O Sistema Educacional Brasileiro No Mundo Globalizado

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O SISTEMA EDUCACIONAL BRASILEIRO NO MUNDO GLOBALIZADO

&9679; DALMO DANTAS GOUVEIA

EIXO TEMÁTICO: EDUCAÇÃO, SOCIEDADE E PRÁTICAS EDUCATIVAS

RESUMO

O presente trabalho apresenta uma análise sobre os efeitos da globalização na educação, seus conceitos,
objetivos e práticas, assim como, faz uma breve discussão a cerca da atuação desta no Brasil e, para tanto,
reflete sobre dados obtidos através de avaliações aplicadas aos educandos integrantes do sistema educacional
brasileiro. No desenvolvimento deste estudo, utilizou­se de pesquisa bibliográfica. Todos têm conhecimento
da problemática que envolve o saber escolar, então não há mais lugar para responsabilizar apenas a escola
por não preparar o cidadão para atender as exigências do mundo contemporâneo, bem como a escola não
deve responsabilizar, unicamente, o sistema pela situação de fracasso escolar. Porém se deve formar parceria
para preparar o homem com conhecimento sistematizado, com o qual terá condições para impulsionar o
crescimento econômico e o bem estar comum.

Palavras Chaves: Globalização, educação, economia.

ABSTRACT

This work presents an analysis about the globalization effects on Education, its concepts, goals and practices.
Discuss how it performs in Brazil and think over data obtained through assessments of students of the
Brazilian educational system. In these studies development was made a research in specialized literature. It is
well known the problematic which involves the educational learning, it is not appropriate anymore to blame
the school for not prepare the subject for the contemporary world exigencies, as it is not appropriate to blame
only the system for the current education failure situation. It is needed to do partnership for to prepare the
subject with academic knowledge which he/she be able to push the economical growth and the common
well­being.

Keywords: Globalization, education, economy.

&9679; Licenciado em História – UNEB. Licenciado em Pedagogia – Faculdade D. Pedro II. Psicopedagogo pela
Universidade Castelo Branco – Rio de Janeiro­RJ. Especialista em História Afro­brasileira pela FBB – BA.
Pós­graduado em Didática do Ensino Superior – Estácio de Sá – RJ. Especialista em Políticas Públicas
Educacionais – FACIBA – BA. Mestre em Ciências da Educação – Lusófona – Portugal. Doutorando em Ciências
da Educação – Lusófona – Portugal. Professor da Rede Pública de Ensino do Estado da Bahia – Brasil,
Coordenador de Cursos de Pós­graduação da FBB, Coordenador do FORDEC ministrada pela FACIBA. E­mail:

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[email protected]
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1. INTRODUÇÃO

As exigências no âmbito da educação vêm crescendo a cada dia e o conhecimento formal se revela para o
homem como um bem a ser construído e selado a partir de uma educação de qualidade que transpasse os
desafios lançados pela sociedade pós­moderna, acompanhando as mudanças impostas pela globalização.
Neste aspecto as políticas educacionais não devem ignorar a necessidade de suscitarem mudanças radicais
visando à formação de seres conscientes, autônomos e críticos no ato de pensar.

O Estado, a fim de garantir os investimentos de capitais transnacionais, tem estimulado a frequência e


permanência dos brasileiros na escola, ante a demanda de profissionais de conhecimentos e elementos
culturais múltiplos para resolver, com facilidade, os problemas.

[...] os mais claros efeitos da globalização nas políticas educacionais sejam


conseqüências da reorganização das prioridades dos Estados em se tornarem mais
competitivos, nomeadamente de forma a atrair os investimentos das corporações
transnacionais para os seus territórios. (TEODORO, 2003, p. 83).

Estimula­se, neste sentido, a democratização do ensino para dar acesso a um maior contingente da população
no sistema educacional. Hoje, um conjunto de pessoas que não tiveram contato com a formação inicial
permanece anos no sistema de ensino. Todavia se evidencia a necessidade das escolas passarem por uma
reforma quanto ao modelo de atuação, tendo em vista que aqueles modelos criados no passado já não mais
corresponderem aos objetivos definidos para edificação dos seres humanos contemporâneos.

O educador não pode negar o presente do aluno, deve conhecer as peculiaridades desse mundo,
principalmente onde exerce suas funções, para instituir uma visão do que será estabelecido no futuro e
contribuir para uma formação que atenda às demandas apresentadas. Precisa­se situar as pessoas no espaço
onde vivem e como elas pensam este mesmo espaço, percebendo como se analisam enquanto seres
responsáveis para lhe transformar. Para Gadotti (2006, p.100): “A cidade que educa não fica no imediato,
mas aponta para uma compreensão mais analítica e reflexiva tanto dos problemas cotidianos quanto dos
desafios do mundo contemporâneo”.

A sociedade atual se caracteriza por um momento inédito, cheio de surpresas inevitáveis, com a tendência de
que a grande maioria das pessoas é surpreendida e não esperava as solicitações imediatas e que torna, cada
vez mais, evidente do despreparo dos indivíduos para atuarem diante da aceleração dos acontecimentos pelos
mecanismos da globalização, ou seja, estas tendências estão estritamente ligadas a questões relacionadas ao
conhecimento, aos avanços tecnológicos e suas implicações.

2. POVO ESCOLARIZADO: Pretensão da Globalização

A educação sistematizada não é uma prática livre, porém uma ação repleta de intencionalidade. No período
Medieval, o conhecimento escolar ficou sobre o domínio dos integrantes do clero. Quanto a maior parte dos
populares encontrou­se na escuridão do analfabetismo e mesmo parte dos padres eram privados do acesso a
livros contidos no índex[1], limitando, assim, o nível de conhecimento. Já na modernidade, era permitido, a
alguns seguimentos da sociedade, o envolvimento com o saber escolar. E para aqueles os educadores
recebiam a incumbência do ensino, da transmissão de uma nova cultura e consignar o espírito submisso, visto
que a sociedade passou exigir um novo homem, formado através da educação, a fim de atender as
necessidades do Estado moderno em estruturação, ­­­que centralizava seus direcionamentos na produção
capitalista (TEODORO, 2003, p.48).

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Assim, torna­se perceptivo ser fundamental a compreensão do processo histórico, enquanto totalidade social,
na interação com os meios de produção, pois estes constituem elementos para apreender, dialeticamente, as
formas de consciências invocadas na estrutura de vida daquele integrante de determinada sociedade,
deixando notório que, no decorrer do tempo, a vida material tem condicionado a vida social. “É a partir do ser
social que vamos entender os processos sociais da globalização capitalista numa perspectiva do trabalho
humano.” (ANDRADE, 1999, p. 73).

A ideologia construída pelo fordismo[2] demarcou a valorização do capital através do meio pedagógico, no
tocante ao estabelecido na nova forma de produção e, com a estrutura organizacional do trabalho diferente,
fomentaram novos modos de vida – comportamentos, atitudes, valores. A partir de então, o tipo de produção
vigente passou a requerer um homem capaz de se acoplar ao novo método de produção, para cuja educação
era precária. A força bruta deixava de ser o centro da produção, porém também não se requeria um indivíduo
pensante, mas um trabalhador adequado para a automação, justificando, assim, a alienação do mesmo. “É
neste sentido que a hegemonia, além de expressar uma reforma econômica, assume as feições de uma
reforma intelectual e moral.” (KUENZER. 1985, p. 52).

O campo hegemônico, a partir de então, centraliza­se no desenvolvimento científico que se tornou a base
para aumento do capital. No entanto, na linha de formação, esse desenvolvimento objetivou extremos
diferentes entre o saber formal e a prática. Esta foi oposição responsável pela manutenção da alienação do
trabalhador e para tanto, a escola foi utilizada para materialização da divisão mencionada, onde a teoria sem
a contextualização tornou­se abstrata, sem atração para o formando. Escola que manteve a fragmentação por
meio de conteúdos, métodos e formas de organização. Processo que sofreu mudanças, ao longo do tempo,
visando o desenvolvimento de competências cognitivas complexas, não para satisfação do trabalhador, porém
focando o sistema de valorização do capital. Desta forma, para Grilo:

... a educação é o mecanismo privilegiado para a preservação e afirmação da


identidade nacional, para a transmissão de valores éticos e cívicos e para a formação
dos recursos humanos necessários para enfrentar o desafio do desenvolvimento
econômico e da modernização da sociedade. (et al., 1992, p.11).

A proposta de formação mencionada seria direcionada para seres executarem atividades ao longo da vida
social e profissional, com pequenas variações, as mesmas tarefas, com linearidade técnica, para o que seria
prevista pouca formação escolar, pois a base do ensinar/aprender seria apenas o suficiente para desenrolar a
ocupação – memorizar, repetir, ou seja, procedimento dogmatizado.

A globalização da economia, ocorrida nos anos 90, provoca uma grande alteração no mundo do trabalho, bem
como nas relações entre Estado e sociedade civil, isto por conta do neoliberalismo[3] e, em decorrência,
transformam as demandas do capitalismo para com a escola, visto a crescente tecnologia empregada nas
atividades desenvolvidas pela sociedade pós­moderna e a ligação da ciência aos critérios de acumulação do
capital internacional levaram o modo de produção a construir uma contradição: quanto mais facilitada fosse a
atividade maior seria a exigência intelectual do trabalhador, sendo que o mundo tecnológico encontra­se em
constante transformação, obrigando o profissional a adquirir novos conhecimentos regularmente, finalizando o
aperfeiçoamento do seu saber. A partir de então, o cenário da aprendizagem do taylorismo – memorizar,
repetir, formação específica – constitui­se ultrapassado, passando a relação entre educação e trabalho ser
medida pelo conhecimento. Deste modo, o setor trabalhista passou a requerer, de seus integrantes, rapidez
de raciocínio, habilidades criativas, poder de decisão em situações desconhecidas, comunicação eficaz e
facilidade para o labor em grupo, entre outras potencialidades.

Neste aspecto, segundo Kuenzer:

A politécnica cria a possibilidade de construção do novo, permitindo a possibilidade

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de construção do novo, permitindo aproximações sucessivas da verdade, que nunca


se dá a conhecer plenamente; por isto, o conhecimento resulta do processo de
construção da totalidade, que nunca se encerra, pois há sempre algo novo para
conhecer. Nesta concepção, evidencia­se que conhecer a totalidade não é dominar
todos os fatos, mas as relações entre eles, sempre reconstruídas no movimento da
história. ( 2000. p. 86 – 87).

Fica, assim, visível que os tipos de soluções adotados pelos sistemas educativos, para eliminação de
problemas relevantes, são direcionados de maneira diferenciada daqueles utilizados no passado. Inclusive
estas transformações ocorrem com um relacionamento qualitativo alterado existente entre o Estado e a
ordem global, posto que, nenhum país encontra­se em extremo diferente da globalização econômica ou da
política. (DALE. 2006, p.64).

Ao longo de toda modernidade e, preponderantemente, na pós­modernidade, a escola institui­se em lugar


primordial enquanto modo de coordenação da produção e, apesar do desenvolvimento não se realizar na
equidade para todas as nações, não retardou a se tornar num “localismo global”, com aspectos semelhantes
em todo mundo. Primeiramente, tornou­se o meio para aproximar as línguas e as culturas. Em seguida,
serviu de instrumento para construção da cidadania nacional, o que fundamentou a estruturação do
Estado­nação. No real, a proliferação da escola encontra­se concatenada às exigências deferidas pelo sistema
capitalista em vigor, que a levou ao acesso das diversas camadas sociais, como também pelas cobranças de
diversas lutas sociais, as quais reconheceram no acesso à escola um direito do exercício da cidadania e,
portanto, deveria ser ofertada nas mesmas condições, independente do nível ou classe social daquele que
fosse educado. (TEODORO. 2010, p. 73 – 74).

Os sistemas educacionais das nações não mais se encontram dentro do isolamento. Agora ficam envolvidos
em currículos pensados para satisfazerem estruturas globais, com modelo de Estado e sociedade definidos,
em detrimento de peculiaridades nacionais que são estabelecidas em “segundo plano”. Para Dale: “... o
desenvolvimento dos sistemas educativos nacionais e das categorias curriculares explica­se através de
modelos universais de educação, de Estado e de sociedade, mais do que através de foactores nacionais
distintivos.” (2001. p. 135). Teodoro vai mais adiante e menciona sobre a existência de uma agenda global
para os setores educativos, na qual agentes influenciadores dos vários segmentos – UNESCO, Banco Mundial,
OCDE ­ desempenham papéis essenciais na estruturação de metas a serem galgadas pelas instituições ligadas
ao processo ensino/aprendizagem. (2010, p. 52).

Ideologia que demonstraram a incapacidade do Estado ao formar um sistema educacional correspondente ao


almejado pelas forças da globalização, mesmo porque a tendência de todos os tempos foi limitar o
conhecimento da classe popular, a fim de manter a dominação (MESZAROS, 2005, p. 35). Mas a liberdade da
construção do pensamento, agora, é exigida para atender os interesses da produção capitalista que se adéqua
a várias realidades diferentes, atentando uma ideologia exclusiva ao invés de inclusiva. (DALE. 2006, p. 73).
Quanto a isto Dale ainda diz:

Um dos modelos desses colectivos é constituído pelas grandes organizações


internacionais, tais como a OCDE e o G8, cujos membros incluem os países mais
ricos do mundo, cujo objectivo é assegurar que continuem a usufruir do
desenvolvimento da economia mundial, embora afirmem que isto se pode conseguir
não só em detrimento de, mas também como base em uma prosperidade cada vez
maior dos países mais pobres do mundo. (DALE. 2006, p. 68).

Fica, assim, notória a aplicabilidade da ação voltada para “governação”[4], quando as nações se unificam em
uma única célula para, em favor das superpotências produzirem a coletividade. Para tanto, faz constar a
necessidade dos países periféricos seguirem regras e processos coletivos, não contrariando os segmentos

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deliberados pela cúpula. Ao contrário, pregam a possibilidade da exclusão diversa ­ econômica, social,
política. Não se trata de uma busca de transferência de responsabilidades. O Estado continua tendo um papel
importante, agora, como regulador e não como base pensante da estrutura. Mudanças visíveis ao analisar,
por exemplo, a educação: a divisão do trabalho, composta pela globalização, chama os “sistemas
educacionais” nacionais para prepararem ”capital humano”[5] correspondente às necessidades do mercado.
Por isto se busca estabelecer os padrões, inclusive pedagógicos, para formação do homem contemporâneo.
Delors (2005, p. 20) salienta que:

A conseqüência das mudanças descritas é que o desenvolvimento da educação em


sentido amplo não decorre, como no passado, de uma dinâmica interna, mas da ação
de pressões externas. Essa tendência irá se acentuar no decorrer das décadas
seguintes, sob o efeito de muitas evoluções essenciais que modificam
progressivamente a paisagem cultural, social, econômica e política de diversos países
e regiões do mundo, nos quais a educação deverá inserir­se cada vez mais.

Entretanto, a relação entre o empregado e o empregador está constituída na diferença da qualidade de


formação adquirida. Contrariando, assim, o discurso da “aldeia global”[6] capital, pois existem dois extremos
no quesito educação: um voltado para um número minúsculo de indivíduos, os primeiros citados, para quem é
oferecida educação de qualidade, prolongada e contínua. Quanto ao maior número, os empregados, é
proporcionado uma formação desconfigurada dos conteúdos; prerrogativas que alimentam a idéia
desenvolvida com o “sistema capitalista” – o montante da produção não pode ser distribuído ao mesmo nível
para todos, ou seja, desenvolvimento torna­se sinônimo de uso de técnicas e produtos novos que são
viabilizados pela “ciência de ponta”, ofuscando os problemas da própria sociedade ao utilizar o discurso que,
ao passar do tempo, a economia e a técnica apresentarão soluções para toda problemática social. (BUARQUE.
2010, p.86).

No decorre do tempo, uma multiplicidade de estratégia fora empregada com o discurso de resolver à
problemática da educação no Brasil. Entretanto, a maioria tem sido aplicada distorcendo o processo de
ensino­aprendizagem: ciclos, aceleração de estudo, progressão automática[7]. Porém não se pode negar que
estas estratégias, quando aplicadas devidamente, adquirirem­se resultados positivos ­ inclusão do cidadão na
democratização de oportunidades educativas e supostamente melhorando as condições de empregabilidade.
Pretensão que se constitui em sonho, visto que os certificados conferidos não são acompanhados dos
conhecimentos previstos para o nível adquirido, o que deixa a mencionada inclusão apenas subentendida,
pois o formado está saindo do sistema de ensino com sérias deficiências.

3. DA EXPANSÃO ESCOLAR AO FRACO DESEMPENHO

O Brasil está conseguindo aproximar­se do patamar dos padrões internacionais no que se refere à
democratização de seu sistema de ensino. Os recentes relatórios de avaliação elaborados pelo Ministério da
Educação e pela UNESCO deixam bastante evidente, ante a elevação, a índices consideráveis, da matrícula e
frequência na Educação Fundamental, Média e Superior, observações essas notificadas desde a década de
1990.

[...] A educação, a religião, a família, a política e o trabalho são importantes


inserções, por meio das quais o indivíduo situa­se na sociedade, bem como no grupo
e na classe social. Há todo um conjunto de articulações, entre essas e outras esferas,
que transformam o indivíduo em ser social, em modo de ser, sentir, pensar, agir,
compreender, explicar, imaginar. Todo o indivíduo tomado em sua singularidade ou
como membro da coletividade se forma, socializa, situa e se move desde essas
articulações. Mas cabe ressaltar a importância da educação, da contribuição decisiva
que a “educação formal” desempenha na profissionalização e na cultura, no
discernimento do espaço e tempo, do presente e passado, do próximo remoto

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(IANNI, 2002, p. 320).

Na Educação Fundamental, com uma matrícula da ordem de 36 milhões de crianças, o Brasil eleva a
cobertura para 96%, bem próxima à dos países mais desenvolvidos; no ensino médio, a matrícula saltou de
3.7 milhões no começo da década de 1990 para mais de 7,7 milhões no final do século; no Ensino Superior, o
salto não foi menos significativo, passando de 1.5 milhões de alunos em 1990 para aproximadamente 2,3
milhões nos anos subsequentes. Este salto numérico é assegurado pelo próprio aumento dos concluintes do
Ensino Médio[8].

A expansão dos dados estatísticos demonstra a busca por uma maior escolarização, bem como a
conscientização da sociedade civil do direito à educação que, para tanto, tem sido fundamental a participação
dos meios de comunicação vinculados à mídia, responsáveis por propagar a importância do saber formal para
participação direta nos segmentos sociais e no futuro do país, como também acopla as medidas adotadas pelo
governo federal, como a bolsa família, para o crescimento significativo entre os frequentadores das séries
iniciais do Ensino Fundamental, ou seja, aproxima­se da totalidade da população em idade escolar. “Nosso
maior sucesso em termos de quantidade da educação é, sem dúvida alguma, o alto índice de escolarização
líquida do ensino fundamental, que beira os 100%”. (IOSCHPE. 2004, p. 141).

­­­­ Por um lado, podem ser comemorados os resultados alcançados em direção à democratização do sistema
de ensino, por outro, o maior desafio a ser enfrentado, o melhoramento do nível de aprendizagem, começa a
estabelecer os contornos a serem delimitados em sua magnitude. O Relatório da UNESCO[9], ao apontar o
problema da cultura da repetência como um dos maiores problemas da educação brasileira, coloca em debate
um dos pontos nevrálgicos do novo desafio.

Entre os indivíduos de 7 a 14 anos de idade, 97,2% frequentam uma escola de Ensino Fundamental, mas
apenas pouco mais da metade consegue concluir o Ensino Médio. O IBGE constatou, em 2003, que menos de
70% das crianças matriculadas no Ensino Fundamental não conseguem concluí­lo, além do mais, segundo os
dados do SAEB, o nível da formação adquirida durante o processo é baixo por demais.

36,7% dos alunos que saem da 4ª série, hoje denominada de 5º ano, portam sérias deficiências quanto ao
uso formal da língua materna, evidenciando que as crianças estão sendo indevidamente alfabetizadas. No
final das demais etapas do ensino básico, 8ª série – hoje 9º ano – e o 3º ano do Ensino Fundamental, a
situação não é muito diferente, pois 22% e 34,7%, respectivamente, dos alunos não desenvolveram as
habilidades de leitura e interpretação esperadas para o patamar de formação.

Quando se trata da linguagem lógica matemática, o problema agrava­se ainda mais, as dificuldades
apresentadas para compreensão é na proporção a seguir: 40,1% dos alunos da 4ª série; 49,8% dos alunos
da 8ª série; 62,3% dos alunos do 3º ano do Ensino Médio. O observado torna­se mais grave ao se analisar os
educandos mais pobres, os residentes no Norte e Nordeste do país, na zona rural e nas periferias das cidades.

Os resultados apresentados anteriormente podem ser verificados na tabela do percentual de estudantes em


estágios de construção de competências em Língua

Portuguesa e Matemática – Brasil – 2001 e 2003, apresentada a seguir:

TURMA/DISCIPLINA % DE ALUNO % DE ALUNO


ANOS 2001 2003
4ª série EF – 1. Port. 36,8 36,7
4ª série EF – 1. Mat 39,8 40,1
8ª série EF – 1. Port. 20,1 22,0
8ª série EF – 1. Mat 51,7 49,8
3ª ano EM – 1. Port. 37,2 34,7
3ª ano EM – 1. Mat. 62,2 62,3
FONTE: INEP (2004. p. 33­39). EF = Ensino Fundamental. EM = Ensino Médio

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Os alunos de modo geral no Brasil aprendem pouco, mesmo aqueles que são educados em escolas
particulares, pois estes também ficam com notas abaixo dos parâmetros estabelecidos nas pesquisas
internacionais que avaliam o nível de aprendizagem. Entretanto, o patamar atingido pela educação pública é
drástico.

A comparação dos resultados verificados nas avaliações aplicadas pelo SAEB[10] – Sistema Nacional de
Avaliação da Educação Básica, 1995 a 2005, identifica a melhoria da frequência de alunos ao Ensino
Fundamental, entretanto, contraditoriamente, é comprovado, por meio das avaliações, que o nível de
aprendizagem dos alunos está piorando. A administração ainda não encontrou a forma de conter o problema,
visto as políticas educacionais não fornecerem as condições de equidade para o acesso à educação formal.

As tabelas apresentadas, na sequência, deixam perceptivo que as escolas públicas reprovam um número de
estudantes maior que as unidades escolares privadas. O índice de reprovação, apesar de não ser o único
indicador, mostra que a escola não está sabendo lidar com a aprendizagem dos indivíduos, comprometendo o
futuro dos mesmos.

Percentual das Taxas de Rendimento no Ensino Fundamental de 1ª a 4ª séries por Rede ­ 1999/2002

Regiões e Redes Taxas de aprovação – 1ª a 4ª séries do E. Fundamental


ANOS 1999 2002
Redes Pública Privada Pública Privada
Brasil 76,4 96,2 79,2 96,9
Norte 67,0 95,4 70,3 95,7
Nordeste 67,9 93,7 70,0 95,4
Sudeste 87,6 97,6 89,9 97,7
Sul 85,9 97,5 87,7 97,6
Centro-Oeste 76,4 97,1 79,2 97,1
FONTE: INEP (2004. p. 78).

Percentual das Taxas de Rendimento no Ensino Fundamental de 5ª a 8ª séries por Rede ­ 1999/2002

Regiões e Redes Taxas de aprovação – 5ª a 8ª séries do E. Fundamental


ANOS 1999 2002
Redes Pública Privada Pública Privada
Brasil 76,9 94,0 76,5 94,7
Norte 72,8 93,3 76,1 94,9
Nordeste 70,7 91,0 68,6 92,7
Sudeste 83,0 95,3 84,1 95,5
Sul 77,4 96,0 79,8 96,4
Centro-Oeste 69,5 95,3 70,1 94,2
FONTE: INEP (2004. p. 79).

Os dados apresentados anteriormente direcionam para reflexão de serem as duas redes de ensino afetadas
pela problemática encontrada na educação brasileira, mas a formação pública encontra maiores dificuldades
para fazer seus alunos aprenderem. O avanço do aluno de uma série para outra, nem sempre serve de
parâmetro para verificar a qualidade da aprendizagem construída por ele, pois se tem notado a cultura de
mascarar a situação do ensino/aprendizagem, ou seja, muitos alunos são aprovados sem a elaboração do
conhecimento esperado.

Entre os problemas da educação sistematizada no Brasil, deve­se dar ênfase a grande distorção idade/série e
mais uma vez, comparando ensino público e ensino privado, a distância do primeiro para o segundo é muito
grande, como se pode notar na tabela a seguir:

Educon, Aracaju, Volume 08, n. 01, p.7-13, set/2014 | https://educonse.com.br/viiixcoloquio


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Percentual das Taxas de idade/série por Rede – 2002

Regiões e Redes EF – 4ª série EF – 8ª série EM – 3º ano


Redes Pública Privada Pública Privada Pública Privada
Brasil 36,2 6,1 44,7 9,6 51,8 12,7
Norte 53,2 7,8 61,5 13,0 73,5 17,3
Nordeste 54,3 9,7 66,4 15,1 69,8 23,8
Sudeste 21,2 4,5 32,4 7,6 41,8 10,3
Sul 18,8 2,8 26,4 3,9 34,5 6,5
Centro-Oeste 30,4 4,8 48,4 10,3 53,0 10,5
FONTE: INEP (2004. p. 84). EF = Ensino Fundamental. EM = Ensino Médio

A análise dos dados possibilita estabelecer uma relação próxima entre a desigualdade social e a desigualdade
educacional, como também, os alunos da escola pública têm maior dificuldade para seguir no fluxo regular,
evadem­se e reprovam em maior quantidade. Então, esta educação não contribui o suficiente para a
formação do cidadão, nem para fortalecimento da democracia nacional, um país que fornece uma educação
de péssima qualidade para maioria de sua população que não tem condições para passar muito tempo na
escola, evadindo­se muito cedo, produz uma sociedade civil com características inadequadas para a
contemporaneidade, visto que, diante da complexidade exigida para os cidadãos, estes, no Brasil, são
preparados para serem alienados, com pouca ou nenhuma participação e possibilidade de intervir no processo
de decisão.

Os dados apresentados demonstram que o sistema educacional brasileiro não está respeitando os códigos
normatizadores, conforme a Constituição Brasileira de 1988 (Arts. 205 – 214) e a LDB, lei nº 9394/96, a
educação é um direito de todos e finaliza o desenvolvimento amplo do indivíduo, preparando­o para o
exercício da cidadania e para a realização de atividades profissionais. A Lei considera a educação da
população brasileira responsabilidade do Estado e da família, entretanto, o Ensino Fundamental é
responsabilidade do Estado que deverá oportunizar o acesso a todos, gratuitamente, inclusive àqueles que
não tiveram condições para frequentar na idade adequada.

Observação evidenciada na estatística divulgada pelo IBGE em 2004 constata que a média de tempo de
permanência dos brasileiros na escola é de 6,4 anos, o que é insuficiente para concluir a etapa inicial da
educação básica, Ensino Fundamental. Sendo relevante enfatizar que a partir de 2006, o Ensino Fundamental
passou a ser realizado em um período de nove anos, abrangendo as crianças de 6 a 14 anos de idade[11],
então, a obrigatoriedade da apresentação das crianças para início da formação é a partir dos 6 anos de idade.

Os grandes centros da gestão educacional brasileira ­ União, os Estados e os Municípios apresentam projetos
para sanar, paulatinamente, os problemas, mas estabelecem metas predeterminadas para solução dos
mesmos. Entretanto, o novo patamar a ser transposto demonstra­se mais complicado, difícil de atingir,
quando comparado ao desafio da quantidade. A complexidade amplia­se devido a vários fatores presentes,
com ênfase na diversidade sócio­cultural.

O conceito de melhoria do ensino, demandado pelo século XXI, não se refere somente à melhoria dos
processos cognitivos ou da educação para o desenvolvimento de mapas conceituais. O fator cidadania
intercultural, passa a integrar a definição contemporânea de elevação educacional. Nesta perspectiva, o
Relatório de Jaques Delors, publicado em português pela UNESCO (2005), conclui que as políticas educativas
empregadas no século XXI deverão estruturar­se em quatro pilares ­ aprender a conhecer, aprender a fazer,
aprender a conviver juntos e aprender a ser ­ a fim de formar o ser humano na totalidade (do técnico ao
crítico, do físico ao emocional, do profissional ao pessoal).

O “aprender a conhecer” visa uma aprendizagem do domínio dos próprios instrumentos do conhecimento,
levando o indivíduo a entender o meio onde vive para lhe permitir existir dignamente. Assim, o processo será
despertado no desejo de aprender mais e melhor. O intuito é suscitar um pesquisador em cada educando,

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pois ao analisar o ambiente na complexidade de seus aspectos surgirá o interesse por assuntos amplos, a fim
de compreender a parte. Visto, mesmo no ocorrido de consequência mínima, possuir, direta ou indiretamente,
influência do contexto global. “Para o melhor e o pior, cada ser humano, rico ou pobre, do Sul ou do Norte, do
Leste ou do Oeste, traz em si, sem saber, o planeta inteiro. A mundialização é ao mesmo tempo evidente,
subconsciente e onipresente”. (MORIN, 2001, p.68).

O saber das novas gerações não mais pode estar veiculado, apenas, a teoria. Prática e teoria devem
atrelar­se para tornar os conteúdos significativos, prazerosos ao preparar o educando para aplicar o
aprendido no ato profissional. Aparece, então, o “aprender a fazer” que consiste no desenvolvimento do
conhecimento teórico adquirido na formação e percebido na prática, bem como, o ato de estabelecer
comunicação com a garantia de independência das reflexões sobre os fatos que lhe forem apresentados, os
quais são muitas vezes contraditórios, permitindo refazer as próprias opiniões.

É uma tendência natural do ser humano a supervalorização das suas qualidades e as do grupo a que pertence
em desmerecimento de outros indivíduos. Característica reforçada pelo sistema capitalista ao cultivar a
competitividade e o sucesso individual, resultando em uma luta econômica cheia de tensão entre os mais
abastados e os menos favorecidos. Limites que deverão ser quebrantados através do “aprender a viver
juntos”, grande desafio para os educadores, pois será centro o estudo de atitudes e valores, como o combate
ao preconceito, às rivalidades.

Faz parte da responsabilidade da educação a transmissão de conhecimento sobre a diferença entre as nações,
como também conscientização das semelhanças e interdependência entre os seres humanos contidos no
mundo, passando a descoberta do outro, mas a escola deverá partir da descoberta do individual para que,
assim, no lugar do outro, compreenda as suas reações e estimule um comportamento social de empatia para
toda a vida.

A cultura é constituída pelo conjunto dos saberes, fazeres, normas, proibições,


estratégias, crenças, idéias, valores, mitos, que se transmite de geração em geração,
se reproduz em cada indivíduo, controla a existência da sociedade e mantém a
complexidade psicológica e social. (MORIN, 2001, p 56).

Torna­se característica preponderante para educação a conferência de liberdade de pensamento,


discernimento, sentimento e imaginação ao ser humano, a fim de lhe deixar apto a desenvolver seus dons,
tomando o controle da construção de sua própria história, influenciando de forma consciente na sociedade. A
escola deveria levar o formando a “aprender a ser”, visando o aparecimento de um ser autônomo, ativo e
independente na formação do pensamento, capaz de estabelecer comunicação e inter­relacionar­se com o
outro.

Com base no que já foi discutido, o professor aparece como elemento fundamental para melhoria da
qualidade do processo ensino/aprendizagem, devendo, portanto, ser observado de perto para enumerar as
contradições contidas na prática pedagogia, principalmente o professor do Ensino Fundamental que é à base
da escolarização inicial de toda população e a formação neste período deverá abranger o ser como um todo –
prerrogativas da cognição e da emoção.

A educação e a formação iniciais têm uma importância primordial, se pretendemos


que o aprendizado para a vida decole de uma boa base. Todos concordam que elas
devem ter um caráter geral e abarcar tanto os aspectos cognitivos quanto os afetivos
do desenvolvimento da criança. (PAPADOPOULOS. 2005, p. 25).

Os professores, principalmente da escola pública, são transformados em sujeitos alienados que não
participam das decisões e a cada dia estão mais distantes das habilidades propostas pelos pilares
educacionais estabelecidos para a educação do século XXI. Assim, não contribuem para a educação pública

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cumprir seu papel primordial – preparar seu aluno para ser um homem global, situando­se no mundo
consciente e emancipado para lutar por uma sociedade mais justa e humana.

Entre outros fatores, a escola pública, em sua maioria, não dispõe de materiais didáticos necessários para a
efetivação do trabalho pedagógico; não existe a preocupação com a formação do professor que tem pouca
habilidade para lidar com o processo ensino/aprendizagem, por ter uma formação deficitária e sem o recuso
do saber, desenvolve um trabalho mecânico, informativo, desconsiderando a importância da emancipação do
processo de construção do conhecimento.

O Brasil possui condições, em todas as esferas governamentais, de superar o desafio de preparar o brasileiro
para se posicionar dignamente diante das questões sociais, para o exercício da cidadania, mesmo porque as
mudanças educacionais tornou­se uma exigência do próprio sistema. A educação tem privilegiado a formação
sistematizada, deixando­a indispensável para todas as classes, ou seja, o saber escolar passou a ser
exigência para o bem estar das pessoas, como também para credenciar o país entre os interlocutores dos
novos tempos.

CONCLUSÃO

A história da educação, ao se referir à educação sistematizada, tem sido marcada pela relação sócio­produtiva
e, neste caso, é possível perceber períodos de transformações significativos no modo de produção. Ao
promover a expansão do capital ou mantê­lo estagnado, provocaram alterações na elaboração do saber,
mesmo porque, a maioria das reformas estabelecidas traz incutida em seu âmago a peculiaridade de
promover a adaptação social, a forma de poder e a racionalização técnica, sendo regulamentadas pela política
que definia sua verdade como determinante.

O capitalismo, com o advento da globalização e de novas tecnologias, principalmente no aumento da


comunicação, tem valorizado a produção acadêmica, pois ela se torna o primórdio do desenvolvimento de um
povo e para tanto, é necessário o investimento na formação dos indivíduos, a fim de lhes dotar dos
conhecimentos necessários para a contribuição do retorno, manutenção ou ascensão da estabilidade
econômica do país correspondente.

Isto significa a dizer que se radicaliza, em nossos dias, uma tendência que vem
marcando o capitalismo desde o século passado: a ciência se transforma na
“primeira força produtiva” e, consequentemente, o trabalho criativo e intelectual.
(FERREIRA. 2006, p 101).

A educação é instituída dentro de pré­requisitos ideológicos que são definidos pelo Estado, visando à
manutenção do poder, no entanto, a administração do governo torna­se indispensável quando se verifica que
a formação sistemática não proporciona lucros, mas investimentos financeiros ditos sem retorno – edificações
e manutenção de prédios, formação dos educadores, suporte pedagógico. (DELORES, 2005, p.74).

A ideologia implantada pelo governo nas escolas tem compreendido características menos diretas, nas quais
buscam mascarar o domínio, ou seja, faz com que a população acredite que as políticas são adotadas
objetivando o bem estar da sociedade, evidenciando a oferta igualitária de oportunidades. Entretanto,
criam­se subsídios que provocam a diferença entre os membros de cada classe, como a diferença contida na
formação da escola pública e a da escola privada, onde a escola pública é destinada para classe dominada que
tem preparação para omissão; enquanto a escola privada visa preparar os dominantes para se manterem no
poder. (GADOTTI, 2005, p. 32).

Os entraves formados dentro do próprio sistema educacional são inúmeros, pois o critério crucial para uma
formação eficaz é a preparação de seres livres, conscientes, sendo que para atingir tais objetivos, os
educadores e educandos devem se tornar opositores ao modo de formação criada desde o período da

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colonização e sustentada até a contemporaneidade, mediante não formar um homem livre com participação
ativa na sociedade em que vive.

Nesta concepção, constata­se ser do conhecimento dos profissionais da educação no Brasil os problemas
inerentes à mesma, mas se retarda a implantação de projetos políticos compreendendo, além do governo e
docentes, as demais ramificações sociais interessadas na construção do conhecimento.

Eu diria até que os problemas da educação brasileira já foram suficientemente


equacionados pelos próprios professores e o que faltaria seria um projeto político
novo, que não depende só dos educadores, mas da sociedade com um todo.
(GADOTTI. 2006, p.110).

Em um primeiro patamar, para se obter a solução das questões negativas inferidas na educação, necessitaria
proporcionar uma autonomia administrativas, na qual aqueles com maior interesse no sucesso de todo o
sistema estivesse presente ao se tomar decisões importantes, portanto, imprimindo suas opiniões e
delimitando sugestões para compor as ações empregadas. O governo apenas seria mais um contribuinte e
não o único a apontar caminhos a serem trilhados pelos educadores para atingir uma educação satisfatória no
preparar o cidadão contemporâneo.

O sistema de governo em vigor no Brasil, teoricamente, intitula­se de democrático, porém as gestões


implantaram, no decorrer dos tempos, segmentos tendenciosos, a fim de limitar ou inibir a participação
popular em instituições vinculadas ao Estado, negando­se, então, as pessoas a exibição de idéias, bem como
os caminhos que as levassem a lutarem pelos seus direitos.

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[1] ÍNDEX – Lista de livros proibidos pela Igreja Católica durante o período Medieval.
[2] FORDISMO ­ é o nome dado ao modelo de produção automobilística em massa, sendo que o método de
funcionamento é adaptado para as escolas.

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[3] NEOLIBERALISMO ­ Podemos definir o neoliberalismo como um conjunto de ideias políticas e econômicas
capitalistas que defende a não participação do estado na economia.

[4] GOVERNAÇÃO – segundo Dale (2006, p. 70) na “governação” os Estados perdem poderes em favor das
instituições supranacionais.
[5] CAPITAL HUMANO ­ consiste em atribuir um valor ao capital incorporado nos seres humanos, fruto da sua
experiência, educação, formação.

[6] ALDEIA GLOBAL ­ O princípio que preside a este conceito é o de um mundo interligado, com estreitas
relações econômicas, políticas e sociais, fruto da evolução.
[7] Substituições do ensino regular por curso que compactam os conteúdos existentes no currículo, assim,
minimizam o tempo para conclusão da formação.
[8] .Dados colhidos no endereço eletrônico a seguir: http://
www.
mec.gov.br
[9] DELORS, Jacques. A Educação Para o Século XXI. Questões e Perspectivas. UNESCO. 2005.
[10] A partir de 2005, o SAEB passou a ser composto por duas avaliações, a Avaliação Nacional da Educação
Básica (ANEBE) e a Avaliação Nacional do rendimento Escolar (ANRESC). A primeira é realizada por
amostragem das Redes de Ensino, em cada unidade da Federação e tem foco nas gestões educacionais, A
segunda é intitulada “Prova Brasil”. A Prova Brasil mostra o desempenho de alunos da 4ª e 8ª séries do
Ensino Fundamental das escolas públicas.
[11] A Lei nº 11.274, de 6 de fevereiro de 2006, estabelece normas para a ampliação do Ensino Fundamental
para nove anos de duração e determina que os Estados e o Distrito Federa terão o prazo até 2010 para
atender a legislação.

Recebido em: 14/07/2014


Aprovado em: 14/07/2014
Editor Responsável: Veleida Anahi / Bernard Charlort
Metodo de Avaliação: Double Blind Review
E­ISSN:1982­3657
Doi:

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