Escola, Família e Comunidade
Escola, Família e Comunidade
Escola, Família e Comunidade
e Comunidade
Material Teórico
Instituições Sociais: Família, Escola e Comunidade
Revisão Técnica:
Prof.ª Me. Denise Jarcovis Pianheri
Revisão Textual:
Prof.ª Esp. Vera Lidia de Sá Cicaroni
Instituições Sociais:
UNIDADE Família, Escola e Comunidade
Conte com o tutor para qualquer situação em que sua interferência seja necessária. Lembre-
se de que o seu desempenho depende de uma rotina de estudo organizada e, principalmente,
da sua responsabilidade
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Unidade: Instituições Sociais - Família, Escola e Comunidade
Contextualização
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Para darmos início à unidade I, convido você a refletir sobre o tema Escola, Família e Comunidade.
Assista ao clipe da música Another Brick In The Wall, que fez sucesso na década de 70, com a
banda de rock Pink Floyd. Nessa produção, o grupo inglês protesta contra a rígida educação escolar
da época. Vale a pena conferir clicando no link:
https://youtu.be/vrC8i7qyZ2w
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Nesta primeira unidade da disciplina Escola, Família e
Comunidade, inicialmente, serão apresentados os aspectos
históricos que constituíram as definições das instituições
sociais e os papéis exercidos por elas ao longo da história.
Serão situados os tempos históricos e as transformações
em relação à Escola, Família e Comunidade além dos
aspectos legislativos que fundamentam o atual momento
do cenário social, educacional e familiar. Para tanto, o
texto será organizado em dois grandes títulos:
Segundo Cambi (1999), a Antiguidade, influenciada pela cultura Ocidental, foi centrada no
ser humano e marcada pela relevância dada à vida cotidiana. Nesse contexto, destacaram-se
as civilizações concentradas na região do Mediterrâneo, como Grécia e Roma, que expandiram
sua cultura e influenciaram a educação de outros povos.
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Unidade: Instituições Sociais - Família, Escola e Comunidade
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Confira o filme “O Nome da Rosa”, que apresenta a história ocorrida no ano de 1327 – Século XIV
– num Mosteiro Beneditino Italiano e que retrata todo contexto da Idade Média.
https://goo.gl/uV9pfh
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Tempos Modernos: revoluções e transformações
A Modernidade, conhecida como a era da ruptura em relação à Idade Média, foi marcada
por fortes transformações sociais, econômicas, políticas e educacionais. Para Cambi (1999),
a Modernidade é uma época histórica com características orgânicas e complexas na qual
se deu a reconstrução de uma sociedade nova, mais livre e mais coesa. Esse período deu
origem a um sistema organizado que tinha como eixo o indivíduo, a eficiência no trabalho
e o controle social.
Segundo Franco Cambi (1999, p.197), a Idade Moderna:
Como revolução social, promove a formação e a afirmação de uma nova
classe: a burguesia, que nasce nas cidades e promove o novo processo
econômico (capitalista), assim como delineia uma nova concepção de
mundo (laica e racionalista) e novas relações de poder (opondo-se à
aristocracia feudal e aliando-se à coroa, depois entrando em conflito
aberto também com esta e com o seu modelo de Estado-patrimonial e de
exercício absoluto de poder).
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Unidade: Instituições Sociais - Família, Escola e Comunidade
Em Síntese
Antiguidade
Sociedade: Civilizações Mediterrâneas (Pluralismo cultural).
Escola: Previlégio de poucos (Trabalho intelectual - Paideia).
Família: Patriarcal, autoritária e disciplinar responsável pela educação
para o trabalho.
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Idade Média
Sociedade: Feudalismo x Igreja Católica (Estática unificada).
Escola: Oferecida apenas para a Nobreza (Igreja).
Família: Patriarcal, diversa, responsável pela educação religiosa por meio
do autoritarismo
Idade Moderna
Sociedade: Estado Capitalista (Burguesia);
Escola: Controle e unificação social (Ideologias);
Família: Núcleo familiar (mãe, pai e filho). Responsável pela formação social.
Idade Contemporânea
Sociedade: Democracia participação social de todos;
Escola: Função social - Democratização do Ensino;
Família: Primeira instituição natural responsável pela formação integral
(biológica, social e psíquica).
Assim como ocorre com a história, quanto mais conhecemos as leis e seus contextos,
mais compreendemos as lutas sociais e a evolução histórica das constituições que regem a
sociedade. Sendo assim, este item do texto abordará como a atual legislação apresenta a Escola,
a Família e a Comunidade e qual o papel de cada uma dessas instituições, principalmente, no
desenvolvimento psicossocial da criança.
Os documentos legislativos que regulamentam a garantia de direitos e os deveres dos
cidadãos brasileiros, tais como a Constituição Federal de 1988, o Estatuto da Criança e do
Adolescente (1990), a Lei de Diretrizes e Bases (LDB – Lei n.º 9.394/96) e a Política Nacional
de Educação em Direitos Humanos (2010), entre outros, contêm os pressupostos que explicitam
os princípios das Políticas Públicas aplicadas na realidade atual.
No entanto, os documentos legislativos que fundamentam este estudo são a Lei de Diretrizes
e Bases da Educação Nacional 9.394/96 (LDB) e o Estatuto da Criança e do Adolescente Lei nº
8.069, de 13 de julho de 1990 – o ECA, que refletem a busca pela garantia de direitos e deveres
numa sociedade democrática.
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Unidade: Instituições Sociais - Família, Escola e Comunidade
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Para saber mais sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente e sobre a importância e a função da
família, acesse o link abaixo, que lhe dará acesso a depoimentos de crianças a respeito do ECA.
https://youtu.be/vf_0AOn2QDc
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É perceptível que a responsabilidade familiar ampliou-se ao longo da história, pois,
no passado, sua função oscilava apenas entre o trabalho e os princípios religiosos. Numa
dinâmica orgânica, tais transformações refletem o resultado de lutas e conquistas que têm
sua origem nos tempos mais remotos do século XXI. Na verdade, a família tem ocupado
papel central neste século, como se pode verificar no Art. 19 do ECA (1990), que prevê o
direito à convivência familiar:
Art. 19 – Toda criança ou adolescente tem direito a ser criado e educado no seio
da sua família e, excepcionalmente, em família substituta, assegurada a convivência
familiar e comunitária em ambiente livre da presença de pessoas dependentes de
substâncias de entorpecentes.
A análise, cuidadosa e crítica, dos aspectos legislativos permite observar que a função familiar
ainda se submete, mesmo que de forma inconsciente, aos princípios Estatais, desempenhando
também o papel de reprodutora do Estado. A liberdade e os ideais de solidariedade humana,
preconizados na LDB 9.394/96, servem de exemplo dos “ideais” do Estado, que também
interferem na educação familiar.
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Unidade: Instituições Sociais - Família, Escola e Comunidade
A educação escolar vincula-se ao crescimento contemporâneo, uma vez que age nos âmbitos
social, político e econômico; é realizada por uma escola em constante transformação que procura
respostas para as situações sociais, culturais e de mercado de trabalho. Nessa perspectiva, a
escola não é neutra, mas sim partidária de ideologias que vigoram na sociedade e no Estado.
De acordo com Paulo Freire (2002, p.124), “É impossível, na verdade, a neutralidade da
educação”. Para que a educação fosse neutra seria preciso que não houvesse discordância
nenhuma entre as pessoas com relação aos modos de vida individual e social, com relação ao
estilo político e aos valores a serem ensinados.
Submersa numa sociedade de direitos e deveres, a educação escolar, no Brasil, é baseada
nos seguintes princípios:
Muitos dos princípios que regem a LDB 9.394/96 reconhecem a escola como um espaço
de formação de cidadãos de uma sociedade plural e miscigenada como a do Brasil. Além
disso, também valorizam a democratização do ensino, prevendo, por lei, a igualdade de
condições para o acesso, permanência, gratuidade, gestão democrática e garantia do padrão
de qualidade para todos.
Assim como a LDB 9.394/96 assegura o direito à educação escolar, o ECA (1990) também
destaca, no Capítulo IV, que:
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Face às demandas e aos desafios colocados pela sociedade atual, as funções historicamente
delineadas para a escola modificaram-se e passaram a exigir novos olhares para a prática da
educação, o que implica rever conceitos e assumir posturas dialógicas e articuladas, determinando
novos acordos entre a escola, família e comunidade. Sabendo-se que há, ainda, um longo
caminho entre o escrito e o praticado, a lei pode ser considerada, neste caso, como o primeiro
passo rumo à concretização dos ideais de uma sociedade democrática.
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Unidade: Instituições Sociais - Família, Escola e Comunidade
Com uma política nacional de direitos humanos, a comunidade da qual fazemos parte
aperfeiçoou suas condições de cidadania, tornando-se protagonista política e social, numa
sociedade cada vez mais móvel e num mercado de trabalho cada vez mais globalizado, em
expansão e em constante transformação.
Vale destacar que a comunidade que está além dos muros da escola revela-se, atualmente,
mais consciente e capaz de participar da vida pública, mostrando-se preparada para o pleno
exercício da democracia, o que demonstra que, mais uma vez, tanto a escola quanto a família
necessitam de rever os seus papéis.
Em Síntese
Legislação
• Constituição Federal de 1988
• LDB 9.394/96
• ECA (1990)
Comunidade
• Cidadãos de direitos
• Democrática
• Complexa
Escola
• Para todos
• Articulada ao mundo do
trabalho e às práticas sociais
Familia
• Nucleo afetivo e plural
• Dever de educar
Glossário
Paideia: formação do homem através do contato orgânico com a cultura.
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Material Complementar
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Caro aluno, acessando os links abaixo, você terá a oportunidade de ler, na integra, em sites oficiais,
as leis apresentadas na Unidade I.
Lembre-se: em caso de dúvida não deixe de consultar o tutor!
LDB
https://goo.gl/oXee3
ECA
https://goo.gl/UdwKV
Constituição Federal
https://goo.gl/NyLnS1
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Unidade: Instituições Sociais - Família, Escola e Comunidade
Referências
BRASIL, Constituição Federal da República Federativa do Brasil. Promulgada
em 5 de outubro de 1988.
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Anotações
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www.cruzeirodosulvirtual.com.br
Campus Liberdade
Rua Galvão Bueno, 868
CEP 01506-000
São Paulo SP Brasil
Tel: (55 11) 3385-3000
Escola Família e
Comunidade
Material teórico
Escola, Família, Comunidade e os Direitos Fundamentais
Revisão Técnica:
Prof.ª Me. Denise Jarcovis Pianheri
Revisão Textual:
Profª. Esp Vera Lidia de Sa Cicaroni
Escola, Família, Comunidade e os
Direitos Fundamentais
Caro aluno,
Atenção
Para um bom aproveitamento do curso, leia o material teórico atentamente antes de realizar
as atividades. É importante também respeitar os prazos estabelecidos no cronograma.
Contextualização
Boa leitura!
É inegável que a História, como ciência, explica a atual condição humana. Afinal, a
organização da sociedade do século XXI é decorrência dos fatos passados.
Há, praticamente, dois séculos, a relação entre Estado e Sociedade tem dominado o
planeta. Essa relação tem se organizado numa identidade que, ao mesmo tempo, é territorial,
política, cultural, histórica, mística e religiosa. Em meio a essa relação complexa reside a
condição do homem que consiste em direitos civis, econômicos, sociais, culturais e
ambientais.
Para Edgar Morin (2002), a atual condição humana é resultado de uma sociedade
universal, que é, ao mesmo tempo, biológica e totalmente cultural. Nessa perspectiva, as
mobilizações mundiais em favor dos direitos da humanidade defendem o princípio da
identidade nacional, continental e planetária.
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Assista ao vídeo A ONU é seu Mundo e saiba mais sobre a Organização:
http://www.youtube.com/watch?v=Ln9NtMjmt-o
A Declaração Universal dos Direitos Humanos (1948) foi pensada para delinear os
direitos básicos dos cidadãos do mundo inteiro. Seus ideais foram construídos após a Segunda
Guerra Mundial, que terminou no ano de 1945. Sua elaboração contou com a participação de
mais de 50 representantes de diferentes países, e foi adotada e proclamada em 10 de
dezembro de 1948 pela resolução 217 A (III) da Assembleia Geral das Nações Unidas.
Embora não represente obrigatoriedade legal, o documento é a principal referência
sobre o assunto no mundo, pois pressupõe um ideal comum a ser atingido por todos os povos
e todas as nações, com o intuito de que os cidadãos e os órgãos sociais se esforcem, por
intermédio da educação, para valorizar e respeitar os direitos e a liberdade dos seres
humanos.
Informação
Que segundo o Guinness Book of World Records, a Declaração Universal dos Direitos Humanos é
o documento traduzido para o maior número de línguas?
Em Dezembro de 2012, o site oficial da Declaração Universal dos Direitos Humanos informou a
existência de 403 traduções disponíveis!
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Assista ao vídeo produzido em Portugal que sintetiza os 30 artigos apresentados na Declaração
Universal dos Direitos Humanos (1948):
https://www.youtube.com/watch?v=cs5-rbwUGQQ
No Artigo 16, no Item 3, a Declaração Universal dos Direitos Humanos (1948) adverte
que “A família é o núcleo natural e fundamental da sociedade e tem direito à proteção da
sociedade e do Estado”.
Ao conceber a família como núcleo natural e fundamental da sociedade, o documento
revela a concepção familiar da Era Contemporânea. No contexto contemporâneo, a família é
considerada a primeira instituição natural responsável pela formação integral do seu membro,
o que incluí os fatores biológicos, sociais e psíquicos.
Todo ser humano tem direito à instrução. A instrução será gratuita, pelo menos nos
graus elementares e fundamentais. A instrução elementar será obrigatória. A instrução
técnico-profissional será acessível a todos, bem como a instrução superior, está
baseada no mérito.
Essa asserção de que “Todo o ser humano tem direito à instrução” deixa nítida a
superação de educação elitista e seletiva que vigorava nas eras anteriores e propõe a oferta
democrática do ensino. Observa-se que a Educação, no século XXI, é pautada no princípio de
igualdade.
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Para saber mais sobre a Declaração de Jomtien, acesse o site oficial da representante da
UNESCO no Brasil:
http://unesdoc.unesco.org/images/0008/000862/086291por.pdf
No entanto não se deve supor que vivemos numa sociedade plena de direitos, pois o
Item 1, do Artigo 29, determina que “Todo ser humano tem deveres para com a comunidade,
na qual o livre e pleno desenvolvimento de sua personalidade é possível”.
Sintetizando:
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Confira a reportagem que retrata as contestações da sociedade civil ao PNDH-3 (2009):
https://www.youtube.com/watch?v=E8vThYlrSms
O PNDH-3 (2009) está organizado em Eixos Orientadores:
Eixo I – Interação Democrática entre Estado e sociedade civil.
Eixo II – Desenvolvimento e Direitos Humanos.
Eixo III – Universalização dos Direitos em um Contexto de Desigualdades.
Eixo IV – Segurança Pública, Acesso à Justiça e Combate à Violência.
Eixo V – Educação e Cultura em Direitos Humanos.
Eixo VI – Direito à Memória e à Verdade.
O Eixo III, que versa sobre a universalização dos direitos humanos em contextos de
desigualdades, aponta como objetivo estratégico o acesso à educação de qualidade e garantia
de permanência na escola. Para tanto, são apresentadas ações programáticas, como:
É importante destacar que, mais do que um rol de assuntos que devem ser
obrigatoriamente incluídos nos currículos das escolas, a exigência de acolhimento, respeito e
tolerância traz, em seu bojo, o desvelamento das diferenças entre grupos humanos, isto é, o
reconhecimento da formação multirracial do nosso país, questão que, se não for tratada com
seriedade por escolas, famílias e comunidades, pode se converter em situações de racismo,
preconceito e discriminação, que, por sua vez, interferem negativamente na formação do
sujeito.
Um exemplo dessa ação são as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das
Relações Étnico-raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana (2004).
O documento institui que não se pode estabelecer uma disciplina para tratar da temática das
relações étnico-raciais, mas que, antes de ser um conteúdo trabalhado isoladamente em datas
comemorativas, deve ser vivenciado cotidianamente nas relações escolares e comunitárias.
Incluir, nos currículos das escolas brasileiras, a educação das relações étnico-raciais
implica dar visibilidade a aspectos relativos à história da África, à cultura afro-brasileira,
africana e indígena, à presença de personalidades negras na história do Brasil, à contribuição
dos povos africanos à humanidade, dentre outros e divulgá-los nas instituições educacionais.
Contudo, para além de temas a serem tratados nos currículos, tem-se lutado para que
posturas e atitudes racistas e discriminatórias sejam inaceitáveis e amplamente combatidas no
ambiente escolar.
Sendo impossível desconsiderar o professor numa nova implementação de diretriz
curricular, a ação programática (b) do Eixo V do PNDH-3 (2009) apresenta necessidade de:
Vemos que se exige dos profissionais da educação uma postura de reconhecimento dos
direitos humanos. No entanto essa construção não ocorre no isolamento, mas sim como
construção coletiva que envolve desde o sistema macro de ensino até o ambiente escolar
propriamente dito, a escola.
Com a preocupação de estabelecer uma política de direitos nas escolas, vários estatutos
e documentos foram elaborados, entre os quais o Estatuto da Criança e do Adolescente (1990)
e o documento denominado “Critérios para um Atendimento em Creches que Respeite os
Direitos Fundamentais das Crianças”, expedido em 1995 e reeditado pelo MEC em 2009.
http://www.cartadaterrabrasil.org/prt/index.html
A Carta da Terra também possui uma versão infantil, elaborada para que os Direitos
Universais possam ser trabalhados desde a infância.
http://earthcharter.org/invent/images/uploads/Carta%20da%20Terra.pdf
http://new.netica.org.br/prevencao/cartilha/plano-educdh.pdf
Referências
UNESCO – Declaração Universal dos Direitos Humanos. ONU– Brasília, DF, 1998.
Anotações
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Escola, Família e
Comunidade
Material teórico
Escola, Família e Comunidade: conceitos e relações
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Revisão Textual:
Profª. Esp. Vera Lidia de Sa Cicaroni
Escola, Família e Comunidade:
conceitos e relações
Atenção
Para um bom aproveitamento do curso, leia o material teórico atentamente antes de realizar
as atividades. É importante também respeitar os prazos estabelecidos no cronograma.
Contextualização
Uma escola sem muros e sem violência no coração de uma das maiores favelas no Brasil.
Você consegue imaginar?!
Uma série especial sobre educação, exibida por uma emissora de televisão brasileira, mostra o
exemplo de uma comunidade que transformou as relações pessoais e interpessoais na escola,
usando um econômico e interessante caminho: o poder da palavra.
Para darmos início à unidade III, assista à reportagem “Escola transforma relação em diálogo”,
que mostra como a instituição escolar pode se constituir num espaço harmonioso e amistoso a
partir das relações estabelecidas com a comunidade.
Material Teórico
Durante a leitura, aproveite para registrar os aspectos que achar mais importantes e as dúvidas
que surgirem.
Boa leitura!
Introdução
Atualmente, as escolas têm se mobilizado para construir, num ambiente democrático e
participativo, a sua verdadeira identidade e autonomia. Essa preocupação pode ser
considerada como um reflexo do desenvolvimento da educação no Brasil, marcado, na
década de 1990, pela democratização do ensino.
Estudos revelam que, nas últimas décadas, o Brasil alcançou um aumento significativo
de matrículas em todos os níveis de ensino da Educação Básica. Nesse cenário, o Ensino
Fundamental apresenta-se como uma conquista histórica em resposta aos amplos movimentos
e investimentos realizados em favor da democratização do acesso à educação.
Os resultados dos últimos 50 anos indicam que, em 1960, apenas 9,1% dos alunos
ingressantes no Ensino Fundamental concluíam a oitava série, e que, em 2001, houve um
crescimento que elevou esse número para 62%. Na luta pela democratização da educação
pública brasileira, os números apontam que os avanços foram significativos.
Paulo Freire (2002, p.25), ao dizer que “ensinar não é transferir conhecimento, mas
criar as possibilidades para a sua produção ou a sua construção”, revela a educação como um
processo de desenvolvimento humano e mostra, ainda, que a compreensão de educação
exige a consciência do inacabamento.
Para Cortella (1998), não nascemos prontos e, como seres inconclusos, transformamo-
nos pelo processo de educação, ao qual somos submetidos ao longo da nossa trajetória de
vida.
Não há docência sem discência, as duas explicam seus sujeitos, apesar das
diferenças que os conotam, não se reduzem à condição de objetivo, um do
outro. Quem ensina aprende ao ensinar e quem aprende ensina ao aprender
(FREIRE, 2002, p.25).
Ao construir o seu projeto pedagógico com base na realidade de seus alunos e assumir
responsabilidades administrativas, a autora aponta-nos um conceito presente nas escolas de
hoje, a gestão democrática.
De acordo com Veiga (2003), a gestão democrática pode ser definida como:
Tendo por base tais dispositivos legais e constitucionais, podemos afirmar que é
impossível falar sobre a função e a dinâmica da escola, sem, ao menos, compreendermos o
que de fato é a gestão democrática.
Os autores Apple e Beane (1997) apresentam uma visão que transcende a gestão
democrática para uma comunidade democrática na escola:
https://www.youtube.com/watch?v=f0J4eVJ2uTA
De acordo com Freire (2002), tornar-se contemporâneo de seu tempo é uma das
principais contribuições que a educação pode oferecer aos seus alunos. Por isso, de nada
adianta posicionar-se com saudosismo frente à educação do passado, postura que pouco
contribui e dialoga com as urgências e demandas do tempo histórico em que estamos
inseridos.
Formar para a cidadania compreende uma reunião de conhecimentos, sistematizados e
articulados às práticas, costumes, crenças e valores que estão na base da vida cotidiana e que,
articulados ao saber escolar, podem e devem constituir o currículo da escola.
De acordo com Gadotti (2009), o movimento da educação cidadã foi paralelo ao
processo de democratização do ensino que ocorreu em meados de 1980 e na década de
1990. Seu início é decorrente da gestão democrática, sendo incorporadas outras
preocupações geradas pelas próprias relações sociais fadadas à violência e à deterioração dos
direitos humanos. Para o autor, cidadania é, essencialmente, a consciência de direitos e
deveres e o exercício da democracia. Afinal, não há cidadania sem democracia.
Segundo Gadotti (2009), a cidadania compreende a participação e o pertencimento.
Essa apropriação só é possível se a própria escola criar mecanismos, como Gestão
Participativa, Reunião de Colegiados, Grêmios, entre outros, que possam ser estruturados e
decididos pela comunidade escolar. O intuito desses movimentos é levar para dentro da
escola os interesses e as necessidades da população.
Dessa forma, a educação para os direitos humanos e a cidadania democrática surge,
inicialmente, na educação não formal, como prática de educação popular, constituindo-se
como estratégia de mobilização, organização e formação de uma cultura cidadã na construção
de sujeitos históricos em processos de lutas pelas conquistas dos seus direitos civis, políticos,
econômicos, sociais e culturais.
Nesse sentido, é possível afirmar que a educação em direitos humanos foi substituindo
o que, nas décadas de 70 e 80, era chamado de “educação popular” ou “educação
libertadora”, tendo como idealizador Paulo Freire.
https://www.youtube.com/watch?v=pG1DGaMfpTw
É indiscutível o legado deixado por Freire, parte do qual se refere à educação
popular. A teoria de Paulo Freire destaca-se por comprometer-se com a dimensão social e
política e, principalmente, por seus ideais pedagógicos terem um forte componente ético
derespeito ao aluno.
É por essa e por outras contribuições que Paulo Freire tem sido mencionado como o
Pai da Pedagogia no Brasil e reconhecido, mundialmente, por seu trabalho ético e
comprometido com a educação para e pela cidadania, conceitos esses indispensáveis para
que a escola reconstrua o seu papel social.
A partir do conteúdo apresentado, conclui-se que buscar uma nova organização para a
escola, pautada na gestão democrática e cidadã, é uma ousadia e um tremendo desafio para
gestores, educadores, pais, alunos, funcionários e a comunidade em geral. No entanto, não
podemos dizer que esse processo de readequação do papel da escola às necessidades de uma
nova educação seja uma tarefa impossível, se, de fato, acreditamos na função da escola de
hoje.
Sintetizando:
Princípios:
ESCOLA GESTÃO
Desenvolvimento DEMOCRÁTICA
Humano
Direitos Humanos
Projeto Pedagógico
Participação
Pertencimento
Integração Escola,
Família e Comunidade.
CIDADANIA
O ponto que nos interessa reforçar é que a escola não tem mais possibilidade
de ser dirigida de cima para baixo na ótica do poder centralizador que dita as
normas e exerce o controle técnico burocrático. A luta da escola é para a
descentralização em busca de sua autonomia e qualidade.
É preciso ter consciência de que, por muito tempo, a dominação no interior da escola
efetivou-se a partir das relações de poder expressas nas práticas autoritárias e conservadoras
dos diferentes profissionais bem como por meio das formas de controle existentes na
organização escolar.
Quando se busca uma nova dinâmica para a escola, é preciso analisar, primeiramente,
como as relações acontecem dentro dela. Sendo a escola uma instituição social que reflete, no
seu interior, as determinações e contradições da sociedade, atitudes violentas,
preconceituosas, intolerantes à diversidade cultural são exemplos dos reflexos sociais que
adentram os muros da escola. Isso mostra que repensar as relações de poder implica pensar as
relações legítimas dessa mesma sociedade.
Para garantir a relação amistosa entre escola e família, é preciso considerar que o
processo educativo, em si, compreende, principalmente, a relação da aprendizagem dos
alunos com a sua vida e com a sua comunidade local. Por isso é importante que, nas práticas
cotidianas da escola, sejam considerados e tolerados os costumes, as crenças e os valores que
estão na base diária.
https://www.youtube.com/watch?v=-XFGLzT7R1Y
A perspectiva dialógica de Freire (2002) sustenta que o direito da palavra não é de um
ou de outro, mas sim é direito de todos os homens. Reconhecida a instituição escolar como
gestora da sua própria prática educativa, é importante que a escola se firme como um corpo
que se desenvolve a partir de um movimento dialógico que convida a todos para participar e
transformar o mundo vivido e compartilhado.
Se, por um lado, a escola precisa criar mecanismos para que a comunidade, de fato,
pertença à instituição, por outro, as famílias também precisam compreender e reconhecer a
sua função nessa relação, que é muito mais do que estar presente; acima de tudo, é participar
efetivamente da construção da escola a que pertence.
Sintetizando
ESCOLA FAMÍLIA
Rever relações de
poder
Diálogo
Cidadania
Realidade local
Participação
COMUNIDAD
E
Neste espaço, você terá acesso a conteúdos complementares ao material da unidade III.
Aproveite para aprofundar e sistematizar os conhecimentos acerca da gestão democrática e
educação cidadã.
Bom estudo e até a próxima unidade!
Escola do Rio transforma sala de aula num lugar mais interessante para
reduzir abandono.
Disponível em: https://goo.gl/ZlQXAP
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Escola, Família e
Comunidade
Material teórico
Relações, Espaços e Tempos: implicações no processo educativo
Revisão Técnica:
Prof.ª Me. Denise Jarcovis Pianheri
Revisão Textual:
Prof.ª Esp. Vera Lidia de Sa Cicaroni
Relações, Espaços e Tempos:
implicações no processo
Caro aluno,
Atenção
Para um bom aproveitamento do curso, leia o material teórico atentamente antes de realizar
as atividades. É importante também respeitar os prazos estabelecidos no cronograma.
Contextualização
Leia o trecho de um texto bastante curioso, de 1922, que mostra os ideais disciplinares da
instituição escolar da época.
Recomendações Disciplinares
Texto adaptado do livro Indisciplina na Escola de Julio Groppa Aquino (1996, p.42).
Boa leitura!
Introdução
É evidente que a escola de hoje é produto de transformações históricas e sociais. A
organização disciplinar por meio do castigo e controle, como forma de modelar o
comportamento humano, marcou, significativamente, o desenvolvimento da escola como
instituição formativa.
Para Aquino (2007, p.9), “a disciplina dedica-se ao assujeitamento dos corpos dos
indivíduos nas instituições”.
Vejamos um trecho de um texto bastante curioso de 1922, apresentado por Aquino
(1996, p.42) e intitulado “Recomendações Disciplinares”:
Não há crenças refratárias à disciplina, mas somente alunos não disciplinados. A disciplina é um fator
essencial do aproveitamento dos alunos e indispensável ao homem civilizado. Mantém a disciplina,
mais do que o rigor, a força moral do mestre e o seu cuidado em trazer constantemente as crianças
interessadas em algum assunto útil.
Os alunos devem se apresentar na escola minutos antes das 10 horas, conservando-se em ordem no
corredor da entrada, para daí descerem ao pátio onde entoarão o cântico.
Formados dois a dois dirigir-se-ão depois às suas classes acompanhadas das respectivas professoras,
que exigirão que se conservem em silêncio e entrem nas salas com calma, sem deslocar as carteiras.
Deverão andar sempre sem arrastar os pés, convindo que o façam em terça, evitando assim o balançar
dos braços e movimentos desordenados do corpo. (...)
Para Aquino (1996), muitos educadores concebem essa descrição de cotidiano escolar
com certo saudosismo, como um modelo de educação muito almejado.
No caso do ensino público, tal mentalidade mostra suas feições quando, por
exemplo, insiste-se em enaltecer uma época tão remota em que “os
professores eram respeitados e só frequentava escola quem sabia dar valor a
ela” – chavão repetido por 9,9 entre 10 cidadãos brasileiros, sendo eles ligados
profissionalmente ao campo pedagógico ou não (AQUINO, 2007, p.21).
Conforme Aquino (1996, p.43), “O professor não era só aquele que sabia mais, mas
que podia mais, porque estava mais próximo da lei, afiliado a ela”.
A disciplina então imposta pela época ocorria por meio do castigo, medo, coação e
subserviência, principalmente à figura do professor.
De acordo com Taille (1996, p.10):
O tema disciplina pode nos levar mais longe ainda: discutir a própria natureza
humana. Para o filósofo Kant, por exemplo, a disciplina é condição necessária
para arrancar o homem de sua condição natural selvagem. Não se trata,
portanto, apenas de “bons modos”: trata-se de educar o homem para ser
homem, redimi-lo da sua condição animal.
Permanecer parado e quieto na cadeira escolar tornou-se, por muito tempo, necessário
não só para possibilitar o bom funcionamento da escola, mas, principalmente, para ensinar a
criança a controlar os seus impulsos e afetos. Sobre o controle disciplinar na escola, Aquino
(2007) faz referência à instituição como um dispositivo biopolítico, ou seja, que regula os
fenômenos biológicos e políticos ligados à população.
A partir de uma análise crítica acerca da organização dos tempos e ritmos da escola,
Freitas (2004, p. 1) destaca:
Segundo o autor, o sistema seriado por décadas foi utilizado pela escola para classificar
os alunos e organizá-los com base em seus conhecimentos e competências. No entanto, esta
organização sempre esteve intimamente relacionada a uma ordem política e pedagógica
capitalista.
Por outro lado, a organização do ensino por ciclo, coerente aos princípios progressistas
e aos pressupostos de Paulo Freire, diz respeito a um mecanismo de permanência dos
estudantes na escola, com o objetivo de reduzir o índice de evasão e retenção presentes no
regime seriado. Ao ciclo estão agregados a compreensão dos tempos de aprendizagem e o
processo de desenvolvimento das crianças e dos adolescentes.
http://27reuniao.anped.org.br/diversos/te_luiz_carlos_freitas.pdf
Vale ressaltar que é impossível falar sobre espaço e tempo na escola sem
compreendermos como os alunos são organizados e enturmados nos diferentes períodos da
educação básica. Portanto, adiante, apresenta-se como essa organização temporal e espacial
pode acontecer na prática, já que o texto de Freitas (2004) aborda, com detalhes, os regimes
de séries e ciclos adotados, historicamente, por nosso sistema brasileiro.
Conforme explicitado por Freitas (2004), algumas decisões foram implantadas há tanto
tempo na história da escola que já não nos damos o trabalho de examiná-las com criticidade
e, muitas vezes, com rigor pedagógico.
É muito comum, nas escolas, a ausência dos alunos na composição dos diferentes
espaços, salas, corredores, bibliotecas, pátio etc. Em outros momentos, também nos
deparamos com uma organização do espaço dirigida estritamente para o público adulto, como
materiais e trabalhos expostos numa altura imprópria para a criança, o que impede a
exploração do espaço com mais intensidade e entusiasmo.
O Parecer CNE/CEB n. 20/2009 faz uma revisão das Diretrizes Curriculares Nacionais
para a Educação Infantil e, assim, refere-se ao importante papel do professor na organização
do tempo e do espaço nas instituições, em especial de Educação Infantil:
A professora e o professor necessitam articular condições de organização dos
espaços, tempos, materiais e das interações nas atividades para que as
crianças possam expressar sua imaginação nos gestos, no corpo, na oralidade
e/ou na língua de sinais, no faz de conta, no desenho e em suas primeiras
tentativas de escrita. A criança deve ter possibilidade de fazer deslocamentos e
movimentos amplos nos espaços internos e externos às salas de referência das
classes e à instituição, envolver-se em explorações e brincadeiras com objetos
e materiais diversificados que contemplem as particularidades das diferentes
idades, as condições específicas das crianças com deficiência, transtornos
globais do desenvolvimento e altas habilidades/superdotação, e as
diversidades sociais, culturais, étnico-raciais e linguísticas das crianças, famílias
e comunidade regional (BRASIL, 2009, p. 14).
Nossas rotinas são flexíveis para garantir às crianças o tempo para as brincadeiras livres?
Quando ela está envolvida nesse tipo de atividade ela toma decisões, faz escolhas, admite
consensos com o (a) professor (a), vivenciando situações essenciais a uma formação cidadã?
Quando está em grupo, aprende a dividir, a ouvir e a aceitar visões de mundo diferentes da
sua? E o planejamento diário? O chamado plano do dia, situação em que a criança tem
oportunidade de saber, participar e dar opiniões sobre o que vai acontecer naquele dia,
aprendendo a lidar com suas ansiedades e expectativas, está garantido?
A nova perspectiva atribuída à educação busca superar a ideia de que o aluno precisa
adaptar-se e/ou ajustar-se às exigências de organização da escola. Pelo contrário, a
organização está intimamente ligada à concepção de infância como uma fase de
desenvolvimento humano que requer uma composição de um ambiente próprio para atender
às suas particularidades e não à de um adulto em miniatura.
Sintetizando:
ESCOLA
ESPAÇO TEMPO
Embora diferentes entre si, aluno e professor estão envolvidos num mesmo processo,
em que um existe em detrimento do outro. Sendo assim, é preciso que a relação entre ambos
seja construída de forma colaborativa e dialógica, em que todos se constituem como sujeitos
aprendentes e ensinantes, conforme é apresentado no documento RECEI (2011).
Quando entro em uma sala de aula devo estar sendo um ser aberto a
indagações, à curiosidade, às perguntas dos alunos, a suas inibições; um ser
crítico e inquiridor, inquieto em face da tarefa que tenho – a de ensinar e não
a de transferir conhecimento.
Por outro lado devemos reconhecer que o professor não pode eximir-se da sua tarefa
educativa. A prática escolar cotidiana deve dar condições para que as crianças não somente
conheçam as expectativas em relação a elas, como, por exemplo, que apresentem atitudes de
solidariedade, respeito e cooperação, mas também que construam e interiorizem esses valores
de forma consciente e conhecedora dos “porquês”. Mais do que obedecerem a com regras
estabelecidas e conformarem-se com elas, os alunos precisam ter a oportunidade de conhecer
as intenções que as originaram.
(...) somente resta à escola uma solução: lembrar e fazer lembrar em alto e
bom tom, a seus alunos e à sociedade como um todo, que sua finalidade
principal é a preparação para o exercício da cidadania. E, para ser cidadão,
são necessários sólidos conhecimentos, memória, respeito pelo espaço
público, um conjunto mínimo de normas de relações interpessoais, e diálogo
franco entre olhares éticos. Não há democracia se houver completo desprezo
pela opinião pública.
Sintetizando
PROFESSOR ALUNO
Neste espaço, você terá acesso a conteúdo complementares ao material da unidade IV.
Aproveite para aprofundar e sistematizar os conhecimentos acerca dos conteúdos teóricos.
Bom estudo e até a próxima unidade!
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