Eras Geológicas
Eras Geológicas
Eras Geológicas
As eras geológicas são divisões da escala de tempo geológico que podem ser subdivididos em períodos a fim de se
conhecer a longa vida do planeta. As eras são caracterizadas pelas formas em que os continentes e os oceanos se
distribuíam e pelos seres viventes que neles se encontravam.
As eras geológicas são: Pré-Cambriana, Paleozóica, Mesozóica e Cenozóica.
• Era Pré-Cambriana
É a era mais antiga que se conhece onde não se pode afirmar com precisão o seu início, mas acredita-se que esta se
prolongou por 4 bilhões de anos. Esta data se fez conhecida através de estudos baseados na radioatividade que
consegue detectar a perda de partículas em átomos instáveis.
Os continentes desta era eram formados por rochas metamórficas e ígneas. Acredita-se que nelas estavam localizadas
as maiores reservas de minérios e pedras preciosas. Também marca o início da vida no planeta que são mostrados em
fósseis de 2 bilhões de anos originados de algas, medusas, bactérias e etc.
• Era Paleozóica
É a era posterior à pré-cambriana e antecessora da era mesozóica. Neste período que durou entre 325 e 280 milhões de
anos, surgiram os primeiros animais invertebrados. Por ser dividida em seis períodos, cambriano, ordoviciano, siluriano,
devoniano, carbonífero e permiano, o aparecimento desta classe de animais se fez presente no período mais antigo, o
cambriano.
Neste período rodeado de transformações está registrada a existência da grande extinção de espécies que chegou a
90%. Também se pode destacar a formação da Pangea a partir de vários blocos de rochas menores que se colidiram.
• Era Mesozóica
É a era posterior à paleozóica e a antecessora da cenozóica. É bastante conhecida como a Idade dos Répteis por causa
do aparecimento dos dinossauros neste período, além de moluscos e outros. O clima do planeta neste período era
quente, uniforme e tendia para o resfriamento dos pólos. Já se podia observar a formação dos continentes do sul.
Seu período de duração foi entre 140 e 160 milhões de anos que se dividem em períodos denominados Triássico,
Jurássico e Cretáceo. Durante estes períodos ocorrem grandes transformações no cenário do planeta como a extinção
dos dinossauros, a proliferação de amonites, que também foram extintos, o surgimento das aves, peixes, mamíferos e
plantas angiospermas.
• Era Cenozóica
É a era posterior à mesozóica que se iniciou a 60 milhões de anos. Marca o surgimento da vida humana sobre a Terra e
o aperfeiçoamento das espécies já existentes. Observa-se a formação de Alpes, Andes e do Himalaia a partir da grande
movimentação vulcânica e o grande número de mamíferos que passam a dominar a Terra após a extinção dos
dinossauros. Os mamíferos se espalham com facilidade em todo o território.
A Terra primitiva
Informações científicas acerca do surgimento da vida na Terra.
A extinção dos dinossauros
As possíveis causas que sucumbiu com a existência dos grandes répteis na Terra.
Era geológica
Uma era geológica é a divisão de um éon na escala de tempo geológico. As eras dos éons Proterozóico,Hadeano e
Fanerozóico subdividem-se em períodos.
As eras geológicas podem ser subdivididas em períodos a fim de se conhecer a longa vida do planeta.As eras são
caracterizadas pela formas em que os continentes e os oceanos se distribuiam e os seus viventes que neles se
encontravam
Pré-Cambriano
Também grafado Pré-Cambriano ou Pré-Câmbrico, é o nome tradicional que se dá ao conjunto dos éons anteriores ao
Fanerozóico: o Proterozóico, o Arqueano e o Hadeano. Apesar de obsoleto, ainda consta do Quadro Estratigráfico
Internacional da Comissão Internacional sobre Estratigrafia da União Internacional de Ciências Geológicas. Já recebeu
nomes como Azóico ("sem vida") e Criptozóico ("vida oculta"), atualmente em desuso.
O Pré-Cambriano está compreendido entre o aparecimento da Terra, há cerca de 4,5 bilhões de anos, até o surgimento
de uma larga quantidade de fósseis, que marca o início do período Cambriano da era Paleozóica do éon Fanerozóico, há
cerca de 540 milhões de anos.
Sabe-se pouco dos eóns pré-cambrianos, apesar de corresponderem a sete oitavos da vida da Terra, já que as
modificações a que a crosta terrestre foi submetida posteriormente dificultam a interpretação dos vestígios deste. A
maioria dos conhecimentos atuais deve-se a descobertas efetuadas nas últimas quatro ou cinco décadas. Foi durante o
Pré-Cambriano que os eventos mais importantes da história da Terra aconteceram:
o início do movimento das placas tectônicas;
o início da vida na Terra;
o aparecimento das primeiras células eucarióticas;
a formação da atmosfera;
o aparecimento dos primeiros animais e vegetais.
A mais antiga e mais vasta divisão do tempo geológico (gr. proteros = primeiro + zoé= vida). O seu início não é ainda
definitivamente conhecido, ultrapassando, entretanto, a casa dos quatro bilhões de anos (estimativa baseada na
radioatividade); o seu término deu-se aproximadamente há 500 milhões de anos. Designam-se comumente como pré-
cambrianos os terrenos formados durante essa era. Constituem-se de rochas metamórficas (gnaisses, xistos)
intensamente dobradas e falhadas e rochas ígneas (granitos, etc.). A sua importância econômica é muito grande, porque
nos terrenos dessa era estão as maiores reservas de ferro conhecidas, manganês, etc., sem mencionar-se ouro, cobre,
níquel, prata, pedras preciosas, material de construção, etc. Distribuem-se os terrenos pré-cambrianos largamente pelo
mundo, sendo as suas áreas maiores de ocorrência chamadas "escudos". Na Austrália constituem o Escudo Australiano;
na África, o Escudo Etiópico; na Ásia, o Escudo Angárico; na Europa, o Escudo Báltico; e, na América do Sul formam
dois escudos principais: o Escudo Guianense, ao norte do Rio Amazonas, e o Escudo Rio Grandense, que compete ao
sul e sudeste do Rio Grande Do Sul, norte e nordeste do Uruguai. Fósseis de idade pré-cambriana são
comparativamente raros: estruturas possivelmente originadas por algas (Collenia, etc.), moldes de medusas, etc. A
ocorrência de rochas grafitosas em terrenos desta era sugere vida orgânica, enquanto os depósitos de ferro e de calcário
são considerados por muitos autores como sendo resultantes da atividade de bactérias.
Geologia
Geologia, do grego γη- (ge-, "a terra") e λογος (logos, "palavra", "razão"), é a ciência que estuda a Terra, sua
composição, estrutura, propriedades físicas, história e os processos que lhe dão forma. É uma das ciências da Terra. A
geologia foi essencial para determinar a idade da Terra, que se calculou ter cerca de 4.6 mil milhões (br. bilhões) de
anos e a desenvolver a teoria que afirma que a litosfera terrestre se encontra fragmentada em várias placas tectónicas e
que se deslocam sobre o manto superior fluido e viscoso (astenosfera) de acordo com um conjunto de processos
denominado tectónica de placas. O geólogo ajuda a localizar e a gerir os recursos naturais, como o petróleo e o carvão,
assim como metais como o ferro, cobre e urânio, por exemplo. Muitos outros materiais possuem interesse económico: as
gemas, bem como muitos minerais com aplicação industrial, como asbesto, pedra pomes, perlita, mica, zeólitos, argilas,
quartzo ou elementos como o enxofre e cloro.
A Astrogeologia é o termo usado para designar estudos similares de outros corpos do sistema celeste.
A palavra "geologia" foi usada pela primeira vez por Jean-André Deluc em 1778, sendo introduzida de forma definitiva
por Horace-Bénédict de Saussure em 1779.
A geologia relaciona-se directamente com muitas outras ciências, em especial com a geografia, e astronomia. Por outro
lado a geologia serve-se de ferramentas fornecidas pela química, física e matemática, entre outras, enquanto que a
biologia e a antropologia servem-se da Geologia para dar suporte a muitos dos seus estudos
História
Na China, Shen Kua (1031 - 1095) formulou uma hipótese de explicação da formação de novas terras, baseando-se na
observação de conchas fósseis de um estrato numa montanha localizada a centenas de quilómetros do oceano. O sábio
chinês defendia que a terra formava-se a partir da erosão das montanhas e pela deposição de silte.
A obra, Peri lithon, de Teofrasto (372-287), estudante de Aristóteles permaneceu por milénios como obra de referência
na ciência. A sua interpretação dos fósseis apenas foi revogada após a Revolução científica. A sua obra foi traduzida
para latim, bem como para outras línguas europeias.
O médico Georg Agricola (1494-1555) escreveu o primeiro tratado sobre mineração e metalurgia, De re metallica libri XII
1556 no qual se podia encontrar um anexo sobre as criaturas que habitavam o interior da Terra (Buch von den
Lebewesen unter Tage). A sua obra cobria temas como a energia eólica, hidrodinâmica, transporte e extracção de
minerais, como o alumínio e enxofre.
Nicolaus Steno (1638-1686) foi o autor de vários princípios da geologia como o princípio da sobreposição das camadas,
o princípio da horizontalidade original e o princípio da continuidade lateral, três princípios definidores da Estratigrafia.
James Hutton é visto frequentemente como o primeiro geólogo moderno. Em 1785 apresentou uma teoria intitulada
Teoria da Terra (Theory of the Earth) à Sociedade Real de Edimburgo. Na sua teoria, explicou que a Terra será muito
mais antiga do que tinha sido suposto previamente, a fim de permitir "que houvesse tempo para ocorrer erosão das
montanhas de forma a que os sedimentos originassem novas rochas no fundo do mar, que ulteriormente foram
levantadas e constituíram os continentes." Hutton publicou uma obra com dois volumes acerca desta teorias em 1795.
Em 1811 George Cuvier e Alenxandre Brongniart publicaram a sua teoria sobre a idade da Terra, baseada na
descoberta, por Cuvier, de ossos de elefante em Paris. Para suportar a sua teoria os autores formularam o princípio da
sucessão estratigráfica.
Em 1830 Sir Charles Lyell publicou pela primeira vez a sua famosa obra Princípios da Geologia, publicando contínuas
revisões até à sua morte em 1875. Lyell promoveu com sucesso durante a sua vida a doutrina do uniformitarismo, que
defende que os processos geológicos são lentos e ainda ocorrem nos dias hoje. No sentido oposto, a teoria do
catastrofismo defendia que as estruturas da Terra formavam-se em eventos catastróficos únicos, permanecendo
inalteráveis após esses acontecimentos.
Durante o século XIX a geologia debateu-se com a questão da idade da Terra. As estimativas variavam entre alguns
milhões e os 100.000 mil milhões de anos. No século XX o maior avanço da geologia foi o desenvolvimento da teoria da
tectónica de placas nos anos 60. A teoria da deriva dos continentes foi inicialmente proposta por Alfred Wegener e Arthur
Holmes em 1912, mas não foi totalmente aceite até a teoria da tectónica de placas ser desenvolvida.
Campos da geologia e disciplinas relacionadas
Uma descrição ilustrada de um sinclinal e anticlinal frequentemente estudados na Geologia estrutural e Geomorfologia.
Há muitos campos diferentes dentro da disciplina geologia, e seria difícil listá-los a todos. De qualquer forma entre eles
incluem-se:
Cartografia geológica
Geologia de engenharia
Estratigrafia
Geodesia
Geofísica
Geologia ambiental
Geologia económica
Geologia estrutural
Geologia do petróleo
Geologia médica
Gemologia
Geomorfologia
Geoquímica
Geotectónica
Geotecnia
Hidrogeologia
Mineralogia
Paleontologia
Pedologia
Petrologia
Sedimentologia
Sismologia
Vulcanologia
Importantes princípios da geologia
A geologia rege-se por princípios que permitem, por exemplo, ao observar a disposição actual de formações estabelecer
a sua idade relativa e a forma como foram criadas.
Princípio da Sobreposição das Camadas
Segundo este princípio, em qualquer sequência a camada mais jovem é aquela que se encontra no topo da sequência.
As camadas inferiores são progressivamente mais antigas. Este princípio pode ser aplicado em depósitos sedimentares
formados por acresção vertical, mas não naqueles em que a acresção é lateral (por exemplo em terraços fluviais). O
princípio da sobreposição das camadas é válido para as rochas sedimentares e vulcânicas que se formam por
acumulação vertical de material, mas não pode ser aplicado a rochas intrusivas e deve ser aplicado com cautela às
rochas metamórficas.
Princípio da Horizontalidade Original
O princípio da horizontalidade original afirma que a deposição de sedimentos ocorre em leitos horizontais. A observação
de sedimentos marinhos e não marinhos numa grande variedade de ambientes suporta a generalização do princípio.
Princípio das Relações de Corte
Este princípio, introduzido por James Hutton, afirma que uma rocha ígnea intrusiva ou falha que corte uma sequência de
rochas, é mais jovem que as rochas por ela cortadas. Esse princípio permite a datação relativa de eventos em rochas
metamórficas, ígneas e sedimentares, sendo fundamental para o trabalho em terrenos orogênicos jovens e antigos. Este
princípio é válido para qualquer tipo de rocha cortada por umas das estruturas acima relacionadas.
Princípio dos Fragmentos Inclusos
Este princípio de datação relativa diz que os fragmentos de rochas inclusas em corpos ígneos (intrusivos ou não) são
mais antigos que as rochas ígneas nas quais estão inclusos. Este princípio, juntamente com o princípio das relações de
corte, é fundamental em áreas formadas por grandes corpos intrusivos permitindo a datação relativa não só de rochas
estratificadas, mas também de rochas ígneas e metamórficas.
Princípio da Sucessão Faunística
O Princípio da Sucessão Faunística ou Princípio da Identidade Paleontológica, diz que os grupos de fósseis (animal
ou vegetal) ocorrem no registro geológico segundo uma ordem determinada e invariável, de modo que, se esta ordem é
conhecida, é possível determinar a idade relativa entre camadas a partir de seu conteúdo fossilífero. Esse princípio,
inicialmente utilizado como um instrumento prático, foi posteriormente explicado pela Teoria da Evolução de Charles
Darwin. Diversos períodos marcados por extinção de grande parte do conteúdo fossilífero são conhecidos na história da
Terra e levaram ao desenvolvimento da Teoria do Catastrofismo.
Paleontologia
A vida na Terra surgiu há aproximadamente 3,8 bilhões de anos e, desde então, restos de animais e vegetais ou
evidências de suas atividades ficaram preservados nas rochas. Estes restos e evidências são denominados fósseis e
constituem o objeto de estudo da Paleontologia.
A Paleontologia (do grego palaiós, antigo + óntos, ser + lógos, estudo) é a ciência natural que estuda a vida do passado
da Terra e o seu desenvolvimento ao longo do tempo geológico, bem como os processos de integração da informação
biológica no registro geológico, isto é, a formação dos fósseis.
A Paleontologia desempenha um papel importante nos dias de hoje. Já não é a ciência hermética, restrita aos cientistas
e universidades. Todos se interessam pela história da Terra e de seus habitantes durante o passado geológico, para
melhor conhecerem as suas origens.
O objecto imediato de estudo da Paleontologia são os fósseis, pois são eles que, na actualidade, encerram a informação
sobre a morte do passado do Planeta. Por isso, se diz frequentemente que a Paleontologia é, simplesmente, a ciência
que estuda os fósseis. Contudo, esta é uma definição redutora, que limita o alcance da Paleontologia, pois os seus
objectivos fundamentais não se restringem ao estudo dos restos fossilizados dos organismos do passado. A
Paleontologia não "pretende" apenas estudar os fósseis, procura também, com base neles, entre outros aspectos,
conhecer a vida do passado geológico da Terra.
Uma vez que os fósseis são objectos geológicos com origem em organismos do passado, a Paleontologia é a disciplina
científica que estabelece a ligação entre as ciências geológicas e as ciências biológicas. Conhecimentos acerca da
Geografia são de suma importância para a paleontologia, entre outros, através desta pode-se relacionar o
posicionamento e distribuição dos dados coletados pelo globo.
Importância
A informação sobre a vida do passado geológico (como eram os organismos do passado, como viviam, como interagiam
com o meio, como evoluiu a vida ao longo do tempo) está contida nos fósseis e na sua relação com as rochas e os
contextos geológicos em que ocorrem. O mundo biológico que hoje conhecemos é o resultado de bilhões de anos de
evolução. Assim, só estudando paleontologicamente o registo fóssil - o registo da vida na Terra - é possível entender e
explicar a diversidade, a afinidade e a distribuição geográfica dos grupos biológicos actuais. E este tipo de estudo,
tornou-se viável, através dos trabalhos de Georges Cuvier, que mediante à aplicação de suas leis da Anatomia
Comparada, comprovou o fenômeno da extinção e da sucessão biótica. Ao possibilitar as reconstruções paleontológicas
de seres que apresentavam seu registro fóssil fragmentado, por exemplo um único osso, Georges Cuvier, abriu caminho
para posteriores elaborações de seqüências evolutivas, que deram suporte às teorias sobre a evolução orgânica.[1]
Com base no princípio de que "o presente é a chave do passado", enunciado por Charles Lyell, partindo do
conhecimento dos seres vivos actuais e ainda de seu estudo biológico, é possível extrapolar-se muita informação sobre
os organismos do passado, como o modo de vida, tipo trófico, de locomoção e de reprodução, entre outros, e isso é
fundamental para o estudo e a compreensão dos fósseis.
A partir dos fósseis, uma vez que eles são vestígios de organismos de grupos biológicos do passado que surgiram e se
extinguiram em épocas definidas da história da Terra, pode fazer-se a datação relativa das rochas em que ocorrem e
estabelecer correlações (isto é, comparações cronológicas, temporais) entre rochas de locais distantes que apresentem
o mesmo conteúdo fossilífero. O estudo dos fósseis e a sua utilização como indicadores de idade das rochas são
imprescindíveis, por exemplo, para a prospecção e exploração de recursos geológicos tão importantes como o carvão e
o petróleo.
Divisões
A Paleontologia divide-se, conceitualmente, em algumas áreas, como por exemplo a Paleobiologia, Tafonomia e
Biocronologia.
A Paleobiologia é a disciplina paleontológica que estuda a vida, a Biologia, do passado geológico da Terra. A Tafonomia
estuda a integração da informação biológica no registo geológico, ou seja, a formação dos fósseis e das jazidas
fossilíferas e do registo paleontológico e a Biocronologia estuda o desenvolvimento temporal (a cronologia) dos eventos
paleobiológicos, bem como as relações temporais entre entidades paleobiológicas (os organismos do passado) e/ou
tafonómicas (os fósseis).
É no seio da Paleobiologia que se insere a Paleozoologia, o estudo dos fósseis de animais, e a Paleobotânica, o
estudo dos fósseis de plantas. Basicamente, qualquer disciplina biológica aplicada aos organismos do passado
geológico, por via do estudo dos fósseis, constitui uma subdisciplina paleobiológica: Paleozoologia, Paleobotânica,
Paleoecologia (que estuda os ecossistemas do passado), Paleoanatomia, Paleoneurologia, etc.
Outras disciplinas paleobiológicas transversais, que não estão limitadas a um dado grupo taxonómico, são, por exemplo:
Macropaleontologia - que estuda os fósseis visíveis a olho nu.
Micropaleontologia - que estuda os fósseis de organismos que necessitem de microscópio para serem visualizados.
Ainda se faz uma subdivisão da paleobotânica e da micropaleontologia constituindo a palinologia, que se dedica ao
estudo de pólen e esporos fossilizados.
Diferença da Arqueologia
Os arqueólogos diferenciam-se dos paleontólogos porque não trabalham com restos de seres vivos - é uma ciência
social. Um arqueólogo estuda as culturas e os modos de vida humana do passado a partir da análise de vestígios
materiais. Um paleontólogo, entre outras coisas, é um biólogo ou geólogo, e estuda restos ou vestígios de diversas
formas de vida (animal, vegetal, etc.) através da análise do que restou delas e da sua actividade biológica: pisadas,
coprólitos, bioturbações, fósseis ósseos, etc.
A paleontologia estuda todos os organismos que viveram na Terra, incluindo a evolução primata-homem, mas não o ser
humano como o conhecemos hoje, pois o estudo e seguimento da vida antropo-cultural se restringe a disciplinas ligadas
à arqueologia, à paleoantropologia, à biologia e à medicina. Normalmente, a paleontologia estuda organismos mortos há
mais de 11.000 anos; quando os vestígios ou restos possuem menos de 11.000 anos, são denominados de subfósseis.
De uma maneira muito simplificada, um paleontólogo estuda os restos ou vestígios de seres vivos desde o início da vida
na Terra até há cerca de 10000 anos, incluíndo os restos de hominídeos.
[editar] Cronologia
1796, França, Georges Cuvier, demonstra a ocorrência do fênomeno da extinção ao longo da história do Globo, ao
analisar e comparar ossadas de elefantes viventes e de um mamute.
1800, França, Lamarck, discursa sobre suas idéias evolucionistas comparando moluscos fósseis escavados da Bacia
Sedimentar de Paris.
1812, França, Georges Cuvier, publica sua grande obra de divulgação, "Recherches sur les Ossemens Fossiles" ,
onde reune suas idéias sobre extinção, sucessão biótica, correlação fossilífera (bioestratigrafia) e catastrofismo.
1824, Reino Unido - A primeira espécie de dinossauro é descrita: Megalosaurus bucklandi, um carnívoro de 9 metros.
1825, Reino Unido - O segundo dino é descrito. Chama-se Iguanodon bernissartensis. Ainda não havia a palavra
"dinossauro" para nomear a espécie.
1833, Reino Unido - O terceiro dinossauro descrito é um herbívoro encouraçado, tratando-se do britânico
Hylaeosaurus armatus.
1842, Reino Unido - Sir Richard Owen cunha a palavra "dinossauro" ("lagarto terrível") para agrupar animais como o
Megalosaurus, o Iguanodon e o Hylaeosaurus.
1861, Alemanha - Foi descrito o fóssil da Archaeopteryx lithographica, considerada até então a mais antiga ave
conhecida.
1902, Brasil - Em Santa Maria (Rio Grande do Sul) na paleorrota são coletados os restos de um Rincossauro, que foi o
primeiro fóssil vertebrado da América do Sul.
1905, EUA - Tyrannosaurus rex é descrito, após seus restos serem coletados no oeste norte-americano. Especialistas
ficaram tão espantados com o tamanho e a aparência deste carnívoro que colocaram o nome de "lagarto tirano rei".
1915, Egito - Paleontólogos europeus resgatam toneladas de fósseis de dinossauros. Um dos mais curiosos é o
Spinosaurus aegyptiacus, dotado de longo focinho e vela dorsal. O material original—o mais completo já resgatado desta
espécie—foi destruído durante a Segunda Guerra Mundial, num bombardeio ao museu alemão onde estava guardado.
Década de 1940 e de 50, Brasil - Llewellyn Ivor Price registra os primeiros fósseis de dinossauros encontrados em
território brasileiro.
1969, EUA - John Ostrom, paleontólogo norte-americano, descreve um pequeno e ágil dinossauro carnívoro, o
Deinonychus antirrophus. Ostrom encontrou incríveis semelhanças entre o Deinonychus e o Archaeopteryx, retomando a
questão da afinidade entre aves e dinossauros.
1970, Brasil - O Estauricossauro é o primeiro dinossauro brasileiro e foi coletado em Santa Maria no Sítio
Paleontológico Jazigo Cinco, pelo paleontólogo Llewellyn Ivor Price, a região da paleorrota. É um dos mais antigos
dinossauro saurischia.
1978, EUA - Centenas de fósseis de uma mesma espécie de dinossauro, juntamente com ninhos e filhotes recém-
nascidos, são encontrados num vale. Os animais morreram juntos por conta de uma grande erupção vulcânica. O
achado indica que algumas espécies viviam em grupos sociais e cuidavam de seus filhotes. Ganhou o nome de
Maiasaura ("lagarto boa mãe").
1993, Argentina - O maior dinossauro descoberto até então é anunciado por paleontólogos argentinos:
Argentinosaurus huinculensis. Estima-se que tenha ultrapassado os 35 m de comprimento e as 100 toneladas.
1995, Argentina - Paleontólogos argentinos descrevem o Giganotosaurus carolini, um carnívoro gigante, cujo tamanho
ultrapassava o do próprio Tyrannosaurus rex.
1996, China - Paleontólogos chineses descrevem o Sinosauropteryx prima. Este pequeno carnívoro, encontrado em
rochas de 135 milhões de anos, tinha em seus fósseis impressões de uma fina penugem.
1999, China - Outro importante dino chinês é descrito: o Sinornithosaurus milenii. Era do grupo dos dromeossauros, ao
qual pertencem o Velociraptor e o Deinonychus. O pequeno animal tinha o corpo coberto por penas. Pensou-se pela
primeira vez na possibilidade de que seus 'primos' também as tivessem.
2005, Alemanha - Um novo exemplar de Archaeopteryx é descrito por norte-americanos. A similaridade com o grupo
dos dromeossauros demonstra que alguns dinos teriam sido ancestrais diretos das aves.
2006, Brasil - Mais um dinossauro ancestral é descoberto: O Sacissauro. O nome é bem sugestivo, já que o
dinossauro foi encontrado com uma perna! O Sacissaurus era carnívoro e o mais antigo dinossauro ornitísquio. Foi
coletado na Paleorrota.
2008, Brasil - Descoberto o maior dinossauro brasileiro: Uberabatitan ribeiroi. A espécie descrita por Leonardo Salgado
e Ismar Carvalho no Triângulo Mineiro poderia atingir os 20 metros de comprimento e pesar cerca de 16 toneladas.
ERAS GEOLÓGICAS DO PLANETA TERRA
Era Arqueozóica
Período: 3,8 bilhões a 2,5 bilhões de anos atrás
- No começo desta era, o planeta Terra era até 3 vezes mais quente do que hoje.
- Começam a aparecer as primeiras células (organismos unicelulares).
- A Terra é constantemente atingida por meteoros.
- Milhares de vulcões estavam em atividade.
Era Proterozóica
Período: de 2,5 bilhões a 540 milhões de anos atrás
- Por volta de 2 bilhões de anos atrás começa a se formar a camada de ozônio, gerando uma camada protetora contra
os raios solares. Este fato favoreceu o surgimento de formas de vida mais complexas (organismos multicelulares).
- Formação dos continentes.
- Ocorre o acúmulo de oxigênio na litosfera.
Era Paleozóica
Período: de 540 milhões de anos a 250 milhões de anos atrás.
- Começam a surgir nos mares os primeiros animais vertebrados, são peixes bem primitivos.
- Por volta de 350 milhões de anos atrás, os peixes começam, durante um longo processo, a sair da água. Começou,
desta forma, surgirem os primeiros animais anfíbios.
- Os trilobitas foram os animais típicos desta era.
- Nesta era os continentes estavam juntos, formando a Pangéia;
- O planeta começa a ser tomado por muitas espécies de plantas primitivas;
- No final desta fase começam a surgir diversas espécies de répteis que deram origem aos dinossauros;
- Milhares de espécies de insetos surgem nesta era.
Era Mesozóica
Período: 250 milhões de anos a 65,5 milhões de anos atrás
- Nesta era as plantas começam a desenvolver flores;
- Os dinossauros dominam o planeta;
- Por volta de 200 milhões de anos atrás surgem os animais mamíferos;
Era Cenozóica
Período: 65,5 milhões de anos atrás até o presente.
- Formação de cadeias montanhosas;
- No começo desta era, há 65 milhões de anos, ocorre a extinção dos dinossauros.
- Grande desenvolvimento das espécies de animais mamíferos, que se tornam maiores, mais complexos e diversificados
- Após o término da deriva continental (migração dos continentes), o planeta assume o formato atual;
- Por volta de 3,9 milhões de anos atrás surge, no continente africano, o Australopithecus (espécie de hominídeo já
extinta);
- Surgimento do homo sapiens por volta de 130 mil a 200 mil anos atrás.
Eras geológicas
A Via Láctea é a galaxia onde está localizado o Sistema Solar da Terra. É uma estrutura constituída por cerca
de 200 bilhões de estrelas e tem uma massa de cerca de 750 bilhões e um trilhão de massas solares.
A Terra foi formada há aproximadamente 4,5 bilhões de anos, quando o Universo já beirava os 10,7 bilhões de
anos e a Via Láctea, já existia há pelo menos 5,7 bilhões de anos.
Ao longo desse tempo, ela sofreu uma série de transformações que deixaram marcas bem definidas nas rochas o
que permite dividir a sua história numa Escala Geológica de Tempo.
A forma da Terra é aproximadamente a de um elipsóide de revolução, com diâmetro maior, ao longo do
equador, de 12.712km e um diâmetro menor, ao longo dos seus pólos, de 12.555km.
Estudos demonstraram que toda essa massa é formada de camadas concêntricas cuja constituição química e
física difere entre si.
O Núcleo, composto de ferro e níquel, tem uma espessura aproximada de 3.470 km, enquanto a Camada
Intermediária, composta de sulfetos e óxidos, tem uma espessura média de 1.700 km.
O Manto, por seu turno, é composto por silicatos e ferro e tem uma espessura aproximada de 1.100km.
Apenas a Crosta, também chamada de Litosfera, é acessível à observação direta, sendo dividida em Crosta
Superior, composta de sedimentos e granitos, com uma espessura variando de 15 a 25 km, e uma Crosta
Inferior, composta de rochas basálticas, cuja espessura chega a atingir 75km.
Cerca de 98% do peso da Crosta é composta de apenas oito elementos básicos, distribuídos conforme a seguinte
tabela:
Elemento Símbolo %
Oxigênio O 49,2
Silício Si 25,7
Alumínio Al 8,1
Ferro Fe 5,0
Cálcio Ca 3,4
Sódio Na 2,6
Potássio K 2,6
Magnésio Mg 2,1
Os demais elementos ocorrem em quantidades mínimas, só podendo ser explorados quando são eventualmente
concentrados por diferentes processos geológicos.
A origem, a formação e as contínuas transformações da Terra, assim como dos materiais orgânicos que a
constituem, são estudados pela Geologia, e que, como já visto, divide a história do planeta em eras geológicas.
Essa eras correspondem a grandes intervalos de tempo divididos em períodos.
Esses períodos se subdividem em épocas e idades. Cada uma dessas subdivisões corresponde a algumas
importantes alterações ocorridas na evolução da Terra, como pode ver na tabela abaixo:
ERA PERÍODO / INÍCIO ÉPOCA PRINCIPAIS EVENTOS
- "Era do Homem". O homem torna-se a forma de
Holoceno
vida dominante sobre a Terra.
(recente)
Quaternário 1,8 - Estabilização do clima.
milhões de anos - Glaciações mais recentes.
Pleistoceno - Domínio dos mamíferos de grande porte.
- Evolução do homo sapiens
- Avanço das geleiras.
Plioceno - A vegetação é dominada pelos campos e savanas.
CENOZÓICA - Aparecimento de mamíferos ruminantes.
- Formação de grandes campos.
Mioceno - Mudanças climáticas levam a formação da calota
Terciário 65 polar Antártica.
milhões de anos
- Aparecimento de elefantes e cavalos.
Oligoceno
- Aparecimento de vários tipos de gramíneas.
- Surgimentos da maior parte das ordens de
Eoceno
mamíferos.
Paleoceno - Domínio dos mamíferos de porte pequeno a médio.
MESOZÓICA Cretáceo - Primeiras plantas com flores, grupos modernos de
146 milhões de insetos, pássaros e mamíferos.
anos
Jurássico
- Pterossauros e primeiros pássaros.
208 milhões de
- Dinossauros vagueiam pela Terra.
anos
Triássico
245 milhões de - Primeira aparição dos dinossauros.
anos
Permiano
- Primeiro grande evento de extinção em massa.
286 milhões de
- Formação do supercontinente Pangea.
anos
Carbonífero - Formação das enormes florestas de pteridófitas
360 milhões de (samambaias) e o registro das primeiras
anos gimnospermas (espécies com ementes).
- Aparecimento dos primeiros vertebrados terrestres,
Devoniano primeiros artrópodes terrestres, incluindo os insetos
410 milhões de e as aranhas;
anos - Expansão dos diversos tipos de corais;
- Diversificação dos peixes.
- Estabilização do clima.
PALEOZÓICA - Derretimento do gelo glacial, elevação dos níveis
dos oceanos.
Siluriano
- Evolução dos peixes. Aparecimento dos peixes com
440 milhões de
mandíbulas;
anos
- Primeiras evidências de vida no meio terrestre,
incluindo alguns parentes das aranhas e das
centopéias, além das primeiras plantas vasculares.
Ordoviciano
- É conhecido pela ocorrência de invertebrados
505 milhões de
marinhos diversos.
anos
Cambriano - Segundo registros fósseis, este período marca o
544 milhões de aparecimento da maioria dos grupos principais de
anos animais.
- A formação das terras continentais se estabiliza;
- Registro dos primeiros fósseis de organismos
PROTEROZÓICA 2,5 bilhões de anos
unicelulares;
- Primeira evidência de oxigênio na atmosfera.
- Formação de 70% das massas dos continentes;
- Aparecimento dos primeiros organismos vivos
ARQUEANA 3,8 bilhões de anos
anaeróbicos, isto é, utilizam metano ou hidrogênio no
metabolismo, em vez de oxigênio.
HADEANA
Não é um período
- Formação do Sistema Solar.
geológico. Não 4,5 bilhões de anos
- Solidificação da crosta terrestre.
existem rochas na
Terra, tão antigas.
No quadro acima está representada a passagem do tempo no sentido de baixo para cima, ficando na parte de
baixo o representante mais velho. Esta, aliás, é a forma como as rochas normalmente se apresentam na
natureza: a mais nova acima da mais velha.
Desta forma, a Era Arqueana é mais velha que a Proterozóica e é mais nova que a Hadeana.
Como é muito difícil raciocinar com intervalos de tempo da ordem de milhões de anos, na tabela abaixo o
tempo geológico foi convertido em um período de apenas 24 horas. Na última coluna, vê-se a duração de cada
período geológico na mesma escala de 24 horas. Veja:
ESCALA GEOLÓGICA DE TEMPO (Conversão para 24 horas)
INÍCIO
ERA PERÍODO DURAÇÃO (horas)
EM ANOS 24 HORAS
Quaternário 1.800.000 23h 59min 25s 00h 00min 35s
Cenozóica
Terciário 65.000.000 23h 39min 12s 00h 20min 13s
Mesozóica Cretáceo 146.000.000 23h 13min 17s 00h 25min 55s
Jurássico 208.000.000 22h 53min 26s 00h 19min 50s
Triássico 245.000.000 22h 41min 36s 00h 11min 50s
Permiano 286.000.000 22h 28min 29s 00h 13min 07s
Carbonífero 360.000.000 22h 04min 48s 00h 23min 41s
Devoniano 410.000.000 21h 48min 48s 00h 16min 00s
PALEOZÓICA
Siluriano 440.000.000 21h 39min 12s 00h 09min 36s
Ordoviciano 505.000.000 21h 18min 24s 00h 20min 48s
Cambriano 544.000.000 21h 05min 55s 00h 12min 29s
PROTEROZÓICA 2.500.000.000 10h 40min 00s 10h 25min 55s
ARQUEANA 3.800.000.000 03h 44min 00s 06h 56min 00s
HADEANA 4.500.000.000 00h 00min 00s 03h 44min 00s
Agora, imagine uma máquina do tempo que pode deslocar-se a uma absurda velocidade de 52.083 anos por segundo.
Dessa forma, a cada 19,2 segundos percorre um milhão de anos.
Sendo assim, pode-se fazer uma "viagem no tempo" iniciando às 0h00min, quando a Terra foi formada (há 4,5 bilhões
de anos), e deslocar-se para o presente, de baixo para cima na Escala, até o fim do Quaternário, sabendo de antemão
que levar-se-á exatas 24 horas nessa "viagem".
A Era Hadeana (de hades = inferno) seriam as primeiras 3h44min, e certamente, as mais monótonas de todas. Foi
iniciou-se a formação da Terra a partir da poeira e gás que orbitavam o Sol há aproximadamente 4,5 bilhões de anos.
Ao consolidar-se, a superfície do planeta transformou-se em um oceano de rochas em ebulição e enxofre líquido.
Enormes crateras, resultantes do intenso bombardeio de asteróides e das explosões vulcânicas, completavam a
paisagem.
Com o tempo, formou-se uma atmosfera quente, densa e carregada de poeira e cinzas, sendo composta principalmente
de nitrogênio, amônia, hidrogênio, monóxido de carbono, metano e vapor de água, oriundos dos vulcões.
Qualquer rocha que conseguisse resfriar e tomar forma, era imediatamente soterrada por novo fluxo de lava ou explodia
em pedaços atingida por outro asteróide.
É provável que a Terra tenha sido atingida por um asteróide do tamanho do planeta Marte, ainda no início da Era
Hadeana, arrancando um grande pedaço que acabou ficando em órbita do planeta, como seu satélite natural (a Lua).
Jamais foram encontradas rochas dessa Era. Apenas meteoritos e rochas lunares são tão velhas. A Era Hadeana durou
aproximadamente 700 milhões de anos, ou, numa escala de 24 horas, 3:44 horas.
Gradativamente o planeta perdeu calor, permitindo que o vapor de água exalado dos vulcões e oriundos dos cometas
formasse as primeiras chuvas, de modo que por volta das 4h já se podia ver um imenso oceano cobrindo toda a Terra,
ainda bastante quente (Era Arqueana).
A Era Arqueana iniciou-se 700 milhões de anos após a formação da Terra. A maior parte das rochas superficiais havia
esfriado e a maior parte do vapor de água condensou-se, formando um oceano global.
Até mesmo a maior parte do dióxido de carbono havia sido mudado químicamente e foi depositado no fundo do oceano
como calcário. A atmosfera era então composta principalmente de nitrogênio e vapor de água, e o céu está repleto de
nuvens.
O interior da Terra ainda estava bastante quente e ativo e erupções vulcânicas eram comuns, formando um grande
número de pequenas ilhas alinhadas em cadeias.
Essas ilhas eram empurradas de sua posição original, como resultado dos movimentos que ocorriam em profundidade e,
ocasionalmente, colidiam entre si formando ilhas cada vez maiores.
Apesar dessas ilhas serem ainda estéreis, olhando bastante de perto seria possível enxergar, no imenso oceano original,
inúmeras de bactérias e algas primitivas, que gradativamente assimilaram o dióxido de carbono da atmosfera, liberando
oxigênio livre.
Os mais antigos fósseis da Terra foram encontrado em rochas do Arqueano, com cerca de 3,5 bilhões de anos.
O Arqueano durou aproximadamente 1,3 bilhões de anos ou 6h56min, até as 10h40min da manhã.
A Era Proterozóica foi a mais longa de todas, durando quase 2 bilhões de anos, até por volta das 21hmin hs na escala
de 24 hs.
Agora já havia bastante terra firme para ser vista. Dois supercontinentes acabaram por ser formados ao longo do
equador, em lados opostos do planeta, resultado das colisões entre as pequenas ilhas iniciadas no Arqueano e que
prosseguiram durante todo o Proterozóico.
Uma vez que a Terra esfriou mais um pouco, existia uma menor quantidade de vulcões ativos e os núcleos dos dois
continentes eram agora mais largos e bem mais estáveis.
A vida não mudou muito ao longo desses 2 bilhões de anos, sendo encontrada ainda exclusivamente no oceano, porém
as criaturas unicelulares, aparentemente tinham um núcleo verdadeiro e, faltando apenas 30 milhões de anos para o fim
do Proterozóico (às 20h51min) surgiram as primeiras criaturas multicelulares.
Tais criaturas ainda não possuíam partes duras, como conchas ou dentes, daí a dificuldades de serem encontrados seus
fósseis.
Apesar da aparente calma, um grande desastre estava em andamento. Durante os últimos 2 bilhões de anos, as algas e
bactérias que dominaram o oceano das 11h até às 21h, consumiram bastante dióxido de carbono, liberando no processo
um terrível poluente: o oxigênio livre.
Boa parte desse oxigênio foi combinado com ferro e outros elementos, formando grandes depósitos minerais, não sem
antes provocar um dos maiores desastres ecológicos que se tem notícia. A maioria das bactérias que dominaram o
planeta até então eram anaeróbicas e, por não conseguir sobreviver nesse ambiente rico em oxigênio, foram dizimadas.
A Terra, no final do Proterozóico, estava muito fria e coberta por uma imensa camada de gelo, visível mesmo ao longo
das regiões equatoriais.
A Era Proterozóica formou, junto com a Arquena e a Hadeana o chamado período Pré-Cambriano, que durou
aproximadamente 4 bilhões de anos, quase 90% da História Geológica da Terra
A partir das 21h06min tudo começou a acontecer de forma muito rápida. Entrou-se na Era Paleozóica (paleo = antigo +
zoico = vida), que se estendeu até as 22h28min e que, por ter sido tão rica em eventos, teve que ser dividida em 6
períodos bem distintos.
A atividade vulcânica, no Paleozóico, era bem mais amena, alternando-se períodos de calmaria com grandes explosões
em todo o planeta.
Os primeiros peixes, esponjas, corais e moluscos surgiram ainda no período Cambriano, mas teve-se que esperar pelo
menos 12 minutos (até o período Ordoviciano) para ver as primeiras plantas terrestres.
O clima mudava com tanta frequência que provocava sucessivas extinções em massa de espécies recém surgidas.
Como agora as espécies passaram a apresentar partes duras (conchas, dentes etc.), algumas delas podiam ser
preservadas como fósseis, possibilitando a sua descoberta e estudo.
Finalmente os continentes foram invadidos por insetos. Milhões e milhões de diferentes espécies de insetos, alguns dos
quais sobreviveram até hoje.
No período Devoniano, por volta das 21h50min, ocorreu uma grande catástrofe ecológica que dizimou quase 97% de
todas as espécies existentes. Passados mais 10 minutos, no período Carbonífero, grandes florestas e pântanos foram
formados e destruídos sucessivamente, formando os depósitos de carvão explorados até hoje.
Às 22h41min entrou a Era Mesozóica (a era dos répteis) que durou pouco menos que uma hora (180 milhões de anos).
No início do Mesozóico assistiu-se à formação de um supercontinente, chamado hoje de Pangea, que foi depois dividido
em dois grandes continentes que passaram a ser conhecidos como Laurásia, ao norte, e Gonduana, ao sul.
Viu-se, também, o surgimento de uma imensa variedade de dinossauros, herbívoros em sua maioria, que reinaram no
planeta durante mais de 160 milhões de anos.
Por volta das 23h39min, porém, um meteoro de pelo menos 15km de diâmetro atingiu a atual península de Yukatan
(México) jogando bilhões de toneladas de poeira na atmosfera. Uma grande noite se abateu sobre o planeta, impedindo
a fotossíntese das plantas, que não puderam alimentar os herbívoros, que por sua vez não puderam servir de alimento
aos carnívoros.
Pelo menos a metade das espécies existentes foi extinta nessa grande catástrofe, inclusive todos os grandes
dinossauros, abrindo espaço para que os mamíferos iniciassem o seu reinado, que perdura até os dias atuais.
Faltando pouco mais que 20 minutos para o fim da viagem entrou-se na Era Cenozóica, e assistiu-se à fragmentação
dos grandes continentes até a conformação atual.
A América do Sul separou-se da África, surgindo o Oceano Atlântico Sul; a Austrália separou-se da Antártica e a América
do Norte separou-se da Europa. Grandes cadeias de montanhas foram formadas nessa deriva continental e novos
ecossistemas foram formados e isolados dos demais, permitindo a especialização de algumas espécies.
Por volta das 23h59min57s (150.000 anos atrás), faltando apenas 3 segundos para o término desta viagem, viu-se os
primeiros grupos de Homo sapiens caçando no continente africano. Essa nova espécie sobreviveu à última glaciação e
migrou apressadamente para os demais continentes.
Dominou todas as outras espécies e começou a usar a escrita e, portanto, a fazer História, no último décimo do último
segundo.
Quando é que surgiu o primeiro ser vivo?
Apesar dos fenômenos que levaram à formação da Terra terem o seu início há 4,6 milhões de anos, como já visto, a
prova de vida mais antiga encontrada na natureza são fósseis de seres vivos semelhantes a organismos do reino
protista, com cerca de 3,5 milhões de anos na África do Sul e Austrália. Apesar de, durante estes milhões de anos o
nosso planeta ter sido um planeta morto, foram-se criando as condições para o aparecimento da vida.
Mas onde é que surgiu a vida?
Pensa-se que esse fenômeno terá tido origem no mar, sob condições completamente diferentes das que existem na
atualidade. Experiências laboratorias têm tentado reconstituir o que terá se passado nos mares naquela altura. A
atmosfera da Terra primitiva seria principalmente formada por hidrogênio, azoto e vapor de água. Estes gases, sujeitos à
ação de várias fontes de energia, nomeadamente as elevadas temperaturas que se faziam sentir, teriam sido "cozidos",
reagindo entre si, formando os primeiros compostos orgânicos, que eram moléculas muito simples. Os compostos
formados na atmosfera primitiva transferiram-se depois para os oceanos, que ficaram carregados de substâncias
minerais e orgânicas, transformando-se numa "sopa primitiva", muito nutritiva. Estas substâncias continuaram a reagir
entre si, conduzindo à formação de substâncias mais complexas, incluindo aminoácidos, que são fundamentais à
formação da vida. Estas moléculas constituíram, depois, unidades individualizadas do meio e com as condições
ambientais apropriadas surgiram as primeiras células, ou seja, a Vida. Elas eram muito simples, semelhantes a
bactérias. É claro que das substâncias orgânicas até ao aparecimento do primeiro organismo vivo, muitas reações
químicas tiveram de ocorrer, mas elas ainda não estão completamente compreendidas.
Passados dois mil milhões de anos, a vida continuava a restringir-se aos oceanos e a organismos unicelulares, muito
simples. A atmosfera que até então tinha a mesma constituição, começa agora a ter oxigênio.
Como é que o oxigênio se formou?
O oxigênio formou-se por atividade dos organismos vivos, mais precisamente através da fotossíntese realizada por algas
microscópicas que flutuavam nos oceanos. No entanto, no início, o oxigênio era venenoso para os primeiros organismos
e só muito mais tarde é que as formas de vida adquiriram as características dos organismos atuais.
Como é que eram os primeiros seres vivos?
Os primeiros seres vivos eram heterotróficos muito simples, que se alimentavam da matéria orgânica que existia nas
águas. Depois disso apareceram os primeiros autotróficos, pois nos primeiros heterotróficos teria surgido a síntese da
clorofila, substância que permitiu a esses seres utilizarem a energia luminosa e convertê-la em energia química, para
manterem as suas atividades celulares. Estes seres, ao utilizarem a água para a fotossíntese, libertavam o oxigênio
resultante para a atmosfera. Estava assim "inventada" a fotossíntese. Este processo evitava que os compostos
orgânicos das águas se esgotassem, permitindo a evolução da vida para outros seres mais complexos.
Certos seres autotróficos e heterotróficos passaram, então, a utilizar o oxigênio nas suas reações vitais, como a
respiração. À medida que o oxigênio foi se acumulando na atmosfera, ao reagir com as radiações solares, formou-se a
camada de ozônio, que começou a reter os raios ultravioleta, permitindo que os organismos conquistassem o meio
terrestre.
As grandes extinções
O mais conhecido dos cataclismos que causaram extinções em massa na Terra ocorreu há 65 milhões de anos e fez
desaparecer os dinossauros. Mas a maior extinção terá sido a “Grande Extinção do Permiano”, que ocorreu há 250
milhões de anos, matando 90 por cento de todas as espécies marinhas e 70 por cento dos vertebrados terrestres.
O desencadear desta situação, segundo revelou uma equipe de cientistas norte americanos, deve-se ao impacto de um
asteróide ou de um cometa na Terra, com um diâmetro entre 6 e 12 quilômetros, que foi seguido da maior atividade
vulcânica que o planeta jamais conhecera, libertando-se grandes quantidades de energia. Além disso, verificaram-se
alterações no teor de oxigênio dos oceanos, no nível destes e no clima em geral.
Para documentar estas conclusões, os investigadores basearam-se na análise de gases encontrados dentro de
moléculas na camada geológica que marca a passagem do Cretássio para a o Terciário, na China, no Japão e na
Hungria.
Estas complexas moléculas de carbono, chamadas futebolenos, foram deixadas na Terra em grande número pelo
impacto, e têm a particularidade de encarcerar na sua estrutura circular, gases nobres, como o hélio e o argônio.
Os cientistas encontraram nas moléculas isótopos desses gases, que são raríssimos na Terra, e apenas se formam em
ambientes de temperaturas e pressões extremamente altas, em estrelas de carbono, atribuindo-lhes, assim, uma origem
espacial.
A cratera do impacto ainda não foi encontrada, o que deverá ser complicado, vendo-se que foram necessários 12 anos
para detectar a cratera de Chicxulub, no Golfo do México, que possivlemente foi produzida na época da extinção dos
dinossauros.