Cartas Geotecnicas Alvaro Isegesc

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CARTAS GEOTÉCNICAS

E
CARTAS DE RISCOS

DISTINÇÕES NO SIGNIFICADO, NA
ELABORAÇÃO E NO USO

Geól. Álvaro Rodrigues dos Santos ([email protected])


A DIFICULDADE MAIOR
HAVERÁ SEMPRE O QUE MELHORAR EM
NOSSO FERRAMENTAL TÉCNICO DE
ENFRENTAMENTO DO PROBLEMA ÁREAS
DE RISCO, MAS O PROBLEMA MAIOR NÃO
ESTÁ NESSA SEARA TÉCNICA, NA QUAL,
REGISTRE-SE, ESTAMOS JÁ MUITO BEM. O
PROBLEMA MAIOR ESTÁ NA SEARA
POLÍTICO-ADMINISTRATIVA, NA
RESISTÊNCIA CRIMINOSA DE NOSSOS
ADMINISTRADORES PÚBLICOS EM
APLICAR AS RECOMENDAÇÕES E O
FERRAMENTAL TÉCNICO JÁ
DISPONIBILIZADO.
EM QUALQUER RAMO DA ATIVIDADE
HUMANA VALE UMA LEI BÁSICA:
A SOLUÇÃO DE UM PROBLEMA EXIGE O
PERFEITO DIAGNÓSTICO E A ELIMINAÇÃO DE
SUAS CAUSAS.

SIMPLESMENTE NÃO AGIR, OU AGIR SOMENTE


SOBRE AS CONSEQUÊNCIAS DE UMA
DETERMINADA DOENÇA, ALÉM DE NÃO TRAZER
SOLUÇÃO ALGUMA IMPLICA TRAGICAMENTE
NO AGRAVAMENTO DESSA DOENÇA.
"Só uns poucos tomam, por todos os
demais, o encargo nobre e pleno da
responsabilidade de custodiar a escritura
sagrada da Terra, de lê-la e interpretá-la,
pois o enlace consciente do homem com
sua estrela está confiado a uma ciência
especial... GEOLOGIA".
Hans Closs-(1885- 1951)
GEOLOGIA DE ENGENHARIA

A GEOCIÊNCIA APLICADA QUE VÊ O

HOMEM COMO AGENTE GEOLÓGICO


SÃO DUAS AS PRINCIPAIS CAUSAS DE INSTALAÇÃO DE
ÁREAS DE RISCO A DESLIZAMENTOS NO BRASIL:

1 – OCUPAÇÃO DE TERRENOS QUE NÃO PODERIAM


NUNCA SER OCUPADOS DADA SUA ALTÍSSIMA
SUSCETIBILIDADE NATURAL A DESLIZAMENTOS.
Exemplos: Encostas da Serra do Mar, da Serra da Mantiqueira,
Aparados da Serra...

2 – OCUPAÇÃO DE TERRENOS COM BAIXA


SUSCETIBILIDADE NATURAL A DESLIZAMENTOS,
PASSÍVEIS DE RECEBER A OCUPAÇÃO URBANA, MAS
COM TAL INADEQUAÇÃO TÉCNICA QUE, MESMO NESSAS
CONDIÇÕES NATURAIS MAIS FAVORÁVEIS, SÃO
GERADAS SITUAÇÕES DE ALTO RISCO GEOTÉCNICO.
Exemplos: São Paulo, Belo Horizonte, Salvador, Recife...
AINDA QUE HAJAM ALGUMAS SITUAÇÕES CRÍTICAS
ENVOLVENDO EMPREENDIMENTOS MAIS
SOFISTICADOS A IMENSA MAIORIA DE NOSSAS ÁREAS
DE RISCO A DESLIZAMENTOS SÃO DECORRENTES DA
BUSCA POR MORADIA PRÓPRIA E BARATA POR PARTE
DA POPULAÇÃO DE BAIXA RENDA.
A DISTÂNCIA, A INSALUBRIDADE E A PERICULOSIDADE SÃO FATORES
BARATEADORES DO METRO QUADRADO.

A INSTALAÇÃO DE ÁREAS DE RISCO A DESLIZAMENTOS


EXPRESSAM 3 GRAVES DEFICIÊNCIAS BRASILEIRAS:
1 – Total ausência de mecanismos mais efetivos de regulação técnica do
crescimento urbano
2 – deficiência dos programas habitacionais
3 – falta de uma cultura técnica arquitetônica e urbanística especialmente
dirigida à ocupação de terrenos de alta declividade
DECISÃO ESTRATÉGICA ELEMENTAR E
ESSENCIAL:

PARAR DE ERRAR

PLANEJAMENTO E REGULAÇÃO
TÉCNICA DO USO DO SOLO
+
PROGRAMAS HABITACIONAIS
PARAR DE ERRAR !!!!
O PASSIVO DE PROBLEMAS DE ORDEM GEOLÓGICA, GEOTÉCNICA E
HIDROLÓGICA EM NOSSAS CIDADES É DE TAL MONTA QUE IMPÕE-SE COMO
CONDIÇÃO ELEMENTAR PARA O SUCESSO EM SEU ENFRENTAMENTO A
DECISÃO QUE HÁ MUITO DEVERIA TER SIDO TOMADA:

PARAR DE ERRAR !!
INFELIZMENTE CONTINUA-SE HOJE A ABSURDAMENTE COMETER OS
MESMOS ERROS BÁSICOS QUE ESTÃO NA ORIGEM DOS TRÁGICOS
FENÔMENOS DAS ENCHENTES E DOS DESLIZAMENTOS
CARTA GEOTÉCNICA E CARTA DE RISCOS
“A Carta Geotécnica traz informações sobre todas feições geológicas e
geomorfológicas de uma determinada região quanto ao seu comportamento
frente a um determinado tipo de ocupação. É essencialmente um
instrumento de planejamento do uso do solo, de gestão geológica do uso
do solo. As mais comuns são as CGs orientadas à ocupação urbana.
Definem as zonas que não podem ser ocupadas de forma alguma e aquelas
que podem ser ocupadas uma vez obedecidos os critérios
técnicos estipulados pela Carta.
As Cartas Geotécnicas relacionam-se diretamente com Planos Diretores e
Códigos de Obra.”

“A Carta de Riscos delimita em uma área ou região já ocupada as zonas ou


os compartimentos submetidos a um determinado tipo de risco (por
exemplo, escorregamentos) frente a um determinado tipo de ocupação (por
exemplo, urbana), definindo os diferentes graus de risco e as providências
necessárias associadas a cada um desses graus. Geralmente é realizada
para uma situação já com problemas detectados e/ou acontecidos e é mais
comumente um instrumento de ações corretivas e de Defesa Civil.
As Cartas de Riscos relacionam-se diretamente com Serviços Corretivos e
Planos Emergenciais e Contingenciais de Defesa Civil.”
SOBRE AS ESCALAS DE TRABALHO

• AS AÇÕES PÚBLICAS PRÁTICAS DE


ORDENAÇÃO DO USO DO SOLO, SEJA EM
ESCRITÓRIO, SEJA EM CAMPO, EXIGEM DAS
CARTAS GEOTÉCNICAS E DE RISCO
PRECISÕES COMPATÍVEIS COM ESCALAS
ENTRE 1:5.000 E 1:1.000.

• ESCALAS MAIS ABRANGENTES QUE ESSAS


PODEM TER ALGUMA FINALIDADE, MAS NÃO
SE PRESTAM ÀS DECISÕES DO COTIDIANO DE
UMA ADMINISTRAÇÃO MUNICIPAL
GESTÃO DE RISCOS GEOLÓGICOS – LINHAS DE AÇÃO
FOCO ESTRATÉGICO: ELIMINAÇÃO DO RISCO ARSantos
CARÁTER AÇÕES INSTRUMENTOS DE APOIO
Regulação técnica da expansão urbana
 MAPA DE
impedindo-se radicalmente a ocupação de
SUSCETIBILIDADE
áreas de alta e muito alta suscetibilidade
 CARTA GEOTÉCNICA
natural a riscos.
PREVENTIVO Regulação técnica da expansão urbana
obrigando que áreas de baixa e média
 CARTA GEOTÉCNICA
suscetibilidade natural a riscos somente
 CÓDIGOS DE OBRA
possam ser ocupadas com técnicas a elas
adequadas.

Reassentamento de moradores de áreas de


 CARTA DE RISCOS
alto e muito alto risco geológico natural.
CORRETIVO Consolidação geotécnica de áreas de baixo  CARTA DE RISCOS
e médio risco geológico natural e de áreas  PROJETOS DE
de risco induzido. CONSOLIDAÇÃO
GEOTÉCNICA

Remoção imediata de moradores de áreas


de alto e muito alto risco em situações  CARTA DE RISCOS
críticas.
EMERGENCIAL
Concepção e implementação de Planos
 CARTA DE RISCOS
Contingenciais de Defesa Civil com
 SISTEMAS DE ALERTA
participação ativa da população.
ALGUNS FENÔMENOS GEOLÓGICOS
QUE MOSTRAM A NECESSIDADE DE E
A IMPORTÂNCIA DA CARTOGRAFIA
GEOTÉCNICA
Almirante Tamandaré – RM Curitiba
Teresina - PI
DESLIZAMENTOS
DISTINÇÃO IMPORTANTÍSSIMA:
- Deslizamentos em áreas já naturalmente
altamente instáveis, portanto impróprias
para a ocupação urbana.

- Deslizamentos induzidos em áreas


compatíveis com a ocupação urbana
devido à adoção de técnicas construtivas
inapropriadas.
CARAGUATATUBA - 1967
CUBATÃO - 1985
CHUVAS COM MESMO PODER DESTRUTIVO - SERRA DAS ARARAS 1967

PHVd - ABMS 85
CHUVAS - NOVA FRIBURGO 2011

86
GROTÃO: OCUPAÇÃO RECENTE EM CONDIÇÕES DE RISCO GEOTÉCNICO MUITO
ALTO NO BAIRRO PINHAL DO MIRANDA
Cultura técnica do corte-aterro-corte-aterro
CARTA GOTÉCNICA
UMA DAS MAIORES CONTRIBUIÇÕES DA
GEOTECNIA PARA A HUMANIDADE
CHAVE METODOLÓGICA PARA A ELABORAÇÃO DAS
CARGAS GEOTÉCNICAS:
DEFINIÇÃO DOS PARÂMETROS GEOLÓGICOS E
GEOMORFOLÓGICOS CRÍTICOS, CONSIDERADAS AS
CARACTERÍSTICAS NATURAIS DA ÁREA EM FOCO E
OS TIPOS DE SOLICITAÇÕES TÍPICOS DOS
EMPREENDIMENTOS HUMANOS PREVISTOS

EXEMPLOS DE PARÂMETROS CRÍTICOS PARA REGIÕES DE TOPOGRAFIA


ACIDENTADA E OBJETIVOS DE OCUPAÇÃO URBANA:
> Feições geomorfológicas como as grotas ou cabeceiras de drenagem;
> Encostas com declividade superior a 40%, ou algo em torno desse valor, sendo
as encostas retilíneas aquelas que sugerem maiores cuidados;
> Presença de matacões e blocos de rocha em superfície e subsuperfície;
> Faixas de terreno a montante ou a jusante de áreas instáveis (que, portanto,
podem ser respectivamente desestabilizadas por descalçamento ou atingidas por
material proveniente de deslizamentos);
> Áreas baixas de vales sujeitos a corridas de lama e detritos.
CARTA GEOTÉCNICA
PRIMEIRA PISTA DA
RODOVIA DOS IMIGRANTES
CARTA DE PERMEABILIDADE DO RIO GRANDE DO NORTE CEFET-RN
CARTA GEOTÉCNICA DOS MORROS DE SANTOS E S.VICENTE
CARTA GEOTÉCNICA DOS MORROS DE SANTOS E S. VICENTE
TABELA ORIENTATIVA
CARTA DE RISCOS

FERRAMENTA ESSENCIAL PARA


MEDIDAS CORRETIVAS DE
REORDENAMENTO DA OCUPAÇÃO
URBANA OU MEDIDAS
EMERGENCIAIS DE DEFESA CIVIL
CLASSIFICAÇÃO E CONCEITUAÇÃO DE GRAUS DE RISCO
GRAU DE RISCO SIGNIFICADO
BAIXO (R1) Nas condições atuais não há risco evidente de acidentes geotécnicos ou hidráulicos localizados.
Não exige intervenções específicas de estabilização geotécnica, além das recomendações de caráter geral.
Recomendações:
- melhoria do sistema de impermeabilização e drenagem superficial, urbanização e adoção do Regulamento
Técnico
- pode sofrer algum adensamento de moradias condicionado a liberação técnica oficial
- remoção para situações localizadas ou caso fora dos limites da Área Desafetada

MÉDIO (R2) Nas condições atuais há risco de acidentes geotécnicos ou hidráulicos de pequeno e médio portes.
Exige intervenções de estabilização leves.
Recomendações:
- implantação de medidas de estabilização geotécnica indicadas, melhoria do sistema de impermeabilização e
drenagem superficial, urbanização e adoção do Regulamento Técnico Código de Obras
- pode sofrer algum adensamento de moradias condicionado a liberação técnica oficial
- remoção para situações localizadas ou caso fora dos limites da Área Desafetada.

ALTO (R3) Nas condições atuais há riscos de acidentes geotécnicos ou hidráulicos graves.
Exige intervenções de estabilização geotécnica de pequeno e médio portes.
Recomendações:
- implantação de medidas de estabilização geotécnica indicadas, melhoria do sistema de impermeabilização e
drenagem superficial, urbanização e adoção do Regulamento Técnico
- não deve sofrer adensamento de moradias.
- remoção para situações indicadas no projeto ou caso fora dos limites da Área Desafetada ou
por avaliação custo-benefício.

MUITO ALTO (R4) Nas condições atuais há riscos de acidentes geotécnicos ou hidráulicos graves.
Recomendação:
- remoção de todas as edificações existentes, recuperação florestal da área remanescente e eventuais serviços
de estabilização geotécnica.
ÁREAS DE RISCO: QUANDO DESOCUPAR, QUANDO CONSOLIDAR

TIPO DE SUB-SETORES GRAUS AÇÃO


DE RISCO

Sub-setores classificados natural Muito


DESOCUPAÇÃO
Alto ou Alto originalmente impróprios 3E4
à ocupação urbana:
Sub-setores classificados induzido
PONDERAÇÃO
Muito Alto ou Alto originalmente 3e4
CUSTO/BENEFÍCIO
passíveis de ocupação urbana:
Sub-setores classificados natural Médio CONSOLIDAÇÃO E
MANUTENÇÃO DA OCUPAÇÃO
e Baixo originalmente propícios à 1e2
URBANA – POSSÍVEL
ocupação urbana: ADENSAMENTO DA
OCUPAÇÃO
ZONEAMENTO DE RISCO GEOLÓGICO-GEOTÉCNICO
COTA 100/95 E PINHAL/FABRIL
RESPONSABILIDADES PROFISSIONAIS NA
ELABORAÇÃO DA CARTA GEOTÉCNICA E DA
CARTA DE RISCOS

• UM TRABALHO EMINENTEMENTE INTERDISCIPLINAR:


Geologia
Geomorfologia
Engenharia Geotécnica
Arquitetura/Urbanismo
Cartografia

• LIDERANÇA PROFISSIONAL:
Geologia de Engenharia e Engenharia Geotécnica
“Nature to be commanded must be obeyed”
Francis Bacon - 1610

“Nas Ciências Naturais, e na Geologia em especial, o primeiro e essencial


passo está em descobrirmos e assimilarmos as leis básicas da Natureza. Isso
feito, as cortinas se abrem e a compreensão dos fenômenos naturais ou
induzidos pelo Homem surge clara à nossa frente”

“Qualquer ação humana sobre o meio natural interfere, não só, limitadamente, em
matéria bruta, mas, significativamente, em matéria em movimento, ou seja, em
processos geológicos, sejam eles menos ou mais perceptíveis, sejam eles
mecânicos, físico-químicos ou de qualquer outra natureza, estejam eles
temporariamente contidos ou em pleno desenvolvimento”

Álvaro R. Santos
Conversem mais com a
Terra, entendam suas leis e
seus segredos, e então,
juntos, Homem e Terra,
cheguem,
acumpliciadamente,
à melhor solução.
FIM
OBRIGADO
Geól. Álvaro Rodrigues dos Santos ([email protected])

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