DAO 06 - Policiamento Ostensivo Geral (Revisada)

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Continuação da DAO nº 06/CPO-2017 06/1

SECRETARIA DE SEGURANÇA, DEFESA E CIDADANIA


POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DE RONDÔNIA
COORDENADORIA DE PLANEJAMENTO OPERACIONAL

DIRETRIZ DE AÇÃO OPERACIONAL Nº06/CPO-2017

ASSUNTO: POLICIAMENTO OSTENSIVO GERAL

1. CONSIDERAÇÕES GERAIS

O policiamento ostensivo geral, em sua maior intensidade, manifesta-se pelo


emprego das frações elementares e/ou constituídas, a fim de realizar observação,
reconhecimento ou proteção, atuando sistemática e permanentemente na proteção
do patrimônio público e/ou privado e da integridade do indivíduo, a fim de garantir
respeito aos dispositivos legais que regulam a vida da comunidade.

2. CONCEITO

Tipo de policiamento que objetiva satisfazer as necessidades basilares de


segurança pública, inerentes à coletividade ou a qualquer cidadão individualmente
considerado.
Fundamentalmente, apresenta-se na PMRO pela combinação dos seguintes
processos:
a) Policiamento ostensivo a pé;
b) Policiamento ostensivo motorizado:
- Automóvel;
- Motocicleta;
c) Policiamento ostensivo com embarcação;
d) Policiamento ostensivo com bicicleta;
e) Policiamento ostensivo aéreo
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3. PRINCÍPIOS DO POLICIAMENTO OSTENSIVO

Universalidade
A atividade policial militar se desenvolve para a preservação da ordem pública,
tomada no seu sentido amplo. É natural e até mesmo imposto ao PM, a tendência de
especialização, não podendo tornar-se essa prática um obstáculo à capacidade de
lidar adequadamente com as mais diversas ocorrências. Todo policial militar tem o
dever de adotar medidas ainda que preliminares em qualquer ocorrência para qual
seja acionado. O cometimento de tarefas policiais-militares específicas não desobriga
o PM do atendimento de outras ocorrências, que presencie ou para o qual seja
convocado.

Responsabilidade territorial
A tropa desdobrada no terreno é responsável, perante o escalão imediatamente
superior, pela preservação da ordem pública na circunscrição territorial que lhes
estiver afeta, para execução do policiamento ostensivo. Cabendo a ela, a iniciativa de
todas as providências legais e regulamentares, sempre ajustando os meios que a
Corporação dispõe ao cumprimento da missão naquele espaço territorial considerado .

Continuidade
O policiamento ostensivo sendo uma atividade essencial, de caráter
absolutamente operacional, será exercido diuturnamente. Dando respostas
satisfatórias às necessidades de segurança da comunidade, que deve encontrar
resposta na estrutura organizacional, nas rotinas de serviço e até mesmo na
mentalidade do PM.

Aplicação
O policiamento ostensivo fardado, sendo uma atividade facilmente identificada
pelo uniforme e viatura caracterizada, exige atenção e atuação ativas de seus
executantes, de forma a proporcionar o desestímulo ao cometimento de atos
antissociais, pela atuação preventiva. A omissão, o desinteresse e a apatia são fatores
geradores de descrédito e desconfiança, por parte da comunidade, atentam contra a
segurança dos patrulheiros e revelam falta de preparo individual e de espírito de corpo.
O policial-militar deve procurar estar o mais próximo possível da comunidade onde
serve, sabendo das opiniões, dos problemas, procurando conhecer a população com
a qual está em contato.

Isenção
No exercício profissional, o policial-militar, através de condicionamento
psicológico, atuará sem demonstrar emoções ou concepções pessoais. Não devendo
haver preconceitos quanto à profissão, nível social, religião, raça, opção sexual,
condição econômica ou posição política das partes envolvidas. Cabendo observar
primordialmente a igualdade do cidadão quanto ao gozo de seus direitos e
cumprimento de seus deveres perante à lei, agindo sempre com imparcialidade e
impessoalidade.
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Antecipação
A fim de ser estabelecido e alcançado o espírito preventivo do policiamento
ostensivo, devem ser adotadas táticas e técnicas, destinadas a minimizar a surpresa,
sendo óbice à evolução da criminalidade em consequentemente, caracterizando um
clima de segurança na coletividade.

Objetivo
O policiamento ostensivo tem por objetivo assegurar ou restabelecer a ordem
pública. Alcançado por intermédio do desencadeamento de ações e operações,
integradas ou isoladas, com aspectos particulares definidos.

4. EXECUÇÃO
A escolha de uma variável que se aplique com perfeição e plena eficácia
operacional, deve ser precedida de análise dos fatores que auxiliarão o comandante
da fração a uma decisão precisa na escolha do policiamento.
Alguns fatores devem ser observados, tais como:
- Fatores determinantes: tipicidade, gravidade e incidência de ocorrências
policiais-militares, presumíveis ou existentes.
- Fatores componentes: custos, espaços a serem cobertos; mobilidade;
possibilidade de contato direto, objetivando conhecimento do local de atuação
e relacionamento, autonomia, facilidade de fiscalização e controle, flexibilidade,
proteção ao PM.
- Fatores condicionantes: local de atuação; características físicas e
psicossociais, clima, dia da semana, horário, disponibilidade de recursos.
A seguinte tabela, visa auxiliar o comandante da fração nessa escolha:
A pé Automóvel Motocicleta Bicicleta
Espaços a serem cobertos Mn Mx Gr Pe
Mobilidade Mn Mx Gr Pe
Conhecimento local Mx Mn Pe Md
Relacionamento Mx Mn Pe Gr
Autonomia Mn Gr Gr Pe
Fiscalização Mn Gr Gr Pe
Flexibilidade Mx Mn Pe Gr
Proteção ao PM Mn Gr Md Pe
Legenda:
Mx – Máximo Md – Médio Mn - Mínimo
Ge – Grande Pe – Pequeno
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4.1. Policiamento ostensivo a pé


a) Em áreas urbanas, é empregado em postos situados:
- Em logradouros públicos, onde a presença de pedestres é maciça ou a
demanda demográfica elevada;
- Particularmente onde o trânsito de veículos é proibido;
- Em zonas de grande concentração comercial;
- Na cobertura a eventos de diversão pública.
b) O turno de serviço será de, no máximo, 06 (seis) horas;
c) Cada patrulha será constituída por 02 (dois) PPMM, no mínimo;
d) A modalidade patrulhamento será executada em postos estabelecidos de
acordo com o índice de ocorrências (quantidade) e a incidência (dia, horário, local e
tipo), fatores que irão determinar, ainda, a prioridade de cobertura;
e) A modalidade permanência será executada em locais de risco, tais como:
- Local interditado em cumprimento de mandado judicial;
- Locais de crime, visando sua preservação até a chegada da Polícia Civil,
quando for o caso;
- Confluências de vias para controle de fluxo de veículos;
- Outros locais que forem determinados pelo escalão superior.
f) Os componentes de uma patrulha a pé, em dupla, devem andar juntos;
g) Cada componente de patrulha deve ter constantemente em vista o seu
companheiro, objetivando a segurança e o mútuo apoio em ocorrências;
h) No caso de utilização de sanitários, um dos PM deverá permanecer atento
ao espaço físico que estão policiando, postado em local que possa ser visto pelos
transeuntes;
i) Evita-se a reunião de patrulhas e/ou patrulheiros na via pública ou junto à
vtr, exceto sob o comando do responsável pelo policiamento, quando da distribuição
ou recolhimento do policiamento;

4.2. Policiamento ostensivo motorizado

Apresenta-se pela utilização de:


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4.2.1. Automóvel (radiopatrulha)


a) Patrulha motorizada que utiliza armamento, equipamento e vtr com
especificações adequadas, dotadas de comunicação-rádio e ligada a uma
central de operações que ofereça apoio, coordenação e suporte de dados
sistematizados;
b) A patrulha motorizada será constituída, no Estado de Rondônia, em regra, por
comandante, motorista e patrulheiro. É recomendável que as patrulhas
apresentem sempre um graduado como cmt (Sgt ou Cb);
c) O primeiro policial é o comandante, responsável pela coordenação e controle
de sua guarnição, cabendo a ele toda iniciativa para resolução de ocorrências,
bem como a escrituração da documentação, anotações e relatórios, sendo
auxiliado pelo 2º policial e/ou 3º policial;
d) A área de patrulhamento do primeiro policial é a parte frontal da vtr, lateral
direita e retaguarda pelo espelho retrovisor direito; é o encarregado das
comunicações via rádio e com terceiros, quando nas abordagens;
e) O segundo policial é o motorista da guarnição, responsável pela viatura, sua
manutenção, limpeza, condução e segurança;
f) A área de patrulhamento do segundo policial é a parte frontal da vtr, e a
retaguarda pelo espelho retrovisor esquerdo, além da lateral esquerda;
g) O terceiro policial é responsável pelo equipamento e armamento da vtr. Quando
desembarcado, é o segurança do comandante da guarnição; quando em
patrulhamento é o segurança do motorista;
h) A área de patrulhamento do 3º policial é pela parte lateral esquerda e
retaguarda. Quando a viatura for de camburão fechado, deverá permanecer
com o rosto voltado para o lado esquerdo;
i) O regime de trabalho, a princípio, é de 12x 24 (diurnas), 12x72 horas
(noturnas), podendo variar conforme as regras contidas no Plano de
Policiamento do Estado;
j) Cada vtr de radiopatrulha deve contar com material próprio para isolamento de
local de crime, além de luvas descartáveis, para o socorro de vítimas, corda,
lanterna e lona para cobrir vítimas fatais 1.

1. Consta dos comentários ao artigo 8º do Código de Conduta para os Funcionários Responsáveis pela Aplicação
da Lei: “Os funcionários responsáveis pela aplicação da lei que cumpram as disposições deste Código merecem o
respeito, o total apoio e a colaboração da comunidade em que exercem as suas funções, do organismo de aplicação
da lei no qual servem e dos demais funcionários responsáveis pela aplicação da lei.”
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k) É empregada em espaços físicos urbanos e rurais:


- Realizando patrulhamento e permanência em zonas comerciais, residenciais e
em logradouros públicos;
- Cobrindo locais de risco;
- Atuando em eventos especiais;
- Realizando escoltas e diligências.
l) Na modalidade patrulhamento deve ser observado o seguinte:
- Baixa velocidade e atitude expectante dos patrulheiros, observando o
cumprimento das regras de trânsito para trafegar ou para estacionar, o que
transmitirá confiança ao público;
- A sirene somente deverá ser utilizada em casos de emergência, para que seja
obtida prioridade de trânsito, evitando-se a vulgarização de recurso, o que
levará ao descrédito e, consequentemente, a desmoralização;
- Não se justifica em zonas despovoadas ou em lugares que não configurem
local de risco;
- A atitude, compondo a apresentação pessoal e a correção de maneiras no
encaminhamento de qualquer ocorrência, influi decisivamente na confiabilidade
do público em relação à Corporação e mantém elevado o posicionamento do
PM, facilitando-lhe, em consequência, o desempenho operacional.
m) O policiamento motorizado, modalidade permanência, observará o seguinte:
- A viatura deverá estar estacionada de forma que, havendo necessidade de
deslocamento, poder-se-á fazê-lo em qualquer direção de saída sem realizar
manobras;
- A patrulha se manterá em vigilância visual sobre a circunvizinhança, atenta à
comunicação com o Centro de Operações;
- Será permitido aos patrulheiros saírem da vtr num raio aproximado de 20 (vinte)
metros, porém, não poderão manter outra atividade que os distraia da vigilância
e atenção à comunicação rádio, nem poderão deixar armas dentro do veículo.
n) São consideradas condutas obrigatórias dos patrulheiros durante o
atendimento de qualquer ocorrência ou pedido de auxílio policial:
- Comunicar ao Centro de Operações o fato, com solicitação para o
deslocamento ou interrupção do patrulhamento (quando a comunicação não
partir do Centro de Operações);
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- Traçar o melhor itinerário para o local da ocorrência, evitando


congestionamentos e pistas em más condições de conservação;
- Utilizar velocidade compatível com a via e com a segurança do trânsito. O
objetivo dos policiais é chegar ao local no menor tempo possível, com
segurança. A velocidade compatível leva em conta a fluidez do trânsito, as
condições climáticas, a características da via, etc. A guarnição não deve
exceder o limite de velocidade máxima para a via ou cometer outras infrações
de trânsito;
- Manter aceso o dispositivo de luz intermitente durante todo o percurso à noite.
Se houver urgência, a sirene também deve ser acionada. Situação de
urgência é aquela em que há risco iminente à vida ou à integridade física.
- Comunicar ao Centro de Operações a chegada ao local da ocorrência e em
rápidas palavras relatar a situação encontrada;
- Estacionar a vtr em local seguro e visível e, se necessário, com sinalização.
Local seguro é aquele visível a todos e que propicia a rápida retirada da
guarnição, se necessário;
- Os policiais devem descer da vtr equipados em condições de imediata defesa;
- Preocupar-se, prioritariamente, em atender possíveis vítimas;
- Utilizar as algemas conforme as normas, nos casos de reconhecida
necessidade;
- Comunicar ao Centro de Operações a solução e as medidas tomadas;
- Conduzir vítimas, testemunhas e os presos imediatamente à delegacia de
Polícia e, junto com os objetos e pertences dos últimos entregá-los ao
funcionário da Polícia Judiciária, mediante BOP, discriminando os objetos
apreendidos e estado físico aparente do preso;
o) As guarnições de serviço de radiopatrulha classificam-se, quanto à quantidade
de policiais militares, em:
- Guarnição do tipo A: 02 (dois) Policiais Militares (Cmt e Mot);
- Guarnição do tipo B: 03 (três) Policiais Militares (Cmt, Mot e Ptr);
- Guarnição do tipo C: 04 (quatro) Policiais Militares (Cmt, Mot, Ptr , Ptr1 e Ptr2);
Em nosso Estado, geralmente não se utiliza a guarnição do tipo “C” no
serviço ordinário, salvo na hipótese de patrulha reforço. A Gu tipo “C” também pode
ser empregada nas operações policiais militares e nas guarnições especiais. A
Continuação da DAO nº 06/CPO-2017 06/8

guarnição padrão para o serviço de radiopatrulha deverá ser do tipo “B”. O emprego
da guarnição tipo “A” dependerá das peculiaridades locais de cada UOP.

4.2.2. Motocicleta
O policiamento motorizado com motocicleta será empregado nas modalidades
patrulhamento ou permanência, com observância das técnicas doutrinárias próprias,
bem como das regras anteriormente expostas para o policiamento ostensivo em
automóvel, quando pertinentes.
As motocicletas serão empregadas:
- Como unidades de patrulha, em cobertura aos demais processos de
policiamento, em vista da flexibilidade e sua extrema mobilidade;
- Em princípio, durante o período diurno, em vias pavimentadas e que ofereçam
condições de segurança. Não convém serem empregados em condições
climáticas adversas (chuva, cerração, neblina, vento excessivo etc.);
- Em praças, jardins, colégios, parques, e mesmo em cruzamentos que
necessitam ser controlados com PCTRAN, bem como em conglomerados
residenciais;
- Como unidades isoladas com postos determinados.
Detalhes relativos à postura dos motociclistas, funções de cada um e
formação das guarnições serão definidas pelos CMTs das OPMs, segundo a doutrina
específica. No que for pertinente, as normas válidas para o patrulhamento com
automóvel serão observadas.

4.3. Policiamento ostensivo com bicicleta


O uso de bicicleta no policiamento ostensivo obedece às mesmas prescrições
para o policiamento a pé, observadas as técnicas próprias. Atua em postos de maior
extensão, normalmente em terrenos pouco acidentados. A fração elementar é
constituída de 2 (dois) policiais militares, no mínimo.
É desaconselhável seu emprego em condições climáticas adversas (chuva,
granizo, etc.) e em locais onde o fluxo de veículos motorizados é intenso, desde que
não existam pistas especiais (ciclovias).
Continuação da DAO nº 06/CPO-2017 06/9

4.4. Policiamento com embarcações

É empregado:
a) Em vias aquáteis e tem as missões previstas para o policiamento a pé;
b) No espaço físico atribuído a sua responsabilidade, coopera com o policiamento
ambiental, preservando a fauna, a flora e as extensões d’água;
c) Na disciplina e balizamento das extensões d’água;
d) Em operações conjuntas com órgãos afins e em apoio as operações terrestres;
e) No apoio à população ribeirinha, em calamidades públicas ou emergência.
As embarcações devem satisfazer necessidades de segurança,
estabilidade, velocidade em deslocamentos e manobras, abordar ou atracar sob as
mais variadas condições. Toda embarcação policial militar deverá ser inscrita na
capitania, delegacia ou agência da Marinha do Brasil, de acordo com o regulamento
para o tráfego marítimo, e deverá sofrer inspeção anual pela autoridade naval, para a
verificação das condições de segurança exigidas.
A embarcação deve ser equipada com rádio, bússola, binóculo, âncora,
choque-sonda, remo, cabo, coletes salva-vidas, extintor de incêndio, apito ou sirene,
material de pronto socorro e aparelho GPS (global positioning system – sistema de
posicionamento global), corda, maleta de ferramentas.
Na observação continuada, a patrulha detectará os fatos possíveis de
averiguação ocorridos no seu serviço, tomando as providências cabíveis e informando
ao escalão imediato superior, se julgado conveniente.
Cooperando com a proteção a proteção ao meio ambiente, a guarnição
fluvial:
a) Fará levantamento de animais mortos (espécie e quantidade), verificando as
possíveis causas, pela análise de indícios (armadilha, tiro, envenenamento,
etc.). Especial atenção será dada às espécies em extinção. Se possível,
coletará amostras de pescado acondicionado em recipiente com gelo para
posterior análise.
Os locais habitualmente frequentados por caçadores e pescadores devem
ser constantemente inspecionados, identificados seus usuários e examinados os
equipamentos e as peças abatidas e/ou capturadas. Tomar as providências cabíveis
ao se constatar que a legislação, federal ou estadual, está sendo infringida;
Continuação da DAO nº 06/CPO-2017 06/10

b) Prevenirá e coibirá os desmates, queimadas e outros danos causados por ação


ilegal, principalmente nas áreas de mata ciliar;
c) Observará indícios de poluição em mananciais hídricos, tais como manchas,
cheiro e coloração da água, peixes mortos e outros sintomas. A anormalidade
e sua possível origem devem ser comunicadas ao escalão superior com
brevidade.
d) Efetuará trabalho educativo junto às populações ribeirinhas no tocante à
educação ambiental na preservação dos mananciais, ictiofauna e flora, bem
como ressaltar a importância destes para a vida.
A patrulha deve manter-se sempre em condições de realizar ações de
emergência, pois uma ação rápida pode salvar vidas e bens e evitar ferimentos e
pânicos, por ocasião de incêndios, enchentes, explosões, desmoronamentos, quedas
de pontes, vendavais e naufrágios. A ação adequada no salvamento de vidas, na
evacuação de ilhados, na prestação de primeiros socorros e na proteção dos bens em
localidades evacuadas sujeitas à ação de aproveitadores e saqueadores, são as
primeiras providencias a serem tomadas.
O policiamento de balneários é feito com as finalidades de:
a) Patrulhar as áreas demarcadas para o local de banho;
b) Orientar os banhistas que tenham ultrapassado a área demarcada para banho
para que retornem sob pena de incorrerem em crime de desobediência,
c) Encaminhar à autoridade competente os banhistas que tenham ultrapassado a
área demarcada, pondo em risco a própria vida, e os que apresentarem
sintomas de embriaguez, uso de entorpecentes ou euforizantes;
d) Prestar socorro imediato em caso de afogamento, aplicando os primeiros
socorros e removendo a vítima para local adequado;
e) Auxiliar nas buscas iniciais para localização de pessoas afogadas;
f) Efetuar a prisão de infratores nos casos de condução perigosa de embarcação
que ponha em risco a segurança de banhistas e encaminha-los à autoridade
competente.
A guarnição deverá prestar auxílio às comunidades e ao público localizado
às margens das vias aquáteis, realizando o transporte de doentes e feridos, de
médicos, de parteiras e outros considerados de urgência.
Continuação da DAO nº 06/CPO-2017 06/11

A patrulha desembarcada atuará como o faz no processo a pé. Junto à


embarcação, fundeada ou atracada, deverá permanecer um patrulheiro em condições
de manter a escuta permanente do rádio e a guarda do material e equipamento.
Quando necessária à condução de infratores na embarcação, deve-se
atentar para o uso de equipamento de segurança, bem como o posicionamento do
mesmo na embarcação, para que não ofereça risco aos componentes da patrulha.
Deve-se evitar o uso de algemas quando embarcado, salvo se estritamente
necessário.
Os materiais encontrados e/ou apreendidos por infração administrativa, no
transcorrer da operação fluvial, deverão ser conduzidos, quando possível, até uma
unidade terrestre (sede do quartel) para a entrega dos mesmos mediante termo de
apreensão e depósito;

4.5. Policiamento aéreo


Diretriz específica será elaborada quando da ativação deste processo de
policiamento na PMRO.

4.6. Aspectos relevantes na execução do policiamento ostensivo


a) A principal preocupação do PM na execução do policiamento ostensivo geral
deve ser “o que ver” e “onde e como atuar”, percebendo a diferença entre o
cidadão honesto e o suspeito, empregando adequadamente os meios
disponíveis, atuando dentro da lei, granjeando respeito e a confiança da
população, tornando-se, em consequência, parte integrante e atuante da
sociedade, responsável pela sua segurança;
b) O PM deve ser um profissional desencorajador àquele ou aqueles que tenham
em mente a perpetração de ilícito penal ou mesmo de um ato antissocial. Esta
ação inibidora será resultante de sua atitude, de sua maneira de agir, de seu
aspecto pessoal. O PM deve ser observador e estar atento a tudo que ocorre a
seu redor, percebendo a diferença de comportamento de indivíduos e eventuais
mudanças de procedimentos das pessoas, características típicas de que ali há
algo para ser verificado;
c) Situações que merecem verificação, consideradas atitudes suspeitas, por
consistirem em comportamento anormal ou incompatível para determinados
horários e ambientes:
Continuação da DAO nº 06/CPO-2017 06/12

- Indivíduos que, ao ver o PM, alteram o comportamento, disfarçando, mudando


de rumo, largando algum objeto, correndo ou demonstrando de alguma forma
preocupação com a chegada do PM;
- Pessoas aflitas ou nervosas sem motivo aparente ou adultos segurando
crianças que choram, pedindo o pai ou a mãe (pode ser sequestro). Crianças
pequenas vagando em lugares públicos ou ermos podem estar perdidas;
- Indivíduo cansado, suado por correr, sujo de lama ou sangue (pode estar
fugindo da polícia ou de local de crime);
- Indivíduo parado ou veículo parado muito tempo, próximo à estabelecimento
de ensino (pode ser traficante). Vendedores ambulantes (carrinho de pipoca,
sorvete, etc.) também devem ser objeto de atenção;
- Indivíduo carregando sacos ou objetos como eletrodomésticos, picareta, pé-
de-cabra, macaco de automóvel (pode ser “arrombador” que já agiu ou vai agir);
- Indivíduo com odor característico de tóxico (pode ser portador de droga);
- Indivíduo parado muito tempo nas proximidades de estabelecimento comercial
ou bancário;
- Indivíduo agachado, dentro ou ao lado do veículo parado ou estacionado (pode
estar se escondendo, fazendo ligação direta ou furtando aparelho de som, etc.);
- Grupo de pessoas paradas em local ermo, mal iluminado ou mal frequentado
(podem ser traficantes ou suspeitos);
- Indivíduo ou veículo que passa várias vezes pelo mesmo local (pode ser
suspeito esperando a hora de agir);
- Indivíduo ou veículo que foge à aproximação do PM;
- Estabelecimento comercial com a porta semi aberta (pode estar havendo um
ilícito penal no seu interior);
- Janelas ou portas abertas em residências ou estabelecimento comercial,
especialmente no período noturno (pode haver suspeito no seu interior);
- Veículo que passa em alta velocidade, com ocupantes apavorados ou
empunhando armas (podem estar fugindo da polícia ou de local de crime);
- Carro estacionado, com motorista no volante ou outras pessoas dentro, parado
há muito tempo no mesmo local (podem ser suspeitos, esperando a hora de
agir);
Continuação da DAO nº 06/CPO-2017 06/13

- Veículo parado, mal estacionado, luzes acesas, portas abertas, chaves no


contato (pode ser carro roubado ou ocupado por suspeitos em fuga ou
cometendo ilícito penal por perto);
- Veículo em movimento que procure chamar a atenção do PM através de sinais,
como luz, buzina, freadas, etc. (alguém pode estar precisando de ajuda);
- Ruídos que quebram a rotina como gritos, explosão, disparo de arma de fogo,
etc. (alguém pode estar precisando de ajuda);
- Veículo velho com placa nova, veículo com placa dianteira diferente da traseira,
veículo com lataria amassada ou vidros estilhaçados, veículo com marcas de
bala na lataria (pode ser roubado);
- Pessoa que desvia o olhar ou o seu itinerário, bruscamente, quando reconhece
ou avista um policial;
- Uso de vestes incompatíveis com o clima, possibilitando porte ilegal de armas
ou objetos ilegais;
- Indivíduo estranho, excessivamente atencioso e carinhoso com crianças nas
ruas;
d) Em qualquer situação suspeita, em princípio, o PM só deve atuar se estiver
com superioridade numérica e de poder de fogo. Não preenchendo essas duas
condições, deverá solicitar reforço;
e) Onde e como atuar
- Em princípio, não sair dos limites da jurisdição de sua atuação. Preocupar-se
em cumprir o seu papel. Auxiliar seus companheiros, quando solicitado;
- Trabalhar em conjunto. Ninguém obtém resultados satisfatórios sozinho;
- Conhecer a fundo a área de atuação (rotina, moradores, comerciantes, vias de
acesso, locais mal frequentados, suspeitos e seus pontos de reunião, etc.);
- Manter bom relacionamento com a comunidade que lhe prestará informações
e lhe dará ajuda em caso de necessidade;
- Não se envolver emocionalmente na ocorrência, não tomar partido,
permanecer sereno, mesmo diante de fatos extremamente chocantes.
Portanto, o PM deve evitar o atendimento pessoal de ocorrência que envolva
seus familiares.
f) Relações com a comunidade e imprensa
- Auxiliar crianças, pessoas, idosas e deficientes físicos a atravessarem ruas,
parando a viatura para isso, se necessário;
Continuação da DAO nº 06/CPO-2017 06/14

- Prestar informações solicitadas pelas pessoas. Ser atencioso. Recorrer a


colegas ou mesmo a civis, se for preciso, para solucionar o problema;
- Auxiliar pessoas em dificuldades em locais ermos, mal iluminados ou em
horários impróprios (Ex.: veículo, com família dentro, com pneu furado ou
problemas mecânicos);
- Socorrer pessoas acidentadas ou vítimas de mal súbito;
- Atender à imprensa, se solicitado, educadamente, fornecendo dados objetivos
que se resumam à ocorrência em questão.
g) Procedimentos durante o patrulhamento
- Encontrando alguma situação considerada suspeita, não titubear e verificá-la,
observando os princípios de segurança individual;
- Evitar rotina no trajeto de patrulhamento;
- Com viatura, respeitar rigorosamente todas as regras de trânsito;
- Adequar a velocidade da viatura ao local, de forma a poder perceber tudo o que
ocorre em seu redor, sem interromper o fluxo de tráfego;
- Quem dirige a viatura é, além de motorista, um integrante da guarnição,
também atento para perceber situações suspeitas e entrar imediatamente em
ação;
- Nas paradas, manter-se atento ao fluxo de trânsito e de pedestres a sua volta,
(ao contrário do que ocorre), pois a guarnição poderá ser alvo de agressão a
qualquer momento;
- Nas paradas, deixar um espaço de aproximadamente 05 metros do veículo à
frente, pois essa providência, caso necessário, facilita a saída imediata;
- Evitar deslocar-se imediatamente atrás de veículos grandes, como carretas,
caminhões-baú, ônibus, vans, etc., possibilitando melhor e maior amplitude
visual;
- Desconfiar, em princípio, de informações recebidas por terceiros. Identificar o
informante e verificar a veracidade da informação antes de agir, evitando
possíveis “armadilhas” ou o cometimento de injustiças;
- Em locais de grande público, colocar-se sempre próximo e de costas para a
parede, com ampla visão sobre a entrada e o anterior do local;
- O Cmt da guarnição deve prever, sempre que a vtr for estacionada, um PM
para fazer a segurança dos demais, ficando fora da viatura, de costas
Continuação da DAO nº 06/CPO-2017 06/15

protegidas, atento ao movimento das proximidades (pessoas e veículos) e


atento ao rádio;
- Só conduzir a DP indivíduos presos em flagrante delito ou em virtude de
mandado judicial2. A falta de documentos não constitui ilícito penal, mas sim a
recusa de fornecer dados sobre a própria identidade, profissão e domicílio.
Caberá ao PM confirmar, se entender como falsos, os dados fornecidos pela
pessoa sobre a própria identificação.
h) Socorro a suspeitos:
- Socorrer feridos será prioridade em qualquer ocorrência3 .
- Fazer busca preliminar no ferido, rapidamente, com o objetivo de preservar a
segurança da guarnição;
- No caso específico de suspeitos, algemar os que estiverem conscientes,
quando necessário;
- O socorro, em princípio, deve ser feito na viatura de radiopatrulha, mantendo-
se a guarnição atenta aos feridos durante o deslocamento, evitando possíveis
surpresas; no socorro, a viatura deve ter pelo menos dois PPMM. Há casos em
que o socorro deverá ser prestado necessariamente por ambulância (onde
houver disponibilidade), dada à possibilidade de o socorro em radiopatrulha
agravar o estado do ferido.
- Caso o socorro seja feito por terceiros, cuidar para que estejam em número
superior ao de feridos; anotar os dados do veículo e do condutor para constar
do histórico do BOP. Em caso de recusa dos terceiros e na impossibilidade de
prendê-los, anotar, se possível, dados pessoais ou do veículo, para posteriores
providências;
- Todos esses procedimentos não devem retardar, mais que o necessário, o
socorro;

2 Declaração Universal dos Direitos Humanos, art. 9º: “Ninguém será arbitrariamente preso, detido ou exilado.”;

Pacto Internacional sobre os Direitos Civis e Políticos, art.9º: “Todo individuo tem direito à liberdade e à
segurança da sua pessoa. Ninguém pode ser objeto de prisão ou detenção arbitrária. Ninguém pode ser privado da
sua liberdade a não ser por motivo e em conformidade com processos previstos na lei...”.
3 Princípios Básicos sobre a Utilização da Força e de Armas de Fogo pelos Funcionários Responsáveis pela
Aplicação da Lei, Nº5, “C”: “Assegurar a prestação de socorros médicos às pessoas feridas ou afetadas, tão
rapidamente quanto possível”; Código de Conduta para os Encarregados pela Aplicação da Lei, art.6º: “Os
funcionários responsáveis pela aplicação da lei devem assegurar a proteção da saúde das pessoas à sua guarda e,
em especial, devem tomar medidas imediatas para assegurar a prestação de cuidados médicos sempre que tal seja
necessário”.
Continuação da DAO nº 06/CPO-2017 06/16

- Na emergência do hospital, exercer vigilância para que o ferido não fuja, até
que seja entregue à Polícia Civil.

4.7. Emprego de cães


Os cães poderão ser empregados nas seguintes missões:
I- Policiamento ostensivo a pé e motorizado;
II - Operações de busca, resgate e salvamento;
III - Demonstrações de cunho educacional ou recreativo;
IV - Policiamento em praças desportivas;
V - Controle de distúrbios civis;
VI - Controle de rebeliões ou fuga de presos;
VII - Formaturas e desfiles de caráter cívico-militar;
VIII - Detecção de entorpecentes.
Os cães poderão ser empregados em outras missões para as quais estejam
treinados, desde que sejam relacionadas com as atividades da Corporação.
Somente poderão conduzir cães da Corporação em atividades operacionais
os policiais militares que possuírem curso ou estágio de cinofilia.

4.8. Emprego de vídeo monitoramento

Modalidade – atividade estática ou móvel de fiscalização através de


câmeras.
O vídeo monitoramento consiste na captura de imagens através de
câmeras digitais conectadas em rede com IP, ligadas a uma Central de Controle, que
permite a visualização, gerenciamento e gravação em tempo real de imagens de alta
definição, sob as mais diversas condições ambientais.
O vídeo monitoramento pode ser realizado de várias formas, como: VANT;
DRONE; Câmeras digitais em locais fixos; câmeras digitais móveis; câmeras
instaladas em balões; Centrais móveis de vídeo monitoramento; entre outras.
Continuação da DAO nº 06/CPO-2017 06/17

REFERÊNCIAS
MOREIRA, Juceli dos Santos & ABREU, Luis Fernando Silveira. Manual Básico de
Policiamento Ostensivo Atualizado. Porto Alegre; Polost, 2006.
ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS. Código de Conduta para os Funcionários
Responsáveis pela Aplicação da Lei, 1979.
ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS. Declaração Universal dos Direitos
Humanos, 1948.
ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS. Pacto Internacional sobre os Direitos Civis
e Políticos, 1966.
ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS. Princípios Básicos sobre a Utilização da
Força e de Armas de Fogo pelos Funcionários Responsáveis pela Aplicação da Lei,
1990.
POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DE GOIÁS. Manual Básico de Procedimentos
Operacionais Padrão. 2ª ed., 2005.
POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DE SÃO PAULO. M-14-PM. Manual Básico de
Policiamento Ostensivo.

ÊNEDY DIAS DE ARAÚJO - CEL PM


Comandante Geral PMRO

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