Laserpuntura

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Universidade de So Paulo Instituto de Fsica de So Carlos Departamento de Fsica e Cincias dos Materiais Laboratrio de Biofotnica

Tatiana Manfr Frner

LASERPUNTURA

So Carlos - 2007 -

Tatiana Manfr Frner

LASERPUNTURA

Trabalho

de

Concluso

de

Curso

de

Aperfeioamento em Terapias Fotnicas a Lasers e Leds nas reas da Sade.

Orientadora - Prof . Dra. Karina Matthes de Freitas Pontes.

So Carlos -2007 -

Ficha catalogrfica elaborada pelo Servio de Biblioteca e Informao IFSC/USP

Frner, Tatiana Manfr Laserpuntura / Tatiana Manfr Frner; orientadora Karina Matthes de Freitas Pontes. So Carlos, 2007. 45 f.

Trabalho de Concluso de Curso (Aperfeioamento em Terapias Fotnicas a Lasers e Leds nas reas da Sade) Instituto de Fsica de So Carlos da Universidade de So Paulo.

1. Laserpuntura. 2. Acupuntura. 3. Laser de Baixa Potncia. I. Ttulo.Laserpuntura

Folha de Aprovao
Tatiana Manfr Frner Laserpuntura

Aprovado em: Banca Examinadora Prof. Dr. _________________________________________________________________ Instituio: ________________________ Assinatura: _____________________________

Prof. Dr. _________________________________________________________________ Instituio: ________________________ Assinatura: _____________________________

Prof. Dr. _________________________________________________________________ Instituio: ________________________ Assinatura: _____________________________

Prof. Dr. _________________________________________________________________ Instituio: ________________________ Assinatura: _____________________________

Prof. Dr. _________________________________________________________________ Instituio: ________________________ Assinatura: _____________________________

Prof. Dr. _________________________________________________________________ Instituio: ________________________ Assinatura: _____________________________

DEDICATRIA

A minha me Maria Santa, pelo exemplo de vida; Aos meus irmos Karina e Hugo pelo estmulo e apoio sempre.

AGRADECIMENTOS Ao Prof. Dr. Vanderlei Salvador Bagnato, coordenador geral do aperfeioamento, pela oportunidade de realizar esses curso que contribuiu para meu crescimento cientifico.

A Profa. Dra. Rosane Lizarelli pelo exemplo de dinamismo, liderana e dedicao ao curso.

Agradeo Profa. Dra. Karina Matthes de Freitas Pontes, pela orientao e incentivo.

A Universidade de So Paulo pela oportunidade de realizar esse curso de aperfeioamento.

Ao Instituto de Fsica de So Carlos e Departamento de Fsica e Cincia de Materiais e Laboratrio de Biofotnica.

Meu especial agradecimento a todas as pessoas que apoiaram e colaboraram com esta pesquisa, de forma direta ou indiretamente.

A mente que se abre a uma nova idia jamais voltar ao seu tamanho original. (Albert Einstein)

RESUMO

A laserpuntura uma alternativa acupuntura manual e considerada uma prtica relevante, pois um mtodo indolor de estimular os pontos de acupuntura utilizando o laser de baixa intensidade. O grande benefcio dessa tcnica no causa nenhuma agresso pele evitando possveis infeces, no causa dor podendo ser utilizada em pessoas mais sensveis e em crianas, em pessoas que apresentam problemas de coagulao ou esto utilizando medicamentos anticoagulantes. Sendo tambm a nica tcnica nessa rea que possibilita a condio de placebo puro.

Palavra Chave: Laserpuntura, Acupuntura, Laser de Baixa Potencia.

ABSTRACT

The laserpuntura is an alternative method to the traditional acupuntura and its considered a relevant practice, because the laser of low intensity is a painless method to stimulate the acupuntural points. The great benefits of this technique is that it cause no aggression to the skin preventing possible infections, and its painless, being able to be used in children, people more sensible to pain and people who present coagulation problems or is using anticoagulating medicines. Being also the only technique in this area that makes possible the pure condition of placebo.

Word Key: Laserpuntura, Acupuntura, Low Intensity Laser.

LISTA DE ILUSTRAES E TABELAS

FIGURA 1: Smbolo Yin- Yang FIGURA 2: Pentagrama dos Cinco Elementos FIGURA 3: Meridianos Principais e Pontos de acupuntura FIGURA 4: Pontos de acupuntura na orelha (acupuntura auricular) TABELA 1: Tabela dos estudos

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LISTA DE ABREVIATURAS

J - Joules J/cm2 - Joules por centmetros quadrados HeNe - Hlio Nenio Hz - Hertz mm - Milmetros mW - Miliwatts nm - Nanmetros W - Watts % - Porcentagem SUS - Sistema nico de Sade Cofitto - Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional Crefito Conselho Regional de Fisioterapia e Terapia Ocupacional CIUO - Classificao Internacional Uniforme de Ocupao CNS - Conselho Nacional de Sade EVA - Escala Visual Analgica B - Meridiano da bexiga C - Meridiano do corao P - Meridiano pulmo IG - Meridiano intestino grosso ID - Meridiano intestino delgado F - Meridiano do fgado BP - Meridiano Bao pncreas

VB - Meridiano da Vescula Biliar E - Meridiano do estmago R - Meridiano do Rim TA - Meridiano triplo aquecedor CS - Meridiano circulao sexualidade MTC - Medicina Tradicional Chinesa IG4 - Intestino grosso 4 ponto do meridiano do intestino grosso IG14 - Intestino grosso 14 ponto do meridiano do intestino grosso IG15 - Intestino grosso 15 ponto do meridiano do intestino grosso IG16- Intestino grosso 16 ponto do meridiano do intestino grosso IG11- Intestino grosso 11 ponto do meridiano do intestino grosso IG20- Intestino grosso 20 ponto do meridiano do intestino grosso E3 - Estmago 3 ponto do meridiano do estmago E4 - Estmago 4 ponto do meridiano do estmago E6 - Estmago 6 ponto do meridiano do estmago E7 - Estmago 7 ponto do meridiano do estmago E36 - Estmago 36 ponto do meridiano do estmago E44 - Estmago 44 ponto do meridiano do estmago E43 - Estmago 43 ponto do meridiano do estmago C5 - Corao 5 ponto do meridiano do corao C7 - Corao 7 ponto do meridiano do corao VG2 - Vaso governador 2 VG14 - Vaso governador 14 VG20 - Vaso governador 20

VB20 - Vescula Biliar 20 ponto do meridiano da vescula biliar VB27 - Vescula Biliar 27 ponto do meridiano da vescula biliar VB39 - Vescula Biliar 39 ponto do meridiano da vescula biliar R4 - Rim 4 ponto do meridiano do rim R3- Rim 3 ponto do meridiano do rim ID3 - Intestino delgado 3 - ponto do meridiano do intestino delgado ID18 - Intestino delgado 18 - ponto do meridiano do intestino delgado ID19 - Intestino delgado 19 - ponto do meridiano do intestino delgado TA11 - Triplo aquecedor 11 ponto do meridiano triplo aquecedor TA17 - Triplo aquecedor 17 ponto do meridiano triplo aquecedor TA21 - Triplo aquecedor 21 ponto do meridiano triplo aquecedor

SMARIO

Pginas RESUMO ABSTRACT LISTA DE ILUSTRAES LISTA DE ABREVIATURAS 1 INTRODUO 2 PROPOSIO 3 REVISO DA LITERATURA 3.1. ACUPUNTURA 3.1.1. Filosofia da Medicina Tradicional Chinesa 3.1.1.1. Teoria Yin E Yang 3.1.1.2. Teoria Dos Cinco Elementos 3.1.1.3. Teoria Dos Meridianos 3.1.1.4. Acupontos 3.2. ATUAO HUMORAL DA ACUPUNTURA 3.3.1. Ao Fisiolgica Da Laserpuntura: 3.3.2.Benefcios Da Laserpuntura 3.3.3. Contra-Indicaes Da Laserpuntura 3.4. ESTUDOS REALIZADOS 4 DISCUSSO 5 CONCLUSES 6 REFERNCIAS 15 16 17 17 20 20 21 22 22 25 28 28 28 29 35 40 41

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1 INTRODUO

A laserpuntura a unio de duas tcnicas, a acupuntura que j utilizada desde 2953 a.C. e o mais antigo tratamento do mundo inteiro e a laserterapia que surgiu em 1970. Essa tcnica uma alternativa acupuntura manual que j utiliza o magneto, moxas e eletroestimulao para complementar essa tcnica. A laserpuntura considerada uma prtica relevante, pois permite estimulao de pontos de acupuntura de forma precisa e o tratamento das mais diversas patologias. Os grandes benefcios dessa tcnica so: no causa nenhuma agresso pele evitando possveis infeces, no cauda dor e pode ser utilizada em pessoas mais sensveis dor e em crianas, em pessoas que apresentam problemas de coagulao ou esto utilizando medicamentos anticoagulantes. Desde o surgimento dessa tcnica vrios estudos vm sendo realizados para comprovar sua eficcia, desde pesquisas experimentais a aplicaes clnicas. Grande parte se refere ao controle da dor, no entanto, j existem pesquisas para a aplicao da laserpuntura na estimulao do sistema imunolgico, acelerao de reparao ssea entre outras.

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2 PROPOSIO O presente trabalho tem por objetivo fazer um levantamento da literatura, na tentativa de esclarecer a prtica dessa tcnica, mostrando os vrios tipos de aplicaes proporcionados nas reas da sade.

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3 REVISO DA LITERATURA

3.1. ACUPUNTURA

A medicina tradicional chinesa (MTC) muito antiga, existindo relatos de sua prtica desde 2953 a.C. Todo conhecimento da MTC foi transferido oralmente durante o perodo de 1122 a 256 a.C., quando foi escrito o livro Huang Di Nei Jing Su Wen, obra atribuda ao Imperador Amarelo, mas que foi escrita por vrios mdicos da poca. Esse livro mostra toda filosofia, cincia e meios de diagnsticos feitos pela acupuntura e moxa (SILVA, 2007). A palavra acupuntura tem origem no latim em que acus significa agulha e punctura picar. Consiste, portanto, em picar agulhas em pontos especiais na pele, para obter uma resposta teraputica eficiente. J os chineses denominaram esse mtodo como Zhen Jiu, que significa agulha e fogo, com o uso de um recurso trmico alm das agulhas para estimular os pontos. A acupuntura faz parte de um conjunto de conhecimentos terico-empricos, a Medicina Tradicional Chinesa (MTC) que inclui tcnicas de massagem (Tui-Na), exerccios respiratrios (Chi-Gung), orientaes nutricionais (Shu-Shieh) e a

farmacopia chinesa, medicamentos de origem animal, vegetal e mineral (ALTMAN, 1997). A acupuntura um tratamento de baixo custo e de grandes resultados benficos, promovendo homeostasia causando uma melhora na circulao do sangue no crebro e controlando a dor no sistema nervoso central. (SIEDENTOPF et al., 2005).

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A MTC e principalmente a acupuntura passaram por vrias fases na China desde seu apogeu at a tentativa de sua total excluso entre os anos de 1912 a 1949, sob alegao de que no existia comprovao cientfica de sua eficcia (CAI JING FENG, 1988). Vrios pesquisadores mostraram os efeitos da acupuntura no decorrer dos tempos, mas a preocupao de provar que os resultados obtidos com a acupuntura no se devem a sugesto, em 1979 BLAND afirmou... mas, se a funo anestsica da acupuntura puramente mental (aspas no original), como explicar que as agulhas parecem ser igualmente eficientes na veterinria?". A acupuntura chegou ao ocidente atravs do francs Soule de Mourant que viveu alguns anos na China. Em 1961 chega ao Brasil o chins Wu Tou Kwang, mdico cirurgio vascular, que vem formando acupunturistas h mais de 20 anos. Ele hoje o maior expoente em prol da regulamentao democrtica e multidisciplinar da acupuntura no Brasil, nos moldes de como ela realizada em seu pas de origem. Segundo Wu, a China o pas que mais utiliza as terapias naturais, e por isso, consegue proporcionar aos seus um bilho e trezentos milhes de habitantes uma assistncia de sade barata e altamente eficaz. Em 1975, a acupuntura foi regulamentada em Nova York e Califrnia, Estados Unidos, em nvel multiprofissional, situao em que permanece at os dias atuais. Este fato localizado foi determinante para o fortalecimento da acupuntura tambm no Brasil. A antiga escola de Medicina e Cirurgia do Rio de Janeiro em 1979 iniciou o primeiro curso de acupuntura para profissionais da rea da sade. Entre os professores estava o fisioterapeuta Frederico Spaeth.

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A primeira ao para regulamentar a acupuntura como especialidade fisioterapeutica ocorreu em 1976 pela Organizao Internacional do Trabalho (OIT) que colocou o mtodo como uma das profisses na Classificao Internacional Uniforme de Ocupao (CIUO). No Brasil, aps um ano, o Ministrio do Trabalho incluiu a profisso de acupunturista na CIUO, iniciando no pas o desenvolvimento da especialidade que passou a ganhar credibilidade por parte da populao pelos bons resultados alcanados. E em 29 de outubro de 1985 o Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional decide, atravs da Resoluo COFITTO - 60, habilitar os Fisioterapeutas e Terapeutas Ocupacionais para a prtica de acupuntura. Outros Conselhos Federais como os de Biomedicina, Educao Fsica, Psicologia, Enfermagem, Medicina e Farmcia implantaram suas resolues na busca pela democratizao da prtica. Em maro de 2007 foi alcanada a vitria com a aprovao unnime, do plenrio do Conselho Nacional de Sade (CNS) que inseriu sete profisses na Poltica Nacional de Prtica Integrativas e Complementares no sistema nico de Sade (SUS). Isso significa que esses profissionais esto habilitados a aplicar a Acupuntura, Homeopatia, Termalismo e a Fitoterapia no SUS (ALTHEMAN, 2006). O fisioterapeuta pode aplicar a acupuntura desde que apresente ao respectivo CREFITO, o ttulo, diploma ou certificado de curso especfico patrocinado por entidade de acupuntura de reconhecida idoneidade cientfica ou por universidades (ALTHEMAN, 2006). Aos poucos, a resistncia inicial ao emprego da acupuntura, no ocidente, foi sendo substituda pela opinio de que vantajosa a integrao entre os dois sistemas, o "progresso da integrao do conhecimento tradicional com o mtodo cientfico" visto

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por alguns representantes da academia ocidental como "uma grande promessa". (KAO, 1979 apud PALMEIRA, 1990).

3.1.1. Filosofia da Medicina Tradicional Chinesa: A MTC descrita como uma doutrina mdica que postula que o corpo e a mente so uma nica unidade indissolvel, na qual necessria a busca do entendimento integral dos fenmenos biolgicos, levando em considerao no s o estado fsico, mas tambm o estado mental e espiritual (YAMAMOTO, 1998). A medicina ocidental tem como procedimento analisar de forma isolada cada rgo do corpo. A prtica da acupuntura est intimamente relacionada a MTC e impossvel separ-las. Baseando-se na filosofia do yin-yang e dos cincos elementos (BIRCH, KAPTCHUK, 2001). Entre os mtodos utilizados para estimular os pontos de acupuntura esto: acupresso, moxabusto, eletroacupuntura, magnetoterapia e laserpuntura, com diferentes finalidades teraputicas. (DRAEHMPAEHL, ZOHMANN, 1997; LUNA, 2002). A doena considerada um bloqueio ou distoro de energia vital e sua causa est relacionada com a tenso emocional e com fatores climticos em que o corpo exposto. Na MTC existem energias que protegem e que destroem o organismo, o entendimento dessas energias pode permitir o controle do corpo e a boa sade.

3.1.1.1. Teoria Yin E Yang O yin e yang so duas energias que se complementam na sua oposio, podendo ser classificadas atravs de vrios fenmenos segundo critrios fsicos, manifestaes na natureza entre outras. Sendo assim: Yang tudo que movimento,

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ascendente, quente, luminoso, ao, funcional, alto, dia. Yin tudo que est em repouso, interior, descendente, frio, sombrio, material, terra, noite (Fig. 1). No corpo tambm temos essas energias presentes onde Yin representado pelos rgos e Yang pelas vsceras. A doena o desequilbrio de yin-yang e a acupuntura visa re-equilibrar esses dois elementos.

Fig. 1- Smbolo Yin- Yang Fonte: http://nrich.maths.org/content/id/2912/yinyang.gif.

3.1.1.2. Teoria Dos Cinco Elementos Junto teoria Yin-Yang a teoria dos cincos elementos, a coluna principal da filosofia chinesa. Estes cinco elementos bsicos so: madeira, fogo, terra, metal e gua. Entre eles existe uma relao de interdependncia e inter-restrio. Dentro desses elementos vrios fenmenos e manifestaes esto relacionados, como emoes, estaes do ano, sabores, rgos entre outros (Fig. 2). No Livro de Ouro do Imperador Amarelo escrito h mais de 2600 anos j existia a classificao dos rgos pelos cinco elementos. Esse pentagrama fundamental para uma avaliao eficiente da acupuntura.

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Fig.2 - Pentagrama dos Cinco Elementos Fonte: Adaptado de Breves (2001).

3.1.1.3. Teoria Dos Meridianos Na superfcie do corpo existe uma srie de pontos que, ligados entre si, formam os meridianos correspondentes a um rgo interno especfico. So canais de conexo entre todo o corpo humano (Fig.3). Existem 12 meridianos: o do estmago (E); bao-pancras (BP); pulmo (P); intestino delgado (ID); intestino grosso (IG); rim (R); bexiga (B); fgado (F); vescula biliar (VB); Corao (C); circulao e sexualidade (CS); triplo aquecedor (TA), (MACIOCIA, 1996).

3.1.1.4. Acupontos Os acupontos foram empiricamente determinados no transcorrer de milhares de anos de prtica mdica (RISTOL, 1997). Anatomicamente, so reas com alta concentrao de mastcitos, vasos linfticos, capilares, vnulas, arterolas e terminaes nervosas (LUNA, 2002) (Fig.3). Sua estimulao possibilita acesso direto

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ao sistema nervoso central (FARBER & TIMO-IARIA, 1994). Na orelha tambm existem pontos de acupuntura e a prtica dessa recebe o nome de acupuntura auricular (Fig.4). Souli de Mourant descreve esses pontos como local de sensibilidade dolorosa presente na pele de acordo com cada molstia. Esses pontos quando estimulados (via agulha ou no) proporcionam o retorno normalidade, que pode ser temporrio ou permanente (SILVA, 2007). Muitos efeitos da acupuntura, como a analgesia, podem ser explicados em termos neurofisiolgicos, no entanto os resultados da combinao dos pontos selecionados pelo acupunturista para conseguir um efeito teraputico dificilmente so explicveis nesses termos (MITTLEMAN, GAYNOR, 2000). Todos esses pontos tm um nome em chins com um significado especial, mas em 1995 durante o I Congresso Mundial de Acupuntura, foi estabelecida uma nomenclatura internacional para esses pontos. Sendo assim, cada ponto passou a ser denominado pelo nmero da seqncia do seu meridiano, ou seja, ponto IG4 o quarto ponto do meridiano do intestino delgado.

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Fig. 3- Pontos de acupuntura e Meridianos Fonte: http://www.cepvi.com/medicina/imagen/acupuntura.jpg

Fig. 4 - Pontos de acupuntura na orelha (acupuntura auricular) Fonte: http://images.google.com.br/imgres?imgurl=http://paginas.terra.com.br/

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3.2. ATUAO HUMORAL DA ACUPUNTURA

A aceitao do efeito da acupuntura no alvio da dor foi facilitada pela descoberta dos opiides endgenos. Essa descoberta trouxe uma explicao lgica em termos ocidentais para o efeito sobre a sensibilidade dor. A acupuntura no causa apenas um efeito analgsico, ela provoca mltiplas respostas biolgicas. Estudos em animais e humanos mostram que o estmulo por acupuntura pode ativar o hipotlamo e a glndula pituitria, resultando num amplo espectro de efeitos sistmicos, aumento na taxa de secreo de neurotransmissores e neurohormnios, melhora do fluxo sanguneo e estimula a funo imunolgica esses so alguns dos efeitos j demonstrados. A Acupuntura pode provocar uma srie de reaes sensitivas concomitantes dor, queimao, choque constituindo o que se chama "Te Qi" ou "sensao de acupuntura", que, neurofisiologicamente, depende do estmulo dos vrios tipos de receptores nervosos, correlacionados aos pontos de acupuntura e profundidade da insero. O estmulo das fibras A-delta superficiais pode promover sensao de dor; das fibras nervosas de localizao mais profunda, no nvel dos msculos e dos tendes, provocar sensao de peso, j as fibras C provocam predominantemente reaes autnomas, como formigamento e parestesia (DORNETTE, 1975; GUOWEI et al., 1981; WENZHU et al., 1986; THOMAS, 1986). A tcnica de manipulao da agulha quanto intensidade, no sentido de rotao (horrio ou anti-horrio), freqncia e inclinao, torna-se muito importante, pois diferentes neurotransmissores so liberados, excitando ou inibindo, resultando em

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interpretaes cerebrais distintas e diferentes respostas (YAMAMURA, 1993; SMITH, 1992). A analgesia para uma dor muito intensa pode ser obtida fazendo-se a insero seguida de estmulos fortes, os quais, provavelmente, tero ao sobre as fibras Adelta e sobre o tracto neo-espinotalmico, produzindo, ento, um efeito analgsico por liberao de substncias opiides (HE, 1987; SMITH, 1992; ZONGLIAN, 1979; WENZHU et al., 1986; HAN et al., 1986; XIE, HAN, 1986). Assim, fica clara a relao da fisiologia das fibras nervosas e arcos reflexos como um dos mecanismos de ao da acupuntura. O reflexo somato-somtico o arco reflexo que ocorre, quando um estmulo excita as fibras somticas aferentes, provocando contrao dos msculos flexores e relaxamento dos extensores na regio do estmulo, explicando a sensao de Te Qi, ou seja, uma sensao de inchao ou adormecimento, que acompanha o estmulo da acupuntura e associado aos melhores efeitos do tratamento (NGUYEN & NGUYEN-RECOURS, 1984). O efeito analgsico da Acupuntura abole, tambm, os arcos reflexos patolgicos que promovem contraturas musculares causadoras de alteraes biodinmicas intra e extra-articulares, que constituem estmulos para um ciclo vicioso de perpetuao da dor (YAMAMURA, 1993; YAMAMURA et al., 1993; LONGSHUN et al., 1986; BONICA et al., 1990; BONICA, 1990). A acupuntura tambm foi avaliada em experimentos com estresse agudo por conteno.GUIMARES et al. (1997) avaliaram o efeito da acupuntura nos acupontos BP6, E36, VC17, CS6, VG20 durante um perodo de imobilizao de 60 minutos em ratos Wistar, utilizando como parmetros cardiovasculares presso arterial e freqncia cardaca e anlise de comportamento. Os resultados obtidos sugerem que a

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acupuntura aplicada durante o estresse agudo por conteno atenua alguns comportamentos envolvidos na reao de luta ou fuga caracterstica do estresse, de maneira independente dos parmetros cardiovasculares avaliados. FARBER et al. (1996) avaliaram a utilizao da acupuntura auricular como tratamento da obesidade em pacientes humanos. O estmulo dos acupontos auriculares Shen Men, estmago, crdia, subcrtex (interno) levou diminuio significativa do peso nas pessoas tratadas, com grandes variaes individuais.

3.3. LASERPUNTURA

Atualmente, com o desenvolvimento da tecnologia a acupuntura ganhou suporte de equipamentos como o laser de baixa potncia (MAGALHES, 2005). A laserpuntura surgiu quando um mdico noruegus, Wilhelm Schyedrup combinou o laser com a acupuntura para substituir a agulha, a moxa e o magneto (ALVAREZ, 2006). Na China comeou a ser utilizada em 1978, para tratamento de doenas, antes feitos pelo mtodo tradicional de agulhas. A MTC considera o componente primrio de todo processo fisiolgico a energia e, portanto, o desequilbrio energtico causa enfermidades. Sendo assim, a radiao com laser nos pontos de acupuntura tm um efeito de terapia energtica, com atuao reguladora dos pontos de acupuntura junto prpria atuao do laser, o que restabelece o organismo (GOLZALES et al., 2003).

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3.3.1. Ao Fisiolgica Da Laserpuntura: A laserpuntura regula e fortifica o metabolismo, apresentando efeito

antiinflamatrio e antipruriginoso. Quando o laser aplicado em pontos de acupuntura, este promove a circulao de Ch'i (energia vital) e sangue, aumentando o fluxo energtico nos meridianos, melhorando assim, o equilbrio Yin-Yang. Alm disso, pode ser comprovado experimentalmente, que os rgos afetados tm seu metabolismo estimulado, ocorrendo tambm um aumento da oxigenao dos seus tecidos (SOUZA, 2007).

3.3.2.Benefcios Da Laserpuntura A laserpuntura uma alternativa para a realizao da acupuntura podendo ser utilizada quando essa tcnica no seria possvel, em casos como de pacientes que apresentam problemas de coagulao, e em uso de anticoagulantes que no devem receber tratamento de acupuntura. Pessoas mais sensveis dor se beneficiam com essa tcnica que totalmente indolor. No ocorre nenhum tipo de agresso na pele diminuindo assim as chances de possveis infeces (NOGUEIRA; MAKI, 2003).

3.3.3. Contra-Indicaes Da Laserpuntura Tanto a acupuntura quanto a moxabusto e laserpuntura so contra-indicados em pontos localizados no baixo ventre e na regio lombo sacra durante o primeiro trimestre de gestao. Pacientes que apresentarem marca-passo, na regio prxima, doenas arteriais graves, febre sem diagnstico. Na laserpuntura tanto o paciente quanto o operador devero estar usando culos protetor, evitando danos aos olhos.A

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laserpuntura uma alternativa acupuntura manual e considerada uma prtica relevante, pois permite estimulao de pontos de acupuntura de forma precisa e oferece a possibilidade de uma condio placebo puro. Os resultados dessa tcnica podem ser analisados por vrios autores nas mais variadas reas da sade.

3.4. ESTUDOS REALIZADOS

Em 1997 ZALDVAR e ANDREU elaboraram um protocolo de aplicao da laserpuntura para o tratamento de enfermidades bucais, em que demonstraram quais seriam as melhores tcnicas a serem utilizadas nesse tipo de tratamento. O protocolo recomendado por eles foi utilizao de um laser de baixa potncia com doses de 3 a 6 J/cm2, tempo de aplicao em cada ponto entre 30 e 40 segundos. Para tonificao 20 segundos so recomendados e para sedao 60 segundos. O nmero de sesses de cinco para casos agudos e de 10 a 20 em casos crnicos como a paralisia facial. Os pontos foram selecionados de acordo com a necessidade de cada caso. Para analgesia foi utilizado E3, E4, E6, E7, E44 e IG4, sedao VG20 e C7, alm do ponto auricular Shen-mem. A tonificao conseguida atravs da estimulao dos pontos R3 e E36, enquanto que para ajudar o sistema imunolgico os pontos so o VB39 e VG14 e finalmente, para homeostasia o IG11. Novamente ANDREU, ZALDVAR em 1997, selecionaram os pontos de acupuntura de ao geral e local. Esse tratamento foi utilizado na reparao ssea periapical, 40 indivduos que apresentavam polpa necrtica com rea periapical radiolucida. Aps o tratamento pulporradicular convencional, o tratamento com laserpuntura foi utilizado para verificar a acelerao do processo de reparao ssea. O

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laser utilizado foi o HeNe com 2mW/cm2 de potncia com tcnica puntual utilizando 15J/cm2 e 7J/cm2 nos pontos de acupuntura IG4, V62, VB39, C5, ID3 e R3. As sesses foram realizadas diariamente durante dez dias. Os resultados demonstram que 90% dos pacientes tratados com laser tiveram sucessos sendo que 67,5% tiveram acelerao no processo de reparao ssea. MORERA et al., 2001 utilizaram a laserpuntura em lceras traumticas e vasculares. Foram 21 indivduos tratados com o laser infravermelho 1 a 6 J/cm2 , 80 segundos por ponto. Os pontos de acupuntura foram selecionados de acordo com a localizao de cada lcera. Foram realizadas 15 sesses em um perodo trimestral. Os resultados demonstraram que 95,2% dos indivduos tiveram melhora ou cura completa da lcera. J 66,7% apresentaram melhora clnica no primeiro ciclo de tratamento, a partir da quarta sesso j foi possvel observar melhora e as dores desapareceram. As lceras traumticas responderam mais rapidamente ao tratamento, em mdia com 3,8 sesses, enquanto que as vasculares com 5,0 sesses. Houve 90% de cura nas lceras traumticas. Em um outro estudo a laserpuntura foi utilizada em pacientes que sofreram traumatismos e que apresentavam possibilidade de ter complicaes decorrentes dos ferimentos. Os 40 indivduos selecionados apresentavam diminuio de clulas do sistema imunolgico. Para validar os resultados, foram realizados exames de sangue aps 24 horas do trauma e outros aps o tratamento de laserpuntura, foram analisados os valores de leuccitos e plaquetas. O laser utilizado foi o HeNe com potncia de 3mW, dose de 1J/cm2 e tempo de 35 segundos por ponto em sesses dirias por 10 dias. Os pontos de acupuntura selecionados foram o E36, R4, IG4 e IG11. Aps o tratamento, os valores dos leuccitos e plaquetas aumentaram, assim como a sobrevida

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dos pacientes. A laserpuntura foi satisfatria no caso de pacientes traumatizados, j que diminuiu as complicaes, como a sepse que poderia levar esses pacientes ao bito (CABRERA; PERN; ALFONSO, 2002). GOLZALES et al., 2003 utilizaram a laserpuntura no tratamento de tenosinosite estenovante conhecidas popularmente por Dedos em Gatilhos, patologia essa que acomete muitas pessoas e causa uma limitao nas atividades dirias e dor nas articulaes dos seus portadores. Foram tratados 76 indivduos que aps serem avaliados pela sua limitao de movimento atravs da EVA (Escala Analgica Visual), receberam o tratamento, que foi dividido em trs etapas, sendo o primeiro de quinze sesses dirias, o segundo de trs sesses semanais e o terceiro ciclo com duas sesses semanais. Aps o tratamento foi realizada uma reavaliao e os resultados obtidos foram melhora de 75% na limitao de movimento e 78,9% na dor. Nas dores da articulao temporomandibular (ATM), a laserpuntura tambm vem sendo utilizada. CABRERA et al., 2003 usou essa tcnica em 20 indivduos que apresentavam dor nessa regio e limitao de movimento de asentura bucal. Foram utilizados os pontos de acupuntura IG4, E7, E6 e ID18. As cinco primeiras sesses foram dirias e outras dez alternadas com espao de 24 horas. Utilizaram dois tipos de aplicao: varredura ao longo do msculo se houvesse dor, com potncia de 25mW e tempo de 36 segundos. J nos pontos de laserpuntura, a potncia foi mantida, mas o tempo reduzido para 12 segundos. Os resultados apresentados demonstraram que entre 6 e 8 sesses, 65% dos indivduos tiveram alvio de dor, 10% se curaram e entre 9 e10 sesses de tratamento 90% dos pacientes no tinham mais dor. Para comprovar o efeito da laserpuntura SIEDENTORP et al., (2005) desenvolveram um estudo para verificar a eficcia dessa tcnica por meio da ativao

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cerebral cortical e subcortical. Foram selecionados 22 voluntrios que foram divididos em dois grupos. O ponto de acupuntura estudado foi o E43 tanto do lado esquerdo como do lado direito. Tal ponto foi selecionado, pois j existem estudos sobre ele com acupuntura tradicional e pela sua localizao que no p. O laser utilizado foi de diodo com comprimento de onda 670nm, com potncia de 10mW. O ponto foi estimulado por 40 segundos. Durante a laserpuntura foi realizada juntamente a ressonncia magntica funcional. De forma aleatria era realizada a estimulao do ponto E43 com o laser ligado e desligado. Foi observado que o grupo que teve o ponto E43 esquerdo irradiado apresentou uma atividade cerebral no tlamo esquerdo e nenhuma ativao do lado direito. J os que tiveram o ponto E43 direito irradiado apresentaram atividade no meio do crebro paralelamente ao lado direito. Tal evidncia ajudou a confirmar a atuao dos meridianos na acupuntura. O grupo placebo no apresentou nenhuma atividade cerebral. Com esses resultados foi possvel verificar que a laserpuntura no ponto E43 conduziram mesma ativao cerebral se comparada coma a acupuntura com agulhas. No mesmo ano MAGALHES tratou 20 indivduos que apresentavam tendinopatias no mangto rotador com laserterapia e laserpuntura. Esses indivduos foram divididos em dois grupos, um tratado s com laserterapia e o outro com laserpuntura. O tratamento era realizado trs vezes por semana com um dia de intervalo utilizando o laser GaAs de 904nm a 5J/cm2 . Os pontos de acupuntura usados foram o IG4, IG11, IG14, IG15 e IG16, todos relacionados patologia de ombro. Os resultados apresentados foram bons para os dois tratamentos no havendo diferena estatstica entre ambos. Foi possvel observar uma acelerao no processo de cicatrizao pela atuao do laser.

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No campo da otorrinolaringologia temos o estudo de ALVAREZ, (2006) que utilizou a laserpuntura no tratamento de otite mdia crnica secretora, que uma patologia que acomete o ouvido mdio com acmulo de lquido no mesmo. Durante dois anos, 44 indivduos que apresentavam essa patologia foram submetidos ao tratamento de laserpuntura. Para esse estudo foi utilizado laser HeNe, com intensidade de 0,4mW, 30 segundos em cada ponto. As sesses foram realizadas em ciclos de 10 aplicaes contnuas, com pausa de uma semana para realizao de exames de controle e, novamente, mais 10 sesses totalizando 30 sesses de laserpuntura. Os pontos selecionados foram TA17, TA21, ID18, ID19, IG20, VB2 e VB27. Os resultados apresentados demonstram que a maioria dos indivduos (63%) se curou com 20 sesses. Essa tcnica tambm vem sendo utilizada em hospitais, como mostra o estudo de CONCEPCION et al., 2006, que tratou a bursite aguda no hospital Abel Santamara Cuadrado onde 40 pacientes que apresentavam esse quadro foram separados em dois grupos, o grupo 1 recebeu tratamento conservador com antiinflamatrios AINES, j o grupo 2 recebeu tratamento de laserpuntura, utilizando os pontos IG4, IG11, IG15, IG16 e TA11. As aplicaes de laser duravam 20 segundos em cada ponto. Ambos os tratamentos duraram sete dias consecutivos. Os resultados mostraram que o grupo tratado com laserpuntura apresentou uma analgesia superior a do outro grupo, sendo que aps 168 horas do incio do tratamento 55% dos pacientes tratado com laserpuntura no tinham mais dor enquanto o outro grupo apresentava somente 25% dos indivduos sem dor. ZEREDO; SASAKI; TODA (2007) utilizaram um laser infravermelho Er: YAG para estimular o ponto R3 da acupuntura. Para esse estudo foram selecionados 12 ratos

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adultos pesando de 230 a 250g, que foram aleatoriamente separados em grupos pelo laser ou agulha. A estimulao foi direto no ponto meridiano R3 por 10 minutos. As configuraes do laser foram ajustadas para promover um raio focal na temperatura da pele de aproximadamente 45 C. O efeito do pico da agulha foi observado imediatamente aps o tratamento, enquanto a estimulao via laser foi efetiva tanto imediatamente como em 45 minutos aps o tratamento. Esse estudo demonstrou que o laser de alta intensidade pode ser utilizado alternativamente ou em combinao com a acupuntura convencional de agulhas para diminuio da dor.

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4 DISCUSSO

Nos ltimos quarenta anos, o Oriente desenvolveu novas tcnicas teraputicas associando o saber milenar de sua cultura com as tcnicas ocidentais. A laserpuntura uma dessas tcnicas que trazem muitos benefcios como foi possvel verificar nos vrios estudos apresentados. A literatura sobre esse assunto diversificada, pois cada estudo utiliza essa tcnica em diferentes patologias, com pontos de acupuntura, doses e tempo de estimulao e durao das sesses diferentes. No entanto possvel verificar que grande parte dos estudos utiliza pontos de acupuntura iguais, os mais comuns de serem utilizados so: IG4, IG11, R3, VB39, E6, E7 e E36. Esses pontos foram selecionados pela sua atuao ou pela localizao anatmica. A funo bsica de cada um : IG4 usado para harmonizao do corpo; IG11 epicondilite e reumatismo; R3 dor de dente, laringite, tosse; VB39 enxaqueca, torcicolo e artrite; E6 analgesia dentaria da arcada inferior; E7 zumbido dor de ouvido e dor de dente; E36 alterao gstrica e fraqueza geral. ZALDVAR e ANDREU - 1997 em seu estudo demonstraram a utilizao da laserpuntura e patologias que acometem a cavidade bucal. Esse um dos poucos estudos que relata uma diferenciao entre o tempo de tonificao e sedao, que na acupuntura tradicional conseguida atravs da utilizao de agulhas de prata (sedao) e ouro (tonificao). Nesse protocolo s foi omitido a potncia do laser utilizado.

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No estudo de ANDREU e ZALDVAR, 1997 utilizou a laserpuntura para reparao ssea periapical esse apresentou bons resultados e a metodologia foi adequada, no entanto no foi informado o tempo de estimulao utilizado em cada ponto, fator esse que pode interferir em uma futura reproduo desse estudo. J MORERA et al., 2001 fez uso da laserpuntura no tratamento de lceras traumticas e vasculares. A seleo dos pontos de acupuntura se deu de acordo com a localizao da leso, o que torna muito difcil reproduo desse estudo. Alm disso, tambm no foi informado a potncia do laser utilizado. Como o estudo visa a acelerao da cicatrizao, poderia ter utilizado pontos como BP2 que auxilia no aumento de glbulos brancos, IG4 e F3 que fazem a harmonizao do organismo com pontos sistmicos juntamente com os pontos locais de cada leso. Com essa metodologia fica difcil realizar uma reproduo desse estudo e obter os bons resultados que foram atingidos nesse. As lceras traumticas cicatrizaram com mais rapidez, pois, provavelmente, a leso era recente e aquelas se encontravam na fase aguda. J as leses vasculares estavam na fase crnica e apresentavam, possivelmente, problemas na circulao sangnea, o que dificulta o processo de cicatrizao e o torna mais lento apesar utilizao da laserpuntura. A metodologia utilizada por CABRERA; PERN; ALFONSO, 2002 mostrou -se adequada para o tratamento de pacientes com traumatismos, sendo que esse estudo pode ser reproduzido de forma fcil para atingir os bons resultados apresentados. Os bons resultados apresentados no estudo de GOLZALES et al., 2003 para o tratamento de tenosinosite estenovante sua reproduo difcil, pois os autores demonstram um grande varivel de pontos para o tratamento dessa patologia. Como se trata de uma alterao que acomete as falanges das mos, poderiam ter utilizado

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pontos como P8 e IG5 que atuam nas dores localizadas na mo e punho e P11 utilizado em reumatismos. Alm disso, outras informaes importantes foram omitidas com tempo de estimulao, dose e potncia do laser utilizada. O estudo que apresentou bons resultados da tcnica de laserpuntura em ATM o de CABRERA et al., 2003, no entanto, esse no transmite informaes como o tipo de laser utilizado e a dose. Devido a esses fatores a reproduo desse estudo comprometida. No estudo de SIEDENTORP et al., 2005 foi verificado a eficcia da tcnica de laserpuntura na ativao cerebral cortical e subcortical apresentou uma metodologia que demonstra uma grande vantagem dessa tcnica perante a acupuntura tradicional que o efeito placebo puro impossvel de ser realizado na outra tcnica. Esse demonstrou a validade da laserpuntura na ativao cortical e subcortical, no entanto, no demonstrou a dose que foi utilizada para se chegar a esse resultado. Outro estudo que apresenta bons resultados, mas que no pode ser reproduzido de forma fiel o de MAGALHES, 2005, j que no so informados a potncia e tempo de estimulao que foi utilizado em cada ponto. ALVAREZ, 2006 fez uso da laserpuntura no tratamento de otite mdia crnica secretora obtendo bons resultados em seu estudo, no entanto, a metodologia utilizada ficou comprometida, pois no foi informada a dose utilizada para estimular cada ponto o que compromete a reproduo desse estudo. Em CONCEPCIN et al., 2006 os bons resultados na aplicao dessa tcnica para o tratamento de bursite aguda, infelizmente, no foi demonstrado o tipo de laser, a dose e potncia utilizada o que compromete a reproduo desses resultados em futuros estudos e na prtica clnica.

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ZEREDO; SASAKI; TODA, 2007 fizeram uso do laser infravermelho Er: YAG raio focal na temperatura da pele de aproximadamente 45 C. E mostraram entre outras coisas que a estimulao via laser foi efetiva tanto imediatamente como em 45 minutos aps o tratamento, demonstrando que esse eficiente e mais uma alternativa de protocolo a ser utilizado. Por todas essas divergncias presentes nos estudos aqui citados ainda so necessrias muitas pesquisas e elaboraes de protocolos para verificar qual o melhor tempo de estimulao em cada ponto, tempo de tratamento, intensidade e dose a serem utilizadas para cada patologia. Outro ponto importante e relevante para aplicao desta terapia com sucesso a qualificao do profissional que deve, alm de saber manusear o equipamento de laser, verificando qual o melhor equipamento para o tratamento, de conhecer a acupuntura para atingir assim os melhores resultados, sem risco ao paciente.

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AUTORES

LASER UTILIZADO

POTNCIA

TEMPO ESTIMULAO 30 e 40 segundos

PONTOS

PATOLOGIA

DOSES

ZALDVAR ANDREU -1997

e Laser de baixa potncia ----------

Analgesia E4, E6, E44, IG4.

E3, Enfermidades E7, bucais

3 J/cm

a
2

Sedao G20, C7 ANDREU, ZALDVAR -1997 MORERA 2001 et al., Laser infravermelho ----------HeNe 2mW -----------80 segundos IG4, V62, B39, Reparao ssea 7J/cm C5, ID3, R3. ----------periapical lceras vasculares traumticas CABRERA et al.;, HeNe 2002 GOLZALES et al., 2003 CABRERA et al., 2003 SIEDENTORP al., 2005 et Laser de diodo 10mW com comprimento de onda 670nm MAGALHES 2005 - Laser GaAs de 904nm --------------------IG4, IG14, IG16 ALVAREZ - 2006 HeNe 0,4mW 30 segundos TR17, ID18, IG20, VB27. CONCEPCON 2006 ----------------------IG4, IG15, TR11. ZEREDO; SASAKI; Laser Er: YAG TODA, 2007. --------Tabela 1: Tabela dos estudos.
2

1 e J/cm

a
2

3mW

35 segundos

E36, R4, IG4, Traumatismos G11.

1J/cm

--------

-----------

--------

-----------

Tenosinosite estenovante

------

--------

25mW

12 segundos

IG4, E7, ID18

E6, Dores da ATM

------

40 segundos

E43

Verificar cortical subcortical.

a e ------2

ativao cerebral

G11, Tendinopatias no 5J/cm IG15 mangto rotador

TR21, Otite ID19, secretora. VB2 e

crnica --------

IG11, Bursite aguda IG16, -------

10 minutos

R3

Diminuir dores -------

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5 CONCLUSES

Com base na literatura foi concludo que a laserpuntura se mostrou um mtodo efetivo no tratamento de vrias patologias, podendo ser usada alternativamente acupuntura tradicional. Como se observa, apesar da eficcia demonstrada em vrias situaes, so necessrios ensaios clnicos nessa rea para determinar qual o melhor tempo de estimulao, aparelho de laser mais adequado e quais patologias ainda podem ser beneficiadas com esse tratamento. Como estamos lidando com vrios tipos de afeco tanto aguda como crnica, necessrio que os ensaios clnicos enfatizem a avaliao longo prazo desses pacientes. A pesquisa da acupuntura reveste-se, portanto de grande interesse, na medida em que poder traduzir estes conhecimentos milenares, contribuindo para sua aceitao e incorporao. Ao mesmo tempo, poder colaborar com avanos na medicina de forma geral, e da neurofisiopatologia em especial. De qualquer forma, o bem-estar humano ser beneficiado.

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