenhada para ser dinâmica e auto-configurável para redes não superiores a 200
nós e como tal não permite o roteamento de pacotes.
10
Unidade de transferência básica de uma rede comutada de pacotes em que a hora e a ordem de entrega
não são garantidas.
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b) IPX/SPX e NetWareLink
É um protocolo de comunicação de redes sobre Ethernet desenvolvido pela Novell com
base no protocolo XNS da Xerox. Construído para ser o padrão no sistema operativo
NetWare, tambem da Novell, o IPX/SPX é, a semelhança do TCP/IP, um protocolo
dividido por camadas. Permite o roteamento e suporta mais do que um tipo de standards,
tais como o Ethernet II, IEEE 802.2 e IEEE 802.3.
Nesse tipo de rede, pastas, ficheiros, dados e periféricos (drives ópticas, impressoras,
etc.) podem ser partilhados entre os nós, podendo ainda (em função das permissoes
atribuídas) facilmente aceder, ler, alterar e editar os conteúdos armazenados nos
restantes nós. Caracteristicas de uma rede Ponto-a-Ponto:
Utilizada em redes de pequena dimensão (normalmente até 10 hosts);
Implementação fácil e baixo custo;
Baixos níveis de seguranca;
Sistemas simples de cablagem;
Os hosts podem funcionar sem estar conectados à rede;
Normalmente não existe um administrador de rede;
Normalmente não existem servidores, cada host pode ser um tipo de servidor;
b) Client-Server/Cliente-Servidor
Sistema de organização vertical (hierárquico) e centralizada num elemento denominado
servidor, um computador que disponibiliza um ou mais recursos para os demais clientes
(host) na rede.
a) Servidor de Rede
Tem como função a gestão e a monitorização da rede ao nível do tráfego, desempenho e
da presença dos clientes (hosts), sendo possível a um administrador de rede detectar
erros, efectuar diagnósticos e resolver eventuais problemas, tais como falhas de
comunicação, quebras de desempenho, etc.
b) Servidores de Ficheiros
Têm a função de disponibilizar e gerir em toda a rede um serviço de armazenamento,
partilha e acesso a ficheiros, através de suas unidades de armazenamento. Para sistemas
operativos diferentes é necessário usar-se um standard para o sistema de ficheiros
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c) Servidor de Aplicações/Serviços
Permite disponibilizar à rede determinados serviços e aplicações como, por exemplo, uma
base de dados, um servidor Web, servidor de calendários, acesso remoto a determinado
software, entre outros.
d) Servidor de Impressão
Tem como finalidade facultar serviços de impressão aos clientes da rede. Pode ser parte
constituinte de um servidor de aplicações ou serviços.
f) Servidor de Comunicações
Realiza tarefas relacionadas com as várias possibilidades de comunicação quer da rede
interna, quer com redes externas. Usando um router este servidor pode correr vários
serviços de comunicação, tais como um servidor de correio electrónico, um servidor de
mensagem (XMPP/Jabber)12, um servidor de Intranet13, bem como outros serviços que
permitam a comunicação interna e/ou externa.
g) Servidor de Directório
11
NFS (Network File System): Sistema de ficheiros desenvolvido pela Sun Microsystems, Inc. para a
partilha de ficheiros e pastas entre computadores com sistemas operativos distintos numa rede local.
12
XMPP (Extensible Messaging and Presence Protocol): Protocolo XML extensível e aberto para sistemas
de mensagens instantâneas.
13
Intranet: "Versão privada da Internet" ou mini-Internet confinada a uma organizacão.
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Permite armazenar informação de forma extensível e que pode ser acedida através de
rápidas pesquisas.
Assim, o SOR é um SO desenhado para servir de suporte à conexão de redes locais por
parte de Workstations e computadores pessoais. São exemplos dos primeiros SOR o
Artisoft LANtastic, Banyan VINES, Novell's NetWare e Microsoft's LAN Manager.
O SOR, para além das funções de comunicação controla o acesso aos recursos
partilhados evitando, por exemplo, que um utilizador não autorizado apague ficheiros que
não lhe pertencem.
b) Administração
O Administrador de Rede é a entidade que instala, opera e gere a rede, bem como o
SOR. É de a sua competência configurar os equipamentos e o software para que ambos
trabalhem em conjunto.
c) Estrutura
A estrutura de um SOR depende das seguintes entidades: Servidor; Serviços; Cliente;
Grupo de Utilizadores e Utilizador. Cada uma destas entidades define as diferentes
formas que o SOR interage com rede, a forma de organização, configuração e a estrutura
da empresa onde estão inseridos.
Cada entidade tem as suas propriedades que podem ser configuradas de forma
independente consoante:
Os canais da hierarquia PDH são agrupados, formando níveis hierárquicos E (E1: 2,048
Mbit/s (32 canais de 64 kbit/s); E2; E3 e E4) (ver Figura 37) enquanto que os da
hierarquia SDH têm dimensões variadas (STM1: 155.520 Mbit/s; STM4: 622.080 Mbit/s;
STM16: 2488.320 Mbit/s; STM64: 9953.280 Mbit/s) (Figura 38). O SDH pode também
multiplexar frames baseadas em transmissão de pacotes, como Ethernet e PPP 14.
14
PPP (Point to Point Protocol): Protocolo de transmissão ponto a ponto usado na conexão de
computadores na Internet através de linhas telefónicas
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O resultado será a relação das duas combinações possíveis: ATM (gestão de tráfego)
sobre SDH (transporte) e MPLS (gestão de tráfego) sobre Gbit Ethernet (transporte).
Figura 7.37: Estrutura da trama PDH
Par entrançado de cobre: Para redes telefónicas (POTS: Plain Old Telephony
Service) e redes xDSL (Digital Subscriber Line);
Cabo coaxial: Rede TV, mas actualmente, dados e voz;
Wireless: Tecnologias rádio (redes telefónicas móveis); Difusão em espaço livre
(rádio e TV);
Fibra óptica: Rede core, mas actuamente também em rede de acesso (NGA).
1. Rede telefónica fixa: Criada para permitir comunicação por voz usando pares
entrançados de cobre, centrais de comutação automática, pontos de flexibilidade para
ligar a central e o cliente, nomeadamente, o RP (Rrepartidor Principal ou MDF: Main
Distribution Frame), o SR (Sub-Repartidor) e o PD (ponto de distribuição), conforme a
figura 7.39.
Figura 7.40: Rede tlefónica fixa e a sua Figura 7.42: Rede ADSL
evolução para rede xDSL
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Para adaptar as redes HFC aos serviços interactivos e normalizar a oferta, o ITU-T
adoptou Data Over Cable Service Interface Specification (DOCSIS) que permite o acesso
a dados, onde o sinal é injectado na fibra a partir centro primário (head-end), passa pelo
centro de distribuição, onde é convertido em eléctrico, e chega ao cliente onde o CM o
Modula/demodula para entrar no equipamento de cliente. (Figuras 7.44).
Figuras 7.44: Estrutura de uma rede HFC Figuras 7.45: Sistema DOCSIS
Difusão não endereçada: dirigida a todos os utilizadores finais sem distinção, caso
dos serviços de rádio e televisão.
GPRS (General Packet Radio Service): Evolução do sistema GSM, que introduziu a
transmissão de dados com comutação de pacotes.
HSPA (High Speed Packet Access): Evolução de UMTS com taxas de transmissão
mais elevadas e permitindo a comunicação de vários pela mesma célula.
Desde a década de 90 que se tem colocado uma grande expectativa em soluções de rede
baseadas em fibra óptica na rede de acesso, como sendo capazes de resolver
definitivamente o problema de fazer chegar a casa de cada cliente um acesso de banda
larga, que permita aceder aos serviços de voz, vídeo e dados com um nível de QoS
adequado.
FTTx (Fiber to the x) é uma expressão genérica para designar arquitecturas de redes de
telecomunicações que utilizem fibra óptica. Dependendo do ponto de terminação da fibra
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________ 22 Universidade de Aveiro Departamento de Electrónica, Telecomunicações e
Informática
Fiber to the curb (FTTC), designa uma arquitectura onde os cabos de fibra óptica
chegam até a um armário de rua, servindo uma área bastante reduzida (com cerca de 300
m de raio) e com baixa densidade populacional. Os utilizadores ligam-se a este armário
através da infra-estrutura em cobre existente ou por intermédio de cabo coaxial. Esta
arquitectura difere das arquitecturas anteriores pelo alcance da fibra, uma vez que permite
que o armário de rua esteja já bastante próximo da residência do cliente, ao passo que
nas arquitecturas FTTN ou FTTCab, este armário de rua encontra-se bastante afastado
da residência do cliente.
Fiber to the building (FTTB), designa uma arquitectura onde a fibra óptica chega até à
entrada de um edifício, não chegando a fibra directamente a casa do utilizador final. A
ligação final ao utilizador é feita com outro meio de transmissão diferente da fibra óptica,
podendo ser utilizado cobre ou cabo coaxial.
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Fiber to the home (FTTH), designa uma arquitectura onde a fibra óptica chega
directamente até ao utilizador final, permitindo a colocação de uma fibra dedicada até ao
utilizador final. Esta arquitectura comporta um investimento bastante mais elevado do que
as arquitecturas referidas anteriormente, em especial a FTTN e a FTTCab, uma vez que
não se serve da infra-
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________ Universidade de Aveiro 23 Departamento de Electrónica, Telecomunicações e
Informática
estrutura existente em nenhum ponto do seu trajecto até casa do utilizador final, podendo
no entanto reaproveitar a rede de condutas existente.
As redes ópticas passivas ou redes PON (Passive Optical Network) na rede de acesso
foram concebidas com base numa topologia de rede de ponto-a-multiponto, onde o meio
é comum a múltiplos utilizadores que partilham a mesma largura de banda.
Estas redes estão equipadas com elementos passivos e são então designadas de redes
passivas pois, com a excepção dos equipamentos terminais (Central Office e do
equipamento terminal do utilizador), não há necessidade de recurso a energia eléctrica na
rede de transporte. Este facto simplifica o planeamento da rede e reduz os custos de
operação e manutenção.
As redes ópticas activas ou redes AON (Active Optical Network) apresentam uma grande
diferença em relação às soluções PON: necessitam de equipamentos activos (switches,
routers ou multiplexers) que requerem alimentação eléctrica para distribuir o sinal óptico.
As topologias adoptadas por estas redes de acesso podem ser topologias ponto-a-ponto,
uma fibra dedicada a um utilizador final, ou topologias ponto-a-multiponto, que necessitam
de equipamentos activos implementados na rede de transporte. Fibra Óptica na Rede de
Acesso: Cenários de Evolução ___________________________________
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O protocolo dominante é o IP que vai ser encapsulado em frames Ethernet, que comunica
com a restante rede local (LAN: Local Area Network). Esta comunicação pode ser por
cabo (LAN) ou utilizar tecnologias wireless (WLAN: Wireless Local Area Network),
segundo a norma IEEE 802.11 (Figura 7.39).
Bibliografias