Contos
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Contos
Todo dia Felipe inventava uma mentira. “Mãe, a vovó tá no telefone!”. A mãe largava a louça
na pia e corria até a sala. Encontrava o telefone mudo.
O garoto havia inventado morte do cachorro, nota dez em matemática, gol de cabeça em
campeonato de rua. A mãe tentava assustá-lo: “Seu nariz vai ficar igual ao do Pinóquio!”. Felipe
ria na cara dela: “Quem tá mentindo é você! Não existe ninguém de madeira!”.
O pai de Felipe também conversava com ele: “Um dia você contará uma verdade e ninguém
acreditará!”. Felipe ficava pensativo. Mas no dia seguinte…
Então, aconteceu o que seu pai alertara. Felipe assistia a um programa na TV. A
apresentadora ligou para o número do telefone da casa dele. Felipe tinha sido sorteado. O
prêmio era uma bicicleta: “É verdade, mãe! A moça quer falar com você no telefone pra
combinar a entrega da bicicleta. É verdade!”.
A mãe de Felipe fingiu não ouvir. Continuou preparando o jantar em silêncio. Resultado:
Felipe deixou de ganhar o prêmio. Então, ele começou a reduzir suas mentiras. Até que um dia
deixou de contá-las. Bem, Felipe cresceu e tornou-se um escritor. Voltou a criar histórias.
Agora, sem culpa e sem medo. No momento está escrevendo um conto. É a história de um
menino que deixa de ganhar uma bicicleta porque mentia…
(Rogério Augusto)
ALADIM
Era uma vez, um velho tecelão, que tentava de todas as maneiras ensinar o ofício ao seu
filho, Aladim. Mas Aladim não estava interessado. Um dia, o tecelão adoeceu e morreu. Dias
depois, um Mercador chegou a procura do pai de Aladim.
- Meu pai está morto. Disse Aladim ao Mercador.
O Mercador chorou diante dos amigos de Aladim.
- E sua mãe, como está? Tenho aqui algumas moedas de ouro para ela! - Disse o
Mercador.
O Mercador deu as moedas para a mãe de Aladim e disse:
- Levarei o rapaz e vou fazer dele um grande comerciante.
A mãe, vendo que o homem era bondoso, concordou.
O Mercador levou Aladim até o pé de uma montanha e mostrou-lhe uma caverna.
- Ali existe um tesouro que será seu. Disse o mercador.
- Ache uma velha lâmpada para mim e ficarei satisfeito.
Aladim desceu por uma corda. Lá dentro viu o grande tesouro e ficou maravilhado.
Encheu os bolsos com joias e brilhantes, achou a lâmpada do Mercador e voltou. Mas o
Mercador já havia retirado a corda.
- Primeiro dê-me a lâmpada! - Disse o Mercador.
- Não! Nada feito! - Disse Aladim.
O Mercador, raivoso, transformou-se em um bruxo e rogou uma praga, trancando
Aladim na caverna.
Aladim ficou sozinho no escuro. Sem querer, esfregou a lâmpada e um Gênio apareceu.
- Agora, você é meu amo. Peça o que quiser! Surpreso com o Gênio, disse:
- Quero ir para casa! Num instante, Aladim estava em casa.
Alegre, contou para a sua mãe, que com a ajuda do Gênio fez um banquete para
comemorar.
Um dia, Aladim viu passar a filha do Sultão e ficou apaixonado. Foi até o palácio e o ministro
do Sultão disse:
- A Princesa merece quarenta baús cheios de joias! Aladim, então, pediu ao Gênio aquela
fortuna. Depois entregou tudo ao Sultão, que, admirado por ver tantas joias, aceitou. Casaram-se
e foram morar num palácio.
O Bruxo, vendo Aladim rico e casado com uma princesa, quis se vingar. Disfarçou-se
de vendedor de lâmpadas e foi até o palácio. Chamou a Princesa e ofereceu a ela lâmpadas
novas em troca das velhas.
A Princesa, então, trocou a lâmpada de Aladim. O Bruxo pegou-a e fez o Gênio
aparecer. Ordenou que o palácio fosse dele e a Princesa ficasse sua prisioneira. O Gênio
obedeceu.
Quando Aladim voltou, viu um portão imenso e guardas que não o deixaram entrar no
palácio. Deu a volta no castelo e viu a Princesa na janela. Ela contou o que aconteceu e Aladim
disse:
- Hoje, durante o jantar, ponha sonífero no vinho do Bruxo. A Princesa fez isso e o
Mercador adormeceu.
Ela pegou a lâmpada, esfregou e depois ordenou ao Gênio:
- Deixe tudo como antes e mande o Bruxo para bem longe, na África.
Muito feliz, Aladim deu uma grande festa no seu castelo. E viveram felizes todos os
anos de suas vidas.
O mingau doce - um conto de fadas dos Irmãos Grimm Houve, uma vez, uma moça
paupérrima, embora muito piedosa, que vivia só com a mãe. Chegou um dia em que nada mais
tinham para comer; então a moça foi à floresta em procura de alguma coisa e lá encontrou
uma velha que conhecia a sua situação; muito penalizada, a velha deu-lhe uma panelinha que
bastava dizer: "panelinha, faz mingau" e logo a panelinha preparava um mingau doce, de
farinha, que era uma delícia; e bastava dizer; "chega, panelinha!" e ela parava de fazer mingau.
A moça correu para levar a panelinha à mãe; desde, então, ficaram livres da fome e da
penúria, e elas comiam mingau doce sempre que queriam. Um dia em que a moça tivera de
sair, a mãe disse: "faz mingau, panelinha!" A panelinha pôs-se a fazer o delicioso mingau e a
mãe comeu, comeu, até não poder mais. Agora queria mandar a panelinha parar, mas não
sabia a palavra convencional. E a panelinha continuou fazendo mingau, o mingau foi
aumentando, aumentando, e transbordou, e encheu a cozinha, e encheu toda a casa, e encheu
a casa da vizinha, e a casa sucessiva, encheu a rua e tudo o mais, como se quisesse alimentar o
mundo inteiro, e ninguém sabia o que fazer para sair dessa entalada. Faltava apenas encher
uma última casa quando, finalmente, chegou a moça que disse: – Chega, panelinha! A
panelinha logo parou de fazer mingau; mas quem quisesse ir à cidade, tinha que abrir caminho
comendo mingau.