Atividades Práticas em Biologia Celular
Atividades Práticas em Biologia Celular
Atividades Práticas em Biologia Celular
Conselho Editorial
Presidente do Conselho Editorial: João Luis Pereira Ourique
Representantes das Ciências Agronômicas: Guilherme Albuquerque de Oliveira Cavalcanti (TITULAR), Cesar Valmor Rombaldi e Fabrício de Vargas
Arigony Braga
Representantes da Área das Ciências Exatas e da Terra: Adelir José Strieder (TITULAR), Juliana Pertille da Silva e Daniela Buske
Representantes da Área das Ciências Biológicas: Marla Piumbini Rocha (TITULAR), Rosangela Ferreira Rodrigues e Raquel Ludke
Representantes da Área das Engenharias e Computação: Darci Alberto Gatto (TITULAR) e Rafael Beltrame
Representantes da Área das Ciências da Saúde: Claiton Leoneti Lencina (TITULAR) e Giovanni Felipe Ernst Frizzo
Representantes da Área das Ciências Sociais Aplicadas: Célia Helena Castro Gonsales (TITULAR) e Sylvio Arnoldo Dick Jantzen
Representante da Área das Ciências Humanas: Charles Pereira Pennaforte (TITULAR), Edgar Gandra e Guilherme Camargo Massaú
Representantes da Área das Linguagens e Artes: Josias Pereira da Silva (TITULAR) e Maristani Polidori Zamperetti
ATIVIDADES PRÁTICAS EM
Biologia Celular
Direção
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Editor-Chefe
Seção de Pré-Produção
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Administrativo
Filiada à A.B.E.U.
Seção de Produção
Rua Benjamin Constant, 1071 - Porto
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Revisão
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(Bolsista/Estagiário)
Criação/Edição
Seção de Pós-Produção
Morgana Riva
Assessoria
Madelon Schimmelpfennig Lopes
Administrativo
Revisão
Anelise Heidrich
Catalogação na Publicação:
Bibliotecária Kênia Bernini – CRB-10/920
15,4 KB ; PDF
Disponível em : http://guaiaca.ufpel.edu.br/handle/prefix/4154
ISBN: 978-85-517-0020-4
CDD 574.87
ATIVIDADES PRÁTICAS EM
Biologia Celular
Marla Piumbini Rocha
Edison Zefa
Rosangela Ferreira Rodrigues
João Paulo Teló Timm
Marcelo Silva Barcellos
Pelotas, 2018
Sumário
APRESENTAÇÃO 11
CAPÍTULO 1 13
CARACTERÍSTICAS GERAIS DAS CÉLULAS
Histórico 13
Tipos de células 14
As células eucariotas 16
Formas, tamanho e cor 20
Vida e morte da célula 22
Origem e evolução das células 22
CAPÍTULO 2 27
TÉCNICAS DE MICROSCOPIAS PARA ESTUDO DAS CÉLULAS
Microscopia de luz ou óptica 27
Funcionamento básico do microscópio óptico 28
Microscopia de contraste de fase 29
Microscopia de fluorescência 30
Microscopia eletrônica de transmissão 30
Microscopia eletrônica de varredura 32
CAPÍTULO 3 37
METODOLOGIAS PARA ESTUDO DAS CÉLULAS
Lâmina permanente com microtomia 37
Lâmina temporária sem microtomia 40
Espalhamento 40
Esfregaço 40
Distensão 41
Esmagamento 41
Preparo a fresco 41
CAPÍTULO 4 49
BIOMACROMOLÉCULAS E CITOQUÍMICA
Água 49
Açúcares 50
Lipídios 50
Proteínas 51
Ácidos nucléicos 52
Evidenciação das biomacromoléculas - citoquímica 53
CAPÍTULO 5 61
BIOMEMBRANAS
Constituição química 61
Junções celulares 64
Especializações de membrana 65
CAPÍTULO 6 71
TRANSPORTE VIA BIOMEMBRANAS
Transporte em pequena quantidade 72
Transporte em grande quantidade 73
Osmose 74
CAPÍTULO 7 83
CITOPLASMA
Inclusões e vesículas 83
Citoesqueleto 84
Microfilamentos de actina 85
Filamentos Intermediários 86
Microtúbulos 87
CAPÍTULO 8 95
SISTEMA DE ENDOMEMBRANAS
Retículo endoplasmático 95
Complexo de Golgi 97
Lisossomos 99
Características gerais do processo de tradução 100
CAPÍTULO 9 105
ASPECTOS GERAIS DO NÚCLEO
Número, forma e localização do núcleo 105
Constituição 107
Envoltório Nuclear 107
Nucléolo 109
Material genético da célula 110
Cromossomos metafásicos 112
Cromossomos gigantes 114
CAPÍTULO 10 119
CICLO CELULAR MITÓTICO E MEIOSE
Intérfase 119
Mitose 120
Meiose 122
CAPÍTULO 11 131
ORGANELAS E O METABOLISMO ENERGÉTICO DA CÉLULA
Mitocôndria 131
Cloroplastos 133
Peroxissomo 135
Produção de energia na mitocôndria 136
Respiração Aeróbica 137
Ciclo de Krebs (ciclo do ácido cítrico ou ciclo dos ácidos tricarboxílicos) 138
Fosforilação oxidativa 138
Produção de energia no cloroplasto 139
Fase clara ou fotoquímica - reações fotodependentes 140
Reações fotoindependentes (química ou fase escura ou ciclo de Calvin-Benson) 141
Resumo da fotossíntese 141
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 144
ÍNDICE REMISSIVO 145
CRÉDITOS DAS FIGURAS 147
Quero agradecer a todos os professores que se fizeram presentes na
minha vida, desde a professora Vera, do Jardim da Infância em
Guarapari, até minha orientadora de doutorado, Silvia Pompolo.
Também agradeço a todos os alunos que me ajudaram nessa feliz
caminhada da docência e me inspiraram para a realização desse livro.
Marla Piumbini Rocha
ATIVIDADES PRÁTICAS EM BIOLOGIA CELULAR
APRESENTAÇÃO
Capítulo 1
Características gerais das células
Flagelo de
Membrana procarioto
Existem dois grandes grupos de célu- plasmática
las: procariota e eucariota. Uma diferença
entre elas se refere à complexidade estrutu- Parede
celular
ral. Enquanto nas células procariotas existe
apenas uma membrana que envolve o cito-
plasma (Figura 2), nas células eucariotas
Figura 2 – Célula
existe um sistema de endomembranas que procariota.
forma as organelas (Figura 3).
Vacúolo
Cloroplasto
Mitocôndria
Retículo endoplasmático liso
Membrana plasmática
Parede celular
Complexo de Golgi
Figura 3 – Célula
eucariota vegetal.
ATIVIDADES PRÁTICAS EM BIOLOGIA CELULAR -
Características gerais das células 15
Tabela 1 – Comparação entre Ribossomos Livres no citoplasma Livres no citoplasma e/ou aderidos ao Retículo
eucariotos e procariotos Endoplasmático e à membrana externa do
envoltório nuclear
4 PROCARIOTO
UNICELULAR
AUTOTRÓFICO HETEROTRÓFICO
Ex.: Cianobactérias Ex.: Bactérias
EUCARIOTO
UNICELULAR MULTICELULAR
Figura 4 – Diagrama da
AUTOTRÓFICO HETEROTRÓFICO AUTOTRÓFICO HETEROTRÓFICO
Ex.: Algas Ex.: Esponjas Ex.: Plantas Ex.: Animais
diversidade de seres
Fungos vivos conforme as
características celulares.
As células eucariotas
Organelas e citosol 5
As células eucariotas apresentam di-
versas organelas, sendo que cada uma
exerce funções específicas, gerando um
produto que poderá ser utilizado por uma
segunda organela e assim sucessivamente. Figura 5 – Esfregaço
Vamos começar pela maior organela da cé- sanguíneo mostrando
um monócito (seta) e
lula animal, o núcleo.
hemácias (asterisco).
O núcleo é facilmente visto no micros- Escala: 5µm
cópio óptico, por exemplo, na figura 5 pode-
se observar o núcleo de um monócito (seta) 6 EN
com formato de rim (reniforme). No esque-
ma da figura 6 observa-se que esta orga-
nela é delimitada pelo envoltório nuclear, Nu P
composto por duas membranas e apresenta CN Figura 6 – Núcleo-
poros nucleares por toda a sua extensão. No envoltório nuclear
(EN), poros nucleares
interior do núcleo se encontra o nucléolo, a
(seta), nucléolo (Nu),
cromatina e o nucleoplasma. nucleoplasma (CN) com a
cromatina dispersa.
ATIVIDADES PRÁTICAS EM BIOLOGIA CELULAR -
Características gerais das células 17
8 9 10
Figura 9 – Complexo de
Golgi – Cisterna Cis (CC),
Cisterna Média (CM) e
Cisterna Trans (CT).
Figura 10 – Lisossomo.
18 - ATIVIDADES PRÁTICAS EM BIOLOGIA CELULAR
Características gerais das células
Figura 11 – Mitocôndria –
11 12 13 membrana externa (ME),
membrana interna (MI),
DNA e ribossomos (RB).
RB DNA
DNA Figura 12 – Célula
vegetal sem coloração
RB evidenciando os
MI
ME cloroplastos. Escala: 10µm
T ME
MI Figura 13 – Cloroplasto –
Membrana externa (ME),
Membrana Interna (MI),
Tilacóides (T), DNA e
Ribossomos (RB).
ATIVIDADES PRÁTICAS EM BIOLOGIA CELULAR -
Características gerais das células 19
para os movimentos das organelas e para o são celular, com a participação do centríolo
direcionamento do tráfego de vesículas en- (Figura 14).
tre elas. Também é importante para a divi- O citoesqueleto é formado por vários
elementos, entre eles os microtúbulos, fi-
lamentos intermediários e microfilamentos
14 de actina.
Matriz extracelular Tipo especializado (parede celular), rígida Presente, não rígida
17
Figura 17 – Comparação
entre as formas das
células: A) célula cúbica
(cabeça de seta) e célula
pavimentosa (seta) do
rim; B) Célula prismática
da vesícula biliar (seta);
C) Célula com formato
irregular do linfonodo
(seta). Escala: 10µm
ATIVIDADES PRÁTICAS EM BIOLOGIA CELULAR -
Características gerais das células 21
cúbica (Figura 17 A), a pavimentosa (Figura Algumas células modificam seu forma-
17A) presentes no rim e a célula cilíndrica to durante o seu tempo de vida, como por
da vesícula biliar (Figura 17 B). No entanto, exemplo, as células epiteliais do esôfago.
outras células apresentam forma irregular, Na camada basal as células são altas, à me-
como a célula reticular que é rica em pro- dida que elas vão se diferenciando, tornam-
longamentos citoplasmáticos (Figura 17 C). se achatadas ou pavimentosas (Figura 18).
Algumas células não apresentam um
formato permanente pelo fato de exercerem
movimentos, como por exemplo, os monó-
18
citos e outras células de defesa. Eles são
produzidos na medula óssea, transportados
pela circulação sanguínea, atravessam por
diapedese os vasos e alcançam os tecidos,
onde se diferenciam em macrófagos (Figura
19).
É importante ressaltar que, apesar das
células dos organismos sexuados serem tão
diferentes entre si, todas têm origem a par-
tir de uma única célula, o zigoto. Isso signifi-
Figura 18 – Epitélio do
esôfago evidenciando
ca que possuem o mesmo material genético
as diferentes formas em seu núcleo. As diferenças estruturais e
das células conforme o funcionais ocorrem devido à expressão gê-
estágio de diferenciação. nica diferenciada entre as células.
Escala: 10µm
Outra característica das células é quan-
to ao seu tamanho, a maioria das células
não é visível a olho nu, a menor dimensão
19
possível de ser enxergada com vista desar-
mada é de 200 µm e as células têm cerca de
5 a 20 µm. Contudo, algumas células alcan-
çam dimensões maiores, como por exem-
Figura 19 – Macrófago. plo, alguns óvulos de aves e de anfíbios (1
Escala: 5µm mm).
Além da questão do tamanho, outro fa-
tor que dificulta a visualização das células
20 é a cor. É difícil diferenciar a célula do meio
que a contém, pois a maioria não possui pig-
mentos e os componentes celulares apre-
sentam índices de refração próximos entre
Figura 20 – Célula da si (Figura 20).
mucosa oral sem corar e
analisada em microscopia
óptica. Escala: 5µm
22 - ATIVIDADES PRÁTICAS EM BIOLOGIA CELULAR
Características gerais das células
da vida foi a formação de moléculas com ca- ginaram-se as primeiras células vivas, que
pacidade de criar cópias de si mesma, pro- foram semelhantes aos atuais procariotos
vavelmente moléculas semelhantes ao RNA heterotróficos anaeróbicos.
(replicadores). Porém a replicação desse A partir do aparecimento de pigmentos
tipo de molécula nem sempre era fiel, o que semelhantes à clorofila, que são capazes
levou a evolução das moléculas e conse- de transformar energia solar em energia
quentemente a variabilidade. Acredita que a química, surgiram as células autotróficas.
molécula de DNA surgiu a partir da polime- Desse evento dependeu a manutenção da
rização de nucleotídeos sobre um molde de vida na terra, pois o estoque de compostos
RNA. Esse DNA, assim como o RNA deter- de carbonos, utilizados pelas células ances-
minavam a estrutura das proteínas, assim trais como alimento, era limitado. O oxigê-
como ocorre atualmente. nio liberado formou a camada de ozônio que
As condições na Terra não favoreciam protegeu a terra da radiação ultravioleta e
a perpetuação dos replicadores e eles só permitiu a evolução de células aeróbicas. Os
conseguiram se manter nesse ambiente seres anaeróbicos ficaram então restritos
inóspito porque houve o desenvolvimento aos ambientes sem oxigênio.
de um revestimento protetor, a membrana Os eucariotos evoluíram de procariotos
plasmática. Atualmente poderíamos con- a partir de invaginações da membrana plas-
siderar o RNA como os replicadores e a mática, formando algumas organelas, como
membrana como a sua máquina de sobre- o núcleo, o retículo endoplasmático rugoso
vivência. Considera-se que nesse ponto ori- e o complexo de golgi (Figura 22).
22
Figura 23 – Localização
das faces da membrana
plasmática durante a
invaginação.
23
Uma das evidências desse processo é qual algumas bactérias foram fagocitadas
que a face externa da membrana das orga- por células pré-eucariotas e estabeleceram
nelas, que está em contato com o citosol, um relacionamento mutuamente benéfico
é semelhante à face interna da membrana e irreversível. A mitocôndria foi originada a
plasmática e a face interna da membrana partir da simbiose de um organismo pro-
das organelas é semelhante à parte externa carioto heterotrófico aeróbico com um pré
da membrana plasmática (Figura 23). -eucarioto, enquanto o cloroplasto originou
A origem da mitocôndria e cloroplas- a partir de procarioto autotrófico com um
to foi proposta por Lynn Margulis (1960). pré-eucarioto. Em ambos os casos poste-
Segundo a hipótese simbiótica, a mitocôn- riormente ocorreu uma dependência mútua
dria e cloroplasto surgiram a partir de um (Figura 24).
processo chamado de endosimbiose, no
24
Figura 24 – Origem da
mitocôndria.
Capítulo 2
Técnicas de microscopias para estudo das
células
Algumas células são vistas a olho nu, boa imagem, além do aumento é necessária
como por exemplo, a Acetabularia, uma a nitidez da imagem, ou seja, a capacidade
alga unicelular marinha que pode chegar de observar estruturas muito pequenas e
até 12 cm de comprimento, porém a maioria individualizadas. A olho nu é possível ob-
das células é de tamanho muito reduzido (5 servar estruturas individualizadas se elas
a 20 μm). O tamanho mínimo, que pode ser tiverem no mínimo 100 μm de distância e no
observado a olho nu, é de 200 μm e o olho microscópio de luz a 0,2 μm.
humano só consegue discriminar dois pon- Tanto o aumento de imagem quanto a
tos separados por mais de 100 μm, por isso, nitidez são fornecidos pelo conjunto de len-
para observar as células e suas estruturas tes, a ocular, objetiva e condensador. Além
internas é necessário utilizar um equipa- da parte óptica, o microscópio possui vários
mento que forneça aumento e ao mesmo componentes responsáveis pelo suporte
tempo nitidez da imagem. mecânico e iluminação. Os principais cons-
O microscópio, do grego mikro (peque- tituintes dos microscópios são:
no) e skopein (ver) foi construído no fim do
• Pé ou base – sustenta todas as demais
século XVI. O primeiro microscópio a ser peças;
desenvolvido foi o microscópio óptico, atual-
mente existem diversos tipos e com diferen- • Braço – liga a base à parte superior do
microscópio;
tes funções, mas todos têm como objetivo o
aumento e nitidez de imagem. Com o avan- • Platina ou Mesa – recebe o material (lâ-
ço das tecnologias e o aprimoramento dos mina) para a análise. Ela possui o charriot,
microscópios foi possível conhecer novos que permite o deslocamento da lâmina, e
detalhes da estrutura celular. uma pinça, que serve para prender a lâ-
mina;
Microscopia de luz ou óptica • Cabeçote – suporta os tubos onde se lo-
calizam as oculares, escala de ajuste de
O microscópio óptico é o mais utiliza- dioptrias e da distância interpupilar;
do nas técnicas rotineiras de laboratório. A • Revólver – suporta as lentes objetivas;
maioria dos microscópios ópticos fornece
um aumento máximo de 1.000 vezes e atra- • Macrométrico – permite grandes avan-
ços ou recuos da platina em relação às
vés dele é possível observar estruturas de
objetivas;
até 100 nm. As medidas mais utilizadas na
microscopia é o micrômetro (μm) que cor- • Micrométrico - permite pequenos avan-
responde a 1 mm/1000 e o nanômetro (nm), ços ou recuos da platina em relação às
que corresponde a 1μm/1000. objetivas;
É importante ressaltar que para uma • Oculares – lentes que fornecem aumen-
28 - ATIVIDADES PRÁTICAS EM BIOLOGIA CELULAR
Técnicas de microscopias para estudo das células
Figura 1 – Imagens da
medula espinhal com
diferentes aumentos. A)
Objetiva de 4X, Escala: 100
µm; B) Objetiva de 10X,
Escala: 50 µm; C) Objetiva
de 40X, Escala: 10 µm e D)
Objetiva de 100X. Escala:
5 µm
Microscopia de fluorescência 2
A fluorescência é a capacidade de algu-
mas substâncias em emitir luz visível ao ser Figura 2 – FISH com
irradiada por luz invisível ao olho humano. sonda para rDNA em
Alguns componentes celulares são natural- cromossomos de abelha
Melipona bicolor. Escala:
mente fluorescentes como a clorofila, ligni- 5µm
na, elastina, colágeno, entre outros. Porém,
outros componentes que não sejam fluores-
centes podem se ligar a corantes fluores-
centes (fluorocromos) e assim serem detec- maior aumento, este microscópio tem me-
tados na microscopia de fluorescência. lhor definição de imagem que o microscópio
O microscópio de fluorescência possui óptico, pois apresenta um menor limite de
lâmpada de mercúrio que transmite luz de resolução por utilizar feixes de elétrons (λ:
comprimentos pequenos. Também possui 0,005mm) no lugar de feixes de luz da mi-
dois filtros: um de excitação e um de barra- croscopia óptica (λ: 0,55 mm). O limite de
gem. O de excitação seleciona os fótons de resolução a olho nu é de 100 μm, do micros-
comprimento determinado, esses atingem cópico óptico é de 0,2 μm e do microscópio
o objeto, que emite uma luz fluorescente. eletrônico é de 0,002 μm.
Tanto os fótons, quanto a fluorescência são Veja a comparação entre o que se pode
transmitidos para a objetiva, porém o filtro observar com microscópio óptico e eletrôni-
de barragem permite apenas a passagem co (Figura 3).
da luz da fluorescência, que têm compri-
mento maior. A imagem visualizada fluores-
ce contra um fundo escuro.
3
O microscópio de fluorescência permite 10 nm - vírus
célula - 10 µm Figura 3 – Comparação
identificar as substâncias natural e artifi-
10 nm - proteínas entre a capacidade de
cialmente fluorescentes. É muito utilizada aumento do microscópio
bactéria - 1 µm
na imunocitoquímica, como por exemplo, na 1 nm - aminoácidos óptico e eletrônico de
técnica de FISH (Fluorescent in situ hibridi- transmissão.
MICROSCÓPIO ÓPTICO MICROSCÓPIO ELETRÔNICO
zation) (Figura 2).
Figura 4 – Microscopia
eletrônica de transmissão
de células da vesícula
seminal de inseto
Diaphorina citri
(Hemiptera).
Figura 5 – Microscopia
eletrônica de varredura
de espermatozoide de
inseto Diaphorina citri
(Hemiptera).
32 - ATIVIDADES PRÁTICAS EM BIOLOGIA CELULAR
Técnicas de microscopias para estudo das células
♦♦ Atividade 1
Objetivo - Aprender a utilizar o microscópio óptico.
Procedimentos:
1 - Verificar se a objetiva de menor aumento (4x) está encaixada, se necessário utilizar o revólver
para encaixá-la;
2 - Verificar se a platina está abaixada, se necessário utilizar o macrométrico para abaixar;
3 - Verificar se o condensador está na posição mais elevada,
4 - Verificar se o diafragma está aberto;
5 – Pegar uma lâmina histológica do laminário indicada pela professora;
6 - Colocar a lâmina entre as presilhas da platina, verificar se a lamínula está voltada da cima;
7 - Centralizar o material da lâmina no foco de luz;
8 - Levantar a platina até visualizar o material e utilizar o micrométrico para pequenos ajustes no
foco;
9 - Caso necessário observar em aumento maior, utilize o revólver para mudar a objetiva e o micro-
métrico para fazer ajuste de foco;
10 – Para utilizar a objetiva de 100X é necessário o uso de óleo de imersão. Após a focalização corre-
ta nas objetivas menores, deve-se adicionar uma gota de óleo de imersão sobre a lâmina e encaixar
para a objetiva de 100X;
11 – No final do uso do microscópio, deve-se encaixar a objetiva de menor aumento, abaixar a platina
e desligar o microscópio. Caso tenha utilizado o óleo, a objetiva de 100X deve ser limpa com algodão
e solução especial para limpeza.
Inicialmente deve fazer os procedimentos de focalização considerando apenas para o olho direito,
depois deve ajustar o foco para o olho esquerdo, girando a própria ocular esquerda. Cada pessoa
tem uma distância entre os olhos, portanto deve-se ajustar a distância para uma melhor visualiza-
ção distanciando ou aproximando as oculares.
♦♦ Atividade 2
Objetivo - Verificar a formação da imagem pelo microscópio óptico.
Procedimentos:
1 - Utilizar uma lâmina com uma letra colada (decalque);
2 - Colocar a lâmina na platina com a letra para cima conforme é lida;
3 - Observar no microscópio a imagem da letra com aumento de 40X.
Responda:
♦♦ Atividade 3
Objetivo – Verificar a orientação da imagem em relação ao objeto no microscópio óptico.
Procedimentos:
1 - Colocar uma lâmina histológica na platina e observar o que acontece com a orientação da ima-
gem em relação ao objeto.
Responda:
♦♦ Atividade 4
Objetivo - Verificar a relação entre aumento da imagem e área observada no microscópio
óptico.
Procedimentos:
1 – Utilizar uma lâmina histológica e analisar com diferentes aumentos.
Responda:
♦♦ Atividade 5
Objetivo - Conhecer os valores presentes no microscópio.
Procedimentos:
1 – Analisar os valores presentes nas oculares e objetivas do microscópio óptico
Responda:
Completar a tabela 1.
Dados: k= 0,61, λ= comprimento de onda da luz branca= 0,55 mm. A abertura numérica e o aumento
da ocular estão no próprio microscópio.
LR= K.λ / AN
Aumento da Ocular Aumento da objetiva Abertura numérica Aumento total Limite de resolução
♦♦ Atividade 6
Objetivo - Discutir as diferenças entre as imagens formadas por algumas microscopias.
Procedimentos:
1 - Observar as fotos obtidas por diferentes microscópios: óptico, contraste de fase, de fluorescên-
cia, eletrônico de transmissão e eletrônico de varredura.
Responda:
Capítulo 3
Metodologias para estudo das células
A B
Figura 1 – A) Lâmina
permanente com
microtomia, corte
transversal da minhoca
Eisenia andrei – Escala:
100µm; B) Espalhamento
da mucosa bucal humana
corado com azul de
metileno – Escala: 5µm;
C D C) Esfregaço sanguíneo
humano – Escala: 10µm;
D); Distensão a fresco
da epiderme vegetal de
Tradescantia sp. – Escala:
50µm; E) Esmagamento
da vesícula seminal de
minhoca Eisenia andrei
corado com orceína
acética – Escala: 5µm; F)
Preparo a fresco da água
de lago com organismos
microscópicos – Escala:
50µm
E F
A B C D
Figura 2 – Organismos
presentes na água de um
lago de Pelotas/RS. A,
B, C, D, E, F, G, H, I, J e E F G H I J
K são microalgas, L e M
são diatomáceas, N e O
são protozoários e P é um
microcrustáceo. Escala
maior: 50 µm e Escala
menor: 10 µm
K L M N O P
42 - ATIVIDADES PRÁTICAS EM BIOLOGIA CELULAR
♦♦ Atividade 1
Objetivo - Vivenciar a rotina do preparo de lâmina histológica permanente.
Procedimentos:
1 – Fazer uma visita técnica ao laboratório de Histologia/Biologia Celular/Anatomia do desenvolvi-
mento e descrever os passos da técnica de preparo de lâminas permanentes com microtomia.
Responda:
A) Descrever a técnica observada no laboratório
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♦♦ Atividade 2
Objetivos - Realizar a técnica de espalhamento, analisar a importância da coloração,
diferenciar o núcleo e citoplasma, observar a forma das células do epitélio de
revestimento da mucosa bucal, discutir a importância da solução fisiológica para as
células e comparar o mesmo tipo celular preparado por duas técnicas diferentes (lâmina
permanente com microtomia e espalhamento).
Procedimentos:
1 – Colocar uma pequena gota de solução salina (0,9%) sobre uma extremidade da lâmina e na outra
extremidade colocar uma gota de corante azul de metileno 1%;
solução corante
salina
1º 2º
ATIVIDADES PRÁTICAS EM BIOLOGIA CELULAR - 43
Responda:
B) A visualização das células foi mais fácil com ou sem a coloração? Qual a importância da
coloração?
_____________________________________________________________________________
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_____________________________________________________________________________
E) Qual o tipo de informação que é possível obter a partir do espalhamento que não é possível
através da lâmina permanente L1?
_____________________________________________________________________________
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44 - ATIVIDADES PRÁTICAS EM BIOLOGIA CELULAR
♦♦ Atividade 3
Objetivos: Aprender a técnica de esfregaço; Observar diferentes formas de núcleos;
caracterizar diferentes tipos celulares do sangue; aprender utilizar a objetiva de Imersão
(100X).
Procedimentos
1 - Identificar uma lâmina com seu nome (escrever na parte fosca);
2 - Desinfetar o dedo com algodão embebido em álcool 70%;
3 - Fazer uma punção digital, ou seja, perfurar o dedo anelar com uma microlanceta;
4 - Colocar uma gota de sangue a aproximadamente 1 cm da extremidade da lâmina;
5 - Colocar outra lâmina em ângulo de 45º sobre a lâmina, de modo que fique na frente da gota de
sangue, aproximá-la até encostar-se à gota, permitindo que esta se espalhe;
Nome:
Gota de
sangue Turma:
6 - Deslizar a lâmina superior de forma que o sangue se espalhe uniformemente sobre a lâmina
inferior;
7 - Secar o esfregaço rapidamente, agitando a lâmina no ar;
8 - Corar com 20 gotas de Corante Wright por 3 minutos;
9 - Pingar aproximadamente 20 gotas de tampão e aguardar por 5 minutos;
10 - Escorrer o corante e lavar rapidamente a lâmina com água;
11 - Secar a lâmina ao ar;
12 - Observar na objetiva de 4X, 10X e 100X (uso do óleo de imersão). Para utilizar a objetiva de 100X,
após a focalização correta nas objetivas de 4X e 10X, deve-se pingar uma gota de óleo de imersão
sobre a lâmina, mudar para a objetiva de 100X e utilizar apenas o micrométrico para a focalização.
Jamais passar a objetiva de 40X pelo óleo de imersão.
Glicerina 3ml
Responda:
A) Para quais tipos de materiais essa técnica pode ser empregada?
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4 5
3
6
♦♦ Atividade 4
Objetivos - Identificar diferentes eucariotos; fazer uma preparação ‘a fresco’ da água do lago;
estimular a curiosidade, despertando o espírito científico dos alunos através de análise de
diversos microrganismos da água de lago.
Procedimentos:
1 – Colocar uma gota de água de lago sobre a lâmina;
2 – Colocar a lamínula sobre o material. Retirar o excesso de água se for preciso;
3 – Focalizar com a objetivas de 4X, 10X e 40X. Caso necessário, feche o diafragma;
4 - Identificar e esquematizar os organismos encontrados segundo a morfologia, tamanho, a riqueza
de membranas (procarioto ou eucarioto), quanto ao número de células (unicelular, unicelular for-
mador de colônia, multicelular sem tecido verdadeiro, multicelular com tecido verdadeiro) e quanto
à produção de compostos orgânicos (autotrófico ou heterotrófico).
Materiais Necessários
Água de lago
Lâmina
Lamínula
Pipeta Pasteur
Papel de filtro
Responda:
B) Os procariotos são menos ‘eficientes’ e menos ‘evoluídos’ que os eucariotos? Justifique sua
resposta.
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C) Quais os tipos de seres vivos que foram encontrados com maior frequência? Por que você
acha que isso aconteceu?
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____________________________________________________________________________
ATIVIDADES PRÁTICAS EM BIOLOGIA CELULAR - 47
♦♦ Atividade 5
Objetivos – Desenvolver a capacidade de abstração.
Procedimentos:
1 – Observar a apresentação lúdica e fazer a análise histológica.
Responda:
B) Esquematizar o corpo do neurônio cortado em diferentes regiões, onde no corte seja possível
ver o núcleo (A) e outro que o corte tenha sido fora da área do núcleo (B) (Lâmina G2 – Medula)
A B
Transversal Longitudinal
48 - ATIVIDADES PRÁTICAS EM BIOLOGIA CELULAR
Célula Ácino
Transversal Longitudinal
Capítulo 4
Biomacromoléculas e citoquímica
Tanto os seres vivos quanto os elemen- denominado de cátion e quando ganha tor-
tos abióticos são compostos pelas mesmas na-se negativo, denominado de ânion.
unidades básicas, os átomos. Existem 92 Nas ligações covalentes ocorre o com-
tipos de átomos, sendo que os seres vivos partilhamento de elétrons, que pode ser
são formados principalmente por carbono, de forma desigual (polar) ou igual (apolar).
hidrogênio, oxigênio e nitrogênio. Portanto na ligação polar a carga positiva
Os átomos são formados por um núcleo está concentrada em uma extremidade e
e órbitas. No núcleo localizam os prótons e a negativa em outra; na apolar os elétrons
nêutrons e nas órbitas, os elétrons. Cada ór- são atraídos equitativamente para ambos os
bita do átomo comporta um número deter- átomos. As ligações covalentes podem ser
minado de elétrons, por exemplo: a primeira simples, quando cada átomo compartilha
órbita comporta dois elétrons, a segunda10 e nm - vírus
apenas um elétron com outro átomo dife-
terceira, oito elétrons, a quarta e quinta, de- rente e a ligação dupla, em que há o com-
zoito elétrons. Contudo muitos átomos pos- partilhamento de dois elétrons entre dois
suem a última camada incompleta e para átomos.
completá-la eles devem ganhar, perder ou Outro tipo de ligação muito comum é a
compartilhar elétrons. ponte de hidrogênio. Esta ocorre entre um
Na ligação iônica, o átomo ganha ou hidrogênio com um oxigênio ou nitrogênio.
perde elétrons e se transforma em íon. Na figura 1 é exemplificada uma ponte de
Quando perde elétrons torna-se positivo, hidrogênio entre moléculas de água. O hi-
drogênio está ligado ao oxigênio por uma
ligação iônica, por isso, apresenta carga po-
1 sitiva e consequentemente o oxigênio apre-
O- senta carga negativa. A ponte de Hidrogênio
é realizada entre um átomo de hidrogênio
H+ H+ e o oxigênio de outra molécula de água
(Figura 1).
O- Água
Figura 1 – Pontes
de Hidrogênio entre
H+ H+
A vida surgiu na água e todos os seres
moléculas de água.
vivos dependem dela para sobreviver. A água
representa cerca de 80% das substâncias
O- O-
que compõem o corpo dos seres vivos. A
H+ H+ H+ H+ quantidade de água nas células varia con-
forme o tipo celular, podendo alcançar 83%
50 - ATIVIDADES PRÁTICAS EM BIOLOGIA CELULAR
Biomacromoléculas e citoquímica
CH2 CH
2 (+H3N-C-H) (em pH 7) e um substituinte que
Figura 2 – Fosfolipídio.
CH2 CH
2
varia (S) (Figura 3)
CH
2
CH2 Os aminoácidos diferem pelo tipo de
substituinte que contém. Nos seres vivos
predominam 20 tipos diferentes de ami-
óleo de soja é insaturada. noácidos, ligados entre si através do grupo
Os lipídios têm como principais funções carboxila de um aminoácido com o grupo
a reserva nutritiva e estrutural. Os lipídios amino de outro, formando os peptídeos: A
de reserva geralmente possuem longas ca- ligação peptídica é do tipo covalente (Figura
deias de carbono com número par e os mais Algumas proteínas possuem outros
comuns são os triglicerídeos. Eles podem compostos químicos ligados a elas, que
ficar acumulados em praticamente todos os são chamados de grupamentos prostéticos.
tipos celulares, contudo, há um tipo espe- Exemplos: lipídios (lipoproteína), açúcares
3
H H O H H O H H O H O
H N C C + H N C C = H N C C N C C + H2O
3).
Figura 3 – Ligação H S O H S O H S O H S O
peptídica.
52 - ATIVIDADES PRÁTICAS EM BIOLOGIA CELULAR
Biomacromoléculas e citoquímica
DNA O
C4 C1 T
C3 C2
O
O P O G A C
H C5 H
O
O
RNA C4 C1
U
Tabela 3 – Esquemas dos
constituintes do DNA C 3 C2
OH
A B
Enquanto que na figura 1A, coloração com os lipídios presentes nas células são ‘per-
HE, a mesma célula apresenta citoplasma didos’ durante a técnica e após a coloração
fracamente corado, pois esta técnica não com Hematoxilina e Eosina apenas espaços
evidencia o produto de secreção da célula, vazios são observados (Figura 2C).
a glicoproteína. As colorações tricômicas, como as de
Para localizar lipídios apolares, o mate- Masson (Figura 2D), Mallory e Gömori tam-
rial não pode ser incluído em parafina e usar bém se baseiam em ligações covalentes.
corantes que interagem com lipídios por Elas demonstram diferencialmente os teci-
interações hidrofóbicas. Como por exem- dos conjuntivos (em azul) dos demais.
plo, o Sudam black e azul de Nilo. Quando Existem outras técnicas utilizadas para
o material sofre o processamento descrito o estudo das células e tecidos que não estão
acima para preparo de lâmina permanente, descritas nesse livro.
0
56 - ATIVIDADES PRÁTICAS EM BIOLOGIA CELULAR
♦♦ Atividade 1
Objetivos - Comparar células caliciformes da traqueia submetidas a duas técnicas citoquímica
diferentes (HE e PAS) e analisar vesículas ou grânulos; Reconhecer a estrutura de uma célula
secretora.
Procedimentos:
1 – Analisar as laminas C1 e C4.
Responda:
A) Esquematizar o tecido epitelial e indicar o núcleo. Nas células caliciformes indicar o local
das vesículas de secreção ou vesículas de mucina.
C) As vesículas da célula caliciforme ficaram mais evidentes em qual técnica? Por quê?
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ATIVIDADES PRÁTICAS EM BIOLOGIA CELULAR - 57
♦♦ Atividade 2
Objetivos - Observar células do pâncreas submetidas a duas técnicas citoquímica diferentes
(HE e Hematoxilina fosfotúngstica de Mallory) e analisar as vesículas ou grânulos de
zimogênio; Reconhecer a estrutura de uma célula secretora.
Procedimentos:
1 – Analisar as laminas K7 e A4.
Responda:
B) Qual a cor do núcleo? Ele foi corado, principalmente por qual corante?
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C) Qual a cor dos grânulos de zimogênio? Ele foi corado, principalmente por qual corante?
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D) Qual a cor do retículo endoplasmático rugoso? Ele foi corado, principalmente por qual
corante? Por quê?
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58 - ATIVIDADES PRÁTICAS EM BIOLOGIA CELULAR
♦♦ Atividade 3
Objetivos - Compreender o comportamento químico da gordura diante as técnicas
citoquímicas; Identificar inclusões de gordura nos adipócitos multilocular - Lâmina I5-
Periferia do Timo (HE) e unilocular B7 – Gordura (HE)
Procedimento:
1 – Analisar as lâminas I5 E B7
Responda:
♦♦ Atividade 4
Objetivo - Diferenciar os grânulos das células sanguíneas conforme sua afinidade pela
coloração Wright.
Procedimentos:
1 – Analisar a lâmina de esfregaço.
Responda:
♦♦ Atividade 5
Objetivo - Identificar a queratina
Procedimentos:
Responda:
A) Em qual tecido foi mais fácil identificar a queratina? Justifique sua resposta.
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_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
ATIVIDADES PRÁTICAS EM BIOLOGIA CELULAR
Capítulo 5
Biomembranas
A B
Figura 1 – A) Estômato
com duas células-
guarda que apresentam
cloroplastos discóides
(seta indica a parede
celular); B) célula animal
corada com Hematoxilina
eosina (linhas indicam
os limites celulares
de enterócito - Escala:
10 μm; C) Células da
vesícula seminal de
inseto Diaphorina citri
(Hemiptera) (seta indica
a membrana plasmática
C e cabeça de seta indica
envoltório nuclear).
formada por aproximadamente 75% de lipí- brana plasmática das células que formam a
dios. bainha de mielina. Durante o preparo da lâ-
Dependendo da técnica utilizada, quan- mina ocorre perda desses lipídios, pelo fato
do se prepara uma lâmina de um nervo ou de se utilizar solventes orgânicos e calor.
da substância branca do sistema nervoso Os lipídios são formados por moléculas
central, observa-se um ‘espaço branco’ ao muito diferentes, mas todas são insolúveis
redor do axônio (Figura 2, asterisco). Esse na água e solúveis em solventes orgânicos.
‘espaço’ corresponde aos lipídios da mem- Os lipídios de membrana mais abundantes
ATIVIDADES PRÁTICAS EM BIOLOGIA CELULAR -
Biomembranas 63
5 1 2 3
C
Figura 5 – Esquema de
uma membrana biológica,
mostrando a B) bicamada
lipídica; C) carboidratos
e proteínas 1) intrínseca
unipasso; e 2) intrínseca
multipasso; 3) extrínseca.
ATIVIDADES PRÁTICAS EM BIOLOGIA CELULAR -
Biomembranas 65
por proteínas integrais da membrana plas- tem como função a livre passagem de íons
mática de células adjacentes. Essas proteí- e moléculas pequenas como aminoácidos,
nas são da família das caderinas e se ligam nucleotídeos, monossacarídeos e alguns
por pontes de cálcio. A sua porção citoplas- mensageiros químicos entre células adja-
mática também se liga indiretamente ao centes. Estão presentes em praticamente
citoesqueleto de microfilamentos de actina. todos os tipos celulares, exceto células do
A junção de adesão forma um cinturão con- sangue e espermatozoide.
tínuo e/ou descontínuo abaixo da junção de A junção comunicante é formada por
oclusão das células epiteliais. Além da fun- dois hemicanais, que por sua vez são for-
ção de adesão, ela também é responsável mados por seis proteínas transmembranas
por manter a polaridade celular e tem papel (conexinas). Os hemicanais podem estar
fundamental no reconhecimento celular, presentes na membrana plasmática de dois
uma vez que as caderinas só interagem en- tipos celulares iguais (homocelulares), entre
tre si homotipicamente. tipos celulares diferentes (heterocelulares),
Os desmossomos também têm como entre dobras e prolongamentos da mesma
função a adesão intercelular, eles possuem membrana plasmática (autocelulares) e en-
estrutura semelhante à junção aderente, tre organelas da mesma célula.
mas diferenciam-se nos tipos de proteí- Essas junções são muito importantes
nas que o formam e por estarem ligados na nutrição de células pouco vasculariza-
internamente aos filamentos intermediá- das, como o cristalino do olho.
rios. Eles formam estruturas descontínuas, Nas células que formam a bainha
como ‘botões’ em torno das células e estão de mielina dos neurônios (as células de
presentes em todos tecidos que sofrem atri- Schwann e os Oligodendrócitos) as junções
to. É muito abundante na camada espinhosa comunicantes têm um papel fundamental
da derme, que recebeu esse nome devido à na manutenção da estabilidade da bainha de
presença de grande número de desmosso- mielina, pois servem como via interna para
mos observados na microscopia eletrônica. fluxo de íons, nutrientes e moléculas sina-
Existem mais dois tipos de estruturas lizadoras, conectando os compartimentos
de adesão, a de adesão focal e o hemides- citoplasmáticos periaxonal e perinuclear,
mossomo, ambas formadas por proteínas diminuindo em torno de 1000 vezes a dis-
transmembranas do tipo integrina que se tância percorrida.
ligam internamente ao citoesqueleto e ex- Outra função das junções comunican-
ternamente à matriz. Sendo que a adesão tes é a propagação de sinais químicos e
focal está ligada internamente aos microfi- elétricos, que ocorrem nos neurônios e cé-
lamentos de actina e os hemidesmossomos lulas cardíacas. Neste caso, permitem que
aos filamentos intermediários. Além da fun- grupos celulares funcionem de modo coor-
ção de adesão, são responsáveis por me- denado e harmônico, formando um conjunto
diar à transdução de sinais da matriz para funcional.
o interior da célula, que são importantes no
processo de diferenciação celular, cresci- Especializações de membrana
mento, apoptose, entre outros.
Diferentemente das estruturas citadas Algumas células podem apresentar
acima, as quais apresentavam funções de especializações, que são expansões do ci-
adesão e oclusão, a junção comunicante toplasma recobertas por membrana plas-
66 - ATIVIDADES PRÁTICAS EM BIOLOGIA CELULAR
Biomembranas
*
Figura 6 – A) intestino
corado com HE, seta
indica a região das
microvilosidades; B) Rim
corado com HE mostrando
túbulo contorcido proximal
(seta) e distal (asterisco).
Escala:5µm
A B
Figura 6 – A) intestino corado com HE, seta indica a região das microvilosidades; B) Rim corado com HE
mática e contendo no interior algum tipo res e mais finos, alcançam até 10µm e por
mostrando túbulo contorcido
de citoesqueleto. proximal
Como por (seta) e distalas(asterisco).
exemplo, isso são Escala:5µm
mais perceptivos em microscopia
microvilosidades, os estereocílios, os cílios óptica (Figura 7). São encontrados no ducto
e os flagelos. As microvilosidades e os es- deferente e no epidídimo onde estão envol-
tereocílios contêm actina no interior e não vidos com a modificação da composição do
apresentam movimento. Os cílios e flagelo líquido em que ficam os espermatozoides
contém microtúbulos internamente e apre- durante a sua maturação. Eles também são
sentam movimentos. encontrados nas células pilosas do ouvido
As microvilosidades têm como função externo, onde são importantes para geração
aumentar a área de absorção e estão pre- de um um sinal elétrico que é transmitido
sentes nas células do intestino e rim, por ao sistema nervoso central.
exemplo, e as suas dimensões (2µm/0,1µm)
não permitem que sejam observadas em
microscopia óptica. Contudo é possível ob- 7
servar que a região apical das células do
intestino se apresenta mais corada devido
à presença dessas especializações (Figura
6A). Também é possível observar a diferen-
ça entre células do rim que possuem mi-
crovilosidades maiores (células do túbulo
contorcido proximal) e células onde elas são
menores (túbulo contorcido distal) (Figura
6B). No túbulo contorcido proximal não é
possível ver a luz do túbulo, pois as micro- Figura 7 – Epidídimo
vilosidades estão ocupando esse espaço, já corado com HE, seta
indica os estereocílios.
no distal é possível distinguir essa luz.
Escala:5µm
Os estereocílios são muito semelhan-
tes às microvilosidades, porém são maio-
Figura 7 – Epidídimo corado com HE, seta indica os estereocílios. Escala:5µm
ATIVIDADES PRÁTICAS EM BIOLOGIA CELULAR -
Biomembranas 67
Figura 9 – A) Traqueia
corada com HE (seta
indica a região dos cílios;
B) Espermatozoide com
flagelo. Escala:5µm
A B
Figura 9 – A) Traqueia corada com HE (seta indica a região dos cílios; B) Espermatozoide com flagelo.
Escala:5µm
68 - ATIVIDADES PRÁTICAS EM BIOLOGIA CELULAR
♦♦ Atividade 1
Objetivo - Analisar a membrana plasmática de forma indireta.
Procedimento:
1 – Analisar a o epitélio da bexiga (lâmina A5-HE) e as células musculares (Lâmina L5 –
Língua HE).
Responda:
B) Em qual tecido (epitelial ou muscular) foi mais fácil perceber os limites celulares? Por quê?
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_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
ATIVIDADES PRÁTICAS EM BIOLOGIA CELULAR - 69
♦♦ Atividade 2
Objetivo - Identificar e compreender as especializações de membrana plasmática em cinco
tipos celulares.
Procedimentos:
1 – Analisar as especializações da membrana plasmática nas células epiteliais do Epidídi-
mo, Intestino, Traqueia e os Espermatozoides.
Responda:
B) Complete os dados:
Lâmina 06 – Epidídimo (HE)
Tipo de especialização: __________________________________________________________
Tipo de citoesqueleto presente: ___________________________________________________
Local da célula onde a especialização é encontrada: ___________________________________
Relação da especialização com a função da célula: ____________________________________
Lâmina U1 – Esperma
Tipo de especialização: __________________________________________________________
Tipo de citoesqueleto presente: ___________________________________________________
Local da célula onde a especialização é encontrada: ___________________________________
Relação da especialização com a função da célula: ____________________________________
D) Esquematize uma fibra nervosa da medula espinhal (Lâmina G2) em corte transversal,
indicando o axônio e a região da bainha de mielina.
Capítulo 6
Transporte via biomembranas
1 Pequenas
moléculas Moléculas polares,
Gases apolares apolares grandes
Água e íons
Figura 1 – Permeabilidade
seletiva via bicamada
lipídica.
72 - ATIVIDADES PRÁTICAS EM BIOLOGIA CELULAR
Transporte via biomembranas
Figura 2 – A) proteínas
formadoras de canais e B)
permeases.
A B
3 Figura 3 –Tipos de
transporte quanto ao
gasto de energia – A)
Passivo por difusão
simples; B) Passivo
por proteínas canais;
C) Passivo por difusão
ATP
ADP facilitada; D) Ativo
primário do tipo antiporte;
E) Ativo secundário do tipo
A B C D E GRADIENTE ELETROQUIMICO simporte.
ATIVIDADES PRÁTICAS EM BIOLOGIA CELULAR -
Transporte via biomembranas 73
A C D E
B
Figura 5 – Transporte em
grande quantidade – A)
Reaproveitamento de
proteínas de membrana
plasmática; B) Pinocitose
seletiva; C) Fagocitose de
bactéria; D) exocitose de
resíduo e E) exocitose de
secreção.
ATIVIDADES PRÁTICAS EM BIOLOGIA CELULAR -
Transporte via biomembranas 75
Figura 6 – Processo de
osmose em A) célula
animal e B) vegetal.
meios. Esse processo de transporte da água tração salina (hipertônico) a célula trans-
do meio com menos concentração de sais porta água para o exterior e também modi-
para um meio com maior concentração, fica sua forma, pois diminui de volume, esse
sem gasto de energia denomina-se osmose. fenômeno é chamado de plasmólise. Isso
Quando o meio está isotônico (mesma é mais perceptível na célula animal do que
concentração salina) a célula não modifica na vegetal, pois na vegetal a parede celular
sua forma, porém quando o meio está hi- não se modifica abruptamente, apenas o ci-
potônico, a célula transporta água para seu toplasma se reduz em proporção. Quando a
interior até atingir o equilíbrio, ou até que célula vegetal possui pigmentos é possível
sua membrana não suporte mais a grande observar que a intensidade da cor aumenta
quantidade de água e se rompa. Nas células devido à saída da água e consequentemen-
vegetais o rompimento é evitado pela ação te, a concentração dos pigmentos (Figura
mecânica da parede celular, que regula a 6). Quando as condições do meio externo se
entrada excessiva de água. Mesmo assim a modificam a célula pode voltar ao seu vo-
célula vegetal aumenta o volume, esse fenô- lume original em um processo denominado
meno é denominado de turgescência. deplasmólise.
Quando o meio está com alta concen-
0
76 - ATIVIDADES PRÁTICAS EM BIOLOGIA CELULAR
♦♦ Atividade 1
Objetivo - Verificar o efeito de solvente orgânico e da temperatura sobre a permeabilidade
seletiva da membrana em células vegetais.
Procedimentos:
1 - Cortar cubos de beterraba e lavá-las durante 5 minutos em água corrente, até que não saiam
mais pigmentos pelas superfícies de corte;
2 - Colocar em três béqueres diferentes conforme tabela abaixo.
3 alta Colocar água até cobrir e deixar em banho Maria por 15 minutos a 80ºC
Responda:
♦♦ Atividade 2
Objetivo - Verificar o efeito da temperatura sobre a permeabilidade seletiva da membrana
plasmática em fungo.
Procedimentos:
1 - Enumerar dois tubos de ensaio e fazer as adições descritas na tabela seguinte, na sequência
indicada:
1 2 mL 3 mL Temperatura ambiente
Responda:
♦♦ Atividade 3
Objetivos - Verificar o processo de osmose em células epiteliais vegetais; aprender a
técnica de distensão; conhecer células vegetais; diferenciar o núcleo, cristais, plastos;
diferenciar células animais e vegetais; discutir a diferença entre a membrana plasmática
das células animais e a parede celular das células vegetais e diferenciar as células de
guarda dos estômatos.
Procedimentos:
1 - Colocar uma gota de solução isotônica sobre a lâmina;
2 - Retirar alguns fragmentos da epiderme inferior, região abaxial, de uma folha de Tradescantia sp.
com auxílio de uma pinça ou lâmina de barbear;
3 - Colocar o fragmento sobre a gota e cobrir com lamínula;
4 - Observar no microscópio com objetiva de 10X;
5 - Colocar algumas gotas de solução hipertônica (Solução salina - NaCl 3%) em uma das extremi-
dades da lamínula e na extremidade oposta um papel filtro. Desta forma a solução isotônica que está
78 - ATIVIDADES PRÁTICAS EM BIOLOGIA CELULAR
entre a lâmina e lamínula será substituída pela solução salina. Caso demore muito, pode retirar a
lamínula e com o papel-filtro absorver o excesso da solução isotônica que está em volta da epiderme
e depois pingar uma gota de solução hipertônica.
6 - Observar em microscópio óptico.
7 - Substituir a solução hipertônica por hipotônica. Caso não observe modificações, repita esse pas-
so com células plasmolisadas recentemente.
Responda:
B) O que aconteceu quando substituiu a solução isotônica pela solução hipertônica? Qual o
nome desse evento?
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_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
C) O que aconteceu quando substituiu a solução hipertônica pela solução hipotônica? Qual o
nome desse evento?
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
ATIVIDADES PRÁTICAS EM BIOLOGIA CELULAR - 79
♦♦ Atividade 4
Objetivos - Discutir o processo de osmose em células animais (células da mucosa bucal) e
discutir a diferença dos resultados da osmose em células animais e vegetais.
Procedimentos:
1 - Colocar uma gota de solução isotônica sobre a lâmina;
2 – Fazer uma raspagem da mucosa bucal com auxílio de um palito de fósforo;
3 - Colocar o material sobre a gota e cobrir com lamínula;
4 - Observar no microscópio com objetiva de 10X;
5 - Colocar algumas gotas de solução hipertônica (Solução salina - NaCl 3%) em uma das extremi-
dades da lamínula e na extremidade oposta um papel filtro. Desta forma a solução isotônica que está
entre a lâmina e lamínula será substituída pela solução salina.
6 - Observar o efeito ao microscópio.
7 - Substituir a solução hipertônica por hipotônica.
Responda:
B) O que acontece com a forma das células na solução hipotônica e na solução hipertônica? Por
que aconteceram esses eventos?
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_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
♦♦ Atividade 5
Objetivo - Verificar o papel da osmose na turgidez das células vegetais.
Procedimentos:
1 - Colocar algumas fatias de batata em água (solução hipotônica) e outras em solução hipertônica;
2 - Analisar a consistência das fatias de batata.
Responda:
♦♦ Atividade 6
Objetivo - Verificar a consequência da osmose em células vegetais.
Procedimentos:
1 - Fazer uma concavidade em uma batata com auxilio de uma faca;
2 - Colocar sal na concavidade e esperar uns 30 minutos;
3 – Analisar.
Responda:
♦♦ Atividade 7
Objetivo: Estimular a análise crítica do discente
Procedimentos:
1 – Analise as figuras abaixo:
Figura 1a - Flor- estrela (Família Apocynaceae) A) logo após a abertura e B) alguns dias depois.
Responda:
Capítulo 7
Citoplasma
As células procarióticas são mais sim- palmente os triglicerídeos. Elas estão pre-
ples estruturalmente que as eucarióticas, sentes em diferentes tipos celulares, são
pois não apresentam organelas: núcleo, mais facilmente visíveis nos adipócitos, ser-
retículo endoplasmático, complexo de gol- vindo de reserva concentrada de nutrien-
gi, lisossomo, mitocôndria e peroxissomo. O tes para todo o organismo (Figura 1A). Nas
citoplasma das células procariotas é forma- células musculares, essa reserva é para o
do apenas pelo citosol, que é rico em íons, consumo próprio do tecido. Os hepatócitos
moléculas e estruturas celulares como os também apresentam grande quantidade de
ribossomos. Em algumas bactérias a mem- inclusões, uma vez que o fígado é o princi-
brana plasmática invagina no citoplasma pal órgão envolvido no metabolismo lipídico.
formando uma estrutura chamada mesos- As células de algumas glândulas também
somo. Nas cianobactérias essas invagina- apresentam inclusões lipídicas, mas nesse
ções citoplasmáticas contêm pigmentos caso é representado pelo seu próprio mate-
fotossintéticos. rial de secreção.
Nas células eucarióticas 55% do volu- Os pigmentos também se acumulam
me celular são representados pelo citosol na forma de inclusões como, por exemplo,
ou matriz citoplasmática, composto por a melanina, encontrada nas células da epi-
água, íons e aminoácidos, precursores dos derme (Figura 1B). Outro pigmento encon-
ácidos nucléicos, bem como enzimas e ele- trado na forma de inclusão é a lipofuscina,
mentos do citoesqueleto, como as microfi- que se acumula em algumas células de vida
brilas de actina, microtúbulos e filamentos longa, como os neurônios e células muscu-
intermediários. lares estriadas cardíacas.
Além das inclusões no citosol das cé-
Inclusões e vesículas lulas eucarióticas, ocorrem vesículas que
podem ser de endocitose, exocitose ou de
No citosol estão presentes inclusões, secreção. As vesículas de secreção são for-
que servem como local de depósito de subs- madas no complexo de Golgi, geralmente
tâncias. As mais comuns são acúmulos de repletas de proteínas que serão secretadas
glicogênio que se apresentam na forma de para fora da célula. Um exemplo típico é o
grânulos esféricos, podendo ser chama- grânulo de zimogênio do pâncreas (Figura
dos de glicossomos, que são armazenados 1C) e as vesículas de mucina das glândulas
como suprimento energético, principalmen- caliciformes.
te pelos hepatócitos, miócitos, neutrófilos e Existem as inclusões cristalinas, que
certos epitélios. geralmente são compostas por proteínas,
Inclusões comumente encontradas no mas podem ser formadas por urato, ferri-
citosol são as gotículas de lipídios, princi- tina, entre outros. Suas funções ainda não
84 - ATIVIDADES PRÁTICAS EM BIOLOGIA CELULAR
Citoplasma
* *
A B
Figura 1 – A) inclusões
lipídicas do adipócito
multilocular (*); B)
inclusões de melanina
da epiderme (seta); C)
vesícula de secreção com
grânulo de zimogênio
do pâncreas (seta).
C Escala:5µm
Figura 1 – A) inclusões lipídicas do adipócito multilocular (*); B) inclusões de melanina da epiderme (seta);
C) vesícula de secreção com grânulo de zimogênio do pâncreas (seta). Escala:5µm
são bem conhecidas. Citoesqueleto
As vesículas de endocitose formam
um compartimento endossomal, que se O citoesqueleto é constituído por fila-
expande desde a membrana plasmática mentos proteicos, sendo que os principais
até as proximidades do núcleo. Esse com- tipos são os microtúbulos, microfilamentos
partimento é responsável pela separação e de actina e filamentos intermediários. Os
endereçamento do material que penetra no microfilamentos de actina são assim deno-
citoplasma pelas vesículas de pinocitose. O minados por possuírem o menor diâmetro
material presente no endossoma pode ter entre os três filamentos do citoesqueleto,
três destinos diferentes: passar para o cito- que é de 6 a 8 nm. O filamento intermediário
sol, voltar para superfície celular ou unir-se apresenta valor intermediário de 8 a 10 nm
aos lisossomos. e o microtúbulo é o que apresenta o maior
ATIVIDADES PRÁTICAS EM BIOLOGIA CELULAR -
Citoplasma 85
Figura 3 – Especializações
da membrana plasmática
sustentadas pela actina.
A) Microvilosidades (seta)
do intestino delgado) e
B) Estereocílios (seta) do
epidídimo. Escala: 10 µm.
A B
a 3 – Especializações da membrana plasmática sustentadas pela actina. A) Microvilosidades (seta) do
ino delgado) e B) Estereocílios (seta) do epidídimo. Escala: 10 µm.
ATIVIDADES PRÁTICAS EM BIOLOGIA CELULAR -
Citoplasma 87
Figura 4 – Especializações
da membrana plasmática
sustentadas por
microtúbulos. A) Cílios
(seta) da traqueia e
B) Flagelos (seta) do
espermatozoide de
equino. Escala: 5µm.
A B
Figura 4 – Especializações da membrana plasmática sustentadas por microtúbulos. A) Cílios (seta) da
traqueia fazem a ligação
e B) Flagelos (seta)dos microtúbulos com
do espermatozoide ou- processo
de equino. de divisão celular os microtúbu-
Escala: 5µm.
tros elementos do citoesqueleto. los formam os centríolos e o fuso mitótico/
Além da função de movimento, como meiótico.
deslocamento intracelular de vesículas e Nas células vegetais os microtúbulos
organelas, processo de exocitose, os mi- têm função de direcionar as vesículas para
crotúbulos estão envolvidos no estabeleci- a formação da nova parede após a divisão
mento e manutenção da forma da célula, na celular, bem como orientar as fibras de ce-
organização das organelas no citoplasma, lulose na formação da parede celular.
formação dos cílios e flagelos (Figura 4). No
0
ATIVIDADES PRÁTICAS EM BIOLOGIA CELULAR - 89
♦♦ Atividade 1
Objetivo - Analisar grânulos (vesículas) e inclusões citoplasmáticas em células animais.
Procedimentos:
1 – Analisar as células do pâncreas (Lâmina A4, Hematoxilina fosfotúngstica de Mallory), as células
caliciformes da traqueia (Lâmina C4, PAS), células da pele delgada (Lâmina L1, HE) e os adipócitos
presentes na periferia do Timo (Lâmina I5).
Responda:
B) Em qual região as vesículas (grânulos de zimogênio) estão presentes? Qual a cor dessa
região?
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90 - ATIVIDADES PRÁTICAS EM BIOLOGIA CELULAR
E) Esquematizar um adipócito com uma única inclusão (adipócito unilocular) e outro adipócito
com várias inclusões (adipócito multilocular) na periferia do timo.
♦♦ Atividade 2
Objetivo - Sistematizar os conhecimentos sobre citoesqueleto
Responda:
Espessura
Unidade Básica
Local de distribuição
preferencial
Nível de estabilidade
Presente em quais
especializações da
membrana plasmática
Presente em quais
estruturas de adesão
intercelular
Funções relacionadas ao
movimento
Outras funções
92 - ATIVIDADES PRÁTICAS EM BIOLOGIA CELULAR
♦♦ Atividade 3
Objetivo - Identificar as estruturas que apresentam citoesqueleto
Procedimento:
1 – Analisar as células de revestimento do jejuno (Lâmina K17 – HE), epidídimo (Lâmina O6 – HE),
traqueia (Lâmina C1 ou C4 – HE ou PAS), as células musculares estriadas esqueléticas da língua em
corte longitudinais (Lâmina F3 – HE) e os flagelos dos espermatozoides (Lâmina U1 – HE).
Responda:
Estrias Flagelos
♦♦ Atividade 4
Objetivo - Observar os movimentos dos procariotos promovidos pelo citoesqueleto.
Procedimentos:
1 - Colocar sobre a lâmina uma gota de água do lago e cobrir com a lamínula;
2 - Observar com objetivas de 10 e 40X (regulando o diafragma e condensador);
Responda:
♦♦ Atividade 5
Objetivo - Analisar a ciclose.
Procedimentos:
1 - Colocar uma gota de água sobre a lâmina;
2 - Colocar uma folha de Elodea sp. sobre a gota;
3 - Colocar uma lamínula sobre a folha e observar.
Responda:
Capítulo 8
Sistema de endomembranas
*
Figura 3 - Ácinos
pancreáticos corados
* com A) Hematoxilina
Eosina e B) Hematoxilina
fosfotúngstica de Mallory
(* indica polo apical e
seta indica o polo basal).
Escala: 10µm.
A B
Figura 3 - Ácinos pancreáticos corados com A) Hematoxilina Eosina e B) Hematoxilina fosfotúngstica de
Mallory(* indica polo apical e seta indica o polo basal). Escala: 10µm.
ATIVIDADES PRÁTICAS EM BIOLOGIA CELULAR -
Sistema de endomembranas 97
ácido e por isso se cora com corantes ba- dução, ocorre adição de açúcares e dobra-
sófilos, como a hematoxilina. Na figura 3A é mentos do peptídeo nascente. As enzimas
possível observar a basofilia na região basal chaperonas se ligam ao peptídeo e o auxi-
da célula do pâncreas, indicando sua loca- liam na aquisição da conformação terciária
lização. e quaternária das proteínas com a realiza-
Nos neurônios (Figura 4) existe um acú- ção de dobramentos e reunião de várias ca-
mulo de retículo endoplasmático rugoso e deias. As chaperonas também fazem o ‘con-
polirribossomos livres no citosol da célula, trole de qualidade’, permitindo que apenas
formando os corpúsculos de Nissl que são as proteínas normais continuem o processo,
visíveis à microscopia de luz. ou seja, vão para o complexo de Golgi para
Nas células existem dois locais de atingir a configuração final. As proteínas
produção de proteínas: no citosol, pelos ‘defeituosas’ são degradadas na luz do re-
polirribossomos livres e no retículo endo- tículo endoplasmático rugoso ou no citosol
plasmático rugoso. O destino das proteínas para onde são transportadas. Concomitante
sintetizadas nesses dois locais é diferente. a esse processo, a dissulfeto isomerase fa-
As proteínas sintetizadas no retículo endo- vorece a formação correta de pontes dissul-
plasmático rugoso vão para o retículo endo- feto das proteínas nascentes.
plasmático liso e rugoso, complexo de golgi, Após sua síntese, as proteínas são en-
lisossomos, a membrana plasmática ou são viadas para o complexo de golgi onde serão
secretadas. Enquanto que as proteínas sin- processadas e encaminhadas para seus
tetizadas pelos polirribossomos livres ficam destinos finais. O transporte se dá através
no próprio citoplasma ou vão para o núcleo, de brotamento e fusão de vesículas. Quando
mitocôndria, cloroplasto e peroxissomos. a direção é do interior da célula para à
As proteínas sintetizadas no retículo membrana plasmática, o transporte é de-
endoplasmático rugoso passam por várias nominado de anterógrado e quando os com-
modificações. Durante o processo da tra- ponentes voltam o transporte é chamado de
retrógrado. Só realizam o transporte retró-
grado as proteínas residentes do retículo
4 endoplasmático que ficam no lúmen ou na
membrana dessa organela. Essas proteínas
possuem uma sequência sinal que as iden-
tificam como sendo do retículo endoplas-
mático.
Complexo de Golgi
CG
RER
Figura 5 - Complexo
de Golgi (CG) e retículo
endoplasmático rugoso
(RER).
2a. Base
1a. Base 3a. Base
U C A G
determina o tipo de proteína que será pro- lipeptídica nascente. Para cada novo RNAt
duzida. A sequência de três nucleotídeos no que chega entra no sítio A, o RNAt que es-
RNAm é chamada de códon, uma molécula tava no A se desloca para o sítio P e depois,
de RNAm apresenta vários códons. para o E de onde se desprende para o cito-
RNAt é uma molécula que apresenta sol.
duas regiões importantes, uma denominada Na etapa de terminação, o ribossomo
anti-códon, que também é constituída por encontra um códon de parada que pode ser
3 nucleotídeos e outra onde o aminoácido UAA, UAG ou UGA. Para esses códons não
se liga. Existe uma regra para a ligação dos existe RNAt correspondente, por isso proteí-
aminoácidos aos RNAt, conforme o anti-có- nas (fatores de liberação) ocupam o sítio A
don que o RNAt apresenta, apenas um tipo e ativam a peptidil-transferase, que é uma
de aminoácido pode se ligar ao RNAt. enzima que corta a ligação do polipeptídeo
O RNAr juntamente com proteínas for- com o último RNAt, liberando assim a ca-
ma o ribossomo, que é o local apropriado deia polipeptídica.
para ocorrer a tradução. O ribossomo apre- O processo de tradução que ocorre no
senta os sítios A, P e E. Esses sítios são im- retículo endoplasmático rugoso apresenta
portantes para a correta ligação do códon ao algumas especificidades. O início do pro-
anti-códon e dos aminoácidos entre si. cesso ocorre no citoplasma, como descrito
A tradução é a decodificação da mensa- acima. A diferença é que a primeira sequên-
gem contida no RNAm para a formação de cia de aminoácidos sintetizada é uma se-
uma sequência de aminoácidos. Para que quência sinal com cerca de 20 aminoácidos,
ocorra essa decodificação, um código deve esse sequência é conhecida como peptídeo
ser seguido, o código genético (Tabela 1). sinal. Esse peptídeo sinal é reconhecido
Esse código rege que para cada três nucleo- por uma partícula reconhecedora de sinal
tídeos do RNAm haja o acréscimo de um (PRS), que é formado por RNA e polipeptí-
aminoácido na cadeia polipeptídica que está deos. Quando o peptídeo sinal se liga a PRS
sendo construída. a tradução é bloqueada. A PRS e os ribos-
O processo de tradução pode ser dividi- somos são reconhecidos por receptores do
do em 3 partes: iniciação, elongação e ter- retículo endoplasmático rugoso. Em segui-
minação. Na iniciação a subunidade menor da a PRS é liberada e a tradução continua.
do ribossomo, com fatores para a tradução, À medida que o polipeptídeo é sintetizado,
além de um RNAt carregado com o aminoá- ele é translocado para o interior do retículo
cido f-metionina ligam-se ao RNAm, sendo endoplasmático rugoso através de canais
que o RNAt ocupa o sítio P do ribossomo. aquosos. Quando o ribossomo chega ao
Depois disso a subunidade maior do ribos- códon de parada, a peptidase sinal cliva a
somo liga-se ao complexo. sequência sinal e o polipeptídeo é libera-
Na elongação, o segundo RNAt chega do para dentro do retículo endoplasmático
carregando um aminoácido, e ocupa o sí- rugoso, consequentemente o complexo se
tio A. Ocorre uma ligação peptídica entre desfaz. Algumas proteínas não são libera-
os aminoácidos que estão no sítio A e P. O das no interior do retículo endoplasmático
ribossomo se desloca ao longo da molécu- rugoso, são as proteínas transmembranas
la de RNAm e traduz suas informações, ou que permanecem na membrana do próprio
seja, para cada três nucleotídeos (códon) é retículo endoplasmático rugoso.
adicionado um aminoácido na cadeia po-
0
ATIVIDADES PRÁTICAS EM BIOLOGIA CELULAR - 103
♦♦ Atividade 1
Objetivo – reconhecer a organização interna de uma célula secretora.
Procedimento:
1 – Analisar as células do pâncreas coradas com dois corantes diferentes, Hematoxilina fosfotúngs-
tica de Mallory (Lâmina A4) e Hematoxilina Eosina (Lâmina K7).
Responda:
♦♦ Atividade 2
Objetivo - Reconhecer os corpúsculos de Nissl.
Procedimento:
1. - Analisar a lâmina da medula espinhal (Lâmina G2, Hematoxilina Férrica).
Responda:
Capítulo 9
Aspectos gerais do núcleo
A B
2D).
Figura 2 - A) Hemácia
anucleada; B) Hepatócito
com dois núcleos;
C) Osteoclasto com
vários núcleos e D)
C D Megacariócito com núcleo
Figura 2 - A) Hemácia anucleada; B) Hepatócito com dois núcleos; C) Osteoclasto com vários núcleos e poliploide. Escala: 5 µm
Figura 3 - A) células
colunares ou cilíndricas,
núcleos colunares ou
cilíndricos B) células
cúbicas, núcleos
arredondados; C) células
pavimentosas, núcleos
achatados e D) células
fusiformes, núcleos
fusiformes. Escala: 5 µm
ATIVIDADES PRÁTICAS EM BIOLOGIA CELULAR -
Aspectos gerais do núcleo 107
E
Figura 5 – Núcelo
evidenciando o
envoltório nuclear
(seta), eucromatina (E) e
heterocromatina (H).
transporte e são reutilizadas pela célula. de nucléolos (RON ou NOR). Porém quando
a atividade da célula é intensa e a interfase
Nucléolo é longa, pode ocorrer uma associação das
RONs e por esta razão o número de nucléo-
O nucléolo é uma estrutura nuclear es- los diminui. Por exemplo, em mamíferos,
férica não delimitada por membrana, cons- existem cinco cromossomos com genes
tituído pela região organizadora do nucléolo para rRNA, no final da mitose são formados
(RON ou NOR) e uma região da cromatina dez pequenos nucléolos, porém eles logo se
- rDNA - que contém os principais genes do fundem formando apenas um.
RNA ribossômico (rRNA). Além do DNA (até Verificou-se também que o tamanho va-
17%), o nucléolo é constituído por RNA (até ria conforme o estado funcional da célula,
10%) e proteínas (85%). Esses componentes quanto maior a síntese proteica, maior o ta-
estão distribuídos de maneira a formar três manho do nucléolo. O neurônio é uma célula
áreas dentro do nucléolo, que são identifica- com alta taxa de produção de proteínas, por
das apenas ao microscópio eletrônico. isso o seu nucléolo é facilmente observado
A transcrição do rDNA e os primeiros em microscopia de luz (Figura 7).
passos da biogênese dos ribossomos ocor- O estudo da RON tem várias aplicações,
rem no nucléolo, contudo as subunidades, entre elas a determinação da atividade de
maior e menor, somente se associam no transcrição do rDNA e o estudo da atividade
momento da síntese proteica no citosol nuclear durante a gametogênese. A análise
(Figura 6). dos rearranjos envolvendo esta região tem
O número de nucléolos varia entre es- sido utilizada para o entendimento da evolu-
pécies, entre células de um mesmo orga- ção cromossômica e nos estudos filogené-
nismo e até mesmo entre estágios da di- ticos em diferentes grupos de organismos.
Figura 6 – Esquema do
nucléolo e da Síntese do
visão celular. O número máximo que uma Também tem sido utilizada no estudo da de-
ribossomo: (1) O rDNA célula pode ter de nucléolos é o mesmo nú- terminação sexual, pois em alguns organis-
sintetiza RNA ribossômico mero que ela tem de regiões organizadoras mos ela apresenta localização preferencial
e RNA mensageiro. No
citoplasma da célula (2)
o RNAm traduz proteínas 6
ribossomais. Essas
proteínas, juntamente
com outras proteínas
sintetizadas a partir de
outros RNA mensageiros,
voltam para o nucléolo
e (3) se associam ao
RNA ribossômico para
formar as subunidades
ribossômicas maiores
e menores (4). As
subunidades migram
para o citoplasma, onde a
menor se liga ao RNAm e RNA ribossômico
depois esse complexo se RNA mensageiro
liga a subunidade maior
Proteína ribossomais
e inicia o processo de
tradução. Outras proteínas
110 - ATIVIDADES PRÁTICAS EM BIOLOGIA CELULAR
Aspectos gerais do núcleo
Figura 9 – Cariótipo
de Melipona após 9 B
a técnica de Banda
C. Traços indicam a
heterocromatina na região
pericentromérica e B
indica cromossomos B
nas técnicas rotineiras. Ela inicia a replica- adjacente à heterocromatina.
heterocromáticos.
ção no final da fase S, após a eucromatina e A heterocromatina também apresenta
por isso termina depois (Figura 9). um importante papel na determinação da
Além da heterocromatina, existem ou- estrutura tridimensional do núcleo interfá-
tras regiões que podem permanecer con- sico, e sabe-se que o arranjo ordenado dos
densadas na célula, porém essas regiões cromossomos no núcleo interfásico pode
não são formadas por DNA altamente re- ser um meio pelo qual a atividade genéti-
petitivo. Elas foram classificadas erronea- ca é coordenada dentro do genoma. Sendo
mente como heterocromatina facultativa e assim, ela pode afetar a expressão gênica.
heterocromatina tecido-específica. Essas Em células germinativas, a heterocro-
regiões, ora se comportam como eucroma- matina afeta, basicamente, o pareamento, a
tina, ora como heterocromatina. Por exem- recombinação e a segregação dos cromos-
plo, a facultativa está presente em apenas somos.
em um dos homólogos, não se concentra Uma provável função da heterocromati-
em blocos e tem genes estruturais, por na seria a de recuperar a estabilidade telo-
outro lado está reprimida devido à conden- mérica após eventos de fissão, ou seja, após
sação interfásica. Isso pode ser verificado a fissão, ocorreria adição de heterocroma-
para os cromossomos X de fêmea, um deles tina na região quebrada, que corresponde
permanece condensado dentro das célu- à região telomérica, recuperando assim a
las. Outro exemplo ocorre em homópteros estabilidade que era proporcionada pelo
(pulgões e cochonilhas), nos machos o gru- telômero. Uma evidência que reforça esta
po cromossômico paterno se condensa. A hipótese é o acúmulo de heterocromatina
heterocromatina tecido-específica, como o encontrado preferencialmente em um dos
próprio nome diz, são regiões que possuem braços dos cromossomos, em diversas for-
genes, mas que dependendo do tecido, per- migas que apresentam elevado número de
manecem condensadas, pois não têm genes cromossomos. O mesmo também foi verifi-
específicos para aquele tecido. O termo “he- cado em vespas e abelhas.
terocromatina” refere-se apenas à hetero- No que se refere à função da hetero-
cromatina constitutiva. cromatina, também se propõe que esta
Devido ao fato de ter sido considerada teria importante papel na proteção da eu-
geneticamente inativa, ou seja, não possuir cromatina contra ataques de vírus, agentes
genes, a heterocromatina foi pouco estuda- mutagênicos e clastogênicos, agindo como
da durante muito tempo. Contudo já existem um “guarda-costas”. Essa função se deve à
diversos estudos que atribuem a ela vários posição da heterocromatina no núcleo, for-
efeitos e funções. Um exemplo é o efeito mando uma camada dispersa na face peri-
de posição no padrão de variegação, isto férica deste, protegendo a eucromatina que
é, ocorre repressão da expressão de genes fica no interior (Figura 10).
presentes em regiões eucromáticas, por
terem sido translocados para uma posição
112 - ATIVIDADES PRÁTICAS EM BIOLOGIA CELULAR
Aspectos gerais do núcleo
10
Cromossomos metafásicos
mico.
12 As síndromes causadas por aneu-
ploidia mais encontradas são as trisso-
mias: Síndrome de Down ou mongolismo
(cromossomo 21), Síndrome de Edwards
(cromossomo 18), Síndrome de Patau (cro-
mossomo 13). Também ocorrem trisso-
mia envolvendo os cromossomos sexuais:
Síndrome de Klinefelter (XXY), e trissomias
Figura 12 – Esquema do que não causam síndromes como o XXX e
cromossomo metafásico.
XYY, entre outras. Também pode ocorrer fal-
ta de um dos cromossomos sexuais, como
no caso da Síndrome de Turner (X0)
grama é uma representação esquemática Indivíduos com euploidia, geralmente
do cariótipo, utilizando valores médios da não sobrevivem. Existem casos de indiví-
posição do centrômero e tamanho de cada duos adultos com quimerismo diploide-tri-
cromossomo do conjunto haplóide (Figura ploide, ou seja, células com um conjunto de
14). cromossomos normais (2n) e células tripló-
Algumas alterações no genótipo podem des (3n).
levar a mudanças no fenótipo. Algumas As aberrações estruturais podem ser
dessas alterações genotípicas podem ser causadas por radiações, infecções, produtos
detectadas pela citogenética, como por químicos, entre outros. Um tipo é a deleção,
exemplo, as aberrações cromossômicas onde ocorrem duas quebras em um mesmo
numéricas e estruturais, que em humanos braço cromossômico, o que leva à perda de
pode levar a abortos espontâneos (42%) ou um segmento. Um exemplo típico de dele-
anomalias do desenvolvimento físico e/ou ção é a perda de um segmento do cromos-
mental do recém-nascido (10%). somo 5 (Síndrome de cri-du-chat ou miado
As aberrações numéricas podem ser do de gato). Pode também haver perda total de
tipo aneuploidia, quando um dos cromosso- um dos braços cromossômicos, isso é mais
mos homólogos multiplica ou diminui, ou do comum para os cromossomos sexuais.
tipo euploidia, quando ocorre aumento ou Pode também acontecer inversões, ou
diminuição de todo um conjunto cromossô- seja, após o cromossomo sofrer duas que-
Figura 13 – Cariograma de
Melipona (abelha nativa)
13
Figura 14 – Idiograma de
Melipona (abelha nativa). 14
114 - ATIVIDADES PRÁTICAS EM BIOLOGIA CELULAR
Aspectos gerais do núcleo
15
P
Figura 15 – Cromossomos
politênicos de glândulas
salivares de larva
de Chironomidae,
corados com orceína
acética. P (pufe), 2n = 4
cromossomos (1, 2, 3, 4
em ordem decrescente de
1 2 3 4
tamanho).
♦♦ Atividade 1
Objetivos - Analisar diferentes tipos celulares e comparar a forma do núcleo com a forma da
célula, Verificar a posição do núcleo e o número de nucléolo por célula.
Procedimentos:
1. - Analisar diferentes células em microscopia óptica
Responda:
Lâmina A3 – Vesícula Biliar (HE) Lâmina B6 – Polpa dental (HE) – Lâmina Q1 – Rim (HE) – região dos
– células epiteliais células epiteliais tubos coletores
B) Preencha a tabela:
A3
B6
Q1
L5
K17
I5
K6
G4
Esfregaço
♦♦ Atividade 2
Objetivos - Analisar células poliploides e multinucleadas. Discutir a origem desses tipos de
células em relação aos núcleos.
Procedimentos:
1. - Analisar diferentes células em microscopia óptica
Responda:
Capítulo 10
Ciclo celular mitótico e Meiose
Em algum momento fomos seres uni- plicação celular. Para os seres unicelulares
celulares, quando o ovócito da nossa mãe a multiplicação celular é a própria geração
foi fecundado pelo espermatozoide do nosso de nova vida.
pai. A partir desse momento começa o pro- Nem todas as células do nosso organis-
cesso de desenvolvimento, para isso o ovo mo possuem a capacidade de se multiplicar,
sofre várias multiplicações celulares, for- pois algumas células são altamente espe-
mando várias células, as quais se diferen- cializadas, como por exemplo, os neurônios
ciam e formam os órgãos do nosso corpo. e as hemácias. Outras células só entram em
À medida que o tempo passa, esses órgãos mitose quando recebem um estímulo apro-
se desenvolvem e para isso também são re- priado, como os hepatócitos após a remo-
queridas muitas multiplicações celulares. ção de parte do fígado.
Mesmo quando o indivíduo já é adulto, várias
células do nosso corpo ainda são formadas, Intérfase
para repor células que normalmente são
perdidas, como por exemplo, as células epi- Para as células se multiplicarem, elas
teliais que constantemente sofrem perda passam por um processo chamado de ciclo
natural, as espermatogônias que originam celular. Este compreende a intérfase e um
os espermatozoides e as células-tronco he- processo de divisão celular, a mitose. A in-
matopoiéticas. térfase é uma fase em que ocorre a duplica-
A perda celular também pode ser de- ção de todo material nuclear e citoplasmá-
corrente de uma lesão, e dependendo da tico da célula, sendo dividida nas subfases
extensão da lesão no órgão ou tecido, esse G1, S, G2. A fase S, que é a mais extensa, é
pode sofrer regeneração ou cicatrização. caracterizada pela replicação do DNA e das
Em ambos os casos também ocorre a multi- histonas, nas fases G1 e G2 ocorre a trans-
crição dos RNA e tradução das proteínas.
Na fase S, quando o DNA é replicado,
1 as duas fitas de DNA permanecem unidas
ligadas por proteínas (coesinas) na região
do centrômero. Devido à replicação do DNA
o seu conteúdo dobra de 2C para 4C, porém
o número cromossômico permanece igual
Figura 1 – Célula de (2N).
cebola em intérfase com Grande parte das nossas células está
nucléolo evidente (seta)
em intérfase, sendo que algumas estão no
corada com Hematoxilina
férrica. Escala: 5 µm período G0, um período que antecede a fase
S, onde as células apresentam-se temporá-
120 - ATIVIDADES PRÁTICAS EM BIOLOGIA CELULAR
Ciclo celular mitótico e Meiose
3
P
PM2
Figura 3 – Célula de cebola em intérfase (I), prófase (P) e estágios crescentes da prometáfase (PM1 e PM2)
corada com Hematoxilina férrica. Escala: 5 µm
ATIVIDADES PRÁTICAS EM BIOLOGIA CELULAR -
Ciclo celular mitótico e Meiose 121
A1 A2
Figura 5 – Células de
cebola em estágios
sucessivos da anáfase (A1,
A2, A3) e na telófase (T)
coradas com Hematoxilina
férrica. Seta indica
fragmoplasto. Escala: 5
µm
A3 T
Figura 5 – Células de cebola em estágios sucessivos da anáfase (A1, A2, A3) e na telófase (T) coradas com
fragmoplasto. Elas se fundem e se expan- nado acima e para entender melhor essas
Hematoxilina férrica. Seta indica fragmoplasto. Escala: 5 µm
dem para fora até a membrana plasmática mudanças, segue o esquema abaixo (Figura
e a parede celular, dividindo assim a célula 7).
em duas. A construção final da nova parede De acordo com a figura 6, a cromati-
celular ocorre pela adição de microfibras de na tende aumento crescente de compac-
celulose dentro da matriz. tação desde a intérfase até a metáfase, e
De acordo com a figura 6, a cromatina após essa fase ela tende a desespiralizar. A
tende aumento crescente de compactação cromatina é duplicada na fase S da intérfa-
desde a intérfase até a metáfase, e após se e forma duas cromátides irmãs, quando
essa fase ela tende a desespiralizar. A cro- essas cromátides atingem o maior grau de
matina é duplicada na fase S da intérfase condensação, durante a metáfase, são cha-
e forma duas cromátides irmãs, quando madas de cromossomo. As cromátides são
essas cromátides atingem o maior grau de separadas na anáfase mitótica.
condensação, durante a metáfase, são cha-
madas de cromossomo. As cromátides são Meiose
separadas na anáfase mitótica.
Durante o ciclo celular a cromatina so- Como já foi visto, a mitose é um pro-
fre algumas mudanças como já foi mencio- cesso de divisão celular, que conserva as
ATIVIDADES PRÁTICAS EM BIOLOGIA CELULAR -
Ciclo celular mitótico e Meiose 123
características genéticas das células somá- leva ao surgimento de cromátides com com-
ticas. Existe outro tipo de divisão celular que binações gênicas novas. Este evento ocor-
não ocorre nas células somáticas e sim em re quando há quebra simultâneas de duas
células denominadas germinativas, essa di- cromátides dos cromossomos bivalentes,
visão é conhecida como meiose. ambas quebram exatamente na mesma po-
A meiose permite que o número diplói- sição e em seguida ocorre a fusão cruzada
de (2n) de cromossomos de uma espécie das cromátides. Este ponto de permuta é o
seja reduzido a um número haplóide, isso quiasma.
acontece porque a célula passa por duas A intérfase da meiose é igual a intérfase
divisões citoplasmáticas e apenas uma da mitose, o que diferencia são os eventos
duplicação do material genético. Graças à que ocorrem nas fases subsequentes.
meiose é possível a reprodução sexuada, A meiose apresenta as mesmas fases
em que células gaméticas masculinas e fe- que a mitose, contudo ocorrem duas divi-
mininas se fundem reconstituindo o número sões (meiose I e II), sendo que a meiose I é
cromossômico da espécie. reducional e a meiose II é equacional. Entre
A meiose também garante a variabilida- as duas meioses não há uma intérfase, mas
de genética, que é muito importante para a uma fase chamada intercinese, em que não
adaptação das espécies às novas condições há replicação do DNA. A seguir os eventos
ambientais. Essa variabilidade é gerada chaves que ocorrem em cada fase.
através da segregação ao acaso dos cro- A prófase I é 200 vezes mais longa que
mossomos na anáfase e a permuta gênica, a da mitose. Nas mulheres ela dura desde
ou seja, troca de segmentos homólogos que a fase embrionária até a puberdade, e nos
Figura 6 –
Comportamento da
cromatina durante o ciclo
celular.
124 - ATIVIDADES PRÁTICAS EM BIOLOGIA CELULAR
Ciclo celular mitótico e Meiose
A B C
Figura 7 – Subfases da
Prófase I de gafanhotos:
A) Leptóteno, B) Zigóteno,
C) Paquíteno, D) Início
do diplóteno, E) Fim do
diplóteno e F) Diacinese.
Escala: 5 µm
D E F
Figura 7 – Subfases da Prófase I de gafanhotos: A) Leptóteno, B) Zigóteno, C) Paquíteno, D) Início do
diplóteno, E) Fim do diplóteno e F) Diacinese. Escala: 5 µm
ATIVIDADES PRÁTICAS EM BIOLOGIA CELULAR -
Ciclo celular mitótico e Meiose 125
A B C
D E F
Figura 8 – Meiose de
gafanhoto. A) Metáfase I,
B) Início de Anáfase, C)
Anáfase mais avançada, D)
Anáfase final, E) Metáfase
II com vista polar, F) Início
da Anáfase II, G) Anáfase
II, H) Fim da anáfase II e I)
Telófase II. Escala: 5 µm
G H I
126 - ATIVIDADES PRÁTICAS EM BIOLOGIA CELULAR
Ciclo celular mitótico e Meiose
♦♦ Atividade 1
Objetivo - Reconhecer as fases do ciclo celular mitótico em células vegetais - raiz de cebola
(Allium cepa), 2n = 8 cromossomos e realizar a técnica de esmagamento.
Procedimentos:
1 - Obter as raízes de cebola:
1.1 - Retirar os catafilos secos e as raízes velhas da cebola;
1.2 - Colocar a parte inferior da cebola mergulhada em um frasco escuro com água;
1.3 - Deixar por aproximadamente três dias. As raízes novas devem ficar sempre em contato com a
água, caso necessário colocar mais água durante os três dias;
1.4 - Retirar as raízes
2 - Fixar as raízes em Carnoy por 2 a 3 horas. Caso as raízes não sejam utilizadas após esse tempo,
elas deverão ser mantidas em geladeira no álcool 70%;
3 - Mergulhar as raízes em solução para hidrólise ácida por 10 minutos em temperatura ambiente
ou 5 minutos a 60ºC;
4 - Interromper a hidrólise, para isso mergulhar as raízes em Carnoy por 10 minutos;
5 - Sobre a lâmina, retirar o excesso de raiz com um estilete, deixando somente a região terminal
(coifa);
6 - Pingar 3 gotas de Orceína sobre a raiz e deixar agir por 6 minutos;
7 - Cobrir com uma lamínula e fazer o esmagamento. Colocar um pedaço de papel de filtro sobre a
lamínula e com o polegar, ou a extremidade de um lápis, esmagar a raiz com firmeza. Cuidado para
não deslocar ou quebrar a lamínula;
8 – Caso a lâmina for analisada posteriormente, deve vedar as bordas da lamínula com esmalte de
unha para evitar o ressecamento. Caso queira observar após alguns dias, deve-se guardar em reci-
piente bem vedado na geladeira.
OBS.: O horário em que as raízes apresentam maior número de divisões mitóticas é entre: 10 e 11
horas, horário em que as mesmas devem ser coletadas e fixadas. Porém, dependendo da região do
país e da época do ano, esse horário pode ser diferente.
Receitas
1 - Solução fixadora de Carnoy 3 - Orceína lácto-acética
Álcool etílico 75 ml Orceína 1g
Responda:
♦♦ Atividade 2
Objetivo: Identificar as fases do ciclo celular mitótico.
Procedimentos:
1 – Analisar a Figura 1a.
2
1
7 10
5
4
Responda:
A) Preencher a tabela abaixo indicando a qual fase pertence cada célula indicada pelos números:
Célula Fase
10
♦♦ Atividade 3
Objetivo – Reconhecer as fases da mitose em lâmina permanente.
Procedimento:
Analisar a lâmina permanente de mitose em raiz de cebola (Lâmina A2 - Hematoxilina férrica)
Responda:
♦♦ Atividade 4
Objetivo – Reconhecer as fases meiose.
Procedimento:
1. - Analisar a figura abaixo:
A B C
D E F
Figura 10 - – Fases da meiose. Escala: 5 µm
Figura 2a – Fases da meiose. Escala: 5 µm
Responda:
Capítulo 11
Organelas e o metabolismo energético da
célula
Existem seres vivos capazes de produzir fotossíntese é realizada pelos seres autotró-
sua própria energia (autotróficos) e outros ficos (plantas) que possuem uma organela
que buscam a energia nos alimentos (hete- específica para tal função, o cloroplasto,
rotróficos). As principais fontes de energia mas a fotossíntese também pode ser reali-
utilizadas pelos animais são os compostos zada por organismos procariotos, como as
orgânicos como os carboidratos, gorduras, cianofíceas, nesses organismos a fotossín-
e em menor escala, as proteínas. tese ocorre na membrana plasmática.
O processo para a obtenção de energia
chama-se respiração e é realizada pelos os Mitocôndria
animais, vegetais, protistas, fungos e alguns
procariotos. No processo de respiração pode A mitocôndria ocorre em todas as cé-
haver a participação do oxigênio (aeróbica) lulas eucarióticas aeróbicas, sendo geral-
ou não (anaeróbica). Algumas bactérias, mente alongadas ou mesmo esféricas. Seu
fungos e células animais que são aeróbicos, comprimento varia de 2 a 8 μm, portanto é
podem realizar a respiração anaeróbica na visível em microscopia óptica. O número de
falta de oxigênio, por essa razão são conhe- mitocôndrias em cada célula também varia,
cidos como anaeróbicos facultativos. certas algas verdes possuem apenas uma
No processo de respiração ocorre a unidade por célula, enquanto um ovócito
produção de um composto intermediário, pode apresentar 300.000.
a adenosina-trifosfato (ATP). Essa é a mo- A distribuição das mitocôndrias nas cé-
lécula utilizada pela célula na maior parte lulas geralmente ocorre ao acaso, podendo
de suas reações, ou seja, que faz a célula haver uma concentração onde a demanda
funcionar. O ATP é uma molécula com duas energética é maior. Por exemplo, nas cé-
ligações ricas em energia, que fica entre os lulas musculares, as mitocôndrias ficam
átomos de fósforo (P). próximas aos sarcômeros, nos esperma-
Tanto os seres autotróficos quanto os tozoides, localizam na peça intermediária,
heterotróficos produzem ATP, entretanto o que promove o movimento da cauda. As
nos procariotos a produção de ATP ocorre mitocôndrias geralmente ficam associadas
em nível de membrana plasmática e nos a gotículas lipídicas contendo ácidos graxos
eucariotos ocorre dentro de organelas es- a partir das quais elas derivam produtos
pecíficas. brutos que serão oxidados. Essas organe-
Na respiração ocorre a quebra de mo- las podem mudar de localização dentro da
léculas orgânicas para gerar energia, en- célula através da ação do citoesqueleto. Em
quanto que na fotossíntese ocorre a produ- algumas células verificou-se que as mito-
ção de moléculas orgânicas a partir de uma côndrias não ficam separadas, mas perma-
fonte primária de energia, a luz do sol. A necem juntas formando redes.
132 - ATIVIDADES PRÁTICAS EM BIOLOGIA CELULAR
Organelas e o metabolismo energético da célula
Figura 1 – Comparação
entre mitocôndria e
cloroplasto.
ATIVIDADES PRÁTICAS EM BIOLOGIA CELULAR -
Organelas e o metabolismo energético da célula 133
tão presentes nas membranas dos tilacói- sintetizadas por polissomos livres no ci-
des e formam os complexos antenas. toplasma, elas possuem uma sequência
Nos tilacóides também estão presentes específica de aminoácidos (PTS) que é fun-
as enzimas ATP sintetase, semelhante às damental para seu endereçamento. Elas
encontradas na mitocôndria. Nos cloroplas- podem ser transportadas por outras proteí-
tos maduros os tilacóides se organizam em nas até o peroxissomo ou se ligarem a re-
granum, semelhante a pilhas de moedas. O ceptores específicos da membrana.
conjunto de granum recebe o nome de gra- Os peroxissomos pré-existentes se divi-
na. Geralmente encontra-se 10 tilacóides dem por fissão para dessa forma repor orga-
por granum e cerca de 30 a 40 por grana. nelas velhas, para se preparar para a divisão
Pode ocorrer intercomunicação entre essas celular ou mesmo em resposta a estímulos
estruturas. externos, como drogas. Para ocorrer a fis-
No estroma do cloroplasto corresponde são é necessário que haja um crescimento
à região que fica entre a membrana interna da organela, que se dá pela importação de
e os tilacóides. Assim como na mitocôndria, proteínas do citoplasma e transferência de
está presente o DNA circular, que é maior lipídios do retículo endoplasmático.
que o DNA da mitocôndria e em maior nú- As funções dos peroxissomos são di-
mero de cópias. Também estão presentes versas, dependendo do conjunto de enzimas
todos os tipos de RNAs, ribossomos, proteí- presentes. Por isso, diferentes tipos celula-
nas, água, íons, enzimas e compostos orgâ- res podem possuir diferentes tipos de pero-
nicos (amido) (Figura 2). xissomos. Porém, todos peroxissomos sem-
pre apresentarão dois tipos de enzimas: as
Peroxissomo oxidases e as catalases. As oxidases oxidam
substratos a partir de oxigênio molecular e
Outra organela importante para a pro- com isso produzem peróxido de hidrogênio
dução de energia é o peroxissomo, pois ele e as catalases decompõem essa molécula.
realiza a quebra de moléculas de ácidos Os peroxissomos têm um papel mui-
graxos, em um processo é conhecido como to importante na produção de energia pela
ß-Oxidação. célula. Eles realizam a ß-oxidação, ou seja,
Os peroxissomos ocorrem em pratica- a quebra de moléculas de ácido graxo. Nos
mente todos os eucariotos, e geralmente é fungos e leveduras os peroxissomos degra-
uma organela esférica, podendo apresen- dam todos os ácidos graxos, nos vegetais
tar-se alongada. É menor que a mitocôn- eles degradam a maior parte dos ácidos
dria, 0,2 a 1 μm, geralmente é a menor or- graxos e nos animais dividem essa função
ganela da célula. Varia em quantidade e tipo com as mitocôndrias.
celular, por exemplo, os hepatócitos apre- Os peroxissomos são inativos perante
sentam maior número de peroxissomos que cadeias de ácidos graxos de tamanhos mé-
os neurônios. dios e pequenos, eles fazem a degradação
Possui uma matriz envolvida por uma apenas de cadeias longas e muito longas.
membrana única, e nessa matriz encon- Portanto, os peroxissomos agem como sis-
tra-se a maioria das enzimas responsáveis tema de encurtamento das cadeias de áci-
pelas suas funções. Também é possível en- dos graxos. Quando estas cadeias chegam
contrar inclusões cristalinas. ao tamanho médio, elas são excretadas, ou
Todas as proteínas peroxissomais são servem como intermediários na síntese de
136 - ATIVIDADES PRÁTICAS EM BIOLOGIA CELULAR
Organelas e o metabolismo energético da célula
alguns lipídios, ou ainda migram para as e rins. Outra parte do álcool é degradada
mitocôndrias para serem oxidados em mo- pelo retículo endoplasmático liso.
léculas de acetil-CoA, podendo então ser Uma função dessa organela, como já
oxidadas a CO2 no ciclo de Krebs. mencionado, é a quebra do peróxido de hi-
A energia produzida pela ß-Oxidação drogênio (H2O2) em água e oxigênio. A enzi-
peroxissomal é armazenada na forma de ma responsável por essa função é a catala-
NADH e parte é dissipada na forma de ca- se e está presente na matriz do peroxissomo
lor, enquanto a ß-Oxidação mitocondrial, em maior quantidade (40%) comparada ao
por estar acoplada a cadeia transportadora restante do citoplasma. O peróxido de hi-
de elétrons, produz no final ATP. Durante a drogênio é produzido durante o catabolismo
ß-Oxidação são produzidas moléculas de peroxissomal, mas é tóxico para as células
H2O2, que são decompostas pela catalase. por oxidar os aminoácidos e outros com-
Os peroxissomo também participam postos, desnaturando-os. Quando se coloca
de etapas da formação de fosfolipídios de água oxigenada sobre feridas, a catalase
membrana, como o colesterol e dolicol. quebra o peróxido de hidrogênio e o oxigênio
Outra função dos peroxissomos é a degra- liberado forma ‘bolhas’ que são visíveis.
dação de ácido úrico em alantoína, pela A ação da catalase (figura 3):
enzima urato oxidase. A alantoína posterior-
mente é transformada em alantoato, uréia
e amônia. Os primatas hominídeos, aves e
alguns répteis não possuem a enzima urato
oxidase e por isso o ácido úrico é excretado Produção de energia na mitocôndria
sem sofrer degradação.
Alguns peroxissomos estão presentes A respiração é um dos processos para
apenas em células vegetais de sementes a produção de energia, mas existem ou-
que contém lipídios como reserva. Esses tras formas como a fermentação, em que
peroxissomos receberam um nome espe- a quebra de compostos orgânicos ocorre
cial: glioxissomo. Eles realizam um ciclo de na ausência de oxigênio. Ela ocorre no cito-
reações semelhante ao ciclo de Krebs, com plasma das células e pode ocorrer de várias
isso é possível converter lipídios em carboi- formas, dependendo da substância que será
dratos, que é fundamental na germinação originada após a quebra do composto orgâ-
das sementes. Esse processo de conversão nico. Exemplo: a fermentação lática produz
é chamado de neoglicogênese. o ácido lático; a alcoólica, o álcool etílico e a
Os peroxissomos também participam acética, o ácido acético.
do processo de fotorrespiração nas folhas, A fermentação lática é realizada por
juntamente com as mitocôndrias e cloro- algumas bactérias, fungos e células mus-
plastos. Eles realizam uma via, dentro da culares. Esse processo ocorre no músculo
fotorrespiração, que recupera carbonos que quando há falta de oxigênio para desen-
seriam ‘perdidos’ devido ao excesso de O2. volver a respiração aeróbica, o acúmulo de
Essa organela também é muito impor- ácido lático pode levar à fadiga muscular
tante na desintoxicação, pois grande parte (cãibra).
do álcool etílico consumido por uma pessoa A fermentação alcoólica ocorre em
é degradada nos peroxissomos, principal- bactérias e leveduras, sendo muito impor-
mente os peroxissomos presentes no fígado tante na produção de bebidas e pães. Já a
ATIVIDADES PRÁTICAS EM BIOLOGIA CELULAR -
Organelas e o metabolismo energético da célula 137
Figura 4 –
Descarboxilação do
piruvato.
138 - ATIVIDADES PRÁTICAS EM BIOLOGIA CELULAR
Organelas e o metabolismo energético da célula
para o metabolismo de organismos aeróbi- a produção de energia ATP (via GTP) e a pro-
cos. A primeira etapa é o ciclo de Krebs. Em dução de CO2 (Figura 5).
procariotos o ciclo ocorre no citoplasma, já Os átomos de oxigênio utilizados para
nos eucariotos, essa fase ocorre dentro da obter o CO2 a partir dos grupos acetil que
mitocôndria. entram no ciclo são fornecidos pela água e
não pelo oxigênio molecular. Portanto, nes-
Ciclo de Krebs (ciclo do ácido cítrico se ciclo não é utilizado o oxigênio molecu-
ou ciclo dos ácidos tricarboxílicos) lar, mas ele é imprescindível para a próxima
etapa, a cadeia transportadora de elétrons.
O acetil CoA se junta a um ácido oxala-
cético (4C) e resulta em ácido cítrico. Este Fosforilação oxidativa
passa por um ciclo de reações na matriz
mitocondrial e acaba produzindo novamen- Esse evento ocorre na cadeia transpor-
te uma nova molécula de ácido oxalacético tadora de elétrons (CTE) que está presente,
que inicia um novo ciclo. Durante esse ci- em várias cópias, na membrana interna das
clo, o ácido cítrico sofre desidrogenação, mitocôndrias, e também na membrana plas-
ou seja, são liberados quatro pares de áto- mática dos procariotos. Ela é constituída por
mos de hidrogênio, sendo que três reduzem diferentes proteínas e moléculas aceptoras
moléculas de NAD, e um hidrogênio reduz e doadoras de elétrons. Essas proteínas es-
uma molécula de FAD, tornando-se NADH tão agrupadas em três grandes complexos
e FADH2, respectivamente. Também ocorre enzimáticos: a NADH desidrogenase, o ci-
6 MEMBRANA INTERNA
Figura 6 – Cadeia
transportadora de
elétrons.
140 - ATIVIDADES PRÁTICAS EM BIOLOGIA CELULAR
Organelas e o metabolismo energético da célula
lizam esse ATP para juntar moléculas de lação) a uma molécula, no caso é adição de
carbono, oriundas do CO2, para formar os um Pi no ADP, que se transforma em ATP.
compostos orgânicos. Durante o proces- A fotofosforilação ocorre com a parti-
so ocorre liberação de oxigênio a partir da cipação de dois fotossistemas: I e II. Esses
água. Na mitocôndria os compostos orgâni- fotossistemas são formados por pigmentos,
cos são quebrados, utiliza-se oxigênio, sen- substâncias aceptoras de elétrons e diver-
do liberado CO2 e energia na forma de ATP. sas enzimas. A organização dos pigmentos
A estrutura dessas organelas também lembra uma antena parabólica, por isso é
é muito semelhante, porém no cloroplasto, conhecido como ‘complexo antena’. No cen-
além das duas membranas (interna e exter- tro desse complexo estão as clorofilas P700
na) tem um terceiro sistema de membranas, e P680, cujos valores significam o compri-
os tilacóides, onde ocorre a cadeia trans- mento de onda da luz que é absorvido com
portadora de elétrons. maior eficiência pelas clorofilas.
Os processos envolvidos na produção No fotossistema I a energia solar ativa
dos compostos orgânicos nos cloroplastos os elétrons presentes nas várias clorofilas
recebem o nome de fotossíntese, que apre- que constituem a porção antena do com-
senta a seguinte equação: plexo, a energia de um elétron excitado é
transmitida de uma clorofila para outra até
alcançar um centro de reação. Esse centro
é formado por várias proteínas transmem-
branas e pigmentos, entre eles a clorofila
P700. Esta clorofila após receber os elé-
trons e ser excitada, libera os elétrons que
Conforme a dependência da presença são recepcionados pela ferredoxina, que por
de luz, as reações são classificadas em dois sua vez os transfere para uma cadeia trans-
tipos: fotodependente e fotoindependente. A portadora de elétrons (CTE). Nessa cadeia,
primeira fase ocorre nos tilacóides e nessa assim como na mitocôndria, é sintetizado
fase a energia luminosa é convertida em ATP pela liberação gradual de energia dos
energia química (ATP) a partir de ADP, tam- elétrons. No final, os elétrons voltam para
bém é produzido NADPH e a água é oxidada, o centro de reação do complexo antena. Os
resultando na liberação de O2. A segunda elétrons também podem seguir outro cami-
fase, fotoindependente, ocorre no estroma nho em vez de passar pela cadeia. Na fer-
e utiliza o ATP e NADPH produzidos na fase redoxina, os elétrons são transferidos para
+
anterior para converter CO2 em compostos o NADP e este é reduzido a NADPH. Nesse
orgânicos. segundo caso os elétrons não retornaram
ao centro de reação, contudo eles têm que
Fase clara ou fotoquímica - reações ser repostos para a fosforilação continuar.
fotodependentes Essa reposição conta com a participação do
Fotossistema II (Figura 8).
A fase clara envolve dois processos: a No Fotossistema II, assim como no I, os
fotofosforilação e a fotólise da água. Como o processos são os mesmos: depois que o par
próprio nome diz, fotofosforilação é um pro- da clorofila P680 é excitado, os elétrons são
cesso que ocorre na presença de luz (fóton) transferidos para um aceptor, a plastoquino-
no qual ocorre a adição de fosfato (fosfori- na, que segue passando esses elétrons por
ATIVIDADES PRÁTICAS EM BIOLOGIA CELULAR -
Organelas e o metabolismo energético da célula 141
Resumo da fotossíntese
Figura 9 – Resumo da
fotossíntese.
ATIVIDADES PRÁTICAS EM BIOLOGIA CELULAR - 143
♦♦ Atividade 1
Objetivo - Evidenciar a catalase.
Procedimentos:
1 - Cortar duas fatias finas de tubérculo de batata;
2 - Ferver uma delas por 5 minutos;
3 - Colocar em placas de Petri separadas e cobri-las com peróxido de hidrogênio;
Responda:
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ÍNDICE REMISSIVO