Nutrição Felina de A A Z

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E-book licenciado para Lara Jussim Fonseca Machado laramachado@protonmail.

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Primeira edição, 2020

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Sumário

3 INTRODUÇÃO

5 CAPÍTULO 1: Os gatos e a proteína animal

11 CAPÍTULO 2: Os gatos e os carboidratos

14 CAPÍTULO 3: Os gatos e a água

17 CAPÍTULO 4: Os gatos e os ingredientes


dos alimentos comerciais para gatos

22 CAPÍTULO 5: Complicações comuns da


saúde felina e sua relação com a dieta

45 CAPÍTULO 6: Mudança de dieta - transição


de alimentos secos para alimentos úmidos
enlatados ou de origem animal

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Introdução

Geralmente um animal só é considerado doente


quando começa a manifestar sinais da doença, até
então, enquanto não há sinais da doença, a
maioria dos animais é considerada perfeitamente
saudável.

Essa afirmação pode parecer óbvia, mas


analisando cuidadosamente, todos os gatos que
tomam medicamentos para diabetes felina
estavam "bem" até que seus donos começaram a
observar os sinais da doença.

Todo gato diagnosticado com o canal urinário


obstruído era considerado "saudável", até que o
proprietário percebeu a dificuldade em urinar, ou
teve que ser levado às pressas ao veterinário para
fazer um cateterismo de emergência ou até mesmo
veio a óbito por conta de uma bexiga rompida.

Da mesma forma, a maioria dos gatos com a


bexiga inflamada estava "bem" até que começou a
mostrar indícios de sangue na urina, dor ou
começou a urinar fora da caixinha de areia.

Até chegar ao ponto de surgir uma pedra nos rins


ou de a bexiga ficar grande o suficiente para ser

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notada, todo gato também era considerado
"saudável".

Pacientes com câncer também são considerados


“saudáveis” até que o tumor se espalhe ou fique
grande o bastante para ser notado.

Por fim, a maioria dos gatos é considerada “bem” e


“saudável” até começar a apresentar sinais de
intolerância a certas comidas e alergia a alguns
ingredientes e alimentação inadequada.

Portanto, uma conclusão importante a ser tirada


disso tudo é que muito antes de se tornarem
visíveis aos humanos, as doenças dos nossos
animais de estimação surgem, crescem e ganham
forma.

Por isso é tão importante praticar a nutrição


preventiva em vez de apenas afirmar “meu gato
está bem comendo essa ração". Uma dieta
adequada, de acordo com as necessidades
específicas de cada animal, pode evitar o
surgimento de certas doenças que só apresentam
sinais e sintomas após um período de tempo.

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CAPÍTULO 1

Os gatos e a proteína animal

Diferentemente dos cães, os gatos são carnívoros


obrigatórios (também chamados de carnívoros
estritos), o que significa a proteína da carne em
sua dieta é insubstituível.

Isso significa que seu gato foi criado pela Mãe


Natureza para consumir quantidades
significativas proteínas de origem animal, ou seja,
carne ou órgãos, e que sua fonte nutritiva não deve
ser à base de grãos e vegetais. Os gatos possuem
uma deficiência de certas substâncias metabólicas
ou enzimáticas e, por isso, não são capazes de
digerir proteínas vegetais. Portanto, eles podem
ingerir apenas proteínas animais.

Um ponto importante a esclarecer é que nem todas


as proteínas são iguais. As proteínas obtidas a
partir da carne de animais são muito ricas em
aminoácidos (que serão os principais componentes
de construção das proteínas do gato, como se
fossem pequenas peças de um grande quebra-
cabeça). Já as proteínas vegetais não são tão ricas
nesses mesmos aminoácidos, não possuem os
componentes necessários para carnívoros

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obrigados construírem suas próprias proteínas
apropriadamente.

Os seres humanos e os cães, por exemplo, são


capazes de extrair os aminoácidos de fontes
vegetais, em outras palavras, conseguem obter a
partir das plantas as peças faltantes do quebra-
cabeça para construírem suas próprias proteínas,
os gatos, entretanto, não são capazes de fazer isso.
Estudos mostram que, por conta disso, os cães são
capazes de viver à base de uma dieta vegetariana,
embora essa dieta não seja recomendada para eles.

Dentre os aminoácidos essenciais que não são


encontrados nas proteínas vegetais, mas estão
presente na carne, pode-se citar a Taurina. A
falta de taurina pode causar problemas cardíacos e
cegueira aos gatos.

Dessa forma, é importante salientar que os


alimentos comerciais secos para gatos são feitos
principalmente à base de vegetais. Já os alimentos
comerciais úmidos
para gatos possuem
uma concentração
de proteína animal
muito mais elevada.
Portanto, a proteína
dos alimentos secos
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apresenta um valor biológico mais baixo.

As fabricantes de alimentos para animais


domésticos conseguem maximizar seus lucros e
retornos usando ingredientes como milho, trigo,
soja e muitos outros na produção das rações. Isso
ocorre porque as proteínas vegetais são mais
acessíveis em comparação às proteínas da carne.

Alguns representantes de empresas de alimentos


para animais de estimação e nutricionistas
veterinários afirmam possuírem conhecimento e
experiência suficientes para produzirem um
alimento comercial completo e suficiente para os
gatos em termos de formas e quantidades de
nutrientes. Argumentam ainda que elementos
vegetais são adicionados à dieta desses pequenos
carnívoros obrigatórios para torna-la equilibrada.

Os seres humanos, no entanto, não são tão


competentes assim quando se trata de nutrição
felina e dos erros fatais que foram cometidos no
passado, ao se tentar estimar e compensar essa
modificação da natureza.

No final dos anos 80, constatou-se que os gatos,


que são altamente dependentes da taurina,
estavam pagando caro pela ganância do homem,
que tentava maximizar os lucros com a fabricação

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de alimentos para animais de estimação se
afastando da natureza. Como consequência muitos
gatos estavam morrendo de complicações cardíacas
e ficando cegos devido à ignorância humana.

Alimentos comerciais para gatos com muitos


ingredientes vegetais é a maior causa da
deficiência de taurina. Para contornar esse
problema, em vez de fabricantes de alimentos para
animais de estimação passarem a utilizar proteína
animal em seus produtos, eles começaram a
adicionar a taurina especificamente para
complementar suas dietas. A adição de taurina
pode ser útil para tentar resolver esse problema,
mas surgem dúvidas quanto a outros elementos
críticos provenientes de fonte animal que podem
estar faltando nos alimentos.

É importante, portanto, que o homem perceba que


não tem o poder de desobedecer completamente à
ordem natural da dieta dos gatos, o que foi
designado por natureza a eles para comerem.

Se fosse feita uma pergunta sobre o número de


gatos que morreram ao longo dos últimos anos
devido a uma dieta incompleta, a resposta seria
"muitos". Gatos até podem sobreviver com
proteínas vegetais, mas estudos mostram que eles
não se desenvolvem adequadamente com essas
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dietas. É fundamental entender a diferença entre
"sobreviver" e "desenvolver-se", pois correspondem
a estados de saúde muito diferentes.

Além disso, o cozimento é um fator que destrói os


nutrientes. É essencial lembrar que a proteína
contida nas rações secas são cozidas a
temperaturas muito elevadas e por um período
prolongado. A fonte de proteína, portanto, perde
seu valor biológico devido ao extremo cozimento
para secar o produto.

Portanto, uma estimativa do número de nutrientes


e de que forma foi danificado é usada para
determinar a perda incorrida pelo processo de
cozimento. É feita então uma tentativa de
adicioná-los de volta a esses alimentos secos
através de componentes vegetais.

No entanto, o homem não está no controle da


natureza e não é capaz de dominar seus
acontecimentos e comportamentos, portanto, é
impossível conhecer ao certo todos os detalhes das
presas habituais de um gato na natureza. Dessa
forma, há um risco enorme em deixar a ganância e
ignorância ditar a dieta alimentar do seu felino de
estimação.

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No que diz respeito à quantidade total de proteína
encontrada nas rações comerciais, não se engane
com a porcentagem de proteínas de fontes vegetais
ou alimentos secos em comparação com os
alimentos enlatados ou proteínas de origem
animal. Pode até parecer que a ração seca tem
uma maior quantidade de proteína do que a ração
úmida enlatada, porém, não é verdade.

A maioria dos alimentos úmidos enlatados para


gatos tem mais proteínas do que os alimentos
secos. Lembre-se também de que é o valor biológico
das proteínas que importa e que os percentuais
contam apenas metade da história.

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CAPÍTULO 2

Os gatos e os carboidratos

Os gatos têm um sistema biológico único que os


torna verdadeiros carnívoros. Se estivessem em
seu habitat natural não consumiriam os altos
níveis de carboidratos (grãos) que são encontrados
nos alimentos comerciais secos para animais
domésticos. Esses alimentos secos, entretanto, são
a principal dieta rotineiramente oferecida para os
gatos domésticos.

Você nunca se depararia com um gato


desidratando um rato e cobrindo-o com milho ou
suflê de glúten para sua refeição ou perseguindo
um rebanho de biscoitos correndo pelas planícies
africanas.

Pelo contrário, se estivesse na natureza, seu gato


consumiria muita proteína, teria uma dieta rica
em carne, com alto teor de água, nível moderado
de gordura e com apenas cerca de 3 a 5% de
carboidratos como fonte de calorias.

Em média, as rações secas têm cerca de 50% de


suas calorias provenientes do amido, enquanto
algumas marcas mais baratas, também contendo
vegetais na composição, contêm níveis ainda mais
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altos de carboidratos. Essa definitivamente não é a
dieta ideal para os gatos.

No entanto, existem alimentos enlatados para


gatos de alta qualidade que contêm apenas de 3 a
5% de carboidratos. Mas ainda é necessário ter em
mente que nem todos os alimentos enlatados
possuem baixo teor de carboidratos e continuam,
portanto, não sendo o alimento mais ideal para o
seu gato.

Devido à deficiência da produção de algumas


enzimas específicas presentes em outros
mamíferos, os gatos apresentam uma diminuição
fisiológica na capacidade de digestão de
carboidratos. Além disso, os gatos, diferentemente
dos humanos, também não produzem a enzima
chamada amilase salivar, responsável por iniciar a
digestão dos carboidratos.

É importante sempre
lembrar que os gatos não
precisam de carboidratos, e
a sua ingestão constante
pode causar sérias
complicações à saúde dos
felinos. Portanto, não
devemos continuar a
alimentar nossos pequenos
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carnívoros como herbívoros, pois isso seria
semelhante a alimentar um cavalo ou uma vaca
com carne.

A razão pela qual a maioria das pessoas continua


fazendo isso é porque rações e grãos secos são
baratos, facilmente acessíveis, simples e
conveniente.

Carnívoros obrigatórios precisam consumir carne,


e não grãos. E, além disso, também precisam de
muita água em sua dieta. Portanto, uma dieta rica
em carboidratos, à base de vegetais e ingredientes
desidratados é perigosa para a saúde do seu
pequeno felino.

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CAPÍTULO 3

Os gatos e a água

Neste capítulo você


entenderá porque a
dieta do seu gato não
basta ser apenas livre
de grãos e com baixo
teor de carboidratos.

Até mesmo a comida enlatada mais acessível do


mercado é melhor do que qualquer ração seca à
base de vegetais, mas não apenas por conta do alto
teor proteico e baixo teor de carboidratos, mas
também por outra questão fundamental para a
nutrição felina: a quantidade de água.

A ingestão de água é essencial para a saúde de


qualquer animal, e os gatos, em especial, sentem
pouca sede em comparação com outras espécies,
por exemplo, os cães. Por isso, é altamente
recomendado que os gatos sejam mantidos em uma
dieta rica em água. Quando alimentos secos
constituem a maior parte de sua dieta, isso pode
acarretar um nível de hidratação abaixo do ideal
ou até mesmo desidratação crônica, pois devido à

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pouca sede que sentem, eles acabam consumindo
menos água do que deveriam.

Como a presa usual de um gato na natureza


contém aproximadamente de 70 a 75% de água, os
gatos são, digamos assim, projetados para obter a
água através da comida. Alimentos para gatos
enlatados são mais próximos da dieta natural de
um gato, pois podem conter até 78% de água, ao
contrário dos alimentos secos, que possuem apenas
de 7 a 10% de água. Um gato que consome apenas
ração seca ingere metade da quantidade de água
que um gato que consome alimentos enlatados.

Então, é de extrema importância ter isso em


mente, considerando os frequentes problemas
urinários experimentados pelos gatos. Aderindo a
uma dieta com um maior teor de água, a produção
de urina do gato irá aumentar também, uma vez
que o animal passará a ingerir uma quantidade
maior de água através dos alimentos, o que é ótimo
para a saúde da bexiga. Lembrando que as caixas
de areia precisarão ser limpas com uma frequência
maior, ou mais caixas deverão ser adicionadas a
casa.

Dica: A areia aglomerante para gatos é a melhor


opção para a sua caixinha de areia, pois é mais
prática e higiênica em comparação à areia não
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aglomerante, que prejudica a remoção apropriada
da urina.

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CAPÍTULO 4

Os gatos e os ingredientes dos


alimentos comerciais para
gatos

A quantidade de informações contidas nos rótulos


dos alimentos comerciais para animais domésticos
atualmente é bastante reduzida, apresentam
apenas uma ampla variedade de proteínas,
gorduras, nível de água e outros, permitindo que
você tenha uma ideia do que está contido na
comida. Idealmente, deveria haver informações
mais precisas, como os valores nutricionais do
alimento.

No entanto, pode ser que essas medidas não sejam


implementadas tão cedo e, se forem, serão
semelhantes às informações encontradas em
alimentos para humanos. Em termos da
quantidade de cada ingrediente, a lista de
ingredientes também fornece uma visão
incompleta. Temos pouca ideia sobre o impacto da
composição, pois nunca sabemos a quantidade
exata de cada componente. Por exemplo, como
sabemos a quantidade exata de arroz que está
contida nos alimentos para gatos, antes de
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assumir que o alimento não contém arroz? Este
arroz está presente em quantidades moderadas ou
grandes quantidades?

Portanto, é importante ao menos observar as


quantidades de proteínas, gorduras e carboidratos
dos alimentos comerciais para gatos. Recomenda-
se consultar o fabricante e solicitar a ele a
decomposição de seus alimentos em termos das
calorias de proteínas, de gorduras e de
carboidratos. Idealmente, a dieta do seu gato não
deve conter mais de 10% de suas calorias de fontes
de carboidratos.

Em relação à composição de uma dieta ideal em


termos da raça de cada felino, um siamês tem
pouca diferença de um persa, de um Maine Coon
ou de um gato de rua. Independente da raça, todo
gato doméstico continua sendo um carnívoro
obrigatório.

Os gatos não deixaram de ser carnívoros


obrigatórios no processo de domesticação, e,
portanto, a frase “especial para ambientes
internos”, contida em alguns alimentos comerciais
para animais, é apenas uma estratégia de
mercado, além de que estes alimentos se
encontram principalmente na forma seca e são
ricos em carboidratos. Muitas fabricantes também
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usam palavras como “natural”, “holística” e
“premium”, que não significam necessariamente
que são alimentos de alta qualidade.

As rações do tipo alimentos terapêuticos para


gatos, ao contrário da opinião de muitas pessoas,
não são formuladas idealmente para a saúde de
um carnívoro. Essas rações encontradas no
mercado são compostas principalmente por milho,
soja e trigo, elementos alimentares que são ricos
em carboidratos e não devem estar na dieta de um
gato.

Os subprodutos desses alimentos não são


necessariamente de baixa qualidade e podem ser
extremamente nutritivos e ricos em proteínas. No
entanto, isso varia quando a qualidade do
subproduto está sendo comparada com a da carne
propriamente dita. Os subprodutos também são
mais baratos que a carne de músculo, assim, há
quem afirme que considerando o valor cobrado por
uma ração terapêutica, os fabricantes poderiam
usar uma fonte com maior teor de proteína.

Lembrando, é aconselhável que você alimente seu


gato preferencialmente com alimentos enlatados,
acima de qualquer alimento seco.

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O desafio enfrentado pela maioria das pessoas é
que muitos veterinários são pouco instruídos nesta
área de nutrição felina. Além deste campo de
estudo ser pouco abordado nas escolas
veterinárias, também existe um potencial conflito
de interesses com a indústria de alimentos para
animais de estimação. Isso faz com que as
recomendações alimentares de muitos veterinários
sejam fundamentadas a partir do interesse da
indústria pet, que geralmente não têm como
interesse principal a saúde do seu gato.

Ao ler os rótulos dos alimentos para animais não


se encontra ingredientes principais como músculo
ou outro corte de carne que preferencialmente não
seja uma carne de órgão, como o fígado, por
exemplo. Nem frango ou peru, ou semelhante, e
nem mesmo fígado. Os subprodutos encontrados
consistem em pés, penas, cascas de ovos e
intestinos (menos nutritivos que a carne
muscular).

Infelizmente, devido à grande disponibilidade, os


grãos têm sido largamente utilizados em alimentos
comerciais para gatos porque maximizam a
margem de lucro, enquanto na verdade, do ponto
de vista de uma nutrição adequada, não deveriam
ser utilizados, pois gatos não são herbívoros e
precisam de altos índices proteicos em sua
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alimentação. Portanto, se forem adicionados grãos
à dieta do gato, então estes devem estar presentes
em quantidades mínimas.

A ingestão constante de grãos, como por exemplo,


soja, milho e trigo, causará um aumento drástico
nos níveis de açúcar no sangue, devido ao alto teor
de carboidratos. É crucial sempre garantir que a
soja não esteja presente na dieta do seu felino, já
que a soja também contém fitoestrogênios, que
representam uma influência negativa também
para a glândula tireoide e o consequente
hipertireoidismo.

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CAPÍTULO 5

Complicações comuns da
saúde felina e sua relação
com a dieta

1. Diabetes

O diabetes é uma doença


muito comum em gatos, e
também muito perigosa e
difícil de lidar.

Pesquisas mostram que


quando a ingestão de
carboidratos pelo gato é reduzida, o risco do
animal desenvolver diabetes também é reduzido, e
em gatos que já possuem a doença, a diminuição
da ingestão de carboidratos leva a um
processamento muito melhor do açúcar no sangue.

Além deste problema preocupante causado por


carboidratos, os alimentos secos também causam
obesidade, especialmente se o alimento em questão
for muito calórico, apetitoso e o animal for
alimentado livremente.

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É importante ser cauteloso, pois muitos
veterinários não diminuem suficientemente a
ingestão de carboidratos por gatos diabéticos. O
impacto favorável que a diminuição da ingestão de
carboidratos exerce sobre o controle de açúcar no
sangue é subestimado.

Em vez de comprar alimentos terapêuticos para


diabetes felina, você pode fazer muito mais pela
saúde do seu gato alimentando-o com uma dieta
pobre em carboidratos, por exemplo, com
alimentos enlatados, ou escolhendo outra fonte
proteica de alimento, caso os alimentos
mencionados acima não sejam facilmente
acessíveis para você, ou se o seu gato não gostar
deles.

2. Doenças renais

A doença renal crônica é uma das principais


causas de morte da maioria dos gatos domésticos.
É importante lembrar que os gatos ficam
cronicamente desidratados quando são
alimentados predominantemente à base de
vegetais, e que a desidratação tem grande
influência na causa de doenças renais nos felinos.

Atualmente, muitos gatos precisam ingerir


líquidos separadamente, pois suas dietas
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consistem basicamente em alimentos secos. Isso é
muito ilógico e prejudicial à saúde dos felinos.
Gatos devem ser alimentados com alimentos com o
teor de umidade adequado.

Conforme discutido anteriormente, essas dietas


podem ser encontradas na forma de alimentos
enlatados ou à base de carne.

3. Cistite

A cistite é a inflamação da bexiga. Se a dieta do


seu gato possuir uma quantidade adequada de
água, existe uma grande chance de você nunca se
preocupar com doenças como cistite ou pedras nos
rins. Dietas apropriadas baseadas em origem
animal evitam a formação de cristais e equilibram
o pH da urina.

Lembre-se sempre de que, conforme mencionado


anteriormente, os gatos sentem pouca sede e
devem ingerir água através da comida. Pesquisas
mostram que a quantidade de água consumida por
um gato em alimentos enlatados é o dobro da
quantidade que consome um gato que come ração
seca e tem como fontes de água apenas a água da
tigela.

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Os proprietários que fornecem alimentos à base
vegetal para seus felinos geralmente afirmam que
eles bebem muita água. No entanto, na realidade,
o gato ingere aproximadamente metade da
quantidade de água que ingeriria se consumisse
alimentos de origem animal ou enlatados, que
ajudam a limpar a bexiga do seu gato várias vezes
ao dia.

Outro erro comumente cometido é a ingestão


excessiva de carboidratos, combinada a uma dieta
com carência de água, enquanto a atenção está
voltada apenas para o pH e presença de cristais na
urina.

Infecções não são doenças do trato urinário


comuns em gatos e, portanto, o uso de antibióticos
não deve ser feito indiscriminadamente. O uso
frequente de antibióticos confere uma maior
resistência às bactérias e também pode prejudicar
outras partes do corpo e da saúde do gato.
Pacientes com cistite às vezes acabam recebendo
antibióticos em excesso.

Cistite refere-se à inflamação, que ocorre com ou


sem infecção da parede da bexiga. A causa exata
desta dolorosa doença ainda não foi identificada,
mas o que se sabe é que ela está associada ao
estresse e à baixa ingestão de água.
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Salientando então, gatos devem consumir
alimentos comerciais enlatados ou carne, e não
ração seca.

Estatísticas Relevantes

A maioria dos pacientes com essa doença não


precisa de antibióticos, pois apenas 1 a 2% dos
gatos com cistite e menos de 10 anos de idade tem
de fato infecção do trato urinário. Devido à
produção de urina altamente concentrada, a
maioria dos gatos nessa faixa etária geralmente
não desenvolve esse tipo de infecções, já que a
maioria das bactérias não se reproduz bem na
urina altamente concentrada.

Gatos mais velhos com cistite não devem ser


automaticamente tratados com antibióticos,
embora infecções nessa idade sejam mais comuns,
estando presente em 20 a 30% dos animais, contra
1 a 2% em gatos mais novos. Mas ainda assim,
70% representam pacientes com cistite estéril
(livre de bactérias).

Doenças renais são mais comuns em gatos idosos


e, portanto, um gato de idade mais avançada é
mais propenso a sofrer de infecções do trato
urinário, pois eles terão a urina mais diluída o que

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não é tão eficiente no combate natural ao
crescimento bacteriano.

Diabetes e hipertireoidismo tornam o paciente


mais propenso a infecções do trato urinário e
também são mais frequentemente encontrados em
gatos com mais de 10 anos de idade. É, portanto,
necessário determinar se o gato tem ou não uma
infecção e, em caso positivo, também é essencial
determinar o tipo de antibióticos que se deve
utilizar.

A cultura bacteriana e o teste de sensibilidade


selecionam as bactérias presentes e informam ao
veterinário qual antibiótico deve ser utilizado.
Este teste leva um tempo aproximado de três dias
e é executado em laboratório. A urina precisa ser
obtida diretamente da bexiga por meio do uso de
uma seringa e agulha, em um procedimento
chamado cistocentese. Este procedimento não é
demasiadamente estressante para o gato, e é a
única maneira de coletar uma amostra para uma
análise precisa, a fim de efetuar um tratamento
com o uso de antibióticos, ou outro medicamento
adequado.

Um problema comum é que os gatos que sofrem


desta doença urinam frequentemente e, portanto,
pode não haver urina suficiente na bexiga para
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obter uma amostra. Sendo, portanto, necessário
aguardar algumas horas. Para contornar esse
problema, alguns veterinários costumam dar ao
paciente uma dose subcutânea de líquidos. O gato
é então confinado em um ambiente sem caixinha
de areia e normalmente dentro de algumas horas
sua bexiga estará cheia o suficiente para se obter
uma amostra de urina através da cistocentese.

A cultura e o teste de sensibilidade devem ser


realizados em todos os pacientes com cistite para
verificar se não existe outra infecção. Além disso, é
importante ressaltar a importância de não se usar
antibióticos sem evidências comprovadas.

Conforme discutido anteriormente, o estresse


exerce forte influência na inflamação de bexiga dos
felinos. Portanto, entender o ciclo vicioso que
envolve a dor e o estresse é fundamental no
tratamento desta doença, ou seja, a dor gera
estresse e o estresse desencadeia a cistite, que por
sua vez causa dor.

Em poucas palavras, no que diz respeito à


prevenção e ao tratamento da cistite, a água
contida nos alimentos e o controle do
estresse e da dor são os fatores mais
importantes.

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No entanto, mesmo gatos alimentados com uma
dieta alimentar 100% animal experimentam
episódios de cistite, mas com frequência muito
inferior aos felinos mantidos em dietas
alimentares à base de vegetais. Cistite é uma
doença frustrante de lidar, e tão complexa que
nem mesmo os veterinários têm uma cura
definitiva para ela.

O teor de água das refeições do dia a dia é fácil de


controlar, pois basta alimentar seu gato com
alimentos enlatados ou de origem animal e
adicionar água a sua dieta.

Gatos são animais sensíveis e geralmente ficam


em silêncio quando estão estressados, portanto,
este é outro ponto a ser levado em consideração.

Os cristais são diferentes das pedras e são


normalmente encontrados na urina do gato.
Portanto, não é necessariamente apropriado
colocar o gato em tratamento urinário especial
quando houver cristais em sua urina.

Em geral, uma importância clínica é atribuída à


identificação de cristais na urina. No entanto,
torna-se uma condição séria, uma vez que se
assume que os cristais são reais, sem qualquer
consideração sobre como as amostras de urina

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foram realizadas. Isto ocorre porque cristais
podem se formar fora do corpo por um período de
30 a 60 minutos e, se o veterinário não examinar a
urina imediatamente, ou usar uma amostra
trazida de casa pelo proprietário, ou enviar a
amostra a um laboratório externo, pode ser que
ocorra um diagnóstico impreciso dos cristais. Tal
diagnóstico errôneo é chamado de "falso positivo".
O resultado é uma preocupação desnecessária por
parte do proprietário, bem como alimentar o gato
com uma dieta inadequada e de baixa qualidade
para a sua condição.

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A influência da dieta na formação dos
cristais

Quando a dieta do seu gato consiste


predominantemente em alimentos de origem
vegetal (ração seca) com poucas quantidades de
água, ele produzirá um volume menor de urina,
geralmente metade do que um gato que consome
alimentos enlatados produz, então a urina
produzida fica mais concentrada, o que aumenta
gravidade específica da urina. Isso resulta em uma
maior concentração de cristais presentes em urina.

Como resultado, essa alta concentração de


cristais aumenta as chances de o gato
desenvolver pedras nos rins com risco de
vida e também irrita a parede da bexiga de
alguns gatos, causando a dolorosa cistite.

Recomenda-se adicionar uma a duas colheres de


sopa de água pura ou com sabor às refeições do
animal, como caldo de moluscos, molho de atum,
frango ou caldo de carne, bem como o uso de fontes
de água.

Você pode fazer sua própria água com sabor de


atum usando aproximadamente uma lata de atum
e misturando o atum com três xícaras de água.
Esmague-o e deixe descansar por cerca de vinte

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minutos. Por fim, despeje a água em formas de
cubos de gelo, cubra e congele para prolongar a
validade. É importante usar formas cobertas para
preservar o cheiro e o gosto.

Mas tenha em mente que encontrar cristais não é


incomum, mas, torna-se prejudicial quando você
continua a empregar uma dieta sem água como
alimentação regular do gato. Pedras, ou muitos
cristais, por exemplo, podem causar uma ruptura
grave da bexiga por dificuldade de eliminação da
urina.

Se você ainda estiver preocupado com a formação


de cristais na urina do seu gato, opte por alimentos
de origem animal, que propiciam uma limpeza
muito maior da bexiga do seu gato em comparação
a alimentos secos ou de origem vegetal.

Se o gato está visitando frequentemente a caixinha


de areia e nenhuma urina está sendo eliminada, é
necessária assistência médica imediata.
Novamente, recomenda-se usar areia aglomerante,
pois ela permite que o proprietário observe a
quantidade de urina excretada pelo gato, se
houver. Observe se o aglomerado de urina é do
tamanho de uma uva-passa, de uma uva, uma bola
de golfe, uma ameixa ou uma bola de tênis. Como é
difícil remover toda a urina da caixinha várias
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vezes por dia, as areias não aglomerantes acabam
não sendo higiênicas o suficiente. Além desse fato
importante, elas também não permitem que o
proprietário observe a quantidade de urina que
está sendo eliminada.

Embora o pH da urina seja frequentemente


considerado ao se discutir cristais do trato
urinário, oferecer a quantidade adequada de água
ao seu felino na maioria dos casos é mais
importante do que avaliar o pH da urina. Uma
exceção é o caso dos cristais de estruvita, que
apresentam alta dependência do pH urinário. Uma
opção para esses casos é considerar o emprego
temporário de um a dois meses de dietas
acidificantes prescritas como medida para tornar a
urina do gato mais ácida e consequentemente
elevar a solubilidade dos cristais de estruvita.
Gatos machos, em especial, por terem a uretra
longa e estreita, apresentam maior risco de
obstrução da uretra por pedras e consequente risco
de vida. No entanto, essa dieta deve não deve ser
utilizada para alimentação prolongada.

Em contrapartida, é importante salientar que o


oxalato de cálcio se forma em ambientes ácidos.
Esta medida é, portanto, bastante perigosa se o
gato apresentar pedras ou cristais de oxalato de
cálcio. Para monitorar o progresso ou mesmo uma
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eventual piora no quadro, o gato deve ser
reexaminado através de raio-x ou ultrassonografia
dentro de 3 a 4 semanas após o início da dieta.
Casos de progresso lento ou imperceptível também
podem surgir, enfatizando ainda mais a
necessidade do acompanhamento por ultrassom ou
raio-x.

Muitas das rações terapêuticas comerciais para


tratamento de doenças do trato urinário inferior
dos felinos que são vendidas indiscriminadamente,
sem necessidade de prescrição médica, na verdade
não são aconselháveis, pois elas são produzidas
simplesmente de forma a tornar a urina do
paciente mais ácida, por se acreditar que esses
alimentos acidificantes, com baixo teor de
magnésio, sejam a cura para a dolorosa cistite.
Além disso, elas podem também causar
hipocalemia, que é redução do potássio no sangue,
e resultar na formação de pedras de oxalato de
cálcio e causar doenças renais.

Em relação aos alimentos secos e a saúde do trato


urinário do gato, além da falta de água nesse tipo
de refeição do dia a dia, também existe uma
correlação entre o consumo de carboidratos,
encontrados principalmente em alimentos secos, e
a formação de cristais de estruvita. A explicação

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para isso é que alimentos à base de carboidratos
tornam a urina alcalina.

Os veterinários geralmente prescrevem dietas


terapêuticas comerciais para problemas
relacionados ao trato urinário, no entanto,
pesquisas mostraram que essas dietas contêm
apenas 10% de água, além de apresentar grandes
quantidades de ingredientes inadequados e
conservantes questionáveis. Tais dietas não são
aconselháveis para a alimentação de quaisquer
carnívoros obrigatórios, como é o caso dos gatos.

4. Doenças inflamatórias intestinais


(DII)

Ainda existem muitas perguntas sem resposta


acerca da Doença Inflamatória Intestinal (DII). Os
sintomas dessa doença em felinos incluem vômito,
constipação, diarreia e perda de peso, sendo este
último o sinal clínico mais observado nos casos da
dolorosa doença intestinal.

É pertinente empregar um tratamento para


problemas gastrointestinais felinos com base no
modo de alimentação apropriado para a espécie.
Erros comuns que precisam ser evitados são a
continuação e o uso constante de alimentos
comerciais terapêuticos, que são ricos em
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carboidratos e possuem altos níveis de esteroides.
Pesquisas mostram melhorias consideráveis em
gatos diagnosticados com a doença inflamatória
intestinal quando os alimentos secos são
eliminados de suas dietas.

Para enfatizar esse ponto, existem indícios que


apontam que os gatos que sofrem com esta doença
melhoram significativamente através do equilíbrio
entre baixo teor de carboidratos e uma dieta à base
de carne levemente cozida ou crua. Por fim,
precisamos nos concentrar mais em alimentar
nossos pacientes com uma dieta adequada a sua
espécie.

5. Obesidade

A obesidade é um problema de saúde muito


comum e extremamente delicado em gatos. Por
exemplo, estudos comprovaram que gatos com
excesso de peso têm um risco até quatro vezes
maior de desenvolver diabetes do que gatos com
um peso ideal. Gatos obesos também não
conseguem se higienizar adequadamente e são
mais propensos a adquirirem problemas
ortopédicos.

Gatos, como carnívoros obrigatórios, precisam


suprir suas necessidades de energia com uma dieta
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rica em proteína, com pouco ou nenhum amido e
moderada em gorduras. Pequenas quantidades de
carboidratos são utilizadas para fins energéticos,
enquanto o restante é convertido em gorduras.

Um fator necessário a ser observado é que os


fabricantes de alimentos para animais domésticos
geralmente adicionam elevados níveis de
carboidratos aos seus alimentos, já que proteínas
ou carne são mais caras em comparação ao amido
ou grãos. Ao enriquecer o conteúdo alimentar com
carboidratos, acaba-se obtendo uma dieta
inadequada e potencialmente prejudicial à saúde
do animal.

Uma dieta ideal para


perda de peso deve
ser rica em proteínas
(ou seja, as proteínas
devem representar
no mínimo 40% das
calorias), moderada
em gordura (menos
que 50% das calorias)
e pobre em
carboidratos (menos de 10% das calorias). O
principal objetivo é eliminar parte da gordura do
organismo mantendo a massa muscular. No
entanto, a maioria dos gatos menos ativos e com
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dietas leves passa por dois processos, ou eles não
perdem peso algum, ou a perda de peso também é
acompanhada por perda de massa muscular.

Estudos mostram que gatos que possuem uma


dieta altamente proteica, com baixo teor de
carboidratos perdem peso e ainda mantém sua
massa muscular, diferentemente de gatos
alimentados com um alto teor de carboidratos e
com pouca carne, proteína ou gordura.

Lembre-se também que alimentar o gato


constantemente com dietas leves, com o objetivo de
reduzir o peso, é inapropriado. O resultado é que o
proprietário pode acabar com um gato com excesso
de peso, mal-humorado ou até mais magro, mas
que pode ter perdido muita massa magra.

6. Lipidose hepática felina (fígado


gorduroso)

Esta doença geralmente causa perda de apetite por


mais de dois dias, e é a doença hepática metabólica
mais comum dos gatos, e infelizmente, também
fatal. Gatos com sobrepeso ou obesos são
candidatos mais prováveis de serem
diagnosticados com lipidose hepática, apesar de
gatos magros também apresentarem chances de
adquirir esta doença fatal. Manter uma dieta rica
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em proteínas e com baixo teor de carboidratos
ajuda a manter os felinos domésticos com um peso
corporal saudável e ideal e, como resultado, os
torna menos propensos ao desenvolvimento da
lipidose hepática.

7. Doença dental

Muitos donos de gatos acreditam na afirmação de


que gatos alimentados com ração seca são menos
propensos a sofrerem doenças dentárias em
comparação a gatos alimentados estritamente com
alimentos de origem animal ou enlatados. Essa
ideia pode colocar em risco a saúde dos gatos, pois
na tentativa de manter os dentes dos animais
limpos, os proprietários acabam alimentando seus
animais de forma pouco saudável. Esse
pensamento é semelhante a achar que biscoitos ou
petiscos crocantes também promoveriam a saúde
dental em seres humanos.

Algumas razões pelas quais tal ideia não é


coerente:

1. Os alimentos secos são quebradiços e se


despedaçam com pouco ou nenhum efeito abrasivo.

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2. As mandíbulas dos gatos são destinadas a
rasgar e cortar carne, e não para mastigar
alimentos secos à base de vegetais.

3. Muitos gatos não mastigam esses alimentos


secos e os engolem inteiros.

Existem muitos fatores, conhecidos ou


desconhecidos, que promovem doenças e falhas
dentárias. Eles incluem genética, vírus, dieta e a
falta de escovação dos
dentes do gato. Contudo,
em meio a essas perguntas
sem resposta, o mais óbvio
é o fato de que o homem
precisa evitar alimentar os
gatos domésticos com
alimentos que eles não
consumiriam em seu
habitat natural.

Por exemplo, quando os gatos estão na natureza,


eles rasgam e cortam carne, ossos, couro,
ligamentos e tendões. Portanto, há uma diferença
a ser considerada entre uma dieta rica em carne e
proteínas e a ingestão de alimentos secos
inadequados para a espécie.

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Recomenda-se que
todos os gatos sejam
alimentados com
dietas ricas em
proteínas e carne,
por exemplo,
grandes pedaços de
carne que o gato
possa mastigar. Você pode adicionar também
moela, que é resistente e rica em fibras. A carne
crua serve melhor a esse propósito é mais difícil
mastigar do que carne cozida. Essa dieta ajudará a
promover a saúde bucal do seu gato.

Ao manter seu gato em uma dieta proteica, é


importante ter em mente que isso é apenas uma
parte da dieta. É essencial que você misture tanto
carne quanto ossos em sua alimentação. A razão
para fazer isso é que os ossos são ricos em cálcio e
fósforo que são úteis para fortalecer os dentes e
ossos do gato. Além disso, na natureza a presa de
um gato teria não apenas carne, mas também
ossos e é necessário que toda dieta baseada em
origem animal se pareça com a comida natural do
gato. Observe que alimentar um gato apenas com
produtos à base de carne, torna a dieta
desequilibrada.

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Nota: Nunca dê ossos de frango ou outras
aves para o seu gato, pois eles podem acabar
sendo engolidos inteiros e causar
perfurações em órgãos vitais do gato.

A melhor maneira de promover a saúde dental do


seu gato é apenas escovando os dentes dele
regularmente e alimentando-o continuamente com
pedaços de carne grandes.

Muitos gatos na
verdade sentem
dor na boca, mas
não demonstram
sinais dessa dor. Se
você tentar escovar
os dentes do seu
gato quando ele
estiver passando
por um episódio de dor, tudo que você vai
conseguir é assustar e amedrontar seu gatinho, e
também pode fazer com que ele desenvolva uma
intensa fobia a escovas de dente, e, se isso ocorrer,
pode ser que você nunca consiga fazê-lo aceitar
uma escova de dentes novamente sem consultar
um serviço veterinário especializado para o
tratamento.

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É importante entender também que os alimentos
enlatados não são a única solução para os
problemas de doenças dentárias. No entanto,
devemos nos livrar da falsa ideia de que rações
secas promovem a saúde dental dos gatos
domésticos.

8. Asma felina / doença alérgica das


vias aéreas

Estudos com gatos que apresentam sintomas


respiratórios, como tosse ou dificuldade para
respirar, mostram que os sintomas diminuem
consideravelmente com o emprego de uma dieta
livre de carboidratos ou grãos, ou com uma dieta
caseira à base de carne. Alguns desses sintomas
respiratórios podem corresponder a uma reação
aos alimentos secos industrializados, ou, da
mesma forma, também pode ser uma resposta a
ácaros resultantes do armazenamento ou a

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antígenos da barata encontrados em alimentos
secos ou à base vegetal.

Infelizmente, a maioria dos gatos com doença


pulmonar debilitante recebe doses
imunossupressoras de esteroides, enquanto ainda
está sendo mantido em uma dieta inadequada
para sua espécie. A raiz do problema pode ser os
grãos utilizados inadequadamente para alimentar
a espécie e antígenos de insetos.

Portanto, a administração de esteroides a um gato


com problemas respiratórios pode não resolver
esse problema. É importante que você descubra se
a dieta é a real causa dos sintomas de problemas
respiratórios apresentados pelo gato ao invés de
optar por um longo tratamento com esteroides,
pois os esteroides podem causar diabetes felina,
bem como torná-los vulneráveis a infecções por
bactérias, vírus e agentes fúngicos.

Ressaltando então, as rações secas para animais


domésticos não podem ser consideradas totalmente
limpas, seguras e desprovidas de organismos
causadores de doenças. Na verdade, há casos de
alimentos secos relacionados a bactérias, ácaros de
armazenamento, produtos químicos letais e
micotoxinas fúngicas.

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CAPÍTULO 6

Mudança de dieta - transição


de alimentos secos para
alimentos úmidos enlatados
ou de origem animal

O momento mais apropriado para realizar uma


mudança nos hábitos alimentares do seu gato é
quando ele estiver saudável.

Introduzir uma nova dieta a um gato que não está


bem pode ser uma má ideia, pois o gato pode
associar a nova comida ao seu desconforto atual e
passar a repelir a comida ao invés de aceitá-la, e
isso pode acabar se tornando um assunto bastante
delicado.

Gatos doentes podem apresentar um apetite


reduzido devido ao seu estado de saúde, o que leva
a uma menor ingestão de alimentos, e
consequentemente uma redução na ingestão de
calorias. Portanto, esta definitivamente não é a
melhor época para introduzir uma nova dieta.

É crucial que pacientes com problemas no trato


urinário ingiram água em quantidade suficiente.
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No entanto, uma vez que a cistite (inflamação da
parede da bexiga) parece estar ligada ao estresse, é
importante lidar com a mudança de dieta
delicadamente e de forma lenta para garantir que
o estresse que pode surgir com a implementação de
uma nova dieta seja reduzido ao mínimo.

À medida com que você


trabalha para que seu
gato se adapte à comida
úmida enlatada ou de
origem animal, você pode
incentivar o aumento da
ingestão de água
oferecendo águas com
sabor, como por exemplo, caldo de carne, de
mariscos e leite para gato. Assim como a água de
atum já mencionada, outros líquidos aromatizados
também podem ser preparados usando as bandejas
de cubos de gelo.

Antes do uso, os cubos de gelo devem ser aquecidos


à temperatura corpórea antes de serem
adicionados a 1 ou 2 colheres de sopa por refeição
de comida enlatada. Os cubos de gelo aquecidos
também podem ser colocados em uma tigela
separada acrescidos de um copo de água.

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É importante ressaltar que a introdução do
alimento úmido enlatado apenas para gatos
saudáveis não é uma regra. Pode ser que seu gato
esteja doente e você pode até se surpreender ao
descobrir que ele prefere comida enlatada a
comida seca. Tenha essas informações em mente
ao passar pelo processo de mudança de dieta, e
garanta que a ingestão calórica do seu gato seja
suficiente.

Muitas pessoas quando questionadas se tentam


dar a seus gatos alimentos mais saudáveis, dizem
que seus gatos não aceitam comida enlatada, ou
que eles parecem amar a ração seca. De fato, gatos
podem ser extremamente críticos em suas
preferências alimentares, e as frustrações que
surgem ao lidar com um gato exigente são
inigualáveis. Ou seja, a transição não depende
apenas de dar ao seu gato novos itens alimentares.
Frequentemente é necessário tempo, paciência e
sutileza.

As empresas de alimentos para animais de


estimação fabricam os alimentos secos com
recursos extremamente atraentes para o animal,
que naturalmente fazem o animal amar essa dieta
de baixa qualidade. Além disso, ao contrário dos
alimentos enlatados, os alimentos secos têm uma
textura crocante e, quando o gato se acostuma e
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acaba gostando, ele pode ficar muito resistente
quanto à mudanças drásticas na textura da
comida.

É importante passar por esse processo lentamente,


sem se apressar e, se necessário, usando alguns
truques. Manter o foco na mudança em si, mesmo
que a longo prazo, e não em quanto tempo você vai
levar para fazer a mudança, o que em alguns casos
pode significar meses de trabalho.

Um erro comumente cometido pelas pessoas é


entrar em pânico quando o gato sequer toca na
nova comida, e acabar dando a ele novamente a
comida seca com a qual estava acostumado.

Os gatos podem
ser classificados
em dois grupos:
aqueles que
comem comida
enlatada e aqueles
que se opõem a
tudo o que não
seja a comida seca.

Se o seu gato fizer parte da primeira categoria,


você não terá dificuldades durante a transição.
Nesse caso, se o seu gato estiver se alimentando

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inteiramente de ração seca ou ocasionalmente
enlatados, comece oferecendo a ele alimentos
enlatados em quantidades crescentes enquanto
diminui os alimentos secos, até que ele esteja
completamente adaptado à nova dieta. Idealmente
esse processo demora cerca de uma semana para
acontecer.

Durante o período de transição, os gatos podem


ficar com as fezes mais moles. Isso geralmente não
é motivo para preocupação, sendo apenas um
efeito da mudança de dieta. Como alternativa para
lidar com isso, você pode experimentar diferentes
alimentos enlatados ou, se necessário, tornar todo
o processo de transição mais lento, aumentando o
tempo de transição para algumas semanas.

Embora as diretrizes gerais estabeleçam que um


gato deva ingerir em média de 60 a 110g de comida
por dia, vale lembrar que essa quantidade pode
variar quando você estiver lidando com gato em
transição.

Agora, se o seu gato se enquadra na segunda


categoria, você terá um trabalho um pouco maior.
Alguns gatos mantidos em dieta totalmente seca
podem ser bastante resistentes à mudança e
podem levar um bom tempo para passar pela
transição para uma dieta mais saudável.
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No caso de gatos teimosos você precisará usar o
recurso natural da fome, o que significa você
precisará parar de alimentar livremente seu gato
com alimentos secos e estabelecer horários
definidos para as refeições. Os gatos não precisam
de comida disponível o tempo todo. Apesar dos
pedidos insistentes do seu gato por comida, você
deve ser firme e alimentá-lo apenas nos horários
devidos.

O objetivo é fazer com que o gato sinta fome


suficiente a ponto de aceitar outro tipo de comida,
porém, não é aconselhável deixa-lo "passar fome"
por mais de 18 horas, porque a finalidade não é
tortura, mas sim tentar convencê-lo de que a
comida enlatada de alta qualidade é realmente boa
para ele. Permitir que um gato fique sem comer
por dois dias pode ser realmente perigoso,
especialmente para gatos com excesso de peso, pois
pode resultar em lipidose hepática.

A lipidose hepática também pode ser desenvolvida


quando um gato consome menos da metade da
quantidade diária de calorias recomenda para o
seu porte por um longo período de tempo. Esse
período prolongado de tempo varia de um gato
para outro, por isso é importante que você tenha
uma ideia da quantidade de calorias que o seu gato
consome diariamente, tanto a partir de alimentos
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secos como de enlatados, durante o período de
transição. Este número não se baseia no peso da
gordura, mas no peso corporal magro do animal.

Por exemplo, se o seu gato pesa 9 Kg, mas na


verdade deveria pesar 6 Kg, assegure que seu gato
esteja ingerindo pelo menos 180 calorias diárias
(6 kg x 30 Kcal/Kg/dia). Seguindo o mesmo
raciocínio, se você tem uma pequena gata que pesa
4 Kg, então significa que ela deve consumir pelo
menos 120 calorias por dia (4 kg x 30 Kcal/Kg/dia).
Salientando que o consumo calórico diário
recomendado é apenas uma estimativa, podendo
variar de acordo com o peso corporal magro e com
o nível de atividade física do animal.

Você deve sempre observar a velocidade com que


seu gato perde peso. Ele não deve perder peso
muito rapidamente. Um gato nunca deve perder
mais do que 1 a 2% do peso corporal dentro do
período de uma semana. Os limites de segurança
estão mais próximos de 1% e qualquer perda mais
elevada que isso é uma bandeira vermelha de que
algo não está certo.

Nesse sentido, aconselha-se pesar seus gatos


periodicamente para garantir que a transição para
uma dieta mais saudável seja segurança e
saudável.
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Observe também que a perda de peso geralmente é
um dos primeiros sinais de problemas de saúde.
Nesse sentido, recomenda-se pesar o animal pelo
menos 2 vezes por ano.

Os gatos costumam perder um pouco de peso


durante os meses de transição, mas não devem
ficar magros demais, pois o objetivo é perder
gordura mantendo a massa muscular, o que
significa uma boa redução do peso corporal magro
tornando-os mais ativos também.

Esteja preparado para enfrentar o fato de que às


vezes você ficará frustrado e que haverá um pouco
de desperdício de comida enlatada quando os gatos
torcerem o nariz para a comida.

Também existem atualmente no mercado alguns


alimentos secos com teor de carboidratos bem mais
baixo em relação a outros, porém, com valor bem
mais elevado também. Em um primeiro momento
você pode optar por oferecer ao seu gato um
alimento seco com baixo teor de carboidratos.

Esses alimentos secos com pouco carboidrato são


ricos em gordura, tornando-os mais calóricos,
portanto seu consumo deve ser bem monitorado,
caso contrário, seu gato pode acabar ganhando
peso. Esses alimentos com pouco carboidrato

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também são ricos em fósforo, o que pode ser
problemático para gatos com função renal
comprometida.

Vale ressaltar também que apesar de possuírem


baixo teor de carboidrato, esses alimentos secos
ainda são desprovidos de água.

Não se recomenda esses alimentos secos com pouco


carboidrato para alimentação prolongada, devido a
todas as razões expostas acima. Recomenda-se que
eles sejam usados apenas como dietas de transição.

Fique longe de qualquer variedade "light", pois


esses tipos de alimentos contêm alto teor de
carboidrato.

Aqui estão algumas dicas para aqueles que lidam


com gatos teimosos. Tenha em mente, no entanto,
que os gatos, assim como as pessoas, são diferentes
entre si e métodos diferentes podem funcionar
para gatos diferentes:

• Se a dieta do seu gato consistir em ração seca e


sem horários definidos, faça uma programação de
alimentação de 2 a 3 vezes por dia. Alimentá-lo 2
vezes por dia durante o período de transição pode
ser uma boa opção, já que irá gerar uma fome
saudável após as 12 horas de intervalo, o que pode
incentivar o gato a tentar comer algo novo. Comece
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substituindo a ração seca tradicional por ração
seca de baixo teor de carboidratos. Após o término
do período de transição, quando o gato já estiver
sob a nova dieta, você deve voltar a alimentá-lo 3
ou 4 vezes ao dia, em horários pré-definidos.

• Uma dica para a transição de gatos que


costumam ser alimentados livremente é
primeiramente tomar a quantidade de comida que
seu gato come diariamente e dividi-la em duas
refeições e fazer com que ele se acostume. A
maioria das pessoas, no entanto, não tem uma
ideia clara do quanto que seu gato alimentado
livremente de fato come, então é necessário
primeiro descobrir a quantidade de alimento que
seu gato precisa.

• Depois de colocar a ração seca de baixo teor de


carboidratos na tigela, dê ao gato 20 minutos e
então retire a comida que não foi consumida. Esse
processo deve ser repetido a cada 8 ou 12 horas,
dependendo do seu cronograma de alimentação.
Durante o intervalo de uma refeição para a outra,
ou até mesmo durante a refeição, você pode
oferecer o alimento enlatado ou de origem animal
para seu gato. Não se desespere se o seu gatinho
teimosos não tocar na nova comida logo de início,
eventualmente ele comerá se você for determinado,
paciente e metódico o suficiente. Você notará que
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seu gato ficará mais entusiasmado para comer se
ele tiver um horário fixo e estará ainda mais
inclinado a tentar algo novo.

• Depois de ter um cronograma em funcionamento,


você poderá começar a reduzir a quantidade de
ração seca durante todas as refeições, para que,
eventualmente, a sensação natural de fome comece
a trabalhar a seu favor. Observe que, o fator mais
importante aqui não é fazer o animal passar fome,
mas usar esse sentimento de fome para incentivar
o gato a optar pelo novo alimento.

• Quando o seu gato finalmente se adaptar ao


horário da alimentação, em vez de ser alimentado
livremente, tente introduzir apenas a nova comida.
A paciência será essencial aqui, já que muitos
gatinhos podem se recusar a comer a comida
enlatada ou de origem animal. Se o gato se recusar
a comer, tente outras dicas listadas aqui. E se
também não funcionarem, deixe-o ficar com um
pouco mais de fome antes de oferecer a ele a ração
úmida novamente, porém, não deixe que o animal
fique 18 horas seguidas sem se alimentar. Se ao
final das 18 horas ele ainda se recusar a comer a
ração úmida, dê a ele uma pequena quantidade de
ração seca, certificando-se de acompanhar a
ingestão diária recomendada de calorias para o seu
porte.
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• Exercitar-se e brincar com seu gato antes das
refeições pode ajudar a melhorar o apetite dele.
Faça da hora da alimentação um momento de
diversão. Ao invés de colocar a comida na tigela,
transforme em uma brincadeira jogando a ração
seca de baixo teor de carboidratos uma por uma na
sala para que o gato corra de um lado para o outro.
Este truque funciona bem com gatos que precisam
perder peso.

• Brincar com o gato durante as refeições ajudará


o gato a queimar calorias e também estimulará seu
apetite para que ele seja mais receptivo à ração
úmida, além de ser uma oportunidade para você e
seu gato se relacionarem e aliviarem o tédio ou
estresse que alguns gatos experimentam dentro de
casa.

• É importante manter os alimentos do gato em


recipientes bem fechados para evitar que o olfato
aguçado do bichano detecte o cheiro da comida e
encontre a ração seca na casa. Ou você também
pode manter a comida longe de casa, em um local
que o gato não tenha acesso.

• Esse truque específico pode ser bastante útil:


polvilhe uma pequena quantidade de petiscos em
cima da nova comida. Petiscos podem ser coisas
como atum ou frango, por exemplo, dependendo
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das preferências do seu gato. Quando o gato
começar a comer, pressione o petisco para dentro
da nova comida. Se você estiver usando peixe,
certifique-se de reduzir a quantidade o mais rápido
possível, pois podem ocorrer problemas de saúde se
o ingrediente predominante na dieta for o peixe.

• Certifique-se de não
servir ao seu gato a
comida fria, diretamente
da geladeira. Gatos
gostam de suas refeições
à “temperatura corporal
da presa”, portanto,
aqueça a comida que foi
armazenada
anteriormente em geladeira.

• Tente introduzir alguns ingredientes cozidos ou


crus como frango ou pedaços inteiros de carnes. A
ideia por trás disso é introduzir ao seu gato uma
comida que não seja tritura como a comida seca e
permitir que o gato se acostume com uma nova
textura. Além disso, o frango é uma ótima fonte de
proteína, uma maneira de fazer o gato se
alimentar com baixo teor de carboidratos.

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• Observou-se também que muitos gatos adoram
queijo parmesão, então você pode tentar polvilhá-
lo na ração úmida.

• Existem também no mercado


suplementos probióticos altamente palatáveis,
usados como intensificador de sabor da comida do
gato, para aumentar a palatabilidade do animal.
Os gatos geralmente amam esses suplementos
probióticos, já que seu ingrediente base é a mesma
substância que faz os gatos enlouquecerem com a
ração seca. Polvilhe sobre a ração úmida ou
alimento de origem animal, assim como os outros
petiscos.

• Há também uma variedade de petiscos de carne


seca que também estão disponíveis para polvilhar
sobre a comida úmida.

• Eventualmente surge a pergunta: por que não


deixar a ração seca de molho em algum líquido,
digamos água, para umedecê-la e alterar sua
textura? A resposta é: porque esses alimentos
secos têm grandes quantidades de bactérias e
geralmente também contêm mofo. Há registros de
casos letais de cães e gatos que consumiram
alimentos contendo micotoxinas, vomitoxinas e
aflatoxinas, normalmente encontradas em
alimentos secos para animais. Isso ocorre porque
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as bactérias e mofo se desenvolvem na umidade,
por isso, se você pretende diluir a comida seca em
líquidos, descarte o que não foi consumido após
20 min.

• Você pode oferecer ao gato a ração seca


mergulhada no molho da ração úmida. Muitos
gatos podem recusar-se a comer da mesma forma,
mas vale a pena tentar.

• Você também pode tentar adicionar alguns


pedaços pequenos de ração úmida à ração seca.
Pode ser que o gato separe as rações e deixe de
lado a ração úmida, mas isso fará com que o gato
se acostume com o cheiro e a textura da nova
comida com o tempo.

• Outra alternativa é esmagar a ração seca e


polvilhá-la sobre a ração úmida enlatada.

• Uma dica que funciona bem com gatinhos que


foram desmamados recentemente é esfregar um
pouco de comida enlatada nas gengivas do gato, o
que pode fazer com que ele fique interessado no
novo sabor e o incentive a comer a comida quando
for colocada na tigela. Porém, isso deve ser feito
com cautela, para não tornar a situação
desconfortável para o gatinho e correr o risco de
obter o efeito contrário, ou seja, repulsa a comida.

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• Se o seu gato não recebeu bem a ração úmida
enlatada, antes de assumir que ele é teimoso, você
pode tentar oferecer a ele outras rações de
diferentes marcas e sabores. Você pode também
tentar misturar alimentos enlatados de diferentes
sabores.

• Outra opção é alimentá-lo com seringa, ou seja,


depositar o alimento na boca do gato manualmente
através de uma seringa. Você deve segurar o gato e
encontrar uma maneira de posicionar gentilmente
a seringa na boca dele e dar pequenas quantidades
de alimento de cada vez. Esta técnica não tem por
objetivo alimentar o gato com uma refeição
completa, mas sim apenas introduzir ao animal
um novo sabor e textura. Este método requer
paciência e precisão para não causar estresse e
aversão alimentar ao animal. Não são todas as
rações úmidas enlatadas que passam pela seringa,
então você deve escolher aquela que melhor se
adequar a essa técnica. Você pode cortar a ponta
da seringa para facilitar a passagem do alimento
ou então misturar o alimento com um pouco de
água para torná-lo mais pastoso e fácil de
trabalhar com a seringa.

Estes são apenas alguns dos métodos que você


pode tentar. Ressaltando, diferentes técnicas
funcionam para diferentes gatos.
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E por fim, não desista! Os gatos podem abominar
completamente a ração úmida enlatada em um
primeiro momento, especialmente aqueles que já
estão acostumados à ração seca há muitos anos,
mas com um pouco de paciência e usando as
técnicas corretas, cedo ou tarde, seu gatinho irá se
adaptar à nova dieta.

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