ATIVIDADES DE INTERPRETAÇÃO Hugo I
ATIVIDADES DE INTERPRETAÇÃO Hugo I
ATIVIDADES DE INTERPRETAÇÃO Hugo I
TEXTO I:
(José Ramos-Horta,
na Folha de São Paulo, 21/10/96). TEXTO IV:
11) Só não caracteriza os homens do Itamaraty: Se essa ainda é a situação de Portugal e
a) o pragmatismo era, até bem pouco, a do Brasil, havemos de
b) a falta de sensibilidade convir em que no Brasil-colônia, essencialmente
c) a luta contra a ditadura rural, com a ojeriza que lhe notaram os nossos
d) a tranquilidade da vida historiadores pela vida das cidades - simples
e) as raízes na elite do Brasil pontos de comércio ou de festividades religiosas
-, estas não podiam exercer maior influência
12) A palavra que não se liga semanticamente sobre a evolução da língua falada, que, sem
aos homens do Itamaraty é: nenhum controle normativo, por séculos “voou
a) o segundo que. com as suas próprias asas”.
b) tiveram.
c) vêm. (Celso Cunha, in A Língua
d) eles. Portuguesa e a Realidade Brasileira)
e) o terceiro que.
17) Segundo o texto, os historiadores:
13) Pelo visto, o autor gostaria de que os homens a) tinham ojeriza pelo Brasil-colônia.
do Itamaraty tivessem mais: b) consideram as cidades do Brasil-colônia como
a) inteligência simples pontos de comércio ou de festividades
religiosas. TEXTO V:
c) consideram o Brasil-colônia essencialmente
rural. Ainda falta um bom tempo para a
d) observaram a ojeriza que a vida nas cidades aposentadoria da maior parte deles, mas a
causava. Andrade Gutierrez já tem pronto um estudo sobre
e) consideram o campo mais importante que as a sucessão de 20 de seus principais executivos,
cidades. quase todos na faixa entre 58 e 62 anos. Seus
substitutos serão escolhidos entre 200
18) Para o autor: integrantes de um time de aspirantes. Eduardo
a) as festas religiosas têm importância para a Andrade, o atual superintendente, que já integra
evolução da língua falada. o conselho de administração da empreiteira
b) No Brasil-colônia, havia a prevalência da vida mineira, deverá ir se afastando aos poucos do
do campo sobre a das cidades. dia-a-dia dos negócios. Para os outros
c) a evolução da língua falada dependia em parte executivos, que deverão ser aproveitados como
dos pontos de comércio. consultores, a aposentadoria chegará a médio
d) a evolução da língua falada independe da prazo.
condição de Brasil colônia.
e) a situação do Brasil na época impedia a
evolução da língua falada. (José Maria Furtado, na Exame, dez./99).
19) A palavra “ojeriza” significa, no texto: 22) Se começarmos o primeiro período do texto
a) medo por “A Andrade Gutierrez já tem pronto...”,
b) admiração teremos, como sequência coesa e coerente:
c) aversão a) visto que ainda falta um bom tempo para a
d) dificuldade aposentadoria da maior parte deles.
e) angústia b) por ainda faltar um bom tempo para a
aposentadoria da maior parte deles.
20) A língua falada “voou com as suas próprias c) se ainda faltar um bom tempo para a
asas” porque: aposentadoria da maior parte deles.
a) as cidades eram pontos de festividades d) embora ainda falte um bom tempo para a
religiosas. aposentadoria da maior parte deles.
b) o Brasil se distanciava linguisticamente de e) à medida que ainda falta um bom tempo para
Portugal. a aposentadoria da maior parte deles.
c) faltavam universidades nos centros urbanos.
d) não se seguiam normas linguísticas. 23) Segundo o texto:
e) durante séculos, o controle normativo foi a) 20 grandes executivos da empresa se
relaxado, por ser o Brasil uma colônia aposentarão a médio prazo.
portuguesa. b) 20 grandes executivos da empresa acham-se
na faixa entre 58 e 62 anos.
21) Segundo o texto, a população do Brasil- c) nenhum dos 20 grandes executivos se
colônia: aposentará a curto prazo.
a) à vida do campo preferia a da cidade. d) Eduardo Andrade é um executivo na faixa dos
b) à vida da cidade preferia a do campo. 58 a 62 anos.
c) não tinha preferência quanto à vida do campo e) a empresa vai substituir seus vinte principais
ou à da cidade. executivos a curto e médio prazos.
d) preferia a vida em Portugal, mas procurava
adaptar-se à situação. 24) A empresa, no que toca à aposentadoria de
e) preferia a vida no Brasil, fosse na cidade ou no seus executivos, mostra-se:
campo. a) precipitada
b) cautelosa
c) previdente
d) rígida
e) inflexível
TEXTO VI:
Primeiro foi um gigante adormecido (“em berço esplêndido”), que um dia iria acordar e botar pra quebrar.
Depois tornou-se o país do futuro, um futuro de riqueza, justiça social e bem-aventurança.
Eram tempos, aqueles, de postergar tudo o que não podia ser realizado no presente. A dureza do regime
militar deixava poucas brechas para que se ousasse fazer alguma coisa que não fosse aquilo já previsto,
planejado, ordenado pelos generais no poder.
Só restava então aguardar o futuro, que nunca chegava (mais uma vez vale lembrar: foram 21 anos de
regime autoritário).
O pior é que, mesmo depois de redemocratizado o país, a coisa continuou e continua meio encalacrada,
com muitos sonhos tendo de ser adiados a cada dia, a cada nova dificuldade. Com a globalização, temos
que encarar (e temer) até as crises que ocorrem do outro lado do mundo. Todavia há que se aguardar o
futuro com otimismo, e alguma razão para isso existe.
Dados de uma pesquisa elaborada pela Secretaria de Planejamento do governo de São Paulo revelam
que o Brasil chegará ao próximo século, que está logo ali na esquina, com o maior contingente de jovens
de sua história.
Conforme os dados da pesquisa, somente na faixa dos 20 aos 24 anos serão quase 16 milhões de
indivíduos no ano 2000.
Com esses dados, o usual seria prever o agravamento da situação do mercado de trabalho, já tão difícil
para essa faixa de idade, e de problemas como a criminalidade em geral e o tráfico e o uso de drogas em
particular.
Mas por que não inverter a mão e acreditar, ainda que forçando um pouco a barra, que essa massa de
novas cabeças pensantes simboliza a chegada do tal futuro? Quem sabe sairá do acúmulo de energia
renovada dessa geração a solução de problemas que apenas se perpetuaram no fracasso das anteriores?
Nada mal começar um milênio novinho em folha com o viço, a ousadia e o otimismo dos que têm 20 anos.
As recentes revelações das restrições impostas, há mais de meio século, à imigração de negros, judeus e
asiáticos durante os governos de Dutra e Vargas chocaram os brasileiros amantes da democracia. Foram
atos injustos, cometidos contra estes segmentos do povo brasileiro que tanto contribuíram para o
engrandecimento de nossa nação.
Já no Brasil atual, a imigração de estrangeiros parece liberalizada e imune às manchas do passado,
enquanto que no continente europeu marcha-se a passos largos na direção de conflitos raciais onde a
marca principal é o ódio dos radicais de direita aos imigrantes.
Na Europa, a história se repete com o mesmo enredo centenário: imigrantes são bem-vindos para reforçar
a mão-de-obra local em momentos de reconstrução nacional ou de forte expansão econômica; após anos
de dedicação e engajamento à vida local, começam a ser alvo da violência e da segregação. (O Globo,
13/7/01)
O PARTO E O TAPETE
RIO DE JANEIRO - Big nem era minha, era de um cunhado. Naquele tempo eu ainda não gostava de
cachorros, pagando por isso um preço que até hoje me maltrata. Mas, como ia dizendo, Big não era
minha, mas estava para ter ninhada, e meu cunhado viajara.
De repente, Big procurou um canto e entrou naquilo que os entendidos chamam de ''trabalho de parto''.
Alertado pela cozinheira, que entendia mais do assunto, telefonei para o veterinário que era amigo do
cunhado. Não o encontrei. Tive de apelar para uma emergência, expliquei a situação, 15 minutos depois
veio um veterinário. Examinou Big, achou tudo bem, pediu um tapete.
Providenciei um, que já estava desativado, tivera alguma nobreza, agora estava puído e desbotado. O
veterinário deitou Big em cima, pediu uma cadeira e um café. Duas horas se passaram, Big teve nove
filhotes e o veterinário me cobrou 90 mil cruzeiros, eram cruzeiros naquela época, e dez mil por filhote.
Valiam mais - tive de admitir.
No dia seguinte, com a volta do cunhado, chamou-se o veterinário oficial. Quis informações sobre o colega
que me atendera. Contei que ele se limitara a pedir um tapete e pusera Big em cima. Depois pedira um
café e uma cadeira, cobrando-me 90 mil cruzeiros pelo trabalho.
O veterinário limitou-se a comentar: ''Ótimo! Você teve sorte, chamou um bom profissional!''. Como? A
ciência que cuida do parto dos animais se limita a colocar um tapete em baixo?
''Exatamente. Se tivesse me encontrado, eu faria o mesmo e cobraria mais caro, moro longe''.
Nem sei por que estou contando isso. Acho que tem alguma coisa a ver com a sucessão presidencial.
Muitas especulações, um parto complicado, que requer veterinários e curiosos. Todos darão palpites,
todos se esbofarão para colocar o tapete providencial que receberá o candidato ungido, que nascerá por
circunstâncias que ninguém domina.
E todos cobrarão caro.