EMPREENDEDORISMO

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EMPREENDEDORISMO

Sumário

Aula 1 - Histórico do Empreendedorismo 11


1.1 no mundo 11
1.2 no Brasil 13

Aula 2 - 25
2.1 Conceituando 25
2.2 O intra-empreendedor 26
2.3 Processo empreendedor 27
2.4 A teoria visionária de Fillion 30
2.5 Ser empreendedor 33

Aula 3 - Características empreendedoras 39


3.1 Características do empreendedor 39
3.2 Outras características 41
3.3 Time dos sonhos 42

Aula 4 - Plano de negócios 49


4.1 Planejamento 49
4.2 Plano de negócios 51
4.3 Elaboração de seu plano de negócios 53
4.4 Sumário executivo 55
4.5 Descrição do negócio 55

Aula 5 - Definição estratégica 59


5.1Estratégias 59
5.2Análise de mercado 62
5.3Plano de marketing 65
5.4Fatores financeiros 67

Referências 69

73

7
Aula 1 - Histórico do

Objetivos:
• Compreender como iniciou o no Brasil e no
Mundo, e qual sua importância para o desenvolvimento de
economias.
• Desenvolver atividades de aprendizagem que possam reforçar
os conceitos estudados, fazendo um comparativo com o dia-a-
dia de cada aluno.

1.1 no mundo
O tema do vem crescendo
a cada ano, as escolas, universidades, estão
inserindo essa disciplina em seus currículos por
ser de extrema importância para a formação do
aluno.

O estudo do tem por obje-


tivo, despertar no estudante características que
não são percebidas por ele, fazendo que amplie
sua visão para novas perspectivas na carreira
profissional. Vale lembrar que muitas empresas
que hoje estão constituídas, desenvolvidas e o mais importante, conquistaram
seu lugar no mercado, nasceram em salas de aula com a elaboração de Planos
de Negócios.

Para compreendermos como iniciou-se o precisamos


fazer uma análise histórica de seu desenvolvimento. De acordo com Dees
(1998), um dos primeiros a utilizar o termo “entrepreneur” foi o economista Saiba mais:
http://pt.wikipedia.org/wiki/
francês Jean Baptiste Say, para referir-se aos indivíduos capazes de gerar valor
Jean-Baptiste_Say
ao estimular o progresso econômico através de novas e melhores maneiras de
fazer as coisas.

Faremos breve análise da história do no mundo:

11
- Primeiro uso do termo : um primeiro exemplo de
definição de pode ser creditado a Marco Polo, que tentou
estabelecer uma rota comercial para o Oriente. Como empreendedor, Marco
Polo assinou um contrato com um homem que possuía dinheiro (hoje mais
conhecido como capitalista) para vender suas mercadorias. Enquanto o capi-
talista era alguém que assumia riscos de forma passiva, o aventureiro empre-
endedor assumia papel ativo, correndo os riscos físicos e emocionais.

- Idade Média : neste período o termo empreendedor foi utilizado para defi-
nir aquele que gerenciava grandes projetos de produção. Esse indivíduo não
assumia grandes riscos, e apenas gerenciava os projetos, utilizando os recur-
sos disponíveis, geralmente provenientes do governo do país.

- Século XVII : nessa época o empreendedor estabelecia um acordo contratu-


al com o governo para realizar algum serviço ou fornecer produtos. Como
geralmente os preços eram prefixados, qualquer lucro ou prejuízo era exclusi-
vo do empreendedor. Richard Cantillon, importante escritor e economista do
século XVII, é considerado por muitos como um dos criadores do termo
, tendo sido um dos primeiros a diferenciar o empreende-
dor (aquele que assumia riscos) do capitalista (aquele que fornecia o capital).

- Século XVIII : nesse século o capitalista e o empreendedor foram finalmente


diferenciados, provavelmente devido ao início da industrialização que ocorria
no mundo. Um exemplo foi o caso das pesquisas referentes à eletricidade e
química, de Thomas Edison, que só foram possíveis com o auxílio de investido-
res que financiaram os experimentos.

- Séculos XIX e XX : no final do século XIX e início do século XX, os empreen-


dedores foram frequentemente confundidos com os gerentes ou administra-
dores (o que ocorre até os dias atuais), sendo analisados meramente de um
ponto de vista econômico, como aqueles que organizam a empresa, pagam
os empregados, planejam, dirigem e controlam as ações desenvolvidas na
organização, mas sempre a serviço do capitalista.

Shumpeter apud Drucker (1987), economista austríaco, associou o empreen-


dedorismo ao desenvolvimento econômico e mostrou como as ações inova-
doras podem introduzir descontinuidades cíclicas na economia. Para o autor,
os papéis centrais do empreendedor passaram, então, a fixar-se em três bases:
a inovação, o assumir riscos e a permanente exposição da economia ao estado
de desequilíbrio, rompendo-se a cada momento paradigmas que se encontra-
vam estabelecidos.

12
De acordo com o quadro 1, empreendedor pode ser estudado sob diferentes
enfoques e, também, por uma variedade de áreas de conhecimento como:
engenharia, administração, economia, psicologia, sociologia, pedagogia,
entre outros.

Quadro 1: Diversos enfoques sobre empreendedores


DATA AUTOR CARACTERÍSTICAS

1848 Mill Tolerância ao risco.


1917 Weber Origem da autoridade formal.
1934 Schumpeter Inovação, iniciativa.
1954 Sutton Busca de responsabilidade.
1959 Hartman Busca de autoridade formal.
1961 McClelland Corredor de risco e necessidade de realização.
1963 Davids Ambição, desejo de independência, responsabilidade e auto confiança.
1964 Pickle Relacionamento humano, habilidade de comunicação, conhecimento técnico.
1971 Palmer Avaliador de riscos.
Hornaday Necessidade de realização, autonomia, agressão, poder, reconhecimento,
1971
e Aboud inovação, independência.
1973 Winter Necessidade de poder.
1974 Borland Controle interno.
1974 Liles Necessidade de realização.
1977 Gasse Orientado por valores pessoais.
Auto confiança, orientado por metas, corredor de riscos moderados, centro
1978 Timmons
de controle, criatividade, inovação.
1980 Sexton Energético, ambicioso, revés positivo.
Necessidade de controle, visador de responsabilidade, auto confiança,
1981 Welsh e White
corredor de riscos moderados.
1982 Dunkelberg e Cooper Orientado ao crescimento, profissionalização e independência.

Fonte: Differentianting (1984, p. 356)

1.2 no Brasil
“O Brasil está sentado em cima de uma das maiores riquezas naturais do mun-
do, ainda relativamente pouco exploradas: o potencial empreendedor dos
brasileiros”, diz o especialista canadense Louis Jacques Filion, que vem traba-
lhando na Divulgação do em nosso país há mais de uma
década. A cultura do Brasil é a do empreendedor espontâneo. Que está em
toda parte, bastando-se um estímulo para que brote, floresça e dê seus frutos
(FILION apud DOLABELA, 1999a).

No Brasil, o é relativamente novo, ou seja, estamos come-


çando a entender a importância dessa revolução silenciosa; tivemos o primei-
ro curso em 1981, na Escola de Administração de Empresas da Fundação
Getúlio Vargas, em São Paulo, por iniciativa do professor Ronald Degen e se

13
chamava “Novos Negócios”. Era uma disciplina do CEAG – Curso de Especiali-
zação em Administração para Graduados. Já em 1984, o curso foi estendido
para a graduação, sob o nome de “Criação de Novos Negócios – Formação de
empreendedores”. Mais tarde o ensino do foi estendido
aos cursos de mestrado, doutorado e MBA.

Em 1984, a USP, Universidade de São Paulo, começou a oferecer o ensino de


nos cursos da Faculdade de Economia, Administração e
Contabilidade introduzindo a disciplina Criação de Empresas. Ainda em 1984,
um professor do departamento de Ciência da Computação da Universidade
Federal do Rio Grande do Sul, em trabalho pioneiro, instala uma disciplina de
criação de empresas no curso de bacharelado em Ciência da Computação. Em
1992, a Universidade Federal de Santa Catarina criou o ENE – Escola de Novos
Empreendedores, que no decorrer do tempo, veio a se constituir num dos
mais significativos projetos universitários de ensino de . E
assim foi crescendo e se difundindo o como disciplina em
várias universidades pelo Brasil.

O Programa Softex do CNPq, um programa criado para estimular a exporta-


ção de software brasileiro, implanta dois projetos: o Gênesis, de incubação
universitária, e o Softstart, na área de ensino de . Esses
dois programas causaram grande impacto em torno do tema empreendedo-
rismo, disseminando e estimulando a criação de novas empresas, não só na
área de conhecimento da informática, mas também lançando sementes em
outros campos.

Conforme Dolabela (1999a, p. 12) “na formação de empreendedores, o fun-


damental é preparar as pessoas para agir e pensar por conta própria, com
criatividade, liderança e visão de futuro, para inovar e ocupar o seu espaço no
mercado de trabalho, transformando esse ato também em prazer e emoção”.

As ações recentes nesta área têm sido desenvolvidas no Brasil. Seguem alguns
exemplos (DORNELAS, 2001):

• o programa Geração de Novas Empresas de Software, Informação e


Serviços (GENESIS), que apóia atividades de em
software, estimulando o ensino da disciplina em universidades e a
geração de novas empresas de software (start-ups);
• ações voltadas à capacitação do empreendedor, como os programas
EMPRETEC e Jovem Empreendedor do Sebrae. E ainda o programa
Brasil Empreendedor, do Governo Federal, dirigido à capacitação de

14 Curso Técnico em Meio Ambiente


mais de 1 milhão de empreendedores em todo o país e destinando
recursos financeiros a esses empreendedores, totalizando um investi-
mento de 8 bilhões de reais;

• os diversos cursos e programas sendo criados nas universidades brasi-


leiras para o ensino do . É o caso de Santa Catari-
na, com o programa Engenheiro Empreendedor, que capacita alunos
de graduação em engenharia de todo país. Destacam-se o programa
REUNE, da Confederação Nacional das Indústrias (CNI), de difusão do
nas escolas de ensino superior do país, presente
em mais de duzentas instituições brasileiras;

• a recente explosão do movimento de criação de empresas de Internet


no país, motivando o surgimento de entidades como o Instituto e-
cobra, de apoio aos empreendedores das ponto.com (empresas base-
adas em Internet), com cursos, palestras e até prêmios aos melhores
planos de negócios de empresas start-ups de Internet, desenvolvidos
por jovens empreendedores;

• o enorme crescimento de incubadoras de empresas no Brasil. Dados


da Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimen-
tos de Tecnologias Avançadas (ANPROTEC) mostram que em 2000,
havia mais 135 incubadoras de empresas no país, sem considerar as
incubadoras de empresas de Internet, totalizando mais 1100 empre-
sas incubadas, que geram mais de 5200 empregos diretos.

Apesar dos diversos cursos, programas e outras atitudes de incentivo, faltam


ainda políticas duradouras dirigidas à consolidação do ,
como alternativa à falta de emprego, no intuito de respaldar todo movimento
advindo da iniciativa privada e de entidades não-governamentais, que estão
fazendo a sua parte.

Outro fator dependerá dos próprios brasileiros, desmistificar e quebrar o para-


digma cultural de não valorização de homens e mulheres de sucesso que têm
construído esse país e gerando riquezas, sendo eles grandes empreendedo-
res, os quais dificilmente são reconhecidos ou admirados. Pelo contrário, são
vistos como pessoas de sorte ou que venceram por outros meios alheios à sua
competência. A semente inicial foi jogada, agora basta regá-la para que no
futuro se tenha um pomar cheio de frutos (DORNELAS, 2001).

O povo brasileiro segundo Senge (2004) é um dos mais otimistas do mundo,


isto pode ser um fator relevante para que haja mudança em relação à mentali-

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dade, visando uma confiança e a disposição de experimentar e aprender. Entre-
tanto o excesso de otimismo pode levar a uma concepção errônea da realidade
atual gerando atitudes precipitadas no confronto com problemas complexos e
altamente interdependentes. Como resultado pode-se ter a obtenção de solu-
ções paliativas e à negligência com relação às causas mais profundas dos pro-
blemas. A solução encontrada seria o equilíbrio do entusiasmo com a paciên-
cia, do otimismo com o desenvolvimento da inteligência coletiva.

Distanciados, universidade e empresa não conseguiram construir um modus


vivendi capaz de dar a parques científico-tecnológicos e a ecossistemas auto-
sustentados em quantidade e qualidade suficientes para o confronto com a
globalização. Com poucos canais de comunicação que possam provocar
resultados importantes para o desenvolvimento econômico, universidade e
empresa correm o risco de cristalizar as visões tradicionais e os preconceitos
que supostamente as justificam.

A urgência do no Brasil decorre, entre outros fatores


comuns a todos os países, da contingência da abertura abrupta do mercado
nacional para o mundo globalizado, fazendo com que as empresas nacionais,
que operavam em mercado protegido, passassem a competir internacional-
mente sem preparação prévia e sem tradição na área tecnológica.

Por outro lado, o capitalismo de risco, fundamental elemento de financiamen-


to das empresas emergentes, ainda não é uma atividade econômica atraente,
estando restrito a poucas iniciativas. As políticas públicas, extremamente
desfavoráveis às PME (pequenas médias empresas), aliadas à inexistência de
linhas eficazes de financiamento e à alta carga tributária, são fortes inibidores
do nascimento e do crescimento de empresas.

Curiosidade

Quem se lembra de Gould hoje? Mas todas as vezes que nós


acendemos uma lâmpada elétrica, utilizamos uma usina de luz e
força, pensamos no toca-discos e no projetor de filmes, nós
reverenciamos o espírito inovador e persistente de Thomas
Edison. ELE FOI UM EMPREENDEDOR.

Thomas Edison foi um grande inventor. Criou o multiplex telegráfico, a máqui-


na de fita perfurada (uma variação do telégrafo) e desenvolveu outras inova-
ções em telegrafia. Mas houve uma alteração na política econômica dos Esta-
dos Unidos. Um financista americano, chamado Jay Gould , em 1870, com-

16
prou o sistema de telegrafia e assim ficou estabelecido o monopólio da indús-
tria. O que fez Edison?

Resolveu dirigir os seus esforços de criação para outro ramo, transformando a


sua visão em realidade.

Ser empreendedor significa, acima de tudo, a capacidade de realizar coisas


novas, pôr em prática idéias próprias. Alguns estudiosos do comportamento
humano, como por exemplo, o americano David Mc Clelland diz que as pesso-
as podem ser psicologicamente divididas em dois grupos:

• Um grupo menor que, se desafiado por uma oportunidade, se dispõe


a trabalhar duramente até concretizar o desafio e fazer com que as
coisas aconteçam.

• O outro grupo, que é formado por uma maioria, não costuma resolver
os seus desafios dessa forma.

Em qual dos grupos você se inclui?

A base da análise deste autor diz que um grupo, o dos empreendedores, é


essencialmente automotivado, enquanto o outro grupo não tem esta caracte-
rística.

No ano de 2000, o Brasil participou pela primeira vez de uma pesquisa voltada
para a avaliação do nível de no país, somando-se a uma
iniciativa pioneira, realizada por um consórcio de universidades e instituições
de pesquisas de mais de vinte países. Coordenado em nível internacional pela
London Business School da Inglaterra e pelo Babson College dos Estados Uni-
dos, o projeto, denominado Global Entrepreneurship Monitor (GEM) visava
avaliar, de forma comparativa entre os países, o impacto da atividade empre-
endedora no produto interno bruto e na geração de empregos, bem como
identificar os principais fatores que restringem ou mobilizam a ação empreen-
dedora. O GEM apresenta como principal medida a Taxa de Atividade Empre-
endedora (TAE), que indica a proporção de empreendedores na população
adulta. O projeto GEM chegou ao Brasil por iniciativa da Secretaria de Ciência
e Tecnologia do Estado do Paraná, e encontra-se instalado na sede do Instituto
Brasileiro de Qualidade e Produtividade - IBQP/PR.

Os resultados da pesquisa realizada em 21 países (Argentina, Austrália, Bélgi-


ca, Brasil, Canadá, Dinamarca, Finlândia, França, Alemanha, Índia, Israel, Irlan-

17
da, Itália, Japão, Coréia do Sul, Noruega, Singapura, Espanha, Suécia, Reino
Unido e Estados Unidos) entre os meses de maio e agosto do 2000, apontou o
Brasil como o primeiro país do mundo em iniciativa empreendedora. Na época
da pesquisa, 1 em cada 8 brasileiros estava iniciando um negócio. Nos Estados
Unidos, uma pessoa em cada dez estava começando um empreendimento, um
em cada 12 na Austrália, uma em 25 na Alemanha, uma em cada 50 na Suécia
e na Finlândia, e uma em 100 no Japão. De acordo com os estudos realizados,
muitos brasileiros estão achando mais vantagem montar o próprio negócio do
que procurar emprego em firmas e empresas de terceiros. Mas os dados da
pesquisa mostraram que 47% das empresas que surgem no país acabam
fechando dentro de 42 meses, percentagem apenas inferior à Coréia e aos
Estados Unidos. O brasileiro tem potencial para abrir seu próprio negócio, mas
não tem estrutura e apoio financeiro para mantê-lo no mercado. Existem tam-
bém os casos de pessoas que estão sempre empreendendo, como não conse-
guem se profissionalizar em uma área, fecham o negócio e mudam para outra.
Na pesquisa realizada em 2002, que contou com a participação de 37 países, o
Brasil apresentou uma TAE de 13,5% (para cada 1 brasileiro 12 estavam
empreendendo), ocupando a sétima posição no ranking de países empreende-
dores. Houve uma redução na TAE em relação ao ano 2000, mas considera-se
que o nível de se mantém estável. O declínio de pontos
reflete a persistência a um quadro adverso da economia brasileira.

Com o grande número de pesquisas realizadas sobre por


diversas instituições, junto a empreendedores de sucesso, ampliou-se o signi-
ficado deste conceito.Peter Drucker, administrador de empresas americano,
no livro “Inovação e Espírito Empreendedor“, apresenta a seguinte definição:

"Um indivíduo que identifica oportunidades e para explo-


rá-la toma iniciativa de reunir, organizar ou administrar
recursos na forma de uma empresa autônoma, assumindo
uma quantidade significativa de risco associado com a
participação acionária nesta empresa, comprometendo-se
pessoalmente com o resultado".

“ é ousar, transformar, descobrir novas


vidas em cima de produtos que já existem. É sonhar para
frente, dar função e vida a produtos antigos. Enfim, empre-
endedorismo é provocar o futuro, reunir experiências e
ousadias, ir além do tradicional”.

(José Carlos Teixeira)

18
Como podem ver não basta sonhar ou criar, é preciso realizar.

Globalização, terceirização, redução do tamanho do Estado, capitais voláteis,


inflação, queda dos juros, Bolsa de Valores, etc.Estas palavras passaram a
compor o nosso vocabulário. Até as nossas crianças, hoje, já são capazes de
nos explicar alguns desses termos. Por outro lado, passamos a conviver com a
redução do nível de qualidade de vida, aumento da pobreza, redução dos
postos de trabalho. É neste quadro que se destaca a importância dos peque-
nos negócios para a economia do Brasil.

Apesar do pouco tempo, o Brasil apresenta ações que visam desenvolver um dos
maiores programas de ensino de e potencializa o país peran-
te o mundo nesse milênio. Dornelas (2001, p. 25 e 26) cita alguns exemplos:

1. Os programas SOFTEX e GENESIS (Geração de Novas Empresas de Softwa-


re, Informação e Serviço), que apóiam atividades de
em software, estimulando o ensino da disciplina em universidades e a
geração de novas empresas de software (start-ups).

2. Ações voltadas à capacitação do empreendedor, como os programas


EMPRETEC e Jovem Empreendedor do SEBRAE. E ainda o programa Brasil
Empreendedor, do Governo Federal, dirigido à capacitação de mais de 1
milhão de empreendedores em todo país e destinando recursos financei-
ros a esses empreendedores, totalizando um investimento de oito bilhões
de reais.

3. Diversos cursos e programas sendo criados nas universidades brasileiras


para o ensino do . É o caso de Santa Catarina, com
programa Engenheiro Empreendedor, que capacita alunos de graduação
em engenharia de todo o país. Destaca-se também o programa REUNE, da
CNI (Confederação Nacional das Indústrias), de difusão do empreendedo-
rismo nas escolas de ensino superior do país, presente em mais de duzen-
tas instituições brasileiras.

4. A recente explosão do movimento de criação de empresas de Internet no


país, motivando o surgimento de entidades com o Instituto e-cobra, de
apoio aos empreendedores das ponto.com (empresas baseadas em
Internet), com cursos, palestras e até prêmios aos melhores planos de
negócios de empresas Start-ups de Internet, desenvolvidos por jovens
empreendedores.

19
5. Finalmente, mas não menos importante, o enorme crescimento do movi-
mento de incubadoras de empresas no Brasil. Dados da ANPROTEC (Asso-
ciação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos de Tecno-
logias Avançadas) mostram que em 2000, havia mais de 135 incubadoras
de empresas no país, sem considerar as incubadoras de empresas de Inter-
net, totalizando mais de 1.100 empresas incubadoras, que geram mais de
5.200 empregos diretos.

Essas iniciativas são de suma importância para os empreendedores brasileiros


que apesar dos percalços são fundamentais para a economia do país. No
entanto, é necessário que ações governamentais resgatem o avanço proveni-
ente da iniciativa privada e de entidades não-governamentais, valorizem a
capacidade empreendedora dos brasileiros e solucionem os problemas apon-
tados no relatório Global Monitor (GEM) - Monitor Global do Empreendedo-
rismo, organizado pela Babson College, EUA, e London School of Business,
Inglaterra, e realizado em 29 países, apontou os seguintes resultados para o
Brasil em 2001 (BRITTO; WEVER, 2003, p.20 e 21):

• O Brasil possui um nível relativamente alto de atividade empreende-


dora: para cada 100 adultos, 14,2 são empreendedores, colocando-o
em quinto lugar do mundo. No entanto, 41% deles estão envolvidos
por necessidade e não por oportunidade;

• As mulheres brasileiras são bastante empreendedoras: a produção é


de 38%, a maior entre os 29 países participantes do levantamento;

• A intervenção governamental possui duas facetas: tem diminuído,


mas ainda se manifesta como um fardo burocrático;

• A disponibilidade de capital no Brasil se ampliou. Mas muitos empre-


endedores brasileiros ainda percebem o capital como algo difícil e
custoso de se obter. Para piorar, os programas de financiamento exis-
tentes não são bem divulgados;

• A falta de tradição e o difícil acesso aos investimentos continuam a ser


principais impedimentos à atividade empreendedora, o brasileiro não
tem o hábito de fazer planos para o longo prazo, devido à conjuntura
econômica do país. Nos países desenvolvidos, é perfeitamente
comum o financiamento de imóveis, com planos que levam de dez a
trinta anos para serem liquidados. Existe uma necessidade urgente de
estimular as práticas de investimentos;

• O tamanho do país e suas diversidades regionais exigem programas


descentralizados. As diferenças regionais de cultura e infra-estrutura

20
também exigem uma abordagem localizada do capital de investimen-
to e dos programas de treinamento;

• Infra-estrutura precária e pouca disponibilidade de mão-de-obra


qualificada têm impedido a proliferação de programas de incubação
de novos negócios fora os centros urbanos;

• O ambiente político e econômico tem aumentado o nível de risco e


incerteza sobre a estabilidade e o crescimento. Sobreviver em uma
economia completamente instável é extremamente complicad. Deve-
mos ressaltar ainda, que no Brasil não existem políticas industriais
concretas, as políticas aqui existentes giram em torno de subsídios e
tarifas, políticas protecionistas são nocivas à economia, pois agindo
desta forma, o país pode ser vítima de políticas intervencionistas por
parte de outros países, o que dificulta as exportações. Contudo, a
consolidação do capital de risco e o papel do Angel (“anjo”- investi-
dor pessoa física) também estão se tornando realidade, motivando o
estabelecimento de cenários otimistas para os próximos anos;

• Existe uma necessidade de aprimoramento no sistema educacional


como um todo o que estimulará a cultura empreendedora entre os
jovens adultos;

• Não há proteção legal dos direitos de propriedade intelectual, altos


custos para registros de patentes no país e fora dele e parcos mecanis-
mos de transferência tecnológica. As universidades ainda estão isola-
das da comunidade de empreendedores.

Portanto, percebe-se que o início da difusão do no Brasil,


nasce por conveniência do governo e sobrevivência de muitos trabalhadores
que saíram das grandes estatais após o processo de privatização. A partir
disso, o governo se propõe a fornecer subsídios, acima citados, para que os
trabalhadores tivessem a possibilidade de contribuir para o desenvolvimento e
a geração de emprego no Brasil.

Resumo

O surge da necessidade de se abrir novos caminhos, para


que assim pudesse desenvolver uma economia. O deve
conduzir ao desenvolvimento econômico, gerando e distribuindo riquezas e
benefícios para a sociedade. O apoio ao e o aumento da
dinâmica empreendedora de um país deveriam ser prioridades de qualquer

21
política ou ação governamental que tenha por objetivo promover o desenvol-
vimento. Ao ter seu eixo deslocado para os pequenos negócios, as sociedades
se vêem induzidas agora a formar empregadores, pessoas com uma nova
atitude diante do trabalho e com uma nova visão de mundo.

Atividades de Aprendizagem

1. As duas últimas décadas do século XX colocaram-nos diante de questões


até então de preocupação exclusiva de especialistas e pesquisadores da
economia, sociologia e administração. A abertura da economia no Brasil,
em 1990, coloca-nos diante da quebra de barreiras comerciais entre
nações, introduzindo-nos no processo da globalização que já ocorria nos
países desenvolvidos. Como já acontecera nesses países, alguns setores da
nossa economia não conseguiram acompanhar as transformações que o
momento requeria. Essas empresas, como, por exemplo, as do setor de
brinquedos ou de calçados, tiveram muitos problemas e não puderam
competir com os produtos importados. Você conhece algum exemplo
de empresa que tenham vivido essa situação? Qual o perfil dessas
empresas? Como resolveram suas crises?

22
2 Teste sua criatividade (individual)

2.1. Inicialmente, pegue uma folha de papel em branco e um lápis ou caneta.


2.2. Desenhe um círculo completo nesse papel.
2.3. Faça um ponto dentro do círculo.
2.4. Agora, faça um traço sobre o círculo, dividindo-o em duas partes.
2.5. Em cada uma das partes escreva o nome de uma flor diferente.
2.6. Compare o seu resultado com os demais.

Obs.: Veja os comentários sobre este exercício a seguir. Mas antes faça
o exercício!

Análise do exercício 2:

Esse exercício serve para mostrar como as pessoas são condicionadas pelo
meio onde vivem a sempre pensarem e agirem da mesma forma, numa certa
inércia intelectual e criativa. Isso não significa que sejam pessoas sem talento,
sem criatividade, ou que não possam ser empreendedores de sucesso. Ape-
nas mostra o quanto precisam ser despertadas para as oportunidades, não se
deixando levar pela rotina. Pois bem, quantas pessoas colocaram o ponto no
centro do círculo? Quantas pessoas fizeram o traço cortando o círculo em
duas partes iguais e passando pelo ponto? Quantas pessoas escolheram as
flores rosa, margarida ou violeta? Quantas fizeram as três coisas? Com certe-
za, uma grande parte do grupo respondeu sim a pelo menos uma das ques-
tões anteriores. Qual a sua conclusão a respeito? Por que isso ocorreu?

23
3. Descreva com suas palavras, qual a importância do empreendedo-
rismo para o crescimento econômico de uma nação?

24
Aula 2 -

Objetivos:
• Discutir os diversos conceitos sobre o tema
e sua finalidade;
• Ampliar os conhecimentos adquiridos com atividades de apren-
dizagem.

2.1 Conceituando
“O é
uma revolução silenciosa,
que será para o século XXI
mais do que a Revolução
Industrial foi para o século
XX”. (TIMMONS, 1990
apud DOLABELA, 1999a).

De acordo com Dolabela


(1999a) “Empreendedoris-
mo” (entrepreneurship em
inglês) tem conotação prática, mas também envolve atitudes e idéias. Signifi-
ca fazer coisas novas, ou desenvolver maneiras novas de fazer as coisas. A
iniciação para a prática empreendedora envolve tanto o desenvolvimento da
autoconsciência quanto o do know-how, ou seja, um auto-aprendizado
adquirido pela vivência e pela prática.

Para Filion (apud Dolabela, 1999a), a literatura a respeito da definição sobre


apresenta divergências. Duas correntes do pensamento
abordam o conceito de empreendedor de formas diferentes: os economistas
o associam à inovação enquanto os comportamentalistas se concentram nos
aspectos, criativo e intuitivo.

é o envolvimento de pessoas e processos que, em conjun-


to, levam à transformação de idéias em oportunidades. E a perfeita imple-

25
mentação destas oportunidades leva à criação de negócios de sucesso.
(DORNELAS, 2005)

Para Dolabela (1999a, p. 29), o termo é uma livre tradu-


ção que se faz da palavra entrepreneurship, designando uma área de grande
abrangência e trata de outros temas, além da criação de empresas:

• geração de auto-emprego (trabalhador autônomo);


• comunitário (como as comunidades empreen-
dem);
• intra- (o empregado empreendedor);
• políticas públicas (políticas governamentais para o setor);

2.2 O Intra-Empreendedor
O intra-empreendedor nasce e se expande em função da natureza da cultu-
ra das organizações. Na maioria, a estrutura de poder e as teias hierárquicas
sufocam a liberdade dos empregados, calando também a sua capacidade de
inovar. Nas poucas que tem a ousadia se manterem estruturas flexíveis, a cria-
tividade dos seus integrantes têm sido decisiva para o seu desenvolvimento.

Em todos os casos, atualmente o empreendedor interno é um dos mais impor-


tantes recursos das empresas de alta competitividade. Ao alcançar determina-
do nível de estabilidade, uma organização pode perder ou ver reduzido o seu
potencial empreendedor, entendido como a capacidade de inovar através da
recriação e reinvenção dos processos e técnicas que a permitem encontrar
novos mercados e novos produtos.

É por isto que o intra- é indispensável para as organiza-


ções já estabelecidas, pois recria a cultura empreendedora interna.

O ambiente intra-empreendedor possui as seguintes características:

• A organização opera nas fronteiras da tecnologia


• Novas idéias são encorajadas
• A tentativa e o erro são estimulados
• Os fracassos são permitidos
• Não há parâmetros para a oportunidade
• Os recursos estão disponíveis e acessíveis
• Abordagem de equipe multidisciplinar

26
• Longo horizonte de tempo
• Programa voluntário
• Sistema de compensações apropriado
• Patrocinadores e defensores disponíveis
• Apoio da alta administração

Para que se desenvolva e estabeleça o intra- é necessário


que haja o comprometimento da alta administração, ou seja, que os gerentes
apóiem fortemente o intra- na organização.

Características de liderança individuais que constituem um intraempreende-


dor de sucesso:

• Entender o ambiente
• Ser visionário e flexível
• Criar opções administrativas
• Estimular o trabalho em equipe
• Incentivar a discussão aberta
• Construir uma coalizão de defensores
• Persistir

2.3 Processo empreendedor


“Não é preciso reinventar a roda para inovar. A criatividade
pode se revelar nas coisas mais simples.”
Akio Morita

“ é o processo de criar algo novo com valor dedicando o


tempo e os esforços necessários, assumindo os riscos financeiros, psíquicos e
sociais correspondentes e recebendo as conseqüentes recompensas da satis-
fação e independência econômica e pessoal” (HISRICH, 2004, p. 29).

Schumpeter apud Drucker (1987), economista austríaco, associou o empre-


endedorismo ao desenvolvimento econômico e mostrou como as ações ino-
vadoras podem introduzir descontinuidades cíclicas na economia. Para o
autor, os papéis centrais do empreendedor passaram, então, a fixar-se em três
bases: a inovação, o assumir riscos e a permanente exposição da economia ao
estado de desequilíbrio, rompendo-se a cada momento paradigmas que se
encontravam estabelecidos.

27
Drucker (1992) analisa o empreendedor como aquele que pratica a inovação
sistematicamente. O empreendedor busca as fontes de inovação e cria opor-
tunidades. Para o autor, o significado da palavra está
associado àquela pessoa que pratica uma empreitada laboriosa e difícil.

É a capacidade de antever necessidades e satisfazer além das expectativas. O


empreendedor e a empresa empreendedora necessitam de um alto grau de
criatividade, domínio das tendências do cenário para sair a frente. A ousadia é
a marca dessa atitude.

É a habilidade de buscar e capturar oportunidades rentáveis de negócios;


disposição de correr riscos calculados para atingir os objetivos da organização.

Um profissional que demonstra essa competência:

• Identifica e aproveita oportunidades rentáveis de negócios;


• Conhece profundamente o negócio, setor e mercado que possam
revelar oportunidades no mercado;
• Demonstra disposição em assumir riscos calculados para atingir resul-
tados;
• Busca maximização da relação custo X benefício para clientes, forne-
cedores e parceiros;
• Estimula e dá apoio ao comportamento empreendedor de outras
pessoas.

A decisão de se tornar um empreendedor pode surgir por acaso, mas isso


apenas aparentemente. Essa decisão ocorre devido a fatores externos, ambi-
entes sociais, a aptidões pessoais ou um somatório de todos esses fatores, que
são críticos para o surgimento e o crescimento de uma nova empresa. O pro-
cesso empreendedor inicia-se quando um evento gerador desses fatores pos-
sibilita o início de um novo negócio.

Essa definição ressalta quatro aspectos básicos de ser um empreendedor.


Primeiro envolve processo de criação, que tem valor para o empreendedor e
valor para o público para o qual foi desenvolvida. Segundo, o processo empre-
endedor exige a dedicação do tempo e do esforço necessários para criação e
operacionalização de algo novo. Assumir riscos; sejam eles financeiros, psico-
lógicos e sociais; é o terceiro aspecto do . Finalmente
temos o quarto e último aspecto, o qual, envolve as recompensas e retornos
(satisfação pessoal, econômica) pelo fato de ser um empreendedor.

28
Fatores ambientais e pessoais

Fatores Pessoais Fatores Pessoais Fatores Sociológicos Fatores Pessoais Fatores


realização pessoal assumir riscos networking empreendedor Organizacionais
assumir riscos insatisfação com o trabalho equipes líder equipe
valores pessoais ser demitido influência dos pais gerente estratégia
educação educação família visão estrutura
experiência idade Modelos (pessoas) de sucesso cultura
produtos

inovação evento inicial implementação crescimento

Ambiente Ambiente Ambiente


oportunidade competição competidores
criatividade recursos clientes
Modelos (pessoas) de sucesso incubadoras fornecedores
políticas públicas investidores
bancos
advogados
recursos

Fatores que influenciam o processo empreendedor (adaptado de Moore, 1986)

O centro das pesquisas sobre objetiva o estudo do ser


humano e dos comportamentos que podem levar ao sucesso. Por isto, no
ensino de , o ser é mais importante do que o saber.

Curiosidade
inova

Dornelas (2001,) expõe alguns dos legados deixados pelo


no mundo. A seguir algumas invenções e conquistas do século XX:

• 1915: teoria geral da relatividade de Einstein;


• 1923: aparelho televisor;
• 1928: penicilina;
• 1937: nylon;
• 1943: computador;
• 1945: bomba atômica;
• 1947: descoberta da estrutura do DNA abre caminho para a engenha-
ria genética;
• 1957: Sputnik, o primeiro satélite;
• 1958: laser;
• 1961: o homem vai ao espaço;
• 1967: transplante de coração;
• 1969: o homem chega à Lua; início da Internet, Boing 747;

29
• 1970: microprocessador;
• 1989: Word Wide Web;
• 1993: clonagem de embriões humanos;
• 1997: primeiro animal clonado: a ovelha Dolly;
• 2000: seqüenciamento do genoma humano.

O vai além de uma solução para o problema do desempre-


go. O desenvolvimento das habilidades empreendedoras coloca os seus candi-
datos em melhores condições para enfrentar um mundo em constante mudan-
ça e oferece vantagens também para a disputa na corrida pelo emprego.

Hoje, como Shumpeter (1934 apud DOLABELA, 1999a) havia afirmado o


traz consigo a capacidade de desencadear o crescimento
econômico. Isto significa que, através da atividade empreendedora é possível
que se tenha à iniciativa de liderar e coordenar o esforço no sentido, do indiví-
duo ou comunidade, alcançar o crescimento econômico.

O é capaz de promover e desenvolver atividades de extre-


ma importância, no que se refere, ao desenvolvimento e crescimento econô-
mico e social, vislumbrando uma nova concepção de mundo para segmentos
já desacreditados e desesperançados, ou a realização de atitudes arrojadas e
inovadoras capazes de gerar excelentes resultados em prol progresso da huma-
nidade. Contudo, torna-se necessário a construção dos alicerces através da
criação de bases de apoio ao empreendedor, os quais viabilizarão as estruturas
essenciais para a garantia do sucesso empresarial. Que todo o esforço despen-
dido não seja em vão, fato corriqueiro para os milhares de empreendedores
que surgem a cada dia. Infelizmente muitos fracassam, mesmo antes de come-
çar, pela ausência do apoio necessário à manutenção do seu negócio.

2.4 A teoria visionária de Fillion


A teoria visionária de Fillion ajuda-nos a entender como se forma uma idéia de
empresa e quais são os elementos que a sustentam. A importância dos estu-
dos de Fillion decorre do fato de que, além de conceituar com simplicidade e
profundidade o que é o empreendedor, ele se preocupa com seu sistema de
atividades, estudando como o empreendedor desenvolve seu trabalho. Com
Fillion, a definição do empreendedor ganha foro próprio e distancia-se do
lugar-comum dos perfis traçados por outros pesquisadores, que não chegam
a distinguir claramente o empreendedor de personagens de sucesso em
outras áreas, como política, religião, atividades públicas, etc.

30
A sua definição – “um empreendedor é uma pessoa que imagina, desen-
volve e realiza visões” – e a teoria que a sustenta constituem o principal fun-
damento da metodologia aqui descrita, a que chamamos Oficina do Empreen-
dedor. Assim, ela é a luz que irá guiar o processo de aprendizado do aluno.

A visão, para Filion, é “uma imagem, projetada no futuro, do lugar que se


quer ver ocupado pelos seus produtos no mercado, assim como a ima-
gem projetada do tipo de organização necessária para consegui-lo”.

Filion identificou alguns elementos que funcionam como suporte à formação


da visão. São: conceito de si, energia, liderança, compreensão de um setor,
relações. Ele fala ainda do espaço de si, conceito importante no aproveita-
mento do potencial do empreendedor.

• Conceito de si - A auto-imagem, ou conceito de si, é a principal


fonte de criação. As pessoas só realizam algo quando se julgam capa-
zes de fazê-lo. É a forma segundo a qual a pessoa se vê. É a imagem
que tem de si mesma. A auto-imagem irá influenciar fortemente o
desempenho do indivíduo. No conceito de si estão contidos os valo-
res de cada um, sua forma de ver o mundo, a motivação. Quase sem-
pre, ele está vinculado aos modelos, ou seja, às pessoas com as quais
o indivíduo se identifica. O conceito de si muda em função do con-
texto em que o sujeito opera, ou seja, pode variar em função das
relações que estabelece, do trabalho que desenvolve, da visão que
constrói do mundo afetivo, suas conquistas e fracassos. O conceito
de si influencia e condiciona o processo visionário. Projetamos o
futuro com base no que somos. A empresa é a exteriorização da
nossa personalidade, do que se passa em nosso íntimo. Por isto,
temos que nos conhecer profundamente, pois nossas características
pessoais irão influenciar a nossa empresa. Se uma pessoa é desorga-
nizada, tenderá a incorporar esta característica em sua criação. Tudo
indica que quanto mais cedo o empreendedor decidir o que deseja
ser e fazer, mais tempo terá para moldar as atitudes mentais adequa-
das ao seu sucesso. (Dolabela,1999)

• Energia – é influenciada pelo conceito de si e pelos valores que vão


determinar o quanto dispomos a investir em determinado momento. É
com base na energia que o empreendedor terá fôlego para compreen-
der um setor, desenvolver uma visão, estabelecer as relações necessári-
as, aprofundar-se nas características do produto ou serviço e dedicar-se
a organização. (Dolabela, 1999)

31
• Compreensão do setor - Abrir uma empresa sem conhecer o setor é
mais aventura do que . Compreender um setor
significa saber como são estruturadas e como funcionam as empresas
que atuam naquele ambiente, como os negócios se processam, quem
são os clientes, como se comportam e qual seu potencial, pontos for-
tes e fracos da concorrência, fatores críticos de sucesso, vantagens
competitivas, possíveis reações diante da entrada de novas empresas
no mercado. Conhecer a tecnologia envolvida, quais as tendências a
curto e longo prazo, qual a sensibilidade do setor em relação a oscila-
ções econômicas, as políticas de exportação, quais as barreiras à entra-
da, qual a lucratividade. É indispensável também conhecer os fornece-
dores dos insumos essenciais, as necessidades de recursos humanos e
formas ideais de sua contratação e desenvolvimento. Na economia
globalizada deve-se saber o que acontece no mundo, ameaças e opor-
tunidades apresentadas, tendências tecnológicas, funcionamento do
mercado concorrencial. (Dolabela, 1999)

Etapas do processo visionário

PLANEJAR

Imaginar e definir um contexto organizacional

Visar um nicho de forma diferenciada

Descobrir uma oportunidade

Compreender um setor de negócios

Identificar um interesse por um setor de negócios

Fonte: Filon (1991)

• Relações – a primeira motivação para empreender decorre das rela-


ções familiares – relações primárias. Ao iniciar seu processo visionário,
o empreendedor irá partir em busca de relações que possam contribuir
para o aprimoramento e a realização de sua visão. Os empreendedores
começam a perceber suas relações como produtos sociais dos quais
precisam para melhorar, desenvolver, implementar sua visão. Existem

32
também as relações secundarias – amizades e terciarias – cursos, via-
gens, feiras, congressos, etc. (Dolabela, 1999)

• O espaço de si – é o espaço psicológico individual de cada um. É a


extensão na qual está localizado o conjunto evolutivo e operacional do
conceito de si. (Dolabela, 1999)

2.5 Ser empreendedor


Ser empreendedor não é somente uma questão de acúmulo de conhecimen-
tos, mas a introjeção de valores, atitudes, comportamentos, formas de per-
cepção do mundo e de si mesmo voltados para atividades em que o risco, a
capacidade de inovar, perseverar e de conviver com a incerteza são elementos
indispensáveis. (DOLABELA, 1999, p.44).

Há várias definições para o termo empreendedor, conforme pesquisadores de


diversas áreas, os quais utilizam princípios de suas próprias áreas para elaborar
um conceito. Para o economista, um empreendedor é aquele que combina
recursos, trabalho, materiais dentre outros, com o objetivo de agregar mais
valor ao produto final; também é aquele que introduz mudanças, inovações e
uma nova ordem. Já para um psicólogo o empreendedor é uma pessoa geral-
mente impulsionada por certas forças – a necessidade de obter ou conseguir
algo, experimentar, realizar ou talvez escapar das imposições de um superior.
Sendo que, para determinados homens de negócios, um empreendedor surge
como uma ameaça, um concorrente agressivo, enquanto que para outros,
parece um aliado, uma fonte de suprimento, um cliente ou alguém capaz de
criar uma riqueza para outros, bem como, descobre as melhores maneiras de
utilizar recursos, reduzir o desperdício e produzir empregos tão desejados por
outras pessoas, conforme tratado por Vesper apud Hisrich (2004, p. 29).

O empreendedor, dizia o francês J. B. SAY (apud Drucker, 1987) por volta de


1800, “transfere recursos econômicos de um setor de produtividade mais baixa
para um setor de produtividade mais elevada e de maior rendimento”. Entre-
tanto a definição de SAY não diz quem é esse “empreendedor”. Desde então,
há muita confusão sobre a definição de empreendedor e empreendimento.

A tendência mais recente observada na discussão das variáveis psicológicas


que afetam o comportamento empreendedor é dar maior ênfase às compe-
tências do que aos traços da personalidade. McClelland serve-se de uma defi-
nição bastante ampla e pragmática de “competência”, definição que com-
preende qualquer coisa que seja empiricamente mensurável e estatistica-

33
mente deixe prever resultados, mantendo-se a estrutura de oportunidade
como constante. Conseqüentemente, em seu estudo mais recente McClel-
land procura identificar o que fazem e como pensam os empreendedores bem
sucedidos, procurando estabelecer um ponto de partida para detectar e refor-
çar tais competências em outros indivíduos.

2.5.1 Empreendedor corporativo


O empreendedor corporativo é aquele que a partir de uma idéia, dedica-se
entusiasticamente em transformá-la em um produto de sucesso. São chama-
dos desbravadores e investem no seu desenvolvimento dentro da organiza-
ção. São pessoas dotadas de iniciativa, QA, visão de futuro e que favorecem o
destaque no mercado de trabalho, da empresa, dos produtos e de si mesmo.
Respaldado pela cultura e política organizacional. Exemplos: Abílio Diniz,
Silvio Santos, Antonio E. de Moraes, Henrique Meirelles, Eneida Bini (primeira
mulher a ser nomeada Presidente Avon Brasil e chegou à Vice-presidência
Costumer Service Avon América Latina, iniciou na empresa em 1981 como
secretária). Hoje está no cargo de vice-presidente da Herbalife. Andrea Jung
(presidente da Avon Mundial, é responsável pela empresa presente em 140
países. É canadense e foi contratada como secretária de um diretor em Nova
York. Após 12 anos foi nomeada presidente da empresa).

2.5.2 Empreendedor externo


Desenvolve e administra um projeto com foco nas tendências e necessidades
do mercado, visando satisfazer determinado público.

É um profissional independente que gerencia suas ações sem um vínculo espe-


cífico com uma organização, ditando sua política, cultura e administrando
seus riscos de forma livre.

2.5.3 Empreendedor social


Os empreendedores sociais assumem uma atitude pró-ativa no que diz respei-
to ao desenvolvimento integrado da sua comunidade, da sua cidade ou do seu
país. Ele está voltado ao terceiro setor e a projetos ligados à sociedade e quali-
dade de vida. Exemplo: Bono Vox, Betinho, entre outros.

Resumo
Nesta aula vimos que se faz necessário cada vez mais, destacar a importância
da criação de novos empreendimentos, as pequenas e médias empresas são

34
responsáveis pelas taxas crescentes de empregos, de inovação tecnológica,
de participação no PIB, de exportação.

A pequena empresa surge em função da existência de nichos mercadológi-


cos, ou seja, lacunas de necessidades não atendidas pelas grandes empresas e
pela produção de massa. Por isto, seu nascimento está intimamente ligado à
criatividade: o empreendedor tem que perceber o mercado de forma diferen-
ciada, ver o que os demais não percebem.Na unidade a seguir trabalharemos
as características de um empreendedor

Atividades de Aprendizagem

Atividade 1

Nessa atividade vamos fazer uma auto-análise. Faremos um teste para identi-
ficar o perfil de cada um.

PERFIL EMPREENDEDOR

Que tipo de empreendedor você é?


Responda o teste abaixo e descubra o seu perfil.

A – Capacidade de sonhar

1. Quando você tem uma nova ideia, apressa-se em torná-la realidade?


( ) sim ( ) não ( ) às vezes

2. Em geral, você consegue entender o princípio, o meio e o fim de


suas idéias?
( ) sim ( ) não ( ) às vezes

3. Quando você planeja um negócio, costuma fazer check lists, medir


tempos e distribuir tarefas?
( ) sim ( ) não ( ) às vezes

4. Você confia na sua intuição?


( ) sim ( ) não ( ) às vezes

5. Você sabe aonde pretende chegar daqui a cinco anos?


( ) sim ( ) não ( ) às vezes

35
B – Capacidade de executar

6. Você já engavetou mais de três idéias nos últimos três anos?


( ) sim ( ) não

7 Você se sente preparado para provocar uma ruptura na sua vida?


( ) sim ( ) não

8. Sabe quais recursos (capital, parcerias, contatos) serão necessári-


os para concretizar os negócios de seus sonhos?
( ) sim ( ) não

9. Você possui um mentor/orientador no qual confia e consulta sem-


pre?
( ) sim ( ) não

10. Você conhece bem os seus pontos fracos e fortes?


( ) sim ( ) não

Gabarito

A – Capacidade de sonhar

Pergunta Pontos
Sim Às vezes Não
1 3 1 -
2 3 - -
3 3 - -
4 3 1 -
5 3 1 -

B – Capacidade de executar

Pergunta Pontos
Sim Não
6 -3 -
7 3 -
8 3 -
9 3 -
10 3 -

36
Avaliação

Some seus pontos e veja que tipo de empreendedor você é:

Entre 0 e 5 pontos em capacidade de sonhar e entre 0 e 6 pontos em


capacidade de executar: você gostaria de ser empreendedor, mas não é.

Entre 0 e 5 pontos em Capacidade de Sonhar e entre 6 e 12 pontos em


Capacidade de Executar: você pode dar um bom executivo, mas não um
empreendedor.

Entre 5 e acima de 10 pontos em Capacidade de Sonhar e entre 0 e 6


pontos em Capacidade de Executar: você é um empreendedor impetuoso.

Entre 5 e 8 pontos em Capacidade de Sonhar e entre 6 e 9 pontos em


Capacidade de Executar: você é um empreendedor moderado.

Entre 8 e 15 pontos em Capacidade de Sonhar e entre 9 e 12 pontos em


Capacidade de Executar: você é um empreendedor pleno.

Perfil

Verifique suas características, de acordo com a sua avaliação.

Gostaria de ser empreendedor, mas não é – sonhos e execução pouco


definidos, baixo grau de iniciativa. É disciplinado, humilde, tem bom controle
das emoções e dos relacionamentos. Julga-se um empreendedor, mas não o é
de fato, pois não sabe aonde quer chegar e tampouco como chegar lá. Não
sonha com os olhos abertos, nem se prepara para desfrutar das oportunida-
des quando elas cruzam o seu caminho.

Um bom executor, mas não empreendedor – embora os sonhos sejam pouco


definidos, é um excelente executor. É bom planejador, sabe formar equipes e
negociar, é persuasivo, disciplinado e humilde. Valoriza o processo, mas não
sabe exatamente onde quer chegar. É avesso a ousadias, mas está sempre
pronto a estabelecer e cumprir regras. Oferece um bom apoio ao sonho dos
outros. Revela-se um excelente parceiro para empreendedores impetuosos.

Empreendedor impetuoso – tem sonhos muito definidos, porém não pla-


neja e nem executa suas tarefas bem. Sabe claramente quais são os seus obje-
tivos, mas não os prioriza. Quer fazer tudo ao mesmo tempo, vive com pressa

37
e estressado. É idealista, mas desorganizado. Humildade e paciência não
combinam com seu jeito de ser. Em contrapartida, revela altas doses de inicia-
tiva, criatividade, capacidade de sonhar alto, paixão pelo negócio, alta tole-
rância a incertezas e uma aguçada percepção de oportunidades.

Empreendedor moderado – seus sonhos são bem definidos, sabe como


chegar lá e seus passos são seguros. Faz uma coisa de cada vez. É persistente,
revela uma certa dose de humildade, além de capacidade para negociar.
Embora consiga perceber as oportunidades, procura se associar a empreen-
dedores mais arrojados.

Empreendedor pleno – os sonhos são muito bem definidos e a execução


bem planejada e realizada. Sabe para onde quer ir e exatamente como chegar
lá. Percebe as oportunidades e com freqüência cria novos negócios. É um bom
planejador, escolhe parceiros adequados, revela ousadia na medida certa da
responsabilidade. Toma as rédeas dos negócios e faz acontecer com compe-
tência. Apresenta foco nas prioridades e apaixona-se pelas causas. É um bom
líder e carismático.

Artigo extraído do site


http://www.sebraepr.com.br/portal/page/portal/PORTAL_INTERNET/BEMPR_INDEX/BEMPR_ARTIGO?_da
d=portal&_boletim=13&_filtro=239&_artigo=4614

38
Aula 3 - Características
empreendedoras

Objetivos:
• Discutir os diversas características do e sua
finalidade;
• Ampliar os conhecimentos adquiridos com atividades de apren-
dizagem.

3.1 Características do empreendedor


“Tenha uma boa idéia e persiga-a até que ela se realize do
melhor modo”
Walt Disney

Existe uma grande pergunta que muitos pesquisadores se fazem: quais são as
características dos empreendedores de sucesso? Eles tem algo diferente das
outras pessoas? Para Filion, apud Dolabela (1999), acredita que as característi-
cas variam de acordo com as atividades que o empreendedor executa em uma
dada época ou em função da etapa de crescimento da empresa.

No quadro abaixo será apresentado um resumo dos traços do empreendedor


segundo Timmons (1994) e Hornaday (1982).

Tem um "modelo", uma pessoa que o influencia.


Tem iniciativa, autonomia, autoconfiança, otimismo, necessidade de
realização.
Trabalha sozinho. O processo visionário é individual.
Tem perseverança e tenacidade para vencer obstáculos.
Considera o fracasso um resultado como outro qualquer, pois aprende
com os próprios erros.
É capaz de se dedicar intensamente ao trabalho e concentra esforços
para alcançar resultados.
Sabe fixar metas e alcançá-las; luta contra padrões impostos; diferen-
cia-se.

39
Tem capacidade de descobrir nichos.
Tem forte intuição: como no esporte, o que importa não é o que se sabe,
mas o que se faz.
Tem sempre alto comprometimento; crê no que faz.
Cria situações para obter feedback sobre seu comportamento e sabe
utilizar tais informações para seu aprimoramento.
Sabe buscar, utilizar e controlar recursos.
É um sonhador realista: é racional, mas usa também a parte direita do
cérebro.
Cria um sistema próprio de relações com empregados. É comparado a
um "líder de banda", que dá liberdade a todos os músicos, mas conse-
gue transformar o conjunto em algo harmônico, seguindo um objetivo.
É orientado para resultados, para o futuro, para o longo prazo.
Aceita o dinheiro como uma das medidas de seu desempenho.
Tece "redes de relações" (contatos, amizades) moderadas, mas utiliza-
das intensamente como suporte para alcançar seus objetivos; considera
a rede de relações internas (com sócios, colaboradores) mais importante
que a externa.
Conhece muito bem o ramo em que atua.
Cultiva a imaginação e aprende a definir visões.
Traduz seus pensamentos em ações.

Para Drucker (1987) qualquer indivíduo que tenha à frente uma decisão a
tomar pode aprender a ser um empreendedor., Tornar-se um empreendedor é
ter um comportamento e não um traço de personalidade, pois suas bases e
aprendizados são conceitos e teorias, não a intuição.

Segundo Brito (2003) as características a seguir são fundamentais para um


empreendedor:

• Criatividade e Inovação: o empreendedor consegue enxergar oportu-


nidades de negócios onde ninguém mais consegue notar.
• Habilidade para praticar criatividade: ele consegue focar esforços em
um único objetivo.
• Força de vontade: o empreendedor acredita em suas habilidades para
mudanças, tem forças e paixão para obter o sucesso.
• Foco na geração de valor: ele deseja fazer as coisas da melhor forma,
do modo mais rápido e mais barato.
• Corre riscos: encurtando distância e quebrando barreiras.

40
3.2 Outras características
Outras características são notadas entre os empreendedores de sucesso, entre
elas:

• Ser visionário: ter a visão de como será o futuro para o seu negócio, e
conseguir implementar seus sonhos.
• Saber tomar decisões: saber tomar a decisão certa na hora certa, prin-
cipalmente em momentos difíceis, implementando rapidamente suas
decisões, sendo isso um fator indispensável para o seu sucesso.
• Fazer a diferença: transformar idéias em algo concreto e saber agre-
gar valor aos serviços e produtos colocados no mercado.
• Explorar o máximo de oportunidades: para os empreendedores os
grandes negócios são gerados através das idéias que todos conse-
guem ver, mas não enxergam algo prático para torná-las em oportuni-
dades, pois um bom empreendedor é aquele que inova e consegue
identificar uma oportunidade no mercado, sendo um indivíduo curio-
so, identificador e atento às informações.
• Determinação e dinamismo: são características essenciais o compro-
metimento, superação de adversidades, ultrapassar obstáculo, incon-
formismo com a rotina e fazer acontecer.
• Dedicação: dedicação de 100% de seu tempo ao seu negócio, ser um
trabalhador exemplar, mesmo quando encontrar obstáculos pela fren-
te, ter energia para continuar,, ser incansável e louco pelo trabalho.
• Otimismo e paixão pelo que faz: adorar o trabalho que realiza, ter
paixão é o combustível para manter animação e autodeterminação,
isso faz com que venda cada vez mais seus produtos e serviços. O
otimismo faz com que o empreendedor tenha visão de seu sucesso e
não do fracasso.
• Independência e direção do destino: querer ser dono do próprio negó-
cio, ser independente, determinar seus próprios passos, ser patrão e
gerar empregos.
• Ficar rico: o verdadeiro empreendedor acredita que esse fator não seja
o principal, e sim o sucesso, e o dinheiro por conseqüência.
• Ser líderes e formadores de equipe: saber que para obter sucesso
precisa de uma equipe competente, tendo assim um senso de lideran-
ça incomum, recrutar as melhores cabeças e conseguir montar um
time, sabendo valorizá-los, estimulá-los e recompensá-los.

41
• Bem relacionamento: saber construir uma rede de contatos, com
clientes, fornecedores e a sociedade.
• Organizados: alocar recursos materiais, tecnológicos, humanos e
financeiros, usando para o melhor desempenho de sua empresa.

3.3 Time dos sonhos


Saiba quem são e quais as características mais marcantes dos 30 superempre-
endedores de todos os tempos, no Brasil e no mundo:

EMPREENDEDOR EMPRESA CARACTERÍSTICAS


Humildade; Superação e aprendizagem;
Presidente do Conselho do Grupo
1. Abílio Diniz facilidade de criar redes de
Pão de Açucar
relacionamento
2. Abraham Kasinsky Fundador da Kasinski Coragem e ousadia
3. Akio Morita Fundador da Sony Criatividade e inovação
4. Alair Martins Fundador do Grupo Martins Persistência
5. Alberto Saraiva Fundador do Habib's Autoconfiança
6. Amador Aguiar Fundador do Bradesco Disciplina
7. Anita Roddick Fundadora da The Body Shop Persuasão
8. Antonio Ermírio de Moraes Presidente do Grupo Votorantim Disciplina
9. Bill Gates Fundador da Microsoft Autoconfiaça
10. Constantino de Oliveira Júnior Fundador da Gol Linhas Aéreas Iniciativa
11. David McDonnell Fundador da Avon Capacidade de detectar oportunidades
12. Henrique Meyerfreund Fundador da Garoto Superação e aprendizagem
13. Howard Schultz Fundador da Starbucks Corporation Liderança
14. Jeffrey Bezos Fundador da Amazon.com Intuição e visão de futuro
15. Jerry Yang Criador do Yahoo! Coragem e ousadia
16. Luiz Seabra Fundador da Natura Intuição e visão de futuro
17. Luiza Helena Superintendente do Magazine Luiza Liderança
18. Michael Dell Fundador da Dell Computadores Habilidade comercial
19. Miguel Krigsner Fundador de O Boticário Objetivos bem definidos
Facilidade de criar redes de
20. Norberto Odebrecht Fundador da holding Odebrecht
relacionamento
Fundadora da Harpo Productions e
21. Oprah Winfrey Humildade
da Oxigen Media
22. Ray Kroc Fundador do Mc Donald's Capacidade de detectar oportunidades
23. Richard Branson Fundador do Virgin Group Criatividade e inovação
24. Roberto Marinho Fundador das Organizações Globo Iniciativa
25. Rolim Amaro Fundador da TAM Linhas Aéreas Paixão pelo negócio
26. Sam Walton Fundador do Wal Mart Persistência; Objetivos bem definidos
27. Samuel Klein Fundador das Casas Bahia Habilidade comercial
28. Steve Jobs Fundador da Apple Capacidade de sonhar
29. Thomas Edison Inventor da Lâmpada Curiosidade
30. Walt Disney Fundador da Disney Capacidade de sonhar

Fonte: Pequenas Empresas Grandes Negócios, 2005

42
Resumo

Nesta aula estudamos as características e suas qualida-


des. Entramos em contato com grandes empreendedores para que tenha
possibilidade de realizar a atividade de aprendizagem proposta.

Atividades de Aprendizagem

ENTREVISTA COM UM EMPREENDEDOR

(roteiro da pesquisa extraída do livro: Oficina do empreendedor, Fernando Dolabela,1999)

Este será um trabalho muito interessante, é quando vocês alunos, sairão para o
trabalho prático. Até aqui vimos muitos conceitos sobre o que é empreendedo-
rismo, quais são as características de um empreendedor. Agora vocês conversa-
rão com quem já passou por todas as etapas do processo de ter um empreen-
dimento. O trabalho deverá ser realizado em equipe, de no mínimo 3 e máximo
5 pessoas. Devem procurar uma empresa da área de informática, e ter uma
conversa com o empreendedor dessa empresa. Abaixo estão as perguntas que
devem ser feitas para pessoa, deixem a pessoa bem a vontade para responder,
caso exista uma questão que ela não queira responder não há necessidade.

Temos alguns pontos importantes a serem abordados. Esses pontos servem


como roteiro, não é necessário responde-los em forma de pergunta/resposta,
ao final vocês elaborarão um relatório com as principais questões que acharam
pertinentes para o seu conhecimento sobre tema, tentando extrair ao máximo
a experiência que nosso Empreendedor teve para conseguir abrir sua empresa.

Então, mãos a obra!

Pontos que devem ser esclarecidos ao entrevistado antes da entrevista:

• Deve-se explicar ao entrevistado que não serão abordados temas de


natureza confidencial. O entrevistador compreenderá e respeitará,
caso haja perguntas que não queira responder.
• Não há a intenção de julgar a forma como a empresa é administrada.
A empresa é vista pelo entrevistador como um laboratório.
• Apesar de a entrevista exigir um tempo considerável, não é tempo
perdido: a maior parte dos empresários acha essa experiência estimu-

43
lante, pois lhes permite revisar os processos de sua administração
estratégica.

A PREPARAÇÃO DA ENTREVISTA

• Identifique perguntas especificas que você gostaria de ver respondi-


das e as áreas gerais sobre as quais gostaria de ter informações.

A ENTREVISTA

1. Fale um pouco sobre as suas origens, sua família, pais, tios, primos.

• Existe algum empresário em sua família?


• Tem alguém como modelo?
• O que seus pais fazem?(ou faziam)
• Você poderia falar um pouco sobre sua formação?
• Foi bom aluno? Gostava de estudar? Como você aprende mais?

CONCEITO DE SI

2. Como você se vê como pessoa?

• Quais em sua opinião são suas características pessoais mais importan-


tes para sua empresa?

VISÃO

3. Como surgiu a idéia de ser empreendedor?

4. Como é que a sua empresa começou?

• Você pensou sobre isso por muito tempo antes de realmente começar
o negócio? Já havia considerado a possibilidade de abrir um negócio
como uma opção de vida?

O TRABALHO COMO EMPREENDEDOR

5. Como você identifica oportunidades?

6. Como você aprende hoje? Tem um método próprio?

44
7. Tem um sistema para solução de problemas?

8. Como lida com o fracasso?

9. Qual é seu trabalho em sua empresa?

• Quais são as áreas que você gosta de se concentrar?


• Você se envolve com a rotina com as operações do dia-a-
dia? Você tem quantas pessoas que se reportam a você?
Você delega?
• Você tem parceiros no negócio?

10. Como é que você obtém informações sobre o que está acontecen-
do na empresa, e como é que você controla as coisas?

11. Qual o percentual de solução representado pela tecnologia do


produto? Ou seja, a tecnologia do produto representa qual percen-
tual do sucesso da sua empresa?

ENERGIA

12.Quantas horas você trabalha por dia? Sábado, domingo?

• Você tira férias?


• Você pensa em se aposentar?

RELAÇÕES

13.Qual a importância que você dá às relações internas e externas da


empresa?

• E para você qual a importância das relações externas? Quais contatos


são mais importantes: fornecedores, clientes, pessoas de influencia?

LIDERANÇA

14.Como você faz com que as pessoas realizem seu sonho?

15.Como você descreveria a si próprio como líder de sua empresa?

• Você poderia explicar como sua equipe se desenvolveu?

45
• Quais métodos você desenvolveu para encorajar as pessoas a serem
mais criativas?
• O que você diria que é diferente na maneira como você comanda seus
negócios?
• Para onde você direciona seus esforços ao comandar a empresa?
• Você vê as coisas de forma diferente, mudou seu estilo de gerencia-
mento, desde que fundou sua empresa?
• O que lhe dá mais satisfação ao comandar uma empresa?
• O que você pensa sobre o poder como instrumento de trabalho?

CRIATIVIDADE E IMAGINAÇÃO

16. O que você acha do erro? Como trata os colaboradores que erram?
A sua empresa erra muito?

17. O que é que lhe dá mais prazer no processo de empreender? O que


é que o torna criativo?

18. O quanto você diria que a imaginação é importante para o sucesso?

19. O que intuição para você? Qual a importância da intuição no seu


negócio?

20. Como você lida com a incerteza, ambigüidade?

A EMPRESA

21. Qual o fator mais importante para o sucesso da sua empresa?

22. Quais são as principais potencialidades e fraquezas de sua empresa?

23. Você utiliza consultores e outros profissionais, como advogados?

24. Quais critérios você utiliza na seleção de pessoal?

25. Fale do seu sistema de gestão?

26. Você tem descrição escrita dos trabalhos e políticas da empresa?

27. Você estabelece metas?

46
28.Qual é a posição de mercado de seus produtos/serviços?

29.Quais argumentos você utiliza para persuadir os clientes a comprar


os seus produtos?

ENCERRAMENTO

30.O que você diria a alguém que está pensando em iniciar um negócio?

31.Há algo mais que você gostaria de dizer, que nós não abordamos?

47
Aula 4 - Plano de negócios

Objetivos:
• Entender porque planejar é importante e como desempenhar
isso com eficiência e eficácia.
• Conhecer alguns exemplos de plano de negócios.
• Desenvolver atividades de aprendizagem que possam reforçar
os conceitos estudados, fazendo um comparativo com o dia-a-
dia de cada aluno.

4.1 Planejamento
Nos capítulos anteriores estu-
damos o histórico do empreen-
dedorismo, as características do
empreendedor e as tendências
do . O obje-
tivo deste capítulo, é que você
consiga identificar as principais
características de um plano de
negócios bem como os seus
principais objetivos e também
conheça modelos que possam ser aplicados em cada realidade. Estamos quase
concluindo parte de nossa jornada. Vamos em frente!

Imagine que você queira comprar a sua casa ou mesmo construir o seu próprio
empreendimento é preciso primeiramente fazer um planejamento, certo?

O planejamento é o ponto de partida ao se pensar em plano de negócios


bem como planejar significa especificar os objetivos a serem atingidos e deci-
dir antecipadamente as ações apropriadas que devem ser executadas para
atingir esses objetivos.

Portanto vamos conhecer agora as principais funções que um verdadeiro


empreendedor deve ser preocupar:

49
1. Planejar onde se deseja chegar e decidir o que será feito para se chegar ao
lugar desejado;

2. Organizar os recursos (humanos, financeiros, matérias-prima) e começar


a caminhada;

3) Dirigir a Organização, colocando em prática tudo o que foi planejado;

4. Controlar o que está acontecendo dentro e fora do Empreendimento,


acompanhando as atividades e resolvendo os problemas que vão apare-
cendo ao longo do tempo.

O primeiro item, referente ao Planejamento, é importante para que possa-


mos observar, desde o início do Empreendimento:

*"A maioria das • o motivo pelo qual ele


existe*;
pessoas não planeja a
falha, e sim falha no • onde ele quer chegar;
planejamento."
(John L. Beckley) • como ele vai chegar.

O planejamento não é uma tentativa de predizer o que vai acontecer. O plane-


jamento é um instrumento para raciocinar agora, sobre que trabalhos e ações
serão necessários hoje, para merecermos um futuro. O produto final do pla-
nejamento não é a informação: é sempre o trabalho.

Ainda que ninguém desenvolva uma atividade sem ter um objetivo em mente,
deixar claro esses objetivos através da condução de um processo de Planeja-
mento coerente, bem feito, passo a passo e por escrito tem como vantagens
(DORNELAS, 2001);

• Deixar claro a todos os envolvidos o que se pensa para o futuro;


• Buscar um consenso entre os participantes do grupo (o quê, sem dúvi-
da, reduzirá conflitos e frustrações no futuro);
• Estimular a reflexão e o debate a respeito do propósito e dos objetivos
do Empreendimento;
• Ter um registro do que se pensa hoje, criando uma base para a tomada
de decisões no futuro;
• Fazer com que o grupo tenha uma postura ativa em relação ao seu
negócio. A idéia não é que o grupo se prenda ao seu Planejamento,
mas sim que defina o que deve ser feito prioritariamente.

50
4.2 Plano de Negócios
Como citado anteriormente, antes de elaborar um Plano de
Negócios é preciso saber o que deseja fazer, qual será o seu
negócio, é necessário ter uma “idéia”.

Um Plano de Negócios nada mais é do que o produto deste


processo formal de Planejamento, isto é, um documento onde você pode
organizar formalmente as suas idéias. Ou seja, é preciso observar:

• A descrição do Empreendimento;
• A forma como trabalhamos (como gera renda e quais os gastos envol-
vidos nesse processo);
• E o que pretendemos para o seu futuro.

Identifique uma oportunidade Observe seus concorrentes e


de negócio e pule duas casas pule uma casa

Faça uma pesquisa de mercado


e pule uma casa

Analise a
viabilidade
da empresa a
ser implantada Se você não fez o Plano de
e pule três casas Negócio volte para a 1ª casa

O Plano de Negócios também é utilizado para apresentar o Empreendimento


para outros grupos interessados em conhecê-lo, seja para fazer empréstimos e
financiamentos, seja para firmar parcerias. A maioria dos planos de negócios
resume-se a textos editados a modelos pré-determinados e que não convencem
ao próprio empreendedor. Como esperar que convençam a um investidor, ban-
cos, potenciais parceiros, fornecedores, ou a própria empresa internamente?

Por isso, lembre-se de que o maior usuário do seu plano é você mesmo.

Alguns exemplos dos públicos-alvos de um plano de negócios são:

• Bancos e outras instituições financeiras, que querem saber o quão


sério é o Empreendimento para o qual eles estão emprestando dinhei-

51
ro, avaliando, assim, a probabilidade de que esses “dêem um calote”
ou “quebrem”;
• Patrocinadores, que querem saber se os recursos doados para o grupo
vão ser bem utilizados;
• Parceiros, que, além de seriedade, buscam elementos em comum
entre eles mesmos e o Empreendimento.
• Todo plano de negócios deve ser elaborado e utilizado seguindo algu-
mas regras básicas, mas que não são estáticas e que permitem ao
empreendedor utilizar a sua criatividade ou o bom senso, enfatizando
um ou outro aspecto que mais interessa ao público alvo do plano de
negócios em questão. No caso das empresas que já se encontram em
funcionamento, ele deve não apenas mostrar a empresa aonde se
quer chegar ou situação futura, mas também aonde a empresa está
no momento, mostrando os valores de seus reais indicadores de
desempenho.

IMPORTANTE: O plano de negócios é uma ferramenta dinâmica e que deve


ser atualizado constantemente, pois o ato de planejar é dinâmico e correspon-
de a um processo cíclico.

b) Tipos de Planos de Negócios

Devemos discernir que tipo de plano deve optar, pois há profissionais que
orientam você fazer um plano específico (resumido) voltado para obter finan-
ciamento, onde se destaca a potencialidade, rentabilidade e retorno financei-
ro do negócio e dá pouco ou quase nenhum destaque para a operacionalida-
de do negócio.

Esta observação é importante, pois se você quer um plano para te ajudar no


dia-a-dia, deve compor um plano mais abrangente, com detalhes e base de
suporte, que sempre devem ser colocados em destaque no apêndice, por
exemplo: Fundamentação teórica, entrevistas, gráficos, análises (produtos,
serviços, mercado, atratividade), balanço patrimonial, demonstrativo de resul-
tado, fluxo de caixa, planilha de custos e receitas estimados, fluxo de investi-
mentos e financiamentos, resultado de pesquisas, documentos afins, etc.

b) Estrutura de um plano de negócios

Apresentamos a seguir, a estrutura de um plano de negócios. Não existe uma


estrutura rígida ou específica, porém cada plano de negócios deve possuir um
número mínimo de seções as quais proporcionam um entendimento comple-

52
to do negócio. Estas seções são organizadas de forma a manter uma seqüên-
cia lógica que permita a qualquer leitor do plano a entender como a empresa é
organizada, seus objetivos, seus produtos e serviços, seu mercado, sua estra-
tégia de marketing e sua situação financeira.

Para quem está começando, um plano de negócios vai ajudar a identificar se o


negócio escolhido é consistente ou apenas um modismo onde as oportunida-
des são passageiras.

Um plano de negócios bem estruturado pode ajudar você definir qual cami-
nho a seguir quando se defrontar com problemas potenciais e de estrutura
organizacional e, principalmente quando sua empresa requer financiamento
de capital de giro.

IMPORTANTE: Um plano bem definido tem que no mínimo três partes bási-
cas: conceito, ambiente e financeiro do empreendimento.

• Conceito de negócio: É onde você descreve de forma consistente de


como funciona a sua atividade, a estrutura, seus produtos ou serviços
e como você planeja levar seu empreendimento a obter sucesso.
• Ambiente: É onde você descreve e analisa os clientes potenciais, onde
eles estão o que eles fazem, compram, assim por diante. Aqui você
também analisa o ambiente interno da sua empresa. Com esta análise
você se posicionará frente aos competidores, clientes e fornecedores.
• Financeiro: Aqui contém a potencialidade financeira do seu negócio,
onde está definida fonte de receita, custos, fluxo de caixa, análise de
rentabilidade, indicadores de desempenho, aplicações de recursos,
fontes de recursos, etc. Neste item é importante que você tenha deta-
lhes em planilha eletrônica.

Inicialmente, convém descrever a situação atual do Empreendimento, ou seja,


descrever tudo o que já existe nele. A idéia é estabelecer uma base para as
reflexões dos próximos pontos.

4.3 Elaboração de seu plano de negócios


Um plano de negócios deve conter, segundo Dornelas (2001) os seguintes
pontos:

1. Capa
2. Sumário Executivo

53
3. Descrição do Negócio
4. Definição Estratégica
5. Análise de Mercado
6. Plano de Marketing
7. Fatores Financeiros

Capa

A primeira página de seu Plano de Negócios será a capa. Ela serve como a
página de título e deve conter as seguintes informações:

• Nome da empresa (empresa).


• Endereço da empresa.
• Telefone da empresa (incluindo DDD).
• Logotipo, se a empresa tiver um.
• Nomes, cargos, endereços e telefones dos proprietários da empresa
(dados do gerente e principais pessoas-chave da empresa).
• Mês e Ano em que o plano foi feito.
• Número da cópia.
• Nome de quem fez o Plano de Negócios.

A seguir, você poderá observar um exemplo de uma capa para um Plano de


Negócios:

Empresa Ideal
Rua Monteiro Lobato
Centro Industrial - São Paulo/SP
(011) 3210 45 89

José Eduardo Júnior, Diretor de Marketing


Rua Tiradentes, 456
Tremembé - São Paulo/SP

Maria José Silva, Diretora Administrativa


Av. Paulista, 678
São Paulo/SP

Este Plano de Negócio foi elaborado em


Outubro de 2010 por José Eduardo Júnior

Cópia 5 de 10

54
4.4 Sumário executivo

O sumário executivo, segundo SEBRAE 2007, é um resumo do Plano de


Negócio. Não se trata de uma introdução ou justificativa e, sim, de um sumá-
rio contendo seus pontos mais importantes. Nele irá constar:

• Resumo dos principais pontos do plano de negócio;


• Dados dos empreendedores, experiência profissional e
atribuições;
• Dados do empreendimento;
• Missão da empresa;
• Setores de atividades;
• Forma jurídica;
• Enquadramento tributário;
• Capital social;
• Fonte de recursos.

IMPORTANTE: É preciso lembrar que o Sumário Executivo é a principal seção


de seu Plano de Negócios e deve expressar uma síntese do que será apresenta-
do na seqüência, preparando o leitor e atraindo o mesmo para uma leitura
com mais atenção e interesse (DORNELAS, 2001).

Embora o Sumário Executivo apareça no início do Plano de Negócios, deve ser o


último a ser escrito durante a elaboração do plano. É muito melhor escrever
uma síntese depois de se preparar o texto básico. Por isso saiba que o sumário
executivo não deve ter mais que duas páginas ao se tratar de um plano de negó-
cios completo ou no máximo uma página em um plano de negócios resumido.
Por isso é fundamental ser objetivo ao elaborar um sumário executivo.

4.5 Descrição do negócio

Nesta etapa do plano na qual vamos apresentar um breve resumo da organi-


zação do negócio. Como por exemplo, a sua história, seu status atual e suas
projeções futuras para a implantação do novo negócio ou o desenvolvimento
do que já existe.

Para isso é preciso descrever as características do produto ou serviço e dizer


como você pode beneficiar o cliente. Identifique o que você espera conseguir
em três ou cinco anos.

55
Segundo Dornelas (2001) a descrição legal da empresa deve conter os seguin-
tes itens:

Nome da empresa: O nome da empresa deve estar registrado legalmente


antes da abertura do negócio.

Tipo de empresa e enquadramento: micro, pequena ou média empresa,


sociedade anônima, companhia limitada, corporação etc. Cada tipo tem
diferentes vantagens e desvantagens em relação à legislação (impostos, finan-
ciamentos, obrigações etc.) e também em relação ao ambiente externo (ban-
cos, fornecedores etc).

Por isso a descrição do negócio consiste na definição da “cadeia fornecedor-


cliente” da instituição, ou seja, no reconhecimento de toda a cadeia de agre-
gação de valor.

Cadeia de valor é um conjunto interligado de atividades criadoras de valores


classificadas em dois grandes grupos: atividades primárias e atividades de
Você poderá conhecer um apoio. As atividades primárias são aquelas que agregam valor direto ao pro-
modelo da descrição de duto ou serviço. Já as atividades de apoio, não menos importantes, agregam
negócio no site
http://www.planodenegocios.c valor às atividades primárias, ou seja, agregam indiretamente valor ao pro-
om.br/files/texto6.pdf duto ou serviço.

Resumo
Você estudou nesta aula como é importante planejar para desempenhar suas
tarefas com eficiência e eficácia. Conheceu também alguns exemplos de pla-
nos de negócios, de modo que está apto para desenvolver o assunto que se
refere à próxima aula.

Atividades de Aprendizagem
Para auxiliar na preparação do Sumário Executivo, procure responder às
seguintes perguntas (DORNELAS, 2001):

O quê?

Ex.: Qual o propósito do seu plano? O que você está apresentando? O que é
ou será a sua empresa? Qual é ou será o seu produto/serviço?

56
Onde?

Ex.: Onde sua empresa (empresa) está ou estará localizada? Onde está seu
mercado/clientes?

Por quê?

Ex.: Porque você precisa do dinheiro requisitado?

Como?

Ex.: Como você empregará o dinheiro na sua empresa? Como está a saúde
financeira de seu negócio? Como está crescendo sua empresa (faturamento
dos últimos 3 anos etc.)?

57
Quanto?

Ex.: De quanto dinheiro você necessita? Como se dará o retorno sobre o inves-
timento?

Quando?

Ex.: Quando seu negócio foi criado ou será criado? Quando você precisa dispor
do capital requisitado? Quando ocorrerá o pagamento do empréstimo obtido?

Responda a questões como quando e porque esta empresa foi criada, a natu-
reza dos serviços ou produtos fornecidos, como ela se desenvolveu, e o que
está sendo planejado para o futuro?

58
Aula 5 - Definição estratégica

Objetivos:
• Aprender como estruturar um plano de negócios de acordo
com a realidade de cada empreendimento.
• Desenvolver atividades de aprendizagem que possam reforçar
os conceitos estudados, fazendo um comparativo com o dia-a-
dia de cada aluno.

5.1 Estratégias
A elaboração das estratégias do Negócio pode ser dividida em etapas, confor-
me mostra a figura 1 abaixo.

Análise do
Ambiente
Externo
(oportunidades
Declaração e ameaças)
Formulação Formulação
de Visão e
de metas e de Implementação
Missão do
objetivos Estratégia
Negócio Análise do
Ambiente
Feedback e
Interno (forças
Controle
e fraquezas)

Figura 1 - O processo de planejamento estratégico do negócio (Kotler, 1999)

Para a elaboração das estratégias de um negócio deve-se discutir qual é a


razão de ser da empresa. E para permanecer competitivo, a empresa precisa
encontrar a sua razão de competir, deve ter sonhos e uma vontade arraigada
por dias melhores.

Por isso, é fundamental que a empresa tenha Visão, ou seja, uma imagem
compartilhada do que a empresa aspira.

59
Ter visão significa desenvolver a capacidade de observar analiticamente os
acontecimentos, se antecipar a eles e ser pró-ativo, estabelecendo uma mis-
são a realizar e definindo como esta missão será cumprida. É fundamental que
a visão tenha um conceito claro, objetivo, exprimindo algo que valha a pena
perseguir, mesmo que ainda não percebido como atingível,

Já a missão é a forma como a empresa e seus colaboradores realizam o sonho,


conduzem os negócios para o atingir a visão, buscando identificar as necessi-
dades dos clientes alinhadas com as singularidades que a empresa possui e
que lhe permita conquistar e manter clientes, respeitando os seus próprios
valores. A partir da visão e missão da empresa pode-se estabelecer ações que
serão implementadas, analisadas e acompanhadas visando atingir os objeti-
vos e metas estipulados. Para isso, elabora-se uma estratégia corporativa. O
plano de negócios de uma empresa deve contemplar de forma objetiva essa
formulação estratégica da empresa.

Como sugestão vocês poderão utilizar os passos abaixo para definir a Visão da
empresa:

• Selecione um pequeno grupo de funcionários dedicados de vários


níveis de sua empresa;
• Peça ao grupo que identifique os valores da empresa, ou seja, o con-
junto de crenças e princípios que orienta as atividades e operações da
empresa, independente de seu porte;
• Abra um espaço para que as pessoas manifestem livremente suas idéias;
• Quando a equipe estiver satisfeita com seu trabalho, acrescente deta-
lhes finais e envie a alta gerência.

A seguir mostraremos alguns exemplos da visão de algumas empresas:

• "Ser a Melhor... nos serviços aos nossos clientes, garantindo sua paz
de espírito e enriquecendo sua qualidade de vida através de nossa
parceria na gestão dos riscos que eles enfrentam." The Allstate Corpo-
ration (Empresa de Seguros)
• "Nosso negócio é preservar e melhorar a vida humana. Todas a nossas
ações devem ser avaliadas com base em nosso sucesso em lograr esse
objetivo." Merck, Inc. (Indústria Farmacêutica)
• "Garantir que nossos clientes sempre voltem em busca de boa comi-
da, serviço atencioso e clima agradável." The Applewood Café (Pe-
queno Restaurante)

60
• "Mudar o mundo através da tecnologia." Apple Computer, Inc.
(Indústria de Computadores)
Disponível em: http://www.planodenegocios.com.br/
dinamica_artigo.asp?tipo_tabela=artigo&id=27

A Missão deve ser vaga o bastante para não restringir as possibilidades de


atuação e específica o bastante para dar um foco para o trabalho do grupo. A
restrição deve ser o suficiente para possibilitar a Análise de Mercado.

Leia o seguinte exemplo de Missão, de uma empresa de alimentação:

• “Atender as necessidades de alimentação do ser humano, com pro-


dutos saborosos e saudáveis. Gerar renda para os proprietários, con-
tribuindo para o crescimento dos membros do grupo.”

Observe que a missão deve conter quatro pontos básicos:

1. Benefício externo: é a contribuição que o grupo espera dar para a socie-


dade. Qual necessidade das pessoas o grupo vai atender? No exemplo
acima, “atender as necessidades de alimentação do ser humano” é o Bene-
fício Externo do grupo.

2. Benefício próprio: é o que os integrantes do grupo esperam ganhar com


o Empreendimento. Ao proporcionar um benefício externo para a socieda-
de, o que o grupo irá ganhar em troca? Encontramos o benefício interno
no exemplo no trecho “gerar renda para os proprietários”.

3. Caminho: é o que exatamente o grupo irá fazer para gerar o benefício


externo e interno, que tipo de produto ou serviço ele irá oferecer. “Produ-
tos saborosos e saudáveis” é o Caminho da empresa no exemplo.

4. Valores: quais os princípios e valores que embasam as atividades do grupo.


No exemplo, “contribuindo para o crescimento dos membros” é um valor
defendido pela empresa.

A missão também dá base para as decisões do grupo. Logo, no exemplo, a


empresa de alimentação não escolheria por vender um produto muito gordu-
roso (não saudável) ou que não gerasse renda para seus proprietários.

Antes de partir para a difícil, mas importante, tarefa de declaração da missão


de sua empresa, procure responder, segundo Dornelas (2001), às seguintes
perguntas:

61
• Que clientes ou grupo de clientes sua empresa atende ou pretende
atender?
• Que produtos ou serviços sua empresa oferece ou pretende oferecer?
• Que necessidades de mercado sua empresa atende? Qual é o merca-
do em que sua empresa compete?
• Qual é o diferencial tecnológico dos produtos e serviços da sua empre-
sa em relação à concorrência?
• Que valor ou benefícios adicionais seus clientes obtêm quando esco-
lhem sua empresa em lugar da concorrência?
• Qual é o comprometimento da sua empresa em relação aos seus obje-
tivos econômicos de sobrevivência, crescimento e lucratividade?
• Qual é a imagem que sua empresa tem ou pretende ter perante seus
clientes e a comunidade em geral?
• Qual é a atitude da sua empresa em relação aos seus funcionários?
• Com que velocidade as respostas às questões anteriores mudam?

Conheçam agora alguns exemplos de missão de empresas:

• "Nossa missão é oferecer a todos os clientes um meio de locomoção a


pequenas distâncias para pessoas e cargas, com um grau de confiança
superior aos produtos oferecidos por empresas semelhantes no
mundo inteiro."
• "Oferecemos os produtos da mais alta qualidade, de valor incompará-
vel, a todo o setor, permitindo que nossos clientes sejam líderes em
seus próprios setores".
• Empresa de alimentos. Servir alimentos saborosos e de qualidade
com rapidez e simpatia, em um ambiente limpo e agradável.
• Locadora de veículos. Oferecer soluções em transporte, por meio do
aluguel de carros, buscando a excelência.
• Hospital. Promover a melhoria da qualidade de vida e satisfação das
pessoas, praticando a melhor medicina, por meio de uma organização
hospitalar auto-sustentável.

5.2 Análise de mercado


Esta é uma das partes mais importantes do Plano de Negócios. Portanto fique
atento de como realizar esta etapa. Algumas características pontuais do
empreendimento e de como ele se vê dentro de tal mercado são pontos já

62
abordados, em termos gerais, dentro da Missão. Na Análise de Mercado
vamos tratar deste assunto de forma mais específica, buscando conhecer
todos aqueles que participam do mercado em questão.

Há dois componentes do plano de negócios que se relacionam com o marke-


ting da organização: a Análise de Mercado e a Estratégia de Marketing.
A Análise de Mercado, segundo Dornelas (2001), apresenta o entendimento
do mercado da empresa, seus clientes, seus concorrentes e quanto a empresa
conhece, em dados e informações, o mercado onde atua. A análise do merca-
do permite ainda se conhecer de perto o ambiente onde o produto/serviço se
encontra. O mercado está composto pelo ambiente onde a empresa e produ-
to se localiza, pela concorrência e pelo perfil do consumidor.

A definição do mercado leva em conta:


a) Análise do setor;
b) Segmento de Mercado;
c) Análise SWOT do produto ou serviço;
d) Análise da Concorrência.

a) Análise do Setor

Analisando o setor devemos apresentar as informações a respeito do tama-


nho, crescimento e estrutura em que seu negócio está inserido. Inicia-se com
a coleta de informação do setor ao qual pertence o produto/serviço Essa infor-
mação pode ser usada para monitorar mudanças no setor e aproveitar as
oportunidades decorrentes dessas mudanças em nichos específicos.

b) Segmento de Mercado

O segundo passo é conhecer quem são os clientes e qual o grupo que preten-
de conquistar.

• Mercado: são todas as pessoas que estariam dispostas a comprar os


produtos do Empreendimento. Definido com base na Missão descrita
anteriormente.
• Segmento de Mercado: divisão do Mercado em grupos de clientes
com necessidades e vontades semelhantes.

Para uma análise inicial, segundo Dornelas (2001) procure responder às


seguintes questões:

63
• Qual o market-share (participação de mercado) dentre os
principais concorrentes?
• Qual o potencial de mercado?
• O mercado encontra-se bem atendido?
• Quais as oportunidades para o seu produto/serviço obter
uma maior participação?

É observado por Dornelas (2001) que um segmento de mercado é um conjunto


de clientes que tem necessidades e desejos em comum. Ao agrupar clientes
semelhantes, você pode satisfazer suas necessidades específicas de forma mais
eficaz. Quanto mais recursos e opções esses clientes demandam, mais razões
você tem para dividi-los em grupos. A figura abaixo apresenta uma forma
esquemática de como definir o segmento de mercado para seu produto/serviço.

O que está
Quem está
comprando?
SEU comprando?
• Recursos
PRODUTO • Geografia
• Embalagem
• Serviços OU • Perfil
• Preço SERVIÇO • Estilo de Vida
• Entrega • Personalidade

Por que está


comprando?
• Benefícios
• Características
especiais

Visão rápida de segmentos de mercado

c) Análise SWOT do produto ou serviço

Para se fazer a análise swot é preciso conhecer melhor o próprio negócio e o


ambiente que o cerca. O termo está em inglês e se refere à análise do ambien-
te interno (Pontos Fortes e Fracos) e externo (oportunidades e ameaças) do
Empreendimento, explicados abaixo. Para isso é importante realizar primeira-
mente a análise do Ambiente Interno, ou seja, analisar os pontos internos do
grupo, os que estão sob controle e que podem favorecer ou prejudicar o seu
desempenho.

• Pontos Fortes: aspectos que favorecem o bom funcionamento do


grupo. O grupo é bom em fazer o quê? Um exemplo de Ponto Forte

64
seria o bom conhecimento das necessidades e vontades dos Segmen-
tos de Mercado;
• Pontos Fracos: aspectos que prejudicam o andamento do grupo.
Quais são as falhas do grupo? Um exemplo de Ponto Fraco seria a falta
de comprometimento dos membros.

Já a análise do ambiente externo é composto por todas as instituições e aspec-


tos da sociedade que de alguma forma se relacionam com o Empreendimen-
to, mas que ele não pode controlar como, por exemplo, a Legislação Sanitária.

• Oportunidades são os aspectos do Ambiente Externo que podem


contribuir para o alcance da Missão;
• Ameaças são os aspectos externos que podem prejudicar o desempe-
nho do Empreendimento, por exemplo, podemos considerar as Barre-
iras de Entrada como ameaças.

d) Análise da Concorrência

Segundo o SEBRAE (SC) você pode aprender lições importantes observando a


atuação da concorrência. Procure identificar quem são seus principais concor-
rentes. A partir daí, visite-os e examine suas boas práticas e deficiências. A concorrência também deve
ser vista como uma situação
favorável. Bons concorrentes
Lembre-se de que concorrentes são aquelas empresas que atuam no mesmoservem como parâmetro de
comparação e de parceria,
ramo de atividade que você e que buscam satisfazer as necessidades dos além de ser uma fonte de
seus clientes. estímulo à melhoria.

5.3 Plano de marketing


É uma parte muito importante em um plano de negócios, pois é nesta etapa
que você deverá descrever os principais itens que serão fabricados, vendidos
ou os serviços que serão prestados.

Informe quais as linhas de produtos, especificando detalhes como tamanho,


modelo, cor, sabores, embalagem, apresentação, rótulo, marca, etc. Se neces-
sário, fotografe os produtos e coloque as fotos como documentação de apoio
ao final do seu plano de negócio. Para empresas de serviço, informe quais
serviços serão prestados, suas características e as garantias oferecidas.
Lembre-se de que a qualidade do produto é aquela que o consumidor enxer-
ga. Quando decidir melhorar um produto ou um serviço, pense sempre sob o
ponto de vista do cliente (SEBRAE, SC).

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Para fazermos um plano de marketing é preciso conhecer os 4 P´s: Produto,
Preço, Ponto de Venda e Promoção.

a) Produto

Para definirmos o produto é preciso observar os seguintes tópicos:

• Características físicas do produto, sua finalidade e seu desempenho


(embalagem, conteúdo e para que serve o produto);
• Principais qualidades com relação aos produtos concorrentes;
• Identificar as metas de vendas, ou seja quantas unidades desse produ-
to pretende-se vender para cada Segmento em um determinado
período (um mês, por exemplo).

b) Preço

O preço é uma ferramenta efetiva de marketing, pois afeta a demanda, influ-


encia a imagem do produto e pode ajudar a atingir o seu mercado alvo. Ao
Verifique se há regulamentos considerar o preço a ser praticado é importante saber que o preço não deve
ou exigências oficiais a ser baseado na produção mais alguma margem, como geralmente se faz. O
serem atendidas (vigilância
sanitária, normas técnicas, preço depende do valor do seu produto do ponto de vista do consumidor. O
etc.) para a produção ou preço segundo Dornelas (2001) está relacionado ao benefício percebido pelo
acondicionamento dos
produtos vendidos por você. consumidor.

Faça as seguintes perguntas:

• De que maneira são estabelecidos os preços? Existe política de pre-


ços?
• Existe concorrência em preços?
• Existe valor percebido pelo consumidor?
• Os preços são baseados nos custos mais margem?
• Porque eles são diferentes dos da concorrência?
• Existe elasticidade de preços (efeito do preço sobre a quantidade
demandada) para seu produto?

c) Ponto de Venda

O Ponto de venda é muito importante em um plano de negócios sendo que


nesta etapa é preciso observar onde o grupo irá vender seus produtos ou servi-
ços. Para escolher seu Ponto-de-Venda, o grupo precisa considerar onde seus

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clientes costumam comprar. Lembre-se de que o Ponto-de-Venda transmite
fortemente a imagem do grupo, assim como o Produto e o Preço.

O Ponto-de-Venda não precisa necessariamente ser um lugar. O grupo pode


pensar em algum sistema de entrega de produtos.

d) Promoção

Promoção é toda ação que tem como objetivo apresentar, informar, conven-
cer ou lembrar os clientes de comprar os seus produtos ou serviços e não os
dos concorrentes. A promoção é um estímulo ao marketing utilizada para
gerar demanda do produto ou serviço. O propósito da promoção é poder
dizer ao público que você tem aquele produto ou serviço que satisfaz a
demanda do consumidor. A seguir, estão relacionadas algumas estratégias
que segundo o SEBRAE (SC) você poderá utilizar:

• propaganda em rádio, jornais e revistas;


• internet;
• amostras grátis;
• mala direta, folhetos e cartões de visita;
• catálogos;
• carro de som e faixas;
• brindes e sorteios; Lembre-se de que a
• descontos (de acordo com os volumes comprados); Promoção deve divulgar a
imagem definida na
• participação em feiras e eventos. Proposta de Valor.

5.4 Fatores financeiros


Nessa etapa no plano de negócios, você irá determinar o total de recursos a
ser investido para que você possa abrir o seu negócio. É o planejamento da
movimentação do dinheiro do seu negócio. Esses fatores financeiros podem
ser feitos através de diversas maneiras, como por exemplo a demonstração do
Fluxo de Caixa (espécie de tabela que apresenta todo o dinheiro que entrou e
que saiu em determinado período (passado ou futuro).

Por isso é muito importante que o investimento total seja formado pelos:


Investimentos fixos: todos os bens que você deve comprar para que
seu negócio possa funcionar de maneira apropriada.

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• Capital de Giro: o capital de giro é o montante de recursos necessário
para o funcionamento normal da empresa, compreendendo a com-
pra de matérias-primas ou mercadorias, financiamento das vendas e
o pagamento das despesas.
• Investimentos pré-operacionais: representa a reserva em dinheiro
necessária para que a empresa financie suas operações iniciais. É
obtida ao multiplicarmos a necessidade líquida de capital de giro em
dias pelo custo total diário da empresa.

Resumo

Você aprendeu neste capítulo que o Plano de Negócios é um valioso instru-


mento de planejamento. Por ser o seu mapa de percurso, ele deve ser
consultado e acompanhado constantemente.

Portanto, você pode seguir as seguintes etapas: Capa, Sumário Executivo,


Descrição do Negócio, Definição Estratégica, Análise de Mercado, Plano de
Marketing e Fatores Financeiros

Atividades de Aprendizagem

Avalie cada uma das informações deste capítulo e lembre-se de que o plano de
negócios é extremamente importante para o sucesso de seu empreendimen-
to. Para exercitar o que aprendemos elabore agora o sumário executivo de seu
negócio. Siga as orientações que foram estudadas no início do capítulo.

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Referências

SEBRAE. Educação SEBRAE – Apresentação. Disponível em: <www.educa-


caosebrae. com.br>. Acesso em: 30 out. 2007.

MANUAL iniciando um pequeno grande negócio. [Brasília]: SEBRAE, [19--].

BRITTO, Francisco; WEVER, Luiz. Empreendedores brasileiros: vivendo e


aprendendo com grandes nomes. Rio de Janeiro: Campus, 2003.

DOLABELA, Fernando. Oficina do Empreendedor. São Paulo: Cultura,


1999.

DORNELAS, José Carlos Assis. : transformando idéias


em negócios. Rio de Janeiro: Elsevier, 2001.

DORNELAS, José C. A. : transformando idéias em negó-


cios. Rio de Janeiro: Campus, 2001.

PLANO DE NEGÓCIOS. Disponível em: http://www.planodenegocios.com.


Acesso em 10 de março de 2010.CONTABILIDADE. Disponível em:
http://contabilidadelouredo.blogspot.com Acesso em 10 de março de 2010.

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