Mecânica Aplicada - Esforcos03
Mecânica Aplicada - Esforcos03
Mecânica Aplicada - Esforcos03
Engenharia Biomédica
Versão 0.2
Setembro de 2008
1. Peça linear
Uma peça linear é um corpo que se pode considerar gerado por uma figura plana cujo
centro de gravidade se desloca ao longo de uma linha de grande raio de curvatura à
qual se mantém perpendicular. A figura plana designa-se por secção transversal da peça
linear, tem dimensões muito inferiores ao comprimento da referida linha que, por sua
vez, se designa por eixo da peça linear. As peças lineares podem ter eixo rectilíneo ou
curvilíneo e podem ter secção transversal constante ou variável ao longo do eixo da
peça. As peças lineares de eixo rectilíneo e secção transversal constante designam-se
por peças prismáticas. As peças lineares são normalmente representadas
simplificadamente pelo seu eixo.
A perna pode ser representada por uma peça linear submetida às forças indicadas na
figura seguinte.
FJ
FM
φ
O θ
a A
B
b
W1
β C
c
W0
O exercício físico representado na figura seguinte consiste na abdução do braço até este
atingir a posição horizontal.
O braço pode ser representado por uma peça linear submetida às forças indicadas na
figura seguinte.
FJ
FM
A B C
β θ
O
W W0
a
b
c
R M S2
S1
x3 G
G
x1
x2 –M –R
M2
T N G x3
x1
V1
x2
M1
V2
M2
No caso de a peça linear estar sujeita a forças actuantes num único plano que contém
também o seu eixo, só existem três esforços internos: o esforço normal N, o esforço
transverso V2 que se representa simplesmente por V e o momento flector M1 que se
representa simplesmente por M. Os sentidos positivos dos esforços internos na face
positiva e na face negativa representam-se na figura seguinte.
R V
M
N x3 M x3
G G
N
V
R
x2 x2
O efeito do esforço normal é o de alongar (ou encurtar) a peça linear na direcção do seu
eixo:
N N
M M
Os gráficos que representam a variação dos esforços internos ao longo do eixo da peça
linear denominam-se diagramas de esforços.
Exemplo E1.
Calcular as reacções de apoio e traçar os diagramas de esforços internos da seguinte
estrutura:
P
A 60º B C
L
As reacções nos apoios A e B arbitradas com os sentidos indicados na figura seguinte
podem ser determinadas a partir das equações de equilíbrio estático no plano:
P
RHA A B C
60º x3
RVA a RVC
x2 L
x2
A partir deste diagrama é possível determinar os esforços internos na secção S a partir
das equações de equilíbrio estático no plano:
ΣMS = 0 <=> M(x3) – P sen(60º) (1– a/L) × x3 = 0 <=> M(x3) = P sen(60º) (1– a/L) x3
Note-se que estes esforços também poderiam ser determinados a partir do diagrama de
corpo livre do troço SC.
Este diagrama de corpo livre e estas expressões dos esforços internos são válidos para
0 § x3 < a. Para x3 > a, o diagrama de corpo livre do novo troço AS já inclui a força P
como se indica na figura seguinte:
P M(x3)
P cos(60º) A S
60º x3
B N(x3)
x3
x2
Os resultados obtidos mostram que os esforços internos variam com a posição da secção
de corte S. Esta variação é representada graficamente nos diagramas de esforços. O
diagrama de esforço normal é representado por
P cos(60º)
+ B C
A
Quando o esforço normal é positivo o seu valor é marcado no sentido negativo do eixo
x2, isto é, é marcado por cima do eixo da viga. Quando o esforço normal é negativo o
seu valor é marcado no sentido positivo do eixo x2, isto é, é marcado por baixo do eixo
da viga. Note-se que o diagrama de esforço normal apresenta uma descontinuidade em
x3 = a, pois nessa secção existe uma carga concentrada com componente axial. Mostrar-
se-á na Secção 3 que sempre que numa certa secção de uma peça linear existir uma
carga concentrada com componente axial, o diagrama de esforço normal apresentará,
nessa secção, uma descontinuidade de valor absoluto igual à componente axial da carga
concentrada. Neste caso, a descontinuidade tem valor P cos(60º).
P sen(60º) (1 – a /L)
+ B C
A –
– P a sen(60º)/L
Quando o esforço transverso é positivo o seu valor é marcado no sentido negativo do
eixo x2, isto é, é marcado por cima do eixo da viga. Quando o esforço transverso é
negativo o seu valor é marcado no sentido positivo do eixo x2, isto é, é marcado por
baixo do eixo da viga. Note-se que o diagrama de esforço transverso apresenta uma
descontinuidade em x3 = a, pois nessa secção existe uma carga concentrada com
componente normal ao eixo da viga. Mostrar-se-á na Secção 3 que sempre que numa
certa secção de uma peça linear existir uma carga concentrada com componente
transversal, o diagrama de esforço transverso apresentará, nessa secção, uma
descontinuidade de valor absoluto igual à componente transversal da carga concentrada.
Neste caso, a descontinuidade tem valor P sen(60º).
B C
A +
P a sen(60º) (1 – a /L)
Note-se que a convenção para o traçado do diagrama de momentos flectores é inversa
da dos restantes esforços. Quando o momento flector é positivo o seu valor é marcado
no sentido positivo do eixo x2, isto é, é marcado por baixo do eixo da viga. Quando o
momento flector é negativo o seu valor é marcado no sentido negativo do eixo x2, isto é,
é marcado por cima do eixo da viga.
Exemplo E2.
Calcular as reacções de apoio e traçar os diagramas de esforços internos da seguinte
estrutura:
M
A C
L
As reacções nos apoios A e B arbitradas com os sentidos indicados na figura seguinte
podem ser determinadas a partir das equações de equilíbrio estático no plano:
MM
RHA A C x3
RVA a RVC
x2 L
O sinal negativo no valor da reacção vertical em C indica que esta reacção tem o sentido
contrário ao inicialmente arbitrado.
Considere-se agora uma secção de corte S, à distância genérica x3 do apoio A, e trace-se
o diagrama de corpo livre da parte AS da viga explicitando os esforços internos em S
que foram arbitrados com o sentido positivo de acordo com a convenção de sinais.
M(x3)
A S
x3
N(x3)
M/L x3 V(x3)
x2
Este diagrama de corpo livre e estas expressões dos esforços internos são válidos para
0 § x3 < a. Para x3 > a, o diagrama de corpo livre do novo troço AS já inclui o momento
M como se indica na figura seguinte:
M M(x3)
A
S x3
B
N(x3)
M/L a V(x3)
x3
x2
M /L +
A B C
–M (1 – a /L)
–
A + B C
M a /L
Exemplo E3.
Calcular as reacções de apoio e traçar os diagramas de esforços internos da seguinte
estrutura sujeita a uma carga uniformemente distribuída por unidade de comprimento de
valor p:
B
A
L
As reacções nos apoios A e B arbitradas com os sentidos indicados na figura seguinte
podem ser determinadas a partir das equações de equilíbrio estático no plano (note-se
que a carga distribuída é substituída pela sua resultante):
p
RHA A B x3
RVA
L RVC
x2
p
M(x3)
A S
x3
N(x3)
p L/2 x3 V(x3)
x2
ΣMS = 0 <=> M(x3) + (p × x3) × x3/2 – (p L/2) × x3 = 0 <=> M(x3) = p L x3/2 – p x32/2
p L/2
+
B
A
– – p L/2
Note-se que o diagrama de esforço transverso se anula na secção de meio vão porque,
devido à simetria, a carga total aplicada entre o apoio A e a secção de meio vão é igual à
reacção de apoio em A.
A B
+
2º grau
Tangente horizontal
p L2 /8
p3(x3)
p2(x3)
M M + dM
A B x3
N N + dN
V p3(x3) V + dV
x2
dx3
dN
dx3 = – p3 (1)
dV
dx3 = – p2 . (2)
dM
dx3 = V . (3)
Nos exemplos E.1, E.2 e E.3, a carga distribuída axialmente é nula pelo que o diagrama
de esforço normal é constante por troços. Nos exemplos E.1 e E.2, a carga distribuída
normal ao eixo da viga é nula pelo que o diagrama de esforço transverso é constante por
troços e o diagrama de momentos flectores é linear por troços. No exemplo E.1, o
esforço transverso no troço AB é positivo pelo que o momento flector neste troço é
crescente. No troço BC, o esforço transverso é negativo pelo que o momento flector é
decrescente. O diagrama de momentos flectores apresenta então um ponto anguloso e
um máximo na secção B. No exemplo E.2, o esforço transverso é constante e positivo
na viga pelo que o diagrama de momentos flectores cresce à mesma taxa nos troços AB
e BC. No exemplo E.3, a carga distribuída normal ao eixo da viga é constante pelo que
o diagrama de esforço transverso é linear e o diagrama de momentos flectores é
quadrático. O esforço transverso anula-se a meio vão pelo que o momento flector tem
nessa secção um ponto de estacionaridade. Neste caso o ponto de estacionaridade é um
máximo pois o esforço transverso é positivo à esquerda e negativo à direita da secção de
meio vão.
As equações (1), (2) e (3) podem ser escritas na forma
dN = – p3 dx3 , (4)
dV = – p2 dx3 (5)
dM = V dx3 . (6)
Integrando as equações (4), (5) e (6) entre duas secções genéricas A e B obtém-se
NB x3B x3B
⌠
⌡dN = – ⌠
⌡ p3 dx3 <=> NB – NA = – ⌠⌡ p3 dx3 ,
NA x3A x3A
(7)
VB x3B x3B
⌠dV = – ⌡
⌡ ⌠ p2 dx3 <=> VB – VA = – ⌡⌠ p2 dx3 (8)
VA x3A x3A
MB x3B x3B
⌠
⌡dM = ⌠⌡V dx3 <=> MB – MA = ⌠
⌡V dx3 . (9)
MA x3A x3A
A equação (7) mostra que a variação do esforço normal entre a secção A e a secção B é
igual a menos a área do diagrama da carga distribuída axialmente compreendida entre A
e B. Analogamente, a equação (8) mostra que a variação do esforço transverso numa
secção B pode ser obtido subtraindo ao esforço transverso entre a secção A e a secção B
é igual a menos a área do diagrama da carga distribuída perpendicularmente ao eixo da
peça linear compreendida entre A e B. A equação (9) mostra que a variação do
momento flector entre a secção A e a secção B é igual à área do diagrama de esforço
transverso compreendida entre A e B.
Suponha-se agora que numa dada secção S de uma peça linear actuam forças
concentradas com componente axial P3 e transversal P2 e um momento concentrado MS
como se representa na figura seguinte.
P2
M -
MS M+
N- P3 N+
S
V- V+
[[N]] = – P3 (10)
[[V]] = – P2 (11)
[[M]] = – MS (12)
80 kN
10 kNm 30 kN/m
A 60º B E
C D
80 kN
10 kNm 30 kN/m
RHA 60º
A B E x3
C D
x2
ΣMA = 0 <=> RVE × 8 +10 – 80 sin(60º) × 2 – (30 × 3) × 6.5 = 0 <=> RVE = 89.2 kN
40 kN
A + B E
O diagrama de esforço transverso é constante entre as secções A e B e entre as secções
B e D. O esforço transverso em A vale 70.1 kN. O diagrama de esforço transverso tem
uma descontinuidade em B de valor 80 sen(60º) = 69.3 kN passando a tomar o valor
70.1 – 69.3 = 0.8 kN à direita de B. O esforço transverso em E vale – 89.2 kN e, como a
carga distribuída perpendicularmente ao eixo da viga entre as secções D e E é constante,
o diagrama de esforço transverso é representado por um polinómio de 1º grau entre
estas secções.
70.1 kN
0.8 kN
+ E
A
B C D –
– 89.2 kN
d
d 3-d
= <=> d = 0.027 m .
0.8 89.2
A B C D E
+
2º grau
131.8 kNm
Tangente horizontal
140.2 kNm 132.61 kNm
141.8 kNm
132.6 kNm
Exemplo E5.
Calcular as reacções de apoio e traçar os diagramas de esforços internos da seguinte
estrutura:
P
A B
P
MA
x3
RHA A B
L
RVA
x2
ΣMA = 0 <=> MA – P × L = 0 <=> MA = P L
A B
– PL
A B
Exemplo E6.
Calcular as reacções de apoio e traçar os diagramas de esforços internos da seguinte
estrutura:
A B
L
As reacções nos apoios A e B arbitradas com os sentidos indicados na figura seguinte
podem ser determinadas a partir das equações de equilíbrio estático no plano:
p
MA
x3
RHA A B
L
RV A
x2
pL
A B
2º grau
–
Tangente horizontal
A B
Exemplo E7.
Calcular as reacções de apoio e traçar os diagramas de esforços internos da seguinte
estrutura:
A B
p
MA
x3
RHA
A B
RVA L
x2
p L/2
2º grau
+
Tangente horizontal
A B
– p L2/6
3º grau
–
Tangente horizontal
A B
Exemplo E8.
Calcular as reacções de apoio e traçar os diagramas de esforços internos da seguinte
estrutura:
A B
L
As reacções nos apoios A e B arbitradas com os sentidos indicados na figura seguinte
podem ser determinadas a partir das equações de equilíbrio estático no plano:
p
MA
x3
RHA A B
L
RV A
x2
2º grau
+
A B
3º grau
–
Tangente horizontal
A B
Exemplo E9.
Calcular as reacções de apoio e traçar os diagramas de esforços internos da seguinte
estrutura:
15 kN/m
A D
B C
Como foi visto no capítulo anterior, dada uma estrutura plana, a Estática fornece três
equações para a determinação das reacções. Todas as estruturas consideradas até agora
tinham um número de ligações ao exterior tal que era possível através das três equações
de equilíbrio estático determinar as reacções de apoio. Nesta estrutura o número de
reacções de apoio é quatro (superior a três). No entanto ela possui em B uma rótula o
que faz com que o sistema de equações seja determinado pois cada rótula introduz uma
nova equação. As rótulas são descontinuidades introduzidas nas estruturas que
permitem que duas secções vizinhas, uma de cada lado da rótula, rodem
independentemente uma da outra. Assim, sendo o esforço associado à rotação o
momento flector, pode-se afirmar que através de uma rótula não há transmissão deste
esforço, isto é, que o momento flector numa rótula é nulo. Como o momento flector
numa dada secção é obtido através da soma de todos os momentos aplicados à esquerda
(ou à direita) da secção com os momentos produzidos relativamente à secção por todas
as forças à esquerda (ou à direita) da secção tendo em conta o correspondente sinal
pode-se afirmar que esta soma é nula à esquerda (ou à direita) de uma rótula.
RHA
A D x3
B C
x2
Note-se que em vez de se ter escrito ΣMesqB = 0 poder-se-ia ter escrito ΣMdirB = 0.
VC = VA – 15 × 6 = – 60 kN .
d 1 6 - d1
= <=> d1 = 2 m .
30 60
d2 8 - d2
= <=> d2 = 4.75 m .
71.25 48.75
71.25 kN
+
30 kN + B D
A C –
–
d1 – 48.75 kN
– 60 kN
d2
No troço CD, enquanto o esforço transverso for positivo, o momento flector é crescente
e quando o esforço transverso for negativo o momento flector é decrescente. O
momento flector apresentará portanto um máximo à distância d2 medida a partir da
secção C cujo valor pode ser calculado a partir da equação (9)
– 90 kNm
2º grau
B – –
A D
+
30 kNm C +
Tangente
Tangente horizontal
horizontal
d1
79.22 kNm
d2
Exemplo E10.
Calcular as reacções de apoio e traçar os diagramas de esforços internos da seguinte
estrutura:
1 kN/m
A B
1 kNm
0.3
C
D
RHA
A B x3
1 kNm
RVA
0.3
x2 C
D
RHD
ΣMD = 0 <=> – RVA × 1.2 – 1 + RHA × 0.3 + (1 × 0.8) × 0.8 = 0 <=> RHA = 2.8 kN
A B x3
x2 C
x2
D
x3
Como não existe carga distribuída axialmente o esforço normal é constante em cada
barra. O esforço normal na secção A tem o valor 2.8 kN e é então constante na barra
AB. Como a carga distribuída perpendicularmente ao eixo da viga entre as secções A e
B é constante, o diagrama de esforço transverso é representado por um polinómio de 1º
grau entre estas secções. O esforço transverso em A tem o valor 0.4 kN. O esforço
transverso na secção B pode ser calculado a partir da equação (8):
VB = VA – 1 × 0.8 = – 0.4 kN .
x2 0.4 kN 0.4 kN
x2
x3
0.
2.8 cos(α) – 0.4 sen(α) = 2 kN
B
O esforço normal na secção B da barra BD tem o valor 2 kN. Como não existe carga
distribuída axialmente o esforço normal é constante na barra BD. O esforço transverso
na secção B da barra BD tem o valor – 2 kN. Como não existe carga distribuída
perpendicularmente ao eixo da viga entre as secções B e D, o esforço transverso é
constante na barra BD.
O diagrama de momentos flectores é representado por um polinómio de 1º grau entre as
secções B e C e entre as secções C e D. O momento flector em B é nulo. No troço BC, o
esforço transverso é negativo pelo que o momento flector é decrescente. O momento
flector na secção imediatamente à esquerda de C pode ser calculado a partir da equação
(9)
MD = 0.5 – 2 × 0.25 = 0 .
2.8
A B 2.
+
N (kN)
D
0.4
A + B
–
– 0.4
0.4 m
–2
V (kN)
A B
+ – 0.5
Tangente –
horizontal 0.08 2º grau C
0.4 m
+
D
0.5
M (kNm)
Exemplo E11.
Calcular as reacções de apoio e traçar os diagramas de esforços internos da seguinte
estrutura:
P/L
P C
D
PL
B
L
As reacções nos apoios A e D arbitradas com os sentidos indicados na figura seguinte
podem ser determinadas a partir das três equações de equilíbrio estático no plano mais a
equação adicional que traduz que o momento flector na rótula C é nulo:
P/L
P C
D x3
RVD
x2
L
PL
B
RHA MA
A
L
RVA
VC
PL
B
P PL
A x2
P/6
P/L
P C D x3
P/6
C
P/6 P/3
x2
P
P/6 L
O esforço normal na secção A tem o valor – P/6. Como não existe carga distribuída
axialmente o esforço normal é constante na barra AC. O esforço transverso na secção A
tem o valor P. Como não existe carga distribuída perpendicularmente ao eixo da viga
entre as secções A e C, o esforço transverso é constante na barra AC.
MB = MA – P × L = 0.
MC = – PL + P × L = 0 .
O esforço normal na secção C da barra CD é nulo e como não existe carga distribuída
axialmente o esforço normal é constante (e nulo) na barra CD. Como a carga distribuída
perpendicularmente ao eixo da viga varia linearmente entre as secções C e D, o
diagrama de esforço transverso é representado por um polinómio de 2º grau entre estas
secções. O esforço transverso em C tem valor P/6 e em D temvalor – P/3. Na secção C a
carga distribuída perpendicularmente ao eixo da viga é nula pelo que a tangente ao
diagrama de esforço transverso nesta secção é horizontal. Na secção D a carga
distribuída perpendicularmente ao eixo da viga é positiva pelo que a tangente ao
diagrama de esforço transverso nesta secção tem declive negativo. O esforço transverso
anula-se portanto entre as secções C e D a uma distância d medida a partir da secção C.
Esta distância pode ser determinada através do seguinte equilíbrio:
P/L × d/L
C
Mmáx
P/6 V = 0.
x2
d
ΣF2 = 0 <=> (P/L × d/L) ×d/2 – P/6 = 0 <=> d = 3 L/3 .
ΣMC = 0 <=> Mmáx – (P/L × d/L) × d/2 × 2 d/3 = 0 <=> Mmáx = 3 PL/27 .
Nas figuras seguintes representam-se os diagramas dos três esforços nesta estrutura.
C 0 D
B – – P/6 (N)
Tangente horizontal
P/6 2ºgrau
C + D C D
- + 3º grau
– P/3
3 L/3
3 PL/27 Tangente horizontal
–
P + 3 L/3
B B
P (V) – PL
(M)
–
A A
– PL
Problema P1.
Calcule as reacções de apoio e trace os diagramas de esforços internos das seguintes
estruturas:
a)
1 kN/m
1 kN
0.8 kN
D
A B C
b)
2 kN/m
10 kN 2 kN/m
A B C D E F
30º
c)
4 kN/m
1 kN
C 45º
D
A B
1.0 0.5 0.5 (m)
d)
2 kN/m
B 10 kN
A
C
3.0
e)
A B C
1 kNm
0.6
D
1 kN/m
0.2 0.2 (m)
f)
5 kN/m
10 kN C D
0.8
10 kN
30º
B
0.8
1.0 (m)