A Familia

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UNIDADE TEMÁTICA 4

Tema - problema 2.1 – Estrutura familiar e dinâmica social

1 – Conceito e relevância de parentesco

Uma família pode ser definida como um conjunto de pessoas unidas por laços de parentesco e que
normalmente vivem sobre o mesmo teto. Mas o que quer dizer ser parente de alguém?

As relações de parentesco podem formar-se de diversos modos. Na maioria dos casos, são parentes entre si
aqueles que, ascendentes e descencentes, partilham o mesmo sangue. O parentesco é, neste caso, conferido
pela consanguinidade. No entanto, também são considerados parentes aqueles que entraram para a família
através, por exemplo, do casamento. Neste caso, estes novos elementos tornam-se parentes por afinidade .
Finalmente, existe ainda uma outra forma de se tornar parente de alguém através do processo de adoção.
Quando uma criança é adotada passa a pertencer à família dos pais adoptantes, criando-se novas relações de
parentesco.

O apelido que cada um transporta no seu nome identifica a família a que pertence. A família é constituída
por uma rede de relações de solidariedade e protecção mútua entre elementos ligados pelo mesmo apelido.
Esta rede é visível na mesma árvore genealógica. Em muitas situações, essa rede de parentes pode revelar-
se extremamente útil, já que os elementos da mesma família terão uma natural tendência a protegerem-se
uns dos outros, a defenderem quem é da família. Fala-se, por vezes, nesses casos, de um apelo do sangue,
pois as pessoas têm uma instintiva inclinação a defenderem aqueles que são do seu sangue, isto é, os
parentes.

2 – A familia ao longo da história

A familia é uma instituição social que, enquanto tal, está sujeita à evolução das sociedades, para além de
reflectir e contribuir também para essa evolução. Devemos pois, possuir uma visão, mesmo breve, da sua
evolução na História.

O clã é das primeiras formas de organização da comunidade, no seio da qual emerge a familia . No inico, as
relações familiares aconteciam apenas no interior do clã e só mais tarde começa a procurar e a permitir que
os futuros parceiros sejam oriundos de fora do grupo .

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A família da antiguidade grega e romana caracterizava-se por uma organização patrilinear e patriarcal onde
a autoridade familiar era assegurada pelo elemento masculino. A mulher ficava com a missão de, ajudada
por uma corte de escravas e escravos, executar as tarefas domésticas e, entre elas, encarregar-se da
educação dos filhos. Tarefa tão importante que a esterilidade feminina era razão suficiente para a anulação do
casamento. Ao mesmo tempo, devia obediência ao marido e possuía um estatuto cívico menor.

Na sociedade agrária medieval, a familia funcionava como uma unidade de produção : quanto mais filhos,
mais braços para trabalhar e aumentar o rendimento de casa. A família medieval era, igualmente, estruturada
nas relações de vassalagem próprias do feudalismo medieval .

A Revolução Francesa e a Revolução Industrial vieram provocar mudanças na estrutura e funcionamento


da família. A produção de bens passou a organizar-se em torno da oficina e da fábrica. Ao mesmo tempo
verificou-se o processo de deslocação de pessoas do campo para as cidades, onde ocupariam
progressivamente as zonas periféricas com repercussões na estrutura e vida das famílias.

4 – Da família extensa à família nuclear

Designa-se por família nuclear o pequeno grupo composto por dois adultos e um ou dois filhos, biológicos
ou adotados, habitando a mesma casa, em regime de economia comum. É este modelo que existe na maioria
dos lares que conhecemos . Mas não era assim no passado. Com efeito, se questionares os teus avós,
pedindo-lhes para descreverem a sua infância, verificarás que o núcelo familiar era composto por mais
elementos , nomeadamente, era maior o número de filhos. Em muitos casos, viviam na mesma casa, para além
dos pais e dos filhos, outros parentes, como avós, tios e mesmo filhos já casados. Neste caso, este tipo de
agrupamento familiar designa-se por família extensa .

Foram vários os fatores que contribuíram para estas mudanças da realidade familiar. O processo de
urbanização e industrialização modificou profundamente as sociedades. O êxodo rural, com a ida para as
cidades de muita gente que até aí trabalhava na agricultura, levou muitas pessoas a instalarem-se nos su
búrbios das grandes metrópoles, habitando em apartamentos muito mais pequenos que as antigas casas. Por
outro lado, o facto de muitas mulheres começarem a trabalhar fora de casa também modificou radicalmente
a dimensão do núcleo familiar . Finalmente, e revolução sexual noas anos 60 e 70 do século XX, com a
divulgação de métodos anticoncepcionais e um novo entendimento da sexualidade , permitiu aos casais
planearem o número de filhos, diminuindo o seu número.

A família extensa do passado transformou-se numa família nuclear, reduzindo à sua expressão mais simples
e elementar .

4 – Mudanças na realidade familiar : o que é a família tradicional


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A diversidade cultural do mundo produziu também uma extensa variedade de estruturas familiares . Dentro
dessa variedade, é possível identificar aspectos que estão presentes em todos os tipos de família.

Todas as estruturas familiares constituem uma unidade com significado económico ao nível da produção e do
consumo. Proporcionam, também, um espaço para o exercício da sexualidade, bem como da promoção do
equilíbrio afectivo dos seus elementos construindo um reduto protector contra os outros e a agressividade do
meio exterior. É também no seio da família que, em primeiro lugar, se dá a educação e a socialização dos
mais novos.

A família sempre foi atravessada por conflitos. Vários fatores geram conflitos entre gerações e entre géneros:
a desigual divisão do trabalho doméstico, o exercício autoritário da autoridade paterna, o excessivo peso da
tradição machista e dos preconceitos. Estas dinâmicas vieram provocar alterações no seio da família .
Nomeadamente, a abertura desta a novas realidades, como sejam as uniões de facto e os casamentos entre
pessoas do mesmo sexo.

O surgimento de novos tipos de família significa igualmente o aparecimento de novos valores que presidem
às novas relações e aos novos relacionamentos. Valores como igualdade, confiança, respeito e dignidade
passam a determinar as relações entre os cônjuges e entre os progenitores e os seus filhos.

6 - O fim da exclusividade das funções sexual e reprodutora

Uma das funções tradicionais atribuídas à familia era a função sexual. Considerava-se que as necessidades
sexuais e de reprodução se satisfaziam apenas ( ou principalmente ) no seio da família, entre os seus
membros. A revolução sexual que ocorreu nas últimas décadas do século XX veio alterar esta perspectiva. Os
jovens os jovens de hoje iniciam-se sexualmente ainda antes de casar, aumentando o número de gravidezes
pré-matrimoniais, tal como tem aumentado o número daqueles que procuram a sua satisfação sexual fora do
casamento. A actividades sexual não é, nos tempos atuais, um exclusivo da familia. E isso acontece por via
de vários fatores: o uso generalizado dos métodos anticoncepcionais, o acesso a mais e melhor informação, a
a constatação da importância afectiva e emocional da sexualidade. Tudo isso libertou a própria sexualidade e
a vivência do corpo, que encontraram expressão fora do matrimónio, antes e fora da família. A família,
perdeu, assim, o exclusivo da função sexual.

7- Da função económica – produtiva á função de consumo . as funções socializadora e educativa

O processo de industrialização teve repercussões na própria divisão do trabalho familiar, com os homens
adultos primeiro, e os jovens de ambos os sexos, depois, a tornarem-se trabalhadores fabris. Porém,
progressivamente, a família deixou de ser uma unidade produtiva para ser cada vez mais uma unidade de
consumo.
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Tradicionalmente, atribuía-se à familia uma função de socialização a par de uma função educativa. Antes da
escola se generalizar e se massificar, era com os pais que as crianças aprendiam, eventualemente
recorrendo a precetores que se deslocavam a casa, enquanto nas famílias mais ricas da aristocracia viviam
nos aposentos da própria casa como os outros empregados. Era no seio do núcleo familiar que a criança
aprendia com os pais e os irmãos e, eventualmente, com outros parentes adultos, as primeiras regras que lhe
permitiam integrar-se e comportar-se em sociedade. A familia exercia essa função socializadora no âmbito
daquilo que se designa por socialização primária.

Nas últimas décadas a familia perdeu a exclusividade das funções socializadora e educativa. A familia viu-
se confrontada com mais esta modificação das suas funções tradicionais . A família começou a concorrer
com a escola, a rua, os meios de comunicação e, ultimamente com as redes virtuais, que contribuem
também para a aprendizagem dos mais novos, sejam aprendizagens de natureza académica, seja a nível do
saber estar com os outros.

8 - A alteração das funções da família e a sensação de crise da família

Os ritmos próprios da vida moderna têm vindo a dificultar a vida em família. No âmbito de feroz
concorrência da economia de mercado , a vida familiar revela-se complicada: distância problemática entre a
residência e o local de trabalho, refeições descontroladas , férias não coincidentes, fins de semana dedicados à
formação profissional, viagens de negócios, deslocalização de empresas , transferências de funcionários, tudo
isto concorre contra a família. Os compromissos com a empresa são tão ou mais importantes que os deveres
para com os parentes.

Contudo, o enfraquecimento dos laços familiares não radica apenas no processo de industrialização e
urbanização das sociedades ocidentais de hoje. O próprio Estado chamou a si uma série de actividades
prestadoras de serviços que se situavam no âmbito da família. O Estado introduziu –se em áreas com a saúde,
educação e outras no domínio assistencial. Esta intervenção veio aliviar a intervenção da família . Porém, a
actual crise económica e financeira, acompanhada de uma diminuição do investimento público nas politicas
sociais também veio desestabilizar a família que olha com profunda apreensão para o futuro. A decisão de
ter filhos é cada vez mais pensada e adiada.

A tudo isto se deve acrescentar o individualismo contemporâneo. Estas perspectivas privilegiam o bem-estar
e confortos materiais, a realização pessoal através do investimento na carreira profissional, opções que em
muitos casos conduzem à decisão de não casar ou de não ter filhos imediatamente. Por isso, estas
dinâmicas são contrárias ao desenvolvimento da família.

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9 – Familias biparentais e famílias monoparentais – casais de pessoas do mesmo sexo

Perante a grande variedade actual e tipos de família, conclui-se imediatamente que não existe nenhuma
forma prevalecente sobre as outras. Como também se conclui que existe uma acentuada diminuição do
número da famílias nucleares biparentais, cujos progenitores estão legalmente casados, modelo que já foi
dominante.

Familiais monoparentais :

Familias monoparentais são famílias onde está presente apenas um dos progenitores. Esta situação pode
resultar da dissolução do casamento através do divórcio ou por falecimento de um dos progenitores.

Porém, a família monoparental também se pode formar por desejo de um dos progenitores em querer criar
sozinho os filhos. No passado recaía sobre o progenitor que encabeçava a família monoparental, quando
mulher , um pesado juízo de censura social . Era o caso das mães solteiras que começavam , muitas vezes por
ocultar a própria gravidez e o nascimento do filho. Além disso, as dificuldades económicas que enfrentavam
eram também maiores. Contudo, a reprovação social que pesa sobre as famílias monoparentais têm
diminuído.

Casais de pessoas do mesmo sexo

Os casais de pessoas do mesmo sexo têm vindo a conquistar direitos que os aproxima dos casais
heterossexuais.Para isso muito contribuiu o reconhecimento de que a estabilidade afetiva e emocional dum
relacionamento não depende do género, mas do envolvimento das pessoas. Isso não é condicionado pela
orientação sexual.

Esta nova realidade significa, também , que não são apenas os objectivos da procriação ou razões de
conveniência social que levam as pessoas a casar. O amor e a amizade são cada vez mais determinantes.

10. Uniões de facto e famílias recompostas

Uniões de facto ou coabitação

Nem sempre mulheres e homens, desejando viver com um parceiro e constituir uma família, pretendem
formalizar essa relação contraindo matrimónio. Consideram nalguns casos, que a oficialização da relação
não vem acrescentar nada a um relacionamento que deve ter na sua base o amor e o respeito mútuos .

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Ora, nos últimos anos, tem aumentado o número de casais que vivem em regime de coabitação . Trata-se de
casais que vivem no mesmo lar com um relacionamento próprio dos indivíduos casados. Também são
denominadas uniões de facto já que as pessoas vivem de facto como casal sem que sejam de direito . Pelo
menos era assim até há algum tempo.

Inicialmente, eram alvo de alguma reprovação social. A Igreja Católica, por exemplo, considerava que esses
casais de “ não casados” viviam em pecado aos olhos de Deus. Porém, nas últimas décadas, temos assistido
a uma modificação da própria legislação. Esta tem ido no sentido de reconhecer às situações de coabitação
um regime com direitos e igualmente protegido tal como acontece com as situações dos indivíduos
legalmente casados.

Familias recompostas

O que acontece quando as pessoas se voltam a casar e no âmbito deste novo casamento também existem
filhos ? Como denominar estas novas formações familiares ? As famílias recompostas desenvolvem-se a
partir do que se denomina recasamento. Dantes, muitos dos recasamentos aconteciam no seguimento duma
situação de viuvez. Hoje, o recasamento ocorre, sobretudo, com indivíduos divorciados.

11- A assistência à família e a conciliação família –trabalho

Ao mesmo tempo que a mulher aumentava a sua presença no mercado de trabalho , o Estado assumia, a
partir de meados do século XX, um acentuado papel assistencial em relação à família, nomeadamente, com
politicas de apoio aos mais novos e aos mais idosos. Esta politica assistencial concretizou-se de diversos
modos: desenvolvimento de redes de creches e jardins de infância, criação de centros de apoio e acolhimento
para os mais idosos; em simultâneo, legislava-se no sentido de garantir direitos à mãe trabalhadora e apoiar
o nascimento e a educação dos filhos.

Nos últimos anos temos assistido a uma preocupação crescente por parte dos governantes europeus em relação
à fraca natalidade que se regista nos seus países. Esta situação tem levado à criação de medidas de âmbito
fiscal , entre outras apoiando o nascimento de mais filhos ou penalizando os casais sem filhos, ao mesmo
tempo, promove-se a igualdade entre os géneros , abolindo-se progressivamente a descriminação em relação
às mulheres que são trabalhadoras e mães ao mesmo tempo.

Ainda no âmbito das politicas de apoio à família, os Estados têm-se mantido atentos face ao preocupante
envelhecimento da população, onde a população idosa é já superior à população jovem. Nesse sentido têm
vindo a adotar politicas e medidas de apoio ao incremento da natalidade e de auxilio às famílias numerosas.

11- Os conflitos familiares e a democracia das emoções :

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Qualquer grupo está sujeito e é atravessado por conflitos que são espoletados no seu interior. A família não
escapa a essa dinâmica. As relações entre gerações nomeadamente entre pais e filhos, bem como o
relacionamento entre os géneros nem sempre são perfeitas. Os conflitos resultam, por vezes, em
comportamentos agressivos e violentos . Todos nós sabemos de relatos de comportamentos violentos sobre os
filhos ou entre os elementos do casal .Porém, diferentes valores e conceções sobre a vida, diferentes
expectativas e projetos, apesar de gerarem tensão podem ser um fator de enriquecimento mútuo. E isto porque,
em grande medida, que está no cerne do conflito é a oposição entre o novo e o velho, o ousado e o
acomodado, a aventura e a segurança. E não é raro acontecer que os aspectos novos inovadores que
abalam os hábitos e as rotinas da vida familiar sejam protagonizados pelos mais novos, em conflito com a
autoridade dos mais velhos.

Hoje, a decisão de casar e constituir família é cada vez menos ditada por motivos de conveniência social e
antes motivada por razões afectivas. Este facto reflecte-se na vida familiar, onde as relações se desenvolvem
com base na confiança mútua e no respeito fortificados pelo diálogo aberto que deve substituir o poder
autoritário. A igualdade no seio do casal, na tomada de decisões e na distribuição de tarefas , vais
conduzindo aquilo que Antony Gilddens classifica como sendo a democracia das emoções. Este clima
familiar, baseado na igualdade e na confiança, não implica falta de disciplina ou ausência de autoridade.
Esta não deve ser confundida com autoritarismo .

A família, assim perspectivada, pode ser um primeiro espaço de aprendizagem das vivências cívicas e
democráticas, onde se aprende e exerce a igualdade que não exclui, antes reclama, as diferenças e o ser
diferente.

Tema – problema 6.2 – O desenvolvimento de novas atitudes no trabalho e no emprego : o empreendedorismo

1 – Novas tecnologias determinam novas relações de trabalho

O nosso mundo tem sofrido mudanças radicais nas últimas décads como nunca aconteceu em mais
nenhum período da História da Umanidade. São vários os fatores que têm concorrido para estas
transformações : as mudanças cientificas e tecnológicas com a incorporação das atuais tecnologias da
informação e do conhecimento na vida quotidiana, a globalização dos mercados e das culturas, a velocidade
fantástica da modernização tecnológica e a reconfiguração da educação e dos perfis profissionais . Amudança
é, assim, uma carateristica essencial do nosso tempo, seja pela amplitude que alcança, não ficando nenhum
domínio da relaidae imune às transformações-.
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Ora, também o trabalho e o emprego foram afetados por essas mudanças. Um mercado ferozmente
concorrencial e um consumidor mais consciente e exigente pressionaram a organização empresarial a
agilizar os seus processos de produção, flexibilizar os seus procedimentos e criar produtos e serviços
mais inovadores .

Todas as nossas invenções e inovações tecnológicas têm repercussões do Homem e no modo como se
relaciona com a Natureza e o seu semelhante . O trabalho e eo emprego não escapam a essa dinâmica.

2 – Uma nova visão sobre o trabalho e sobre os trabalhadores : do dever de trabalhar ao direito ao
trabalho e ao descanso e lazer

Ao mesmo tempo que existia um dever de trabalhar, também começou a surgir a ideia de um direito ao
trabalho. Este direito ao trabalho , protegido constitucionalmente em muitos casos, obrigava o Estado a várias
medidas, tais como fomentar o emprego, garantir condições dignas para trabalhar, proteger o trabalhador
contra despedimentos arbitrários, desenvolver politicas que fomentam a formação profissional . O trabalho
era, assim, um dever mas também um direito.

Porém, nos dias de hoje, assite-se a uma mudança de perspectiva. O trabalho já não é visto como uma
espécie de obrigação moral, o direito de cada um dispor da sua vida conforme lhe apetece é mais forte que
o dever de trabalhar, a ociosidade já não é vista como fonte de todos os males, mas, pelo contrário, já se
considera que o trabalho excessivo pode ser prejudicial à saúde.

3 – Do trabalhador disciplinado ao trabalhador flexível

Como vimos, num mundo em profunda mudança, também o trabalho e o trabalhador são atingidos por essa
dinâmica de transformação.

Com base nessa premissa, que características devem possuir os novos perfis profissionais dos
trabalhadores ? Uma das características essenciais é a flexibilidade. O trabalhador deve estar preparado para
circular e adaptar-se à sucessão de locais e funções que ocorrem dentro da empresa onde trabalha.

Deve também ser capaz de integrar equipas de trabalho e assumir sucessiva e alterbadamente um conjunto
de tarefas que lhe vão sendo forncidas . Nos novos perfis, prevêem-se carreiras profissionais

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extremamente versáteis, com constantes mudanças, vivendo o trabalhador em ambientes e culturas
empresariais diferentes entre si, mas às quais o trabalhador se deverá ir adaptando.

Por outro lado, são exigidas ao trabalhador novas competências e qualidades no seio das novas organizações
. As organizações de hoje já não são fortemente hierarquizadas . Nelas privilegia-se o trabalho em equipa , a
responsabilização pessoal e a participação critica de cada um. O poder e a aceitação passiva das ordens dão
lugar a relações que ocorrem no mesmo plano, onde se presta atenção à igualdade e à democracia entre
trabalhadores diferentes. O trabalhador disciplinado, zeloso cumpridor das normas, regulamentos e tarefas,
obediente e fiel perante as ordens que vêm de cima começa a ser substituído por um trabalhador
empreendedor, que colabora e intervém nas decisões da empresa a vários níveis.

O trabalhador mecanizado e solitário que funciona silenciosamente ao longo de uma linha de montagem,
vai sendo progressivamente substituído pelo trabalho em equipa e equipas de trabalho. A monotonia dá
lugar criatividade, exigindo novas qualidades e competência e uma maior capacidade de aprender em
novos ambientes, bem como uma mais profunda sensibilidade e habilidade para lidar com os seus pares –

4 – O que é o empreendedorismo - aspectos gerais e introdutórios

Existem vários entendimentos sobre o que seja o empreendedorismo . Em termos gerais, podemos dizer
que o Homem , desde sempre, foi empreendedor. Com efeito, quanto assumia uma atitude positiva face às
dificuldades ou quando, perante o desconhecido, se dispunha a correr riscos, podemos afirmar que o
Homem estava a ser empreendedor.

Inicialmente, relacionava-se o empreendedorismo com a gestão das empresas, nomeadamente, coma a


criação de condições favoráveis para a gestão dos recursos humanos . Porém, o conceito popularizou-se e
começou a ser aplicado de forma mais ampla. Hoje, já não se limita a caracterizar o espirito empresarial ,
mas é fundamentalmente uma qualidade das pessoas relativamente à capacidade de inovar, motivar e criar.

Como vemos, o empreendedorismo relaciona-se com uma atitude inovadora, isto é, que inova ou facilita
a inovação.

Enquanto empresários, os indivíduos empreendedores estiverem associados ao surgimento e inbcremento do


capitalismo industrial, aceitando correr riscos ao montarem a sua própria empresa . O conceito de
empresários inovadores regressou agora em força com a aplicação das tecnologias informacionais à
produção , já que aquelas tecnologias potenciam a inovação e a flexibilidade nos novos sistemas de
produção. Enquanto trabalhadores de empresas, a atitude empreendedora é cada vez mais valorizada :
pede-se aos colaboradores das empresas que contribuam para a identificação de soluções e de novos

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caminhos : que também inovem e sejam capazes de acrescentar novas valia à realidade existente. Estes
são os trabalhadores que o futuro reclamam.

5 -Trabalho e formação

Actualmente, as necessidades de aprender não se limitam aos primeiros anos da nossa vida. A aquisição de
conhecimentos e competências é um processo que se prolonga durante toda a existência.

São várias as causas que estão por detrás desta nova realidade. A realidade, nas suas várias vertentes ,
económica, cientifica e cultural, nomeadamente, está constantemente a alterar-se. Ora, o conhecimento
dessa mesma realidade acaba por ficar desajustada e torna-se necessário actualizar esses conhecimentos.

Por outro lado, as necessidades de aprender têm outra justificação: Hoje, assiste-se a uma grande
mobilidade profissional. Enquanto que antigamente um individuo mantinha-se no mesmo emprego
durante muitos anos, quando não era durante toda a sua vida, hoje constatamos que se troca cada vez
mais de emprego. Esta mobilidade requer uma constante aprendizagem que incorpora requalificação,
aquisição e treino de novas competências . Tudo isto só é possível através de um sistema de formação
ao longo da vida.

O êxito de um individuo na actual sociedade depende da sua capacidade de continuar a aprender,


adaptando-se rápida e eficazmente a novos contextos socioprofissionais.

A formação profissional tem de ter em conta, deste modo, a instabilidade e incerteza dos cenários de
futuro, a flexibilidade da organização do trabalho e a extrema mobilidade no emprego. Por isso, deverá ser
uma formação que forneça para lá de conhecimentos técnicos , também conhecimentos gerais. Assim,
quem aprende , possuirá uma maior polivalência e uma maior capacidade para a mobilidade social e
profissional. A necessidade de a qualquer momento um individuo ter de alterar a sua situação profissional
será tanto mais satisfeita quanto for capaz de aprender novos saberes ou actualizar eficazmente os saberes
de que já dispõe.

6 – Novos perfis profissionais e exigências do sistema educativo e formativo

O empreendedorismo constitui uma competência – chave para enfrentar o mundo em mudança em que
vivemos. O empreendedor é o individuo que age para a mudança. Para isso, deverá adquirir e desenvolver
certas capacidades.

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Enumeremos algumas :

- planear, organizar, analisar, comunicar, redigir, avaliar e memorizar

- desenvolver projetos e respectiva implementação

- trabalhar cooperativamente em equipa e com flexibilidade

- identificar em termos pessoais as áreas fortes e fracas.

- agir proactivamente e responder positivamente a mudanças

- assumir riscos

Isto é, o empreendedor planeia e projecta o seu trabalho, podendo executá-lo em equipa, para o que deve
ser capaz de conhecer bem as suas pessoas, os seus pontos fortes e fracos, aproveitando as mudanças,
mesmo correndo riscos. O reconhecimento das situações deve envolver também o conhecimento antecipado
das sua evolução de forma a poder atuar de formas mais eficaz.

Estas qualidades devem, ser consideradas num sistema de formação que tenha em vista o desenvolvimento
do ser empreendedor, tal como os sistemas de ensino ao educarem para o empreendedorismo. A formação
e educação para o empreendedorismo exigem um processo de ensino –aprendizagem mais contextualizado,
integrado multidisciplinarmente, centrado nos interesses dos alunos e na acção / interacção. O
desenvolvimento de uma atitude empreendedora deverá implicar várias competências, nomeadamente,
autoconfiança e assunção de riscos, iniciativa e poder de avaliação, planeamento, criatividade, inovação e
relacionamento interpessoal.

7 – Iniciativa, proatividade e inovação

O que é ter a iniciativa ? Que qualidades e competências se devem possuir para se ter a iniciativa ?

Fundamentalmente, para se ter iniciativa é necessário conseguir antecipar o futuro, prever o que vai
acontecer e começas desde logo a preparar-se para esses novos cenários. Porém, ao mesmo tempo que
antecipa os acontecimentos futuros, pode também decidir provoca-los, não se limitando a reagir duma
forma preparada.

O conceito de proatividade dá-nos conta, precisamente, dessa atitude : o individuo proactivo questiona a sua
maneira habitual de agir e trabalhar, empreendendo novas acções de acordo com a antecipação que fez das
situações, procurando alcançar melhores resultados . Nesse sentido, o elemento proactivo decide sobre como
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quer reagir perante as situações que antecipa, não se limitando a responder ou reagir ( ser reativo) apenas
depois de terem acontecido . Daí a relação do ser proactivo com o tomar a iniciativa.

Ao possuir um espirito de iniciativa, o individuo empreendedor acaba por inovar. Atuando proactivamente,
mais do que resolver problemas, deverá antecipa-los, de forma que, quendo surgirem, já possua uma
solução .Neste caso, o empreendedor inova, cria produtos ou processos inesperados, que espantarão a
concorrência. Numa reunião com um cliente, o individuo empreendedor já sabe quais são as suas
preocupações e pretensões, quando o cliente se prepara para a presentar o seu projecto, o empreendedor já
começa a vender-lhe a solução, a materializar o projecto , a concretizar as ideias do cliente. Trata-se dum
comportamento proactivo , próprio de quem possui um espirito de iniciativa e gosta de inovar, criar,
porque consegue ver mais longe.

8 – Aceitação do risco , automotivação e disciplina

O individuo empreendedor é também aquele que é capaz de aceitar assumir riscos . Com efeito, o processo
de criar, inovar e aventurar-se está ligado ao espirito empreendedor. Os primeiros capitalistas que criaram
as sua empresas ou introduziram, aí maquinaria até então nunca usada ilustram a atitude de quem se
predispõe a assumir riscos.

Os riscos não podem ser sempre vistos como fatores negativos. O conhecido provérbio que afirma de
que quem não arrisca não petisca dá-nos precisamente a ideia de que só correndo riscos se poderão
alcançar lucros que à partida pereceriam impossíveis. Aquele que corre os riscos dá um passo masi à
frente que aqueles que se limitam a acompanhar o ritmo normal da realidade, sem se aventurar no
desconhecido. Porém, aquele que aceita novos desafios deve ter os riscos como minimamente controlados.

Quando o meio não é suficientemente estimulante, o empreendedor encontra em si motivos para desbravar
novos caminhos. Por isso se diz que o empreendedor é um individuo automotivado.

A disciplina é também uma condição para o desenvolvimento de cada um e da própria organização, já


que diz respeito à planificação e organização do trabalho. No entanto, a disciplina não pode significar
obediência e passividade perante regras rígidas que impedem a criatividade e anulam a possibilidade de
qualquer inovação. A disciplina é também uma forma de autocontrolo, competência que cada um deve
desenvolver, pois será essencial no trabalho em equipa. Por outro lado, a disciplina também diz respeito à
metódica recolha, selecção e organização da informação, bem como à sua disponibilização. O

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empreendedor relaciona-se harmoniosamente com o meio social e técnico que o envolve. A disciplina
busca e assegura essa harmonia essencial

9- Reorganizar a empresa : responsabilidade e responsabilização

A responsabilidade do trabalhador e a sua responsabilização realizadas no seio de uma empresa


constituem outro dos elementos fundamentais que integram a atitude empreendedora. Contudo, aquelas
qualidades apenas se realizam se a organização empresarial envolver os seus colaboradores nos processo
de decisão, apelando à sua intervenção, reconhecendo-lhes autonomia. Se o trabalhador não tiver
possibilidade de decidir, de intervir autonomamente, também não se lhe pode pedir responsabilidades
pelo que faz.

Numa organização piramidal, onde o vértice superior corresponde à direcção da organização e a sua base
corresponde ao grande grupo daqueles que obsedem e executam, a responsabilidade surge concentrada nas
mãos de quem ocupa o topo da organização . Neste modelo, que corresponde a muitas das empresas
portuguesas, a responsabilidade vai-se diluindo à medida que se caminha do topo para a base.

Ora, a introdução das novas tecnologias da informação e comunicação, a automatização dos processos
produtivos tem levado a mudanças na estrutura organizativa das empresas. Ao valorizar-se a informação
e o conhecimento chama-se a atenção para as capacidades individuais, aceitando-se a partilha dos
processos de decisão, no âmbito de um maior envolvimento individual no processo produtivo e que é
requerido na atitude empreendedora. Esta descentralização organizativa é acompanhada por uma maior
responsabilização de cada um, na medida em que cada um assume um maior protagonismo na realização
do seu trabalho. Quando cada um é responsabilizado pelo seu trabalho, começa a existir um maior
empenhamento para com a organização. Este envolvimento não deixará de se reflectir numa maior
produtividade.

10 - Flexibilidade e precaridade

A flexibilidade é uma caraterística que se relaciona com uma estratégia da empresa de adaptação rápida ao
ambiente crescentemente concorrencial e exigente do mercado e pode conduzir a uma mais eficaz gestão
do emprego. Esta flexibilidade manifesta-se em várias áreas: ao nível dos salários, da mobilidade geográfica
dos trabalhadores, da situação profissional e desempenho de tarefas da segurança contratual, entre outras.
Falamos duma flexibilidade interna . Esta deve distinguir-se do que se denomina flexibilidade externa e que
tem a ver com uma tendência do neoliberalismo para reduzir o peso e a intervenção do Estado na
economia e no sistema de trabalho e emprego. Esta tendência flexibilizante conduziria à desregularização
das relações de trabalho, reduzindo as limitações legais e regulamentares que enquadram a atividade das

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empresas. Um exemplo disso seria introduzir alterações no Código do Trabalho que facilitassem os
despedimentos ou liberalizassem o poder de fixação dos horários de trabalho a que os trabalhadores
podem estar sujeitos .

Porém, a agilização das empresas não significa necessariamente a precarização no trabalho. Apesar da
incerteza em relação ao futuro, existem formas de flexibilidade discutidas e aceites por trabalhadores e
empresários. É um facto que as empresas, em vários momentos da sua existência, são sujeitas a processos
de “ emagrecimento” ( downsizing) com redução de pessoal, fusão e internacionalização do seu capital . Por
outro lado, também se reconhece que, nalguns casos a diminuição parcial do número de trabalhadores ou
das remunerações podem ser um mal menor necessário para evitar encerramentos definitivos das
empresas.

Também está demonstrado que, em muitos casos , a flexibilidade laboral tem reflexos positivos na
produtividade. É, porém, possível introduzir a flexibilidade nas relações laborais duma forma concertada,
sem um aumento de conflitualidade na vida das empresas. Para isso é necessário estabelecer programas de
formação e reciclagem dos trabalhadores com vista à sua adaptação a novas tecnologias e processos , ao
mesmo tempo deve desenvolver-se uma maior protecção ao desemprego. Esta perspectiva dialogante
sobre a flexibilidade levou a que se introduzisse o conceito de flexissegurança, contrariando a ideia de que
a flexibilidade significa apenas maior insegurança nas relações laborais .

11- Inovação tecnológica e o futuro do emprego

Sempre que se incorporaram novas tecnologias nos locais de trabalho, relançou-se um velho problema: as
máquinas tornarão dispensável a força dos braços dos homens?

Numa época como a nossa, em que assistimos ao surgimento a um ritmo impressionante de novas
invenções tecnológicas, potenciadas nomeadamente com o uso crescente dos computadores e de tecnologias
no domínio informático, é natural que se coloquem questões sobre o futuro do emprego. Com efeito, à
primeira vista parece que a mecanização e a automação permitem dispensar postos de trabalho: se
pensarmos no conjunto de operações que um computador pode fazer, podemos facilmente imaginar que
alguém as deixou de fazer .

O receio dos trabalhadores poderem ser substituídos por máquinas reacendeu-se nas economias de mercado
desenvolvidas com as novas tecnologias. A actual situação, com o aumento do desemprego que não tem
sido absorvido pelos empregos entretanto criados, faz nascer a ideia de que rumamos em direcção a uma
sociedade sem emprego.
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Há quem pense que é necessário diminuir ou mesmo travar o ritmo do progresso tecnológico de forma a
inverter o processo de dispensa de mão de obra . Porém, também há quem defenda que a introdução das
novas tecnologias traduzir-se-á numa redução dos custos de produção e na criação de novos produtos, e
que esta situação conduzirá, a médio prazo, ao surgimento de novos empregos que farão diminuir o
desemprego.

Os estudos sobre este tema não têm conduzido a respostas definitivas. Há, contudo, tendências
identificáveis na evolução do mercado de trabalho e emprego.

É indiscutível que as formas tradicionais de trabalho assentes no emprego a tempo inteiro e carreiras
profissionais cumpridas num único sector ou num único local de trabalho tenderão a desaparecer .

A fluidez da sociedade actual estende-se também às formas de trabalho e emprego. Nesse sentido, novas
relações de trabalho e novas formas de empregabilidade começam a surgir com maior insistência
autoemprego, trabalho virtual, trabalho a patir de casa , trabalho parcial e trabalho temporário.

12 – Atitudes indutoras de criatividade e inovação relativamente ao trabalho e a uma nova cultura da


empresa.

A criatividade é uma carateristica do espirito empreendedor, que reflecte os novos tempos de organização
do rocesso produtivo, ao contrátrio do que se passava no passado. De facto, no âmbito da sociedade
industrial e da organização de tipo taylorista , o operário ocupava um posto fixo ao longo nnde uma cadeia
de operações, limitando-se a repetir mecanicamente uma série de gestos associados à terefa que devia
executar . Não lhe era pedido que fosse criativo, mas que mantivesse um comportamento rotineiro e regular,
para ser mais eficaz. A rigidez desta organização industrial dispensava a criatividade e a inovação e
eliminava o espirito de iniciativa.

Ora, não é isto que se passa com as atuais tendências de organização da produção e da empresa. Assistimos
a uma sobrevalorização dos fatores intangíveis e do fator humano como não acontecida no passado. A
introdução de processos de automação e de tecnologias de informação e comunicação acentua a
tendêncian para libertar os trabalhadores não só de trabalhos pesados e perigosos, como também de os
sujeitar a actividades rotineiras e repetitivas .

As novas tecnologias criam a oportunidade para tarefas mais criativas e, por isso, para o surgimento duma
nova cultura de empresa, virada para a criatividade e a inovação. Ao mesmo tempo, a pirâmide
organizacional da empresa surge mais achatada e requer uma maior participação do trabalhadores no
sentido de contribuírem para o processo de tomada de decisões. Normalmente, estruturas de direcção
fechadas e hierarquias inflexíveis sufocam a liberdade criativa. Porém, na cultura empreendedora partilha-
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se a visão que a empresa tem do caminho que pretende seguir, bem como dos seus objectivos e metas. Por
isso, todas acabam por contribuir para a reinvenção e recriação de novos produtos, processos e mercados,
uma atitude vital para o sucesso.

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