Paper 267
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RESUMO
1 INTRODUÇÃO
Esta “infra-estrutura verde” deverá ser o suporte das paisagens e dos ecossistemas
autóctones, deverá ter funções de corredor ecológico ao providenciar habitats para fauna e
flora, constituir um filtro de ar e água, funções sociais e culturais ao promover um
equilíbrio estético e paisagístico, propiciando à população espaços livres de recreio, lazer e
educação ambiental. Por último, para manter e potenciar esta “infra-estrutura verde” ou
“natural” temos que introduzir outro conceito, o de “condicionamento à edificabilidade” ou
“aptidão para a edificação”, que clarificará os critérios de aptidão dos solos a funções
urbanas e não urbanas. A Estrutura Ecológica deve incluir as áreas “non aedificandi” e as
áreas com condicionantes à edificação, isto é, áreas do território sobre as quais assenta o
funcionamento de determinados ecossistemas assim como outro tipo de áreas,
nomeadamente, os espaços verdes, existentes e propostos, e os espaços associados à
estrutura cultural e histórica do concelho.
A Rede de Corredores Verdes a propor deve ser desenhada com base na EE, abrangendo
áreas com elevado valor ecológico cultural e paisagístico. A rede de CV pretende não só
proteger os recursos existentes, como também compatibilizá-los com a actividade humana,
contribuindo para uma melhor qualidade da paisagem e de vida da população.
Segundo Machado et al (2004) “Redes de Corredores Verdes são espaços livres lineares
que ligam grandes áreas não lineares ou grandes manchas de espaços naturais. Estes
conjuntos constituem sistemas de espaços, planeados, projectados e geridos para fins
múltiplos, incluindo objectivos ecológicos, recreativos, culturais, estéticos e produtivos,
compatíveis com o conceito de sustentabilidade”. Tendo por base esta definição, a rede de
Corredores Verdes em ambiente urbano) teve por base os seguintes fundamentos:
Ou seja, tendo por base a Estrutura Ecológica a rede de Corredores Verdes tem como
objectivos fundamentais:
- Funções ecológicas:
- Funções sociais:
A Estrutura Ecológica Secundária (EES), é aqui entendida como uma estrutura ecológica
urbana que visa fomentar e intensificar os processos ecológicos em áreas edificadas.
Constitui assim uma estrutura de protecção, de regulação climática e de suporte da
produção vegetal integrada no tecido edificado, integrando vazios urbanos, espaços
públicos adjacentes às áreas mais urbanizadas, nomeadamente zonas residenciais, de
serviços, de equipamentos de actividades económicas, áreas livres de protecção às infra-
estruturas, logradouros, hortas urbanas, ente outros. A utilização de um Sistema de
Informação Geográfica é fundamental coma finalidade de poder lidar com uma base de
dados complexa (figura 2).
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- Sistema de Áreas (constituído por elementos mancha que delimitam áreas de importância
ecológica ou concentração / manchas de elementos urbanos e culturais, como por exemplo
matas; sobreirais; montados; pinhais; núcleos históricos; sapais; entre outros.).
4 CONCLUSÃO
Neste contexto, propomos uma Estrutura Ecológica Urbana integrada nos Planos de
Pormenor e Planos de Urbanização, uma autentica Infra-estrutura Verde Municipal, que
promova e concretize em espaço urbano os corredores e áreas, necessários para a
manutenção das funções ecológicas do território.
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a) Áreas com um uso predominantemente público (zonas verdes, parques e jardins urbanos
públicos, verdes de protecção visual, poeiras e sonora; praças e alamedas de elevada
concentração de património e acuidade visual; zonas desportivas, especialmente aquelas
onde predomine o coberto vegetal; hortas urbanas /agricultura urbana parcelas agricultadas
de pequena dimensão para usufruto da população urbana);
A titulo de exemplo, apresenta-se de uma forma sumária (e não exaustiva) os usos e acções
compatíveis com a EE de Setúbal com incidência directa nos usos do solo. A tabela 1
apresenta um excerto das indicações fundamentais para os Planos de Pormenor e os Planos
de Urbanização no sentido de promover o contínuo ecológico reduzindo os riscos de perda
de conectividade da estrutura. Através das acções propostas pretende-se garantir um uso do
solo coerente com a Estrutura Ecológica Urbana a ser desenvolvida nos Planos de
Pormenor e Urbanização. Ou seja, os referidos planos devem garantir a conectividade da
Rede Municipal.
Tabela 1 Usos e Acções Compatíveis com a Função Ecológica: Leitos e Margens dos
Cursos de Água, Permeabilidade Máxima e Falhas Geológicas e Solos de Elevado
Valor Ecológico
5 REFERÊNCIAS
Ferreira, J. C.; Silva, C.; Tenedorio, J. A.; Pontes, S.; Encarnação, S and Marques, L.
(2004) Coastal Greenways: Interdisciplinarity and Integration Challenges for the
Management of Developed Coastal Areas. Journal of Coastal Research, SI 39, Itajaí, SC –
Brazil, ISSN 0749-0208.
Haines-Young, R.; Greeen, D.; Cousins, S. (1994) Landscape Ecology and GIS. Taylor &
Francis, London.