Monografia Jose Augusto Discacciati
Monografia Jose Augusto Discacciati
Monografia Jose Augusto Discacciati
OCLUSÃO EM IMPLANTODONTIA
Belo Horizonte
Faculdade de Odontologia da UFMG
2011
i
OCLUSÃO EM IMPLANTODONTIA
Belo Horizonte
Faculdade de Odontologia da UFMG
2011
D611o Discacciati, José Augusto César
2011 Oclusão em implantodontia / José Augusto César Discacciati. 2011.
MP 81 f.: il.
Orientador: Ricardo Rodrigues Vaz
Monografia (Especialização)- Universidade Federal de Minas Gerais,
Faculdade de Odontologia.
1.Implante dentário. 2. Oclusão dentária. I. Vaz, Ricardo Rodrigues.
II. Universidade Federal de Minas Gerais. Faculdade de Odontologia.
III. Título.
BLACK D74
ii
iii
AGRADECIMENTOS
SUMÁRIO
vi
Lista de siglas, notações e pequeno glossário
Resumo vii
viii
Abstract
01
1- Introdução.......................................................................................................
2- Objetivos ........................................................................................................ 09
11
3- Metodologia....................................................................................................
13
4- Resultados .....................................................................................................
14
4.1- Principais esquemas oclusais ...........................................................
18
4.1.2- Proteção mútua....................................................................
21
4.1.4- Liberdade em cêntrica .........................................................
26
4.3.1- Momento do carregamento .................................................
28
4.3.2- Cargas não axiais ................................................................
31
4.3.3- Sobrecarga oclusal ..............................................................
41
4.4- Particularidades das superfícies oclusais ..........................................
41
4.4.1- Material de cobertura ............................................................
45
4.4.3- Presença de orifícios para o parafuso de retenção ..............
55
4.5.1- Próteses unitárias .................................................................
63
5- Discussão ......................................................................................................
6- Conclusões .................................................................................................... 68
80
ANEXO A - .........................................................................................................
vi
RC – relação cêntrica
controled trial)
Kg - quilograma
mm - milímetro
µm - micrometro
RESUMO
ABSTRACT
The aim of the present study was the identification of the main occlusal designs that
are used in prosthodontic treatments, the biomechanical principles which are
associated to dental implants and to the prosthesis supported by them, the major
occlusal risk factors and the clinical factors and conditions that influence in the choice
of an specific occlusal scheme, considering the patients who will be submitted to a
dental treatment that involves the making of implant-supported prosthesis. In order to
achieve that goal, a literature review of books and classic articles was made, as well
as a revision of the Cockrane library and a systematized research in the Portal
Capes (www.periodicos.capes.gov.br), through the years 2009 until 2011. It was
concluded that there are different applicable occlusal designs for conventional
prosthesis as for implant-supported prosthesis. The study of biomechanical principles
in implantology comprehends the evaluation of the bone’s, the implant’s, the
prosthesis’s and the load’s characteristics. Among the main occlusal risk factors are
outstanding: the time for loading implants, the non-axial loads, the oclusal over-load
and determined particularities on the occlusal surfaces, as the type of material used
for coverage, the dimension of the occlusal tables and the presence of orifices for the
retention screw. Amidst the clinical factors and conditions that influence the choice of
a specific occlusal design, it is worth mentioning: the type of prosthesis, the patient’s
previous occlusal situation and the kind of opposing dentition. It also follows that
there is no scientific evidence for recommending a specific occlusal design for
implant-supported prosthesis instead of other and that the occlusion in implantology
can be successfully managed if diverse occlusal concepts are applied. Nevertheless,
the manifestations and particularities presented by the various authors must be
considered transitory and liable to change, as soon as the outcomes of better
designed RCTs are published, in comparison to the different types of occlusal
designs for implant-supported prosthesis.
1
CAPÍTULO 1
INTRODUÇÃO
2
1 INTRODUÇÃO
estão entre aquelas que mais afligem os seres humanos, afetando-lhes severamente
que o indivíduo deva receber cuidados bucais preventivos desde cedo, de modo que
tentativas de se utilizar artefatos implantados nos ossos maxilares também não são
3
contato com o rebordo mentual, contendo pinos que transfixavam a base óssea no
eram inseridos por meio da abertura de uma fenda cirúrgica produzida por
4
justaposição.
pesquisa liderado pelo cirurgião ortopédico Pier Ingvar Bränemark. Com a finalidade
um cilindro de titânio que foi atarraxado no fêmur de um coelho. Uma vez que a
como sendo “uma conexão estrutural direta e funcional entre osso vivo e superfície
edentados totais, tidos como inválidos orais, devido à dificuldade que alguns
seus usuários, com ênfase, principalmente, no seu aspecto funcional. Com o tempo,
5
esta nova terapia foi sendo indicada também a regiões de edentulismo parcial
tornando-se, com o tempo, mais confiável e, porque não dizer, obrigatória nos
planejamentos protéticos. Para os autores, hoje é raro encontrar um clínico que não
trabalhe com implantes ou que, pelo menos, não tenha participado de palestras,
seminários ou cursos sobre o tema. Da mesma forma, muitos pacientes, cientes das
uso em reabilitação oral com índices expressivos de sucesso, verificados nas mais
regiões onde se não encontram dentes ou raízes residuais. Isso gerou uma
Nesta fase, observa-se nitidamente uma maior integração entre as áreas cirúrgica e
reverso.
são fatores indispensáveis para o sucesso clínico em longo prazo. Muitas vezes, ao
CAPÍTULO 2
OBJETIVOS
10
2- OBJETIVOS
sobre implantes.
sobre implantes
11
CAPÍTULO 3
METODOLOGIA
12
3- METODOLOGIA
analisados todos os artigos publicados nos anos de 2009, 2010 e 2011, de onze
Após a leitura dos resumos, todos foram descartados, por não trazerem informações
pesquisa.
CAPÍTULO 4
RESULTADOS
14
4- RESULTADOS
tanto nos movimentos cêntricos quanto excêntricos. Estas atividades devem ser
sistema.
Segundo CARLSSON (2009), por mais de cem anos, dentistas e pesquisadores têm
tema sempre foi controverso nos casos de reabilitação com próteses fixas e
15
diferentes conceitos oclusais. É provável que muitos deles tenham sido aterrorizados
portadores de uma oclusão dita ideal e mesmo assim conseguem desenvolver uma
nenhuma intervenção.
Para eles, a terapia dentária tem sido considerada satisfatória sempre que se
• Adequada guia anterior, que promova imediata desoclusão dos dentes posteriores
perfil estético adequado, boa fonética e um espaço funcional livre suficiente para
o descanso da musculatura;
GUICHET (1970) relatou não existir um esquema oclusal ideal a ser aplicado a todos
empregado tanto para próteses totais removíveis (PTR) quanto para próteses fixas.
oclusal tem sido recomendado por décadas para PTR, visando maior estabilidade da
Assim, estes autores passaram a não mais preconizar este tipo de oclusão para
próteses fixas.
18
um contato mais forte que os dentes anteriores. A união destes dois achados
proteção mútua. De acordo com essa escola, os contatos dos dentes podem ser
assim distribuídos:
dentes posteriores.
Segundo DAWSON (1980), esta escola de oclusão é também conhecida como guia
de trabalho e de balanceio.
De acordo com D’AMICO (1958; 1961), o dente canino deve desempenhar esta
• Está localizado mais distante do côndilo (fulcro da ATM). Desta forma, recebe
articulares (ATM).
Além disso, como os caninos são normalmente mais fortes do que os outros dentes,
em pacientes jovens.
20
seguinte maneira:
em RC.
posteriores.
uma pequena área plana de cerca de 1mm2 sobre a qual os movimentos excêntricos
são realizados sem contatar os planos guias das cúspides. Um dos objetivos mais
guias canina e incisiva representam o conceito preferido para este esquema oclusal.
ser um conceito atual, entretanto, foi introduzido em 1927, por Alfred Gysi. O
tempo em que se mantém a liberdade mecânica das formas não anatômicas. Por
IVAHOE, 1996).
como vantagem uma boa estabilidade oclusal, menor reabsorção óssea dos
tração, sendo benéfica ao sistema, uma vez que esta tração ajuda na osteogênese.
ideal ao implante para garantir seu sucesso em longo prazo. Os autores enumeram
ação de uma única carga oclusal. Esta “conversão” de uma única força em três tipos
no desenho do implante.
25
TABELA 1
Principais diferenças entre dentes e implantes
Dente Implante
Conexão Ligamento periodontal Osseointegração e anquilose funcional
mastigatórias.
etc, são alguns exemplos de problemas que podem ocorrer a curto, médio e longo
tipo de carga oclusal sobre os implantes. BRÄNEMARK et al. (1977) afirmavam que
qualquer direção.
restauração definitiva.
Para TAYLOR et al. (2005), esse conceito pode até ter um senso intuitivo quando
restaurações que promoviam carga oclusal sobre implantes que até então não
haviam recebido qualquer tipo de carga e não observaram nenhum efeito negativo,
jogando por terra o conceito da carga oclusal progressiva (OGISO et al., 1994;
da esplintagem rígida.
devem ser dirigidas ao longo eixo central dos implantes. Para se alcançar esse
dos implantes, devem ser determinadas de acordo com este princípio e executadas
• A parada cêntrica deve estar localizada na fossa central da coroa que é afixada
ao implante;
• O implante deve ser posicionado de tal modo que represente uma extensão do
29
forças não axiais sobre implantes sempre que possível (RANGERT et al., 1989;
carga oclusal cíclica (CELLETTI et al., 1995). O outro, feito em ovelhas, teve carga
evidência científica disponível limitada não demonstra que cargas não axiais são
Segundo TAYLOR et al. (2005), as razões citadas para a teoria dos efeitos
fazem com que seja impossível que uma carga verticalmente aplicada seja
tratadas dos implantes, ou mesmo rugosas, indicam que a carga será transmitida ao
nunca é vertical, sendo que cargas não axiais são normais nestas situações.
encontrado evidência científica em relação aos efeitos deletérios das cargas não
osseointegração.
31
Segundo MISCH (2006), a natureza das forças pode ser descrita como de
1997; el ASKARY et al., 1999; ESPOSITO et al., 1999 (a, b, c); O’MAHONY e
SPENCER, 1999).
de risco importante. A indicação de implantes não deve ser proposta, a menos que
um número suficiente de implantes possa ser colocado e que uma placa interoclusal
Segundo ISIDOR (1996) e também MIYATA et al. (2002), múltiplos fatores podem
osseointegração do implante.
devido ao fato de a sobrecarga estar dentro dos limites fisiológicos tolerados pelo
implante. Além disso, os implantes estavam retidos em osso cortical, que possui
uma capacidade maior de absorver as tensões oclusais. Isto indica que tensões
necessária para suportar a tensão oclusal. Neste estudo, as tensões oclusais não
reabsorção óssea ao redor dos implantes. Estes resultados sugerem que a perda
Seguindo a mesma linha de pesquisa, MIYATA et al. (2000) avaliaram por quatro
resultados mostraram que não houve alterações clínicas no primeiro grupo, mas,
com o excesso oclusal de 180µm e 250µm, houve uma tendência para o aumento na
epitelial. A maior parte da superfície do implante estava bem integrada ao osso. Nos
modelos com 180µm de excesso oclusal, foi observada pouca reabsorção óssea na
também migração epitelial tanto no lado vestibular como no lingual do osso alveolar.
180µm na superfície oclusal pode levar à reabsorção óssea ao redor dos implantes.
periimplantar nestes casos. Isto sugere que a destruição pode estender-se não
somente ao osso, mas também aos tecidos moles ao redor dos implantes.
Segundo estes estudos, para que haja longevidade dos implantes, parece
que os tecidos periimplantares foram danificados por uma sobrecarga produzida por
um excesso oclusal de 250µm, como nos estudos anteriores. Não houve diferença
Entretanto, se tensão oclusal for adicionada aos tecidos periimplantares, por meio do
35
TABELA 2
Modelos experimentais
Modelo experimental _ + + _
(Modelo E)
Modelo controle negativo + _ + _
(Modelo N)
Modelo controle positivo _ + _ +
(Modelo P)
Fonte: MIYATA et al., 2002
resultaram em carga oclusal excessiva, com direção lateral, nos dois implantes que
fixavam as próteses. Ele observou que a sobrecarga pode ser o fator principal para a
osseointegração, embora tenha sido observada uma perda óssea marginal durante
acúmulo de placa pode causar perda óssea marginal dos implantes, pois, os
oclusal foi a principal razão para as falhas, pois somente neles ocorreu perda da
osseointegração.
cortes histológicos dos implantes usados nos estudos publicados no ano anterior.
Foi observado que a carga oclusal excessiva em implantes orais pode resultar em
ósseas que excedem sua capacidade de reparo, formando uma camada de tecido
de implantes e ao redor dos tecidos biológicos, sob uma carga imposta, podem ter
periodontal significa que os implantes dentais são mais facilmente carregados e isso
numerosas e incluem:
SANZ et al. (1991) mostraram uma das mais convincentes teorias de que a
sobrecarga é uma das maiores razões para o insucesso dos implantes. Em seis
periimplantar ou perda óssea marginal, mas sem bolsa superior a 3mm e sem
Afirma MISCH (2006) que a área do corte transversal funcional é definida como a
determinado local edêntulo e/ou pela seleção de uma geometria de implante que
para o cirurgião-dentista.
magnitude da força e área do corte transversal por meio do qual a força é dissipada.
Raramente, a magnitude da força pode ser totalmente controlada pelo dentista. Ela
pode ser minimizada com a redução dos seguintes relevantes ampliadores da força:
princípios básicos da mecânica podem e devem ser considerados para fornecer uma
máxima da mordida exibida por adultos é afetada por idade, sexo, grau de
2006).
língua, oncofagia, hábito de morder lábio e caneta. Mas a que merece maior atenção
cíclica e atinge pessoas de qualquer idade. No bruxômano, toda cautela deve ser
paciente que use a placa em períodos de maior tensão. Exigir que ela seja utilizada
BRÄGGER et al. (2001), avaliando próteses sobre implantes com quatro e cinco
anos de uso, concluíram que a presença de sobre carga oclusal, representada por
implantes, afirmam que fatores associados com sobre carga oclusal, tais como força
LOBBEZOO et al. (2006) estudaram, por meio de uma grande revisão de literatura, o
bruxismo e seus efeitos nos implantes dentais. Os autores também não observaram
abordagem cautelosa tenha sido recomendada para pacientes com bruxismo, como
por exemplo, uso de maior número de implantes, com maior comprimento e maior
conferência sobre carga oclusal sobre implantes as quais salientam que embora
tenha sido postulado, a partir de estudos clínicos, que forças oclusais estejam
oclusais das próteses fixas sobre implantes, com a justificativa de que a ancoragem
excelente resultado estético. No entanto, a resina acrílica parece ser mais eficiente
módulo de elasticidade.
Em um estudo clínico com cinco pacientes utilizando prótese fixa sobre implantes
Em outro estudo conduzido ao longo de seis anos, NAERT et al. (1992) avaliaram o
perda de implantes.
al. (2002) e STEGAROIU et al. (2004) não indicaram que a composição do material
43
choque, tais como a resina acrílica, nas superfícies oclusais de próteses sobre
cálculos e análises in vitro. Entretanto, nem sempre cálculos biomecânicos têm seus
podem ser interpretados como suporte para o uso porcelana como material oclusal,
uma vez que nenhuma consequência biológica do material mais duro foi relatada.
Além do mais, as complicações mais comuns nos casos de próteses sobre implantes
têm sido relatados como sendo as fraturas das faces de resina acrílica e o grande
implante/osso.
larga pode aceitar uma variação mais ampla de contatos oclusais verticais, enquanto
No entanto, TAYLOR et al. (2005) afirmam não existir evidência científica publicada
que afirme que modificações nas dimensões e anatomia dos contatos oclusais das
Da mesma forma, BECHELLI (2006) afirma não haver sentido lógico na diminuição
oclusão são algumas delas. No entanto, nenhum estudo indica uma grande
al., 2008).
entrada do parafuso de retenção, seja pelo aspecto estético, seja pelo funcional.
forma mais apropriada no centro da mesa oclusal, o que permite que forças sejam,
Afirmam também que é indispensável lembrar que, para esse tipo de prótese,
com região palatina normal e sem sobre contornos. Tal anatomia possibilita que os
MICHALAKIS et al. (2003) afirmam que somente nas próteses cimentadas é possível
período de tempo, ao contrário das próteses com orifícios oclusais, onde pode ser
46
orifício.
HEBEL e GAJJAR (1997) demonstraram que 3,0mm deve ser o diâmetro mínimo do
diâmetro total da mesa oclusal do segundo pré-molar inferior, que é 5,5mm, este
orifício ocupa por volta de 55% de toda a superfície oclusal. Desta maneira, é
possível concluir que a maior parte dos contatos oclusais ocorre no local do orifício
requer sempre uma nova análise oclusal conforme vai se desgastando. Nestes
casos, o melhor seria selecionar pontos de contato oclusais que estejam fora da
área ocupada pelo parafuso. Outra desvantagem da prótese retida por parafuso,
guias de desoclusão. Afirmam que isso é difícil de ser alcançado uma vez que o
Para MISCH (2006), o direcionamento axial das forças oclusais é conseguido mais
permanecer íntegra, o que não ocorre nas parafusadas, em função da presença dos
orifícios de acesso do parafuso de retenção que são vedados com materiais que não
MARTINS e AOKI (2002) avaliaram a extensão da área oclusal ocupada pelo orifício
confeccionadas dentro dos princípios biodinâmicos, essa diminuição não deve ser
implantes. Para eles, a oclusão ideal pode ser definida como uma oclusão
próteses sobre implantes, quer suportadas ou retidas, têm sido uma ampla extensão
próteses convencionais.
Para TEIXEIRA (2006), a análise da oclusão do paciente deve ser feita antes de se
operatória pode auxiliar na antevisão da restauração protética por meio das técnicas
ser evidenciadas com esse recurso, servindo também como um excelente recurso
para cada situação clínica. No entanto, parece senso comum que tanto o esquema
chama de oclusão orgânica. Segundo o mesmo, não existe uma oclusão para
próteses convencionais e outra para próteses sobre implantes, e nem uma terceira
geradas pelos contatos oclusais deve ser axial ao plano oclusal antagonista e
continuar nesse eixo anatômico dos dentes, aquele que transmite as forças ao
também deve ser individual e em conjunto. Tem por objetivo que os dentes recebam
portanto, é uma barreira física, representada pelos dentes, que impede que esses
próteses sobre implantes, desde que o mesmo inclua uma oclusão cêntrica
evidência científica tem sido encontrada que justifique o uso de um esquema oclusal
de tratamento que forneça suporte adequado, com base nos fatores de força
passo inicial.
inicial.
implantes:
Para SPIEKERMANN et al. (2000), sempre que uma prótese fixa for assentada
de interferências tanto com guia canina como com função em grupo. Segundo o
autor, tem sido demonstrado que a atividade muscular mostra-se mais reduzida
Ela tem sido recomendada para a restauração de arcos totais com implantes devido
superiores ocluem com as fossas centrais rasas dos dentes inferiores. Não há
laboratório é reduzido e este esquema representa uma oclusão posterior que pode
como este espaço ocorre na região posterior do arco, as implicações estéticas são
mínimas.
CARLSSON (2009) realizou uma grande revisão de literatura nas bases de dados do
articuladores totalmente ajustáveis, sobre métodos mais simples. Conclui ainda que,
dentro das limitações de sua revisão, muitos fatores podem influenciar na falha do
pouca evidência suporta uma relação de causa e efeito entre fatores oclusais e
autores que, a limitada evidência científica disponível até o momento de sua revisão
suporta a posição de que não há uma relação de causa e efeito entre oclusão e
DAVIES et al. (2002) afirmam que a oclusão requerida por uma coroa unitária sobre
implante é similar, mas não idêntica, à uma coroa convencional. Recomendam para
próteses unitárias um ajuste com uma infra-oclusão de 30µm sob fechamento firme,
pelo fato do implante não sofrer intrusão como os dentes naturais. Além disso, seria
proprioceptiva.
temida porque o contato oclusal será feito durante a deglutição, à medida que os
STANFORD (2005a) afirma que diversos estudos têm recomendado variadas formas
com a passagem de uma fita de 8µm sob fechamento firme, redução das dimensões
Para DAVARPANAH et al. (2007), os contatos oclusais sobre uma prótese unitária
uma maneira ideal, os contatos em lateralidade devem ser aliviados, evitando forças
Por outro lado, RICHTER (1995) demonstrou que reduzir a oclusão da prótese do
tipo fixa implanto-suportada parece não ser necessária porque a reação à aplicação
de uma carga funcional nos implantes e nos dentes (aplicação de força tipo impulso)
é similar. Em resumo, a folha fina de papel celofane oclusal deve ser usada para
aumentar o número de pilares para uma prótese do tipo fixa, a função de guia deve
ser suportada por dentes naturais tanto quanto possível. As forças oclusais devem
importante nesses casos, entretanto, que seja incorporada guia canina e incisiva.
De acordo com RILO et al. (2008), seria interessante ter orientações gerais sobre o
sejam divididos em dois grupos. Primeiro, pacientes que possuem vários dentes e
poucos implantes. Nestes casos, a oclusão deve ser planejada de maneira que os
dentes suportem toda carga oclusal, não sendo necessário modificar a oclusão pré-
existente, a não ser que existam sintomas de disfunção que precisem ser
interfiram nos contatos oclusais dos dentes. Em segundo, estão os pacientes com
58
vários implantes e poucos ou nenhum dente. Neste caso, a oclusão será concebida
reabilitação.
Segundo DAVIES et al. (2002), dois esquemas oclusais têm sido recomendados
oclusão lingualizada.
suportada na maxila e/ou na mandíbula. Este esquema seria necessário para maior
59
dois grupos com 40 pacientes cada. Os autores observaram que a força oclusal no
grupo com implantes é maior e que o centro da força oclusal nesses pacientes é
mais anterior, o que faz com que suas próteses maxilares fiquem menos estáveis
reabsorção maxilar mais rápida nos pacientes com prótese fixa inferior. Por fim,
maxilares sejam checadas mais frequentemente nos pacientes que utilizam próteses
STANFORD (2005b) afirma que, para próteses sobre implantes de arco total,
antagonista for prótese total. Porém, o autor chama a atenção para o fato de que tais
evidência científica.
laterais da mandíbula. Nesse caso, a desoclusão deve ser proporcionada por guia
relativamente planas, isto é, a inclinação dos planos cuspídeos deve ser menor do
movimentos laterais excursivos leves, sem contatos oclusais nos cantilevers, seja no
CHAPMAN (1989) afirma que alguns fatores devem ser considerados ao criar a
oclusão nos implantes, entre eles: alteração da morfologia oclusal para direcionar a
força no sentido axial, mesa oclusal estreita, redução da inclinação das cúspides e
cantilever.
Para LUNDGREN et al. (1989), sempre que for usado cantilever em próteses totais
Quanto ao tamanho do cantilever, SHACKLETON et al. (1994) afirmam que tem sido
mostrado que o mandibular com menos de 15mm possui uma taxa de sucesso
cantilevers entre 10mm e 12mm devido à pior qualidade óssea e à direção de forças
61
DAVIES et al. (2002) sugerem que o comprimento ideal de um cantilever deva ser
intercuspidação,
KHAMIS et al. (1998) afirmam que a seleção da forma dos dentes posteriores para
dos pacientes mostraram que os esquemas oclusais envolvendo dentes com 30º e
CAPÍTULO 5
DISCUSSÃO
64
5- DISCUSSÃO
protéticas, sejam sobre dentes naturais, sejam sobre implantes. Se por um lado,
aplicação de carga mastigatória, os efeitos deletérios das cargas não axiais e das
implantes, o que se observa é que houve uma grande evolução, passando pelo
se nas variáveis inerentes a cada caso, por exemplo, a qualidade óssea, o tamanho
65
Já em relação aos efeitos deletérios das cargas não axiais e da sobrecarga oclusal
dos estudos indica uma relação direta entre essas variáveis e perdas ósseas
1991; ISIDOR, 1996; FINGER e GUERRA, 1997; ISIDOR, 1997;MIYATA et al., 1997;
2000; DAVIES et al., 2002; MISCH, 2006; RENOUARD e RANGERT, 2008). Embora
haja autores descartando essa relação (CELLETTI et al., 1995; LINDQUIST et al.,
1996; 1997; ASIKAINEN et al., 1997; BRÄGGER et al., 2001; STANFORD, 2005a;
TAYLOR et al., 2005; LOBBEZOO et al., 2006; CARLSSON, 2009), parece prudente
que o profissional imprima certos cuidados como evitar cantilevers muito extensos,
Em relação ao melhor material a ser utilizado nas superfícies oclusais das próteses
(BRÄNEMARK et al., 1985; SKALAK, 1985; HENRY, 1992; CIFTÇI e CANAY, 2000).
1992; HOBKIRK e PSARROS, 1992; NAERT et al., 1992; HURZELER et al., 1995;
Da mesma forma, não foi observado consenso entre autores que recomendam a
afirmam não existir evidência científica que confirme uma menor transmissão de
forças para o complexo implante/osso a partir de tal redução (TAYLOR et al., 2005;
BECHELLI, 2006).
dessas diferenças, muitas das funções orais e mastigatórias parecem ser similares
importância menor. Uma das poucas diferenças observadas por alguns autores seria
forte sofrida pelos dentes, que teoricamente não ocorre com o implantes
CAPÍTULO 6
CONCLUSÕES
69
6- CONCLUSÕES
• balanceamento bilateral;
• proteção mútua;
• liberdade em cêntrica;
• oclusão lingualizada.
relacionados:
• o momento do carregamento;
retenção.
- Parece que fatores oclusais e detalhes da oclusão têm em geral menor importância
podem-se citar:
• tipo de antagonista.
CAPÍTULO 7
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
73
7- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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293-300, 2006.
50. LUNDGREN, D.; FALK, H.; LAURELL, L. Influence of number and distribution of
occlusal cantilever contacts on closing and chewing forces in dentitions with
implant-supported fixed prostheses occluding with complete dentures. Int. j.
oral maxillofac. implants, v. 4, p. 277-283, 1989.
55. MEZZOMO, E. Reabilitação oral para o clínico. São Paulo: Santos. 1997. 561
p.
70. PARR, G. R.; IVANHOE, J. R. Lingualized occlusion: an occlusion for all reasons,
Dent. clin. North Am., v. 40, n. 1, p. 103-112, 1996.
71. RANGERT, B.; JEMT, T.; LARS, J. Forces and moment on Bränemark implants.
Int. j. oral maxillofac. implants, v. 4, p.241-247, 1989.
86. SUZUKI, T. et al. Occlusal contacts of edentulous patients with mandibular hybrid
dentures opposing maxillary complete dentures. Int. j. oral maxillofac.
implants, v 14, n. 4, p. 504–509, 1999.
87. TAYLOR, T. D. Fixed implant rehabilitation for the edentulous maxilla. Int. j. oral
maxillofac. implants, v. 6, p. 329, 1991.
91. TESTORI, T. et al. Immediate non-occlusal loading vs. early loading in partially
edentulous patients. Pract. proced. aesthet. dent., v. 15, n. 10, p. 787-794,
2003.
ANEXO A
Resultados da pesquisa no Portal Capes até 22/01/2011
2010 22 1a3 13 0 0
2011 - - - - -
02- Clinical Implant Dentistry & Related Research 1523-0899 2009 11 1 a 4 + 1 suplemento 51 2 0
2010 12 1 a 4 + 1 suplemento 54 1 0
2011 - - - - -
2010 21 1 a 12 162 2 0
2011 22 1e2 33 0 0
2010 21 1 a 12 + 6 suplementos 34 0 0
2011 - - - - -
2010 3 1a3 21 0 0
2011 - - - - -
80
06- Implant Dentistry 1056-6163 2009 18 1a6 77 0 0
2010 19 1a6 76 1 0
2011 - - - - -
2010 - - - - -
2011 - - - - -
08- The International Journal of Oral & Maxillofacial Implants 0882-2786 2009 24 1 a 6 + 1 suplemento 157 1 0
2011 - - - - -
09- Journal of Long-term Effects of Medical Implants 1050 6934 2009 19 1a4 41 0 0
2010 - - - - -
2011 - - - - -
2010 36 1a5 54 1 0
2011 - - - - -
2010 2 2 8 0 0
2011 - - - - -
TOTAL 1230 12 0
81
82