Apostila Curso Básico de Libras - 120HS - Adb

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CURSO BÁSICO DE LIBRAS – 120 HORAS

DEPARTAMENTO DE LIBRAS – ASSEMBLÉIA DE DEUS – BACABAL -MA

BACABAL – MA
2016
SUMÁRIO

1. VAMOS CONHECER UM POUCO MAIS? ...................................................................... 5


2. LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS – LIBRAS .................................................................. 6
3. QUEM SÃO OS SURDOS? ............................................................................................. 6
3.1 Deficiência Auditiva........................................................................................................ 6
3.2 Surdo-Mudo ................................................................................................................... 6
3.3 O que é o Surdo-Mudo? ................................................................................................ 7
3.4 O que é a deficiência auditiva? ...................................................................................... 7
3.5 Desmistificando os estereótipos .................................................................................... 7
3.6 Surdez ........................................................................................................................... 7
4. ALFABETO MANUAL ...................................................................................................... 8
4.1 Dedos da mão: .............................................................................................................. 8
4.2 Você sabe o que é DATILOLOGIA? .............................................................................. 9
4.3 Uso do acento nas palavras. ....................................................................................... 10
5. Saudação Apresentação................................................................................................ 10
5.1 50 SITUAÇÕES PARA UM PRIMEIRO CONTATO COM SURDOS .......................... 11
6. VARIAÇÕES LINGUÍSTICAS ........................................................................................ 14
7. ICONICIDADE E ARBITRARIEDADE ............................................................................ 17
7.1 Sinais icônicos ............................................................................................................................ 17
7.2 Sinais Arbitrários ......................................................................................................................... 19
8. ESTRUTURA GRAMATICAL ......................................................................................... 19
8.1 Aspectos Estruturais ............................................................................................................. 19
8.2 Parâmetros secundários .............................................................................................. 27
9 TIPOS DE FRASES NA LIBRAS .................................................................................... 28
10. COMPONENTES NÃO MANUAIS ................................................................................... 31
11. ESTRUTURA SINTÁTICA .................................................................................................... 32
12. TIPOS DE CLASSIFICADORES .................................................................................. 33
13. FORMAÇÃO DE PALAVRAS ...................................................................................... 35
13.1 POLISSEMIA ............................................................................................................. 37
14. OS PROCESSOS DE FORMAÇÃO DE SINAIS NA LIBRAS ...................................... 38
15. SINAIS EM CONTEXTOS ........................................................................................... 39
16. SINAIS “MAIS” E SEUS CONTEXTOS........................................................................ 41
17. OS PARÂMETROS TAMBÉM PODEM SER MORFEMAS NA LIBRAS ...................... 41
18. OS CLASSIFICADORES E OS ADJETIVOS DESCRITIVOS NA LIBRAS .................. 44
19. PRONOMES ................................................................................................................ 46
19.1 Pronomes Interrogativos ............................................................................................ 46
19.2 Pronomes pessoais ................................................................................................... 46
19.3 Pronomes demonstrativos e advérbios de lugar ........................................................ 49
19.4 Pronomes possessivos .............................................................................................. 51
19.5 Pronomes interrogativos ............................................................................................ 51
19.6 Pronomes e Expressões Interrogativas ..................................................................... 52
19.7 Pronomes indefinidos ................................................................................................ 53
19.8 Pronomes indefinidos e quantificadores .................................................................... 54
20. ADVÉRBIOS ................................................................................................................ 55
20.1 Advérbios de modo incorporados aos verbos ............................................................ 55
20.2 Expressões interrogativas e advérbios de frequência................................................ 56
20.3 Advérbios de tempo (frequência) ............................................................................... 57
20.4 Intensificador e Advérbios de modo ........................................................................... 59
20.5 Sinais com incorporação de intensificador ou advérbio de modo .............................. 59
20.6 Os advérbios de tempo .............................................................................................. 60
21. DIREÇÃO – PERSPECTIVA ....................................................................................... 61
22. EXPRESSÕES IDIOMÁTICAS RELACIONADAS AO ANO SIDERAL ........................ 62
23. NUMERAIS .................................................................................................................. 65
23.1 Numerais ordinais ...................................................................................................... 65
24. UTILIZAÇÃO DOS NUMERAIS PARA VALORES MONETÁRIOS.............................. 66
24.1 Numerais para valores ............................................................................................... 67
25. O VERBO “IR” E SUAS VARIAÇÕES.......................................................................... 68
26. OS TIPOS DE VERBO NA LIBRAS ............................................................................. 69
26.1 Verbos relacionados meios de comunicação e trabalho ........................................... 74
26.2 Verbo SER e FICAR em libras ................................................................................... 81
26.3 contextualizando verbos ............................................................................................ 81
27. QUE HORA E QUANTAS HORAS .............................................................................. 82
28. ADJETIVOS NA LIBRAS ............................................................................................. 83
29. COMPARATIVO DE IGUALDADE, SUPERIORIDADE E INFERIORIDADE ............... 84
SINAIS BÁSICOS – ILUSTRADOS ................................................................................... 86
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................ 117
OBJETIVO DO CURSO

Para diminuir as barreiras da comunicação existentes entre o mundo dos ouvintes e


dos surdos, pensamos em desenvolver este curso que irá esclarecer e beneficiar as
pessoas quanto ao conhecimento da Língua Brasileira de Sinais-LIBRAS para todas as
pessoas com o desejo de aprender a língua usada pelas pessoas com surdez. Portanto,
justifica-se a necessidade de ministrar o curso Básico de LIBRAS de 120 hs no
congregação da igreja Assembléia de Deus em Bacabal- MA, bairro: COHAB I. O curso que
tem por objetivo, oferecer ferramentas aos que facilitem a comunicação entre surdos e
ouvintes. Todos os valores arrecadados serão para manutenção do departamento de
LIBRAS ADB.

PÚBLICO ALVO: Todas as pessoas que desejam aprender sobre LIBRAS

REQUISITOS NECESSÁRIOS

 Ter disponibilidade para participar de todas as aulas.


 Compromisso com as aulas. O aluno só poderá faltar 25% das aulas presenciais.
 Utilização da camisa do curso.
 Compromisso com todas as atividades. O aluno terá uma média que será dada
conforme cada uma das atividades repassadas, serão ao total 20 atividades que
serão contabilizadas com carga horária.
 Ser esforçado e não se limitar somente ao conteúdo ministrado em sala de aula,
procurando diversas fontes que possibilitem um melhor aprendizado.

CARGA HORÁRIA

 120 horas
 20 atividades complementares e 20 aulas presenciais.

VAGAS: 20 vagas disponíveis por turma.

MATERIAIS: Apostila, vídeos aulas, dicionário nacional de libras, músicas e aplicativos.

INSTRUTORES: Coordenação do departamento de libras ADB (Assembleia de Deus de


Bacabal – MA)
1. VAMOS CONHECER UM POUCO MAIS?

Todos nós temos direitos ao acesso à educação e demais recursos que nos são
necessários ao desenvolvimento e convívio social como ser humano, que seja portadores
ou não de necessidades especiais, Porém, ao longo da história, os Surdos sofreram a ponto
de serem julgados incapazes de desempenharem atividades inerentes a qualquer pessoa
julgada como “normal”. Os surdos foram então excluídos da sociedade e tiveram seus
direitos desrespeitados, principalmente o de acesso à educação. A história da humanidade
apresenta a surdez como um distúrbio, segundo ALMEIDA (2012, p. 22 apud Falcão, 2010,
p.21) o estigma da surdez é seguido de preconceitos e chavões que denigrem o indivíduo
por pouco. PONTES (2010, p. 11 apud, Honora, Frizanco, 2009) relata que até o século XII,
os surdos não tinham o direito ao testamento, à escolarização, e nem mesmo de
conviverem nos mesmos lugares que os ouvintes, o autor destaca que os surdos também
eram privados de construírem a sua própria família, a razão disto, segundo o autor, é que a
surdez em diversas vezes, era confundida como baixa inteligência, por ser a fala o
resultado do pensamento, com base nisso, se o surdo não falava, logo não pensava, e se o
surdo não pensava, então não poderia ser considerado humano, este conceito era
sustentado pelos gregos e romanos na época.
ALMEIDA (2012, p. 22 apud, MAZZOTA, 1996) descreve que os casamentos
sanguíneos naquela época seria uma das razões dos nascimentos de pessoas com
deficiência auditiva, pois os nobres casavam-se para não dividir a herança com estranhos.
Em virtude da falta de comunicação, os surdos, não se confessavam, e por isso suas almas
eram consideradas mortais, contundo, a igreja católica convidou monges com a finalidade
de ensinar os surdos a se comunicarem, pois os monges haviam criado uma linguagem
gestual para que não ficassem completamente incomunicáveis. Os primeiros educadores
de surdos surgiram no século XVI no Ocidente, entre eles, o italiano médico, matemático e
astrólogo, Gerolamo Cardano, que tinha um filho surdo, ele pesquisou e descobriu que a
escrita representava os sons de fala ou das ideias do pensamento e a partir dessa pesquisa
Cardano garantiu que a surdez não impedia os surdos terem instruções. Na mesma época,
uma família espanhola teve vários descendentes surdos, pelos costumes já mencionados
anteriormente, foi então que dois membros dessa família partiram para o mosteiro de Ponce
de Leon, a busca de uma educação para os surdos de sua família, onde juntos criaram a
língua de sinais. Ponce de Leon foi professor de muitos surdos e mostrou que era possível
educá-los, como prova disso, seus alunos surdos foram pessoas importantes que
dominavam Filosofia, História, Matemática e outras ciências, por isso, o educador ficou
conhecido por toda a Europa, contrariando as várias a afirmações sobre a surdez. Ao longo
da história existiram diversos educadores que se dedicaram na educação dos surdos como:
Van Helmont, Jacob R. Pereira, Jonn C. Amman, que criaram métodos diferentes de
ensino, dentre eles, a datilologia, a língua auditivo-oral nativa, e outros códigos visuais.
Segundo FERREIRA, ALCÂNTARA (2014) durante o segundo Império no Brasil
deu-se início a educação dos surdos com a vinda do educador Hernest Huet, que era
ex-aluno do Instituto de Paris, ele trouxe o alfabeto manual francês e a Língua Francesa de
Sinais. A partir de então, originou-se a Língua Brasileira de Sinais, com grande influencia da
língua francesa. Na época não havia escolas especiais, Huet solicitou ao Imperador Dom
Pedro II, um prédio para fundar, em 26 de setembro de 1857, o Instituto dos Surdos do Rio
de Janeiro que é atual Instituto Nacional de Educação dos Surdos – INES.
2. LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS – LIBRAS

FERREIRA, ALCÂNTARA (2014 p. 3) comentam que Libras é a sigla usada para se


referir a Língua Brasileira de Sinais, que por sua vez é usada nas comunidades surdas do
Brasil. Os autores ressaltam que a língua de sinais é diferente das demais línguas em razão
de sua modalidade visual-espacial.
ALMEIDA (2012) aponta que as línguas de sinais, têm conquistado espaço maior no
contexto educacional, contudo ainda há um pouco de preconceito procedentes do estigma
que sofreram os surdos e sua língua de sinais. A Libras foi reconhecida como meio legal de
comunicação e expressão das comunidades surdas no Brasil pela lei 10.436, de 24 de abril
de 2002, sendo regulamentada somente três anos mais tarde pelo decreto 5.626, de 22 de
dezembro de 2005. Em 1993 a Língua Brasileira de Sinais foi denominada Libras a partir do
II Congresso Latino Americano de Bilinguismo para Surdos, substituindo à denominação
LSCB, que era o termo utilizado em pesquisas linguísticas e termo Libras era utilizado pela
comunidade surda. As línguas de sinais, hoje, já são consideradas pela linguística como
línguas naturais ou como um sistema linguístico legítimo. A libras iniciou-se legalmente no
Brasil a partir da década de 90, Minas Gerais foi o primeiro Estado brasileiro, cuja legislação
incluiu a Língua de Sinais utilizada pela comunidade surda. No Estado do Paraná a língua
de sinais foi reconhecida no ano de 1998. No dia 24 de abril de 2002 foi tomada pelo
Congresso Nacional, a lei federal nº 10.436, que declarou nos seus três primeiros artigos:

3. QUEM SÃO OS SURDOS?

São aquelas pessoas que utilizam a comunicação espaço- visual como principal
meio de conhecer o mundo, em substituição à audição e à fala. A maioria das pessoas
surdas, no contato com outros surdos, desenvolve a Língua de Sinais. Já outros, por
viverem isolados ou em locais onde não exista uma comunidade surda, apenas se
comunicam por gestos. Existem surdos que por imposição familiar ou opção pessoal
preferem utilizar a língua oral (fala).

3.1 Deficiência Auditiva

Termo técnico usado na área da saúde e, algumas vezes, em textos legais. refere-se a uma
perda sensorial auditiva. Não designa o grupo cultural dos surdos.

3.2 Surdo-Mudo

Provavelmente a mais antiga e incorreta denominação atribuída ao surdo, e


infelizmente ainda utilizada em certas áreas e divulgada nos meios de comunicação,
principalmente televisão, jornais e rádio. O fato de uma pessoa ser surda não significa que
ela seja muda. A mudez é uma outra deficiência, totalmente desagregada da surdez. São
minorias os surdos que também são mudos. Fato é a total possibilidade de um surdo falar,
através de exercícios fonoaudiológicos, aos quais chamamos de surdos oralizados.
Também é possível um surdo nunca ter falado, sem que seja mudo, mas apenas por falta
de exercício.
Por isso, o surdo só será também mudo se, e somente se, for constatada
clinicamente deficiência na sua oralização, impedindo-o de emitir sons. Fora isto, é um erro
chamá-los de surdo-mudo. Apague esta ideia!

3.3 O que é o Surdo-Mudo?

Erro social dado ao fato de que o surdo vive num ‘’silêncio” rotulado pela própria
sociedade (por falta de conhecimento do real significado das duas palavras).
 Surdez: dificuldade parcial ou total no que se refere à audição
 Mudez: problema ligado à voz.

3.4 O que é a deficiência auditiva?

É apenas uma perda sensorial, por isto as pessoas com problemas de audição têm
potencialidade igual à de qualquer ouvinte. Comunicação com liberdade e segurança. Para
os surdos a língua de sinais é fundamental, pois só através dela podem se comunicar.

3.5 Desmistificando os estereótipos

 Nem todo surdo é mudo;


 Nem todos os surdos fazem leitura labial;
 Nem todos os surdos sabem Língua de Sinais;
 Ao falar com surdo não é necessário tocá-lo fortemente e/ou falar em voz alta.
 A Língua de Sinais não é universal.

3.6 Surdez

 Surdez á a diminuição da capacidade de percepção normal dos sons. De acordo


com a Organização Mundial da Saúde (OMS) a pessoa que não percebe sons acima
26 dB é portadora de surdez. A surdez pode ser:
 Leve: as pessoas podem não se dar conta que ouvem menos: somente um teste de
audição (audiometria) vai revelar a deficiência. E a perda acima de 25 a 40 decibéis
(D.B.);
 Moderada: É a perda de 41 a 55 (D.B.). Os sons podem ficar distorcidos e na
conversação as palavras se tornam abafadas e mais difíceis para entender,
particularmente quando têm várias pessoas conversando em locais com ruído
ambiental ou salas onde existe eco. A pessoa só consegue escutar os sons muito
altos como o som ambiente de urna sala de trabalho e tem dificuldade para falar ao
telefone.
 Severa: a perda de 71 a 90 (D.B.). Para ouvir, a pessoa precisa de um som tão alto
quanto o barulho de uma impressora rotativa (até 80 decibéis).
 Surdez profunda: É a perda Acima de 91 (D.B.). A pessoa só ouve ruídos como os
provocados por uma turbina de avião (120 decibéis) disparo de revolver (150
decibéis) e tiro de canhão (200 decibéis).
4. ALFABETO MANUAL

Vamos estudar o alfabeto manuel, mas antes é necessário conhecermos o nome de


cada dedo das mãos. Vamos lá?

4.1 Dedos da mão:


 POLEGAR
 INDICADOR
 MÉDIO
 ANULAR ou ANELAR
 MÍNIMO

Médio

Anular ou Anelar
Indicador

Mínimo
Polegar

Alfabeto Manual: é a soletração de letras com as mãos. É muito aconselhável soletrar


devagar, formando as palavras com nitidez. Entre as palavras soletradas, é melhor fazer
uma pausa curta ou mover a mão direita para o lado esquerdo, como se estivesse
empurrando a palavra já soletrada para o lado. Normalmente o alfabeto manual é utilizado
para soletrar os nomes de pessoas, de lugares, de rótulos, etc., e para os vocábulos não
existentes na língua de sinais.
4.2 Você sabe o que é DATILOLOGIA?

É a soletração de uma palavra utilizando o alfabeto digital ou manual de língua de


sinais. O alfabeto manual de Libras tem sua base no alfabeto da Língua Francesa de Sinais
e, neste, cada sinal corresponde a uma letra. A datilologia é comumente usada para
expressar substantivos próprios, também palavras que não possuem sinal conhecido ou,
ainda, palavras da língua portuguesa que foram incorporadas à Libras e, por isso, são
também soletradas como “nunca”, “oi” e “reais”. Importante! É importante frisar que o
emprego da datilologia não substitui ouso correto dos sinais, pois, assim como no
português, a Libras tem um léxico próprio, comunicado pelos sinais. E é bom destacar que,
a relação da pessoa surda com a língua portuguesa é diferenciada.

Agora que você já conhece o alfabeto manual, vamos praticar?

Faça seu nome completo em libras, nome de sua cidade, nome do seu bairro, nome
da sua mãe, nome de seu pai etc..
Praticando você vai memorizar rapidamente os sinais.
Obs. Palavras compostas necessitam da utilização de um sinal que indica o espaço entre
uma palavra e outra.
Ex:
4.3 Uso do acento nas palavras.

^ ~ ´

Acento circunflexo Acento Til Acento agudo

5. Saudação Apresentação

 Nessa aula você receberá da comunidade surdo o seu sinal em libras.

Quando uma pessoa aprende uma língua, apreende também os hábitos culturais e
os contextos aos quais certas expressões estão vinculadas. Diante de situações como
apresentações de pessoas, cumprimentos, saudações, cerimônias religiosas, casamentos,
velórios, entre outros eventos, as pessoas assumem comportamentos distintos e se
comunicam de acordo com estas situações.
Para todas as situações há formas de expressões diferenciadas mais formais e
informais. Por exemplo, o cumprimento e saudações de duas pessoas que são amigas são
diferentes do de pessoas que são apenas conhecidas e diferente ainda de pessoas que
estão sendo apresentadas pela primeira vez.
Nesta unidade serão trabalhados contextos formais e informais, onde poderão ser
vistas expressões relacionadas a estes contextos.
Geralmente, aqui no Brasil, quando as pessoas são apresentadas umas às outras,
elas dizem seus primeiros nomes após os cumprimentos (aperto de mãos - contexto formal,
e/ou beijo(s) no rosto, contexto informal) . No mundo dos Surdos1, a pessoa, além de dizer
o nome em datilologia, ela, primeiro, se apresenta pelo seu sinal, que lhe foi dado pela
comunidade a qual faz parte.
O sinal pessoal é o nome próprio, o "nome de batismo" de uma pessoa que é
membro de uma comunidade Surda. Este sinal geralmente pode:

A- Representa iconicamente uma característica da pessoa. Por exemplo:

1 2 3 4
1 - BIGODE-LONGO / 2 - CABELOS-ENCARACOLADOS / 3 - PINTA-NA-TESTA / 4 - OLHO-AMENDOADOS
B- Representar a profissão de uma pessoa e uma característica. Por exemplo:
PROFESSORA MAGRA;

PROFESSOR@ MAGR@ TANYA

C- Representar um número, que a pessoa passou a ter na caderneta de sua turma de


escola, ou a primeira letra do nome da pessoa. Por exemplo:

6 (NELSON) (DE SANDRO)


O sinal pessoal pode ser, portanto, uma representação visual de uma pessoa ou um
atributo.

5.1 50 SITUAÇÕES PARA UM PRIMEIRO CONTATO COM SURDOS

Todos nos sabemos que libras e português tem gramáticas diferentes, precisamos
respeitar suas particularidades, assim, acredito que para você desenvolver melhor sua
comunicação em libras é necessario pensarmos em 5 itens:
1º. Acreditar que você consegue.
2º. Não desistir se tiver dificuldades.
3º. Se esforçar nos estudos. Diariamente pare o que está fazendo por 15 minutos só
estudando libras assim irá perceber como os sinais serão memorizados melhor.
4º. Não tenha medo de errar. Se errar, paciência, faça novamente.
5º. Saber que qualquer língua só terá bom desenvolvimento se você usá-la.
Procure em sua cidade, lugares que tenham surdos e comece a ter contato, veja sinais que
você possa precisar futuramente:

Dicas:

1º. OI
2º. VOCÊ BEM?
3º. EU BEM!
4º. VOCÊ SAÚDE BEM?
5º. SIM/NÃO
6º. NOME SEU?
7º. NOME MEU.......
8º. IDADE SUA?
9º. IDADE MINHA
10º. BOM DIA!
11º. BOA TARDE!
12º. BOA NOITE!
13º. OBRIGADO
14º. DE NADA
15º. COM LICENÇA
16º. POR FAVOR
17º. VOCÊ QUERER AJUDA?
18º. VOCÊ PODE ME AJUDAR?
19º. VOCÊ PRECISAR AJUDA?
20º. EU PODER CONVERSAR VOCÊ?
21º. EU APRENDER LIBRAS
22º. CALMA, NÃO-ENTENDER SINAL DE-NOVO.
23º. EU FAZER CURSO LIBRAS
24º. EU OUVINTE
25º. VOCÊ SURDO?
26º. VOCÊ MORAR ONDE?
27º. VOCÊ TRABALHAR ONDE?
28º. VOCÊ ESTUDAR ONDE?
29º. VOCÊ MORAR JUNTO PESSOA QUEM?
30º. SINAL SEU?
31º. MEU SINAL
32º. DESCULPAR, ESQUECER SINAL
33º. NÃO CONHECER SINAL. POR-FAVOR, SOLETRAR.
34º. VOCÊ SURDO COMO?
35º. FAMÍLIA SUA SURDOS QUANTOS?
36º. VOCÊ TER FACEBOOK?
37º. VOCÊ TER SKYPE?
38º. NÚMERO CELULAR SEU?
39º. VOCÊ PODE ME-ENSINAR LIBRAS?
40º. EU GOSTAR VOCÊ!
41º. VOCÊ LEGAL!
42º. VOCÊ RESPEITO TER!
43º. VOCÊ IR IGREJA QUAL?
44º. VOCÊ GOSTAR FUTEBOL (TIME) QUAL?
45º. VOCÊ TER NAMORADO(A)?
46º. VOCÊ CASADO(A)?
47º. VOCÊ SOLTEIRO(A)?
48º. VOCÊ PRECISAR CALMA!
49º. POR-FAVOR, NERVOSA(A) NÃO!
50º. VOCÊ PROBLEMA? O QUE ACONTECER?

Fonte: vídeo Prof. Ms. Alexandre Elias (www.youtube.com.br)

Saudações

Em todas as línguas há o ritual da saudação. Dependendo do contexto, esse


cumprimento será mais formal ou informal e geralmente é complementado por gestos. A
Libras tem também sinais específicos para cada uma dessas situações. Assim pode-se
utilizar os seguintes sinais: BO@ D-I- A, BO@ TARDE, BO@ NOITE , O-I, TCHAU,
acompanhados os não de gestos para cumprimento:

CUMPRIMENTOS

APERTO DE MAOS APRESENTAÇÃO BEIJOS ADEUS

BO@ DIA BO@ TARDE

BO@ NOITE
SITUAÇÃO FORMAL: SITUAÇÃO INFORMAL

A) BO@ D-I-A / BO@ TARDE A) O-I (beijos)


B) BO@ D-I-A/ BO@ TARDE B) O-I (beijos)

A) POR FAVOR, DIA PALESTRA? A) SAUDADE VOCÊ SUMIR!


B) AMANHÃ À-TARDE B) TRABALHARmuito. VOCÊ?

A) NOME PESSOA PALESTRA? A) EU ESTUDAR muito


B) PROFESSOR ALEX
A) OBRIGAD@
B) TCHAU EU ATRASAD@
B) DE NADA

A) TCHAU

MANHÃ TARDE NOITE MADRUGADA

6. VARIAÇÕES LINGUÍSTICAS

Na maioria do mundo, há, pelo menos, uma língua de sinais usada amplamente na
comunidade surda de cada país, diferente daquela da língua falada utilizada na mesma área
geográfica. Isto se dá porque essas línguas são independentes das línguas orais, pois
foram produzidas dentro das comunidades surdas.
A Língua de Sinais Americana (ASL) é diferente da Língua de Sinais Britânica
(BSL), que difere, por sua vez, da Língua de Sinais Francesa (LSF). Ex. :
NOME

ASL LIBRAS

Além disso, dentro de um mesmo país há as variações regionais. A LIBRAS


apresenta dialetos regionais, salientando assim, uma vez mais, o seu caráter de língua
natural.
VARIAÇÃO REGIONAL: representa as variações de sinais de uma região para outra, no
mesmo país.
Ex.:
VERDE

Rio de Janeiro São Paulo Curitiba

MAS

Rio de Janeiro São Paulo Curitiba

VARIAÇÃO SOCIAL: refere-se à variações na configuração das mãos e/ou no


movimento, não modificando o sentido do sinal.
Ex.:
AJUDAR

CONVERSAR

AVIÃO

SEMANA

MUDANÇAS HISTÓRICAS: com o passar do tempo, um sinal pode sofrer alterações


decorrentes dos costumes da geração que o utiliza.
Ex.:
AZUL

1º 2º 3º

BRANCO

1º 2º 3º

7. ICONICIDADE E ARBITRARIEDADE

A modalidade gestual-visual-espacial pela qual a LIBRAS é produzida e percebida


pelos surdos leva, muitas vezes, as pessoas a pensarem que todos os sinais são o
´desenho´ no ar do referente que representam. É claro que, por decorrência de sua natureza
linguística, a realização de um sinal pode ser motivada pelas características do dado da
realidade a que se refere, mas isso não é uma regra. A grande maioria dos sinais da
LIBRAS são arbitrários, não mantendo relação de semelhança alguma com seu referente.
Vejamos alguns exemplos entre os sinais icônicos e arbitrários.

7.1 Sinais icônicos

Uma foto é icônica porque reproduz a imagem do referente, isto é, a pessoa ou


coisa fotografada. Assim também são alguns sinais da LIBRAS, gestos que fazem
alusão à imagem do seu significado.
Ex.:

TELEFONE BORBOLETA

Isso não significa que os sinais icônicos são iguais em todas as línguas. Cada
sociedade capta facetas diferentes do mesmo referente, representadas através de seus
próprios sinais, convencionalmente, (FERREIRA BRITO, 1993) conforme os exemplos
abaixo :

ÁRVORE

LIBRAS - representa o tronco usando o antebraço e a mão aberta, as folhas em


movimento.
LSC (Língua de Sinais Chinesa) - representa apenas o tronco da árvore com as duas mãos
(os dedos indicador e polegar ficam abertos e curvos).

LIBRAS LSC

CASA

LIBRAS ASL
7.2 Sinais Arbitrários

São aqueles que não mantêm nenhuma semelhança com o dado da realidade que
representam. Uma das propriedades básicas de uma língua é a arbitrariedade existente
entre significante e referente. Durante muito tempo afirmou-se que as línguas de sinais
não eram línguas por serem icônicas, não representando, portanto, conceitos abstratos. Isto
não é verdade, pois em língua de sinais tais conceitos também podem ser representados,
em toda sua complexidade.
Ex.:

CONVERSAR DEPRESSA

PESSOA PERDOAR

8. ESTRUTURA GRAMATICAL

8.1 Aspectos Estruturais

A LIBRAS têm sua estrutura gramatical organizada a partir de alguns parâmetros que
estruturam sua formação nos diferentes níveis linguísticos. Três são seus parâmetros
principais ou maiores: a Configuração da(s) mão(s)-(CM), o Movimento - (M) e o Ponto de
Articulação - (PA); e outros três constituem seus parâmetros menores: Região de
Contato, Orientação da(s) mão(s) e Disposição da(s) mão(s).(FERREIRA BRITO, 1990)
Os parâmetros principais são :
a) configuração da mão (CM)
b) ponto de articulação (PA)
c) movimento (M)
VELHO

a) Configuração da mão (CM): é a forma que a mão assume durante a realização de um


sinal. Pelas pesquisas linguísticas, foi comprovado que na LIBRAS existem 43
configurações das mãos (Quadro I), sendo que o alfabeto manual utiliza apenas 26 destas
para representar as letras.
Ex. :

TELEFONE BRAN CO
CM [Y] CM [B ]

VEADO ONTEM
CM [5] CM [ L]
8.2 Configurações de mão da libras
b) Ponto de articulação (PA): é o lugar do corpo onde será realizado o sinal.
Ex.:

LARANJA APRENDER
c) Movimento (M) : é o deslocamento da mão no espaço, durante a realização do sinal.

Ex.:

GALINHA HOMEM

d) Direcionalidade do movimento

a) Unidirecional : movimento em uma direção no espaço, durante a realização de um sinal.

Ex.: PROIBID@, SENTAR, MANDAR..

b) Bidirecional : movimento realizado por uma ou ambas as mãos, em duas direções


diferentes.

Ex.: PRONT@, JULGAMENTO, GRANDE, COMPRID@, DISCUTIR,


EMPREGAD@, PRIM@, TRABALHAR, BRINCAR.

c) Multidirecional: movimentos que exploram várias direções no espaço, durante a


realização de um sinal.

Ex. : INCOMODAR, PESQUISAR.

TIPOS DE MOVIMENTOS

a) movimento retilíneo:
ENCONTRAR ESTUDAR PORQUE
b) movimento helicoidal:

ALT@ MACARRÃO AZEITE

c) movimento circular:

BRINCAR IDIOTA BICICLETA

d) movimento semicircular :

SURD@ SAP@ CORAGEM


e) movimento sinuoso:
BRASIL RIO NAVIO

f) movimento angular:

RAIO ELÉTRICO DIFÍCIL

8.2 Parâmetros secundários

a) Disposição das mãos : a realização dos sinais na LIBRAS pode ser feito com a mão
dominante ou por ambas as mãos.

Ex.: BURR@, CALMA, DIFERENTE, SENTAR, SEMPRE, OBRIGAD@

b) Orientação das mãos : direção da palma da mão durante a execução do sinal da


LIBRAS, para cima, para baixo, para o lado, para a frente, etc. . Também pode ocorrer
a mudança de orientação durante a execução de um sinal.
Ex. : MONTANHA, BAIX@, FRITAR.

c) Região de contato : a mão entra em contato com o corpo, através do :


 toque : MEDO, ÔNIBUS, CONHECER.
 duplo toque : FAMÍLIA, SURD@, SAÚDE.
 risco : OPERAR, JOSÉ (nome bíblico), PESSOA.
deslizamento : CURSO, EDUCAD@, LIMP@, GALINHA.
9. TIPOS DE FRASES NA LIBRAS

As línguas de sinais utilizam as expressões faciais e corporais para estabelecer tipos


de frases, como as entonações na língua portuguesa, por isso para perceber se uma frase
em Libras está na forma afirmativa, exclamativa, interrogativa, negativa ou imperativa,
precisa-se estar atento às expressões facial e corporal que são feitas simultaneamente com
certos sinais ou com toda a frase, exemplos:

 FORMA AFIRMATIVA: a expressão facial é neutra.

Exemplos:
 NOME ME@ M-A-R-I-A
 El@ PROFESSOR.

EL@ PROFESSOR

 FORMA INTERROGATIVA: sobrancelhas franzidas e um ligeiro movimento da


cabeça inclinando-se para cima.

Exemplos:
 NOME QUAL? (expressão facial interrogativa feita simultaneamente ao sinal QUAL)
 NOME? (expressão facial feita simultaneamente com o sinal NOME)
 VOCÊ CASAD@?

VOCE CASAD@

 FORMA EXCLAMATIVA: sobrancelhas levantadas e um ligeiro movimento da


cabeça inclinando-se para cima e para baixo. Pode ainda vir também com um
intensificador representado pela boca fechada com um movimento para baixo.

Exemplos:
 EU VIAJAR RECIFE, BO@! BONIT@ LÁ! CONHECER MUIT@ SURD@
 CARRO BONIT@!

CARRO BONIT@

 FORMA NEGATIVA: a negação pode ser feita através de três processos:


a- com o acréscimo do sinal NÃO à frase afirmativa:

Exemplos:
 BLUSA FEI@ COMPRAR NÃO,
 EU OUVIR NÃO

EU OUVIR NÃO

PRECISAR / PRECISAR NÃO

PRECISAR PRECISAR NÃO

b- com a incorporação de um movimento contrário ou diferente ao do sinal negado:

GOSTAR GOSTAR-NÃO
Exemplos:
 GOSTAR-NÃO CARNE, PREFERIR FRANGO, PEIXE;
 EU TER-NÃO CARRO;

c- com um aceno de cabeça que pode ser feito simultaneamente com a ação que está
sendo negada ou juntamente com os processos acima:

PODER PODER-NÃO

Exemplo:
 EU VIAJAR PODER-NÃO.

 FORMA NEGATIVA/INTERROGATIVA: Sobrancelhas franzidas e aceno da cabeça


negando. CASAD@ EU NÃO?

CASAD@ EU NÃO

 FORMA EXCLAMATIVA/INTERROGATIVA:
•VOCE CASAR?!

VOCE CASAR
10. COMPONENTES NÃO MANUAIS

Além desses parâmetros, a LIBRAS conta com uma série de componentes não
manuais, como a expressão facial ou o movimento do corpo, que muitas vezes podem
definir ou diferenciar significados entre sinais. A expressão facial e corporal podem traduzir
alegria, tristeza, raiva, amor, encantamento, etc., dando mais sentido à LIBRAS e, em alguns
casos, determinando o significado de um sinal.
Ex.:

O dedo indicador em [G] sobre a boca, com a expressão facial calma e serena,
significa silêncio ; o mesmo sinal usado com um movimento mais rápido e com a
expressão de zanga, significa uma severa ordem: Cale a boca!.
A mão aberta, com o movimento lento e com expressão serena, significa calma
; o mesmo sinal com movimento brusco e com expressão séria, significa pára.

Em outros casos, utilizamos a expressão facial e corporal para negar, afirmar,


duvidar, questionar , etc.
Ex. :

PORTUGUÊS LIBRAS

- Você encontrou seu amigo? VOCÊ ENCONTRAR AMIG@


(expressão de interrogação)

- Você encontrou seu amigo. VOCÊ ENCONTRAR AMIG@


(expressão de afirmação)

- Você encontrou seu amigo! VOCÊ ENCONTRAR AMIG@


(expressão de alegria)

- Você encontrou seu amigo!? VOCÊ ENCONTRAR AMIG@


(expressão de dúvida / desconfiança)

- Você não encontrou seu amigo. VOCÊ NÃO-ENCONTRAR AMIG@


(expressão de negação)

- Você não encontrou seu amigo? VOCÊ NÃO-ENCONTRAR AMIG@


(expressão de interrogação/ negação)

Sinais faciais: em algumas ocasiões, o sinal convencional é modificado, sendo


realizado na face, disfarçadamente.

Exemplos: ROUBO, ATO-SEXUAL.


11. ESTRUTURA SINTÁTICA

A LIBRAS não pode ser estudada tendo como base a Língua Portuguesa, porque ela
tem gramática diferenciada, independente da língua oral. A ordem dos sinais na construção
de um enunciado obedece regras próprias que refletem a forma de o surdo processar suas
idéias, com base em sua percepção visual-espacial da realidade. Vejamos alguns
exemplos que demonstram exatamente essa independência sintática do português :

Exemplos:

Exemplo 1: LIBRAS: EU IR CASA .


(verbo direcional)

Português: " Eu irei para casa."

 para - não se usa em LIBRAS, porque está incorporado ao verbo

Exemplo 2: LIBRAS: FLOR EU-DAR MULHER^BENÇÃO


(verbo direcional)

Português: "Eu dei a flor para a mamãe."

Exemplo 3: LIBRAS: PORQUE ISTO


(expressão facial de interrogação)

Português: "Para que serve isto?"

Exemplo 4: LIBRAS: IDADE VOCÊ


(expressão facial de interrogação)

Português: " Quantos anos você tem? "

 Há alguns casos de omissão de verbos na LIBRAS:

Exemplo 5:" LIBRAS: CINEMA O-P-I-A-N-O MUITO-BO@

Português: " O filme O Piano é maravilhoso !

Exemplo 6: LIBRAS: PORQUE PESSOA FELIZ-PULAR

Português: ".porque as pessoas estão felizes demais!"

Exemplo 7: LIBRAS: PASSADO COMEÇAR FÉRIAS EU VONTADE DEPRESSA VIAJAR


Português: " Quando chegaram as férias, eu fiquei ansiosa para viajar.”
Observação : na estruturação da LIBRAS observa-se que a mesma possui regras próprias;
não são usados artigos, preposições, conjunções, porque esses conectivos estão
incorporados ao sinal.

12. TIPOS DE CLASSIFICADORES

a) Quanto à forma e tamanho dos seres (tipos de objetos):

Cl[B] para superfícies planas, lisas ou onduladas (telhados, papel, bandeja,


porta, parede, rua, mesa, etc.) ou qualquer superfície em relação à qual se
pode localizar um objeto (em cima, embaixo, à direita, à
esquerda, etc.); para veículos como ônibus, carro, trem, caminhão, etc;

Cl [B] pé dentro de um sapato, bandeja, prato, livro, espelho, papel, etc;

Cl [V] para pessoas (uma pessoa andando, duas pessoas andando juntas,
pessoas paradas). A orientação da palma da mão é, também, um componente
importante, pois pode diferenciar o sentido do sinal a depender da direção
para onde estiver voltada em relação ao corpo;

Cl [54] pessoas (quatro pessoas andando juntas, pessoas em fila ),


árvores, postes;

Cl: [Y] pessoas gordas, veículos aéreos (avião, helicóptero), objetos altos
e largos, de forma irregular (jarra, pote, peças decorativas, bomba de
gasolina, lata de óleo, gancho de telefone, bule de café ou chá, sapato de
salto alto, ferro, chifre de touro ou vaca);

Cl: [C] objetos cilíndricos e grossos (copos, vasos);

Cl: [G] descreve com a extremidade do indicador, com as duas mãos,


objetos ou locais (quadrado, redondo, retângulo, etc.) fios ou tiras (alças de
bolsas); localiza com a ponta do indicador, cidades, locais e outros
referentes (buraco pequeno); o indicador representa objetos longos e finos
(pessoa, poste, prego);
Cl: [F] com a mão direita: objetos cilíndricos, planos e pequenos
(botões, moedas, medalha, gota de água); com as duas mãos: objetos
cilíndricos longos (cano fino, cadeira de ferro ou metal, etc.).

Observação: as expressões faciais tem importância fundamental na realização


dos classificadores, pois intensificam seu significado.
Ex.:

 Bochechas infladas e olhos bem abertos para coisas grandes ou grossas.

 Olhos semi-fechados com o franzir da testa, ombros levantados e inclinação da


cabeça para frente, para coisas estreitas ou finas:

 Expressão facial normal para tamanhos médios:


b) Quanto ao modo de segurar certos objetos:

Cl: [F] objetos pequenos e finos (botões, moedas, palitos de fósforos, asa de xícara);

Cl: [H] segurar cigarro;

Cl: [C] copos e vasos;

Cl: [As] buque de flores, faca, carimbo, sacola, mala, guarda-chuva, caneca ou chopp,
pedaço de pau, etc. (funciona como parte do verbo e representa o objeto que se moveu ou
é localizado).

13. FORMAÇÃO DE PALAVRAS

Como já vimos anteriormente, na LIBRAS os sinais são formados a partir de


parâmetros principais e secundários e através de alguns componentes não manuais. Há,
também, uma série de outros sinais que são formados por processos de derivação,
composição ou empréstimos do português. Vejamos alguns exemplos:

Sinais compostos: da mesma forma que no português, teremos compostos de palavras no


qual um elemento será o principal- o núcleo - e um elemento o especificador- o adjunto. É
interessante observar, que na LIBRAS a estrutura não será apenas binária e, neste caso,
teremos dois ou mais elementos especificadores de uma palavra-núcleo.
Ex.:

Simples: CAFÉ, AMIGO, CONHECER

Composto: “zebra”: CAVALO^LISTRAS


“açougueiro”: HOMEM^VENDER^CARNE
“faqueiro”: CAIXA^GUARDAR^COLHER^FACA^GARFO

 Em alguns casos, quando ao sinal acrescenta-se outro, o mesmo passa a ter outro
significado.

Ex: pílula

LIBRAS PORTUGUÊS

PILULA^EVITAR^GRÁVIDA = “pílula anticoncepcional”

PÍLULA^CALMA = “calmante”

PÍLULA^DOR DE CABEÇA = “analgésico”


Ex: médico

MÉDIC@^SEXO = “ginecologista’

MÉDIC@^OLHO = “oftamotologista”

MÉDIC@^CRIANÇA = “pediatra”

MÉDIC@^CORAÇÃO = “cardiologista”

a) Sinais compostos com formatos: há execução de um sinal convencional com acréscimo


de um outro sinal na "forma" do objeto que se quer especificar.
Ex.: retângulo

RETÂNGULO^TELEGRAMA = “bilhete de telegrama”

RETÂNGULO^CONSTRUÇÃO = “tijolo”

RETÂNGULO^DINHEIRO = “cédula”

RETÂNGULO^CARTA = “envelope”

RETÂNGULO^ÔNIBUS = “passagem de ônibus”

b) Sinais compostos por categorias: para classificar um sinal por categoria ou por grupo,
acrescentamos à palavra-núcleo o sinal VARIADOS.
Ex.:

MAÇÃ^VARIADOS = “frutas”

CARRO^VARIADOS = “meios de transportes”

COR^VARIADOS = “colorido”

COMER^VARIADOS = ‘alimentos”

LEÃO^VARIADOS = “animais”

Gênero (feminino / masculino): é interessante observar que não há flexão de gênero em


LIBRAS, os substantivos e adjetivos são, em geral, não marcados. Entretanto, quando se
quer explicitar substantivos dentro de determinados contextos, a indicação de sexo
é feita pospondo-se o sinal "HOMEM / MULHER", indistintamente, para pessoas e animais,
ou a indicação é obtida através de sinais diferentes para um e para outro sexo:
Exemplos:

HOMEM “homem” MULHER “mulher”

HOMEM^VELH@ “vovô” MULHER^VELH@ “vovó”

Adjetivos, artigos, pronomes e numerais não apresentam flexão de gênero,


apresentando-se em forma neutra. Esta forma neutra está representada pelo símbolo @.
Ex.: AMIG@, FRI@, MUIT@, CACHORR@, SOLTEIR@

Adjetivos: são sinais que apresentam-se na forma neutra, não havendo, portanto,
nem marca para gênero (masculino e feminino) e nem para número (singular e plural).
Geralmente, aparecem na frase após o substantivo que qualificam.
Ex.: GAT@ PEQUEN@ COR BRANC@ ESPERT@
“O gato é pequeno, branco e esperto.”

Numerais e quantificação: a LIBRAS apresenta diferentes formas de sinalizar os


numerais, a depender da situação:

Cardinais: até 10, representações diferentes para quantidades e cardinais; a partir de 11


são idênticos.

Ordinais: do primeiro até o nono tem a mesma forma dos cardinais, mas os ordinais
possuem movimento enquanto que os cardinais não possuem.Os ordinais do 1 º ao 4 º
têm movimentos para cima e para baixo e os ordinais do 5 º até o 9 º têm movimentos para
os lados. A partir do numeral dez não há mais diferenças.

13.1 POLISSEMIA

Há sinais que denotam vários significados apesar de apresentarem uma única


forma na LIBRAS.
Ex.:

OCUPADO / PROIBIDO / NÃO PODER

CADEIRA / SENTAR
AÇÚCAR / DOCE / GUARDANAPO

14. OS PROCESSOS DE FORMAÇÃO DE SINAIS NA LIBRAS

Quando se divide um sinal para estudá-lo, os cinco parâmetros, como foi visto na
unidade 4, podem ser também comparados a "pedacinhos" de um sinal porque, não em
todos, mas em muitos sinais, eles têm significados, são morfemas que se juntam ao radical
do sinal em determinados contextos, assim:

a- A Expressão facial/corporal pode ser: •um advérbio de modo:

atenção aten ão
2pOLHAR1s 1sOLHAR1s ç 1sOLHARdesdenhosamente

•um Intensificador: BONIT@muito; CANSAD@muito

BONIT@ BONIT@muito CANSAD@ CANSAD@muito

b- A alternância do Movimento pode ser:

•uma marca de aspecto ou modo de realização da ação:

VARRER VARRERmuito DAR DARmuito


•um intensificador:

COMPRARmuito CAROmuito VENDERmuito BARATOmuito

TRABALHOmuito FRIOmuito BEBER-ÁGUAmuito OLHARmuito

c- A Configuração de mão pode ser um classificador, ou seja, uma marca de gênero


(animado: pessoa e animais / inanimado: coisas e veículos). Essa marca prende-se ao
verbo, como será visto mais abaixo.

d- O Ponto de articulação pode ser uma marca de concordância verbal com o locativo -
adjunto adverbial de lugar, como será visto também mais abaixo.

e- A Orientação da(s) mão(s) pode ser uma concordância verbal número-pessoal, como se
verá também mais abaixo; um advérbio de tempo.
Exemplos: ANO, ANO-PASSADO.

Como a maioria desses parâmetros tem a função de marcadores de concordância


verbal, é no nível sintático, ou seja, quando os sinais estão sendo utilizados em frases, que
eles se modificam devido às regras de combinação. Vejamos então os verbos em Libras.

15. SINAIS EM CONTEXTOS


Na Libras, como em outras línguas, também há um processo de formação de
palavras denominado derivação zero, ou seja: há muitos sinais que são invariáveis e
somente no contexto pode-se perceber se estão sendo utilizados com a função de verbo ou
de nome.
Exemplos:

AVIÃO/IR-DE-AVIÃO FERRO/PASSAR-COM-FERO PORTA/ABRIR-PORTA BRINCADEIRA/BRINCAR


BICICLETA/ANDAR-DE-BICICLETA VIDA/VIVER

Alguns destes pares apresentam uma diferença em relação ao parâmetro movimento,


como o verbo IR-DE-AVIÃO, que tem um movimento mais alongado em relação ao
substantivo AVIÃO, e PASSAR-COM-FERRO, que tem um movimento mais repetido e
alongado em oposição ao movimento repetido e retido para o nome FERRO.
Na Libras, também há palavras compostas, ou seja: pode-se criar um novo sinal a partir
de dois ou mais sinais que se combinam e dão origem a uma outra forma com outro
significado.

Exemplos:

CAVALO^LISTRA-PELO-CORPO "Zebra" MULHEr^ABENÇÃO"Mãe"

CASA^ESTUDAR "Escola" ARMARIO-DE-ABRIA^FRIO "Geladeira"

COMER^MEIO-DIA "Almoçar" COMER^NOITE"Jantar" CASAR^SEPARAR"Separar"

BICO^VOADOR "Pássaro" LEAOABOLINHA-PELO-CURTO-CORPO"Onça"


Assim, pode-se perceber que a Libras, como qualquer outra língua, têm suas regras
para criar sinais e organizá-los. Portanto, precisa-se ficar atento para o uso adequado dos
sinais em contextos.

16. SINAIS "MAIS" E SEUS CONTEXTOS

MAIS (acréscimo) MAIS (soma) MAIS (exagero)

MAIS (De novo) MAIS (superlativo) FALTAR-MAIS MAIS-PARA-LA

EX:
a) TRABALHARmuito, CONSEGUIR DINHEIRO MAIS
"Trabalhei muito e consegui dinheiro a mais" (ACRÉSCIMO)
b) 2 MAIS 2 "Dois mais dois" (SOMA)
c) QUE-ISSO?! VOCÊ VESTIDO CHIQUE MAIS!
" O que é isso?! Você está com um vestido chique demais! (EXAGERO)
d) QUERER MAIS! - "Quero mais!" (DE NOVO)
e) VOCÊ MAIS BONIT@. - "Você é a mais bonita"(SUPERLATIVO)
f) MAIS PRÁ-LÁ - "Mais prá lá!" (Mais pra lá)
g) CASA DISTÂNTE CHEGAR JÁ? NÃO FALTA MAIS AINDA
Casa distante já chegamos? Não ainda falta mais (FALTAR-MAIS)
17. OS PARÂMETROS TAMBÉM PODEM SER MORFEMAS NA LIBRAS

Na Libras, os sinais são formados a partir da: configuração de mãos, movimento,


orientação das mãos, ponto de articulação e expressão facial/corporal, estes parâmetros já
foram mencionados na Introdução deste livro, quando se apresentou seu nível fonológico.
Estes cinco parâmetros podem ser comparados a "pedacinhos" de um sinal porque,
no nível morfológico, eles podem ter significados, sendo, portanto, morfemas:
a- a configuração de mãos, pode ser um marcador de gênero (animado: pessoa e animais
/ inanimado: coisas).

Exemplo:
"O carro bateu em uma pessoa";

............................
CARRO veículo (md) veículo k' kveículo COLIDIRpessoa
pessoa (me)

b- o ponto de articulação pode ser uma marca de concordância verbal com o advérbio de
lugar.

Exemplo:
"Eu coloco o copo na mesa";

MESA COPO objetos-arredondadosCOLOCAR

c- o movimento pode ser uma raiz verbal.


Exemplos:

CONHECER BRINCAR PULAR


A alteração na freqüência do movimento, pode ser: uma marca de aspecto temporal:

TRABALHAR TRABALHAR-continuamente

 Um advérbio de modo:

FALAR FALAR -demasiadamente


 Um intensificador:

TRABALHAR TRABALHAR-muito

d- a orientação pode ser:

 Uma concordância número-pessoal.

1sPERGUNTAR2s " eu pergunto a você" 2sPERGUNTAR1s " você me pergunta"


 Um advérbio de tempo.
Exemplos:

ANO ANO-PASSADO

18. OS CLASSIFICADORES E OS ADJETIVOS DESCRITIVOS NA LIBRAS

Nas línguas do mundo, os elementos que constituem as formas linguísticas podem


ser de vários tipos. Ou seja:
uma desinência, como em português, que classifica os substantivos e os adjetivos
em masculino e feminino: menina - menino; uma partícula que se coloca antes ou depois da
raiz; uma desinência que se coloca no verbo para estabelecer concordância.
Ao se atribuir uma qualidade a uma coisa como, por exemplo: arredondada,
quadrado, cheio de bolas, de listras, entre outras, isso representa um tipo de classificação
porque é uma adjetivação descritiva, mas isso não quer dizer que seja, necessariamente,
um classificador como se vem trabalhando este conceito nos estudos lingüísticos.
Para os estudiosos deste assunto, um classificador é uma forma que existe em
número restrito em uma língua e estabelece um tipo de concordância.
Na Libras, os classificadores, como foi visto acima, são configurações de mãos que,
relacionadas à coisa, pessoa, animal e veículo, funcionam como marcadores de
concordância.
Assim, na Libras, os classificadores são formas que, substituindo o nome que as
precedem, podem ser presa à raiz verbal para classificar o sujeito ou o objeto que está
ligado à ação do verbo. Portanto, os classificadores na Libras são marcadores de
concordância de gênero: PESSOA, ANIMAL, COISA, VEÍCULO.
Os classificadores para PESSOA e ANIMAL podem ter plural, que é marcado ao se
representar duas pessoas ou animais simultaneamente com as duas mãos ou fazendo um
movimento repetido em relação ao número.
Os classificadores para COISA representam, através da concordância, uma
característica desta coisa que está sendo o objeto da ação verbal, exemplos:

(1) 2 PESSOA pessoaANDAR


(me)
pessoaANDAR-ATRÁS-DA-OUTRA (md)
(2) CARRO 2 veículoANDAR (me)
veículoANDAR-ATRÁS-DO-OUTRO (md)

(3) 2 PESSOA pessoa-passar-uma-


pela-outra-outra (md e me)

Portanto, não se deve confundir os classificadores, que são algumas configurações


de mãos incorporadas à raiz de certos tipos de verbos e que são obrigatórias, com os
adjetivos descritivos que, nas línguas de sinais, por estas serem gesto-visuais, representam
iconicamente qualidades de objetos. Por exemplo, para dizer nestas línguas que "uma
pessoa está vestindo uma blusa de bolinhas, quadriculada ou listrada", estas expressões
adjetivas serão desenhadas no peito do emissor, mas esta descrição não é um
classificador, e sim um adjetivo que, embora classifique, estabelece apenas uma relação de
qualidade do objeto e não relação de concordância de gênero: PESSOA, ANIMAL, COISA,
VEÍCULO que é a característica dos classificadores na Libras, como também em outras
línguas orais e de sinais.

Morfemas classificadores na Libras:


19. PRONOMES

19.1 Pronomes Interrogativos

Os pronomes interrogativos QUE e QUEM geralmente são usados no início da frase,


mas o pronome interrogativo ONDE e o pronome QUEM, quando está sendo usado com o
sentido de "quem é" ou "de quem é" são mais usados no final. Todos os três sinais têm uma
expressão facial interrogativa feita simultaneamente com eles.
Na variante do Rio de Janeiro, o pronome interrogativo QUEM, dependendo do
contexto, pode ter duas formas diferentes, os sinais QUEM e o sinal soletrado QUM. Se
quer perguntar "quem está tocando a campainha", usa-se o sinal QUEM; se quer perguntar
"quem faltou hoje" ou "quem está falando" ou ainda "quem fez isso", usa-se o sinal
soletrado QUM, como nos exemplos abaixo:
interrog.

1-QUEM

QUEM NASCER RIO?


QUEM FAZER ISSO?
PESSOA, QUEM-É? "Quem é esta pessoa?
CANETA, DE-QUEM-É "De quem é está caneta

19.2 Pronomes pessoais

A Libras possui um sistema pronominal para representar as pessoas do discurso:


primeira pessoa (singular, dual, trial, quatrial e plural): EU; NÓS-2, NÓS-3, NÓS-4, NÓS-
GRUPO, NÓS/NÓS-TOD@S;

 Primeira Pessoa do Singular: EU Apontar para o peito do enunciador ( a pessoa que


fala )

EU
 Primeira Pessoa do Plural: NÓS-2, NÓS-3, NÓS-4, NÓS/NÓS-TOD@

NOS-2 NOS-3

NÓS-4 NÓS/NÓS-TOD@S

segunda pessoa (singular, dual, trial, quatrial e plural): VOCÊ, VOCÊ-2, VOCÊ-3
VOCÊ-4, VOCÊ-GRUPO, VOCÊS/VOCÊS-TOD@S;

 Segunda Pessoa do Singular: VOCÊ Apontar para o interlocutor ( a pessoa com


quem se fala )

VOCÊ

 Segunda Pessoa do Plural: VOCÊ-2, VOCÊ-3, VOCÊ-4, VOCÊ-TOD@


VOCÊS-2 VOCÊS-3
VOCÊS-4 VOCES/VOCES-TOD@S

VOCÊS-GRUPO

terceira pessoa (singular, dual, trial, quatrial e plural): EL@, EL@-2, EL@-3, EL@-4,
EL@S-GRUPO, EL@S/EL@S-TOD@S

 Terceira pessoa do singular: EL@


Apontar para uma pessoa que não está na conversa ou para um lugar convencionado
para uma pessoa.

EL@

 Terceira pessoa do plural:EL@-2, EL@-3, EL@-4, EL@S/EL@S-TOD@,


EL@S-GRUPO.

EL@-2 EL@-3 EL@-4

EL@S/EL@S-TOD@S EL@S-GRUPO
No singular, o sinal para todas as pessoas é o mesmo, o que difere uma das outras é
a orientação da mão: o sinal para "eu" é um apontar para o peito do emissor (a pessoa que
está falando), o sinal para "você" é um apontar para o receptor (a pessoa com quem se fala)
e o sinal para "ele/ela" é um apontar para uma pessoa que não está na conversa ou para
um lugar convencionado para uma terceira pessoa que está sendo mencionada.
No dual, a mão ficará com o formato do numeral dois (quantidade), no trial o formato
será do numeral três (quantidade), no quatrial, o formato será do numeral quatro
(quantidade). Para o plural há dois sinais: um sinal composto, formado pelo sinal para a
respectiva pessoa do discurso (1a, 2a. 3a), mais o sinal GRUPO; e outro sinal para plural
que é feito pela mão predominante com a configuração em "d", fazendo um semicírculo à
frente do sinalizador, apontando para as 2as pessoas ou 3as pessoas do discurso.
Como na língua portuguesa, na Libras, quando uma pessoa surda está
conversando, ela pode omitir a primeira pessoa porque, pelo contexto, as pessoas que
estão interagindo sabem a qual das duas o contexto está relacionado, por isso, quando esta
pessoa está sendo utilizada pode ser para dar ênfase à frase.
Quando se quer falar sobre uma terceira pessoa que está presente, mas deseja-se
uma certa reserva, por educação, não se aponta para esta pessoa diretamente. Nesta
situação, o enunciador faz um sinal com os olhos e um leve movimento de cabeça para a
direção da pessoa que está sendo mencionada, ou aponta para a palma da mão
encostando o dedo indicador da mão esquerda na mão direita um pouco à frente do peito do
emissor, estando o dorso desta mão direita voltada para a direção aonde se encontra a
pessoa referida.
Diferentemente do Português, os pronomes pessoais na terceira pessoa não
possuem marca para gênero (masculino e feminino).

19.3 Pronomes demonstrativos e advérbios de lugar

Na Libras, como em Português, os pronomes demonstrativos e os advérbios de lugar


estão relacionados às pessoas do discurso e representam, na perspectiva do emissor, o
que está bem próximo, perto ou distante. Eles têm a mesma configuração de mãos dos
pronomes pessoais, mas os pontos de articulação e as orientações do olhar são diferentes.
Os pronomes demonstrativos e os advérbios de lugar relacionados à 1 a. pessoa,
EST@ / AQUI, são representados por um apontar para o lugar perto e em frente do
emissor, acompanhado de um olhar para este ponto. EST@ também pode ser sinalizado ao
lado do emissor apontando para a pessoa/coisa mencionada.
ESS@ / AÍ é um apontar para o lugar perto e em frente do receptor, acrescido de um
olhar direcionado não para o receptor , mas para o ponto sinalizado com relação à
coisa/pessoa que está perto da segunda pessoa do discurso.
AQUEL@ / LÁ é um apontar para um lugar mais distante, o lugar da terceira pessoa,
mas diferentemente do pronome pessoal, ao apontar para este ponto há um olhar
direcionado para a coisa/pessoa ou lugar:
Como os pronomes pessoais, os pronomes demonstrativos também não possuem
marca para gênero: masculino e feminino.
PRONOMES DEMONSTRATIVOS OU
PRONOMES PESSOAIS
ADVÉRBIOS DE LUGAR
a
EU (olhando para o receptor: 2 EST@ / AQUI (olhando para a coisa/lugar
pessoa apontado, perto da ia pessoa)
VOCE (olhando para o receptor: 2a ESS@ / Al (olhando para a coisa/lugar apontado,
pessoa perto da 2a pessoa)
EL@ (olhando para o receptor: 2a AQUEL@ / LÁ (olhando para a coisa/ lugar
pessoa distante apontado)

1- LIVRO ONDE?
R: AQUEL@ MULHER SENTAD@ MESA EM-CIMA É.
2- AH! CANETA ONDE?
R: VER HOMEM EM-PÉ CANETA PENDURAR-BOLSO É!
3- AQUEL@ AH! AQUI FRI@muito
4- BANHEIRO ONDE?
R- ESQUERD@ ENTRAR SÓ.
5- AH! CERTO! S-A-L-A REUNIÃO ONDE?
R- EM-CIMA SEGUND@-ANDAR.
6- EM-CIMA? AH!
R- ALI FRI@ A-R.

PRONOMES DEMONSTRATIVOS em Libras

 Pronomes Demonstrativo Pessoa do Discurso

EST@ ESS@ AQUEL@

AQUI AI LA
19.4 Pronomes possessivos

Os pronomes possessivos, como os pessoais e demonstrativos, também não possuem


marca para gênero e estão relacionados às pessoas do discurso e não à coisa possuída,
como acontece em português:

ME@ TE@ SE@ PRÓPRI@

Para a primeira pessoa: ME@, pode haver duas configurações de mão: uma é a mão
aberta com os dedos juntos, que bate levemente no peito do emissor; a outra é a
configuração da mão em P com o dedo médio batendo no peito - MEU-PRÓPRIO. Para as
segunda e terceira pessoas, a mão tem esta segunda configuração em P, mas o movimento
é em direção à pessoa com que se fala (segunda pessoa) ou está sendo mencionada
(terceira pessoa).
Não há sinal específico para os pronomes possessivo no dual, trial, quadrial e plural
(grupo), nestas situações são usados os pronomes pessoais correspondentes. Exemplo:
NÓS FILH@ "nosso(a) filho(a)"

19.5 Pronomes interrogativos

Na LIBRAS, há uma tendência para a utilização, no final da frase, dos pronomes


interrogativos QUAL, COMO e PARA-QUÊ, e para a utilização, no início da frase, do
pronome interrogativo POR-QUE, mas os primeiros podem ser usados também no início e
POR-QUE pode ser utilizado também no final.
O pronome interrogativo COMO também tem outra forma em datilologia: C-O-M-O,
utilizada, geralmente, em contexto enfático.
Não há diferença entre o "por que" interrogativo e o "porque" explicativo, o contexto
mostra, pelas expressões faciais, quando ele está sendo usado em frase interrogativa ou
em frase explicativa/causal.
Exemplos:

QUAL? QUAL? QUAL? COMO? PARA QUÊ?


(Comparativo) (Comparativo)
PRONOMES INTERROGATIVOS QUAL, COMO, PARA-QUÊ
EX.
1) VOCÊ GOSTAR MAIS ESTAMPAD@ O-U LIS@ QUAL?
2) VOCÊ GOSTAR CACHORR@ O-U GAT@?
3) VOCÊ LER LIVRO? NOME QUAL?
4) VOCÊ GOSTAR ESTUDAR O-U TRABALHAR?
5) VOCÊ IR PRAIA AMANHÃ ONIBUS, CARRO, A-PÉ? COMO?
6) EL@ COMPRAR CARRO? C-O-M-O DINHEIRO?
7) SE@ ESPOSA GRÁVIDA?
8) FALAR M-A-L. PRA-QUÊ?
9) PAPEL RASGAR PARA-QUÊ?
10) VOCÊ CHEGAR ATRASAD@ EU SABER VOCÊ BEBER?
11) POR-QUE FALTAR ONTEM TRABALHO?

19.6 Pronomes e Expressões Interrogativas

 QUANDO e D-I-A

Sempre, simultaneamente aos pronomes ou expressões interrogativas, há uma


expressão facial indicando que a frase está na forma interrogativa.
A pergunta com QUANDO está relacionada a um advérbio de tempo na resposta ou a
um dia específico. Por isso há três sinais diferentes para "quando". Um que especifica
passado: QUANDO- PASSADO (palma da mão virada para o emissor e o braço à altura do
ombro com um movimento para o corpo do emissor); outro que especifica futuro:
QUANDO-FUTURO (palma da mão direita virada para o emissor e o braço dobrado à frente
do emissor com um movimento semi-circular para fora do corpo do emissor); e outro sinal
soletrado que especifica o dia: D-I-A. Exemplos:

QUANDO passado QUANDO futuro D-I-A

interrogativo
 QUANDO-PASSADO

interrogativo
 EL@ VIAJAR RECIFE QUANDO-PASSADO?
Respostas: ONTEM, MÊS PASSADO, ANO-PASSADO.
interrogativo interrogativo
 QUANDO-FUTURO ou D-I-A

interrogativo
 _____________________________________@ VIAJAR SÃO-PAULO
QUANDO-FUTURO?
Respostas: AMANHÃ, PRÓXIM@ MÊS, DOMINGO.

interrogativo
 D-I-A

interrogativo
 EU CONVIDAR VOCÊ VIR ME@ CASA. VOCÊ PODER D-I-A?
Resposta: SÁBADO QUE-VEM, EU PODER.

PRONOMES / EXPRESSÕES INTERROGATIVAS:

D-I-A/QUANDO: PERGUNTAS
1) EL@ VIAJAR SÃO-PAULO D-I-A?
2) VOCÊ VIR CASA VOCÊ PODER D-I-A?
3) EL@ VIAJAR RECIFE D-I-A PASSAD@?
4) VOCÊ JÁ IR PRAIA?
5) D-I-A PASSAD@?

19.7 Pronomes indefinidos

Os pronomes indefinidos NINGUÉM (Pessoa) e NINGUÉM (acabar) são usados


somente para pessoa; NINGUÉM/NADA/NENHUM (mãos abertas esfregando uma sobre a
outra) é usado para pessoa, animal e coisa; NENHUM/NADA (dedo polegar e indicador
com o formato oval e os outros dedos estendidos, mão com movimento balançando) é
usado para pessoa, animal e coisa e pode, em alguns contextos, ter o sentido de "não ter";
finalmente o pronome indefinido NENHUM- POUQUINHO (palma da mão virada para cima
fazendo, com os dedos polegar e indicador em contato) é um reforço para a frase negativa
e pode vir após o sinal NADA. O sinal soletrado "DE-N-A- D-A" é usado como resposta para
um agradecimento:

PESSOA NENHUM NINGUEM/NADA/NENHUM NINGUÉM ( acabar )


NENHUM/NADA/NINGUEM NENHUM-POUQUINH@ DE-N-A-D-A
EXEMPLOS:

NINGUÉM (acabar)
TER-NÃO NINGUÉM CASA.

não
NENHUM
VOCÊ TER CARRO? EU, NENHUM CARRO
VOCÊ TER GAT@?
EU, ME@ CASA NENHUM .

NENHUM-POUQUINHO
EL@ COMER TUD@ TER-NÃO NENHUM-POUQUINHO

19.8 Pronomes indefinidos e quantificadores

SOZINH@ SOZINH@ CADA CADA UM

ALGUNS ALGUNS VÁRI@S POUC@


POUC@ POUQUINH@ MUIT@ MUIT@

MAIORIA MINORIA

20. ADVÉRBIOS

20.1 Advérbios de modo incorporados aos verbos

DEVAGAR LENTAMENTE RAPIDAMENTE RÁPIDO

Exemplos:

ANDARdevagar ANDARlentamente ANDARrápido ANDARrapidamente

Alguns verbos na Libras podem incorporar, através de uma mudança no seu


movimento, um advérbio de modo e/ou um aspecto verbal que acrescenta essa informação
à ação verbal.
Exemplos:
contínuo
a) EL@ PÃO COMERDEVAGAR
contínuo
b) HOMEM LIVRO LERRAPIDAMENTE
contínuo
c) MULHER ESCOVAR-DENTELENTAMENTE
contínuo
d) EL@ PENTEAR-CABELO
contínuo
e) MENIN@ PAPÉIS RASGARRAPIDAMENTE

20.2 Expressões interrogativas e advérbio de frequência

Estas expressões geralmente são utilizadas nesse contexto de ano sideral e, por
isso, é bom conhecê-las:
• QUANT@-VEZ?
• 1-VEZ / 2-VEZ / 3-VEZ / 4-VEZ
• MUIT@S-VEZ.
• 1-VEZ Diferente de : PRIMEIR@ - VEZ
PRIMEIR@
PRIMEIRAMENTE

PRIMEIR@ PRIMEIRAMENTE/PRIMEIRO UMA-VEZ PRIMEIRA-VEZ

ULTIM@ ULTIM@

NUNCA SEMPRE FREQUENTEMENTE


FAZ –TEMPO AS-VEZES RARAMENTE

 A forma condicional - "si" ( "se" )

SI (SE)

Na Libras, a frase na forma condicional é iniciada por um sinal soletrado S-I que
estabelece essa relação de condição:
a) VOCÊ IR PRAIA HOJE?
b) SI CHOVER NÃO, EU IR.
a) VOCÊ QUER COMPRAR CARRO ME@?
c) SI DINHEIRO CONSEGUIR, 1sAVISAR2s.

20.3 Advérbios de tempo (frequência)

Na Libras há expressões especificas para representar freqüência de uma ação e


algumas são expressões idiomática:
 NUNCA, N-U-N-C-A, NUNCA-M-A-I-S, NUNCA-VI, NUNCA-V-I;
 FREQÜENTE e FREQÜENTEMENTE possuem a mesma configuração de mão,
mas para a segunda ideia que tem o aspecto contínuo, o sinal é feito repetidamente;
 SEMPRE (CONTINUAR) e MESM@ possuem a mesma configuração de mão, mas
para o primeiro há um movimento para frente do enunciador, enquanto o segundo
fica no mesmo ponto de articulação inicial;
 MESM@AIGUAL é um sinal composto formado pelo sinal MESM@ mais o sinal
IGUAL, com o sentido de "sempre", "mesma coisa".

Exemplos:
(1) VOCÊ ESTUDAR AINDA INES?
afirmativamente
EU CONTINUAR.
(2) EL@ SEMPRE FALAR MESM@AIGUAL.
.......negação.........
(3) TDD DIFERENTE EU NUNCA-VI. EU CONHECER- NÃO! EXPRESSÕES e

NUNCA NUNCA-MAIS NUNCA-MAIS

N-U-N-CA^VI N-U-N-C-A-V-I

MESM@AIGUAL MESM@-LUGAR

AINDA (FALTA MAIS) COM-FREQUENCIA FREQUENTEMENTE


20.4 Intensificador e Advérbios de modo

Como já foi mencionado , na Libras, há substantivo e verbo que são representados


pelo mesmo sinal. Isso também acontece com alguns adjetivos.
Sintaticamente, a diferença entre eles está também na possibilidade dos adjetivos e
verbos poderem incorporar um intensificador (muito) e dos verbos poderem incorporar
advérbios de modo, que são expressos através da modificação do movimento.
O intensificador "muito" e alguns advérbios de modo podem ser expressos também
através das expressões facial e corporal.
Há uma diferença entre "muito" (intensificador) e "rápido" (advérbio de modo). Para
intensificar uma ação, há uma repetição do sinal correspondente a esta ação e uma
incorporação de um movimento lento. Já para estabelecer um modo RÁPIDO de se realizar
a ação, há uma repetição do sinal da ação e a incorporação de um movimento acelerado.
Há, ainda, a incorporação do intensificador "muito" ou de advérbios de modo, que
alteram, também, o movimento, através de um alongamento do movimento, como, por
exemplo, em: BONIT@muito , CANSAD@muito ; ou de uma mudança no movimento, como
por exemplo: ANDARcambaleando, ANDARsaltitando, ANDARapressadamente;
ANDARlentamente.
Nos exemplos, abaixo, pode-se perceber essas diferenças desses sinais que se
diferenciam a partir do contexto sintático:

DEMORAR DEMORARmuito RAPID@ RÁPID@muito

ALEGRE ALEGREmuito TRISTE TRISTEmuito

20.5 Sinais com incorporação de intensificador ou advérbio de modo

CHUVA / CHOVER CHOVERmuito CHOVERforte


VENTO / VENTAR FRAC@ VENTO VENTARfortemente

FRI@ FRI@muito LEVE LEVEmuito PESAD@ PESAD@muito

20.6 Os advérbios de tempo


Na Libras não há marca de tempo nas formas verbais, é como se, nas frases, muitos
verbos ficassem no infinitivo. O tempo é marcado sintaticamente através de advérbios de
tempo que indicam se a ação está ocorrendo no presente: HOJE, AGORA; ocorreu no
passado: ONTEM, ANTEONTEM; ou irá ocorrer no futuro: AMANHÃ. Por isso os advérbios
geralmente vêm no começo da frase, mas podem ser usados também no final. Quando não
há, na frase, um advérbio de tempo específico, geralmente a frase, no presente, não é
marcada, ou seja, não há nenhuma especificação temporal; já para a frase no passado,
pode-se utilizar o sinal PASSADO ou o sinal JÁ, e para a frase no futuro, pode-se utilizar o
sinal FUTURO:
 nenhuma marca - traz a idéia de tempo presente;
 PASSADO - traz a idéia de ação/evento que foi realizado;
 FUTURO - traz a idéia de ação/evento que será realizado.

HOJE AGORA AMANHÃ FUTURO


ONTEM ANTEONTEM PASSADO JÁ

21. DIREÇÃO – PERSPECTIVA

As línguas de sinais, por serem de modalidade gestual-visual utilizam, como


elemento gramatical, a tridimensionalidade do espaço para a comunicação.
Assim, uma pessoa que está aprendendo uma dessas línguas, precisa ficar atenta
para a visualização das informações no espaço, porque elas sempre estão sob a
perspectiva do emissor da mensagem e precisa-se apreendê-las ao inverso, como uma
imagem no espelho.
Na Libras, os advérbios "perto"e "longe" são representados por sinais distintos com
relação a essa perspectiva, medida e ponto específico, podendo-se incorporar, ao advérbio
LONGE, um movimento e expressões facial e corporal que acrescentam idéia de
perspectiva e de intensificação da distância. Há, portanto, três sinais LONGE (perspectiva),
LONGEmuito (perspectiva), LONGE (medida) e LONGE (lugar específico). Da mesma
forma, os sinais para "perto"também vão variar a partir dessas perspectivas. Exemplos:

a- LONGE / PERTO

LONGE(perspectiva) PERTO (próximo)

LONGE PERTO
b- LONGEmuito-longe / PERTO

LONGEmuito (Perspectiva) PERTO (dedo na boca)

LONGEmuito

c- LONGE (DISTÂNCIA - MEDIDA) / PERTO

LONGE (distância medida) PERTO


(Os dedos polegares se tocam duas vezes)

PERTO

d- LONGE / PERTO

LONGE (lugar específico) PERTO


1- VOCÊ MORAR LONGE, PERTO FENEIS?
muito
LONGE!.
2- ONDE BALÃO?
...perspectiva...
LONGE.
3- CASA SE@ PERTO ME@?
NÃO, LONGE.
4- IGREJA PERTO FENEIS?
afirmativamente
PERTO (PRÓXIMO).
5- MARACANÃ PERTO CASA SURD@?
afirmativamente
PERTO.

22. EXPRESSÕES IDIOMÁTICAS RELACIONADAS AO ANO SIDERAL

Como nesta unidade será trabalhada a temática "Ano Sideral" que engloba as hora,
os dias, os meses e os anos", além de um vocábulo relacionado a esse calendário sideral,
serão ensinadas também várias expressões que são peculiares à Libras.
Nesta língua, há dois sinais diferentes para a idéia "dia": um sinal relacionado a dia
do mês, que é o sinal soletrado D-I-A, e o sinal DIA-INTEIRO que traz a idéia de duração
(configuração de mão "b", com movimento semi-circular em frente ao dorso do enunciador)

Exemplos:

TODO-DIA TODOS OS DIAS DA SEMANA DIA-INTEIRO

Os numerais de 1 a 4 podem ser incorporados aos sinais DIA (duração), SEMANA, MÊS
e VEZ, Exemplos:

DIA-1 DIA-2 DIA-3 DIA-4


MÊS -1 MÊS-2 MÊS-3 MES-4

VEZ-1 VEZ-2 VEZ-3 VEZ-4

Esta construção pode ser usada somente para os numerais inferiores a 5. A partir do
numeral 5, não há mais incorporação e a construção utilizada é formada pelo numeral
seguido do sinal ou do sinal seguido do numeral.

DIA 5 "5 dias DIA 10 "10 dias" MÊS 5 "5 meses" MÊS 10 "10 meses

Aos sinais DIA (duração) e SEMANA podem ser incorporadas também a frequência
e a duração através de um movimento prolongado.

Exemplos:

SEMANA 1 SEMANA 3

DOIS DIAS DA SEMANA QUATRO DIAS DA SEMANA


Sinais relacionados ao ano sideral

FERIADO FERIAS FOLGA LICENÇA

FALTAR (pessoa, coisa) FALTAR (estar ausente) FALTAR-AO-ENCONTRO

23. NUMERAIS

As línguas podem ter formas diferentes para apresentar os numerais quando utilizados
como cardinais, ordinais, quantidade, medida, idade, dias da semana ou mês, horas e
valores monetários. Isso também acontece na Libras. Nesta unidade e nas seguintes, serão
apresentados os numerais em relação às situações mencionadas acima.
É erro o uso de uma determinada configuração de mão para o numeral cardinal sendo
utilizada em um contexto onde o numeral é ordinal ou quantidade, por exemplo: o numeral
cardinal 1 é diferente da quantidade 1, que é diferente do ordinal PRIMEIR@, que é
diferente de PRIMEIRO- ANDAR, que é diferente de PRIMEIRO-GRAU, que é diferente de
MÊS-1. Estas diferenças serão trabalhadas nas unidades deste livro.

NÚMEROS CARDINAIS QUANTIDADE

23.1 Numerais ordinais

Os numerais ordinais do PRIMEIRO até o NONO têm a mesma forma dos cardinais,
mas aqueles possuem movimentos enquanto estes não possuem. Os ordinais do
PRIMEIRO até o QUARTO têm movimentos para cima e para baixo e os ordinais do
QUINTO até o NONO têm movimentos para os lados. A partir do numeral DEZ, não há mais
diferença entre os cardinais e ordinais. Observe os exemplos no DVD e fique sempre atento
quando for utilizá-los.

PRIMEIR@(ORDINAL) PRIMEIRAMENTE PRIMEIRA VEZ UMA VEZ

ULTIM@ ULTIM@

24. UTILIZAÇÃO DOS NUMERAIS PARA VALORES MONETÁRIOS

Em Libras para se representar os valores monetários de um até nove reais, usa-se o


sinal do numeral correspondente ao valor, incorporando a este o sinal VÍRGULA. Por isso o
numeral para valor monetário terá pequenos movimentos rotativos. Pode ser usado
também para estes valores acima os sinais dos numerais correspondentes seguido dos
sinais soletrados R-L "real" ou R " real/reais".
DINHEIRO REAL UM-REAL CINCO-REAIS

DEZ REAL/REAIS CINQUENTA REAL/REAIS

CEM REAL/REAIS QUINHENTOS REAL/REAIS

Para valores de um mil até nove mil também há a incorporação do sinal VÍRGULA,
mas aqui o movimento desta incorporação é mais alongando do que os valores anteriores
(de 1 até nove reais). Podem ser usados também, para esses valores acima, os sinais dos
numerais correspondentes seguidos de PONTO.
Para valores de um milhão para cima, usa-se também a incorporação do sinal
VÍRGULA com o numeral correspondente, mas aqui o movimento rotativo é mais alongado
do que em mil. Pode-se notar uma gradação tanto na expressão facial como neste
movimento da vírgula incorporada que ficam maiores e mais acentuados: de 1 a 9 < de
1.000 a 9.000 < de 1.000.000 a 9.000.000.
Quando o valor é centavo, o sinal VÍRGULA vem depois do sinal ZERO, mas na
maioria das vezes não precisa usar o sinal ZERO para centavo porque o contexto pode
esclarecer e os valores para centavos ficam iguais aos numerais cardinais.

24.1 Numerais para valores

NOTA MOEDA/CENTAVO
MIL CINCO-MIL DEZ MIL UM-MILHÃO

25. O VERBO “IR” E SUAS VARIAÇÕES

Na Libras, o verbo "IR" possui uma forma neutra, como a maioria dos verbos da
Libras, mas possui também formas que marcam flexões pessoais que podem ser
empréstimos da forma verbal em português, representadas através de sinais soletrados ou
do uso do parâmetro - direcionalidade para: V-A-I e V- O-U; 1sIR2s e 2sIR1s:

IR V-A-I V-O-U

Exemplos:
a) VOCÊ IR TRABALHAR? V-A-I?
b) EU IR aceno de cabeça afirmativamente
ou
EU V-O-U aceno de cabeça afirmativamente

1sIR2s (vou) 2sIR1s (vamos)


Exemplos:

a) 1slR2s COMER! "Vou comer!" a) 2sIR1s COMER! "Vamos comer!'


b) 1sIR2s BEBER! "Vou beber!" b) 2sIR1s BEBER! "Vamos beber!"
c) 1sIR2s DANÇAR! "Vou dançar" c) 2sIR1s DANÇAR! "Vamos dançar!
26. OS TIPOS DE VERBO NA LIBRAS

Basicamente na Libras, há dois tipos de verbo:


a-verbos que não possuem marca de concordância;
b- verbos que possuem marca de concordância.
Quando se faz uma frase com verbos do primeiro grupo, é como se eles ficassem no
infinitivo já que não se alteram mesmo mudando-se as pessoas do discurso, mas eles
admitem modificadores como um intensificador ou advérbio de modo.
Por exemplo:
(1) EU TRABALHAR FENEIS "eu trabalho na FENEIS";
(2) EL@ TRABALHAR FENEIS "ele/a trabalha na FENEIS";
(3) EL@ TRABALHAR FENEIS "eles/as trabalham na FENEIS;
(4) FENEIS, EL@ TRABALHARmuito LÁ;
(5) EU CANSAD@, DIA-INTEIR@ TRABALHARcontínuo.

Pode-se subdividir esses verbos em outros sub-grupos como, por exemplo, os


verbos de locomoção. Alguns desses verbos podem ser derivados dos sinais para meios de
transporte, por isso somente no contexto é que se pode perceber se eles estão sendo
utilizados como substantivo ou verbo. O transporte se torna o instrumento da ação.

Exemplos de Verbos de locomoção e sinais para meios de transporte:

IR CHEGAR VOLTAR/VIR PASSEAR VIAJAR

• Locomoção:

BICICLETA MOTOCICLETA CARROÇA


GUIAR-BICICLETA GUIA-MOTO GUIAR-CARROÇA
VAN TÁXI CARRO/DIRIGIR-CARRO

METRÔ TREM CAMINHÃO/DIRIGIR-CAMINHÃO

NAVIO BARCO/NAVEGAR CANOA/REMAR


BARCO-À-VELA BARCO-A-REMO/REMAR AVIÃO/AVIÃO-MOVER

HELICÓPTERO FOGUETE/FOGUE-LANÇAR BALÃO/BALÃO-VOAR


/HELICÓPTERO-MOVER

Os verbos do segundo grupo podem também ser subdivididos em:

1. Verbos que possuem concordância numero-pessoal: a orientação marca as pessoas do


discurso. O ponto inicial concorda com o sujeito e o final com o objeto. Com já se pode
conhecer as pessoas do discurso a partir da orientação, geralmente não se utiliza os
pronomes pessoais com esse tipo de verbo.

Exemplos

1SPERGUNTAR2S 2SPERGUNTAR1S 3sPERGUNTAR3s 3sPERGUNTAR3p


Eu pergunto a você Você me pergunta Ele pergunta a ele Ele pergunta a eles

2. Verbos classificadores: a configuração de mão é uma marca de concordância de


gênero: PESSOA, ANIMAL, COISA, VEÍCULO. Verbos que possuem concordância de
gênero são chamados de verbo classificador porque concorda com o sujeito ou objeto da
frase. Como, por exemplo, o verbo CAIR que, dependendo do sujeito da frase, terá uma
configuração para concordar com a pessoa, a coisa, o animal ou o veículo:

pessoaCAIR pessoaCAIR veículoCAIR coisa-redondaCAIRveículo

coisa-planaCAIR coisa-fina-e-longaCAIR

pessoaANDAR pessoaANDAR/MOVER

Pessoas encontrar pessoaMOVER (md) animalANDAR/MOVER


pessoaMOVER (me)
Pessoa em fila pessoas em pé,em círculo Pessoas sentadas em circulo

PessoasEM-FILA pessoasEM-PÉ-EM-CÍRCULO pessoas-sentadasEM-CÍRCULO

veículoANDAR/MOVER veículoACOMPANHAR veículoANDAR/M OVER


(veículo de quatro rodas) (veículo de duas rodas)

3.Verbos que possuem concordância com a localização. São verbos que começam
ou terminam em um determinado lugar que se refere ao lugar de uma pessoa, coisa, animal
ou veículo, que está sendo colocado, carregado, etc. Portanto, o ponto de articulação
marca a localização. Alguns desses verbos podem ter também outra marca de con-
cordância, como o verbo COLOCAR que é também um verbo classificador.

Exemplos:

REVOLVER ATIRAR-CABEÇA ATIRAR-PEITO ATIRAR-BOCA


1
"Eu atiro na minha cabeça "Eu atiro no meu coração" "Eu atiro na minha boca"
ESOURA CORTAR-CABELO CORTAR-TECIDO CORTAR-UNHA
"Eu corto o cabelo" "Eu corto o tecido" "Eu corto as unhas"

CORTAR-COM-FACA OPERAR-CORAÇAO FAZER-CESARIANA OPERAR-ÚTERO


"faca" "Ele opera o coração" "Ele opera cesariana" "Ele opera no útero"

MESA k COPO objeto- arredondadoCOLOCARk

Concluindo, pode-se esquematizar o sistema de concordância verbal, na Libras, da


seguinte maneira:
1 concordância número-pessoal -► parâmetro orientação
2 concordância de gênero e número -► parâmetro configuração de mão
3 concordância de lugar -► parâmetro ponto de articulação

26.1 Verbos relacionados meios de comunicação e trabalho

■ VERBOS RELACIONADOS A MEIOS DE COMUNICAÇÃO E TRABALHO

1 - ENVIAR:

ENVIAR-MENSAGEM ENVIAR-CARTA ENVIAR / TRAZER


Exemplos:
 Vou enviar e-mail.
 Ela enviou uma carta aos amigos.
 Ela está enviando novo estagiário a FIOCRUZ.

2- PROCURAR:

PROCURAR

PESSOA PROCURAR PESSOA PROCURAR PESSOA PROCURAR


EMPREGO OBJETO PESSOA

a) Estou procurando emprego a) Estou procurando lápis a) Estava procurando você!

ESTAGIO CARTEIRA-DE-TRABALHO SALÁRIO


3- PASSAR:

PASSAR-COM-FERRO Objeto-longo PASSAR Pessoa PASSAR PASSAR-FAX

Exemplos:
 Vou passar sua roupa.
 Ônibus número 583 passa na sua casa.
 Ela passou na minha frente.
 Ontem você já passou o fax para seu amigo? Ele estava te aguardando.

4 - AVISAR:

1sAVISAR2s 3SAVISAR1S AVISO-PRÉVIO

Exemplos:
 Eu já avisei, que precisava sair!
 O meu chefe me avisou que terá aumento de salário.
 O meu amigo que trabalha comigo já recebeu o Aviso Prévio.
5 - INFORMAR:

INFORMAÇÕES INFORMAR/DIVULGAR

Exemplos:
 Vou procurar informações sobre o curso de LIBRAS na FENEIS.
 A Diretoria da FENEIS informou aos funcionários o novo horário.

6 - RECEBER

RECEBER SALÁRIO/ RECEBER-SALÁRIO

Exemplos:
 Você recebeu e leu a mensagem do celular.
 Ele recebeu o pagamento salário

7 - APOSENTAR

RECECEBER-APOSENTADORIA/APOSENTAR APOSENTADORIA/APOSENTAD@
 Ele aposentou há pouco tempo.
 Eu recebo o meu dinheiro da aposentadoria

8 – ESPERAR

ESPERAR ESPERAR / AGUARDAR UM-POUCO


Exemplos:
 Esperou o amigo uma hora.
 Espere só um pouquinho!

9 – ACABAR

ACABAR ACABAR ACABAR ACABAR


(pronto) (namoro) (Terminar) (Comida/água)

Exemplos:
 O trabalho já acabou?
 O namoro deles acabou.
 Não quero saber! Acabou!
 A comida acabou! A água acabou!

10- ADMITIR

ADMITIR (APROVADO) ADMITIR (ENTRAR)


Exemplos:
 Fui admitido para aquele emprego. (Ser aprovado)
 A empresa admitiu novos funcionários. (Entrar)

11 – FICAR

FICAR AQUI FICAR QUIETA FICAR LÁ

Exemplos:
 Fiquei muito tempo aqui.
 Ela ficou quieta.
 Passou mal e resolveu ficar em casa.

12 – SAIR

SAIR-EMPREGO/DEMITIR SAIR SAIR

Exemplos:
 Ela saiu do emprego.
 Paulo saiu com a amiga dele.
 Ele saiu há muito tempo. Foi ao banco.

13 – PEDIR

PEDIR
Exemplo:
É feio sempre pedir coisas.

14 – COMEÇAR

COMEÇAR COMEÇAR / INICIAR


Exemplos:
 Vai começar a aula de LIBRAS agora!
 Em 1998 começou o 1o curso de capacitação dos Instrutores na FENEIS.

15 - APROVAR

APROVAR/PASSAR/CONSEGUIR APROVAR/LIBERAR

Exemplos:
 Fui aprovada!
 O pagamento foi aprovado.

16 - REPROVAR

REPROVAR REPROVAR REPROVAR


CONSEGUIR-NAO PASSAR-NÃO ( NÃO DEU CERTO)
Exemplos:
 Ela foi reprovada no curso de Língua de Sinais.
 O ministro reprovou a indicação do nome dela.
 O seu trabalho sobre Língua de Sinais foi reprovado.

17 – CANCELAR

CANCELAR CANCELAR CANCELAR


Exemplos:
 Amanhã a reunião será cancelada Você colou na prova e ela será cancelada.
 O passeio turístico foi cancelado e adiado para o outro dia! (NÃO DEU CERTO)

26.2 Verbo SER e FICAR em libras

Essa variação linguística não existe em LIBRAS. Pois não há necessidade. Porém,
em alguns casos necessário se faz um empréstimo linguístico e usamos o verbo "é" para
representar. Por exemplo,a seguinte frase: Ela é minha namorada. Em LIBRAS sinalizamos
" EL@ NAMORAD@ MEU. O "é" derivado do "ser" não tem relevância durante o processo
sinalizado. Outro exemplo: Ele deve ser muito forte. Em LIBRAS sinalizaríamos: EL@
PARECER FORTEmuito. Assim transmite a idéia com equivalência sem que utilize o
empréstimo linguístico "é". Porém as vezes, em alguns casos onde existem surdos
oralizados sinalizam o "É" fazendo: letra " E + ´ " no ar, ou em outras vezes, apenas a
acentuação também no espaço neutro frente ao peitoral. Todavia, esse sinal é muito
“portuguesado”. E os surdos puros não assim usam.
Já o verbo "Estar" existe. Porém, ele só é sinalizado quando significa Estar de
permanência em um lugar. Por exemplo: Minha mãe estar em casa, em LIBRAS fazemos:
MAE MEU CASA ESTAR. O sentido abstrato como, " Ela estar bem", não usamos. Pois o
verbo estar sinalizado se refere a localização e não a estado de sentir.

26.3 contextualizando verbos

Existem três possíveis formas de ordenar as palavras em libras

1. SVO (sujeito, Verbo e Objeto)


2. OSV (Obejto, Sujeito e Verbo)
3. SOV (Sujeito, Objeto e Verbo)

As outras ordens que restam das combinações sujeito, verbo e objeto são consideradas
inaceitáveis.
Organização das frases em Libras

Português:
EU COMI ARROZ E SALADA

LIBRAS
Ex. 1
Libras
Sujeito objeto/ o que? Verbo/ação
EU ARROZ SALADA COMER

Ex. 2
Objeto/ o que? Sujeito Verbo/ação
ARROZ SALADA EU COMER

Ex. 3
Sujeito Verbo/ação Objeto/ o que?
EU COMER ARROZ SALADA

27. QUE HORA E QUANTAS HORAS

Na Libras, há dois sinais para se referir à hora: um para se referir ao horário


cronológico e outro para a duração. O sinal HORA, com o sentido de tempo cronológico, é
sinalizado por um apontar para o pulso e, quando utilizado em frase interrogativa -
expressão interrogativa "QUE-HORA?", tem um acréscimo da expressão facial para frase
interrogativa. Com relação às horas do dia, sinaliza-se o sinal HORA, seguido de numerais
para quantidade. Após doze horas, não se continua a contagem, começa-se a contar
novamente: HORA 1, HORA 2, HORA 3, acrescentando o sinal TARDE, quando
necessário, porque geralmente, pelo contexto, já se sabe se o sinalizador está se referindo
à manhã, tarde, noite ou madrugada.
O sinal HORA, com o sentido de tempo decorrido ou duração, é sinalizado por um
círculo ao redor do rosto e, quando utilizado em frase interrogativa - expressão interrogativa
"QUANTAS- HORAS", tem um acréscimo da expressão facial para frase interrogativa. Esse
sinal está sempre relacionada ao tempo gasto para se realizar alguma atividade. A esse
sinal, pode-se incorporar os quantificadores:2, 3, e 4 mas, a partir da quinta hora, já não há
mais essa incorporação.

Exemplos:

1- QUE-HORA?
AULA COMEÇAR QUE-HORA AQUI?
VOCÊ TRABALHAR COMEÇAR QUE-HORA?
AULA TERMINAR QUE-HORA?
VOCÊ ACORDAR QUE-HORA?
VOCÊ DORMIR QUE-HORA? HORA/QUE-HORA
interrogativa
2-QUANTAS-HORAS?
•VIAJAR SÃO-PAULO QUANTAS-HORAS?
•TRABALHAR ESCOLA QUANTAS-HORAS?

HORA/QUANTAS-HORAS

UMA-HORA DUAS-HORAS TRES-HORAS QUATRO-HORAS

HORA 5 MEIA-HORA CINCO-MINUTOS

28. ADJETIVOS NA LIBRAS

Os adjetivos são sinais que formam uma classe específica na Libras e sempre estão
na forma neutra, não havendo, portanto, nem marca para gênero (masculino e feminino),
nem para número (singular e plural).
Muitos adjetivos, por serem descritivos, apresentam iconicamente uma qualidade do
objeto, desenhando-a no ar ou mostrando-a a partir do objeto ou do corpo do emissor.
Em português, quando uma pessoa se refere a um objeto como sendo arredondado,
quadrado, listrado, entre outros, está também descrevendo mas, na Libras, esse processo
é mais "transparente" porque o formato ou textura são traçados no espaço ou no corpo do
emissor, em uma tridimensionalidade permitida pela modalidade da língua.
Em relação à colocação dos adjetivos na frase, eles geralmente vêm após o
substantivo que qualifica. Seguem, abaixo, alguns exemplos de adjetivos na Libras:

GORD@ GORD@ muito MAGR@ GRANDE PEQUEN@


USAD@ VENH@ NOV@ (COISA) NOV@ (JOVEM) NOV@ (JOVEM)

Frases:

(1) EU PASSADO GORD@ PORQUE COMERmuito, AGORA EU EMAGRECER PORQUE


EU COMER POUCO COMER EVITAR.
(2) ME@ CARRO BONIT@ 1sVER CARRO vefculoMOVER FEI@.
(3) EU VER MULHER BONIT@ CABELO-CREP@. MAS ME@ ESPOS@ CABELO-LIS@
LIS@.
(4) LEÃ@ ENORME CORPO AMARL@. É PERIGOS@.
(5) RAT@ PEQUEN@, PRET@, ESPET@.

ALT@ ALT@ BAIX@

FEI@ BONIT@ FIN@ GROSS@

29. COMPARATIVO DE IGUALDADE, SUPERIORIDADE E INFERIORIDADE

Em Libras, também, pode ser comparada uma qualidade ou uma ação a partir de
três situações: superioridade, inferioridade e igualdade.
Para expressões comparativas de superioridade e inferioridade, usa-se os sinais
MAIS e MENOS antes do adjetivo comparado, seguido da conjunção comparativa
DO-QUE, ou seja: comparativo desuperioridade: XMAIS —ADJ.—
DO-QUE Y;
comparativo deinferioridade:X MENOS —ADJ.— DO-QUE Y.
Para ações, as expressões comparativas vêm após o verbo, ou seja: comparativo de
superioridade: X VERBO MAIS DO-QUE Y;
comparativo deinferioridade:X VERBO MENOS DO-QUE Y;
Essa expressão comparativa "do que" tem flexão para as pessoas do discurso e, por
isso, a orientação para aonde o sinal aponta indicará a segunda pessoa/objeto/animal
comparados.
Para o comparativo de igualdade, podem ser usados dois sinais: IGUAL (dedos
indicadores e médios das duas mãos roçando um no outro) e IGUAL (duas mãos em B,
viradas para frente encostadas lado a lado), geralmente no final da frase.

Exemplos:
(1) VOCÊ MAIS VELH@ DO-QUE EL@
(2) VOCÊ MENOS VELH@ DO-QUE EL@
(3) VOCÊ-2 BONIT@ IGUAL (me)
IGUAL (md)
(4) VOCÊ COMER MAIS 2SDO-QUE1S EU
(5) ELE FUMAR MENOS 3SDO-QUE2S VOCÊ

GRAU COMPARATIVO

IGUALDADE INFERIORIDADE SUPERIORIDADE

2SDO-QUE1S 1SDO-QUE2S
SINAIS BÁSICOS - ILUSTRADOS
Sinais relacionados a transações comerciais e bancárias

DINHEIRO-CARO”MUITO CARO!” DINHEIRO-BARATO “MUITO CARO!”

BANCO CARTÃO CHEQUE PAGAMENTO

DEPOSITAR SAQUE EMPRÉSTIMO AUMENTO

QUANTO CUSTA? PAGAR-A-VISTA PAGAR-A-PRAZO DESCONTO

DESCONTO PORCENTAGEM JUROS PRESTAÇÃO PROMOÇÃO


Sinais relacionados a pesos e medidas

BALANÇA BALANÇA LEVE PESAD@

METRO-DE-MADEIRA METRO-ARTICULADO FITA-MÉTRICA RÉGUA

ANIMAL ESPAÇO PESSOA


Sinais para características de roupas

ONDULAD@/ CURVAD@ ESTAMPAD@ QUADRICULAD@

XADREZ COM - BOLINH@ QUADRAD@ / QUADRICULADA

LISTRAD@-VERTICAL LIS@ LIS@


Sinais para cores e tonalidades

ESCUR@ CLAR@ PRET@ PRET@

BRANC@ VERDE AZUL AMAREL@

VERMELH@ MARRON LARANJA VINHO BEGE

ROSA VIOLETA CINZA ROX@


Sinais relacionado ao Estado Civil

CASAD@ SOLTEIR@ DIVORCIAD@

SEPARAD@ AMANTE AMIGAD@ COMPANHEIR@ VIUV@

Estações do ano

PRIMAVERA VERÃO

OUTONO INVERNO
Pontos cardeais

NORTE

OESTE LESTE

SUL
Verbos
Antonimos

São todas as palavras ou expressões que tem o sentido contrário ao de outra.


Alimentos
Animais
Família
Frutas
Meis do comunicação
Meios de transporte
Vestuário
LINK DAS IMAGENS:
http://professora-diva-libras.blogspot.com/2010/07/blog-post.html
http://trabalhandocomsurdos.blogspot.com/2013/06/libras-familia.html
http://amigasdaedu.blogspot.com/2011/04/fichas-em-libras-alimentos.html
http://lerentendercriar.blogspot.com/2010/05/libras-verbos.html
http://libraseducandosurdos.blogspot.com/2010/01/sinais-dos-verbos_7850.html
Acessado em: 07/04/2016
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