Apostila
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Transações e
Investimentos
ANÁLISE DE OPÇÕES DE TRANSAÇÕES E INVESTIMENTOS 1
Análise de Opções de Transações e Investimentos
Índice Geral
Aula 1 A variável financeira nas opções de transações e investimentos 3
4.2 Payback 27
4.3 Payback Descontado 30
4.4 Valor Presente Líquido (VPL) 30
Aula 5 Métodos quantitativos de análise de projetos de investimento 31
5.1 Taxa Interna de Retorno (TIR) 31
5.2 Taxa Interna de Retorno Modificada (TIRm) 32
5.3 Comparação entre os métodos de análise de projetos de
33
investimento
Estratégias Comerciais e Viabilidade Financeira de
Aula 6
Investimentos
6.1 Estratégias Comerciais de Compra e Venda
Introdução
Mais do que nunca, estamos diante de um mundo onde as mudanças ocorrem numa
velocidade sem precedentes e de maneira imprevisível, onde a concorrência assume
escalas globais e num cenário em que, na maioria das vezes, nossos clientes estão
repletos de informações. A tecnologia da informação possibilitou uma verdadeira
globalização, gerando uma significativa interação e interdependência entre os
mercados e quebrando, até mesmo, barreiras continentais. Essa relação é vista não
só no aspecto econômico, mas também cultural e social. Hoje, uma crise num
pequeno país em um continente distante pode afetar o mundo inteiro e gerar uma
cascata de desdobramentos que irão afetar a economia dos mais diferentes países
e, especificamente, as organizações que atuam dentro desses. Logo, é essencial que
as empresas estejam preparadas para enfrentar esses desafios, protegendo-se de
ameaças externas e aproveitando oportunidades de negócios que surgem em
tempos como este ou em outros de calmaria.
Nós poderíamos começar esse tópico com a seguinte pergunta: Por que estudar
finanças? Porém, independentemente das respostas que poderiam surgir, essa
poderia ser substituída pela afirmação: “Como não estudar finanças em curso de
especialização”. Aliás, não poderíamos sequer considerar este curso como um MBA,
se não houvesse uma disciplina destinada a abordar as variáveis financeiras que
afetam e influenciam as decisões de um especialista em gestão de serviços e
operações.
Para tudo isso, a gestão financeira irá abordar uma série de atividades, como:
orçamento, previsões financeiras, gestão do fluxo de caixa, capital de giro,
administração de crédito, captação de recursos e análise da viabilidade financeira de
projetos e investimentos.
1.3.1 Transações
1.3.2 Investimento
Para Hoji (2010), “Um investimento pode ser representado por uma aquisição de
empresa, expansão de operação, implantação de software etc., e gera resultados
econômicos durante a sua vida útil (vida econômica, ou duração)”. O autor menciona
também a existência de investimentos que não podem ter seus retornos
mensurados, por gerarem somente resultados qualitativos e não quantitativos (por
exemplo, investimento em melhoria de qualidade de atendimento pós-venda).
- Aquisição de máquinas;
- Compra de ações;
- Aplicação em Fundo DI;
- Implantação de Projeto de Automação da Fábrica;
- Compra de imóvel;
- Aquisição de outra empresa;
- Construção de Centro de Treinamento;
- Terceirização de parte da cadeia produtiva etc.
1.3.3 Projetos
Muitas vezes também iremos utilizar a palavra “Projeto” com a acepção dada pela
ONU (1984): “um empreendimento planejado que consiste num conjunto de
atividades inter-relacionadas e coordenadas, com o fim de alcançar objetivos
específicos dentro dos limites de um orçamento e de um período de tempo dados”.
É com este sentido que iremos trabalhá-lo nas nossas análises aqui na disciplina, já
que a palavra projeto também ganha diferentes conotações dependendo da forma
que é empregada. Aliás, sua aplicação geralmente confunde-se com o conceito de
atividade ou ação, pois muitos profissionais preferem chamá-las de projeto para
acrescentarem uma maior importância as suas iniciativas. De qualquer forma, não
vamos nos prender a essa discussão, mas sim colocar o projeto como uma opção
de escolha a ser analisada e verificada a viabilidade financeira.
Para GITMAN (2010), algumas vezes, esse trabalho representa mais uma arte que
uma ciência; em muitos casos, os fatores que determinam o sucesso de um projeto
ou investimento (condições econômicas gerais, concorrência, taxas de juros,
regulamentações governamentais etc.) estão fora do controle direto das empresas.
Também, o horizonte de tempo de alguns projetos estende-se até um futuro
distante, de modo que as projeções de tempo e dos benefícios desses investimentos
tornam esse processo difícil.
Introdução
Posso lhes dizer, com toda certeza, que nunca fez tanto sentido o ditado que diz:
“Tempo é Dinheiro”. Não importa se estamos falando de um empreendimento, de
um negócio, de uma transação, de uma empresa ou, até mesmo, nós como pessoas
físicas, estamos quase sempre envolvidos num sistema de troca com base no
dinheiro. Logo, é essencial aprendermos como funciona a relação entre esses dois
termos e os diversos elementos que irão reger esse sistema de transações
financeiras. Ou seja, é preciso entender o comportamento do dinheiro ao longo do
tempo e isso é chamado de Matemática Financeira.
Reitero a importância do assunto para qualquer tipo de gestor que deseja balizar,
de forma técnica e profissional, suas decisões e ajudar no desenvolvimento de sua
organização. As noções básicas de matemática financeira, que iremos ver nesta aula,
são essenciais para a aplicação dos modelos e técnicas de avaliação da viabilidade
financeira de projetos de investimentos e cálculo de vários tipos de transações
comerciais. São fundamentais para analisar alternativas de financiamento,
determinação de prazos de venda, calcular a remuneração de aplicações, analisar
fluxos de caixa de um projeto e, até mesmo, entender as regras que regem
empréstimos pessoais.
Está na hora de vermos os elementos que irão compor a base dos cálculos dessas
transações financeiras que são: juros, taxas de juros, valor presente, valor futuro,
principal, montante, capitalização, desconto e fluxo de caixa.
Juros
Os Juros (J) representam a essência do equilíbrio no mercado financeiro, pois
correspondem ao elo entre aqueles que precisam de dinheiro e os que o possuem e
desejam colocá-lo à disposição. Ou seja, estamos falando dos agentes tomadores e
dos fornecedores de capital. O Capital (C) é um recurso desejado e terá seu valor
como qualquer outro fator de produção, sofrerá a influência da lei da oferta e da
procura, e a sua remuneração será, exatamente, os juros.
Taxa de Juros
Pode ser representada pela forma decimal ou percentual, sendo calculada pela
simples divisão do total de juros pelo valor do capital. Também é importante lembrar
que essa taxa diz respeito a uma determinada periodicidade. São exemplos de Taxas
de Juros: 0,10 a.a = 10% a.a (dez por cento ao ano); 0,06 a.s = 6% a.s (seis por
cento ao semestre); e 0,04 a.m = 4% a.m (quatro por cento ao mês).
Regimes de Capitalização
Quando determinada transação financeira possuir um número de períodos (n) maior
do que um, deveremos definir a forma de incidência de juros a partir do segundo
período: Juros Simples ou Juros Compostos.
a) Juros Simples
No regime de Juros Simples, a aplicação da Taxa de Juros (i) incidirá somente no
Capital Inicial (C), por quantos forem os períodos que compuserem o prazo da
transação financeira. O crescimento do capital ocorre de forma linear, ou seja, não
são somados os juros do período ao capital para o cálculo de novos juros para os
períodos seguintes.
J = C . (i . n)
Exemplo 2:
Se uma pessoa aplicasse R$16.000,00, numa instituição financeira, e resgatasse
R$20.385,00 cinco meses depois, quanto teria sido a taxa mensal de juros simples
dessa aplicação?
b) Juros Compostos
No regime de Juros Compostos, a aplicação da Taxa de Juros (i) incidirá não só no
Capital Inicial (C) ou Valor Presente (VP), como também nos juros acumulados de
cada período, passando a render novos juros por quantos forem os períodos que
compuserem o prazo da transação financeira. Ou seja, os juros de cada período são
calculados sobre o saldo existente no início do respectivo período, e não apenas
sobre o capital inicial.
J = C [(1 + i) ⁿ- 1]
Exemplo 2:
Calcule o total de juros que serão pagos numa venda a prazo de 18 meses, sabendo
que o valor à vista do produto era R$1.000,00 e que a taxa de juros embutida é de
5% a.b?
J = 1.000 [(1 + 0,05) 9 - 1]
J = 1.000 x 0,5513
J= 551,30
a) Juros Simples
M = C . ( 1 + i.n) ou VF = VP . ( 1 + i.n)
Exemplo 1:
Qual o montante gerado por um capital de R$500.000,00 aplicado a uma taxa de
2,5% a.m pelo prazo de um ano e meio?
M = 50.000 (1 + 0,025 x 18)
M = 50.000 x 1,45
Exemplo 2:
Um certo produto com valor à vista de R$800,00 pode ser adquirido com uma
entrada de 20% e mais um pagamento para 60 dias. Se a loja cobra juros simples
de 5% a.m., qual o valor do pagamento devido?
b) Juros Compostos
M = C . (1 + i) ⁿ ou VF = VP . (1 + i) ⁿ
Exemplo 1:
Qual o montante produzido por uma aplicação de R$20.000,00, à taxa composta de
1,5% a.m. durante um ano?
M = 20.000 (1 + 0,015) ¹²
M = 20.000 x 1,1956
M = 23.912
Exemplo 2:
Qual o montante produzido por uma aplicação de R$35.000,00, dentro de 18 meses,
à taxa composta de 1,2% de juros compostos ao mês?
M = 35.000 (1 + 0,012) ¹8
M = 35.000 x 1,2395
Juros Simples
Diante de sua natureza linear, a taxa de juros equivalente para o regime de juros
simples é obtida pela divisão entre a taxa de juros considerada na transação e o
número de vezes em que ocorrerá a capitalização. Essa nova taxa é também
chamada de Taxa Proporcional. Ou seja, as taxas de juros simples são consideradas
equivalentes quando essas forem aplicadas sobre um capital, durante um mesmo
intervalo de tempo, e produzirem o mesmo volume de juros.
Exemplo:
Uma taxa de juros de 18% a.a, capitalizada mensalmente, equivale a um porcentual
de 1,5% de juros que incidirá 12 vezes sobre o capital.
Taxa Proporcional = 18% / 12 = 1,5%
Exemplo:
Um capital de R$10.000,00 aplicado pelo prazo de 1 ano a uma taxa de 26,8242%
a.a., ou a uma taxa de 2% a.m., o montante será o mesmo, dado que essas duas
taxas são equivalentes:
Legenda
ia = taxa anual ib = taxa bimestral
is = taxa semestral im = taxa mensal
it = taxa trimestral id = taxa diária
Exemplo:
Quais as taxas de juros compostos mensal e semestral equivalentes a 25% ao ano?
(1 + ia) = (1 + im)¹²
(1 + 0,25) = (1 + im)¹²
im = ¹²V 1,25 –1 = 0,01877 ... 1,877%
(1 + ia) = (1 + is)²
Taxa Nominal
Chamamos de Taxa Nominal a taxa de juros que é capitalizada mais de uma vez no
período a que se refere a taxa declarada. Ou seja, o período de formação e
incorporação dos juros ao principal (valor presente) não é o mesmo definido para a
taxa de juros.
Exemplos:
15% ao ano capitalizada bimestralmente;
8% ao mês capitalizada diariamente; e
15% ao semestre capitalizada mensalmente.
Taxa Efetiva
Chamamos de Taxa Efetiva a taxa de juros apurada ao longo de todo prazo da
operação, formada exponencialmente de acordo com o período de capitalização. Ela
é obtida através da seguinte expressão:
If = (1 + i/q)q – 1
Legenda
if = taxa efetiva
i = taxa nominal
q = número de períodos de capitalização
Introdução
Designado em inglês como cash flow, o Fluxo de Caixa é um instrumento que projeta
as entradas e as saídas de recursos financeiros da empresa, de uma transação
comercial, de um investimento ou de um projeto. Sua estruturação é fundamental
para análise financeira e respectiva tomada de decisão que envolva um fluxo de
embolsos e desembolsos. Ele permitirá ao gestor avaliar a viabilidade financeira de
uma determinada operação, realizar uma análise de sensibilidade, calcular a
rentabilidade, o ponto de equilíbrio e o período de retorno das opções analisadas.
Antes de tomarmos qualquer decisão profissional ou, até mesmo, pessoal, devemos
avaliar os prós e contras das alternativas apresentadas. Para tal, é necessário lançar
mão do máximo de informações e variáveis que sejam relevantes para essa análise.
Nessa perspectiva, o fluxo de caixa, ou sua projeção, é fundamental para avaliar tais
opções e minimizar a probabilidade de erro dessa escolha.
Temp
Saídas
Entrada
Temp
Saídas
Entrada
Tempo
Entrada
Temp
Investimento Inicial
Também chamados de sunck costs, são os gastos incorridos num projeto que não
poderão ser recuperados, independentemente do sucesso do mesmo. Por isso não
devem ser considerados na determinação dos fluxos incrementais de caixa, no
processo de tomada de decisão. Um bom exemplo são os gastos envolvidos com a
pesquisa de mercado para se avaliar a aceitação do lançamento de um novo produto
ou serviço.
O conceito que iremos trabalhar na nossa disciplina para Valor Residual corresponde
ao valor do projeto ou investimento no último período de análise. Porém, nem
sempre teremos um tempo determinado para o fim desse investimento e por isso
teremos que adotar outra forma para considerar esse valor residual, o chamado
valor residual de investimentos com ciclo de vida indeterminado. Entende-se por
ciclo de vida indeterminado aquele que possui um fluxo de caixa para um número
infinito de anos; logo, considera-se um ciclo de vida determinado o que possui um
número finito de anos.
Exemplo:
A Empresa Beta Construções adquiriu um superguindaste para cumprir um contrato
com o Estado do Rio de Janeiro, relacionado à Olimpíada de 2016.
Introdução
Podemos conceituar a Análise da Viabilidade Financeira de Projetos de Investimentos
como um conjunto de técnicas que permite uma comparação entre as alternativas
de investimento e os critérios definidos como parâmetros para aceitação, permitindo
ainda a classificação entre essas alternativas. Para tal, as diferenças existentes entre
as alternativas de investimento ou entre os projetos devem ser traduzidas tanto
quanto possível em termos quantitativos. A importância dessa quantificação se
justifica pela necessidade de dados numéricos para a aplicação dos principais
métodos de análise de viabilidade econômico-financeira dos investimentos e
projetos.
Payback (PB)
Payback Descontado (PBd)
Valor Presente Líquido (VPL)
Taxa Interna de Retorno (TIR)
TIR Modificada (TIRm)
Índice de Rentabilidade (IR)
Apesar de não haver esse consenso, é comum fixar como taxa mínima para
aceitação de um investimento uma taxa de juros equivalente à maior rentabilidade
das aplicações correntes e de pouco risco (Custo de Oportunidade). Logo, se o
investimento ou o projeto não propiciarem uma rentabilidade acima dessa taxa,
estes não deverão ser aceitos.
Outra maneira, também comum, de fixar essa taxa mínima, é considerar o custo de
capital da empresa.
4.2.1 Payback
“Para análise a partir deste método, é estipulado um período máximo aceitável, sob
o qual projetos com períodos superiores serão rejeitados e inferiores ou iguais,
aceitos” Gitman (2010, p. 339).
Exemplo 1:
Exemplo 2:
A empresa Olimpia S.A levantou a necessidade de R$3.000.000,00 para o
Investimento Inicial do Projeto X e estimou os seguinte fluxos de caixa:
R$550.000,00 no primeiro ano; R$600.000,00 no segundo ano; R$750.000,00 no
terceiro ano; R$900.00,00 no quarto ano; e R$2.200.000,00 no quinto ano.
Calculando o Payback:
Ao acumularmos as entradas de caixa até o 4º Ano, temos o valor de
R$2.800.000,00. Como o Investimento Inicial é de R$3.000.000,00, ainda faltam
R$200.000,00. Precisamos calcular o quanto esse último valor representa em tempo
Contudo, como o método comum, ele também não considera os fluxos de caixa após
o período estipulado, podendo trazer distorções significativas que influenciarão a
escolha de um projeto. Mesmo assim, as técnicas de payback também podem ser
utilizadas como um importante indicador do nível de risco do projeto, já que
expressam o tempo de retorno do projeto; e quanto maior for esse tempo, mais
exposta estará à empresa, visto que parte de seu capital estará comprometida no
investimento diminuindo sua liquidez.
Regra de decisão:
PBd < Padrão da empresa --> Aceita-se o projeto
PBd = Padrão da empresa --> Aceita-se o projeto
PBd > Padrão da empresa --> Rejeita-se o projeto
Fórmula:
Regras de decisão:
VPL < 0 => Não se aceita o projeto
VPL > 0 => Aceita-se o projeto
Como os dois projetos não apresentam saídas de caixa durante o projeto, o custo
envolvido é somente o investimento inicial. Caso estivéssemos avaliando o melhor
projeto segundo este método, deveríamos escolher o Projeto Alfa.
Aplicação na HP 12c
VPL Alfa:
[f] [clear] [FIN]
600.000 [CHS] [g] [CFo]
200.000 [g] [CFj]
200.000 [g] [CFj]
200.000 [g] [CFj]
150.000 [g] [CFj]
8 [i]
[f] [NPV] => 25.673,87
Exemplo 2
Projeto Benetti (i = 10%) Entradas de Caixa Saídas de Caixa
Investimento Inicial R$900.000,00
Entradas de Caixa
Ano 1 R$500.000,00
Ano 2 R$400.000,00
Ano 3 R$500.000,00 R$100.000,00
Ano 4 R$200.000,00
Ano 5 R$100.000,000
Lembre-se que o Fluxo de Caixa Líquido do Ano 3 foi calculado com base no saldo
entre entradas e saídas de caixa.
Introdução
Neste momento da disciplina, apresentaremos outros métodos que exigem uma
complexidade maior nos cálculos, mas que permitem uma leitura mais fácil e de
melhor comparação com outros índices e indicadores do mercado. Demonstraremos
as metodologias de cálculo da Taxa Interna de Retorno e da Taxa Interna de Retorno
Modificada, hoje facilitadas pelo uso de calculadoras e planilhas financeiras. Tais
aplicativos são facilmente encontrados, inclusive gratuitamente para computadores
e smartphones que facilitarão muito a análise dos seus critérios de aceitação ou
rejeição.
Podemos dizer de maneira bem objetiva que a Taxa Interna de Retorno, chamada
em inglês de Internal Rate of Return (IRR), representa a taxa de juros que tornaria
nulo o Valor Presente Líquido. Ela representa a taxa de desconto que iguala os fluxos
de entradas de caixa com os fluxos de saídas de caixa de um projeto, investimento
ou transação comercial.
Regra de decisão:
TIR > TMA, aceita-se o projeto
TIR = TMA, indiferente
TIR < TMA, rejeita-se o projeto
Fórmula:
O cálculo da Taxa Interna de Retorno (TIR) não é algo tão fácil de ser calculado sem
a ajuda de calculadoras financeiras ou planilhas eletrônicas, pois não conseguimos
isolar i de sua equação acima e colocá-lo em evidência. Para isso, devemos aplicar
o método de aproximações sucessivas ou método numérico de tentativas e erros.
Devemos sucessivamente atribuir um valor para i e calcular o VPL, se o VPL for um
valor alto atribuímos um valor maior para i. Faremos isso até que o VPL seja zero.
Ao analisarmos o valor encontrado para TIR, fazemos uma comparação com a TMA
da empresa. Se a TIR for maior que essa taxa, significa que essa opção irá aumentar
a riqueza dos proprietários caso seja aceita. Quanto maior for a TIR, melhor o
projeto.
Exemplo 1
Vamos ao nosso exemplo abaixo para verificar o cálculo da TIR para os Projetos Alfa
e Beta:
Projeto Alfa Projeto Beta
Investimento Inicial R$500.000,00 R$700.000,00
Entradas de Caixa
Ano 1 R$200.000,00 R$100.000,00
Ano 2 R$300.000,00 R$300.000,00
Ano 3 R$200.000,00 R$300.000,00
Ano 4 R$150.000,00 R$400.000,00
Total R$750.000,00 R$1.100.000,00
TIR Alfa:
[f] [clear] [FIN]
500000 [CHS] [g] [Cfo]
200000 [g] [CFj]
300000 [g] [CFj]
200000 [g] [CFj]
150000 [g] [CFj]
10 [i]
TIR Beta:
[f] [clear] [FIN]
[700000] [CHS] [g] [Cfo]
100000 [g] [CFj]
300000 [g] [CFj]
2 [g] [Nj]
400000 [g] [CFj]
10 [i]
[f ] [IRR] => 17,33%
Exemplo 2
Projeto Benetti (i = 10%) Entradas de Caixa Saídas de Caixa
Investimento Inicial R$1.200.000,00
Entradas de Caixa
Ano 1 R$500.000,00
Ano 2 R$400.000,00
Ano 3 R$500.000,00 R$100.000,00
Ano 4 R$200.000,00
Ano 5 R$100.000,000
Lembre-se que o Fluxo de Caixa Líquido do Ano 3 deve ser calculado com base no
saldo entre entradas e saídas de caixa.
Aplicação na HP 12c
[f] [clear] [FIN]
1200000 [CHS] [g] [CFo]
Este método tenta solucionar as limitações apresentadas pela TIR, como a existência
de múltiplas taxas quando o fluxo de caixa não é convencional. Desta forma, a TIRm
traduz as saídas de caixa a valores presentes, enquanto que entradas de caixa são
levadas a valor futuro no último período do fluxo. Assim, os valores ficam
concentrados no instante zero e no período final, permitindo que o cálculo da Taxa
Interna de Retorno fique muito mais fácil e direto.
Fórmula:
VP Custos = VF / (1+TIRm)n
Regra de decisão:
TIRm > TMA, aceita-se o projeto
TIRm = TMA, indiferente
TIRm < TMA, rejeita-se o projeto
Exemplo 1
Vamos entender a lógica do cálculo da TIR modificada utilizando o fluxo de caixa
abaixo:
0 1 2 3 4
500.000 999.20
VPL = 0 TIRm = 18,90%
Exemplo 2
A empresa Florais do Campo está considerando uma alternativa de investimento que
gerou o seguinte fluxo de caixa projetado para 7 anos. A Taxa Mínima de
Atratividade considerada foi de 15% aa.
Aplicação na HP 12c
Calculando o valor presente das saídas de caixa:
20000 [FV] 15 [i] 3 [n] [PV] => 13.150,32
20000 [FV] 15 [i] 5 [n] [PV] => 9.943,53
Introdução
Chegou a hora de aplicarmos, de forma mais específica, a matemática financeira na
definição das estratégias comerciais de compra e venda. A utilização de tal expertise
tem como objetivo determinar: a redução do preço de produtos e serviços causados
pelas condições de pagamento, o porcentual de desconto nas operações à vista e
os planos de venda a prazo mais vantajosos.
Exemplo 1
Suponha que a empresa Mil Flores tenha realizado uma venda no valor de
R$8.000,00 com previsão de recebimento em 5 prestações iguais, sendo a primeira
à vista. Qual a seria o valor presente dessa operação, sabendo que a taxa de inflação
mensal é de 1,2%?
PV = 1.600 + 1.600 / (1+ 0,012) + 1.600 / (1+ 0,012)² + 1.600 / (1+ 0,012)³ +
1.600 / (1+ 0,012)⁴
PV = 7.812,51
Exemplo 2
Sabendo que o custo de capital da empresa de telefonia Falesempre S.A. é de 1,4%
a.m., qual das alternativas abaixo proporciona a menor perda para a empresa?
a) Vender à vista com desconto de 10%; ou
b) Receber em 30 dias sem acréscimo
Exemplo 3
Determine a alternativa de venda mais vantajosa para Hotel Volte Sempre,
considerando o pacote de Ano Novo no valor de R$15.000,00 e um custo de
oportunidade de 2% a.m.:
Resolução:
a) Preço à vista = 15.000 – (10% x 15.000) = 13.500
b) PV = 3.750 + 3.750/ (1 + 0,02) + 3.750/ (1 + 0,02)² + 3.750/ (1 + 0,02)³
PV = 14.564,56
c) PV = 15.000 – (8% x 15.000) / (1 + 0,02) = 13.800 / (1 + 0,02)
PV = 13.529,41
Resolução:
PV = 1.700 / (1,025)³ = 1.578,62 (valor presente do imposto)
PV = 20% x 1.700 / (1,025)⁴ = 340 / (1,025)⁴ = 308,02 (valor presente do imposto)
Resolução:
Resolução:
Resolução:
Considerando o momento da compra junto à construtora, vamos calcular o valor
presente das opções de venda e compra.
VP = 280.000 / (1,03)1+4
VP = 280.000 / (1,03) ⁵ = 241.530,46 (valor presente venda)
Neste caso, deveríamos escolher o pagamento para 30 dias, pois essa opção iria
proporcionar o maior valor líquido para operação.
Solução:
Payback
Payback descontado
Para calcular o Payback descontado, vamos trazer para o instante zero os Fluxos
Líquidos de Caixa esperados:
TIR Guarani:
[f] [clear] [FIN]
100.000 [CHS] [g] [Cfo]
60.000 [g] [CFj]
35.000 [g] [CFj]
30.000 [g] [CFj]
10.000 [g] [CFj]
12 [i]
[f] [IRR] => 17,60%
TIR Pampa:
[f] [clear] [FIN]
ANÁLISE DE OPÇÕES DE TRANSAÇÕES E INVESTIMENTOS 59
100.000 [CHS] [g] [Cfo]
40.000 [g] [CFj]
35.000 [g] [CFj]
2 [g] [Nj]
45.000 [g] [CFj]
12 [i]
[f] [IRR] => 19,79%
Lembre-se que neste método devemos levar todas as entradas de caixa para o fim
da vida do projeto e trazer para o instante zero todas as saídas.
0 (100.000) - (100.000) -
1 60.000 84.295,68 40.000 56.197,12
2 35.000 43.904,00 35.000 43.904,00
3 30.000 33.600,00 35.000 39.200,00
4 10.000 10.000,00 45.000 45.000,00
Total 135.000 171.799,68 290.000 184.301,12
TIRm Guarani:
100000 [CHS] [g] [PV]
4 [n]
171799,68 [FV]
TIRm Pampa:
100000 [CHS] [g] [PV]
4 [n]
184301,12 [FV]
[i] => 16,52%
Quadro Comparativo
Análise
Na hora em que a empresa for definir o melhor projeto, NÃO basta ver o resultado
de cada um dos métodos e ver o que a maioria apontou. Lembro que além das
variáveis internas, que serão importantes critérios para a escolha, também existem
as informações externas do mercado e dos concorrentes. Falo de outros indicadores
econômicos, como a taxa de juros futura e os índices alcançados pelos principais
concorrentes.
Diante de todos esses dados e por não haver limitações definidas pela empresa,
concluímos que o melhor projeto, entre os dois apresentados, é o Projeto Pampa.
É diante desses fatores que iremos tratar o assunto risco, tipificando-o e aprendendo
como lidar com ele. Apresentaremos também os conceitos de incerteza e retorno e
assim poderemos correlacionar tais ideias às opções de transações e investimentos.
Exemplos:
Perda de material ou do patrimônio fruto de roubos, acidentes ou catástrofes;
Retração da demanda pelos produtos produzidos;
Ausência de fornecedores ou de matéria-prima;
É muito conhecida a frase que diz: “Quanto maior o risco, maior deve ser o retorno”.
Também devemos ter como norte essa afirmação ao decidirmos sobre uma
transação ou investimento. Sempre estaremos assumindo riscos nas suas diferentes
formas e o quanto desses riscos nós iremos assumir, dependerá do retorno
esperado. O gráfico abaixo representa essa relação:
CV = Desvio-Padrão/Retorno esperado.
Este índice é muito utilizado quando temos que decidir entre dois projetos em que
um apresente um retorno esperado mais alto e ao mesmo tempo apresenta um risco
maior, ou seja, um desvio-padrão maior.
Desta forma, o Projeto Tango é mais arriscado, uma vez que o risco por unidade de
retorno ainda é maior.
Introdução
Utilizamos diversos métodos para analisar a viabilidade financeira de um
investimento, mas mesmo que tenhamos aplicado o melhor dos métodos, ou até
mesmo um conjunto desses, a única certeza que temos é a do valor do investimento
inicial. Todas as futuras entradas e saídas de caixa são projeções; logo, a
determinação da atratividade de um projeto ou investimento é apenas uma
estimativa de possíveis valores. Aliás, devido às diferentes naturezas do risco, nunca
teremos a certeza absoluta sobre a ocorrência dos valores esperados. Mesmo assim,
as decisões quanto à melhor opção deverão ser tomadas e por isso uma correta
percepção do risco e da incerteza será essencial para minimizar a probabilidade de
erro desta escolha.
A única certeza que temos é que os resultados futuros de um projeto são incertos,
mas se esses ocorrerem em intervalos que possam ser determinados, ou seja, se
conhecermos a amplitude de variabilidade, podemos até determinar a distribuição
probabilística de ocorrência desses resultados.
Exemplo:
Com base em pesquisa de mercado e dados estatísticos, a empresa Latinoamerica
está avaliando duas alternativas de projeto - Projeto Mike e Projeto Sierra. Foram
E (r) = p x r
Projeto Mike
E (r) = 0,25 x 0,10 + 0,50 x 0,15 + 0,25 x 0,20
E (r) = 0,025 + 0,075 + 0,05 = 0,15 ou 15,0%
Projeto Sierra
E (r) = 0,20 x 0,12 + 0,30 x 0,15 + 0,50 x 0,19
E (r) = 0,024 + 0,045 + 0,095 = 0,164 ou 16,4%
DP 2 pr E (r )
2
DP = DP 2 e
1,00 0,001275
1,00 0,001651
Resumo:
Dalton (2001) propõe a Árvore de Decisão como um modelo simples, prático e muito
utilizado pelo mercado em situações de incerteza, “que são os casos mais comuns
nas decisões gerenciais, será necessário estimar prováveis frequências relativas ou
probabilidades, possivelmente com base em experiências anteriores ou correlatas”.
Árvore de Decisão
Exemplo:
A Metalúrgica Irmãos Andrade está realizando seu Planejamento Estratégico para o
ano seguinte, mas para decidir entre as alternativas de projetos existentes precisa
ter uma noção muito clara da probabilidade de aumento do preço de seu principal
insumo – o Aço. Após pesquisa de mercado e análise conjuntural, chegou-se à
conclusão que se houver um aumento nos investimentos em bens de capital, a
probabilidade de aumento no preço do aço seja de 80%. Caso não ocorra este
aumento nos investimentos, a probabilidade de aumento no preço seja de 50%. Se
olharmos somente para probabilidade de aumento nos investimentos em bens de
capital, estimamos 70% de possibilidade de ocorrência.
Com base nestes dados estatísticos podemos descobrir:
Árvore de Decisão
Já vimos que a incerteza diz respeito àquilo que não se conhece sobre as variáveis
relacionadas a um projeto ou investimento. Aliás, a única certeza absoluta que se
tem quanto ao futuro de qualquer atividade é que a incerteza sempre estará
presente. Para auxiliar na análise da viabilidade de projetos sobre os quais não
temos informações sobre a distribuição da probabilidade de ocorrência dos dados
do fluxo de caixa ou da taxa mínima de atratividade, utilizamos métodos de análise
sob condições de incerteza.
Exemplo 1:
A empresa Policards está avaliando, através da Análise de Sensibilidade, qual dos
projetos abaixo apresentará o maior risco se a taxa de desconto variar de 10% para
15%.
Análise:
Ao analisar os resultados do VPL dos projetos em estudo, percebemos que ambos
declinam quando a taxa de desconto sobe de 10% para 15%. Portanto, o método
de Análise de Sensibilidade permite identificar e comparar os graus de risco desses
dois projetos. Comparando-se os resultados obtidos, pode-se observar que a
variação percentual no VPL do Projeto Fox é de –8,62%, enquanto a do Projeto Golf
é de – 12,81%. Portanto, o Projeto Golf é mais sensível a uma alteração na taxa de
desconto, ou seja, o Projeto Golf apresentará um risco mais acentuado do que o
Projeto Fox, caso a taxa de desconto aumente no futuro.
Os métodos que serão apresentados têm como base a Teoria dos Jogos, ramo da
matemática aplicada que teve seus estudos precursores no início do século passado
e que apresenta hoje um grande número de técnicas e ferramentas para auxiliar no
processo decisório de um “jogador”. Esses métodos receberam o nome de
renomados matemáticos e economistas que apresentaram teorias e pressupostos
que mais tarde seriam aplicados à administração. Como estamos sempre falando
que precisamos aumentar a competitividade organizacional é porque temos
jogadores atuando nessas organizações. A vitória, ou seja, o sucesso organizacional,
dependerá em grande parte da habilidade de tomar decisões acertadas sob
condições parciais de desconhecimento.
Este método simples se baseia no seguinte fato: como não conseguimos prever as
probabilidades, atribuem-se valores iguais a cada uma delas. Ele também é chamado
de “princípio da razão insuficiente”.
Este método baseia-se na escolha do pior caso para cada alternativa, para depois
selecionar a alternativa “menos pior”. Chamada de Regra do Pessimista, consiste em
um critério de extrema segurança.
E1 E2 E3
Projeto 1 20 14 6
Projeto 2 15 12 10
Projeto 3 18 18 5
E1 E2 E3
Projeto 1 20 14 6
Projeto 2 15 12 10
Projeto 3 18 18 5
Este método assume uma posição intermediária em relação aos dois últimos
métodos. Ele considera um grau de otimismo e outro de pessimismo, ponderando a
decisão em função de graus estabelecidos.
E1 E2 E3
Projeto 1 20 14 6
Projeto 2 15 12 10
Projeto 3 18 18 5
onde, Rij é o valor máximo para cada evento Ei. A escolha será sobre a alternativa
que minimiza o “desapontamento”.
E1 E2 E3
Projeto 1 20 14 6
Projeto 2 15 12 10
Projeto 3 18 18 5
Matriz de Desapontamento
E1 E2 E3
Projeto 1 0 4 4
Projeto 2 5 6 0
Projeto 3 2 0 5
A escolha é do Projeto 1, R(1) = 4 (Ele representa o mínimo das máximas perdas)
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BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR