Cartilha Maceió Sem Homofobia

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“Pelo direito de

expressar o afeto.”
Ficha Técnica
PREFEITURA MUNICIPAL DE MACEIÓ
José Cícero Soares de Almeida
Prefeito

Lourdinha Lyra
Vice- prefeita

SECRETARIA MUNICIPAL DE DIREITOS HUMANOS,


SEGURANÇA COMUNITÁRIA E CIDADANIA
Pedro Luís Rocha Montenegro
Secretário

Cláudio Luiz dos Santos Beirão


Secretário Adjunto

Elson Folha
Assessor Especial

Ana Lúcia Marinho Couto


Chefe de Gabinete

Graça Carvalho
Diretora de Promoção de Direitos Humanos e Cidadania

Marco Antônio de Campos


Coordenador de Proteção as Minorias Sociais e Diversidade Sexual

Ana Cláudia de Jesus Cerqueira


Coordenadora de Ações Garantidoras dos Direitos das
Mulheres Vítimas de Violência

Édson Bezerra
Coordenador de Formação Continuada em Direitos Humanos

Sandreana Melo
Coordenadora das Unidades de Resolução Pacifica de Conflitos

Ândrei Costa
Assessor de Comunicação
Apresentação

Fiel a sua missão de assegurar o exercício pleno da cidadania e de promover


os direitos humanos de todas as pessoas que vivem em Maceió, a Prefeitura de
Municipal, por meio do Decreto nº 7.034, regulamentou a Lei nº 4.667, de 23 de
novembro de 1997, estabelecendo sanções às práticas discriminatórias à livre
orientação sexual.

A regulamentação da Lei era um histórico e legitimo anseio da comunidade


LGBT (lésbicas, gays, bissexuais e transgêneros) de Maceió e fruto de diversas
manifestações reivindicatórias das organizações de defesa e promoção dos direitos
LGBT .

A idéia que toda pessoa humana, em razão da dignidade intrínseca a sua


humanidade, deve ter assegurado o gozo pleno dos direitos humanos é a base, o
alicerce, a pedra angular da arquitetura institucional do Estado Democrático de
Direito.

Portanto, a restrição, a diminuição, a inibição, a interdição ou embaraço à


fruição dos direitos humanos, em razão da orientação sexual das pessoas, pela prática
de atos discriminatórios, viola frontalmente o princípio e clausula pétrea da
dignidade humana esculpida em nossa Constituição Federal.

A cartilha, que ora temos o prazer de publicar, é um guia prático para


utilização dessa ferramenta legal. Além de conter o texto integral da Lei e do Decreto,
ela explicita os conceitos de orientação sexual e de discriminação por orientação
sexual; elenca, de modo objetivo, as condutas típicas que configuram atos
discriminatórios; apresenta as sanções aplicáveis; e orienta sobre os procedimentos
para denúncia das práticas discriminatórias.

Trata-se, pois, de um importante instrumento educativo para a garantia da


efetiva aplicação da Lei e da construção de uma Maceió sem homofobia.

PEDRO LUIS ROCHA MONTENEGRO JOSÉ CICERO SOARES DE ALMEIDA


SECRETÁRIO DE DIREITOS HUMANOS, PREFEITO DE MACEIÓ
SEGURANÇA COMUNITÁRIA E CIDADANIA
O que diz a Lei 4.667/97
Todo ato de discriminação por parte de estabelecimentos privados e
instituições públicas, contra QUALQUER PESSOA, em virtude da sua orientação
sexual, é passível de sanção. Cabe ao Conselho Municipal de Direitos Humanos e
Segurança Comunitária receber, encaminhar e acompanhar a apuração de cada
denúncia aos órgãos competentes.

Saiba Mais

ORIENTAÇÃO SEXUAL
Direito do indivíduo a relacionar-se afetiva e sexualmente com qualquer pessoa,
independentemente de sexo, gênero, aparência, vestimenta ou de qualquer
outra condição ou característica ligada a essa orientação.

DISCRIMINAÇÃO POR ORIENTAÇÃO SEXUAL


Qualquer distinção, exclusão ou restrição que tenha o propósito ou o efeito de
anular ou prejudicar o reconhecimento, gozo ou exercício em pé de igualdade de
direitos humanos e liberdades fundamentais nos campos político, econômico,
social, cultural ou em qualquer outro domínio da vida pública.

HOMOFOBIA
É um termo utilizado para identificar o ódio, a aversão ou a discriminação de uma
pessoa contra homossexuais, que pode incluir formas sutis, silenciosas e
insidiosas de preconceito.

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Quais condutas são discriminatórias?
PRATICAR:
Qualquer tipo de ação violenta, constrangedora,
intimidatória ou vexatória, de ordem moral, ética,
filosófica ou psicológica;

INIBIR, PROIBIR OU DIFICULTAR:


manifestação pública de carinho, afeto,emoção,
sentimento ou pensamento;

IMPEDIR OU DIFICULTAR:
o ingresso ou a permanência em espaços ou logradouros
públicos, estabelecimentos abertos ao público e prédios
públicos, bem como qualquer serviço público;
o acesso de cliente, usuário de serviço ou consumidor, ou recusar-lhe atendimento;

CRIAR EMBARAÇOS:
à utilização de dependências comuns e áreas não
privativas de qualquer edifício;

NEGAR:
emprego demitir, impedir ou dificultar a ascensão
em empresa pública ou privada, assim como,
impedir ou obstar o acesso a cargo ou função
pública ou certame licitatório;
negar ou dificultar a locação ou aquisição de bens
móveis ou imóveis;

PRETERIR, IMPEDIR OU SOBRETAXAR:


a utilização de serviços, meios de transporte ou de comunicação, consumo de bens,
hospedagem em hotéis e estabelecimentos congêneres ou o
ingresso em espetáculos artísticos ou culturais;

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RECUSAR DIFICULTAR OU PRETERIR:
atendimento médico ou ambulatorial público ou
privado;

PRATICAR, INDUZIR OU INCITAR:


pelos meios de comunicação, a discriminação, o
preconceito ou a prática de qualquer conduta
discriminatória;

FABRICAR, COMERCIALIZAR, DISTRIBUIR OU


VEICULAR:
símbolos, emblemas, ornamentos, distintivos ou
propagandas que incitem ou induzam à discriminação,
preconceito, ódio ou violência, com base na
orientação sexual do indivíduo;

realizar qualquer outra forma de atendimento


diferenciado não autorizado por lei.

Alerta: a Lei 4.667/97 não protege “ato obsceno”

É importante esclarecer que a Lei 4.667/97 assegura tão somente direitos à livre orientação
sexual dos indivíduos e o respeito a sua relação afetiva. Portanto, não autoriza o “ato
obsceno”, tipificado como conduta criminosa.

Código Penal
Art. 233 - Praticar ato obsceno em lugar público, ou aberto ou exposto ao público.
Pena: detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, ou multa.

Ato Obsceno
A doutrina considera “ato obsceno” a manifestação corpórea, de cunho sexual, que ofende
o pudor público. A idéia é garantir o direito que as pessoas têm de não serem constrangidas
a presenciar ações como andar nu ou seminu; masturbação e apalpação sexual em público
("bolinação") e outras condutas públicas com conteúdo libidinoso ou sexual.

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Saiba Mais

SANÇÕES PREVISTAS PARA ESTABELECIMENTOS


PRIVADOS
Havendo indícios mínimos de veracidade, a Secretaria

ncia
Municipal de Controle do Convívio Urbano (SMCCU),

ertê
Adv
responsável pelo licenciamento e fiscalização no âmbito
municipal, poderá aplicar as seguintes sanções:
Advertência;
Multa mínima de 60 (sessenta) UFR's;
Suspensão do funcionamento do estabelecimento, por trinta dias;
Cassação de alvará.

E QUANDO O SERVIDOR PÚBLICO DISCRIMINAR?

Tratando-se de ato discriminatório praticado por servidor publico, no exercício


da função, a denúncia será enviada ao órgão corregedor, conselho de ética ou aos
órgãos disciplinares, a exemplo das comissões de ética.

Tratando-se de ilícito penal, praticado por servidor público ou em


estabelecimento privado, a denúncia será encaminhada aos órgãos de segurança
pública competentes e ao Ministério Público de Alagoas.

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Saiba como denunciar

@
Mensagem eletrônica pelo e-mail
[email protected]

Por telefone
(82) 3315-7324

Por meio de correspondência postal ao


SEMDISC
Conselho Municipal de Direitos Humanos
e Segurança Comunitária.
Praça Visconde de Sinimbu, 141, Centro, Pessoalmente, na Secretaria Municipal de
Maceió/AL - CEP: 57020-720 Direitos Humanos, Segurança Comunitária
e Cidadania (sede do Conselho).
Praça Visconde de Sinimbu, 141, Centro (vizinho
ao 2ºJuizado Especial Cível e Criminal da Capital).

Saiba Mais

INFORMAÇÕES ESSENCIAIS À APURAÇÃO DA DENÚNCIA

Se feitas oralmente, as denúncias deverão ser reduzidas a termo e assinadas pelo


denunciante e, em qualquer caso, deverão conter os elementos descritivos
necessários à verificação de veracidade dos fatos, além da identificação do
denunciado.

Se apresentada por terceiro, a vítima da discriminação deverá ser chamada pelo


Conselho Municipal de Direitos Humanos e Segurança Comunitária para
ratificação, sob pena de arquivamento.

É importante reunir os documentos pertinentes, tais como registro de ocorrência


do fato, lavrado por órgão oficial, ou representação criminal ou ainda com rol de
testemunhas, devidamente identificadas, em número máximo de três.

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Considerações finais
Denúncias que não contenham informações mínimas imprescindíveis à apuração dos fatos
ou que se revelem, desde logo, infundadas podem ser arquivadas.

Agora que você tem um conhecimento básico sobre esse instrumento legal que o município
de Maceió dispõe para combater a homofobia, leia com atenção a versão integral da lei (e
do decreto que a regulamentou), no final desta cartilha.

Se desejar, você também pode acessar a versão digital desta cartilha nos sites da Prefeitura
Municipal de Maceió (www.maceio.al.gov.br) e da Secretaria Municipal de Direitos
Humanos, Segurança Comunitária e Cidadania (http://semdisc.maceio.al.gov.br).

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ESTADO DE ALAGOAS
PREFEITURA MUNICIPAL DE MACEIÓ
GABINETE DO PREFEITO

Lei nº 4.677, de 23 de novembro de 1997

Estabelece sanções às praticas discriminatórias a livre orientação sexual na forma em que menciona e dá outras
providências.

A Câmara Municipal de Maceió, decreta, e eu sanciono a seguinte:

Art 1º Os estabelecimentos comerciais, industriais e repartições públicas que discriminarem pessoas em virtude
de sua ORIENTAÇÃO SEXUAL, na forma do art. 6º, inciso II da Lei Orgânica do Município de Maceió, sofrerão
as sanções previstas nesta Lei.
Parágrafo único. Entenda-se por discriminação, para efeitos desta Lei impor as pessoas de qualquer orientação
sexual, situações tais como:

I – constrangimento;
II – proibição de ingresso ou permanência;
III – atendimento selecionado;
IV – preterimento quando da ocupação a/ou imposição de pagamento de mais de uma unidade, nos hotéis e
similares;
V – Aluguel ou aquisição de imóveis para fins residenciais, comércio ou lazer.

Art. 2º As sanções impostas aos estabelecimento privados que contrariem as disposições da presente Lei, as quais
serão aplicadas progressivamente serão as seguintes:
I – advertência;
II – multa mínima de sessenta (60) UFR's e máxima de cem (100) UFR's no caso de reincidência, que serão
revertidas em benefício do Fundo Municipal de Assistência Social;
III – suspensão de seu funcionamento por trinta (30) dias;
IV – cassação de Alvará.
Parágrafo único. Na aplicação das multas será levada em consideração a capacidade econômica do
estabelecimento infrator, a depender do grau de discriminação esta multa pode ter seu valor triplicado.

Art. 3º Aos Agente do Poder Público que por ação ou omissão, for responsável por prática discriminatória na
forma prevista nesta Lei, serão aplicadas as seguintes sanções, sem prejuízos dos procedimentos previstos na Lei
Municipal nº 4.126/92.
I – advertência;
II – suspensão;
III – afastamento definitivo ou demissão.
Parágrafo único. Entenda-se por agente do poder público para efeitos desta Lei, os servidores descritos na Lei
Orgânica do Município.

Art. 4º O Poder Executivo regulamentará o disposto nesta Lei no prazo de 60 (sessenta) dias a contar da data de sua
publicação, desenvolvendo uma campanha de divulgação de massa, com vistas a orientar os municípios, para
junto com o Poder Público Municipal, desenvolver ações que garantam o efetivo cumprimento da presente Lei.

Parágrafo único. Da regulamentação de que trata este artigo constará obrigatoriamente:


I – mecanismos de denúncia;
II – formas de apuração das denúncias;
III – garantia de ampla defesa dos infratores.

Art. 5º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação, revogada as disposições em contrário.
Prefeitura Municipal de Maceió, 23 de dezembro de 1997.
Kátia Born Ribeiro
Prefeita
ESTADO DE ALAGOAS
PREFEITURA MUNICIPAL DE MACEIÓ
GABINETE DO PREFEITO

Decreto nº 7.034, de 15 de outubro de 2009.

REGULAMENTA A LEI Nº 4.667, DE 23 DE NOVEMBRO DE 1997, E ADOTA OUTRAS


PROVIDÊNCIAS.

O PREFEITO DO MUNICÍPIO DE MACEIÓ, no uso de suas atribuições legais, e tendo em vista o


disposto no Art. 4º da Lei Municipal Nº 4.667, de 23 de novembro de 1997,
CONSIDERANDO a Lei nº 4.667, de 23 de novembro de 1997, que estabelece sanções às práticas
discriminatórias a livre orientação sexual na forma em que menciona e dá outras providências;
CONSIDERANDO a criação do Conselho Municipal de Direitos Humanos e Segurança Comunitária
através da Lei Nº 5.806, de 24 de julho de 2009;
DECRETA:

Art. 1º Todo ato de discriminação praticado contra pessoas, em virtude da orientação sexual destas,
poderá ser levado ao Conselho Municipal de Direitos Humanos e Segurança Comunitária criado
através da Lei Nº 5.806, de 24 de julho de 2009, por meio de correspondência postal, mensagem
eletrônica, telefone, ou pessoalmente, na forma a ser estabelecida em ato administrativo da Secretaria
Municipal de Direitos Humanos, Segurança Comunitária e Cidadania.
Parágrafo Único. Para fins deste Decreto, entende-se por:
I – orientação sexual: o direito do indivíduo a relacionar-se afetiva e sexualmente com qualquer
pessoa, independentemente de sexo, gênero, aparência, vestimenta ou de qualquer outra condição ou
característica ligada a essa orientação;
II — discriminação por orientação sexual: toda e qualquer ação ou omissão que, motivada pela
orientação sexual do indivíduo, lhe cause constrangimento e/ou o exponha a situação vexatória,
tratamento diferenciado, cobrança de valores adicionais ou preterição no atendimento, em especial
por meio das seguintes condutas:
a) inibir ou proibir a manifestação pública de carinho, afeto, emoção ou sentimento;
b) proibir, inibir ou dificultar a manifestação pública de pensamento;
c) praticar qualquer tipo de ação violenta, constrangedora, intimidatória ou vexatória, de ordem moral,
ética, filosófica ou psicológica;
d) impedir ou dificultar o ingresso ou a permanência em espaços ou logradouros públicos,
estabelecimentos abertos ao público e prédios públicos, bem como qualquer serviço público;
e) criar embaraços à utilização de dependências comuns e áreas não privativas de qualquer edifício;
f) impedir ou dificultar o acesso de cliente, usuário de serviço ou consumidor, ou recusar-lhe
atendimento;
g) negar ou dificultar a locação ou aquisição de bens móveis ou imóveis;
h) recusar, dificultar ou preterir atendimento médico ou ambulatorial público ou privado;
i) praticar, induzir ou incitar, pelos meios de comunicação, a discriminação, o preconceito ou a prática
de qualquer conduta discriminatória;
j) fabricar, comercializar, distribuir ou veicular símbolos, emblemas, ornamentos, distintivos ou
propagandas que incitem ou induzam à discriminação, preconceito, ódio ou violência, com base na
orientação sexual do indivíduo;
l) negar emprego, demitir, impedir ou dificultar a ascensão em empresa pública ou privada, assim
como impedir ou obstar o acesso a cargo ou função pública ou certame licitatório;
m) preterir, impedir ou sobretaxar a utilização de serviços, meios de transporte ou de comunicação,
consumo de bens, hospedagem em hotéis e estabelecimentos congêneres ou o ingresso em espetáculos
artísticos ou culturais;
n) realizar qualquer outra forma de atendimento diferenciado não autorizado por lei.

Art. 2º Os estabelecimentos privados que discriminarem pessoas em virtude da orientação sexual


destas, lhes impondo situações tais como as enumeradas nos incisos I a IV deste artigo, estarão sujeitos
a sanções de ordem administrativa, a serem aplicadas progressivamente, na forma deste Decreto, sem
prejuízo das demais sanções eventualmente cabíveis:
I – constrangimento;
II – proibição de ingresso ou permanência;
III – atendimento selecionado;
IV – preterimento quando da ocupação e/ou imposição de pagamento de mais de uma unidade, nos
casos de hotéis, motéis e similares.

Art. 3º As sanções a que estão sujeitos os estabelecimentos privados, nos casos mencionados no art. 2º
deste Decreto, são as seguintes:
I – advertência;
II – multa mínima de 60 (sessenta) UFR's;
III – suspensão do funcionamento do estabelecimento por trinta dias;
IV – cassação de alvará;
Parágrafo único. O valor da multa de que trata o inciso II deverá ser corrigido de acordo com o índice e
a periodicidade aplicáveis aos reajustes dos créditos tributários municipais.

Art. 4º A Secretaria Municipal de Direitos Humanos, Segurança Comunitária e Cidadania deverá:


I – dispor de estrutura para o recebimento das denúncias dirigidas ao Conselho Municipal de Direitos
Humanos e Segurança Comunitária, mediante a criação de um endereço eletrônico específico, uma
linha telefônica e uma sala de atendimento para denúncias feitas pessoalmente, garantido o sigilo,
quando solicitado;
II – elaborar material informativo a respeito dos direitos relacionados à livre orientação sexual, das
eventuais infrações, assim como dos mecanismos de denúncia.

Art. 5º As denúncias, se feitas oralmente, deverão ser reduzidas a termo e assinadas pelo denunciante
e, em qualquer caso, deverão conter os elementos descritivos necessários à verificação de veracidade
dos fatos e identificação do denunciado.
§ 1º No caso de denúncia apresentada por terceiro, a pessoa indicada como vítima da discriminação
deverá ser chamada pelo Conselho Municipal de Direitos Humanos e Segurança Comunitária para
ratificação, sob pena de arquivamento.
§ 2º A denúncia deverá ser instruída com os documentos pertinentes, tais como registro de ocorrência
do fato, lavrado por órgão oficial, ou representação criminal, ou ainda com rol de testemunhas,
devidamente identificadas, em número máximo de três.

Art. 6º Recebida a denúncia, o Conselho Municipal de Direitos Humanos e Segurança Comunitária


fará apuração sumária da veracidade dos fatos, arquivando de pronto as denúncias que não contenham
informações mínimas imprescindíveis a essa apuração ou que se revelem desde logo infundadas.

Art. 7º Havendo indícios mínimos de veracidade e sendo o denunciado estabelecimento privado, o


Conselho Municipal de Direitos Humanos e Segurança Comunitária deverá encaminhar a denúncia a
Secretaria Municipal de Controle do Convívio Urbano, órgão municipal responsável por
Licenciamento e Fiscalização no âmbito municipal.
§ 1º O órgão municipal de Licenciamento e Fiscalização autuará a denúncia em processo
administrativo próprio e determinará a notificação pessoal do denunciado para apresentar defesa no
prazo de dez dias, facultada a juntada de documentos e indicação de testemunhas em número máximo
de três, a fim de garantir o contraditório e a ampla defesa.
§ 2º Rejeitada a defesa e confirmada a infração, o órgão municipal de Licenciamento e Fiscalização
indicará a sanção aplicável, dentre aquelas previstas no art. 3º deste Decreto, de forma progressiva,
atendendo à gravidade dos fatos, à capacidade econômica do estabelecimento infrator, em se tratando
de multa, e à possível reincidência.
§ 3º A advertência, a multa e a suspensão de funcionamento deverão ser aplicadas de imediato,
mediante intimação do infrator e expedição de mandado, se for o caso, enquanto que a cassação de
alvará deverá ser determinada pelo Secretário Municipal de Controle do Convívio Urbano, a quem o
processo administrativo será encaminhado.
§ 4º As intimações e notificações a que se refere este Decreto deverão ser feitas pessoalmente ou por
via postal, juntando ao respectivo processo administrativo o correspondente comprovante de
recebimento, sob pena de nulidade.
§ 5º Não será concedida a renovação de alvará de licença de estabelecimento quando houver multa
aplicada na forma deste Decreto, exigível e não paga.
§ 6º Das decisões proferidas nos processos administrativos a que se refere o § 1º deste artigo caberá
recurso à autoridade superior, na forma da lei.

Art. 8º Sem prejuízo do procedimento previsto no art. 7º deste Decreto, ou quando o denunciado não
for estabelecimento privado, o Conselho Municipal de Direitos Humanos e Segurança Comunitária
encaminhará a denúncia:
I – aos órgãos de segurança pública competentes e ao Ministério Público Estadual, no caso de possível
ilícito penal;
II – aos órgãos disciplinares competentes, em se tratando o denunciado de servidor público e havendo
possível ocorrência de falta disciplinar; e,
III – aos órgãos de assistência jurídica, conforme escolha do interessado, para as reparações de
natureza civil, eventualmente cabíveis, observado, em todos os casos, o disposto nos arts. 5º e 6º deste
Decreto.

Art. 9º O Conselho Municipal de Direitos Humanos e Segurança Comunitária deverá acompanhar


cada denúncia apresentada, junto aos órgãos competentes, para processá-la, até sua conclusão e
efetivo cumprimento da decisão proferida.

Art. 10. Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.

Maceió-AL, 15 de outubro de 2009.

José Cícero Soares de Almeida


PREFEITO DE MACEIÓ
Contatos
Secretaria Municipal de Direitos Humanos,
Segurança Comunitária e Cidadania (Semdisc)
Praça Visconde de Sinimbu, 141, Centro
(82) 3315-7329 / [email protected]

Secretaria Municipal de Controle do Convívio Urbano (SMCCU)


Avenida Governador Afrânio Lages, 295, Faro
(82) 3315-4747l

Ministério Público do Estado de Alagoas


Ed. Carlos Guido Ferrário Lobo
Rua Dr. Pedro Jorge Melo e Silva, nº 79 - Poço
(82) 2122-3500
Associação das Lésbicas de Alagoas (ALA)
Rua do Imperador, 389, Centro
(82) 8887-5384 / [email protected]

Afinidades GLSTAL
Av. Francisco Freire Ribeiro, 387 , Farol
(82) 9984-2462 / [email protected]
Associação Pró-Vida LGBT
Rua do Comércio Ed. Lobão Barreto 436, Sobre Loja, Centro
(82) 8893-4100 / [email protected]
Associação dos Homossexuais do Complexo Benedito Bentes (AHBENTES)
Rua 06, Q-06, 174, Conjunto Benedito Bentes I, Lote 19, Tabuleiro dos Martins
(82) 3344-1990/8858-0765/9943-8423 / [email protected]
Coletivo de Jornalistas pela Diversidade Sexual (Cajeds), do Sindjornal
Rua do Sargento Jaime, S/N, Prado
(82) 3326-9168
Coletivo Nacional de Trabalhadores pela Diversidade Sexual – CUT Brasil
(82) 3221-6794/9965-6778 / [email protected]

Coluna Bivolt!
[email protected]
Dandara - Movimento de Lésbicas
(82) 8852-6646 / [email protected]
Filhos do Axé
Rua Olavo Bilac, 50, Loteamento São José (Grota do Arroz), Cruz das Almas
(82) 3375-9257 / [email protected]
Grupo Gay de Alagoas (GGAL)
Rua Barão de Atalaia, 75 - Salas 204/205 - Centro
(82) 3221-3955, 8802-0018 / [email protected] / [email protected]

Grupo Transfêmea Alagoas (GTAL)


Rua Bom Destino, nº 339, Ponta Grossa
(82) 8891-5071 / [email protected]
Expediente

Projeto Gráfico e Ilustrações


Ândrei Costa (Jornalista/MTE n° 789/AL)

Edição
Graça Carvalho (Jornalista/MTE n°455/AL)

Foto da capa
(Acervo Secretaria Municipal de Turismo)
Luiz Eduardo Vaz

Impressão
Grafmarques

Tiragem
5.000 exemplares

Dezembro/2009

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