DAO 06 - Policiamento Ostensivo Geral (Revisada)
DAO 06 - Policiamento Ostensivo Geral (Revisada)
DAO 06 - Policiamento Ostensivo Geral (Revisada)
1. CONSIDERAÇÕES GERAIS
2. CONCEITO
Universalidade
A atividade policial militar se desenvolve para a preservação da ordem pública,
tomada no seu sentido amplo. É natural e até mesmo imposto ao PM, a tendência de
especialização, não podendo tornar-se essa prática um obstáculo à capacidade de
lidar adequadamente com as mais diversas ocorrências. Todo policial militar tem o
dever de adotar medidas ainda que preliminares em qualquer ocorrência para qual
seja acionado. O cometimento de tarefas policiais-militares específicas não desobriga
o PM do atendimento de outras ocorrências, que presencie ou para o qual seja
convocado.
Responsabilidade territorial
A tropa desdobrada no terreno é responsável, perante o escalão imediatamente
superior, pela preservação da ordem pública na circunscrição territorial que lhes
estiver afeta, para execução do policiamento ostensivo. Cabendo a ela, a iniciativa de
todas as providências legais e regulamentares, sempre ajustando os meios que a
Corporação dispõe ao cumprimento da missão naquele espaço territorial considerado .
Continuidade
O policiamento ostensivo sendo uma atividade essencial, de caráter
absolutamente operacional, será exercido diuturnamente. Dando respostas
satisfatórias às necessidades de segurança da comunidade, que deve encontrar
resposta na estrutura organizacional, nas rotinas de serviço e até mesmo na
mentalidade do PM.
Aplicação
O policiamento ostensivo fardado, sendo uma atividade facilmente identificada
pelo uniforme e viatura caracterizada, exige atenção e atuação ativas de seus
executantes, de forma a proporcionar o desestímulo ao cometimento de atos
antissociais, pela atuação preventiva. A omissão, o desinteresse e a apatia são fatores
geradores de descrédito e desconfiança, por parte da comunidade, atentam contra a
segurança dos patrulheiros e revelam falta de preparo individual e de espírito de corpo.
O policial-militar deve procurar estar o mais próximo possível da comunidade onde
serve, sabendo das opiniões, dos problemas, procurando conhecer a população com
a qual está em contato.
Isenção
No exercício profissional, o policial-militar, através de condicionamento
psicológico, atuará sem demonstrar emoções ou concepções pessoais. Não devendo
haver preconceitos quanto à profissão, nível social, religião, raça, opção sexual,
condição econômica ou posição política das partes envolvidas. Cabendo observar
primordialmente a igualdade do cidadão quanto ao gozo de seus direitos e
cumprimento de seus deveres perante à lei, agindo sempre com imparcialidade e
impessoalidade.
Continuação da DAO nº 06/CPO-2017 06/3
Antecipação
A fim de ser estabelecido e alcançado o espírito preventivo do policiamento
ostensivo, devem ser adotadas táticas e técnicas, destinadas a minimizar a surpresa,
sendo óbice à evolução da criminalidade em consequentemente, caracterizando um
clima de segurança na coletividade.
Objetivo
O policiamento ostensivo tem por objetivo assegurar ou restabelecer a ordem
pública. Alcançado por intermédio do desencadeamento de ações e operações,
integradas ou isoladas, com aspectos particulares definidos.
4. EXECUÇÃO
A escolha de uma variável que se aplique com perfeição e plena eficácia
operacional, deve ser precedida de análise dos fatores que auxiliarão o comandante
da fração a uma decisão precisa na escolha do policiamento.
Alguns fatores devem ser observados, tais como:
- Fatores determinantes: tipicidade, gravidade e incidência de ocorrências
policiais-militares, presumíveis ou existentes.
- Fatores componentes: custos, espaços a serem cobertos; mobilidade;
possibilidade de contato direto, objetivando conhecimento do local de atuação
e relacionamento, autonomia, facilidade de fiscalização e controle, flexibilidade,
proteção ao PM.
- Fatores condicionantes: local de atuação; características físicas e
psicossociais, clima, dia da semana, horário, disponibilidade de recursos.
A seguinte tabela, visa auxiliar o comandante da fração nessa escolha:
A pé Automóvel Motocicleta Bicicleta
Espaços a serem cobertos Mn Mx Gr Pe
Mobilidade Mn Mx Gr Pe
Conhecimento local Mx Mn Pe Md
Relacionamento Mx Mn Pe Gr
Autonomia Mn Gr Gr Pe
Fiscalização Mn Gr Gr Pe
Flexibilidade Mx Mn Pe Gr
Proteção ao PM Mn Gr Md Pe
Legenda:
Mx – Máximo Md – Médio Mn - Mínimo
Ge – Grande Pe – Pequeno
Continuação da DAO nº 06/CPO-2017 06/4
1. Consta dos comentários ao artigo 8º do Código de Conduta para os Funcionários Responsáveis pela Aplicação
da Lei: “Os funcionários responsáveis pela aplicação da lei que cumpram as disposições deste Código merecem o
respeito, o total apoio e a colaboração da comunidade em que exercem as suas funções, do organismo de aplicação
da lei no qual servem e dos demais funcionários responsáveis pela aplicação da lei.”
Continuação da DAO nº 06/CPO-2017 06/6
guarnição padrão para o serviço de radiopatrulha deverá ser do tipo “B”. O emprego
da guarnição tipo “A” dependerá das peculiaridades locais de cada UOP.
4.2.2. Motocicleta
O policiamento motorizado com motocicleta será empregado nas modalidades
patrulhamento ou permanência, com observância das técnicas doutrinárias próprias,
bem como das regras anteriormente expostas para o policiamento ostensivo em
automóvel, quando pertinentes.
As motocicletas serão empregadas:
- Como unidades de patrulha, em cobertura aos demais processos de
policiamento, em vista da flexibilidade e sua extrema mobilidade;
- Em princípio, durante o período diurno, em vias pavimentadas e que ofereçam
condições de segurança. Não convém serem empregados em condições
climáticas adversas (chuva, cerração, neblina, vento excessivo etc.);
- Em praças, jardins, colégios, parques, e mesmo em cruzamentos que
necessitam ser controlados com PCTRAN, bem como em conglomerados
residenciais;
- Como unidades isoladas com postos determinados.
Detalhes relativos à postura dos motociclistas, funções de cada um e
formação das guarnições serão definidas pelos CMTs das OPMs, segundo a doutrina
específica. No que for pertinente, as normas válidas para o patrulhamento com
automóvel serão observadas.
É empregado:
a) Em vias aquáteis e tem as missões previstas para o policiamento a pé;
b) No espaço físico atribuído a sua responsabilidade, coopera com o policiamento
ambiental, preservando a fauna, a flora e as extensões d’água;
c) Na disciplina e balizamento das extensões d’água;
d) Em operações conjuntas com órgãos afins e em apoio as operações terrestres;
e) No apoio à população ribeirinha, em calamidades públicas ou emergência.
As embarcações devem satisfazer necessidades de segurança,
estabilidade, velocidade em deslocamentos e manobras, abordar ou atracar sob as
mais variadas condições. Toda embarcação policial militar deverá ser inscrita na
capitania, delegacia ou agência da Marinha do Brasil, de acordo com o regulamento
para o tráfego marítimo, e deverá sofrer inspeção anual pela autoridade naval, para a
verificação das condições de segurança exigidas.
A embarcação deve ser equipada com rádio, bússola, binóculo, âncora,
choque-sonda, remo, cabo, coletes salva-vidas, extintor de incêndio, apito ou sirene,
material de pronto socorro e aparelho GPS (global positioning system – sistema de
posicionamento global), corda, maleta de ferramentas.
Na observação continuada, a patrulha detectará os fatos possíveis de
averiguação ocorridos no seu serviço, tomando as providências cabíveis e informando
ao escalão imediato superior, se julgado conveniente.
Cooperando com a proteção a proteção ao meio ambiente, a guarnição
fluvial:
a) Fará levantamento de animais mortos (espécie e quantidade), verificando as
possíveis causas, pela análise de indícios (armadilha, tiro, envenenamento,
etc.). Especial atenção será dada às espécies em extinção. Se possível,
coletará amostras de pescado acondicionado em recipiente com gelo para
posterior análise.
Os locais habitualmente frequentados por caçadores e pescadores devem
ser constantemente inspecionados, identificados seus usuários e examinados os
equipamentos e as peças abatidas e/ou capturadas. Tomar as providências cabíveis
ao se constatar que a legislação, federal ou estadual, está sendo infringida;
Continuação da DAO nº 06/CPO-2017 06/10
2 Declaração Universal dos Direitos Humanos, art. 9º: “Ninguém será arbitrariamente preso, detido ou exilado.”;
Pacto Internacional sobre os Direitos Civis e Políticos, art.9º: “Todo individuo tem direito à liberdade e à
segurança da sua pessoa. Ninguém pode ser objeto de prisão ou detenção arbitrária. Ninguém pode ser privado da
sua liberdade a não ser por motivo e em conformidade com processos previstos na lei...”.
3 Princípios Básicos sobre a Utilização da Força e de Armas de Fogo pelos Funcionários Responsáveis pela
Aplicação da Lei, Nº5, “C”: “Assegurar a prestação de socorros médicos às pessoas feridas ou afetadas, tão
rapidamente quanto possível”; Código de Conduta para os Encarregados pela Aplicação da Lei, art.6º: “Os
funcionários responsáveis pela aplicação da lei devem assegurar a proteção da saúde das pessoas à sua guarda e,
em especial, devem tomar medidas imediatas para assegurar a prestação de cuidados médicos sempre que tal seja
necessário”.
Continuação da DAO nº 06/CPO-2017 06/16
- Na emergência do hospital, exercer vigilância para que o ferido não fuja, até
que seja entregue à Polícia Civil.
REFERÊNCIAS
MOREIRA, Juceli dos Santos & ABREU, Luis Fernando Silveira. Manual Básico de
Policiamento Ostensivo Atualizado. Porto Alegre; Polost, 2006.
ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS. Código de Conduta para os Funcionários
Responsáveis pela Aplicação da Lei, 1979.
ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS. Declaração Universal dos Direitos
Humanos, 1948.
ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS. Pacto Internacional sobre os Direitos Civis
e Políticos, 1966.
ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS. Princípios Básicos sobre a Utilização da
Força e de Armas de Fogo pelos Funcionários Responsáveis pela Aplicação da Lei,
1990.
POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DE GOIÁS. Manual Básico de Procedimentos
Operacionais Padrão. 2ª ed., 2005.
POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DE SÃO PAULO. M-14-PM. Manual Básico de
Policiamento Ostensivo.