Tópico IV Fertilidade

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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE

Pólo Universitário de Volta Redonda-RJ

DEPARTAMENTO DE AGRONEGÓCIOS

DISCIPLINA
INSUMOS AGROINDUSTRIAIS
TAA 00031

Profs. responsáveis: Adriano Portz


Fabiana Soares dos Santos
Gilton Rodrigues

1º Semestre 2007
Engenharia de Agronegócios
Pólo Universitário de Volta Redonda – UFF

Fertilidade e adubação do solo


A Fertilidade do Solo, resumidamente, se propõe a estudar a capacidade do solo
em fornecer os nutrientes essenciais, em quantidade e proporção adequadas, para o
crescimento das plantas. Esse conceito pode ser ampliado à medida que se deve
entender o solo como um elemento tridimensional, contendo vida, e então, passa a ter
um significado maior, contemplando também as suas características físicas e biológicas.
Porém, um enfoque maior será atribuído às características químicas do solo, onde serão
estudados os nutrientes essenciais e benéficos, além dos elementos tóxicos que podem
estar presentes no solo, que influenciam o desenvolvimento dos organismos vivos nele
contido (vegetais, macro organismos e microorganismos).

A Adubação do solo é a aplicação de fertilizantes ou adubos com a finalidade


de corrigir e/ou aumentar a disponibilidade de nutrientes no solo para um bom
desenvolvimento da cultura, de acordo com suas necessidades, buscando com isso
aumento de produção.

A Nutrição Mineral de Plantas estuda a absorção e uso de nutrientes pelas


plantas, e, se desenvolveu principalmente com a finalidade de identificar a necessidade
de nutrientes para o crescimento de plantas e a quantidade exportada pela colheita.
Também, envolve a caracterização de elementos minerais essenciais.

O solo somente produz quando todos os fatores estiverem equilibrados. A


fertilidade somente é um dos fatores de produção embora não haja dúvida de que os
minerais sejam básicos à nutrição vegetal. Mas também não há dúvida de que a
absorção e metabolização são tão importantes como sua presença e disponibilidade no
solo. A simples presença do elemento nutritivo no solo ainda não nutre a planta. O solo
também contém muitos elementos minerais que a planta não utiliza ou utiliza somente
em escala muito reduzida. Tais elementos são considerados não essenciais ou acessórios
como o silício (confere maior resistência a pragas e doenças para algumas culturas), o
cromo (aumenta a produção de batatinhas), cobalto (gramíneas), chumbo (aveia), entre
outros.
O solo não é somente um suporte para as plantas e adubos, nem rocha moída
com alguns elementos em solução. É um sistema dinâmico de complexas inter-relações
recíprocas entre seus componentes físicos, químicos e biológicos. O solo não se adapta
a planta, mas cada tipo de solo apresenta predominantemente espécies de plantas que
nele melhor se adaptam (ecótipos). Conforme a inter-relação biofísica, a química do
solo é alterada, ou melhor, adaptada em conformidade com as alterações da parte
biofísica. Elementos podem ser “fixados” ou ‘imobilizados”, oxidando-se ou reduzindo-
se ou modificando sua valência conforme as condições biofísicas do solo, que
determinam a vida e a química.
Tem-se então o tema “edafologia” que nada mais é do que o estudo das inter-
relações entre solo-planta-atmosfera.

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Produtividade e Fertilidade do Solo


Aumentos significativos na produção e na produtividade são observados com um
manejo correto de fertilizantes e corretivos no solo. Como em grande parte dos nossos
solos são muito intemperizados, a disponibilidade de nutrientes para as plantas está
aquém de suas necessidades para um ótimo crescimento. Logo existe, na maioria dos
casos, uma necessidade de correção da acidez e fertilidade dos solos para se alcançarem
maiores produtividades nas culturas.

Solo fértil é aquele que apresenta quantidades suficientes e balanceadas de todos


os nutrientes essenciais, em condições de serem absorvidos pelas plantas. Os solos
diferem entre si por uma série de características e propriedades. Por ser um dos fatores
que afetam o crescimento das plantas, as características dos solos podem determinar à
maior ou menor produtividade das culturas. Dentre estas características destacam-se: a
capacidade de suprimento de nutrientes minerais, a matéria orgânica, a disponibilidade
de água para as plantas e a porosidade (infiltração e aeração) do solo.

A fertilidade do solo é, pois, definida pelo conjunto de características, não só


químicas, mas também físicas e biológicas, que o solo deve apresentar para que uma
planta expresse seu potencial máximo de produtividade.

A camada arável do solo, situada nos primeiros 20-25 cm da superfície e a mais


facilmente modificável através de adubações e calagens, é frequentemente o objeto de
estudos que visam a determinar as condições atuais de fertilidade do solo e as
necessidades de sua correção. No entanto, a parte de solo situada abaixo dessa camada
arável é também importante e, dependendo das condições que apresenta para o
desenvolvimento das raízes e o suprimento de nutrientes e água, pode afetar favorável
ou desfavoravelmente o crescimento das plantas.

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Os nutrientes essenciais
Com relação às plantas, o carbono, oxigênio e hidrogênio são adquiridos a partir
do CO2 atmosférico e da água presente no solo. Depois de adquiridos, eles são
incorporados pelo processo de fotossíntese. Como conseqüência da fotossíntese, esses
três nutrientes fazem parte de praticamente todos os compostos dos vegetais e são
responsáveis por cerca de 94-97% do peso seco de uma planta. Os demais nutrientes (6-
3 % restantes) fazem parte dos minerais presentes no solo, que por derivarem dos
minerais, esses elementos são denominados nutrientes minerais (Figura 1).
Um nutriente essencial é aquele sem o qual a planta não cresce normalmente
nem completa o seu ciclo de vida, a menos que uma quantidade mínima desse nutriente
lhe seja suprida. Na natureza, estão à disposição das plantas, praticamente todos os
elementos da tabela periódica, pelo que só se conhecerão os nutrientes minerais
necessários a um ótimo crescimento vegetal através de uma análise das cinzas desse
mesmo vegetal. No entanto, esta análise não invalida o estudo do crescimento vegetal,
uma vez que alguns compostos, como o nitrogênio e o enxofre, volatilizam durante a
combustão.

Figura 1. Componentes do sistema solo-planta-atmosfera.

Quando analisamos a quantidade dos nutrientes minerais nos tecidos vegetais


(Tabela 1), observamos que alguns deles estão presentes em maiores proporções que os
outros. Essas proporções dividem os nutrientes minerais em duas categorias:

• Macronutrientes ou nutrientes necessários em grandes quantidades e


• Micronutrientes ou aqueles necessários em pequenas quantidades.

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Tabela 1. Relação dos elementos essenciais às plantas superiores, com as


concentrações médias na matéria seca da parte aérea de plantas.
Concentração na Concentração
Elemento Elemento
massa seca na massa seca
Não minerais
Carbono (C) 450 g kg-1 Micronutrientes
-1
Oxigênio (O) 450 g kg Cloro (Cl) 100 mg kg-1
Hidrogênio (H) 60 g kg-1 Manganês (Mn) 50 mg kg-1
Macronutrientes Boro (B) 20 mg kg-1
Nitrogênio (N) 15 g kg-1 Zinco (Zn) 20 mg kg-1
Potássio (K) 10 g kg-1 Ferro (Fe) 10 mg kg-1
Cálcio (Ca) 5 g kg-1 Cobre (Cu) 6 mg kg-1
Fósforo (P) 2 g kg-1 Níquel (Ni) 3 mg kg-1
Magnésio (Mg) 2 g kg-1 Molibdênio 0,1 mg kg-1
(Mo)
-1
Enxofre (S) 1 g kg
Fonte: Fernandes, 2006 (adaptado).

Alguns elementos são classificados como benéficos para algumas plantas, como
o sódio (Na), selênio (Se), silício (Si) e cobalto (Co).
Por exemplo, existem algumas espécies de plantas de mangue que acumulam
Na, já algumas plantas de deserto como Atriplex vesicaria e Halogeton glomeratus que
requerem sódio para o seu desenvolvimento, enquanto para a Amaranthus tricolor
(espécie C4) o Na é essencial quando em condições de baixas concentrações de CO2.
Existem plantas como Astragalus, Stanleya e Lecythis que crescem em solos
com altas concentrações de Se, constituindo-se em plantas acumuladoras deste
elemento. Também, tem sido proposto que os silicatos presentes em folhas e
inflorescências de gramíneas podem impedir ou diminuir o ataque por animais e insetos.
Por sua vez, o Co é essencial e necessário para a fixação biológica do nitrogênio
(N) por bactérias presentes nos nódulos das raízes de leguminosas, bem como para
bactérias de vida livre que fixam N.
A divisão entre micro e macronutrientes não tem correlação com uma maior ou
menor essencialidade. Todos são igualmente essenciais, só que em quantidades
diferentes. Uma conseqüência da essencialidade por igual dos nutrientes é a chamada
"Lei do Mínimo" de Liebig (Figura 2). Essa lei estabelece que a produtividade de uma
cultura é limitada pelo elemento essencial que está presente em menor quantidade.
Nesse caso, mesmo se aumentarmos a concentração dos demais nutrientes, não haverá
um aumento na produtividade.
Desta forma, os elementos requeridos pelas plantas podem ser classificados
como essenciais e benéficos, contudo, esta listagem atual pode ser ampliada, já que com
o avanço das técnicas analíticas, outros elementos exigidos em quantidades mínimas
poderão ser considerados essenciais ou benéficos às plantas (Dechen e Nachtigall,
2006).
O conteúdo mineral dos tecidos vegetais é variável, dependendo do tipo de
planta, das condições climáticas existentes durante o período de crescimento, da
composição química do meio e da idade do tecido entre outros. Por exemplo, uma folha
madura provavelmente contém uma concentração de nutrientes maior do que uma folha

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muito jovem. Por outro lado, uma folha madura pode ter uma concentração de
nutrientes maior do que uma folha velha, devido ao processo de perda de minerais
solúveis em água, ao ser lavado pela água de chuva ou mediante mecanismos de
translocação para folhas jovens (Dechen e Nachtigall, 2006).

Figura 2. Representação esquemática da lei do mínimo. (Dechen, 2005).

Além de se levar em conta a Lei do Mínimo, é necessário considerar que


também há um máximo para a utilização de um nutriente. Enquanto a planta possui
deficiência de certo nutriente (Figura 3, zona deficiente), há um crescimento
exponencial proporcional à quantidade do nutriente presente nos tecidos (nutriente
absorvido). Contudo, depois de certo tempo o crescimento tende a desacelerar
(transição) e pode ficar estagnado (Figura 3, zona adequada).
No caso de macronutrientes, a zona adequada corresponde a uma sobra de
nutriente absorvido, o qual pode se acumular no vacúolo sem provocar resposta no
crescimento. No caso de micronutrientes, essa sobra pode provocar toxidez nos tecidos
e reduzir o crescimento da planta. Considera-se concentração crítica de um nutriente no
tecido aquela concentração em que abaixo dela a planta está crescendo menos do que
seu potencial e acima dela o incremento no crescimento deixa de ser exponencial. Em
termos práticos, considera-se a concentração crítica como sendo aquela que corresponde
a 90% do máximo de crescimento (Figura 3).

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Figura 3 . Crescimento das plantas em função da concentração do nutriente nos tecidos.


Notar que uma acumulação de micronutrientes nos tecidos além da zona adequada
pode levar à toxidez.

Também devem ser considerados os efeitos competitivos/sinergísticos entre os


elementos e/ou nutriente do solo, já que alguns podem competir entre si pelos sítios de
absorção na planta, ou ainda físico-quimicamente pelas superfícies de troca dos
colóides.

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Outros fatores que afetam a produtividade e crescimento das plantas


As características físicas dos solos e ambientais, além da própria espécie
também condicionam o crescimento vegetal, ao fazer variar a quantidade e a capacidade
de retenção de água, a solubilidade dos elementos minerais, as transformações minerais
e bioquímicas, a lixiviação dos nutrientes, a disponibilidade de energia, a capacidade e
uso dos fatores de crescimento, entre outros.

Assim, os principais fatores que afetam o crescimento, desenvolvimento e a


composição química das plantas podem ser agrupados em três amplas categorias:

Fatores edáficos: Além da disponibilidade de nutrientes e de elementos tóxicos, as


propriedades físicas do solo, a topografia e os organismos do solo, afetam o
desenvolvimento das plantas de forma distinta e diferencial. A infiltração e a capacidade
de armazenamento de água estão intimamente relacionadas com a porosidade do solo e
as raízes das plantas. A dinâmica destas propriedades pode sofrer modificações na sua
porção superficial com o passar do tempo, através de práticas de manejo como aração,
tratos culturais, calagem, adubação, incorporação de matéria orgânica, dentre outras. A
distribuição vertical das características radiculares dos vegetais também pode ser
alterada em função da variação de textura nos horizontes superficiais e subsuperficiais
do solo (Zonta et al, 2006).
Em solos argilosos as árvores muitas vezes formam raízes “dispersantes” concentradas
no horizonte superficial, podendo, muitas vezes, o sistema radicular ficar limitado às
zonas de coveamento de plantio (Figura 4).

Figura 4. Raízes dispersantes - efeito de


coveamento na distribuição
radicular da Acerola. A linha
pontilhada representa o espaço
tridimensional da cova de plantio.
Fotografia de Felipe da Costa
Brasil (2002).

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Figura 4. Presença de raízes nos primeiros


15 cm de solo em um sítio de
tratamento de cascalho de
perfuração de poço de petróleo.
Fotografia de E. Zonta (2004)

Fatores climáticos: Os fatores ambientais afetam o desenvolvimento das plantas por se


relacionarem diretamente com a velocidade das reações químicas e na cinética da
absorção de nutrientes (temperatura), fornecimento de energia para as atividades
dependentes e estímulos diversos (luz e fotoperíodo), a transpiração e ocorrência de
doenças (umidade e ventos) e o fornecimento do principal constituinte do sistema – a
água (precipitação).

Espécie vegetal: Devido à inconstância natural dos fatores ambientais, as plantas


viram-se obrigadas a desenvolver mecanismos adaptativos que lhes permitissem resistir
melhor a condições adversas. Algumas plantas modificaram-se estruturalmente de
forma a armazenar substâncias inorgânicas (os cactos armazenam água) e orgânicas (as
batatas armazenam amido). Outras estabelecem relações bióticas com microrganismos
que existem abundantemente no solo. Estas relações podem ser relações de prejuízo
(parasitismo, predação) ou de benefício mútuo (simbióticas e mutualísticas).

Além desses, sutil, mas extremamente significativo, é a capacidade que plantas


da mesma espécie, porém de variedade diferentes, tem de responder a diferentes
condições, edáficas ou climáticas. Por exemplo, considerando as três leguminosas da
Figura 5, é possível concluir que M. artemiziana, em solos com baixos de teores de Al,
teria um maior acúmulo de matéria seca, propiciando então, uma maior deposição de
carbono ao sistema. Já em solos cujos teores de Al se apresentam mais elevados poder-
se-ia utilizar E. contotisilicum que apresentou um maior acúmulo de matéria seca e
maior desenvolvimento radicular em doses mais elevadas de Al+3 em solução nutritiva.
Já a espécie A. mangium poderia ser introduzida tanto em um a quanto em outra
situação, por não ter apresentado resposta significativa ao Al+3 em solução, apenas para
fins de diversificação, visto que em todos os parâmetros apresentou resultados aquém
das demais espécies (Chagas et al, 2004).

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Acácia mangium
16
Enterolobium contotisilicum
14 Mimosa artemiziana

12

10
Peso Seco (g)

0 185 370 555

Al adicionado (μmol)

Acácia mangium
200
Enterolobium contotisilicum
Mimosa artemiziana

150
Redução relativa (%)

100

50

0
0 185 370 555

Al adicionado (μmol)
Figura 5. Peso seco (g) e redução relativa (%) de três leguminosas arbóreas submetidas
a doses crescentes de Al.

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Absorção de nutrientes e água


O movimento da água, nutrientes e outras substâncias a partir da superfície da
raiz - rizosfera - ao interior das plantas, ocorrem em dois espaços distintos denominados
de apoplasto e simplasto, até a endoderme (Figura 6). O apoplasto é definido como um
"continuum" entre as paredes celulares, espaços intercelulares e os vasos xilemáticos ao
longo de todo o corpo da planta desde o córtex da raiz até os traqueídes e elementos de
vaso que chegam às folhas (Zonta et al, 2006).
O simplasto por sua vez é considerado como todo o citoplasma e membranas de
todas as células vivas. Muitas vezes faz-se referência ao simplasto como uma unidade
devido à existência dos plasmodesmos, observados apenas em células vegetais, e que
são interligações entre membranas de células vizinhas, criando pontes citoplasmáticas
(Zonta et al, 2006).
Entretanto, pode existir uma interrupção neste contínuo apoplástico, quando
considerada a planta toda, esta interrupção é representada pela endoderme, mais
especificamente pelas estrias de Caspary, onde uma camada mais ou menos suberizada
pode apresentar maior ou menor permeabilidade a água e solutos, e a condução passa a
ser então simplastica.

Figura 6. Rotas para absorção de água e nutrientes. A partir do córtex até o cilindro
central o movimento acontece entre os espaços celulares (rota apoplástica) ou através
dos plasmodesmos (rota simplastica) ou aquaporinas (para água). Adaptado de Zonta et
al (2006).

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Figura 1.1 - Morfologia e anatomia de estádios sucessivos de desenvolvimento de mamona (


Ricinus communis ). (Fotos e trabalho de imagem: Marcelo Carnier Dornelas). Fonte:
Anatomia vegetal - UFV, 2006

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Figura 1.3 - Detalhes da morfologia e anatomia das diferentes fases de desenvolvimento de


Ricinus communis em estrutura primária. A - Seção transversal da folha na região da nervura
mediana. B - Diferentes fases do desenvolvimento morfológico da planta. C - Seção
transversal da raiz em estrutura primária. D - Seção transversal do caule em estrutura
primária. EP = epiderme; MS = mesofilo; CT = córtex; X = xilema; F = floema;FV = feixe
vascular; ME = medula. Barra = 600 mm, 250 mm e 250 mm, respectivamente. Fonte:
Anatomia vegetal - UFV, 2006

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Figura 1.4 - Representação esquemática do cilindro central. No


caule, o floema (1) e o xilema (2) estão juntos formando feixes;
na raiz, estão alternados formando cordões. Nas dicotiledôneas,
o caule possui os feixes vasculares organizados em um ou mais
cilindros; a raiz, via de regra, não apresenta medula. Nas
monocotiledôneas, o caule possui os feixes vasculares
desorganizados; a raiz apresenta medula (3). O periciclo (4)
delimita externamente o cilindro vascular. Fonte: Anatomia
vegetal - UFV, 2006

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Macronutrientes

Nitrogênio (N)
Embora esteja presente em grande quantidade no ar, constituindo o gás
nitrogênio (N2), poucos seres vivos o assimilam nessa forma. Apenas algumas bactérias,
conseguem captar o N2, utilizando-o na síntese de moléculas orgânicas nitrogenadas.
Essas bactérias são chamadas fixadoras de nitrogênio. Os microorganismos fixadores de
nitrogênio, quando morrem, liberam no solo nitrogênio sob a forma de amônio.
O consumo do nitrogênio do solo também se compensa pela adição de
fertilizantes ou por processos naturais: o nitrogênio do ar pode ser fixado por meio de
descarga elétrica na atmosfera; forma-se nitrato ou amônio, que são conduzidos pela
água da chuva ao solo.
Outra forma de fixação do nitrogênio pode ser observada em dois tipos de
bactérias: (1) as do gênero Rhizobium, que se alojam nos nódulos das raízes das
leguminosas e sintetizam, com o nitrogênio do ar, compostos orgânicos nitrogenados
utilizados pela planta na síntese das proteínas; (2) as saprófitas (Azotobacter e
Clostridium), que combinam o nitrogênio atmosférico com carboidratos. Na
decomposição de restos animais e vegetais, o nitrogênio dos mesmos se transforma
principalmente em amônia (amonificação), por ação das bactérias amonificantes. A
amônia formada pode ser atacada pelas bactérias nitrificantes, para produzir nitrito.
Este, sob a ação das Nitrobacter, passa a nitrato. As bactérias desnitrificantes podem
reduzir nitratos novamente a nitrogênio, que retorna à atmosfera.
As bactérias do gênero Nitrosomonas transformam essa substância em nitritos
(HNO2), obtendo energia no processo. O nitrito (tóxico para as plantas) é transformado
pelas bactérias do gênero Nitrobacter em nitratos (HNO3). O nitrato é a fonte de
nitrogênio mais aproveitada.

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Figura 7. O ciclo do nitrogênio.

O nitrogênio no solo
O nitrogênio comporta-se como cátion (NH4+ ) e como ânion (NO3-). A maioria,
mais de 95%, está na forma de NO3- , forma que é bastante lixiviada para fora da zona
de absorção das raízes.
Há uma relação íntima entre a mineralização da matéria orgânica do solo e o N
disponível para as plantas. Mais de 90% do N do solo está na forma orgânica. Em geral,
cerca de 20 a 30 Kg de nitrogênio por hectare são liberados para cada 1% de matéria
orgânica mineralizada do solo.
As transformações das formas de NH4+ para NO3- são feitas por bactérias dos
gêneros nitrobacter e nitrossomonas. O nitrogênio disponível para as plantas pode ser
adsorvido aos colóides, lixiviado, perdido na forma gasosa ou absorvido pelas plantas.

O nitrogênio na planta
O nitrogênio, dentre os macronutrientes primários, é o que tem maior e mais
rápido efeito sobre o crescimento vegetal. Tem como função básica o crescimento das
plantas, é responsável pela cor verde escura das mesmas e, como promove o
desenvolvimento do sistema radicular, melhora a absorção de outros nutrientes do solo.
O nitrogênio faz parte da composição das proteínas de todas as plantas e
animais. O valor nutritivo das forragens depende muito do seu teor em nitrogênio.
Forrageiras com altos teores em nitrogênio são preferidas para a produção de feno. Seu
teor nas gramíneas varia de 10 a 20 g kg-1 (1 a 2%) podendo atingir valores bem mais
altos em função da adubação, estádio ou parte da planta analisada.
Em cada hectare podem existir toneladas de nitrogênio no ar do solo que, para
serem aproveitados pelas plantas, precisam ser transformadas de N gasoso para amônio
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ou nitrato. A fixação do N pelos relâmpagos enriquece de N as águas das chuvas. A


fixação pelos organismos do solo e pelos nódulos de bactérias das leguminosas
enriquece o solo em nitrogênio. A fixação industrial fornece os milhões de toneladas de
adubos nitrogenados que são as fontes mais utilizadas.

Fósforo (P)
Geralmente o fósforo é mais escasso que outros nutrientes, tais como o
nitrogênio e o potássio. Se o sistema florestal não reciclasse o fósforo, este poderia ficar
tão escasso, que limitaria o crescimento das plantas da floresta.
Fluxos e depósitos que contém nutrientes ricos em fósforo estão incluídos na
Figura 8. A entrada e a reciclagem do fósforo pode mostrar-se por separado retirando do
diagrama os itens que não contém fósforo. Na Figura 8 se mostra os caminhos e
depósitos restantes como o diagrama do ciclo do fósforo.
O diagrama mostra as rochas como fontes externas de fósforo (Figura 8). O
fósforo está presente como fosfatos inorgânicos que as plantas usam para produzir
compostos orgânicos necessários para a vida. O fósforo nestes compostos participa da
biomassa que regressa a formas inorgânicas mediante os consumidores, quando eles
usam a biomassa como alimento. O fósforo inorgânico liberado se torna parte do
depósito de nutrientes no solo. Assim, o fósforo se move em um ciclo como mostra a
Figura 8. Parte flui para fora do sistema com as águas que saem pela superfície do solo
ou percolam para o lençol freático. O fósforo não tem fase gasosa em seu ciclo.

Figura 8. Ciclo do fósforo.

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O fósforo na planta
O fósforo é absorvido pelas raízes principalmente como íon ortofosfato
(H2PO4-), ou ainda na forma de HPO4-2. O fósforo é importante na formação do ATP
(trifosfato de adenosina) que é a principal fonte energética da planta, que é utilizada no
transporte de assimilados, no armazenamento e transferência de energia, na divisão
celular, no aumento das células e na transferência de informações genéticas. Em geral,
nas plantas, teores de 3 g kg-1 de matéria seca podem ser considerados como suficientes.

O fósforo no solo
A quantidade total de fósforo (P) no solo são elevadas (0,08%), mas somente
pequenas quantidades de fósforo estão presentes na solução do solo, em geral menos de
10 mg dm-3, nas condições dos solos brasileiros, altamente intemperizados e ricos em
oxi-hidróxidos de ferro e alumínio, com os quais o elemento forma ligações de alta
afinidade. Em geral, grande parte do P adicionado ou em solução tende a passar a forma
lábil e esta para a forma não lábil no solo (Figura 9). Outra fração é utilizados por
organismos dos solo (Pi – orgânico) e uma fração é utilizada pelas plantas.

Pi fertilizante

Pi Pi – absorvido
Pi - lábil Solução do solo

Pi - orgânico
Pi – não lábil
(estável)

Figura 9. Compartimentalização do fósforo inorgânico (Pi) no solo.

Ainda, as formas de disponibilidade do P para as plantas são afetadas pelo pH do


solo, da seguinte forma:

H3PO4 e H2PO4- HPO4-2 PO43 -


pH = 2 pH = 7 pH = 13

Em solos de acidez elevada tende a predominar a forma de ortofosfato primário


(H2PO4-), e em solos alcalinos predomina o íon ortofosfato secundário (HPO4-2).
Em geral o pH que proporciona maior disponibilidade de P está entre 6,0 e 6,5,
pois nesta faixa de pH é menor a reação ou fixação do fósforo. O valor de pH igual a 6,3
é considerado o ideal para disponibilidade de fósforo para as plantas.
O fósforo ocorre na forma orgânica e em centenas de formas inorgânicas no
solo. A maioria do fósforo inorgânico ocorre na fração argila do solo, ligado ao cálcio
(P-Ca), ferro (P-Fe), alumínio (P-Al) e na quase totalidade não está disponível às
plantas. O fósforo disponível às plantas tende a ser facilmente fixado por argilas do
solo.

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A maioria do fósforo do solo constitui os compostos orgânicos de fósforo como


ácidos nucléicos, fitina e fosfolipídios, que reduzem a fixação do P com ferro e alumínio
por formar complexos com os mesmos.
Teores de 6 a 12 mg dm-3, extraído por Melich, pode ser considerado como
médio desde que sejam considerados uma série de fatores, como, fonte, extratores, solo
e necessidades das plantas. Em solos com valores acima de 30 mg dm-3 de fósforo
pode-se não obter respostas à adubação fosfatada.

Potássio (K)
O potássio ocorre no solo em duas formas: como componente da fase sólida e
como íon K+ na fase líquida (solução do solo). O potássio na fase sólida encontra-se
fazendo parte da estrutura de minerais primários (feldspatos e micas) e de minerais
secundários (ilita. argilominerais interestratificados. vermiculita) ou adsorvido na
superficie de argilominerais e de compostos orgânicos (Figura 10).
Nos processos de intemperização dos feldspatos de potássio e das micas, o K é
liberado da estrutura destes minerais para a solução do solo. Em solos muito
intemperizados das regiões tropicais, como os latossolos, os feldspatos de potássio já
podem ter sido completamente dissolvidos. Em solos menos desenvolvidos ou de
regiões temperadas estes podem ser uma importante fonte do nutriente para as plantas.
As micas contêm aproximadamente 10% de K e com o intemperismo, originam
outros minerais no solo. Como a ilita, a vermiculita, a esmectita e a caulinita
(argilominerais secundários), que podem conter ou não potássio. Em cada etapa de
transformação há liberação de potássio para o solo.
O potássio contido nos minerais primários e secundários constitui a quase
totalidade do elemento no solo e representa a capacidade potencial de suprimento deste
nutriente às plantas. Ainda, os solos derivados do basalto, por exemplo, apresentam, em
geral, baixos teores de potássio, ao contrário dos derivados do granito.

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Figura 10. O ciclo do potássio

O potássio na planta
O potássio, absorvido como íon cátion (K+), é um nutriente que não faz parte de
qualquer composto nas plantas, mas de forma livre regula e participa de muitos
processos essenciais tais como fotossíntese, abertura e fechamento de estômatos,
absorção de água do solo, atividades enzimáticas, formação de amido e síntese protéica.
A qualidade de alguns produtos agrícolas depende da disponibilidade de potássio
como o teor de açúcar em cana-de-açúcar, tamanho dos frutos cítricos, resistência ao
transporte e ao armazenamento de hortaliças e resistência ao acamamento de gramíneas.
As plantas absorvem de 15 a 30 gramas de potássio por quilo de matéria seca.
Seu teor nas plantas varia de 20 a 40 g kg-1 de matéria seca.

O potássio no solo
O potássio no solo comporta-se como íon cátion monovalente (K+) e dessa forma
poderá ser facilmente lixiviado, absorvido, fixado, adsorvido as argilas ou permanecer
na solução do solo.
Cerca de 90 a 98% do potássio total do solo está na forma de minerais como
ortoclásio, moscovita, biotita e leucita. Do potássio prontamente disponível (1 - 2% do
total) cerca de 10% está na solução do solo e o restante está na forma adsorvida, isto é,
não disponível às plantas.
O potássio por ser bastante móvel no solo é facilmente lixiviado em solos com
baixa CTC como, por exemplo, em solos arenosos. Seu teor no solo, considerado como
médio é de 0,1 a 0,3 cmolc kg-1.

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Cálcio (Ca)

O cálcio na planta
O cálcio é absorvido como íon bivalente (Ca++). O cálcio é muito importante no
desenvolvimento das raízes, sendo um nutriente necessário na translocação e
armazenamento de carboidratos e proteínas. O cálcio atua na formação e na integridade
das membranas da parede celular.
Por ser imóvel na planta, o sintoma típico surge como clorose internerval nas
folhas mais novas. Outros sintomas podem ocorrer, tais como: queda das flores e
crescimento reduzido das raízes. O teor nas plantas varia de 3 a 24 g kg-1 em função do
período de crescimento das mesmas.

O cálcio no solo
O cálcio no solo comporta-se como íon divalente positivo (Ca++), devendo ser
fortemente adsorvido aos colóides absorvido pelas plantas e organismos do solo, estar
na solução do solo, ou ser lixiviado.
O conteúdo de cálcio no solo é função do material de origem do mesmo (rocha),
sendo influenciado pela sua textura, teor de matéria orgânica e pela remoção das
culturas. Teores de cálcio no solo entre 2,0 a 4,0 cmolc kg-1 podem ser considerados
como médio.
A sua disponibilidade às plantas, como de outros cátions (potássio e magnésio),
é afetada tanto pela quantidade de nutriente disponível no solo, como pelo grau de
saturação no complexo de troca e da relação com os outros cátions do complexo
coloidal.

Magnésio (Mg)

O magnésio na planta
O magnésio é absorvido como íon bivalente positivo (Mg++). Compõe a
molécula de clorofila, que dá a cor verde às plantas. A clorofila contém cerca de 2,7%
de magnésio. Em médias, nas plantas, o teor varia de 2 a 4 g kg-1.

O magnésio no solo
O magnésio é adsorvido aos colóides do solo como íon bivalente positivo
++
(Mg ), com comportamento muito similar ao cálcio. O teor de magnésio trocável que
pode ser considerado como médio é de 0,4 a 0,8 cmolc dm -3 de solo.

Enxofre (S)
O Ciclo do S é apresentado na Figura 11. É um ciclo que envolve um estágio
sólido e um gasoso onde os organismos (especialmente os microorganismos), que
obtêm energia a partir da oxidação química de compostos inorgânicos, exercem papéis
fundamentais. Processos geoquímicos e meteorológicos tais como erosão, lixiviação
(arraste por lençóis freáticos) e ação da chuva são importantes na recuperação do
enxofre dos sedimentos mais profundos, e assim, apresenta um ciclo com dois
reservatórios: um maior, nos sedimentos da crosta terrestre e outro, menor, na
atmosfera.

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Nos sedimentos e no solo, o enxofre permanece armazenado na forma de


minerais de sulfato. Com a erosão, fica dissolvido na água do solo e assume a forma
iônica de sulfato (SO4-2); sendo assim, facilmente absorvido pelas raízes dos vegetais.
Na atmosfera, o enxofre existe combinado com o oxigênio formando, cerca de
75% dele, o SO2 (dióxido de enxofre). Outra parcela está na forma de anidrido
sulfídrico (SO3). O gás sulfídrico (H2S) - característico pelo seu cheiro de "ovo podre"-
tem vida curta na atmosfera, apenas de algumas horas, sendo logo transformado em
SO2.
Esses óxidos de enxofre (SO2 e SO3) incorporam-se ao solo com as chuvas,
sendo então transformado em íons de sulfato (SO4-2). Podem, também, ser capturados
diretamente pelas folhas das plantas, num processo chamado de adsorção, para serem
usados na fabricação de aminoácidos.
Quando as plantas e os animais mortos são decompostos pelos microorganismos
saprófitas aeróbicos e anaeróbicos, destes últimos desprende-se gás sulfídrico (H2S).
Parte desse gás é reconvertida em sulfato por bactérias sulfurosas especializadas. A
outra parte é transformada em enxofre (S) por certas bactérias que obtêm sua energia a
partir dessa transformação química.
O único retorno natural do enxofre para a atmosfera é através da ação de
decompositores que produzem o gás sulfídrico. As sulfobactérias realizam o processo
inverso, com uma forma de obtenção de energia para a quimiossíntese.

Figura 11. Ciclo do enxofre.

O enxofre na planta
O enxofre (S) é exigido para a formação de aminoácidos e de proteínas, para a
fotossíntese e para a resistência ao frio. É importante para a nodulação e
desenvolvimento radicular. As concentrações de enxofre nas plantas variam de 0,2 até
mais de 1,0%.
O enxofre é absorvido pelas raízes na forma de SO4-2, mas pode ser absorvido
por via foliar na forma de gás sulfúrico (SO2).

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O enxofre no solo
A maior parte do enxofre do solo está imobilizado na matéria orgânica, podendo
ser absorvido após a sua mineralização a sulfato (SO4-2) pelas bactérias do solo.
O sulfato por ser muito móvel no solo pode ser facilmente lixiviado (20 - 60 Kg
ha-1 ano-1). Períodos de chuvas intensas podem ocasionar sintomas típicos de deficiência
temporária em solos arenosos.

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Micronutrientes
A deficiência de qualquer micronutriente também pode provocar problemas no
crescimento da planta e no desenvolvimento das raízes, repercutindo na qualidade e
quantidade da produção.
Quanto às suas cargas (Tabela 2), os micronutrientes podem se subdivididos e
em função dessa característica tem comportamento distinto.

Tabela 2. Classificação dos micronutrientes quando às cargas.


Micronutrientes catiônicos Micronutrientes aniônicos
Cobre (Cu)
Ferro (Fe) Boro (B)
Manganês (Mn) Cloro (Cl)
Níquel (Ni) Molibdênio (Mo)
Zinco (Zn)

Os micronutrientes catiônicos (Cu, Fe, Mn, Ni e Zn) são de natureza metálica e


encontram-se presentes nos solos e substratos principalmente como óxidos, hidróxidos
ou como outros sais e são insolúveis a pH altos.
Os micronutrientes aniônicos (B e Cl) são considerados não metais, enquanto
que o Mo é classificado como um metal de transição.
Para o diagnóstico de deficiências de micronutrientes não é suficiente um exame
visual, já que as deficiências de diferentes elementos provocam sintomas externos muito
similares, sendo necessário realizar análise de solo e, preferencialmente, de folhas (as
formas de avaliação da disponibilidade de nutrientes serão discutidas em outro item).
De acordo com Dechen e Nachtigall (2006), a deficiência de micronutrientes no
meio, pode ocorrer:

a) Pela falta do micronutriente em quantidade suficiente no solo, de modo que a planta


não consegue absorvê-lo nas quantidades necessárias. Esta deficiência pode ser
denominada de absoluta e raramente ocorre;
b) Por não se encontrarem no solo na forma disponível para as plantas, por estar retido
em algum componente do solo ou indisponível pela presença de outros elementos,
caracterizando neste caso, a deficiência induzida. Como exemplo destas situações tem-
se o bloqueio que sofre o B pelo Ca e a clorose férrica, induzida pela presença de
bicarbonato.
Especificamente, esta deficiência pode estar relacionada à:

pH do solo: tem grande influência na disponibilidade dos micronutrientes (Figura 12).


Em pH alto ocorre diminuição da solubilização e da absorção de Cu, Zn, Fe e Mn. Por
outro lado, nesta condição, ocorre um aumento na disponibilidade de Mo.

Quantidade de matéria orgânica: tem grande influência sobre a disponibilidade de


micronutrientes. Diferentes autores relatam que ao aumentar o conteúdo de matéria
orgânica do solo observaram quantidades crescentes de micronutrientes, contudo, em
algumas situações ocorre o contrário. Os solos com elevados teores de matéria orgânica
se encontram entre os que, com mais freqüência, apresentam deficiências de um ou mais
micronutrientes. Em alguns casos, a análise de solo apresenta teores elevados de
micronutrientes e, no entanto, as plantas apresentam concentrações inferiores aos de

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outros solos, indicando que existe, provavelmente, baixa disponibilidade ou elevada


fixação dos micronutrientes nos solos com elevado teor de matéria orgânica ou baixo
teor total de micronutrientes.

Textura: é outro fator que influi no teor de micronutrientes no solo. Assim, solos de
textura arenosa apresentam, com maior freqüência, baixa disponibilidade de B, Cu, Mn,
Mo e Zn, devido ao fato de que estes elementos são lixiviados com facilidade nestes
solos.

Outros fatores: a atividade microbiológica, a drenagem dos solos, as condições de


oxidação-redução e as condições climáticas interferem na disponibilidade de
micronutrientes. O Zn, que está presente em pequenos teores no solo, pode ter sua
deficiência provocada por microorganismos que competem com as plantas por este
elemento. Por outro lado, os microorganismos podem também liberar íons durante a
decomposição da matéria orgânica. Já o processo de oxidação-redução interfere de
forma mais expressiva na disponibilidade de Mn e de Fe do que na disponibilidade dos
outros micronutrientes. Contudo, a redução provocada por um alto conteúdo de umidade
pode aumentar a disponibilidade do Cu, Mo e Zn, podendo chegar a níveis tóxicos. A
temperatura afeta a disponibilidade de micronutrientes para as plantas, já que em
temperaturas elevadas do solo a absorção de micronutrientes é favorecida. Já
temperaturas baixas reduzem a taxa de mineralização da matéria orgânica do solo,
reduzindo a disponibilidade de micronutrientes presentes nestes materiais orgânicos.

Figura 12. Influência do pH na concentração relativa de micronutrientes na solução do


solo.

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Elementos tóxicos
Há um grande número de elementos que podem ser considerados essenciais para
algumas espécies, ou podem substituir parcialmente alguns elementos essenciais, que
por outro lado podem em outras espécies, ou quando em quantidades elevadas ser
considerados tóxicos.
Alguns exemplos são típicos da dicotomia benefício/toxidez: o melhor
desenvolvimento de plantas de chá com alumínio (2,8 cmolc kg-1 solo), e, a
essencialidade do cobalto para algas e para a dieta dos animais e para a fixação
biológica do nitrogênio. Também é um exemplo clássico o sódio, que é essencial para
algumas plantas de região árida (Atriplex, Versicaria, Hewarol).
Muitos outros elementos, considerados metais pesados, quando em quantidades
elevadas, podem ter efeitos tóxicos e altamente nocivos para as plantas e meio
ambiente, como o cádmio, chumbo, cromo, mercúrio, níquel e o selênio.

Alumínio
O alumínio é o metal em maior abundância (8%) presente na crosta terrestre
(Delhaize & Ryan, 1995). Vários trabalhos o têm relatado como um dos principais
agentes que contribuem para a baixa produtividade dos cereais no mundo, mesmo que
em quantidades micromolares.
As maiores reservas de alumínio ocorrem como Al(OH)3 ou silicatos de
alumínio, formas não fitotóxicas aos seres vivos (Delhaize & Ryan, 1995). Em solos
ácidos (pH < 5), presentes em cerca de 40% superfície terrestre, e 70% dos solos
potencialmente cultiváveis do mundo, o alumínio se solubiliza em sua espécie fitotóxica
Al(H2O)6+3 e é convencionalmente chamado Al3+.
O primeiro sintoma de toxidez, que acontece inclusive em variedades tidas como
tolerantes (porém em menor grau), indiscutivelmente é a inibição da elongação do
sistema radicular, a qual ocorre cerca de 1-2 h após a exposição ao Al (Kochian, 1995).
Este cátion, quando em contato com as raízes, promove rapidamente a paralisação do
crescimento radicular, tornando-as atrofiadas em função da morte ou injúria do
meristema radicular. Especificamente, a parte distal da zona de transição no ápice das
raízes, onde as células estão entrando em fase de alongamento, é o sítio da ação tóxica
primária do Al (Sivaguru & Horst, 1998).
O Al, além de interferir na divisão celular da raiz principal e das raízes laterais,
aumenta a rigidez da parede celular, reduz a replicação do DNA, altera o espaço livre de
Donnan, altera as proteínas de transporte na membrana (Jentschke et al, 1991) e
desfavorece a atividade de muitas enzimas (Slaski, 1990). Esses autores também
informam que o Al, em variedades sensíveis, forma complexos estáveis com ácidos
nucléicos, favorecendo a sua precipitação. Sobre as moléculas de ácidos nucléicos, o Al
interfere, principalmente por modificar a conformação espacial da dupla hélice, devido
a interações com as cargas residuais dos grupamentos fosfato.

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Figura 13. Efeito do alumínio (Al+3) no sistema radicular.

Toxicidade específica a íons


Alguns íons podem apresentar efeito tóxico pelo acúmulo nos tecidos além de
um limite crítico. Os principais problemas são devido aos íons Na e Cl.
Como exemplos clássicos de plantas afetadas por íons específicos tem-se:
- Na+ - citrus, videira, pessegueiro, feijão, morango;
- Cl- - abacate, citrus. videira. batata, fumo;
- N03- - beterraba açucareira.

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Avaliação da fertilidade do solo


Como as plantas absorvem os nutrientes da solução do solo, e há um equilíbrio
no solo entre as formas solúveis e insolúveis dos mesmos, a determinação de seu teor
total não indica necessariamente a disponibilidade para as plantas. Deve-se então
determinar a quantidade de nutrientes solúveis na solução do solo em determinado
momento e estimar a taxa com que estes nutrientes passam da forma insolúvel para a
forma solúvel à medida que as plantas absorvem os íons da solução.
O conhecimento destes dois fatores possibilita uma avaliação correta da
fertilidade de um solo (a estimativa da capacidade de um solo suprir os nutrientes
necessários ao desenvolvimento da planta) e da necessidade de suplementação de
nutrientes pela fertilização, que é especifica para cada tipo de solo e condições
ambientais.
A quantidade dos nutrientes na solução do solo pode ser avaliada facilmente. A
taxa de liberação de nutrientes, entretanto, depende de vários fatores, tais como o tipo
de solo, a capacidade de extração pela planta, a temperatura, a umidade, a atividade
microbiana, etc.
Vários métodos podem ser utilizados para a avaliação da fertilidade, baseados na
observação e/ ou análise da planta ou na análise química ou biológica do solo. Nenhum
deles é indicado para todos os casos. Cada um apresenta algumas vantagens e
limitações, ficando sua utilização dependente da escolha criteriosa do técnico. Os
métodos mais empregados a nível de campo são: estudos de sintomas visuais de
deficiências, análises de tecido vegetal e análises de solos, a partir dos quais, pode-se
chegar a uma maneira eficiente de avaliação da fertilidade do solo e de tomar decisões
sobre o manejo necessário.
Ainda, são métodos utilizados os experimentos de campo, os testes em vasos e
análises microbiológicas específicas. Estes por sua vez, são mais trabalhosos e
onerosos, e mesmo que apresentem resultados sempre específicos e de suma
importância, devem ser conduzidos por profissionais capacitados e creditados.
Na realidade, em 90% dos casos, a análise química de terra para fins de
avaliação da fertilidade do solo é utilizada com resultados satisfatórios, e, assim, uma
maior ênfase será dada a esta técnica em função da facilidade, menores custos e grande
disponibilidade de laboratórios.

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Figura 14. Métodos para avaliação da fertilidade do solo e modelo de tomada de


decisão

Análise química de terra para fins de avaliação da fertilidade do solo


O material de solo utilizado para análises químicas é, em geral, a terra fina seca
ao ar (TFSA), que é por definição operacional o material de solo seco ao ar, à sombra e
passado por peneira com malha de 2 mm. As análises são processadas a partir de um
determinado peso ou volume deste material.
Nos laboratórios de rotina, onde são realizadas análises para fins de avaliação da
fertilidade a TFSA é medida em volume. Em geral utiliza-se para a maioria das
determinações uma alíquota de 10 cm3 (0,01 dm3).
Na análise de solo são feitas determinações dos elementos em três formas: totais,
disponíveis e trocáveis.
Feitas as respectivas análises, os resultados são expressos com base em volume
3
(dm ) ou em massa (kg) de terra (terra fina seca ao ar – TFSA) de acordo com a forma
de medida da sub-amostra na análise correspondente. Nestes laboratórios as análises
fundamentais são:
• pH em água.

• Carbono orgânico – Método Walkley & Black (C.O., em dcg/kg = % (m/m)).

• Cálcio trocável – Método KCl 1 mol/L (Ca2+, em cmolc/dm3 = meq/100cm3).

• Magnésio trocável – Método KCl 1 mol/L (Mg2+, em cmolc/dm3 =


meq/100cm3).

• Acidez trocável – Método KCl 1 mol/L (Al3+, em cmolc/dm3 = meq/100cm3).

• Soma de bases (SB = Ca2++ Mg2++ K++ Na+, em cmolc/dm3 = meq/100cm3).

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• Acidez potencial – Método Ca(OAc)2 0,5 mol/L, pH 7 (H + Al, em em


cmolc/dm3 = meq/100cm3).

• Capacidade efetiva de troca de cátions (CTC ef = t = SB + Al3+, em


cmolc/dm3 = meq/100cm3).

• Capacidade de troca de cátions a pH 7 (CTC pH 7 = T = SB + (H + Al), em


em cmolc/dm3 = meq/100cm3).

• Saturação por alumínio (m = 100 Al3+/t, em %).

• Saturação por bases (V = 100SB/T, em %).

• Fósforo disponível – Método Mehlich ou Resina de troca aniônica (P, em


mg/dm3 = ppm (m/v)).

• Fósforo remanescente – Método do P em solução de equilíbrio (P-rem, em


mg/L).

• Potássio disponível – Método Mehlich (K, em mg/dm3 = ppm (m/v)).

Ainda, facultativamente são realizadas as seguintes análises:

• Enxofre disponível – Método Hoeft et al. (S, em mg/dm3 = ppm (m/v)).

• Zinco disponível – Método Mehlich(Zn, em mg/dm3 = ppm (m/v)).

• Manganês disponível – Método Mehlich (Mn, em mg/dm3 = ppm (m/v)).

• Ferro disponível – Método Mehlich (Fe, em mg/dm3 = ppm (m/v)).

• Cobre disponível – Método Mehlich (Cu, em mg/dm3 = ppm (m/v)).

• Boro disponível – Método água quente (B, em mg/dm3 = ppm (m/v)).

Determinação dos teores totais


Corresponde à determinação dos teores totais dos elementos químicos numa
alíquota de solo. Como exemplo, são determinados os teores totais de P, Fe, Al, Si, Ca e
Mg, sendo seus valores expressos na forma de óxidos P2O5, Fe2O3, Al2O3, Si2O4, CaO e
MgO, respectivamente.
Estas análises são utilizadas com maior freqüência para caracterizar unidades de
solo para fins de classificação. Para a avaliação da fertilidade as análises de totais mais
freqüentes são para matéria orgânica (MO), N e S, sendo os teores destes dois elementos
expressos por suas formas elementares.

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Acidez do solo e necessidade de calagem


A grande maioria dos solos brasileiros, apresenta características de acidez,
toxidez de Al (principalmente) e/ou Mn e também baixos níveis de Ca e Mn como
mostra a Figura 15, sendo imprescindível a correção desses problemas através da prática
da calagem que é a maneira mais simples para atingir este objetivo.

Figura 15. Mapas de Solos do Brasil. A) em vermelho, áreas com limitação de Al e/ou
Ca+Mg e B) em verde, área sem nenhuma limitação ao cultivo. EMBRAPA, 1999.

Além do mais, o calcário é um insumo relativamente barato, abundante no País,


essencial para o aumento da produtividade, de tecnologia de produção simples e,
sobretudo, poucas práticas agrícolas dão retornos tão elevados a curto prazo.
Os benefícios da calagem podem ser resumidos nos seguintes:
• Eleva o pH;
• Fornece Cálcio e Magnésio como nutrientes;
• Diminui ou elimina os efeitos tóxicos do Alumínio, Manganês e Ferro;
• Diminui a "fixação" de fósforo;
• Aumenta a disponibilidade do NPK, cálcio, magnésio, enxofre e
molibdênio no solo;
• Aumenta a eficiência dos fertilizantes;
• Aumenta a atividade microbiana e a liberação de nutrientes. tais como
nitrogênio, fósforo e boro, pela decomposição da matéria orgânica;
• Aumenta a produtividade das culturas como resultado de um ou mais dos
efeitos anteriormente citados.

Causas da acidez progressiva em solos tropicais

A acidificação dos solos ocorre de modo especial, em regiões tropicais úmidas e


deve-se à substituição das "bases trocáveis" por íons H+ e Al3+ no complexo de troca.
Esta substituição resulta da percolação da água, absorção de cátions básicos
pelas plantas e, também, pelo uso de fertilizantes de caráter ácido. Sob condições de alta

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precipitação pluvial, a percolação da água através do perfil possibilita a lixiviação de


uma grande quantidade de cátions básicos que se encontram dissolvidos na solução do
solo.
Com aumento de pH, o alumínio e a sílica geralmente não permanecem em
solução, mas precitam na forma de alumino-silicatos (ex. caulinita) ou de óxidos de Al
(ex. gibbsita), restando apenas os cátions básicos na solução do solo (ou na forma
trocável) em quantidades apreciáveis.
Assim, esses cátions básicos (Na+, K+, Ca2+, Mg2+) vão sendo substituídos, em
razão da lixiviação e absorção, por íons H+ e Al3+ no complexo de troca do solo. Deve-
se salientar que os íons H+ estão sendo continuamente incorporados ao solo através da
água da chuva ou produzidos no solo, seja pela mineralização de compostos orgânicos e
produção de CO2, seja pelo intemperismo dos silicatos de Al que libera Al3+ em solução
o qual sofre hidrólise liberando prótons.
As quantidades de bases trocáveis absorvidas pelas plantas são importantes,
particularmente naqueles solos com utilização agrícola intensiva. Este, portanto,
constitui o mais importante mecanismo de substituição das bases por ácidos no
complexo de troca dos solos utilizados na agricultura. Nos solos também são produzidos
ácidos como HNO3 e H2SO4 pelo uso de certos sais como fertilizantes.
O conjunto desses fatores conduz, portanto, à acidificação progressiva dos solos,
particularmente em regiões tropicais com precipitações que favoreçam a percolação e
lixiviação.
Outras fontes de acidez dos solos é a acidificação provocada no solo pela própria
adubação. O adubo pode ter efeito fisiologicamente ácido ou alcalino, dependendo do
resíduo não absorvido, deixado no solo. Nos adubos convencionais, geralmente somente
uma parte é absorvida, permanecendo a outra no solo. Assim o KCl o resíduo no solo é
o cloro, que pode se ligar ao cálcio formando o CaCl2, um sal facilmente lixiviável. No
nitrato de sódio (NaNO3) o nitrogênio é absorvido pela planta, permanecendo o sódio
como resíduo, que tem efeito alcalinizante.
As plantas também liberam ácidos orgânicos que facilitam a absorção de
determinados nutrientes, sob certas condições.

Como o calcário reduz a acidez do solo

A neutralização de um solo ácido com calcário (CaCO3) pode ser representada


pela reação:

Ou seja, o calcário neutraliza, acidez representada por H + Al, deixando o solo


com cálcio no lugar dos cátions de caráter ácido. O alumínio é precipitado como
hidróxido e o gás carbônico é desprendido (Raij, 1991).

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Figura 16. Efeito do pH na disponibilidade


de nutrientes, na atividade
biológica, em característica
físicas e físico-químicas dos
solos.

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Fertilizantes, adubos minerais simples e formulações.

Nitrogênio
As dúvidas relacionadas a quantificação da recomendações desse elemento são
devidas ao complexo ciclo desse elemento no solo, e vão desde as reações e
mecanismos controladores da disponibilidade do N no solo, características e reações no
solo das diferentes fontes de nitrogênio, e até à prática da adubação, quanto a fontes,
doses, métodos de aplicação, época mais adequada de aplicação durante o ciclo da
cultura e a necessidade de seu parcelamento e, sobretudo, quanto aos seus aspectos
econômicos.
Quando esclarecidas, ao menos parte destas dúvidas, um profissional deve, com
base nos manuais de adubação ou outros métodos, recomendar a melhor estratégia a ser
utilizada para maximizar a eficiência de uso do nitrogênio.
A escolha de uma fonte de adubo nitrogenado deve se basear em fatores como
preço, disponibilidade, cultura, época, modo de aplicação e manejo da cultura. Na
escolha entre uma fonte orgânica ou mineral, jamais se deve esquecer que para a planta
um quilo de N é um quilo de N, não importa a fonte do nutriente, isto é, se orgânica ou
mineral (Tabela 3).

Tabela 3. Exemplos de fontes de nitrogênio.


Adições do sistema
Chuvas 2 a 20 kg ha-1 ano-1 Fertilizantes minerais
Fixação simbiótica 50 a 300 kg ha-1 ano-1 Produto Concentração
Fixação livre 10 a 50 kg ha-1 ano-1
Restos culturais 10 a 60 kg ha-1 ano-1 Uréia 45% de nitrogênio
Sulfato de
Estercos 20% de nitrogênio
Amônio
Boi 0,6% de nitrogênio Nitrato de Cálcio 33% de nitrogênio
Nitrato de 35,5% (½ NH4+ e ½
Frango 1,7% de nitrogênio
Amônio NO3-)
Cavalo 0,7% de nitrogênio

Fósforo
A interpretação genérica dos resultados da análise de solo utilizando os extratores
Melich e Resina trocadora são apresentados abaixo:

Tabela 4. Classes gerais de interpretação da disponibilidade para o fósforo. Almeida et


al, 1988.
Nível Teor de P (mg/dm3)
Baixo 0-10
Médio 11-20
Alto 21-30
Muito Alto > 30

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Tabela 5. Classes de interpretação da disponibilidade para o fósforo (Melich), de acordo


com o teor de argila do solo. Alvarez at al, 1999.
Classificação
Muito
Característica Baixo Médio Bom Muito bom
baixo
---------------------------------(mg/dm3)------------------------------------------
Argila (%) Fósforo disponível
60 - 100 ≤ 2,7 2,8 - 5,4 5,5 - 8,03 8,1 - 12,0 > 12,0
35 - 60 ≤ 4,0 4,1 - 8,0 8,1 - 12,0 12,1 - 18,0 > 18,0
15 - 35 ≤ 6,6 6,7 - 12,0 12,1 - 20,0 20,1 - 30,0 > 30,0
0 - 15 ≤ 10,0 10,1 - 20,0 20,1 - 30,0 30,1 - 45,0 > 45,0

Tabela 6. Classes gerais de interpretação da disponibilidade para o fósforo (Resina).


Raij at al, 1996.
Faixa de disponibilidade Teor de P (mg/dm3)
Baixo 0 - 20
Médio 21 -40
Alto >40

A recomendação de adubação com o elemento deve ser feita com base nos
métodos preconizados pelos especialistas da área, com base em experimentação ou com
base nos manuais de adubação para cada região do país.

No solo a fonte natural de fósforo é a matéria orgânica, ou outro resíduo


orgânico que possa ser adicionado ao solo, como estercos e restos de culturas.
A farinha de ossos, com cerca de 30% de P2O5, foi a primeira fonte de fósforo
bastante utilizada no passado. Sendo considerado o uso de ossos moídos (até esqueletos
humanos) como o marco inicial da indústria de adubos.

Entre os adubos comerciais tem-se:

a) Os fosfatos naturais são fertilizantes que possuem o fósforo na sua quase totalidade
em forma não assimilável pelas plantas e são totalmente insolúveis em água.

a.1) Os fosfatos naturais minerais são a matéria prima para a produção de fosfatos
mais solúveis. APATITAS possuem 30 - 40% de P2O5 total, não possuem fósforo
solúvel em água, apresentam cerca de 3% de P2O5 solúvel em citrato de amônio, que é o
fósforo assimilável. Exemplos: Apatita de Araxá (35% P2O5), de Jacupiranga (36%
P2O5), fosfato de Alvorada (30% P2O5) e de Aruba (25% P2O5).

a.2) As fosforitas possuem cerca de 30% de P2O5 total, com 5 a 12% de P2O5 solúvel
em ácido cítrico a 2%, solubilidade em citrato de amônio de 5% e não apresentam P2O5
solúvel em água.

a.3) Os fosfatos orgânicos naturais são os ossos moídos, ricos em fosfatos tricálcico
ou carbono apatita. Exemplos: - Farinha de ossos curada com 22 a 26% de P2O5 total;
- Farinha de ossos degelatinada com 30 a 33% de P2O5 total; - Ossos calcinados, pó de
cor cinza, moído, com cerca de 35% de P2O5 total.

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b) Os superfosfatos simples são basicamente obtidos a partir de matéria prima rica em


fósforo (apatitas e fosforitas), que são tratadas com ácido sulfúrico resultando no
superfosfato simples com 20% de P2O5 total, 18% de P2O5 solúvel em água, com 12%
de enxofre e 20% de cálcio.

c) Os superfosfatos triplo são obtidos de rochas fosfatadas com alto teor de P e baixo
de óxidos de ferro e de alumínio, tratadas com ácido fosfórico, resultam em um adubo
com 48% de P2O5 total e 43% solúvel em água.

d) O termofosfatos são adubos obtidos por fusão a 1500oC, resultando em um material


vítreo que moído apresenta 19% de P2O5 total, 30% de óxido de cálcio, 18% de óxido
de magnésio, com traços de fósforo solúvel em água. Exemplo: Yoorin

e) O fosfato monoamônico (MAP) é um adubo semelhante ao DAP, resulta da reação


do amoníaco com o ácido fosfórico, resultando em um adubo misto com 11% de
nitrogênio e 50% de P2O5 .

f) O fosfato diamônio (DAP) é um fertilizante misto com N e fósforo, contém 18% de


N e 46% de P2O5 total e solúvel em água.

As aplicações e recomendações de fósforo podem variar de 0, 30, 60 e 90 kg ha-


1
de P2O5 solúvel em água em função dos teores de fósforo no solo.

Potássio
Os teores de K revelados pela análise podem ser interpretados de acordo com a
tabela abaixo e, as forma recomendação do elemento, seguem as mesmas preconizadas
para P.

Tabela 8. Classes gerais de interpretação da disponibilidade de K. Almeida et al, 1988.


Faixa de disponibilidade Teor de K (mg/dm3)
Baixo 0-45
Médio 46-90
Alto 91-135
Muito Alto > 135

A palavra potássio, em inglês POTASH significa cinza de pote. As cinzas eram


utilizadas como matéria prima para a obtenção de adubos potássicos. A cinza da palha
de café pode possuir 18% de K2O e a de torta de algodão 26% de K2O. Portanto as
cinzas são boas fontes de potássio.
A fonte mineral comercial de potássio mais usada é o cloreto de potássio (KCl)
com 60% de K2O. Há outras fontes como o sulfato de potássio (K2SO4) com 50% de
K2O, sulfato de potássio e magnésio (K,Mg)SO4 com 40 % de K2O e o nitrato de
potássio (KNO3) com 46% de K2O.

Enxofre
A Interpretação do teor de enxofre nos solo (S-S04=), em mg dm-3, conforme
proposto por Vitti (1989), para os diferentes extratores (Tabela).

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Tabela 9. Teores revelados pela análise de solo para diferentes extratores (Vitti, 1989).
EXTRATOR
TEOR NH4Oac.HOAc. Ca(H2PO4)2 500 ppm P
---------------------- mg dm-3 ----------------------
Muito Baixo 0,0 – 5,0 0 – 2,5
Baixo 5,1 – 10,0 2,5 – 5,0
Médio 10,1 – 15,0 5,1 – 10,0
Adequado >15,0 > 10,0

A aplicação de enxofre é dependente do solo, cultura e manejo, porém há


registros de respostas obtidas com a aplicação de enxofre. As recomendações de enxofre
variam de 10 a 30 Kg de S por hectare, podendo chegar a 50 Kg ha-1 em algumas
culturas.
A Tabela 10 mostra algumas fontes de S que podem ser utilizadas na agricultura, além
da quantidade de S adicionado ao sistema pelas chuvas.

Tabela 10. Fontes de S.


Chuvas 5 - 30 Kg ha-1 ano-1
Matéria orgânica 60 - 90% S
Gesso agrícola 15-16% de S
Sulfato de amônia 24 % de S
Fosmag 12 % de S
Sulfato de magnésio 12 – 13 % de S
Ácido sulfúrico 31 % de S
Sulfato de potássio 17-18 % de S
Enxofre elementar 98-99 % de S
Superfosfato simples 12 % S

Micronutrientes
A recomendação do uso de micronutrientes pode ser feita também com base na
interpretação dos resultados, que é variável com a região do pais, e os limites utilizados
são apresentados na Tabela 11.

Tabela 11. Limites de interpretações dos teores de micronutrientes nos solos, mg


dm-3. Média para várias regiões do pais e diferentes extratores. Para o Ni, ainda não
existem informações suficientes que permitam a classificação.
B Cu Fe Mn Zn Ni
Teor -3
------------------ mg dm no solo------------------
Baixo < 0,20 < 0,2 <4 < 1,2 < 0,5 ?
Médio 0,21 – 0,60 0,3 – 0,80 5 – 12 1,3 – 5,0 0,6 – 1,2 ?
Alto > 0,60 > 0,80 > 12 > 5,0 > 1,2 ?

Em geral a matéria orgânica do solo tem uma quantidade de micronutrientes –


seja na sua constituição, seja retida nos sítios de troca – que pode ser suficiente para o
desenvolvimento das plantas. Porém, muitas vezes, seja em função da quantidade dessa
matéria orgânica, seja em função da sua qualidade, pode ser necessária a aplicação de
fontes externas.

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As recomendações, então, em geral são específicas para cada cultura e nas


diferentes regiões são apresentadas recomendações, da forma apresentada na Tabela 12.

Tabela 12. Recomendação de adubação no solo (média para diferentes culturas) para
os teores resultantes da análise do solo para disponibilidade de boro (B) extraído por
água quente, e cobre (Cu), manganês (Mn) e zinco (Zn), extraídos pelo método de
Mehlich.

Classe de B Cu Mn Zn
disponibilidade Recomendação de adubação no sulco (kg/ha)
Baixa 1 1 3 3
Média 0,3 0,3 0,8 0,8

Em geral as fontes de micronutrientes são agrupadas em fontes inorgânicas,


quelatos sintéticos, complexos orgânicos e óxidos silicatados (“fritas”).
As fontes inorgânicas incluem sais metálicos com sulfatos, cloretos e nitratos,
que são solúveis em água, os óxidos, carbonatos e fosfatos, que são insolúveis em água
e os oxi-sulfatos, que se constituem em subprodutos com maior ou menor grau de
solubilidade em água, dependendo das quantidades de H 2 SO 4 utilizadas na
solubilização dos óxidos. A solubilidade em água é um fator determinante da eficiência
agronômica no curto prazo, para aplicações localizadas em sulco e produtos na forma
granulada. Dentre as fontes de boro, bórax, solubor, ácido bórico e boratos fertilizantes
são solúveis em água, enquanto a colemanita é medianamente solúvel e a ulexita é
insolúvel em água. Molibdatos de sódio e de amônio são solúveis em água e o óxido de
molibdênio é insolúvel.
Os quelatos sintéticos são formados pela combinação de um agente quelatizante
com um metal através de ligações coordenadas. A estabilidade da ligação quelato-metal
determina, geralmente, a disponibilidade do nutriente aplicado para as plantas. Os
quelatos são geralmente bastante solúveis, mas, diferentemente dos sais simples,
dissociam-se muito pouco em solução, isto é, o ligante tende a permanecer ligado ao
metal. Esse fato é a principal vantagem dos quelatos, pois permite que Cu, Fe, Mn e Zn
permaneçam em solução em condições que normalmente se insolubilizariam como em
soluções concentradas com reação neutra ou alcalina (pH 7,0 ou maior) e em solos
calcários. Esse é um aspecto da maior importância para a tomada de decisão quanto a
fonte a ser aplicada e quando se pretende uma alta eficiência agronômica da aplicação
via solo em áreas que, por qualquer motivo, estejam na faixa de pH acima de 6,0 e/ou
saturação por bases acima de 70%, por exemplo.
Nas tabelas abaixo são apresentadas as principais fontes de micronutrientes que
podem ser utilizados no Brasil.

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Tabela 13. Fertilizantes com micronutrientes comercializados no Brasil. Extrato da


legislação vigente. Fonte: Ministério da Agricultura e do Abastecimento, 1998.

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Tabela 14. Produtos complexos comerciais e teores de micronutrientes em


porcentagem. Fonte: Malavolta, 1980.
Zn B Cu Fe Mn Mo
Produtos
--------------------------- % -----------------------------
FTBR-12 9,0 1,8 0,8 3,0 2,0 0,1
FTE BR-10 7,0 2,5 1,0 e 0,1 4,0 4,0 0,1
FTE BR-15 8,0 2,8 0,8 0,0 0,0 0,1
Micronutri 204 20,0 4,0 0,0 0,0 0,0 0,0
ZIN-COP 110 10,0 0,0 1,0 0,0 0,0 0,0

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Matéria orgânica no solo


A matéria orgânica dos solos provém dos organismos vegetais e animais
existentes no solo. Sob condições naturais, é o tecido vegetal a fonte principal de
matéria orgânica nos solos. Restos de copas e raízes de árvores e arbustos, de plantas
cultivadas e nativas, são anualmente incorporados ao processo de formação da fração
orgânica do solo.
Em condições naturais e aeróbicas, as transformações dos tecidos vegetais e animais
presentes no solo se processam dentro de uma dinâmica na qual a quantidade de
carbono que entra no sistema é equivalente àquela que é liberada. Em tais condições, o
teor de matéria orgânica dos solos é um parâmetro que guarda um cero equilíbrio, não
variando drasticamente de uma no para o outro.
Em solos tropicais e subtropicais altamente intemperizados, a matéria orgânica
tem grande importância para o fornecimento de nutrientes às culturas, a retenção de
cátions, a complexação de elementos tóxicos e de micronutrientes, a estabilidade da
estrutura, a infiltração e retenção de água, a aeração, e a atividade e biomassa
microbiana, constituindo-se, assim, um componente fundamental da sua capacidade
produtiva (Bayer & Mielniczuk, 1999).

Distribuição da matéria orgânica do solo


A matéria orgânica do solo pode ser dividida nos seguintes compartimentos:
- liter: material na superfície do solo
- fração leve: resíduos vegetais e seus produtos parcialmente decompostos dentro do
perfil do solo
- biomassa microbiana: células de microrganismos vivos
- biomassa da fauna: tecidos de animais (principalmente invertebrados)
- constituintes vegetais subterrâneos: raízes e exsudatos
- material solúvel em água (dissolvidos na solução do solo)
- humus: material de tecidos vegetais e animais estabilizado por transformações
microbianas e químicas.

Fatores que influenciam no teor de carbono no solo:


- Tempo
- Clima
- Vegetação
- Relevo: áreas de baixada mal drenada favorecem a acumulação de C
- Material originário: solos argilosos preservam o húmus da decomposição

Efeito do cultivo no teor de C no solo


Práticas agrícolas podem reduzir o teor de C no solo:
- aração: aumenta a aeração e modifica a estrutura
- irrigação: aumenta a umidade do solo
- calagem: aumenta a atividade microbiana e da fauna
- aplicação de resíduos orgânicos: material prontamente degradável pode estimular a
decomposição do C nativo.

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Solo, água Seres vivos


liberação
morte absorção
mineralização

Matéria orgânica
Modelo simplificado dos principais compartimentos e dos fluxos de nutrientes. As
linhas cheias representam as principais rotas de transferência.

As recomendações de adubação orgânica devem ser feitas para a quase


totalidade dos solos, tendo em vista:

1. As características das propriedades e do tipo de exploração


predominantes no Estado (pequenas propriedades, mão-de-obra familiar
e exploração diversificada);
2. O potencial de resíduos agrícolas e urbanos existentes no Estado e o que
podem representar esses resíduos orgânicos como fonte de insumos para
aumento da produtividade agrícola;
3. Os resultados existentes demonstram que a adubação orgânica pode
contribuir grandemente para melhorar a fertilidade dos solos e
conseqüentemente aumentar a produtividade dos solos pobres, reduzir os
custos de produção de muitas culturas e dar independência parcial ou
total ao agricultor com relação ao insumo-fertilizante;
4. Incentivar e conscientizar agricultores, extensionistas e pesquisadores no
sentido da obtenção do máximo aproveitamento dos resíduos orgânicos
disponíveis localmente; e,
5. Vantagens econômicas e sociais para a região, proporcionadas pelo
aproveitamento adequado dos resíduos orgânicos na agricultura.

Com relação às quantidades, é oportuno frisar que a variação das doses está em
função dos diversos materiais (esterco de curral, compostos, esterco de cama de aves e
esterco de aves) levando-se em consideração a riqueza em nutrientes (Tabela 15).
No entanto, a variabilidade existente nos adubos orgânicos em função do tipo de
adubo, da alimentação do animal e das formas de produção, manipulação e
armazenamento, sugere a análise do adubo a ser usado, visando a permitir que o técnico
local faça as adaptações necessárias das quantidades.
Convém salientar que a eficiência da adubação orgânica depende de alguns
fatores que devem ser considerados:

1. Qualidade e quantidade;
2. Métodos de aplicação;
3. Custo relativo de sua aplicação;
4. Escolha do adubo orgânico em função da disponibilidade local, evitando
transporte a grandes distâncias.

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Tabela15. Composição média de diferentes tipos de adubos orgânicos, com base na


matéria seca. Teixeira et al, 2002.

Grandes quantidades de resíduos orgânicos são produzidas por lixo e esgotos


urbanos, dejetos de culturas animais, indústrias de alimentos e de papel e celulose. A
aplicação destes resíduos ao solo tem inconvenientes:
- estercos animais e lodos de esgotos apresentam baixa concentração de nutrientes e
alta umidade.
- as concentrações de nutrientes, sais solúveis e metais pesados são muito variáveis.
- compostos de lixo e lodos de esgoto podem conter metais pesados e compostos
orgânicos tóxicos.
- lodos de esgotos e estercos animais podem conter organismos patogênicos.
- algumas características físicas do material podem dificultar sua aplicação.
- a aplicação destes resíduos requer fiscalização ambiental, em geral onerosa.

Sugere-se:
- aumento da qualidade e do controle dos produtos obtidos de resíduos orgânicos.
- desenvolvimento de técnicas de manejo agrícola.
- estabelecimento de normas de aplicação destes materiais.

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Adubos Verdes
Conceitua-se adubo verde como a planta, cultivada ou não, com a finalidade
precípua de elevar a produtividade do solo com sua massa vegetal, produzida no próprio
local ou não.
O uso freqüente da adubação verde proporciona melhoria das condições físicas
químicas e biológicas do solo trazendo benefícios tais como: aumento da CTC,
manutenção da umidade, melhoria da estrutura, proteção contra a lixiviação de
nutrientes e maior disponibilidade de nutrientes, principalmente do N que, através da
fixação biológica, é adicionado ao solo. A adubação verde diminui a população de
nematóides e influi na produtividade da cultura principal, além de propiciar condições
favoráveis ao desenvolvimento da flora microbiana com a decomposição de resíduos.
De modo geral, as leguminosas são consideradas grandes absorventes de P
quando cultivadas em solos com baixa disponibilidade desse elemento ou em solos
adubados com rochas fosfatadas, aumentando dessa forma a disponibilidade do
nutriente para a cultura seguinte.
Preferem-se leguminosas como fontes de adubos verdes em virtude,
principalmente, da associação que a família faz com bactérias fixadoras de nitrogênio
(Rhizobium), sistema através do qual podem ser adicionados ao solo quantidades
apreciáveis de nitrogênio (100-400 kg ha-1 ciclo-1). Além das leguminosas cultivadas
especialmente para adubo verde, restos de culturas de milho, arroz, feijão, soja, trigo e
inclusive, pastagens.
Algumas espécies de adubos verdes promovem o rompimento de camadas
adensadas pela compactação subsuperficial do solo, resultantes da mecanização e pode
constituir excelente alternativa aos atuais métodos mecânicos de subsolagem, de
elevado custo e consumo energético.
Os adubos verdes também contribuem com adição de matéria orgânica no solo,
minimizando assim os efeitos da erosão, além de promover cobertura e controle de
plantas invasoras.
O plantio dos adubos verdes pode ser exclusivo ou intercalar entre a cultura
principal, podendo ser incorporados ao solo ou não. A época mais adequada para a ceifa
da massa verde é no florescimento da espécie do adubo verde, ou seja, na época de
maior concentração de nutrientes na planta, podendo variar com a prática e manejo
adotados pelo agricultor.
Dentre as leguminosas mais promissoras estão as crotalárias, feijão-de-porco,
lab-lab, mucunas, guandu, trevo, nabo-forrageiro, ervilhaca, entre outras. Também são
utilizadas as gramíneas: aveia-preta, azevém, milheto, etc. outras famílias também são
utilizadas como é o caso do nabo forrageiro (Crucífera).

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Figura 17. Cultivo de milho sob azevém Fonte: Embrapa Clima temperado.

Figura 18. Cultivo de hortaliças em aléias de Gliricidia. Fonte: Embrapa Agrobiologia.

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Micorrizas
A capacidade das plantas de estabelecer relações compatíveis com certos grupos
de fungo do solo é um fenômeno generalizado na natureza, conhecido como micorrizas.
Embora tenha surgido há mais de 400 milhões de anos, quando as plantas iniciaram o
processo de colonização do habitat terrestre, esse fenômeno só foi reconhecido e tratado
cientificamente em meados do século XIX, quando foram publicados os primeiros
relatos detalhados da associação entre células radiculares e micélios de fúngicos
(Siqueira, 1986).
A maioria das angiospermas, gimnospermas e pteridófitas e numerosas briófitas
formam micorrizas (Figuras 19 e 20). Entretanto, as micorrizas formadas pelas
combinações de diferentes filos de fungos com diferentes grupos de plantas hospedeiras
são distinguíveis morfológicamente, formando tipos anatômicos e funcionais de
micorrizas conhecidas como micorrizas arbusculares, ectomicorrizas,
ectendomicorrizas, micorrizas arbutóides, micorrizas ericóides e micorrizas orquidóides.
Também existem famílias como a das Brassicaceae que não fazem associação com estes
fungos, sendo restrito a poucas famílias ou divisões taxonômicas.
Hoje a utilização de fungos micorrízicos ainda não está totalmente difundida,
mas grandes avanços já foram realizados na pesquisa. Sabe-se que a inoculação de
fungos micorrízicos não é específica, mas, existem espécies de fungos (simbionte) mais
específicas a determinada espécie vegetal, mostrando melhores resultados em trabalhos
de pesquisa e de acordo com o ambiente (solo) em estudo. Geralmente as plantas
apresentam melhores desenvolvimentos com a inoculação dos fungos quando se
desenvolvem em ambientes pobres em nutrientes, principalmente daqueles menos
móveis no solo (P, Zn, Cu, entre outros). No entanto, há observação de resposta no
crescimento vegetal nos mais diversos ambientes, inclusive espécies vegetais que só se
desenvolvem bem quando inoculadas pelos fungos micorrízicos (dependência
micorrízica alta).
O papel nutricional das micorrizas arbusculares na nutrição de plantas em solos
de baixa fertilidade ou em ambientes estressantes é uma das mais novas áreas de
pesquisa e com grande aplicação prática em agricultura ecológica e recuperação de
ambientes. O principal benefício na simbiose da planta com as micorrizas está no
aumento da absorção de nutrientes do solo e de água, e esse aumento da absorção se
deve basicamente por dois mecanismos físicos que são: o aumento da superfície de
absorção em contato com o solo e o aumento do volume e extensão do solo explorado
em busca de nutrientes. O diâmetro de uma hifa de FMA é de aproximadamente 2-10
μm, enquanto os pelos radiculares geralmente possuem diâmetro superior a 10 μm e as
raízes geralmente superior a 100 μm. O fato de as hifas serem muito mais finas que as
raízes faz com que elas tenham uma superfície muito maior quando se compara volumes
iguais de raízes e hifas. Portanto, as hifas são muito mais eficientes na criação d
esuperfície de contato, pis o fazem com menor gasto de carbono (energia) muito menor
que as raízes. Torna-se lógico porque, para a planta, é muito melhor investir na
associação com os fungos micorrízicos do que em produção de raízes.
Além do papel nutricional das micorrízas arbusculares a presença dos fungos
também altera a bioquímica do carbono na planta (SCHWAB et al., 1991; SMITH &
GIANINAZZI-PEARSON, 1988) o que resulta em várias mudanças fisiológicas e
metabólicas como: aumento de organelas celulares, modificação da atividade
enzimática, aumento da abertura estomatal, maior taxa de respiração e absorção de
CO2, aumento dos exudados radiculares, mudança nos conteúdos de aminoácidos e
ácidos graxos, bem como de metabólitos secundários. Tais mudanças podem afetar as
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alterações hídricas das plantas, aumentando sua tolerância a seca (VAZQUEZ et al.,
2001) e a eficiência fotossintética (ACOSTA-AVALOS et al., 1996). Embora os
mecanismos fisiológicos exatos dessas modificações induzidas pelos FMAs não sejam
conhecidos, eles têm importância agrícola e ecológica.
A existência de FMAs nos solos é comum e inegável, mas para a associação
apresentar maior eficiência deve-se multiplicar o inoculo (fungo) em laboratório e
inocular o solo onde a planta vai ser cultivada. Dessa maneira plantas que devem passar
sua fase de muda em viveiros, viabilizam a inoculação nesta fase, visto que os fungos
são dependentes das plantas para sobreviverem e necessitam de raízes (tecidos vivos)
para sua multiplicação. Neste caso a aplicação em larga escala ou em grandes cultivos
ainda não é viável.
Em virtude da baixa fertilidade natural dos solos tropicais e dos altos preços dos
fertilizantes industrializados, tem sido dada ênfase ao estudo das associações de plantas
com microrganismos de solo que favoreçam o aproveitamento de nutrientes em meio
com baixa disponibilidade dos mesmos. A aplicação de FMA em larga escala, na
agricultura é, entretanto, ainda restrita, por esses microrganismos serem biotróficos
obrigatórios, o que limita a produção de inoculo. Porém, sua utilização em culturas que
passam pela fase de viveiro é viável.

Figura 19. Infecção micorrízica (Endomicorriza – micorriza arbuscular).

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Figura 20. Relação simbiótica entre plantas superiores e fungos micorrízicos. Neste caso
uma ectomicorriza. Fonte: Silva & Coelho, 2006.

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Fixação Biológica de Nitrogênio.


O nitrogênio é um elemento químico presente abundantemente, em sua forma
mais estável, na atmosfera. A estabilidade do gás N2 é devido a presença de uma forte
ligação tríplice, entre duas moléculas de N. Infelizmente, a maioria dos organismos,
animais e vegetais, não consegue incorporar essa forma de nitrogênio a esqueletos de
carbono. É necessário que esta ligação tríplice seja rompida e o nitrogênio esteja na
forma de íons amônio. Algumas espécies de bactérias, um grupo de organismos
unicelulares e procarióticos, são capazes de realizar essa reação de redução do N2 a
NH4+. Esse processo biológico é conhecido como Fixação Biológica de Nitrogênio –
FBN. Isso é possível porque esses microrganismos possuem a enzima nitrogenase,
caracterizada como um complexo enzimático, responsável pela quebra da ligação
tríplice usando energia celular na forma de adenosina trifosfato (ATP).
O estudo de bactérias fixadoras de N2 ou diazotróficas associadas às plantas tem
mostrado a ocorrência de uma grande variedade de microrganismos isolados a partir das
mais diversas famílias do reino vegetal, além dos solos e sistemas aquáticos.
Existem diversos gêneros dessas bactérias e que se associam a leguminosas e
gramíneas e outras plantas cultivadas, como por exemplo: Azospirillum (arroz e
gramíneas), Gluconacetobacter (cana-de-açúcar, café, abacaxi, batata-doce), Beijerinkia
(cana-de-açúcar), Burkholderia (arroz, mandioca, milho, cana-de-açúcar, batata-doce),
Azotobacter (Paspalum notatum), Klebsiella (trigo, milho, cana-de-açúcar, batata-doce,
arroz, gramíneas), entre outras (Figura 21).
Em resumo a estequiometria da reação pode ser representada como:

N2 + 8H+ + 8e- + 16ATP → 2NH3 + 16ADP + 16PO4-3 + H2

Figura 21. Nódulos de bactérias em raízes de leguminosa. Fonte Embrapa.

Na cultura de soja no Brasil a FBN contribui em média com 85% do N


acumulado pela planta, e deduz-se que esta contribuição seria o equivalente a 400 kg ha-
1
de N-fertilizante anualmente. A FBN na soja permite ao País uma economia de N-
fertilizante de US$ 2,4 bilhões, sendo o melhor exemplo de sucesso da FBN na América
Latina (Urquiaga et al., 2005). No caso do feijão os resultados não são tão grandes, pois
a pesquisa científica vem buscando selecionar novas estirpes de Rhizobium de

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nodulação e FBN mais lentas e senescência de nódulos mais tardia (Barradas et al.,
1989; Urquiaga; Zapata, 2000).
Os melhores resultados de FBN em gramíneas são observados em arroz e cana-
de-açúcar. Na cana a FBN representa no País uma economia em N-fertilizante
equivalente a US$ 200 milhões anualmente, contribuindo significativamente também
com a conservação do meio ambiente. O cultivo do arroz inundado é o mais promissor,
onde a FBN associada à cultura alcançou valores de 21% a 30% de N acumulado pelas
plantas, equivalente a 33-60 kg ha-1.
Outra forma de contribuição de FBN nas culturas de interesse econômico seria
pela adubação verde e resíduos de colheita. A rotação de culturas com adubos verdes
além de melhorar aspectos químicos e físicos do solo, contribui também com o aumento
da atividade microbiana no solo e desta forma acumula também nitrogênio e outros
elementos pela decomposição dos adubos verdes plantados anteriormente (ou
simultaneamente em consórcio). De acordo com Calegari e Peñalva (1994), dentre os
adubos verdes é possível encontrar plantas leguminosas que acumulam até 300 kg ha-1
de N. De acordo com Urquiaga e Zapata (2000) até 80% deste N é derivado da FBN.

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