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INSTITUTO POLITÉCNICO VÉNUS


Curso: Técnico de Medicina Geral

Cuidados Paliativos
GRUPO - 7

Discentes:
 Teresa Velasco Manuel Nhabetse

Discentes:
Teresa Velasco Manuel Nhabetse
Tete, Junho, 2022
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Cuidados Paliativo

Trabalho apresentado na disciplina de


___________________: Cuidados Paliativo, como
requisito parcial de avaliacao.

Professor: ___________________

Tete /Junho/ 2022

1 INTRODUÇÃO...........................................................................................................1
2 DESENVOLVIMENTO...............................................................................................3
3 RESULTADOS...........................................................................................................3
4 CONCLUSÃO............................................................................................................4
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1.INTRODUÇÃO

Na última década em nosso país, o cuidado paliativo vem sendo reconhecido como
uma forma inovadora de assistência em saúde. Esse reconhecimento se dá por ser uma forma
de cuidado integral que visa o conforto do paciente com condições crônicas, através da
prevenção, controle e alívio de sintomas a fins de proporcionar uma melhor qualidade de vida
tanto para o paciente quanto para seus familiares (GOMES, OTHERO. 2016).
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A prática dos cuidados paliativos é um trabalho multiprofissional que deve ser


realizado pela equipe de saúde, médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem, psicólogos,
fisioterapeutas entre outros, focando nas necessidades e oferecendo suporte ao paciente e
familiar. O enfermeiro tem um papel fundamental na prática dos cuidados paliativos, pois
tem um contato direto e duradouro com o paciente/família, sendo aquele que realiza a escuta
sensível e a elaboração de um plano de cuidados individual para cada paciente visando uma
melhor qualidade de vida(COREN/MG, 2011).
O objetivo principal do Cuidado Paliativo é “a melhora da qualidade de vida de pacientes e
familiares” e é realizado através “da prevenção e alívio de sofrimento físico, psíquico, social e
espiritual”. Desse modo, um diagnóstico adequado do sofrimento e suas causas é
imprescindível para o adequado manejo no Cuidado Paliativo. Mesmo profissionais treinados
na área percebem a dificuldade de analisar, abordar e integrar as diferentes facetas do ser
humano, em especial diante da finitude. Considerando a complexidade das demandas
apresentadas por pacientes e familiares em situações de fim de vida, torna-se necessária a
definição de uma estratégia completa e focada no alívio e prevenção do sofrimento em suas
diversas dimensões. O presente capítulo discutirá a abordagem desse tema através de um
modelo didático de discussão multidisciplinar de casos, desenvolvido em nosso serviço,
abordando as esferas física, social, psíquica e espiritual.

Cuidados Paliativos
Os cuidados paliativos tiveram início e começaram a ser praticados na área de atenção
em saúde na década de 1960, no Reino Unido, pela médica e também enfermeira Cicely
Saunders, em 1970 esse movimento chega a América através da psiquiatra Elisabeth Kubler-
Ross, e começa a expandir-se por diversos países (MATSUMOTO, 2012).
O conceito de cuidados paliativos foi definido pela Organização Mundial de Saúde
(OMS) em 1990 e atualizado em 2002.
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A Organização Mundial da Saúde (2002) afirma que:


“Cuidados Paliativos consistem na assistência promovida por uma
equipe multidisciplinar, que objetiva a melhoria da qualidade de vida
do paciente e seus familiares, diante de uma doença que ameace a
vida, por meio da prevenção e alívio do sofrimento, da identificação
precoce, avaliação impecável e tratamento de dor e demais sintomas
físicos, sociais, psicológicos espirituais.” (OMS, 2002)

A cada ano segundo a Organização Mundial da Saúde OMS mais de 20 milhões de


pessoas necessitam de cuidados paliativos no mundo, cerca de 6% destas são crianças. É
estimado um número total de 40 milhões de pessoas, incluindo os pacientes no estágio inicial
da doença (ANCP, 2014).

Os cuidados Paliativos têm papel fundamental, pois visam a qualidade de vida dos
pacientes acometidos de doenças que ameaçam a continuidade da vida, bem como, o
acolhimento de seus familiares, estendendo-se após a morte do paciente, o período de luto.
Com o avanço da medicina tem-se visto o aumento da sobrevida em pacientes com
doenças crônicas, assim sendo, os cuidados paliativos são de extrema valia, com resultados
expressivos quando bem aplicados, para todo o processo desde a descoberta da doença ao
falecimento do paciente. Ajudando-o a resolver questões pendentes em todas as esferas de sua
vida. Os cuidados paliativos surgiram como uma forma alternativa e não como uma postura
contrária a medicina tecnológica, mas sim de refletirmos sobre a nossa conduta perante a
mortalidade humana buscando o equilíbrio entre o conhecimento científico e o humanismo,
aplicando-os em pacientes nos momentos que antecedem a sua morte.

Os princípios abordados pelos cuidados paliativos são inerentes a todas as


especialidades envolvidas no tratamento desse paciente, são eles: promover o alívio da dor
total e sintomas desagradáveis, ou seja, olhar a dor do paciente como algo além do físico e
trabalhar a tentativa de diminuir sofrimentos desnecessários; trazer a afirmação da vida pra
dentro do tratamento e considerar a morte como processo natural; não tratar visando a
aceleração e nem o adiamento da morte; buscar a integração de aspectos psicológicos e
espirituais no cuidado ao paciente, uma vez que nesse momento que aproxima-se a finitude da
vida muitos pacientes buscam na crença religiosa algum consolo, bem como também ser
respeitado por não crer em nada se for o caso; oferecer ao máximo a independência em sua
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vida, buscando dar significado novamente o quanto for possível até sua morte; oferecer
suporte à família em todos os aspectos, durante o tratamento e posteriormente no luto; garantir
a abordagem multiprofissional, para que o paciente seja assistido em sua totalidade, bem
como sua família, até o momento do luto; melhorar a qualidade de vida, e influenciar
positivamente o curso da doença; e por fim, ser iniciado o quanto antes esta intervenção,
juntamente com o tratamento fisiológico, investigar e incluir novos caminhos para
compreender e controlar situações clínicas estressantes(MATSUMOTO, 2012).

Sintomas mais comuns nos doentes terminais


Os mais frequentes foram:
1. Dor;
2. nausea/vomito;
3. dispenela;
4. fadiga;
5. depressao;
6. ansiedade;
7. constipacao;
8. bem-estar e insonia.

O sofrimento físico, psicológico, emocional e espiritual é comum entre os pacientes


que convivem com uma doença fatal, e os pacientes geralmente temem o sofrimento
prolongado sem alívio. Os profissionais de saúde podem tranquilizar os pacientes que os
sintomas angustiantes muitas vezes podem ser previstos e evitados e, quando presentes,
podem ser tratados.
O tratamento dos sintomas deve se basear na etiologia, quando possível. Por exemplo,
vômitos decorrentes de hipercalcemia são tratados de forma diferente dos decorrentes de
aumento de pressão intracraniana. Entretanto, diagnosticar a causa do sintoma pode ser
inapropriado se os exames trouxerem risco ou forem penosos, ou se o tratamento específico
(p. ex., grande cirurgia) já tiver sido excluído. Para os pacientes terminais, as medidas de
conforto, incluindo tratamentos não específicos ou tratamentos empíricos, curtos, sequenciais,
em geral, são melhores para os pacientes que uma avaliação diagnóstica exaustiva.
Em razão de um sintoma talvez apresentar várias causas e responder de forma
diferente ao tratamento, na medida em que as condições do paciente se deterioram, os
tratamentos devem ser monitorados com rigor e reavaliados frequentemente. A dosagem
excessiva de fármacos ou a dosagem insuficiente deve ser evitada, em especial em razão das
alterações fisiológicas causarem mudanças na metabolização e excreção dos fármacos.
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Quando se espera uma sobrevida curta, o tratamento é orientado com frequência pela
gravidade dos sintomas.

Dimensão social e familiar


Esfera central: identificação do paciente e sua família
Na dimensão social e familiar, a análise enfoca sempre o binômio paciente e família, sendo
estes considerados como foco de atenção e cuidados durante todo o atendimento. É
importante ressaltar que nesta perspectiva não consideramos obrigatória a presença da família
ou do cuidador em todas as intervenções; em algumas situações o paciente, apesar do
diagnóstico de doença incurável e já em atenção paliativa, ainda se mantém autônomo e
comparece às primeiras consultas, desacompanhado. Esse exercício de autonomia do sujeito
pode ser mantido e deve ser incentivado, desde que isto não coloque em risco sua integridade
física e emocional.

Dimensão psíquica
Descobrir-se portador de uma doença grave e incurável é disparador de angústias e incertezas
que muitas vezes excedem os recursos internos do ser humano.
Quanto maior a percepção de ameaça que esta situação acarreta e menor a percepção
individual destes recursos, maior será o sofrimento do indivíduo.
Os sentimentos envolvidos neste sofrimento têm origem não somente em sintomas físicos,
mas sim no significado que paciente e familiares atribuem a todas as vivências decorrentes
deste momento de vida e vinculadas às experiências emocionais anteriores.
Cabe ao psicólogo da equipe o papel de aproximar-se da dimensão afetiva do paciente,
oferecendo-lhe um lugar de escuta em que possa ressignificar sua vida, transformada pela
presença da doença, proximidade da morte e consequente sofrimento, na busca pela adaptação
possível, tendo como principais objetivos:
resgatar e reforçar mecanismos de enfrentamento (coping), ressignificar mágoas, medos e
culpas, possibilitar a aceitação e atribuição do significado pessoal ao adoecimento e morte,
bem como identificar e atuar sobre fatores de risco patológico.

Dimensão espiritual e religiosa


A natureza religiosa e espiritual do ser humano é uma área ainda pouco abordada pelos
profissionais da saúde e torna-se vital nos cuidados com aqueles que estão partindo. A
espiritualidade é considerada no Cuidado Paliativo uma dimensão
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vital e o sofrimento espiritual uma questão médica que deve ser abordada como qualquer
outra.
Um dos primeiros desafios diante dessa abordagem é o conceito de espiritualidade, o qual
deve transcender a religiosidade e abordar as questões existenciais e transcendentes de modo
equivalente. A espiritualidade pode ser definida como:
“Um aspecto da humanidade que se refere ao modo como as pessoas buscam e expressam
significado e sentido, assim como o modo pelo qual elas experimentam sua conexão com o
momento, o si mesmo, os outros, a natureza, o que é significativo ou sagrado”.
Outro desafio importante é a falta de treinamento para abordar o tema e a falta de
compreensão da própria espiritualidade. Nossas próprias questões sobre finitude, religião e
espiritualidade são o ponto de partida para auxiliarmos melhor nossos pacientes. A equipe
deve ser treinada para aceitar os diferentes valores religiosos e espirituais, não impondo
conceitos próprios, mas respeitando e incentivando a participação do paciente em sua prática.
A abordagem das questões espirituais e religiosas dos pacientes deve ocorrer no início do
acompanhamento para que as medidas necessárias sejam tomadas em direção à resolução de
possíveis demandas do paciente, família e equipe.

A importancia do apoio psicossociais

O apoio psicossocial sustenta-se na necessidade de promover o desenvolvimento individual e


social. Pretende-se actuar ao nível da intervenção psicossocial, para maximizar os recursos
internos e externos das Pessoas e apoiar o seu saudável crescimento.

Conclusão
A abordagem em Cuidados Paliativos deve ser realizada preferencialmente em equipe
multiprofissional, adequadamente treinada e com foco no sofrimento do paciente, sua família
e equipe responsável pelo caso. Longe de esgotar o tema, esse capítulo demonstra através do
Diagrama de Abordagem Multidmensional (DAM) uma forma racional de lidar com as
diferentes esferas do sofrimento humano mantendo o foco em objetivos bem definidos.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS

ANCP. 20 milhões de pessoas necessitam de cuidados paliativos, diz organização


mundial da saúde. 2014. Disponível em: <https://paliativo.org.br/20-milhoes-de-pessoas-
necessitam-de-cuidados-paliativos-diz-organizacao-mundial-da-saude/> Acesso em: 31 de
out. 2019.

BRASIL. Ministério da Saúde. Serviço de Cuidado Paliativo Gestão de Qualidade. 3. ed.


Brasília: MS, 2012. p. 3 Disponívelem:
10

<http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/inca/gestao_da_qualidade.pdf> Acesso em: 18


out. 2019.

COREN/MG.Conheça o papel da enfermagem nos cuidados paliativos, 2011.


Disponívelem:
<https://www.corenmg.gov.br/mais-noticias/-/asset_publisher/oJL9Y5ehvOlQ/content/
conheca-o-papel-da-enfermagem-nos-cuidados-paliativos> Acesso em: 18de out. 2019.

MATSUMOTO, Dalva Yukie. Cuidados paliativos: conceitos fundamentos e princípios.


IN:CARVALHO, Ricardo de; PARSONS, Henrique Afonseca (ORGs.). Manual de Cuidados
Paliativos ANCP – Ampliado e atualizado. Academia Nacional de Cuidados Paliativos/ANCP, 2.ed.
2012. p.23-30.

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