Manual Do Contista
Manual Do Contista
Manual Do Contista
1. A Palavra
A) Sentido: caso, relato, narrativa, com a função de enumerar fatos ou
detalhes, vinculando vários episódios que compõem uma intriga, i.é, uma
situação dramática, conflituosa.
B) "Conto: cadeia de detalhes, com desenlace dramático, caso".
2. Histórico
A) Tipicamente literário, talvez, em Caim e Abel, o primeiro exemplar de conto,
milhares de anos a.C., tendendo, às vezes, em suas vicissitudes históricas, à
crônica e ao poema em prosa.
B) "Conto: já esteve próximo da crônica e do poema em prosa".
3. Conceito e Estrutura:
A) Conto, matriz da novela e do romance, apenas do prisma histórico e
essencial: não são reversíveis, de uma a outra forma narrativa.
B) "Conto, matriz da novela e do romance, mas, conto é conto, novela é novela
e romance é romance".
3.1 - Unidades ( Dramáticas ) de:
3.1.1 - Ação
A) Enredo [atos, ações, acontecimentos], no conto, circunscrito [rejeita
digressões e extrapolações]: célula dramática.
B) "O enredo, no conto, rejeita qualquer digressão ou extrapolação".
3.1.2 - Espaço
A) Espaço: restrito, palco estreito em que ocorre a ação dramática [sem
nenhum ou grandes deslocamentos, prejudiciais à intensidade dramática].
B) "Deslocamentos espaciais quebram a intensidade dramática".
3.1.3 - Tempo
A) Tempo: curto, breve e limitado, enquanto dura ou prepara a ação [passado
e futuro, sinteticamente].
B) "Tempo: o suficiente para 'situar' o drama; sem passado nem futuro".
3.1.4 - Tom
A) No conto, tom: harmonia estrutural entre as partes da narrativa, por sua
unidade de objetivo rumo à unidade de impressão.
B) "Do arranjo estrutural, a unidade de objetivo rumo à unidade de impressão".
3.2 - Personagem
A) Por exigência das unidades de ação, tempo, espaço e tom: número reduzido
de personagens, tendentes à forma plana e estática, sem maior complexidade
de caráter e pouca flexibilidade evolutiva.
B) "Poucas personagens, de caráter simples e pouco evolutivas".
3.3 - Estrutura
A) Estruturalmente [o conto]: objetivo, horizontal; breve história que é, nele as
palavras hão de ser suficientes e necessárias; dado imaginativo subposto a
dado observado; donde o realismo, a verossimilhança com a vida.
B) "Breve história: as palavras hão de ser suficientes e necessárias, não mais
nem menos, com dado imaginativo sub-posto e verossímil".
3.4 - Linguagem:
A) Objetiva, admitidas metáforas de curto espectro, a linguagem, no conto:
despida de abstração, solenidade e esoterismo [antes da intenção, a ação; da
prolixidade, a concisão].
B) "Quando metáforas, de fácil alcance; linguagem sem qualquer abstração,
solenidade e esoterismo".
3.4.1 - Diálogo Direto
A) Base expressiva do conto, o diálogo; primeiro, o diálogo direto: fala direta
das personagens, representada, na escrita, por travessão ou aspas
[predominante, no conto].
B) "Dos diálogos, base expressiva do conto, preferir o direto, com uso
equilibrado possível do indireto, indireto livre e interior".
3.4.2 - Diálogo Indireto
A) Diálogo indireto: resumo, em forma narrativa, da fala das personagens
[secundário; quando não vale a pena a transcrição direta].
3.4.3 - Diálogo Indireto Livre
A) Diálogo indireto livre: discreta inserção, no discurso indireto, da fala ou
fragmentos da personagem [pouco freqüente, no conto].
3.4.4 - Diálogo Interior ou Monólogo
A) Diálogo interior [monólogo]: fala da personagem consigo mesma
[estruturalmente perfeito, no conto; raro, formal, complexo].
3.4.5 - Narração
A) Narração [quase ausente, no conto]: relata acontecimentos ou fatos [a ação,
o movimento e o transcorrer do tempo].
B) "No conto: Narração, nas sínteses; descrição, ligeira, s/retrato acabado e
dissertação, discretíssima".
3.4.6 - Descrição
A) Sem a preocupação, no conto, com o retrato acabado,
a descrição caracteriza, tipifica um objeto ou personagem, em sua imobilidade
no tempo e no espaço [ligeiramente].
3.4.7 - Dissertação
A) Como 'exposição de idéias e pensamentos' no conto a dissertação, apenas
em doses homeopáticas, ou implícitas e fundidas nos demais recursos de
linguagem.
3.5 - Trama ou Enredo
A) Trama [intriga, enredo]: ritmo linear, objetivo e natural da sucessão de
fatos, carregado [ou carregando-se, pouco a pouco] de um enigma, mistério ou
nó dramático; jogo narrativo ou fio condutor rumo ao desenlace do enigma, à
precipitação do clímax dramático, com a surpresa ante à 'novidade'
desentranhada, a semente de meditação e o pasmo.
B) "Dirigir a trama rumo a um clímax, donde a supresa pela 'novidade'
desentranhada, a semente de meditação e o pasmo".
3.6 - Pontos de Vista ou Focos Narrativos
A) Focos narrativos: 1o.) ESCRITOR/NARRADOR ONISCIENTE [narrador "vê" e
"sabe" tudo; distância escritor-narrador diminuída ao extremo, quase uma
fusão, enquanto a distância narrador-história, aumentada ao extremo]. 2o.)
PRIMEIRA PESSOA NARRATIVA [horizonte narrativo limitado pela
unilateralidade da visão, compensado com a verossimilhança e intensidade
dramática maiores]: a) Personagem Central [distância máxima do escritor; a
protagonista narra sua história, reportando-se às demais personagens na
medida de sua participação]; b) Personagem Secundária[fora do núcleo
dramático; menor a distância ao autor e maior em relação ao leitor, a
personagem narrra uma história da qual é figurante]; c) Narrador Observador
ou Testemunha [mais perto do autor e mais longe do leitor, e também da
história, a testemunha narra como simples espectador]; narrador ingênuo:
quando não compreende claramente o que presencia. 3o.) TERCEIRA PESSOA
NARRATIVA [bem próxima da onisciência, uma espécie de disfarce do autor;
este, sem a exclusão do privilégio de enquadrar a história em sua óptica
pessoal, delega-lhe poderes para narrar]: é Protagonista, Personagem
Secundária ou Observador.
B) "Dos focos narrativos, de cada um, há vantagens e desvantagens; e a
narração é mais direta, 'viva' e 'presente' quanto menor a distância psicológica
entre narrador e história narrada, o contrário, ganha em detalhes, perdendo em
intensidade".
3.7 - Presentividade
A) A primeira pessoa ajuda a unidade da narrativa, concentra seus efeitos,
torna mais plausíveis e 'presentes' os fatos narrados, mesmo com os verbos no
pretérito [presentividade: um requisito essencial à realização do conto].
3.8 - Tipos de Conto:
A) Prevalência de um ou outro componente, em um e outro conto: tipos de
conto.
B) "Dos tipos de conto, há os mais nítidos, outros, mesclados; mais freqüentes,
os de idéias".
3.8.1 - De Ação
A) Menos importante, porém, mais freqüente, destinado ao gozo lúdico e de
fuga, e tendo como exemplos os contos policiais e de mistérios, conto de ação:
narrativa para entreter e divertir, dentro de sua escala aventuresca e fantástica.
3.8.2 - De Personagem
A) Sendo o conto narrativa de pouco espaço à descrição, conto de personagem,
centrado no caráter 'vivo' da personagem, é menos comum [Ex.: "Feliz
Aniversário", Clarisse Lispector].
3.8.3 - De Ambiente ou Atmosfera
A) Conto de cenário ou atmosfera: tônica dramática transferida ao cenário;
ambiente, quase herói do conto [raro].
3.8.4 - De Idéia
A) Sem a intenção doutrinária de um panfleto, o 'conteúdo ideológico' do conto
de idéia emerge, sempre identificado com a ação e personagens, às vezes
convertidas em símbolos, por sua função de expressar tal conteúdo [é
freqüente, importante].
3.8.5 - De Emoção
A) Mesclado, às vezes, ao de idéia, outras vezes ao de cenário, conto de
emoção: apropriado à comunicação de climas de mistério ou de medo, tudo, na
narrativa, objetiva um efeito emocional profundo, resistente, mesmo, ao exame
racional.
3.9 - Começo e Epílogo
A) Começo ["canto da sereia", síntese dramática, chama que atrai e seduz],
mais exigente que oepílogo do conto [clímax da história, em geral, enigmático,
surpreendente, imprevisível, abruptamente revelado], com raízes no começo,
próximo, no conto, do fim [contos há sem final enigmático: enigma diluído ao
longo da narrativa].
B) "O sucesso do conto está mais em seu 'canto da sereia' inicial que em seu
epílogo".
4. Conto, a Poesia e o Teatro
A) Tensão poética do conto: Na sensibilidade e imaginação de contista e leitor
de conto; parentesco com o teatro: privilegiam o diálogo, encenam dramas,
com personagens que palpitam e vibram diretamente com o público, em espaço
e tempo limitados.
B) "No conto: Sensibilidade e imaginação poéticas, com personagens que
palpitam e vibram teatralmente".
SETTING -- The time and location in which a story takes place is called the setting.
For some stories the setting is very important, while for others it is not. There are
several aspects of a story's setting to consider when examining how setting
contributes to a story (some, or all, may be present in a story):
a) place - geographical location. Where is the action of the story taking place?
b) time - When is the story taking place? (historical period, time of day, year, etc)
c) weather conditions - Is it rainy, sunny, stormy, etc?
d) social conditions - What is the daily life of the characters like? Does the story
contain local colour (writing that focuses on the speech, dress, mannerisms, customs,
etc. of a particular place)?
e) mood or atmosphere - What feeling is created at the beginning of the story? Is it
bright and cheerful or dark and frightening?
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PLOT -- The plot is how the author arranges events to develop his basic idea; It is the
sequence of events in a story or play. The plot is a planned, logical series of events
having a beginning, middle, and end. The short story usually has one plot so it can be
read in one sitting. There are five essential parts of plot:
a) Introduction - The beginning of the story where the characters and the setting is
revealed.
b) Rising Action - This is where the events in the story become complicated and the
conflict in the story is revealed (events between the introduction and climax).
c) Climax - This is the highest point of interest and the turning point of the story.
The reader wonders what will happen next; will the conflict be resolved or not?
d) Falling action - The events and complications begin to resolve themselves. The
reader knows what has happened next and if the conflict was resolved or not (events
between climax and denouement).
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3) Man vs. Society (social) - The leading character struggles against ideas, practices,
or customs of other people.
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Characters are convincing if they are: consistent, motivated, and life-like (resemble
real people)
Characters are...
1. Individual - round, many sided and complex personalities.
2. Developing - dynamic, many sided personalities that change, for better or worse,
by the end of the story.
3. Static - Stereotype, have one or two characteristics that never change and are
emphasized e.g. brilliant detective, drunk, scrooge, cruel stepmother, etc.
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POINT OF VIEW
Point of view, or p.o.v., is defined as the angle from which the story is told.
1. Innocent Eye - The story is told through the eyes of a child (his/her judgment
being different from that of an adult) .
2. Stream of Consciousness - The story is told so that the reader feels as if they are
inside the head of one character and knows all their thoughts and reactions.
3. First Person - The story is told by the protagonist or one of the characters who
interacts closely with the protagonist or other characters (using pronouns I, me, we,
etc). The reader sees the story through this person's eyes as he/she experiences it
and only knows what he/she knows or feels.
4. Omniscient- The author can narrate the story using the omniscient point of view.
He can move from character to character, event to event, having free access to the
thoughts, feelings and motivations of his characters and he introduces information
where and when he chooses. There are two main types of omniscient point of view:
a) Omniscient Limited - The author tells the story in third person (using pronouns
they, she, he, it, etc). We know only what the character knows and what the author
allows him/her to tell us. We can see the thoughts and feelings of characters if the
author chooses to reveal them to us.
b) Omniscient Objective – The author tells the story in the third person. It appears
as though a camera is following the characters, going anywhere, and recording only
what is seen and heard. There is no comment on the characters or their thoughts. No
interpretations are offered. The reader is placed in the position of spectator without
the author there to explain. The reader has to interpret events on his own.
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THEME -- The theme in a piece of fiction is its controlling idea or its central insight. It
is the author's underlying meaning or main idea that he is trying to convey. The
theme may be the author's thoughts about a topic or view of human nature. The title
of the short story usually points to what the writer is saying and he may use various
figures of speech to emphasize his theme, such as: symbol, allusion, simile, metaphor,
hyperbole, or irony.
Some simple examples of common themes from literature, TV, and film are:
- things are not always as they appear to be
- Love is blind
- Believe in yourself
- People are afraid of change
- Don't judge a book by its cover