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Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação à Distância

Relação de Subordinação e Coordenação

Laurinda Razo, Código: 708220453

Curso de Licenciatura em ensino de Educação


Física e Desporto

Cadeira de: TELP

Turma: G

Nampula, Junho 2022


Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação à Distância

Relação de Subordinação e Coordenação

Trabalho de Carácter Avaliativo da TELP a ser


entrega no Instituto de Educação à Distância

Tutor:

Laurinda Razo, Código: 708220453

Nampula, Junho 2022

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Conteúdo
1. Introdução ........................................................................................................................ 6

1.1. Objectivos da Pesquisa ................................................................................................ 6

1.1.1. Objectivo Geral da Pesquisa .................................................................................... 6

1.1.2. Objectivos Específicos da Pesquisa ......................................................................... 6

1.2. Metodologias ............................................................................................................... 6

2. Enquadramento Teórico .................................................................................................. 7

2.1. Perspectiva da Tradição da Subordinação e Coordenação .......................................... 7

2.2. Distinção entre a Subordinação e Coordenação........................................................... 7

2.3. Conjunções, Conectores e Complementares ................................................................ 8

2.4. Sentenças Complexas na Gramática Tradicional......................................................... 8

3. Conclusões ..................................................................................................................... 10

4. Referências Bibliográficas ............................................................................................. 11

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1. Introdução

A coordenação e a subordinação constituem um tema problemático e complexo,


(Quirk et al., 1985; Lobo, 2001; Lobo, 2003; Matos, 2003; 2004; Lopes, 2004; Matos e Prada,
2004; Colaço, 2004; 2005). O presente trabalho centra-se na análise da relação entre
coordenação e subordinação e, de forma mais particular, nas situações mais problemáticas em
que se torna difícil identificar se estamos perante coordenação ou subordinação.

Este trabalho foi orientado no sentido de encontrar as relações entre coordenação e


subordinação e não restringi-las a meras classes formais. Nesse sentido, não pode-se criar
categorias de conjunções e colocar palavras em cada uma delas, incentivando dessa forma a
mera memorização de conjunções, no ensino da língua.

1.1.Objectivos da Pesquisa
1.1.1. Objectivo Geral da Pesquisa
 Relacionar a coordenação e a subordinação.
1.1.2. Objectivos Específicos da Pesquisa
 Dar o conceito da coordenação e subordinação;
 Decifrar das suas características.
1.2.Metodologias

A metodologia de pesquisa, segundo Barreto e Honorato (1998), deve ser entendida


como o conjunto detalhado e sequencial de método e técnicas científicas a serem executados
ao longo da pesquisa, de modo a possibilitar atingir os objectivos inicialmente propostos e, ao
mesmo tempo, atender aos critérios de menor custo, maior rapidez, maior eficácia e mais
confiabilidade de informação.

O presente estudo tem como proposta metodológica uma revisão da literatura. Trata-
se, portanto, de uma pesquisa exploratória de carácter descritivo. Acredita-se que esta
abordagem vai de encontro dos objectivos e necessidades do estudo proposto.

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2. Enquadramento Teórico
2.1.Perspectiva da Tradição da Subordinação e Coordenação

Barbosa (1822:365-366), faz a distinção entre proposições parciais, que correspondem


as completivas, relativas e algumas comparativas, e as totais, coordenativas e adverbiais.
Como se pode constatar, subordinadas adverbiais e coordenadas estão no mesmo grupo no
caso das proposições parciais, o que parece apontar para pontos em comum entre as
coordenadas e as subordinadas adverbiais. Cunha e Cintra (1984: 592), defendem que a
oração subordinada desempenha sempre uma função sintáctica e funcionam sempre como
“TERMOS ESSENCIAIS, INTEGRANTES OU ACESSÓRIOS”, (Cunha e Cintra, 1984:
594, maiúsculas dos autores). Por outro lado, a oração coordenada, segundo os referidos
autores (Cunha e Cintra, 1984: 592), “nunca é termo de outra oração nem a ela se refere”.

Todavia, o facto de as orações subordinadas desempenharem uma função sintáctica


também e questionável, visto algumas das subordinadas adverbiais poderem não desempenhar
uma função sintáctica, (Lopes, 2004: 62-63).

2.2.Distinção entre a Subordinação e Coordenação

Conforme a noção tradicional que norteou a distinção entre coordenação e


subordinação e a de hierarquia vs. Paralelismo. Dik (1972:25), por exemplo, define
coordenação da seguinte forma: “consisting of two or more members which are equivalent as
to grammatical function, and bound together at the same level of structural hierarchy by
means of a linking device”.

Outra diferença entre coordenação e subordinação assentava essencialmente no facto


de na coordenação as orações apresentarem valores idênticos, podendo-se falar de
paralelismo, enquanto na subordinação uma das orações completa a outra, estabelecendo-se
uma relação de dependência, (Rodrigues, 1999: 3855; Garcia, 2003). Também estas ideias de
paralelismo e de dependência estão ligadas as noções de parataxe e hipotaxe.
Tradicionalmente, como afirma Colaço (2005: 18-19): “O processo de coordenação muitas
vezes considerado equivalente ao fenómeno de parataxe, e, então, diagnosticado a partir da
independência ou equivalência em termos sintácticos dos elementos coordenados”.

Como se constata, esta distinção entre coordenação e subordinação e uma distinção


difícil, complexa e não tem “carácter universal”, (Lobo, 2003: 16). Neste sentido, a

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dificuldade assenta no facto de ser problemático atribuir um conjunto de propriedades as
subordinadas que as distingam das estruturas coordenadas. De facto, as subordinadas
tradicionalmente designadas de adverbiais, a semelhança das estruturas coordenadas, não
funcionam como argumento nuclear de ambos os predicados da frase matriz; embora possam
ocupar, consoante o tipo de subordinada, uma posição integrada ou uma posição periférica,
(cf. Lobo, 2003: 18; Lobo, 2004; Matos, 2004).

2.3.Conjunções, Conectores e Complementares

De acordo com a tradição, conjunções são “vocábulos gramaticais que servem para
relacionar duas orações ou dois termos semelhantes da mesma oração”, (Cunha e Cintra,
1984: 575). Um dos aspectos a questionar e se se trata de uma definição de base gramatical ou
semântica. De acordo com Cunha e Cintra (1984: 575), “As CONJUNÇÕES que relacionam
termos ou orações de idêntica função gramatical tem o nome de COORDENATIVAS.”
(maiúsculas dos autores). Relativamente as subordinativas, os autores referem que “ligam
duas orações, uma das quais determina ou completa o sentido da outra”.

De acordo com Ali (1931: 220-221):

“Chamam-se geralmente coordenativas as conjunções que


estabelecem paralelismo sintáctico entre duas orações, e
subordinativas aquelas que apresentam uma oração como elemento
integrante ou modificativo de outra, isto e, dão-lhe um carácter ou de
substantivo ou de adverbio.”

2.4.Sentenças Complexas na Gramática Tradicional

Na gramática tradicional, as sentenças complexas são abordadas e destinados ao


estudo do “período”, geralmente do “período composto”, através de dois processos sintácticos
básicos: a coordenação e a subordinação. Ao focalizarem esse assunto, os gramáticos
tradicionais procedem de dois modos: ou apresentam logo as definições dos processos de
coordenação e subordinação para ilustrá-los em seguida ou partem inicialmente de exemplos
de períodos compostos para depois caracterizarem os processos através dos quais as sentenças
desses períodos se combinam.

Algumas das definições tradicionais para coordenação e subordinação são as


seguintes:

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“Às orações que têm sentido próprio, que são autónomas, independentes, e
pertencem a um mesmo período, dá-se o nome de coordenadas. As orações
sem autonomia gramatical, isto é, as orações que funcionam como termos
essenciais, integrantes ou acessórios de outra oração chamam-se
subordinadas”, (Cunha, 1986, p. 551-552).

“Na coordenação, as orações se sucedem igualitariamente, sem que umas


dependam sintacticamente das outras. Na subordinação, pelo contrário, há
orações que dependem sintacticamente de outras, isto é, que são termos
(sujeito, objecto, complemento, etc.) de outras”, (Cegalla, 1994, p. 337).

Pode-se verificar, nessas definições extraídas de diferentes gramáticas normativas, que


os processos de coordenação e subordinação tendem a ser definidos por referência a um
mesmo parâmetro. Note-se que todos os gramáticos acima citados estabelecem a diferença
entre coordenação e subordinação com base na noção de dependência; noção essa que se
esteja tanto em critérios sintácticos como em semânticos. Alguns gramáticos, como Bechara
(1992), Cegalla (1994) e Rocha Lima (1999), só se valem de critérios sintácticos, outros,
como Cunha (1986), utilizam os dois critérios para distinguir estruturas coordenadas e
subordinadas.

Pode-se dizer que a gramática tradicional, tanto em termos formais como em


semânticos, associa, de um lado, coordenação à independência e, do outro, subordinação à
dependência. Assim, as orações coordenadas são consideradas independentes quanto ao seu
significado e quanto à estruturação sintáctica, e as subordinadas, dependentes, porque, além
de necessitarem de uma outra (da chamada principal) para que tenham sentido completo,
desempenham nessa uma função sintáctica.

Isso pode ser verificado, sobretudo quando se analisam exemplos de sentenças


complexas da modalidade falada de uma língua; nem sempre os conceitos tradicionais de
coordenação e subordinação conseguem dar conta desses exemplos. Evidencia-se o mesmo
problema nas aulas de língua portuguesa do primeiro e segundo graus, em que dois
importantes elementos do processo de ensino-aprendizagem professores e alunos – sentem
dificuldades para lidar com a diferenciação entre as estruturas coordenadas e subordinadas, o
que demonstra a não aplicação do parâmetro adoptado pela teoria tradicional à prática. Assim,
a abordagem dos processos sintácticos de coordenação e subordinação pela gramática
tradicional pode servir como ilustração para a afirmação de Perini (1996, p.131), de que, neste
ponto (como em muitos outros), teoria e prática tradicionais estão em conflito.
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3. Conclusões

Com este trabalho de pesquisa pode-se determinar e concluir que as gramáticas do


português definem a coordenação como a relação sintáctica entre duas orações independentes
e a subordinação como a relação sintáctica em que uma oração (a subordinada) completa o
sentido de uma outra, chamada principal. Na prática, essas definições funcionam de modo
bastante precário.

Isto porque em primeiro lugar, porque o conceito de independência entre orações


coordenadas é bastante discutível - Independentes segundo que critérios? Em uma sequência
como por exemplo: Renata chegou, tomou banho e saiu, fica difícil concluir que as três
orações são independentes. Em segundo lugar, porque a divisão entre coordenação e
subordinação às vezes não fica bastante clara, como no caso das orações coordenadas
explicativas e subordinadas causais, o que leva a crer que a diferença entre elas não é alguma
coisa que tenha um carácter “digital”, mas antes “analógico”.

Por fim na perspectiva da Linguística alguns dos aspectos da abordagem de sentenças


complexas que são focalizados se referem à interpenetração dos processos sintácticos de
coordenação e subordinação, ao questionamento dos critérios e das nomenclaturas utilizados
pela gramática tradicional e à proposição de novos critérios para classificação de sentenças
complexas.

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4. Referências Bibliográficas

Ali, M. Said. Gramática histórica da língua portuguesa. Livraria Académica, Rio de Janeiro,
1931.

Barbosa, Jerónimo Soares. Gramática filosófica da língua portuguesa. Lisboa. Academia de


Ciências de Lisboa, 1822.

Bechara, Evanildo. Moderna gramática portuguesa. 36. Ed. São Paulo: Nacional, 1992.

Cegalla, Domingos Pascoal. Novíssima gramática da língua portuguesa. 37. Ed. São Paulo:
Nacional, 1994.

Cunha, Celso e Cintra, Lindley. Nova gramática do português contemporâneo. Edições Sã da


Costa, Lisboa, 1983.

Cunha, Celso. Gramática da língua portuguesa. 11. Ed. Rio de Janeiro: FAE, 1986.

Dik, Simon. Coordination: its implication for the general theory of general linguistics.
Amsterdam. North- Holland Publishing Company, 1972.

Lopes, Helena Couto. Aspectos simbólicos, semânticos e pragmáticos das construções


causais. Contributo para uma reflexão sobre o ensino da gramática. Porto, 2004.

Lobo, Maria. Aspectos de sintaxe das orações subordinadas adverbiais do português. Lisboa,
2003.

Perini. M. A. Gramática descritiva do português. 2. Ed. São Paulo: Ática, 1996.

Rocha Lima, Carlos Henrique da. Gramática normativa da língua portuguesa. 30. Ed. Rio de
Janeiro: José Olímpio, 1999.

Rodrigues, Carmen Galan . “La subordinacion causal y final”, in I. Bosque & V. Demonte,
orgs., vol. 3, 1999.

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