Sist. Abast. Água 03

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 60

UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE – UFCG

CENTRO DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA AGROALIMENTAR – CCTA


UNIDADE ACADÊMICA DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA ALIMENTAR – UACTA
GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA AMBIENTAL

S IS TEMAS DE ABAS TECIMENTO DE ÁGUA


AULA 02
CÍCERO FELLIPE DINIZ DE SANTANA
Eng. Sanitarista e Ambiental
Msc. Engenharia Civil e Ambiental
[email protected]
Captação de águas para abastecimento
“o tratamento da água começa na sua captação”

Significa:

• Que a parte mais importante de um serviço de água potável é o seu manancial


• A respectiva captação de suas águas
• A escolha judiciosa
• A proteção efetiva do manancial
• Correta construção e operação de seus dispositivos de captação

• O sucesso das demais unidades do sistema depende da no que se refere tanto à


quantidade como à qualidade da água a ser disponibilizada aos consumidores.
Escolha do manancial e do local para implantação

Adequada escolha do manancial e do local para a implantação da captação:

• Tipos de estudos a realizar


• Condições gerais a serem atendidas pelo local de captação;
• Inspeção de campo e consulta à comunidade a ser beneficiada.
Tipos de estudo a realizar
• Levantamento de dados, informações ou estimativas sobre:
• Nível de água máximo
• Nível de água mínimo
• Períodos de recorrência
• Estimativa da vazão mínima dos mananciais em estudo
• Conhecimento das vazões disponíveis para captação

• Levantamento das características físicas, químicas e biológicas da água e avaliação do transporte


de sólidos.
Onde e Quando?
• Em épocas representativas do ano
• Nos pontos cogitados para a localização da captação;
• Mapa geográfico da área da localidade a abastecer e da região no seu
entorno, preferencialmente do tipo planialtimétrico.

• Levantamento sanitário da bacia hidrográfica a montante dos


possíveis pontos de captação, incluindo a caracterização dos
principais usos da terra e da água, com atenção especial para as
atividades degradadoras da vegetação e poluidoras da água, do solo e
do ar;

• Conhecimento dos usos da água a jusante dos pontos de captação em


estudo;
Condições gerais a serem atendidas pelo local
de captação
• Situar-se em ponto que garanta a vazão demandada pelo sistema e a vazão residual estabelecida pelo
órgão de gestão das águas, quer se trate de captação a fio de água ou com regularização de vazão.

• Situar-se a montante da localidade a que se destina e a montante de outros focos de poluição


importantes, ou seja, em local que garanta água com qualidade compatível com as tecnologias de
tratamento de água técnica e economicamente possíveis de serem adotadas para a comunidade em
consideração.

• Situar-se em cota altimétrica superior à da localidade a ser abastecida(para que a adução se faça por
gravidade), desde que a respectiva distância e o percurso de adução não inviabilizem economicamente
essa alternativa; ou, caso a adução por gravidade seja inviável técnica ou economicamente, o local de
captação deve situar-se em local com cota altimétrica que resulte menor desnível geométrico em relação
à localidade e que possibilite as condições apropriadas de bombeamento e de adução por recalque
(menor comprimento, perfil adequado e condições satisfatórias de acesso).
• Situar-se em terreno que apresente condições de acesso, características geológicas, batimetria,
níveis de inundação e condições de arraste e deposição de sólidos favoráveis ao tipo e porte da
captação a ser implantada.

• Situar-se em trecho reto do curso de água ou, caso isso não seja possível, em local próximo à sua
margem externa, evitando assim sua implantação em trechos que favoreçam o acúmulo de
sedimentos.

• Permitir que as estruturas e dispositivos de captação fiquem protegidos da ação erosiva da água
e dos efeitos prejudiciais decorrentes de remanso e da variação de nível do curso de água.

• Resultar o mínimo de alterações no curso de água em decorrência da implantação das estruturas


e dispositivos de captação, inclusive no que se refere à possibilidade de erosão ou de
assoreamento.
O projeto de captação, deve incluir também as obras para garantir o acesso permanente a essa unidade.
Tipos de captação de água de superfície
As captações de água de superfície podem ser de cinco tipos principais:

• captação direta ou a fio de água;


• captação com barragem de regularização de nível de água;
• captação com reservatório de regularização de vazão destinado prioritariamente para o
abastecimento público de água;
• captação em reservatórios ou lagos de usos múltiplos;
• captações não convencionais.
captação direta ou a fio de água

A captação direta ou a fio de água é aplicada em cursos de água superficial que possuam vazão
mínima utilizável superior à vazão de captação e que apresentem nível de água mínimo suficiente
para a adequada submergência ou posicionamento da tubulação ou outro dispositivo de tomada.
captação com barragem de regularização de
nível de água
A captação com barragem de regularização de nível de água também se aplica a cursos de água de
superfície com vazão mínima utilizável superior à vazão de captação, porém cujo nível de água
mínimo seja insuficiente para a necessária submergência ou posicionamento da tubulação ou outro
dispositivo de tomada. Neste caso, o nível mínimo de água é elevado por meio de uma barragem de
pequena altura, também conhecida como soleira, cuja única finalidade é dotar o manancial do nível
de água mínimo necessário à sua captação.
Captação com reservatório de regularização de vazão
destinado prioritariamente para o abastecimento público de
água;
A captação com reservatório de regularização de vazão destinado prioritariamente ao
abastecimento público de água é empregada quando a vazão mínima utilizável do manancial de
superfície é inferior à vazão de captação necessária. Neste caso, torna-se necessária a construção
de barragem dotada de maior altura, suficiente para permitir o acúmulo de volume de água que
possibilite a captação da vazão necessária em qualquer época do ano hidrológico, além de garantir
o fluxo residual de água em quantidade adequada à manutenção da vida aquática e a outros usos
a jusante da barragem. É obra cujo projeto e construção são mais complexos do que os demais
tipos de captação.
captação em reservatórios ou lagos de usos
múltiplos
A captação em reservatórios ou lagos de usos múltiplos é aquela que se dá em reservatórios
artificiais ou em lagos naturais cujas águas não tenham o seu uso prioritário relacionado ao
abastecimento público de água.
captações não convencionais
As captações não convencionais são aquelas concebidas para permitir o emprego de equipamentos
de elevação ou recalque de água movidos por energia não convencional como a eólica, a solar ou as
provenientes de transiente hidráulico (golpe de aríete) ou ainda do impulso proporcionado pelo jato
de água.
Tomada de água
A tomada de água é o dispositivo da captação de agua superficial que tem por finalidade conduzir a
água do manancial para as demais partes constituintes da captação. Com base no grau crescente de
complexidade, as tipos de tomada de água de superfície mais utilizados podem ser ordenados da
seguinte forma:
• Tubulação de tomada;
• Caixa de tomada;
• Canal de derivação;
• Poço de derivação;
• Tomada de água com estrutura em balanço;
• Captação flutuante;
• Torre de tomada.
Princípios gerais para a localização de tomadas de água

As obras de captação deverão ser implantadas, preferencialmente em trechos retilíneos do curso de


água ou, quando cm curva, junto à sua curvatura externa (margem côncava), onde a velocidade da
água é maior. Evitam-se, assim, bancos de areia que poderão obstruir as entradas de água. Nessa
margem côncava as profundidades são maiores e poderão oferecer melhor submersão aos
componentes da entrada de água. Deverá ser considerada a necessidade de acesso ao local da
captação, mesmo ocorrendo fortes temporais e inundações, pântanos e áreas alagadiças devem ser
evitados. Por essa razão, é contraindicada a construção de obras em terrenos baixos, próximos do
curso de água, mesma que a casa de bombas fique ao abrigo das cheias. As estradas de acesso
devem propiciar livre trânsito em qualquer época do ano.
É importante estabelecer, com bastante discernimento, as cotas altimétricas de todas as partes
constitutivas das obras de captação, não perdendo de vista que:

• deverá haver entrada permanente de água para a sistema, mesmo nas estiagens;
• havendo instalação de bombeamento conjugada à captação, os equipamentos e em especial os
motores deverão ficar sempre ao abrigo das maiores enchentes previstas;
• a distância entre o eixo da bomba e o nível de água mínimo previsto no manancial, não deverá
ultrapassar a capacidade de sucção do equipamento, para as condições locais.
Dispositivos constituintes das captações de
água de superfície
Os dispositivos que podem estar presentes numa captação de água de superfície são basicamente:
• tomada de água, que ocorre em todo o tipo de captação;
• barragem de nível ou soleira, utilizada em mananciais cuja lamina mínima de água é insuficiente
para a necessária submergência do dispositivo de tomada de água;
• reservatório de regularização de vazão, para situações em que a vazão mínima disponível do
manancial for menor do que a vazão de captação;
• grades e telas, geralmente presentes em todo o tipo de captação;
• desarenador, popularmente denominado caixa de areia, que é utilizado quando o curso de água
apresenta transporte intenso de sólidos.
Barragens
São abras executadas em rios, córregos, ribeirões, ocupando toda a sua largura, com a finalidade de
assegurar nível a montante, e com isso permitir a submersão permanente de canalizações, fundos
de canaletas e válvulas-de-pé das bombas. Este tipo de barragem é conhecido como barragem de
nível e usualmente tem altura reduzida. Em rios profundos, com grande lâmina de água no ponto de
captação, dispensa-se a construção de barragens. As barragens de nível podem ser executadas em
alvenaria de pedra argamassada, cm concreto ou cm terra; podem também constar de colocação de
pedras soltas no leito do curso de água, o que se denomina simples enrocamento.
Tubulação de tomada
É o dispositivo de tomada de água constituído por tubulação simples, que conduz a água desde o
manancial até a unidade seguinte, que pode ser um desarenador, a caixa de passagem de uma
adutora por gravidade, o poço de sucção de uma elevatória ou até mesmo a sucção direta de uma
bomba.
Caixa de tomada
É uma variante da alternativa com tubulação de tomada, empregada quando o curso de água
apresenta regime de escoamento torrencial ou rápido, colocando em risco a estabilidade de
tubulações instaladas no seio da massa líquida, pela possibilidade da colisão destas com sólidos
pesados, transportados pelo curso de água em épocas de fortes chuvas. Para essas situações, é mais
indicado que a tubulação de tomada seja substituída por uma caixa de tomada instalada na margem
do curso de água.

não se aplica:
• quando for muito reduzida a altura da lâmina de água mínima do manancial
• quando a calha molhada deste se afastar muito das margens nos períodos de grande
estiagem
• ou quando ocorrer excesso de algas no manancial
Canal de derivação
É utilizado em captações de médio ou grande portes, cumprindo ao mesmo tempo as funções da
caixa de tomada e do canal que interliga aquela à unidade subsequente.

Não se aplica:

Captações de pequena vazão, isto devido à prescrição da velocidade mínima de 0,60 m/s para o
escoamento da água em tubulações e canais de tomada de água (canais para pequenas vazões com
essa velocidade teriam dimensões por demais diminutas para viabilizar sua construção e
manutenção).
Poço de derivação

Consiste de um tubulão construído na margem de rios ou ribeirões que seja inundável e que
apresente declividades acentuadas. Quando a variação de nível de água do rio for acentuada,
pode-se adotar mais de uma tubulação de tomada.

Antes do advento das bombas resistentes à abrasão, esse tipo de solução só era viável em cursos
de água com reduzido transporte de sólidos. Com a entrada no mercado nacional desse tipo de
bomba, sobretudo os conjuntos motobomba submersíveis para esgoto e, posteriormente, para
água bruta, esse tipo de solução passou a ser utilizado também em cursos de água cujo
transporte de sólidos é maior.
Tomada de água com estrutura em balanço

É um tipo de captação em que a tomada de água é feita por um conjunto motobomba submersível
para água bruta, resistente à abrasão, que fica suspenso dentro do curso de água, por exemplo, por
meio de uma corrente integrada a uma talha que pode se movimentar ao longo de uma viga em
balanço, geralmente do tipo treliça, instalada transversalmente ao curso de água.

Aplica-se a rios pouco encaixados, com grande oscilação do nível de água, tanto em profundidade
como no afastamento às margens
Captação flutuante
É a modalidade de tomada de água que se aplica sobretudo em lagos ou represas, mas
também em rios maiores com regime de escoamento tranquilo ou fluvial, sem arraste
frequente de sólidos flutuantes de grandes dimensões e dotados de grande largura e
profundidade, mesmo em períodos de estiagem,
Desarenador
O desarenador, comumente designado caixa de areia, é instalação complementar das captações de
água de superfície, utilizado quando o curso de água apresenta transporte intenso de sólidos, ou
seja, conforme a NBR 12.213 (ABNT, 1992), quando a concentração de sólidos sedimentáveis em
suspensão no manancial atinja valor igual ou superior a 1,0 g/L por um período de tempo
significativo. Em sistemas de abastecimento de água, os desarenadores são geralmente projetados
com seção retangular em planta, sendo o seu comprimento pelo menos 3 vezes maior do que a sua
largura, para minimizar a possibilidade de curto circuito da água no seu interior.
Exemplo
Dimensionar um desarenador para a vazão de 20 L/s, a ser construído anexo à captação de água de
um ribeirão. No ponto escolhido para a captação, o NA mínimo do ribeirão apresenta altura de 0,95
m em relação ao seu leito. Já no local previsto para a construção do desarenador, a superfície do
terreno fica a 1,25 m acima do NA mínimo do rio.
NBR12213

Passo 1

• Velocidade de sedimentação = 0,021 m/s (para remoção de partículas com d>=0,2mm


• Coeficiente de segurança = 1,5 (para cálculo do comprimento do desarenador)
• Largura do desarenador >> b compatível com h
• Velocidade horizontal de escoamento = 0,3 m/s

Passo 2 - altura do desarenador

h’ (conforme a tubulação de tomada) = 0,95m


h min (de acordo com a norma) = 0,3m

h = 0,95 – 0,3 = 0,65m

1,25m >> característica do terreno


0,3 >> folga da superfície para cima

H (altura definitiva do desarenador) = 0,65 + (0,1*0,65) + 1,25 + 0,3 = 2,27m ~ 2,3 m


Passo 3 – Largura do desarenador
NBR12213
(de acordo com a tabela 8.5)
Passo 1 H = 2,3 m >>> b = 1,2m

• Velocidade de sedimentação = 0,021 m/s (para Passo 4 – Comprimento do desarenador


remoção de partículas com d>=0,2mm
• Coeficiente de segurança = 1,5 (para cálculo do L = Q / (b*Vs) = 0,02 m³/s / (1,2 m * 0,021m/s) = 0,8 m
comprimento do desarenador)
• Largura do desarenador >> b compatível com h C = 1,5 * 0,8 = 1,2 m
• Velocidade horizontal de escoamento = 0,3 m/s
Passo 5 – Relação C/b
Passo 2 - altura do desarenador
C/b = 1,2/1,2 = 1
h’ (conforme a tubulação de tomada) = 0,95m C = 3*b = 3*1,2 = 3,6m
h min (de acordo com a norma) = 0,3m
{3,6m ; 1,2m ; 2,3m} (cada uma das duas unidades terá estas
h = 0,95 – 0,3 = 0,65m dimensões)

1,25m >> característica do terreno Passo 6 – Verificação da velocidade de escoamento horizontal


0,3 >> folga da superfície para cima
Vh = Q / (b*h) = 0,02m³/s / (1,2m * 0,65m) = 0,026m/s
H (altura definitiva do desarenador) = 0,65 + (0,1*0,65) +
1,25 + 0,3 = 2,27m ~ 2,3 m Vh = 0,026m/s < 0,3m/s , portanto OK!!
• Velocidade de sedimentação = 0,021 m/s (para remoção de partículas com
d>=0,2mm
• Coeficiente de segurança = 1,5 (para cálculo do comprimento do
desarenador)
• Largura do desarenador >> b compatível com h
• Velocidade horizontal de escoamento = 0,3 m/s
• h min (de acordo com a norma) = 0,3m
Grades
Grades e telas são dispositivos empregados em captações de água de superfície para reterem
materiais flutuantes ou em suspensão de maiores dimensões. As grades são constituídas de barras
paralelas e destinam-se a impedir a passagem de materiais grosseiros. Já as telas são compostas por
fios formando malhas que têm por finalidade impedir a passagem de materiais flutuantes não
retidos na grade. ou seja, as telas devem ser sempre instaladas após as grades.
Tipos de grade
Existem dois tipos de grades:

• grade grosseira:
• destinada à retenção de materiais flutuantes ou em suspensão de maiores dimensões
(superiores a 7,5 cm);
• o espaçamento entre suas barras paralelas é usualmente de 7,5 cm a 15 cm;
• seu emprego é indicado para cursos de água sujeitos a regime torrencial e quando corpos
flutuantes de grandes dimensões puderem danificar as instalações de grades finas ou telas;

• grade fina:
• utilizada para a retenção de materiais flutuantes ou em suspensão de dimensões menores
(inferiores a 7,5 cm);
• a distância entre as suas barras paralelas varia entre 2 cm e 4 cm.
Espessura
As espessuras das barras metálicas constituintes das grades para captação de água superficial
costumam atender a uma das seguintes bitolas padronizadas:

• grade grosseira: 3/8" (0,95 cm), 7/16" (1,11 cm) ou 1/2" (1,27 cm);

• grade fina: 1/4" (0,64 cm), 5/16" (0,79 cm) ou 3/8" (0,95 cm).
Projeto
Segundo a NBR 12.213 (ABNT, 1992), as instalações com grades e telas para captação de água de
superfície devem atender às seguintes condições construtivas:
• grades e telas devem ser usadas obrigatoriamente em captações à superfície da água;
• as grades grosseiras devem ser colocadas no ponto de admissão de água na captação, seguidas
pelas grades finas e pelas telas;
• as barras e os fios constituintes das grades e telas devem ser de material anticorrosivo ou
protegido por tratamento adequado;
• as grades e telas com limpeza manual devem ter inclinação para jusante, de 70° a 80° em relação
à horizontal, além de passadiço para facilitar os serviços de manutenção.
Dimensionamento
No que se refere ao dimensionamento das grades e telas, a mesma NBR 12.213 fornece as seguintes
orientações:
• Área das aberturas da grade: na seção de passagem referente ao nível mínimo de água, deve ser
igual ou superior a 1,7 cm² para cada litro por minuto de vazão captada, de modo que a velocidade
resultante seja igual ou inferior a 10 cm/s;
• Perda de carga nas grades e telas: a ser calculada pela fórmula da perda de cargas localizadas:
Dimensionamento

Em que:

hf: perda de carga (m);


V: velocidade média de aproximação (m/s), considerando como obstruída 50% da respectiva seção de
passagem, entendendo-se por velocidade de aproximação a velocidade da água na seção
imediatamente a montante da grade ou tela (com 50% de obstrução no presente caso);
g: aceleração da gravidade (m/s2);
k: coeficiente de perda de carga, cujo valor é função dos parâmetros geométricos das grades ou telas
Coeficiente de perda de carga (k) em grades: o valor de k, a ser utilizado na equação anterior
aplicada a grades, deve ser calculado pela seguinte equação:

Em que:

B: coeficiente adimensional, que é função da forma da barra;


S: espessura das barras;
b: distância livre entre barras (b e s devem entrar na equação com a mesma unidade de
comprimento);
a: ângulo da grade em relação à horizontal.
Coeficiente de perda de carga (k) em telas: o valor de k, a ser utilizado na de k aplicada a telas, deve ser
calculado pela seguinte equação:

Em que:

E: porosidade, igual à razão entre a área livre e a área total da tela, sendo:

a) para tela de malha quadrada:

b) para tela de malha retangular:


Exemplo
Dimensionar uma grade para captação de 20 L/s num ribeirão, utilizando caixa de tomada. O
manancial apresenta regime de escoamento torrencial em períodos de chuva, com transporte de
sólidos flutuantes de grandes dimensões. As alturas das lâminas de água mínima e máxima do
ribeirão sobre a laje de fundo da caixa de tomada (colocada0,40 m acima do leito do curso de água)
são, respectivamente, de 0,30 m e 1,20 m.
Passo 1 – Tipo de grade e especificações de suas barras
Passo 3 – Calcular a largura ´útil mínima da grade (Bútil)
Q= 0,02 m³/s (Do exemplo)
A = B * H >>> Bu = Au / Hmin
Hmin = 0,3m e Hmáx = 1,2m
Bu = 0,204 / 0,3 = 0,68 m
Tipo = Grosseira (Decisão do projetista)
Limpeza = manual (Decisão do projetista)
Passo 4 – Número mínimo de barras da grade
Espessura (s) = 3/8’’ = 0,95cm (Decisão do projetista)
Espaçamento (b) = 10 cm (Decisão do projetista)
Bu = (n-1)*b >>> n = (Bu/b)+1 = (0,68/0,1)+1 = 7,8 ~~ 8 barras
Inclinação = 70º (Decisão do projetista)
Seção = circular (Decisão do projetista)
Passo 5 – Largura total
Área útil mínima >= 1,7 cm²/L/min (NORMA)
Velocidade resultante <= 10 cm/s (NORMA)
B = n.s + (n-1)*b = 8 * 0,95 + 7 * 10 = 77,6 cm ~~ 0,8 m
Passo 2 – Calculo da área útil da grade
Passo 6 – Altura da grade
Q = 20 L/s = 20 L/s * 60 min = 1200 L/min
FolgaGrade = 20 cm >>>> Hmáx + Folga = 1,4 m
Borda da caixa de tomada = 0,3m
Área Útil da Grade (AuGrade) = 1200 L/min * 1,7
altura da caixa = 1,4+0,3 = 1,7m
cm²/L/min = 2040 cm² = 0,204 m²

Q = U * A >>> U = Q / AútilGrade = (0,02 m³/s) / (0,204


m²) = 0,098 m/s = 9,8 cm/s

U < 10 cm/s >>> Está OK!


Passo 7 – Perda de carga da grade

Hf = K*U²/2g k= bet*((s/b)^1,33)*sem a

Bet=1,79
Uap = 50% de obstrução >>> Uap = Q/(B*Hmin*0,5) = 0,02 m³/s / [0,5*(0,8m*0,3m)] = 0,167 m/s
a = 70º

K = 1,79*((0,95/10)^1,33)*sem 70º = 0,073

Hf = 0,073*0,167^2/2*9,81 = 0,000103 m (perda de carga PEQUENA)


Exercícios complementares:
Captação de águas subterrâneas
1) Em um aquífero artesiano de 12 m de espessura, é escavado um poço com 300 mm de diâmetro.
Determinar a área livre que deve ter um filtro de 260 mm de diâmetro, com comprimento igual a
80% da espessura do aquífero, para extrair a vazão de 137 m/h com velocidade da água nos seus
orifícios igual a 3 cm/s.
2) Qual o menor comprimento que deve ter um filtro de 250 mm de diâmetro, área livre de 10%,
para captar a vazão de 98 m/h ?

3) Qual é a máxima vazão que pode ser extraída em um poço dotado de filtro com 200mm de
diâmetro, 6m de comprimento, 16,3% de área livre de modo que a velocidade da água nos orifícios
não ultrapasse a 4,5cm/s ?

Você também pode gostar