Khoury, H. T. T. (2017) - Análise Qualitativa de Dados
Khoury, H. T. T. (2017) - Análise Qualitativa de Dados
Khoury, H. T. T. (2017) - Análise Qualitativa de Dados
DE DADOS
Profa. Hilma Khoury
Psicóloga e Doutora em Psicologia
UFPA/IFCH/Faculdade de Psicologia
E-mail: [email protected]
Fones: (91) 98112-4808/ 98800-5762/ 3201-8057/ 3201-7695
DIFERENTES ABORDAGENS
VARIEDADE DE TÉCNICAS
Mayring (2002) – 7 maneiras:
1) Grounded Theory
2) Análise Fenomenológica
3) Paráfrase Social-Hermenêutica
4) Análise de Conteúdo Qualitativa
5) Hermenêutica Objetiva
6) Interpretação Psicanalítica de Textos
7) Análise Tipológica
Recursos Computacionais
PONTOS COMUNS (Gibbs, 2009)
Obtenção de Dados Empíricos – a partir de
documentos ou entrevistas; em geral são
transformados em texto.
Natureza do Dado Qualitativo – é
essencialmente significativo; não inclui
contagens ou medidas
Elaboração de Categorias de Análise – forma
prática para lidar com o grande volume de
dados.
Interpretação dos Dados – descrição da situação
em questão e explicação (dedutiva ou indutiva).
ANÁLISE DE CONTEÚDO
(Laurence Bardin)
Análise de Entrevistas
Método
Pré-Análise
Exploração do Material
1) Organização da Análise
Tratamento dos
Resultados
Inferência e
2)Codificação Interpretação
3) Categorização
4) Inferência
5) Tratamento Informático
PRÉ-ANÁLISE
1) Leitura Flutuante
Contato livre com os documentos a analisar
Impressões e Hipóteses emergentes.
2) Formulação de Hipóteses
Afirmação provisória a ser verificada ou
confirmada pelos procedimentos de análise.
3) Referenciar índices e Elaborar indicadores ou
categorias
Menção explícita de um tema em uma mensagem
(importância/repetição).
Construção de indicadores precisos para a análise.
EXPLORAÇÃO DO MATERIAL
Leitura Flutuante;
Analisar respostas de homens e de mulheres;
Construir uma tabela para cruzar informações
Elaborar hipóteses explicativas.
Primeira Pergunta: Com que um automóvel é
normalmente comparado?
Respostas de Homens:
-Com uma mulher: diz-se, por exemplo, “ma titine”
- É comparado muitas vezes com uma fera: um tigre, um
puro sangue.
-Para mim, um carro é como uma mulher; uma mulher
familiar e possuída.
-É comparado a um abrigo, uma casa que protege e isola do
mundo exterior.
Primeira Pergunta: Com que um automóvel é
normalmente comparado?
Respostas de Mulheres:
-Um carro é um meio de transporte como outro qualquer, é
útil.
- É como um amigo fiel, alguém com quem nos sentimos
cúmplices.
Segunda Pergunta: Se o seu automóvel falasse, o
que lhe diria?
Respostas de Homens:
-Brutalizas-me!
- Que tal se fossemos dar uma volta os dois, no campo?
-O meu dois cavalos me diria: “olá pá; sobe, onde vamos?
-Pobre carro! Me diria que o fechei em uma prisão e que só
o tiro de lá aos domingos. E eu teria vergonha.
Segunda Pergunta: Se o seu carro falasse, o que lhe
diria?
Respostas de Mulheres:
-O meu carro me diria: “estafas-me, tratas-me mal, não
cuidas de mim, não me alimentas suficientemente,
exploras-me, um dia destes meto baixa por doença.
- Sou bonito, mais bonito do que tu.
-Não me dês tanto mimo.
-Ele me diria: “Dá-me de beber, lava-me, faz-me brilhar”.
-Tenho vontade de dar uma volta grande contigo.
HIPÓTESES:
As relações que o indivíduo mantém com o seu carro não
são estritamente funcionais; estão carregadas de
afetividade.
São relações que remetem para representações sociais
ou para estereótipos relativos ao automóvel e variam
conforme o sexo.
CODIFICAÇÃO:
É possível classificá-las segundo o critério do objeto de
referência citado: mulher, animal, outro meio de
locomoção.
É possível classificar também pelo tipo de relação
estabelecida com o carro: de dominação, de cumplicidade.
ANÁLISE: Construir a Tabela
Agressivid
Dominaçã
Percentag
Cumplicid
Purament
Funcional
absolutas
Cuidados
Dependê
Rivalidad
Ausência
Amorosa
explícita
Relação
Relação
COMPARAÇÃ
relação
ncia
O
ade
ade
ens
De
De
De
De
De
De
de
o
e
e
Seres Homem
Humanos Mulher
Criança
Amigo
Animais “Dinâmicos”
ex: tigres,
puros-sangue
“Astênicos”
ex: veado,
carneiro
Outros meios Transportes
de locomoção Coletivos
Veículos
Individuais
Automóveis
Objetos
Diversos
Ausência de
Objeto de
Comparação
Percentagens
absolutas e
relativas
EXEMPLO: Análise de Entrevistas
OBJETIVO
Observar na nossa sociedade, a influência do modo de
produção (marcado pela divisão do trabalho), dos
objetos cotidianos, sobre a relação individual com
esses objetos.
HIPÓTESE
Existe uma correspondência entre o tipo de produção
dos objetos e a atitude psicológica para com eles. Mais
precisamente, uma produção/consumo marcada pela
separação entre quem concebe, quem fabrica e quem
utiliza acarretaria uma impressão de estranheza,
orígem de conflito, o qual pode ser compensado, ao
nível individual ,de diversas maneiras.
MATERIAL DE ANÁLISE
30 Entrevistas do tipo não-diretiva, precedidas pela
seguinte instrução:
P.ex.
Bonito/Feio
Útil/Inútil
Barato/Caro
Dimensão IV – O sentimento face ao objeto.
Atitude face ao objeto: escolha ou recusa.
Mas os sentimentos expressos em relação ao objeto,
significativos do conflito subjacente são de 3 tipos
relacionais principais:
Domínio/Não domínio – relação de dominação e
submissão no manuseio do objeto; facilidade/dificuldade
no manuseio ou utilização do objeto.
Criatividade/Não criatividade – evocação de recordações
por meio do objeto.
Personalização/Não personalização – maneira como o
indivíduo se reconhece no objeto, se identifica com ele, ou
o sente como estranho.
TRATAMENTO DOS DADOS
Codificação e Freqüências – Dados Brutos
Dimensões – Variáveis empíricas
Grau de estranheza e conflito vivido – Variáveis
construídas.
O objetivo da análise é estabelecer uma correspondência
entre o nível empírico e o teórico (construído)
RECURSOS COMPUTACIONAIS
Links (Günther, 2006):
ATLAS.ti – www.atlasti.de
HyperRESEARCH – www.researchware.com/
MAXqda – www.maxqda.com/maxqda-eng/start.htm
(inglês) ou www.maxqda.com/maxqda-spa/ (espanhol).
N6 e NVivo – www.qsrinternational.com/index.htm.
Qualrus – www.qualrus.com/Qualrus.shtml
Alceste – http://www.image.cict.fr/
REFERÊNCIAS E BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
Bardin, L. (1977/1991). Análise de conteúdo. Lisboa:
Edições 70.
Gibbs, G. (2009). Análise de dados qualitativos. Porto
Alegre/RS: Artmed.
Günther, H. (2006). Pesquisa qualitativa versus pesquisa
quantitativa: esta é a questão? Psicologia: Teoria e
Pesquisa, 22 (2), 201-210.
Mayring, Ph (2002). Técnicas de análise qualitativa.
Recuperado de
http://www.cin.ufpe.br/~pcart/metodologia/pos/Mayring0
43.pdf