2.mediação Princípios, Tipos e Áreas de Atuação
2.mediação Princípios, Tipos e Áreas de Atuação
2.mediação Princípios, Tipos e Áreas de Atuação
atuação
APRESENTAÇÃO
A mediação foi introduzida no ordenamento jurídico brasileiro no contexto de uma política naci
onal de resolução de conflitos, como um importante meio para a resolução destes. Os distintos ti
pos de conflitos requerem diferentes espécies de meios para a sua solução ante a incapacidade d
o Poder Judiciário de responder aos anseios de pacificação da sociedade.
Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai estudar os princípios norteadores aplicáveis à mediaç
ão, assim como verificar os diferentes tipos de mediação, conforme a técnica adotada pelo medi
ador e sua experiência. Você vai aprender, também, a respeito das atitudes que o mediador deve
adotar no processo de mediação.
Bons estudos.
DESAFIO
Neste Desafio, você é convidado a servir de auxiliar de mediador em um conflito que envolve d
ois vizinhos. Nessa situação, um acusa o outro de danificar o seu carro arranhando-o. Durante o
processo de perdas e danos, o vizinho acusado nega ter arranhado o carro.
Você, como auxiliar nesse processo, deve refletir sobre a postura do mediador e apontar se ele fa
lhou ou não. Explique como deveria ter sido o procedimento do mediador.
INFOGRÁFICO
A mediação tem resolvido conflitos que o Poder Judiciário não tem conseguido solucionar. Esse
importante meio de resolução de conflitos se torna o mais adequado quando há laços anteriores
ao litígio, que poderão ser restabelecidos pela facilitação da comunicação. Sendo assim, a compr
eensão dos princípios da mediação, seus tipos e atitudes do mediador resultam fundamentais.
No capítulo Mediação: princípios, tipos e áreas de atuação, da obra Solução de conflitos jurídic
os, base teórica para esta Unidade de Aprendizagem, leia sobre esses aspectos dessa modalidade
de resolução de conflitos, inclusive sobre as atitudes do mediador.
Boa leitura.
SOLUÇÃO DE
CONFLITOS
JURÍDICOS
Eduardo Zaffari
UNIDADE 4
Mediação: princípios,
tipos e áreas de atuação
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Introdução
Os princípios norteadores da mediação estão prescritos no Código de
Processo Civil (CPC) de 2015 e na Lei de Mediação (Lei nº. 13.140, de 26
de junho de 2015), além de estarem implícitos em outros princípios
do ordenamento jurídico, como boa-fé e paridade. Como elementos
estruturantes, os princípios da mediação devem ser observados e
aplicados na mediação judicial e extrajudicial, independentemente
da área mediada.
A mediação é única, consistindo em importante meio de resolução de
conflitos. Entretanto, ante a variedade e a complexidade de assuntos que
podem ser mediados, desenvolveram-se diferentes tipos de mediação,
que poderão ser adotados conforme o assunto tratado ou a prática e a
experiência do mediador.
O mediador deverá se aperfeiçoar nas diferentes técnicas de me-
diação, habilitando-se para se tornar um facilitador, para que as partes
construam a melhor solução para o conflito mediado. Com sensibilidade
2 Mediação: princípios, tipos e áreas de atuação
independência;
imparcialidade;
autonomia da vontade;
confidencialidade;
oralidade;
informalidade;
decisão informada.
imparcialidade do mediador;
isonomia entre as partes;
oralidade;
informalidade;
Mediação: princípios, tipos e áreas de atuação 3
O Código Civil traz inúmeros exemplos em que a boa-fé vem prescrita como um
pressuposto das relações civis, como nos arts. 128, 164, 167, 187, 242, 286, 307 e 309,
entre inúmeros outros.
Atitudes do mediador
Inicialmente, é importante lembrar que o mediador deverá ser qualificado,
como prescrevem os arts. 9º e 11 da Lei de Mediação, de acordo com o fato de
atuarem ou não em juízo. A Resolução CNJ nº. 125/2010 aponta as prescrições
éticas a serem observadas pelo mediador.
Para atuar como mediador judicial, a pessoa deverá ser capaz, ser gra-
duada há pelo menos dois anos em curso de ensino superior de instituição
reconhecida pelo Ministério da Educação e ter obtido capacitação em escola
ou instituição de formação de mediadores, reconhecida pela Escola Nacional
de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados (ENFAM) ou pelos tribu-
nais. Por outro lado, o mediador extrajudicial deverá ser qualquer pessoa
capaz, que tenha a confiança das partes e seja capacitada para fazer mediação,
independentemente de integrar qualquer tipo de conselho, entidade de classe
ou associação, ou nele inscrever-se.
12 Mediação: princípios, tipos e áreas de atuação
O mediador exerce um papel um tanto diverso. Cabe a ele servir como veículo
de comunicação entre os interessados, um facilitador do diálogo entre eles,
auxiliando-os a compreender as questões e interesses em conflito, de modo
que eles possam identificar, por si mesmos, soluções consensuais que gerem
benefícios mútuos. Na técnica da mediação, o mediador não propõe soluções
aos interessados. Ela é por isso mais indicada nos casos em que exista uma
relação anterior é permanente entre os interessados, como nos casos de con-
flitos societários e familiares. A mediação será exitosa quando os envolvidos
conseguirem construir a solução negociada do conflito.
Segundo a Lei de Mediação, art. 19, “No desempenho de sua função, o mediador
poderá reunir-se com as partes, em conjunto ou separadamente, bem como solicitar
das partes as informações que entender necessárias para facilitar o entendimento
entre aquelas” (BRASIL, 2015a, documento on-line).
Leituras recomendadas
BRASIL. Lei nº. 9.099, de 26 de setembro de 1995. Diário Oficial [da] República Federa-
tiva do Brasil, Brasília, DF, 27 set. 1995. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/
ccivil_03/Leis/L9099.htm>. Acesso em: 2 jul. 2018.
BRASIL. Resolução CNJ nº. 125, de 29 de novembro de 2010. Dispõe sobre a Política
Judiciária Nacional de tratamento adequado dos conflitos de interesses no âmbito
do Poder Judiciário e dá outras providências. Disponível em: <http://www.cnj.jus.
br/busca-atos-adm?documento=2579>. Acesso em: 2 jul. 2018.
MARASCHIN, M. U. (Coord.). Manual de negociação baseado na teoria de Harvard.
Brasília: EAGU, 2017.
Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para
esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual
da Instituição, você encontra a obra na íntegra.
DICA DO PROFESSOR
A Lei de Mediação apresenta importantes aspectos para a solução de conflitos de forma adequad
a, devendo ser interpretada em conjunto com o Código de Processo Civil e com o Código Tribut
ário Nacional no que lhe compete.
Neste vídeo da Dica do Professor, você vai aprender sobre a possibilidade de mais de um media
dor, bem como verificar as hipóteses em que o Princípio da Confidencialidade apresenta exceçõ
es.
Confira, a seguir.
Aponte a câmera para o código e acesse o link do vídeo ou clique no código para acessar.
EXERCÍCIOS
não se deve escrever o acordo realizado, para que ninguém tenha conhecimento.
A)
uma parte não poderá ouvir o que a outra afirma na sessão de mediação.
B)
as partes, mediadores e auxiliares, deverão guardar sigilo sobre tudo o que se tratar na med
C)
iação.
não se deve conversar sobre o mérito da controvérsia, mas apenas sobre o ponto que levou
D)
ao desentendimento.
serão escritos os termos do que for tratado, queiram as partes ou não, pois a confidencialid
E)
ade não se aplicam a elas.
2) O mediador deverá ser um terceiro imparcial. Isso implica que:
o mediador não deverá, em momento algum, manifestar-se na mediação, deixando que ape
A)
nas as partes falem.
o mediador sentando entre as partes já é suficiente para que ele seja imparcial.
B)
o mediador poderá se manifestar, mas cuidando para que não beneficie qualquer um dos co
C)
nflitantes.
o mediador não poderá ser tendencioso para o autor do conflito, pois este está em vantage
D)
m.
o mediador não poderá ser tendencioso para a vítima do conflito, pois esta está em vantage
E)
m.
a identificação da questão permite que os conflitantes compreendam que o litígio tem caus
E)
as subjacentes não identificadas, procurando superar essas causas por meio de um acordo.
NA PRÁTICA
SAIBA +
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professo
r:
A mediação deve resguardar a confidencialidade, razão pela qual sempre são privadas. O Tribun
al de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul realizou uma sessão de mediação simulada para co
nhecimento do público. Assista ao vídeo e veja como funciona esse importante meio de resoluçã
o de conflitos.
Aponte a câmera para o código e acesse o link do vídeo ou clique no código para acessar.
Servidor do Judiciário não pode atuar como mediador extrajudicial, diz CNJ
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