Rochas

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Rochas

As rochas, para além do seu interesse prático - materiais de construção, minérios,


combustíveis fósseis -, têm ainda importante interesse geológico, na medida em que, sendo
testemunhos da dinâmica do nosso planeta, permitem investigar a história da Terra.

Rochas são associações de minerais que se formaram em determinadas condições de pressão


e de temperatura.

 Rochas Sedimentares
As rochas sedimentares são formadas pela decomposição de materiais provenientes de outras
rochas preexistentes ou de materiais originados pela atividade de seres vivos. Os materiais
depois de depositados são geralmente ligados e compactados.

Os sedimentos que podem originar estas rochas dividem-se em três categorias:

• Sedimentos detríticos;
• Sedimentos de origem química;
• Sedimentos biogénicos.

Processo de Formação das rochas sedimentares:


1. Rocha (pré-existente) → 2. Meteorização → 3. Erosão → 4. Transporte → 5. Sedimentação → 6. Diagénese

 Meteorização:

A meteorização é o conjunto de fenómenos que leva à alteração das características iniciais das
rochas, por ação de processos físicos e químicos que ocorrem na superfície da Terra.

A meteorização ajuda a fragmentar as rochas em pequenas porções, que, posteriormente,


serão erodidas.

As rochas, quando sujeitas a processos que alteram as suas características, podem ser
meteorizadas, isto é, alteradas, de dois modos distintos: física e quimicamente.

A meteorização física ou mecânica inclui os diversos processos que fragmentam a rocha em


pedaços cada vez mais pequenos sem que, no entanto, ocorram transformações químicas que
alterem a sua composição.

Durante a meteorização química verifica-se uma alteração, quer na composição química, quer
na composição mineralógica; alguns minerais são destruídos, outros formam-se com
estruturas cristalinas mais estáveis nas condições que passam a dominar no ambiente
terrestre.

A meteorização física, aumenta a superfície de contacto da rocha que estará exposta à


meteorização química.
 Meteorização física
Ocorre essencialmente em zonas geladas ou desérticas.

1. Ação do gelo ou crioclastia

Por diminuição da temperatura, a água que penetra nas fraturas e nos poros da rocha pode
gelar. A água, ao mudar do estado líquido para o estado sólido, expande-se e o seu acréscimo
de volume exerce forças que aumentam as fissuras já existentes, ou originam novas fissuras,
contribuindo, deste modo, para a desagregação da rocha.

Quanto mais fendas e cavidades cheias de água existirem, maior será a fragmentação causada
pelo gelo. Por isso, rochas porosas e fissuradas desagregam-se com mais facilidade.

2. Ação dos seres vivos

A implantação de sementes nas fraturas de rochas porosas e com fraca resistência estrutural
pode contribuir para a desagregação das mesmas. As suas raízes são responsáveis pelo
alargamento das fendas pré-existentes, com consequente separação dos blocos rochosos.

3. Ação da temperatura ou termoclastia

As variações de temperatura provocam dilatações e contração alternadas dos minerais, que


reagem de diferentes modos por terem diferentes coeficientes de dilatação. Este processo
ocorre nos desertos e em zonas de incêndios, devido a grandes variações de temperatura.

4. Crescimento de minerais ou haloclastia

A água que existe nas fraturas e nos poros das rochas contém sais dissolvidos, que podem
precipitar e iniciar o seu crescimento exercendo, assim, uma força expansiva, que contribui
para uma maior desagregação das rochas.

5. Ação mecânica da água e do vento

As águas de escorrência deslocam os sedimentos mais finos, formando colunas que ficam
protegidas por detritos maiores. Essas colunas chamam-se chaminés-de-fada. Também a água
e o vento transportam detritos que chocam com as rochas, acelerando o desgaste.

6. Esfoliação

Separação das rochas segundo superfícies planas e curvas. Uma explicação para este facto
admite que as rochas formadas em profundidade, quando aliviadas da carga suprajacente,
expandem-se à superfície, enquanto a parte profunda continua sob pressão. Essa expansão
produz diáclases paralelas à superfície que favorecem a separação do maciço rochoso.
 Meteorização química
O processo de meteorização química transforma os minerais das rochas em novos produtos
químicos. A sua ação é tanto mais intensa e facilitada quanto maior for o estado de
desagregação física das rochas. Este tipo de meteorização é mais frequente em regiões
quentes e húmidas, nas quais a temperatura tem um papel importante na velocidade e
dinâmica das reações químicas que se efetuam.

- os minerais são dissolvidos completamente, a exemplo da calcite ou da halite, e,


posteriormente, podem precipitar formando os mesmos minerais

- os minerais são alterados, como os feldspatos e as micas, e, posteriormente, formam novos


minerais, como, por exemplo, minerais de argila.

1. Dissolução

Na dissolução ocorre a reação dos minerais com a água ou com o ácido. A ligação entre os
diferentes iões é quebrada e os iões livres ficam dissolvidos numa solução.

2. Hidratação/Desidratação

Este processo de meteorização envolve a combinação química de minerais com a água


(hidratação) ou a sua remoção de outros (desidratação). No caso da hidratação, ocorre um
aumento de volume que facilita a desintegração das rochas por ação da hidrólise.

3. Hidrólise

A hidrolise é definida como sendo a substituição de catiões da estrutura de um mineral pelos


iões de hidrogénio. Estes iões podem vir da água ou de um ácido. Esta reação de substituição
iónica leva à formação de novos e diferentes minerais ou à completa desintegração do mineral
original.

4. Oxidação/ Redução

Os processos de oxidação e de redução estão ligados entre si: a oxidação não ocorre sem a
redução e vice-versa. A oxidação é um processo pelo qual um átomo ou um ião perde eletrões;
na redução ocorre um ganho de eletrões.

5. Carbonatação

Reação em que ocorre a alteração e destruição química de calcários.

TERRA ROSSA: o calcário contém, geralmente, sílica e argila misturadas, e como essas
substâncias não são solúveis ficam no local, preenchendo bolsas e depressões. Esses
depósitos, geralmente avermelhados devido à presença de óxidos de ferro.

Resumindo, por ação da meteorização química obtêm-se produtos químicos (iões e novos
minerais), que constituem um outro tipo de sedimentos de origem não detrítica.
 Erosão

Após a meteorização das rochas ocorre a erosão, processo pelo qual os agentes erosivos,
principalmente a água e o vento, arrancam e separam fragmentos da rocha-mãe.

1. Ação erosiva da água

As águas das chuvas são responsáveis pela formação de sulcos profundos nos solos, que se
designam ravinas, principalmente quando os solos são desprovidos de vegetação. A ação
erosiva das águas pode originar estruturas muito peculiares, como as chaminés-de-fada.

2. Ação erosiva do vento

A ação erosiva do vento é feita, principalmente, através de dois processos:

- Remoção de partículas sedimentares, deixando a descoberto a rocha sã que, desta forma, fica
sujeita à ação da meteorização.
- O vento, em conjunto com as partículas que transporta, desgasta as rochas, agindo como se
fosse uma lixa.

 Transporte
1. Transporte pela gravidade terrestre

A força exercida pela aceleração da gravidade faz com que muitos dos materiais se soltem e
deslizem, ao longo das encostas

2. Transporte pelo vento

O vento é um agente de densidade muito pequena, o que significa que o seu poder de
transporte depende da sua intensidade e do tamanho das partículas a transportar. Atua
preferencialmente em regiões áridas, sem vegetação, nas quais as partículas do solo são
facilmente levantadas, arrastadas e transportadas.

-Suspensão
-Saltação
-Deslizamento

3. Transporte pela água

Estes materiais são transportados pela água em solução ou sob a forma de clastos. A água
como agente de transporte pode encontrar-se no estado sólido (glaciares) ou líquido (águas
selvagens, torrentes, rios, águas subterrâneas, mares e oceanos).

 Deposição

Em locais onde a ação dos agentes de erosão e transporte se anula ou é de expressão muito
reduzida ocorre a deposição dos materiais
 Diagénese

Após a deposição, os sedimentos podem evoluir para a diagénese. A diagénese é o conjunto


dos fenómenos físicos e químicos que transforma os sedimentos móveis e incoerentes em
rochas sedimentares consolidadas

1. Compactação e Desidratação

⎯ Os sedimentos que deixaram de ser transportados vão-se depositando e formam novas


camadas;
⎯ As camadas formadas exercem pressão sobre as camadas inferiores;
⎯ Devido à pressão exercida, a água contida nos sedimentos é expulsa, ocorrendo
desidratação;
⎯ Os sedimentos ficam cada vez mais próximos, o volume da rocha diminui e torna-se
progressivamente mais compacta e mais densa.

2. Cimentação

⎯ Os espaços vazios entre os sedimentos são preenchidos por materiais de neoformação,


resultantes da precipitação de substâncias dissolvidas na água;
⎯ Essas substâncias cristalizam, constituindo um cimento que une os sedimentos e forma-se
uma rocha consolidada;
⎯ Os cimentos mais comuns formam-se por precipitação de carbonato de cálcio e sílica ou por
precipitação de óxidos de ferro e de argilas;
⎯ Quando não ocorre cimentação as rochas são constituídas por detritos soltos – areia. Se
ocorrer cimentação, as rochas designam-se consolidadas.

3. Recristalização

⎯ Consiste num rearranjo dos componentes originais da rocha;


⎯ Alguns minerais alteram as suas estruturas cristalinas como resposta a novas condições de
pressão, temperatura e circulação de água ou outros fluidos.
 Classificação das rochas sedimentares

As rochas sedimentares resultam da diagénese de sedimentos. Consideram-se 3 grupos:


• Rochas Detríticas - predominantemente constituídas por sedimentos de origem detrítica.
• Rochas Quimiogénicas– formadas por materiais resultantes da precipitação de substâncias
em solução.
• Rochas Biogénicas – constituídas por materiais de origem orgânica.

 Rochas detríticas
Neste tipo de rochas os sedimentos podem apresentar-se soltos, constituindo rochas não
consolidadas ou estar ligados por um cimento, formando rochas consolidadas.

Nas rochas detríticas, os detritos ou clastos podem estar ligados por um cimento. Estas rochas
são caracterizadas pelo tamanho dos grãos, pela distribuição granulométrica e pela forma dos
clastos.
 Rochas quimiogénicas

Formam-se através de sedimentos quimiogénicos, ou seja, substâncias químicas dissolvidas


numa solução aquosa (oceano, mar, lago, ...).

O principal processo físico-químico que origina estas rochas é a precipitação das substâncias
dissolvidas, que pode ser devida:

⎯ Á evaporação da água – quando a água, com substâncias dissolvidas, evapora, por estar
sujeita a um aumento de temperatura, formam-se cristais que se acumulam e constituem os
evaporitos.
⎯ A outras reações químicas – que se desencadeiam devido a ocorrer variação de algumas
condições do meio;
 Rochas biogénicas
A atividade dos seres vivos pode ainda manifestar-se na formação de rochas.

Assim, na formação de rochas sedimentares biogénicas, distinguem-se duas situações:

• Os corais são seres vivos que edificam estruturas calcárias, sob a forma de recifes, a partir
do carbonato de cálcio dissolvido na água do mar. Este tipo de calcário, que se forma em
consequência de atividade biológica, designa-se calcário recifal;
• Outros seres vivos retiram carbonato de cálcio da água do mar para construir parte do seu
corpo, como, por exemplo, as conchas. A acumulação e a cimentação destas estruturas, após a
morte dos seres vivos, originam os calcários conquíferos. Nas rochas biogénicas incluem-se,
ainda, os carvões.

1. Carvão

Os carvões resultam da decomposição lenta de restos de plantas superiores, em ambientes


aquáticos pouco profundos e pouco oxigenados - como, por exemplo, pântanos - ao longo de
milhões de anos.

A sua diagénese origina, progressivamente, carvões mais ricos em carbono e,


consequentemente, mais pobres em oxigénio e hidrogénio, o que faz deles importantes
combustíveis fósseis.
2. Petróleo
O petróleo é, com frequência, classificado como uma rocha sedimentar de origem biogénica.

O petróleo forma-se a partir de matéria orgânica, que migra para os poros das rochas
sedimentares sendo, por isso, considerado um fluido de origem biogénica, com uma
percentagem variável de gases.

Depois de formado, o petróleo tende a migrar para níveis superiores, dado ser menos denso
que os restantes fluidos das rochas-mãe, à semelhança do que se verifica quando se mistura
azeite com água.

Se o petróleo migrar livremente, sem obstáculos geológicos à sua passagem, o mais provável é
que venha a perder-se na superfície terrestre ou na superfície da água. Porém, o petróleo, na
sua ascensão, pode encontrar:
• por um lado, rochas de muito baixa permeabilidade – designadas rochas-cobertura, que
impedem a ascensão do petróleo, funcionando como barreiras (é o caso das rochas argilosas e
salinas);
• por outro lado, rochas porosas e permeáveis, designadas rochas-armazém (como, por
exemplo, arenitos e calcários), nas quais o petróleo tende a armazenar-se.

Contudo, para que ocorram acumulações consideráveis de petróleo, é necessária a presença


de estruturas geológicas favoráveis a essa acumulação:

- ARMADILHA PETROLÍFERA: A rocha-armazém, a rocha-cobertura e outras estruturas, como


falhas e dobras ou domas salinos que impedem o movimento do petróleo até à superfície. São
estas estruturas que permitem a ocorrência de jazigos petrolíferos, ou seja, de acumulações de
hidrocarbonetos em quantidade que podem ser extraídos.

 As rochas sedimentares: Arquivos históricos da Terra

Os afloramentos de rochas sedimentares atuais são testemunhos de processos geológicos que


ocorreram no passado.

Assim, o seu estudo pode fornecer pistas sobre as condições ambientais e as formas de vida
que existiram noutras épocas geológicas, funcionando como um arquivo histórico da Terra.

1. Estrato, sequência estratigráfica, ambientes e paleoambientes


As rochas sedimentares apresentam estruturas que nos permitem inferir dados sobre esses
ambientes.

A estratificação é a estrutura mais comum das rochas sedimentares e resulta do facto de a


deposição de sedimentos, por ação da gravidade, ser horizontal.

O estrato, camada ou leito, é a unidade estratigráfica elementar; o seu limite inferior designa-
se muro e o superior teto.
2. Ambientes sedimentares continentais, de transição e marinhos
A interpretação da sequência dos estratos e de estruturas eventualmente preservadas no seu
teto ou muro - fendas de dessecação, ripple marks, pistas de locomoção de animais ou outros
fósseis - permite desvendar aspetos da sua história geológica, nomeadamente sobre as
condições ambientais reinantes aquando da sua formação, isto é, sobre o seu paleoambiente.

3. Fósseis e processos de fossilização


Um fóssil pode ser definido como o resto ou o molde de um organismo que existiu no nosso
planeta, no passado, ou, ainda, um vestígio da sua atividade, preservado em rochas. A
fossilização completa do organismo raramente ocorre.

 Mumificação
Organismos completos ficam conservados quando são envolvidos por um meio isolante, como
o âmbar (resina fóssil).

 Moldagem
O organismo ou alguma parte do seu corpo forma um molde nos sedimentos que o envolvem.
Muitas vezes, o organismo desaparece e apenas resiste o molde.
- Impressão: certos órgãos muitos finos e achatados, como folhas e asas, originam um tipo
especial de moldagem.
- Molde Interno: os sedimentos preenchem a concha que, posteriormente, é preenchida,
ficando apenas o molde da superfície interna.
- Molde Externo: a concha imprime o molde da superfície externa nos sedimentos, sendo
depois removida.

 Mineralização
Os tecidos das partes duras podem ser preenchidos por materiais transportados em solução,
como a sílica, substituindo a matéria orgânica e mantendo inalterada a estrutura e a forma dos
órgãos.

 Icnofósseis
Vestígios da atividade dos animais: pegadas, marcas de reptação, ninhos, fezes, entre outros.

O estudo dos fósseis fornece, com maior ou menor precisão, informações sobre o meio
ambiente em que viveram os organismos que os originaram e sobre a idade dos estratos que
os contêm.

Assim, os fósseis são considerados fósseis de idade quando os seres que os originaram viveram
na Terra durante intervalos de tempo geologicamente muito curtos, com grande distribuição
geográfica. Por este motivo, estes fósseis são indicadores da idade geológica dos estratos que
os contêm

Assim, a estratos que contenham estes fósseis atribui-se a idade destes. Os fósseis podem
também ser considerados fósseis de fácies quando os seres que os originaram são
característicos de determinados ambientes
 Datação relativa das rochas

Princípios da Estratigrafia

 Princípio da Sobreposição
Numa sequência de estratos em que não ocorreu alteração das posições de formação inicial,
qualquer estrato é mais recente do que aquele que está abaixo dele (muro) e mais antigo do
que aquele que está acima dele (teto).

 Princípio da Continuidade Lateral


Em colunas estratigráficas de duas ou mais regiões afastadas entre si é possível relacionar
cronologicamente estratos idênticos (mesmo que apresentem dimensões variáveis), desde que
as sequências de deposição sejam semelhantes9.

 Princípio da Identidade Paleontológica


Estratos pertencentes a colunas estratigráficas distintas e que possuam conjuntos de fósseis
semelhantes têm a mesma idade relativa.

 Princípio da Interseção
Qualquer estrutura que intersete vários estratos formou-se posteriormente, sendo, portanto,
mais recente que eles.

 Princípio da Inclusão
Os fragmentos de rocha incorporados num dado estrato são mais antigos do que ele.
 Escala do tempo geológico
 Minerais das rochas sedimentares
Um mineral é uma substância sólida, natural e inorgânica, de estrutura cristalina e com
composição química fixa ou variável dentro de limites bem definidos.

Principais propriedades dos minerais

 Clivagem
A clivagem é a propriedade física que traduz a tendência de alguns minerais para
fragmentarem, por aplicação de uma força mecânica, segundo superfícies planas e brilhantes,
de direções bem definidas e constantes. Os planos de clivagem correspondem a superfícies de
fraqueza da estrutura cristalina dos minerais.

 Brilho
O brilho é a propriedade que se refere à intensidade de luz refletida por uma superfície de
fratura recente do mineral em estudo. Quanto a esta propriedade, os minerais podem ser
subdivididos em minerais de brilho metálico, submetálico e não-metálico.

 Dureza
A dureza é uma propriedade geologicamente importante porque traduz a facilidade ou
dificuldade com que um mineral se desgasta quando submetido à ação abrasiva de cursos de
água, do vento e dos glaciares nos processos de erosão e transporte.

É medida segundo uma escala de termos com um grau crescente de dureza – escala de Mohs.
Esta dureza relativa determina-se riscando uma amostra num dos minerais da ewcala e vice-
versa.

Um mineral que risque e seja riscado por um termo da escala, ou se não se riscarem entre si,
possui dureza relativa correspondente a esse termo.

Um dado mineral risca todos os termos da escala de menor dureza relativa que a sua e é
riscado por todos os que possuem dureza superior.
 Cor
A cor é a propriedade que resulta da absorção de radiações da luz branca que incide sobre o
mineral. A cor de um mineral deve ser observada numa superfície de fratura recente, à luz
natural.

De um modo geral, são idiocromáticos os minerais de brilho metálico. Outros apresentam uma
gama variada de cores, designando-se minerais alocromáticos. Os minerais de brilho não
metálico são, com frequência, alocromáticos.

 Traço
A risca ou traço é a cor do mineral quando reduzido a pó. A cor da risca pode ser diferente do
mineral. Os minerais alocromáticos, por exemplo, possuem risca clara ou incolor.

Um método expedito de determinação desta propriedade consiste em raspar o mineral numa


placa de porcelana.

Caracterização e identificação dos minerais mais comuns nas rochas

Apesar do número de minerais constituintes das rochas ser geralmente reduzido (existindo
mesmo rochas formadas por um só mineral) e de nem todas as associações de minerais serem
possíveis nas rochas, a sua diversidade é considerável. De entre os minerais mais comuns nas
rochas, destacam-se os da figura seguinte:
 Rochas Magmáticas
As rochas magmáticas derivam da consolidação do magma.

⎯ Se esta consolidação ocorrer em profundidade – rochas intrusivas ou plutónicas


⎯ Se ocorre superfície – rochas extrusivas ou vulcânicas.

O magma consiste numa mistura complexa de materiais, predominantemente silicatos, que se


encontram total ou parcialmente em estado de fusão.
É menos denso que as rochas encaixantes que o envolvem.
Forma-se devido à fusão dos materiais do manto e da crosta, devido à diminuição da pressão
e/ou à hidratação desses materiais.

Devido a esta diferença de densidade, o magma ascende até à superfície terrestre, diminuindo
a sua temperatura e consolidando em diferentes locais da crosta.

O ponto de fusão dos materiais mantélicos passa para temperaturas mais baixas devido à
presença de água.

Os magmas podem ser classificados segundo o seu teor em sílica:

• magma basáltico: pobre em sílica, ponto de fusão alto (forma-se em zonas de rifte);
• magma andesítico: magma de composição intermédia, ponto de fusão intermédio (forma-se
em zonas de subducção);
• magma riolítico: magma rico em sílica, ponto de fusão baixo.
Cristalização e diferenciação dos magmas

Durante o processo de arrefecimento do magma, começa o processo o cristalização. Quando o


processo de arrefecimento se dá à superfície, o arrefecimento é rápido e por isso as
substâncias não chegaram a cristalizar.

Quando o arrefecimento se dá em locais profundos, o arrefecimento é lento e por isso as


substâncias têm tempo de recristalizar.

Conclui-se que durante o processo dos magmas, os minerais não cristalizam todos ao mesmo
tempo. Primeiro cristalizam os minerais com o ponto de fusão mais alto, por ordem
decrescente dos respetivos pontos de fusão- cristalização fracionada, é um processo de
diferenciação magmática. Esta série é composta por dois ramos:

1. série de reação descontínua ou dos minerais ferromagnesianos.


2. série de reação contínua ou série das plagióclases.

Os minerais que têm a mesma disposição na linha horizontal têm temperaturas de


cristalização semelhante.

Pela análise da série de Bowen conclui-se que é possível:

• ver quais são os minerais constituintes das diferentes rochas;

• que a ocorrência de olivina e quartzo numa rocha é improvável;

• os minerais submetidos a altas temperaturas são menos instáveis quando são submetidos
à ação da meteorização. As olivinas e as piroxenas alteram-se mais rapidamente enquanto que
o quartzo é mais resistente.
Os minerais e a matéria cristalina

Quando o arrefecimento do magma é lento, formam-se cristais, visíveis a "olho nu". Quando o
magma tem um arrefecimento rápido (à superfície), não se formam cristais bem
desenvolvidos.

A cristalização é condicionada por fatores internos e externos.

Quanto mais calmo for o meio, quanto mais lento for o processo e quanto maior o espaço
disponível, maiores (mais desenvolvidos) e mais perfeitos serão os cristais formados. As
partículas organizam-se ordenadamente nas diferentes direções do espaço, o que determina o
crescimento harmonioso dos cristais.

Os cristais são substâncias sólidas que podem apresentar faces planas e lisas formando formas
geométricas regulares

A matéria amorfa ou vítrea caracteriza-se pela disposição aleatória das unidades básicas. As
propriedades físicas dos minerais estão relacionadas com a composição química, natureza dos
átomos e dos iões que os constituem.

 Isomorfismo (mesma forma)


Verifica-se quando ocorrem variações ao nível da composição química dos minerais sem,
contudo, se verificarem alterações na estrutura cristalina. Substâncias com estas
características designam-se por substâncias isomorfas. A um conjunto de minerais como estes
chama-se série isomorfa ou solução sólida e os cristais constituídos designam-se por cristais de
mistura, misturas sólidas ou misturas isomorfas.

 Polimorfismo (várias formas)


Minerais que apresentam a mesma composição química, mas redes cristalinas diferentes. É o
caso do carbonato de cálcio que forma dois minerais diferentes, a calcite e a aragonite, ou do
carbono que forma o diamante e a grafite.
Neste último caso, estes dois minerais diferentes formam-se devido a diferentes condições de
temperatura e pressão. A altas pressões o carbono cristaliza com uma estrutura estável (em
equilíbrio com o ambiente) originando o diamante, em condições de baixa pressão forma-se
um mineral com uma estrutura menos densa - a grafite

Características das rochas magmáticas

 Cor
A cor da rocha está relacionada com os minerais que contém. O quartzo, os feldspatos
potássicos e as micas brancas chamam-se minerais félsicos (- cor clara (ricos em sílica e
alumínio). A biotite, as piroxenas, as anfíbolas e as olivinas são ricos em ferro e magnésio
chamam-se minerais máficos (cor escura).

É possível classificar as rochas quanto à sua cor:

• Rochas leucocratas - ricas em minerais félsicos e pobres em minerais máficos (confere à


rocha uma cor clara);
• Rochas mesocratas - a quantidade de minerais félsicos e máficos é semelhante, logo tem
uma cor intermédia;
• Rochas melanocratas - ricas em minerais ferromagnesianos e por isso têm cor escura;
 Textura
A textura está relacionada com a velocidade do arrefecimento do magma. Se o arrefecimento
for rápido a rocha não tem cristais à "vista desarmada". Se o arrefecimento for lento forma
cristais visíveis.

• Textura afanítica ou agranular - quando os cristais nãos e vêm à "vista desarmada"(rochas


magmáticas extrusivas ou vulcânicas);
• Textura fanerítica ou granular - quando os cristais se vêm à vista desarmada (rochas
magmáticas plutónicas ou intrusivas).

 Composição química
Classificação quanto à sua composição química e mineralógica, dependendo da percentagem
relativa de SiO2, ou seja, a percentagem de sílica.

Alguns exemplos de rochas magmáticas

→ Quando duas placas continentais chocam, verifica-se um aumento de pressão e pressão o


que provoca a fusão dos materiais rochosos. O magma formado é muito rico em sílica.
Exemplos: O granito e o riólito

→ A parte superior do manto é constituída maioritariamente por peridotito, uma rocha rica
em minerais máficos. A sua ascensão no manto, diminui a pressão e provoca a formação de
minerais ferromagnesianos, possibilitando a formação de um magma com composição
basáltica.
Exemplos: basalto e gabro.
→ Quando umas placas oceânicas e continentais chocam, a placa mais densa sofre
subducção (oceânica), o magma provinha da fusão parcial de algumas partes do manto e da
crusta em condições especiais de temperatura e pressão, estas condições resultam da fricção
que ocorre durante a subducção da placa oceânica. A água contida nos sedimentos forma uma
região aquosa. Assim o magma adquire uma composição intermédia- magma andesítico.
Exemplos: andesito e diorito

Pontos-chave:

• Grande parte dos magmas origina-se em fronteiras de placas litosféricas.


• A presença de água facilita a formação de magmas.
• Nos riftes e nos pontos quentes dá-se a extrusão de magmas basálticos.
• Os magmas andesíticos formam-se, essencialmente, nas zonas de subdução de placas
oceânicas sob placas continentais.
• Os magmas riolíticos são formados, sobretudo, a partir da fusão da crusta continental, em
zonas de colisão de placas.

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