Mudanças Climáticas Globais
Mudanças Climáticas Globais
Mudanças Climáticas Globais
Ecologia Aplicada
Edir E. Arioli
2022
Arioli, Edir Edemir
2
“Neste mundo, uma espécie só consegue prosperar
se todas as outras ao seu redor prosperam também”.
3
Sumário
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1. Mudanças climáticas e aquecimento global
5
2. Evidências do aquecimento global
6
Em Veneza, as inundações tornaram-se mais frequentes e dobraram
de 2017 para 2018. O centro histórico de Veneza, no nordeste da
Itália, registrou um recorde de inundações em 2018, de acordo com
balanço divulgado pela Prefeitura nesta sexta-feira (4). Segundo os
dados oficiais, o fenômeno da água alta se repetiu 121 vezes ao
longo do ano passado, quase o dobro do número verificado em 2017.
Isto inclui apenas marés superiores a 80 centímetros, mas em nove
ocasiões a cheia superou os 120 centímetros. O nível mais alto do
ano foi registrado em 29 de outubro, com maré de 156 centímetros, o
quarto maior patamar da história - o recorde é de 4 de novembro de
1966, com 194 centímetros.
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Estamos destruindo nossos sistemas de suporte à vida
Hypescience, 16/01/2019
O cientista Brad Lister retornou à floresta tropical de Luquillo, em Porto Rico, depois
de 35 anos para descobrir que 98% dos insetos haviam desaparecido do solo. Ele pode
notar a diferença de cara: não havia pássaros em nenhum lugar. Lister concluiu que a
população de insetos que alimentava as aves em todo o parque nacional havia
desmoronado. No chão, 98% tinham ido embora. Nas copas das árvores, 80% haviam
desaparecido. “É um verdadeiro colapso das populações de insetos na floresta tropical.
Começamos a perceber que isso é terrível – um resultado muito, muito perturbador”, disse.
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3. Fontes de dados do clima
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selecionadas, em ambiente urbano ou rural, dentro de florestas ou
sobre as copas das árvores.
A escolha do meio amostral depende do objetivo de cada estudo,
naturalmente. Quando se trata de avaliar mudanças climáticas
globais, é necessário trabalhar com dados de várias origens e que
guardem relações de causa e efeito passíveis de interpretação. Por
sua abundância, confiabilidade e representatividade regional, os
dados referentes à atmosfera e aos oceanos são, contudo, os mais
utilizados.
Atmosfera
A figura abaixo mostra a evolução da temperatura média da Terra
nos últimos 1.500 anos, medida diretamente na atmosfera e em
bolhas de ar contidas no gelo da Antártica. O aquecimento no século
vinte ultrapassou todos os picos do período e em ritmo 10 vezes
maior do que em qualquer outra época estudada. O trecho vermelho
do gráfico inicia no ano de 1900, no começo da Segunda Revolução
Industrial.
Fonte: NASA
10
Quando se compara o consumo global de energia a partir de várias
fontes, como mostra a figura a seguir, ficam evidentes dois fatos: o
consumo acelerou-se fortemente a partir da década de 1950 e este
aumento foi dominado pelo consumo cada vez maior dos
combustíveis fósseis – carvão, petróleo e gás natural. A correlação
das curvas de consumo de energia e de variação da temperatura
média do planeta mostra que esta passou a crescer em paralelo à
primeira curva 25 anos depois de disparado o consumo dos
combustíveis fósseis.
Fonte: NASA
11
PROCLIMA - Programa Estadual de Mudanças Climáticas do Estado de São Paulo
12
Aumento Contribuição GWP em 100 Principais fontes
GEE
desde 1750 (%) anos de emissão
14
Fonte: Projeto Argo
Distribuição das sondas Argo nos oceanos.
.
Fonte: NASA
América do Sul com oceanos 68 metros acima do nível atual
15
Segundo BRINER (2016), nos últimos 25 anos, a espessura da
plataforma de gelo no Ártico diminuiu em 43%. Quando se compara
a redução da área da calota polar ártica medida a partir de 1900 com
a projetada por estudos do IPCC – Intergovenmental Panel for
Climate Change, verifica-se que a perda real foi muito maior do que
a prevista pelos modelos matemáticos. Isto é mostrado na figura
abaixo.
Fonte: IPCC
16
Em estações de controle, tais como as do Havaí, Canárias e
Bermudas, as variações de CO2, pH e teores de CO32- mostram que a
acidificação dos oceanos acontece de forma contínua e
estatisticamente comprovada.
A concentração de CO2 nos oceanos e mares aumentou 30% desde
1950. A acidificação está destruindo os recifes de corais tanto por
morte dos organismos quanto pela dissolução dos esqueletos
calcários.
Fonte: NASA
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O gás carbônico gerado pelo desmatamento e pela indústria
distribui-se entre a atmosfera (49%), as florestas (29%) e os oceanos
(26%). Portanto, 75% do CO2 do planeta estão concentrados na
atmosfera e nos oceanos.
O volume de gás carbônico assimilado pelos oceanos, mostrado
como toneladas de carvão, se fossem carregadas em vagões
ferroviários, dariam 14 voltas em torno da Terra. E isto corresponde
a apenas 26% do total liberado anualmente na atmosfera!
Geleiras
Geleiras são grandes massas de gelo em movimento formadas pela
compactação e recristalização da neve, nas montanhas e regiões
polares. A calota de gelo do Polo Norte não é uma geleira porque é
uma placa flutuante sobre o oceano Ártico. As geleiras se classificam
segundo sua morfologia, em campos de gelo, geleiras de circo ou
geleiras de vale.
A formação de uma geleira pode levar milênios e seu tamanho
depende da quantidade de gelo que consegue acumular ao longo do
tempo. O seu deslocamento é semelhante ao dos rios e a sua
velocidade depende da fricção da base contra as rochas e do desnível
do terreno em que se assentam. No total, as geleiras cobrem 10% da
superfície terrestre e, juntamente com as calotas polares, perfazem
quase 70% da água doce do planeta.
O monitoramento contínuo das geleiras, no mundo inteiro, está
demonstrando que o ritmo de redução de extensão e volume
acompanha a aceleração do aquecimento global. Duas causas
específicas, associadas às mudanças climáticas, são consideradas as
mais críticas para esta redução: concentração de CO2 na atmosfera e
aquecimento dos oceanos.
Em 55 anos, de 1961 a 2016, as geleiras da Terra perderam mais de 9
trilhões de toneladas de gelo, contribuindo para um aumento médio
de 27 milímetros no nível oceânico global. Os dados são de um novo
estudo liderado pela Universidade de Zurique e publicado na revista
científica Nature. Para o estudo, foram reconstruídas modificações
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ocorridas em mais de 19.000 glaciares em todo o mundo em 55
anos. Os pesquisadores combinaram medidas de campo e
dados compilados pelo Serviço Mundial de Monitoramento de
Geleiras, com observações das mudanças na espessura de gelo ao
longo do tempo.
Isso equivale ao volume de gelo armazenado nos Alpes europeus
e corresponde a um aumento no nível do mar de quase 1 milímetro
por ano. O derretimento das geleiras contribuiu para o aumento do
nível dos oceanos em 2,7 centímetros desde 1961. Além disso, as
geleiras do mundo têm gelo suficiente — cerca de 170.000
quilômetros cúbicos — para aumentar o nível do mar em quase meio
metro.
As maiores perdas foram registradas nas geleiras do Alasca, da
Patagônia (que recentemente registrou recorde de temperatura) e na
calota polar do Ártico. As geleiras dos Alpes europeus, a cordilheira
do Cáucaso e a Nova Zelândia também sofreram perda significativa
de gelo, mas devido às suas áreas relativamente pequenas, elas
desempenharam um papel menor no aumento do nível do mar.
Fonte: IBERDROLA
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O degelo das geleiras está provocando a extinção de numerosas
espécies, pois elas abrigam populações de vários animais terrestres e
aquáticos. O desaparecimento das geleiras significa também menos
água para o consumo da população, menos capacidade para
gerar energia hidrelétrica e menos disponibilidade para a irrigação.
Segundo Englander (2019), o degelo da Antártica geraria o aumento
do nível do mar em 62 m e o degelo da Groenlândia elevaria os
oceanos em 11 m. O degelo total levaria o nível dos mares 73 m
acima do nível atual. Este efeito pode ser compreendido quando se
sabe que os territórios da Antártica e da Groenlândia equivalem ao
dobro da extensão dos Estados Unidos, cobertos por uma capa de
gelo com 1.000 metros de espessura média.
Permafrost
Permafrost é o nome que se dá às camadas de solo
permanentemente gelado que caracteriza as paisagens acima do
Círculo Polar Ártico. Este tipo de solo cobre vastas regiões na
Sibéria, no Canadá, no Alaska e na Groenlândia. O seu degelo está
acontecendo em ritmo mais rápido do que o previsto pelos modelos
climáticos. Isto preocupa pela grande extensão da sua área de
ocorrência, pelo enorme volume de solo e pelo gigantesco volume de
metano que estão sendo liberados na atmosfera, por efeito do
aquecimento global.
A importância do degelo do permafrost para o aquecimento global
(retroalimentação positiva ou aceleração exponencial) pode ser
avaliado pela sua distribuição no hemisfério Norte, vista no mapa da
figura abaixo.
20
Fonte: USGS
21
Fonte: Nathalia Shakhova
22
Fonte: Nathalia Shakhova
Fonte: USGS
23
Como enfatiza Charles Miller, do Jet Propulsion Laboratory
(NASA), o degelo não se limita à superfície do terreno, mas alcança
profundidades de até 20 metros. O gráfico abaixo mostra a
distribuição de temperatura no subsolo de Jassonhaugen (Noruega),
no período de 1999 a 2016. A linha pontilhada indica o limite
inferior da zona de degelo, em torno de 18 metros.
Fonte: NASA
24
EUA, por exemplo, sentem os efeitos dessa mudança de temperatura
no Ártico, que interfere nas correntes de jato do planeta. Como
consequência, ondas fortes de calor ou de chuvas ficam estacionadas
no mesmo ponto por vários dias, quando normalmente elas
passariam rapidamente e não afetariam tanto uma região específica.
25
4. Dinâmica do clima na escala global
26
planetárias, aos gigantescos volumes de energia transportada e às
persistências milenares de circulação. A distribuição das correntes
marítimas, ilustrada na figura abaixo, dá uma ideia da sua influência
sobre o clima do planeta.
Fonte: Boscoito
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A contribuição de cada gás para o efeito estufa é mais ou menos a
seguinte: 50% do vapor d’água que forma a nebulosidade difusa da
atmosfera, 25% das nuvens, 20% do CO2 e 5% dos demais. Apesar
dos números, o vapor d’água e as nuvens não são tratados como
gases de efeito estufa, porque são produtos deste processo,
responsáveis pela retroalimentação positiva.
É importante não se deixar enganar pelos teores aparentemente
baixos, que tendem a minimizar o efeito estufa. Basta lembrar que
pequenas quantidades de sal na água do mar são suficientes para
criar propriedades físico-químicas profundamente diferentes da
água doce. Quem estuda Física dos Materiais sabe a diferença que
fazem alguns décimos percentuais de um aditivo para a resistência e
a condutividade elétrica de uma liga metálica.
Os comprimentos de onda do calor irradiado pela superfície
terrestre são maiores do que os da radiação recebida. Enquanto a
energia é recebida na forma de luz, a refletida tem a forma de raios
infravermelhos, isto é, de calor. Esta diferença faz com que o calor
irradiado pela superfície seja contido na troposfera, camada inferior
da atmosfera, cuja composição bloqueia os raios infravermelhos.
Isto cria o efeito estufa, exatamente como a cobertura plástica de um
viveiro de hortaliças.
Além da concentração dos gases mencionados acima, um fator
crítico para a evolução do efeito estufa é a refletância da luz solar
pela superfície terrestre. A refletância é muito maior nas áreas claras
do que nas áreas escuras, que absorvem boa parte da energia.
Nas regiões que perdem a cobertura de neve e gelo devido ao
aquecimento global ou sazonal, a superfície escurece e absorve mais
calor do sol, o que aumenta o efeito estufa e acelera o degelo. Isto
cria um ciclo vicioso, que escurece mais ainda a superfície e acelera o
aquecimento na região. A extensão da área afetada determina o
quanto ela contribuirá para o aquecimento do planeta como um
todo.
A atmosfera terrestre é formada por várias camadas, ilustradas na
figura da página seguinte: troposfera, estratosfera, mesosfera,
termosfera e exosfera. A troposfera ocupa os primeiros 7 a 17
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quilômetros de altitude, contados a partir do nível do mar, e é a mais
rica em oxigênio e vapor d’água. A estratosfera vai até mais ou
menos 50 quilômetros de altitude, é muito estável, sem correntes de
ventos e rica em ozônio, que nos protege contra os raios ultravioleta.
A mesosfera alcança 80 quilômetros acima do nível do mar, muito
rarefeita e com temperaturas que descem a -100oC. A termosfera, ao
contrário, apesar de se estender até 500 quilômetros de altitude,
absorve tanto a radiação solar que atinge temperaturas de 1.000oC.
A exosfera alcança 800 quilômetros da superfície terrestre, é
composta apenas e hidrogênio e hélio. Ela está fora do alcance da
gravidade e contém a nuvem de satélites de comunicação,
sensoriamento remoto e telescópios.
Fonte: soparaalunosferas.org.br
29
A circulação atmosférica é impulsionada pelas diferenças de
temperatura (de energia, portanto) entre o equador e os polos, sob
influência da rotação da Terra. O ar quente dilata-se e torna-se mais
leve nas regiões equatoriais, onde se eleva na troposfera até se
resfriar e retornar à superfície nas regiões polares. Isto mantém um
sistema circulatório permanente, que é desviado para oeste entre os
trópicos de Câncer e de Capricórnio, por influência da rotação
terrestre. Esta combinação de movimentos forma as denominadas
células atmosféricas, ilustradas na figura abaixo. Assim se originam
as monções, grandes movimentos de ar e umidade responsáveis
pelas enchentes sazonais das regiões tropicais.
31
Jim White et al., 2014
O que é uma mudança abrupta de clima? É uma mudança que acontece em 1 ou 2
anos, ou o aumento de 1oC por ano durante 5 anos, o que é 100 vezes mais rápido do
que o aquecimento que estamos vivendo, mas que pode acontecer a qualquer
momento da história. Na Groenlândia foram registrados aumentos de 5-10oC num
único ano, medidos em amostras de gelo, o que é 1.000 vezes mais rápido do que o
aquecimento atual.
Segundo White, é isto que pode acontecer: dentro de um padrão de crescimento
persistente, a temperatura média global ou regional pode aumentar 100 a 1.000 vezes
mais rápido em determinados anos, dando saltos imprevisíveis. Isto é o que se chama
equilíbrio pontuado.
Exemplos de mudanças abruptas que estamos vivendo: aumento na temperatura da
atmosfera em ritmo que dobrou nos últimos 40-50 anos, redução de 50% na calota
polar do Ártico nos últimos 30 anos, extinção de 200 espécies por dia, acidificação
rápida dos oceanos, morte dos corais em ritmo alarmante.
32
5. As mudanças climáticas nos sistemas naturais
33
Padrão geral das mudanças climáticas globais
Não obstante as dificuldades de compreender a dinâmica dos
sistemas naturais, podemos identificar um padrão geral nas
mudanças climáticas a partir das seguintes relações entre os
macroambientes terrestres:
Na atmosfera
Aumento da nebulosidade é o efeito mais imediato, observável na
atmosfera em resposta ao efeito estufa. O ar quente absorve mais
umidade do que o ar frio. A evaporação da água na superfície dos
rios, lagos, mares continentais e oceanos aumenta a umidade do ar,
mas mesmo a umidade já existente em suspensão aglomera-se nas
partículas formadoras das nuvens. A NASA informa que o volume
total de nuvens na atmosfera terrestre aumenta a cada ano.
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Este efeito tende a reduzir o efeito estufa, pelo menos no que
depende das camadas baixas de nebulosidade, ao contrário das
nuvens da troposfera superior, que retêm a radiação infravermelha
longa refletida pela superfície terrestre.
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infravermelho longo, isto é, do calor emitida pela superfície do
planeta.
Nos oceanos
A elevação do nível dos oceanos por efeito do aquecimento global é a
preocupação que predomina nos debates sobre o tema, com
referência às inundações das regiões costeiras, à erosão, à destruição
de estruturas construídas e aos danos à biodiversidade. Citam-se
como causas óbvias o degelo das calotas polares, das geleiras de
montanhas e das camadas de gelo da Groenlândia. A elevação do
nível do mar por causa dessas alterações é estimada em alguns
decímetros até 6,5 metros.
Entretanto, a causa mais imediata a ser identificada é a dilatação das
águas oceânicas devido ao aumento da temperatura. Mais
importante do que as especulações sobre as dimensões desse
aumento é o fato de que, uma vez iniciado, ele se mantém por muitas
décadas devido à inércia calorífica da água.
O aquecimento da água tem sido responsável até agora por cerca de
40% da elevação total, mas essa proporção poderá mudar
futuramente com a variação da contribuição do derretimento dos
gelos. O IPCC calcula que a taxa de elevação média entre 1901 e 2010
foi de 1,7 milímetros (mm) ao ano, com uma faixa de variação de 1,5
a 1,9 mm. A elevação total neste intervalo foi calculada em 19
centímetros. Porém, nas últimas décadas a velocidade de elevação
tem aumentado. Entre 1993 e 2010 a taxa foi maior do que 3,2 mm
por ano, com uma faixa de variação de 2,8 a 3,6 mm.
Com o aquecimento mais rápido nas regiões polares do que nas
equatoriais, está sendo reduzido o gradiente térmico na escala
global. Este gradiente é responsável por manter em movimento as
correntes termohalinas e a sua redução poderá desacelerar até a
paralização completa das correntes. Esta previsão está sendo
desmentida por estudos publicados pelo Laboratório Goddard da
NASA, em 2020, que mostram uma aceleração das correntes, pelo
menos nas latitudes tropicais.
36
Os oceanos contêm pontos quentes, alguns com centenas de
quilômetros de diâmetro, que parecem estar sendo ampliados pela
aceleração das correntes. As consequências desta mudança para a
vida marinha ainda são desconhecidas, mas os pontos quentes são
verdadeiros desertos líquidos, de modo que não há muito a
especular sobre os efeitos da sua expansão.
A elevação do nível dos oceanos provoca marés e ressacas mais
fortes. Esses são os efeitos mais evidentes do aumento do volume
dos mares, porque os eventos meteorológicos mais fortes são
intensificados à medida que aumentam as ondas normais. Isto é,
para cada decímetro de elevação do nível médio local na costa
brasileira, por exemplo, as ressacas podem aumentar vários metros.
Esta proporção é especulativa, porque faltam dados estatísticos para
dimensioná-la, mas serve para dar uma ideia do processo. Alguns
dados do Painel Brasileiro de Mudanças Climáticas (PBMC) ilustram
muito bem este efeito. Medidas feitas na costa de Santos mostram
que, enquanto o nível médio do mar subiu 1,2 mm por ano, desde
1940, a altura das ondas subiu 30 cm de 1957 a 2002. Ao mesmo
tempo, a frequência das ressacas aumentou visivelmente. Na baía de
Guanabara, o aumento médio do nível do mar foi de 1,3 mm por ano,
no período de 1963 a 2011. Em Recife, o nível do mar subiu 24 cm
em 42 anos, o que dá uma média de 0,6 mm por ano, mas esta
subida aparentemente pequena provocou uma redução de mais de
20 metros na linha de costa.
A acidificação e o aquecimento dos oceanos são uma ameaça real
para a vida marinha, principalmente para corais, moluscos, mariscos
e algas. Estima-se que a acidez das águas marinhas aumentou em
30% desde o início do século vinte, pela absorção de um terço do
CO2 da atmosfera. Quando dissolvido na água, o gás carbônico forma
ácido carbônico, que se dissocia em carbonato e íon hidrogênio. O
ácido ainda em dissociação e o íon hidrogênio respondem pelo
aumento da acidez dos oceanos e essa pela destruição dos
organismos que dependem de carapaças e esqueletos de carbonato
de cálcio. O carbonato é altamente solúvel e qualquer aumento na
acidez do ambiente marinho destrói essas estruturas e os seres que
dependem delas para viver.
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Existe entre os pesquisadores a preocupação de que se repita no
futuro o que aconteceu no final do período Permiano: uma extinção
em massa da vida em todo o planeta. Isto pode ser provocado pela
expulsão do gás sulfídrico para a atmosfera, tornando-a tóxica e letal
para todos os seres vivos. Como pode ocorrer esta expulsão? Vários
fenômenos naturais podem provocá-la: terremotos no fundo dos
oceanos, movimentos tectônicos relacionados com a deriva
continental, quedas de asteroides em áreas oceânicas, maremotos
causados por deslizamentos de sedimentos da plataforma
continental e das encostas vulcânicas submarinas, entre outros.
Períodos curtos (2-5 anos) de pausa no aquecimento global são
sucedidos por períodos mais longos (5-15 anos) de aquecimento
cada vez mais intenso, principalmente a partir de 1950 e de forma
praticamente contínua a partir de 1970. As pausas ocorrem quando
há estocagem de energia nos oceanos ou aumento da poluição do ar.
38
Nos continentes
A elevação do nível médio dos mares e oceanos está provocando a
perda de áreas costeiras em proporções crescentes. No litoral
brasileiro, estas perdas são visíveis do Ceará ao Rio Grande do Sul.
39
hoje em dia. Elas estão sendo destruídas pelas mudanças em curso
nos regimes de chuvas, na redução da cobertura vegetal e das
comunidades biológicas que as sustentam. Afinal, não podemos
esquecer que os solos são produtos das interações entre clima,
biosfera e as rochas subjacentes.
41
Além das degenerações físicas e genéticas, as espécies animais estão
entrando em extinção por efeito de desequilíbrios criados na cadeia
alimentar pelo aquecimento global. Ao desaparecer uma presa em
determinado ecossistema, os seus predadores também se extinguem
ou migram para ambientes mais favoráveis. Isto acaba levando a
outra consequência das mudanças climáticas, que são as migrações
em massa. Entretanto, não é difícil de entender que, ao contrário das
migrações sazonais, elas são precursoras das extinções de espécies.
O desequilíbrio dos ecossistemas acaba levando à superpopulação de
algumas espécies que atuam como vetores de doenças e que se
tornam, assim, deflagradoras de epidemias e mesmo pandemias. A
redução das áreas florestadas força a migração de animais para
dentro de áreas urbanas ou periferias. Isto aumenta o contato com
as populações e as probabilidades de contágio epidêmico.
Mais de 130 estudos científicos estimam o risco de extinção por
ramos da vida animal e por regiões do mundo: 12% para os anfíbios,
9% para os répteis, 8% para os mamíferos e invertebrados, 7% para
os peixes e as plantas, 6% para as aves. A América do Sul apresenta
23% de risco de extinção dos seres vivos, a Austrália 14%, os oceanos
13%, a África 12%, a Ásia 9%, Europa e América do Norte 6%.
Outros estudos indicam as percentagens esperadas de extinção com
aumento de 2oC na temperatura do planeta: 100% dos corais, 18%
dos insetos, 16% dos vegetais e 8% dos mamíferos.
42
6. Controvérsias sobre mudanças climáticas globais
43
Esta estratégia culminou na maior campanha da história em defesa
dos interesses da indústria: a oposição aos esforços internacionais
para negociar reduções de emissões em Kyoto, no Japão, em
dezembro de 1997. Naquele mesmo ano, Harrison vendeu sua
empresa e a GCC começou a se desintegrar, enquanto crescia o
desconforto de alguns membros com sua linha negacionista. Mas a
tática, a cartilha e a mensagem de dúvida estavam incorporadas — e
sobreviveriam além dos seus criadores. Três décadas depois, as
consequências estão produzindo os efeitos desejados pela coalizão.
Apesar da imagem pública de união da GCC, vários de seus
membros, tais como os representantes da British Petroleum, da
Dupont e da Shell, discordavam do caráter negacionista das suas
manifestações públicas e se retiraram da entidade. Em 1999 e 2000,
desligaram-se da coalisão as empresas Ford, Daimler-Chrysler,
Texaco, Southern Company e General Motors pelo mesmo motivo.
Outros, entretanto, como o American Petroleum Institute, se
mantiveram firmes na negação da influência antrópica sobre o
aquecimento global.
Dentro da GCC, contudo, debates e documentos analisavam com
isenção os relatórios das instituições acadêmicas e
intergovernamentais, como o IPCC, e reconheciam a consistência
das suas conclusões e a pertinência das suas recomendações. Vale
registrar esta conclusão do documento Predicting Future Climate
Change - A Primer: a evidência científica da influência humana
sobre a concentração de gás carbônico na atmosfera e suas
consequências sobre o clima está bem demonstrada e não pode ser
negada. Isto serve apenas para acentuar a hipocrisia das posições
públicas deste grupo que produziu uma geração de negacionistas
climáticos e seus seguidores na esfera política, mais interessados em
proteger os interesses dos financiadores de campanhas eleitorais do
que a segurança da sociedade.
44
Graus de alarmismo entre cientistas e na imprensa
46
Argumentos contra o aquecimento global
Não é possível prever com precisão as mudanças
climáticas.
Claro, em sistemas naturais não se trabalha com os conceitos de
previsão e precisão, mas com projeções (modelos probabilísticos) e
margens de erro. Quando estudamos os fenômenos da natureza,
lidamos com modelos, padrões, tendências e probabilidades.
O comportamento dos sistemas naturais é imprevisível, funciona por
meio de padrões que se repetem ciclicamente, mas nunca de forma
repetitiva, dentro do que se denomina equilíbrio pontuado.
Equilíbrio pontuado consiste na sucessão de períodos de evolução
lenta, pouco perceptível à observação visual, e rupturas bruscas a
catastróficas, que se manifestam na forma de extinções de espécies,
mudanças climáticas violentas, aumento na frequência e intensidade
de desastres naturais e assim por diante.
Entretanto, indicadores quantitativos permitem modelizar o
comportamento de alguns atributos dos sistemas complexos, tais
como temperatura, volume, velocidade, acidez. Esta diferença de
enfoques os leigos têm dificuldade para entender.
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queima de combustíveis fósseis, está intensificando uma tendência
natural, de origem astronômica.
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explosivamente nos oceanos e mares, mas os continentes eram
desérticos, sem qualquer vegetação e sem vida animal. Portanto, esta
afirmativa é falsa porque ignora que as condições gerais da Terra
como um todo, e especificamente da hidrosfera, da atmosfera e da
biosfera, diferem profundamente ao longo da sua evolução.
Fonte: NASA
51
amarela mostra a variação desta energia calculada para os ciclos de
11 anos das manchas solares. Mesmo com as oscilações típicas dos
fenômenos naturais, as duas tendências são claramente opostas, o
que contraria o argumento do Dr. Shaviv.
A influência da radiação solar sobre as mudanças climáticas é um
fato fartamente conhecido pelos estudiosos. Uma pequena era do
gelo estendeu-se de 1650 a 1850, provocada por atividade vulcânica
excepcionalmente intensa. Entretanto, os dados atestam que, pelo
menos a partir de 1880, não existe correlação direta entre os dois
parâmetros em discussão.
Se a energia do sol fosse a causa do aquecimento global, a
temperatura deveria aumentar em todas as camadas da atmosfera
terrestre. Não é o que mostram as medições. As camadas superiores
estão resfriando à medida que as inferiores se aquecem, porque a
energia irradiada pela superfície do planeta está sendo barrada pelas
nuvens mais baixas. Por isto, os modelos climáticos que incluem a
radiação solar nos dados confirmam o aquecimento global somente
quando incorporam nos cálculos o aumento dos GEE na atmosfera.
52
7. Soluções para o aquecimento global
53
capítulos anteriores. Trata-se de um quadro simplificado, montado
para ilustrar o raciocínio que se segue, porque uma análise mais
completa exige desdobrar os eventos em suas respectivas relações de
causa-e-efeito, responsáveis pelos resultados indicados em cada
etiqueta.
O diagrama deve ser lido de baixo para cima. Os eventos
relacionados na base do diagrama representam as causas básicas das
mudanças climáticas. O evento aumento dos gases de efeito estufa
na atmosfera é considerado causa imediata dos processos que se
distribuem acima desta etiqueta. As etiquetas azuis representam as
consequências sobre os oceanos, as amarelas são os eventos nos
ambientes continentais, as cinza-claro indicam os efeitos nas áreas
geladas do planeta e as verdes relacionam-se com os seres vivos.
54
Para simplificar, o diagrama limita-se a mostrar que eventos
situados numa mesma coluna mantêm relações genéricas de
precedência: os inferiores antecedem no tempo os superiores. As
setas vermelhas indicam apenas dois ciclos de retroalimentação
positiva de eventos. A primeira mostra que o degelo de geleiras e
calotas polares reforça o aumento dos GEE na atmosfera. A segunda
mostra que este aumento retroalimenta os eventos atmosféricos que
dão origem ao aquecimento global. Outros ciclos não são explorados
no diagrama para evitar dificuldades de visualização.
Um dos princípios da solução de problemas diz que ela deve
eliminar as causas e que a supressão dos sintomas deve ser aceita
apenas como uma estratégia de mitigação temporária, enquanto não
é possível agir sobre as causas. Todas as recomendações
mencionadas no início deste capítulo constituem apenas isto:
estratégias de mitigação. Elas não atacam as causas de um problema
de dimensões planetárias.
Voltando ao diagrama, as causas estão na base do problema,
divididas em dois grupos, um das causas naturais e outro das causas
de origem humana. As causas naturais são inacessíveis à nossa
intervenção imediata, devido à sua escala planetária. Elas podem ser
corrigidas por meio de soluções de alta tecnologia, mas os resultados
podem exigir mais tempo do que dispomos antes do colapso
apregoado pelos alarmistas mais radicais. As causas que estão ao
nosso alcance são as de origem humana, basicamente as associadas
ao consumo de combustíveis fósseis e ao desmatamento, como
demonstram as pesquisas climáticas mundiais.
A queima de combustíveis fósseis é feita no aquecimento doméstico,
no transporte aéreo, naval e automotivo e na indústria de
transformação. No que diz respeito aos meios de transporte, por
exemplo, é mais efetivo estimular por incentivos fiscais a produção
de motores elétricos ou não-poluidores. Esta medida tem a
vantagem adicional de se tratar de promoção de mudanças positivas,
estratégia de solução mais efetiva do que a restrição a ações
negativas.
Ao mesmo tempo, podem ser criadas vias de trânsito mais seguras
para veículos individuais com motores elétricos, bicicletas e
similares. Entretanto, cortar o consumo de combustíveis fósseis é
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um processo lento e precisamos achar meios para extrair os gases de
efeito estufa diretamente da atmosfera. Esta é a já popular estratégia
do sequestro de carbono, que consiste na extração do CO2
diretamente da atmosfera.
A indústria de transformação utiliza processos para captura de
carbono dos seus efluentes desde pelo menos a década de 1930.
Dispositivos simples, como mangas flexíveis e filtros mecânicos,
extraem as partículas em suspensão nos gases das chaminés e as
estocam em locais seguros. Esses locais são geralmente depósitos
subterrâneos criados para este fim ou mediante o aproveitamento de
galerias de minas abandonadas, poços profundos e silos para
reprocessamento posteriormente. O carbono fica estocado na forma
de fuligem, que pode ser separada de outros componentes por
métodos físicos ou químicos, tais como centrifugação, filtragem e
solventes seletivos.
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80% composto de carbono, portanto não é de admirar que
elas suguem, por hectare, 150 a 200 toneladas de CO2 do ar.
Uma árvore, sozinha, é capaz de absorver 180 quilos de CO2.‖
(Superinteressante, 31/10/2016).
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geleira Jakobshavn (Groenlândia), a mais atingida pelo degelo no
Ártico, visando conter sua erosão.
Um arquiteto da Indonésia, Faris Rajak Kotahatuhaha, foi premiado
pelo seu projeto Recongelar o Ártico, que consiste em recolher a
água das geleiras derretidas, dessalinizá-la e congelá-la de novo para
criar grandes blocos hexagonais de gelo. Graças à sua forma, estes
icebergs poderiam se juntar e formar massas geladas.
Pesquisadores da Universidade do Arizona propuseram uma solução
aparentemente simples: fabricar mais gelo. Este projeto consiste em
recolher água abaixo da geleira, com bombas movidas a energia
eólica, e derramá-la sobre a superfície para que congele e aumente a
sua espessura.
Casos de sucesso
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Fonte: Instituto Terra
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Para que as sementes pudessem atingir o solo sem ficarem retidas na
vegetação ou serem dispersas pelo vento, os técnicos da Cetesb
produziram glóbulos de gelatina hidrofílica com 4 mm de diâmetro,
desenvolvidos na Divisão de Química do IPT. A gelatina retém os
nutrientes e a umidade necessários à sobrevivência das sementes até
a germinação, em contato com o solo.
Fonte: IPT
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levantamento realizado pela Cetesb, no ano de 2000, mais de 800
plantas sobreviveram.
Os resultados do trabalho como um todo, de acordo com o
engenheiro, foram ―moderadamente positivos‖. Avaliações mais
recentes indicaram que a semeadura aérea acelerou o processo de
reflorestamento natural, com altos índices de sobrevivência das
árvores. Apesar de menos efetiva em áreas de arbustos e onde havia
braquiária, teve ótimos resultados em solos nus e com vegetação
rasteira nativa. No estado do Rio de Janeiro, a mesma metodologia
produziu resultados insatisfatórios, porque a dispersão de sementes
foi feita em período de estiagem. Para dar certo, a semeadura aérea
precisa ser executada em períodos de chuva, sob pena de desperdício
de recursos e descrédito para este método comprovadamente eficaz
de recuperação ambiental.
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Algumas técnicas relativamente simples permitem este aparente
milagre. A fixação da areia é conseguida pela implantação de
barreiras de palha, distribuídas em forma de malha quadrada com
aproximadamente 1 metro de largura. Dentro de cada célula são
plantadas mudas de espécies resistentes ao sol e à escassez de água.
A irrigação é feita gota a gota e complementada com medidas que
reduzem a evaporação. A produção inclui tomates, alho, cebola,
melancia, melão e uma grande variedade de hortaliças e grãos.
Fonte: xinhuanet.com
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Fonte: Alessandro Gallo
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pessoas, cria solo fértil e reservas de água potável, protege
comunidades contra a fome, reduz o êxodo rural e ameniza os efeitos
das mudanças climáticas na escala regional. O Sahel registra
aumentos recordes de temperatura, que cresce uma vez e meia mais
rápido do que no resto do mundo. Entretanto, em 2020 somente
15% das metas de plantio foram atingidas principalmente devido a
problemas políticos e conflitos tribais.
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8. Referências
Bromwich, D. H.; Nicolas, J. P.; Monaghan, A. J.; Lazzara, M. A.; Keller, L. M.;
Weidner, G. A.; Wilson, A. B. Central West Antarctica among the most
rapidly warming regions on Earth. Nature Geoscience, 6, 139-145, doi:
10.1038/ngeo1671, 2013.
Englander, J. The unraveling: five predictions for the decade of climate comes
undone. Sea level rise now news digest, in www.johnenglander.net.
Acessado em 20/11/2019.
International Panel for Climate Change (IPCC). "Sea Level Change". In:
[Stocker, T.F. et al. (eds.)]. Climate Change 2013: The Physical Science
Basis. Contribution of Working Group I to the Fifth Assessment Report of
the Intergovernmental Panel on Climate Change. Cambridge University
Press, 2013.
White, J.; Alley, R.B.; Archer, D.E.; Barnosky, A.D.; Dunlea, E.; Foley, J.; Fu, R.;
Holland, M.M.; Lozier, M. S.; Schmitt, J.; Smith, L.C.; Sugihara, G.;
Thompson, D.W.J.; Weaver, A.J.; Wofsy, S.C. Abrupt impacts of climate
change: anticipating surprises. Vienna, EGU General Assembly 2014, held
27 April - 2 May, 2014.
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Títulos do mesmo autor disponíveis na plataforma Scribd
Sobre o Autor
Edir E. Arioli é geólogo pela UFRGS (1969), doutor em Geologia pela UFPR
(2008), especialista em Gestão Tecnológica (1990) e Engenharia da
Qualidade (1991). Produz materiais paradidáticos para uso de professores e
estudantes de Ciências da Natureza. Email: [email protected]
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