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Capítulo I – Enquadramento teórico

As Criptomoedas

Grupo WebCoins
André Abreu
Ângelo Pinto
Fábio Esteves
Rui Araújo

Trabalho realizado no âmbito das disciplinas de Sociologia e Economia C sob


orientação da professora Lídia Calvão Santos

Janeiro de 2022
Índice

1. Breves Notas 4

2. As Criptomoedas 4
2.1. O que são Criptomoedas 4
2.2. Tipos de Criptomoedas 5
2.3. Objetivo da Criação das Criptomoedas 5
2.3.1. Para que servem 5

3. História das Criptomoedas 6

4. Vantagens e Desvantagens 7
4.1. Vantagens das Criptomoedas 7
4.2. Desvantagens das Criptomoedas 7

5. Globalização 7
5.1. Fenómeno da Globalização 7
5.2. Fatores e Dimensões da Globalização 8
5.3. Globalização e Consumo 8
5.4. Globalização das Criptomoedas 9

6. Crescimento Económico Moderno 9


6.1. Características do Crescimento Económico 9
6.1.1. Aumento da Produçã o e da Produtividade 9
6.1.2. Modificaçã o do Modo de Organizaçã o Econó mica 10
6.1.3. Consumos e Estilos de Vida 10
6.1.4. Estilos de Vida 10
6.1.5. Melhoria do Nível de Vida da Populaçã o 11
6.1.6. Inovaçã o Tecnoló gica nas Criptomoedas 11
6.1.7. Intervençã o da Inovaçã o Tecnoló gica nas Criptomoedas 11

7. Evolução da Moeda Tradicional até à Criptomoeda 12

8. Bibliografia / Webgrafia 12

2
Capítulo I- Enquadramento Teórico

1. Breves Notas
Será que toda a gente sabe o que são as criptomoedas?
Como foram criadas, para que servem, e como podem ser usadas?

No âmbito das disciplinas de Economia C e Sociologia estamos a realizar um trabalho de


investigação orientado pelo projeto NEPSO, da Fundação Vox Populi, intitulado “As Criptomoedas”,
respondendo a estas perguntas pertinentes e a várias outras que se nos venham a colocar.

Neste trabalho iremos abordar o tema das moedas virtuais, as criptomoedas.


O objetivo central do nosso trabalho será colher a opinião das pessoas sobre este tema.
Um tema bastante complexo e interessante que nos permitirá perceber se estas “criptomoedas” são
úteis ou perigosas, se devem ser usadas ou evitadas.

A escolha deste tema surgiu através de uma breve conversa acerca dos temas mais falados na
sociedade moderna, sendo este um dos temas mais abrangentes e interessantes, uma vez que nós, os
membros do grupo, estamos a ser formados no contexto de uma sociedade tecnológica.

Iremos analisar as particularidades das criptomoedas, identificando os seus tipos, as suas


características e a sua utilidade no seio das economias modernas.

Para perceber mais aprofundadamente o impacto do tema deste trabalho na nossa sociedade,
tendo como universo do estudo as pessoas residentes no concelho de Guimarães, realizaremos
inquéritos e analisaremos os seus resultados de forma a percebermos o que as pessoas sabem e sentem
sobre este tema .

2. As Criptomoedas

2.1. O que são Criptomoedas


Segundo o Banco Central Europeu (BCE) e a Autoridade Bancária Europeia uma moeda virtual
remete para uma forma não regulada de dinheiro digital, gerado e armazenado eletronicamente, que
não é emitido ou garantido por um Banco Central e que é suscetível de ser utilizado como meio de
pagamento. Na categoria de moedas virtuais, incluem-se as moedas digitais, sendo por sua vez, uma
criptomoeda um tipo de moeda digital gerada eletronicamente e de forma descentralizada, num
sistema de ponto a ponto, sem que haja uma entidade intermediária e que assenta na criptografia para
garantir a validade das transações, controlar a criação de novas unidades de moeda e proteger a
identidade dos intervenientes nas transações. 1

2.2. Tipos de Criptomoedas


Existem vários tipos de criptomoedas, destacamos três grandes tipos:

1
BANCO CENTRAL EUROPEU (2018). O que é a Bitcoin? Consultado em 13 de janeiro de 2022 em:
https://www.ecb.europa.eu/ecb/educational/explainers/tell-me/html/what-is-bitcoin.pt.html

3
A Bitcoin, a Etherium, a DogeCoin e a ChainLink são criptomoedas que podem ser usadas em
transações comerciais e não comerciais e são chamadas criptomoedas tradicionais, pertencendo ao
primeiro tipo de criptomoedas.
Estes foram os primeiros tipos de ativos digitais, utilizando a tecnologia blockchain, a serem
adotados em massa, sendo a bitcoin atualmente a líder de mercado.
Outro tipo de criptomoedas são as stablecoins2, e como o nome já designa, são moedas cujo
valor é estável, sendo ativos de baixa volatilidade, ou seja, raramente variam de valor.
Uma das principais características deste tipo de criptomoedas é a oportunidade dos proprietários
trocarem ativos como a bitcoin, cujo valor é bastante inconstante, por outros com variações de valores
mais estáveis.
Um outro tipo de criptomoeda que se tem vindo a destacar são as NFTs.
NFT tem significado de non-fungible token (token não fungível, na tradução para o português).
Um token, perante o universo das criptomoedas, é a representação digital de um ativo – como
dinheiro, propriedade ou obra de arte – registada numa blockchain.
Os bens fungíveis são aqueles que podem ser substituídos por outros de mesma espécie,
qualidade e quantidade, por exemplo, o dinheiro.
Posto isto, uma NFT é a representação de um item exclusivo, que pode ser digital – semelhante
a uma arte gráfica feita virtualmente – ou física, tendo como exemplo um quadro. Além de obras de
arte, músicas, momentos singulares no desporto, itens de jogos e até publicações engraçadas das redes
sociais, podem ser convertidos numa NFT.

2.3. Objetivo da Criação das Criptomoedas


A criação das criptomoedas tem como objetivo diminuir a produção de novas moedas,
definindo assim um número máximo de moedas que entrarão em circulação. Isso limita a escassez de
metais e evita a hiperinflação, aproximando também o mundo de uma “moeda única”.

2.3.1. Para que servem


As criptomoedas ou moedas digitais têm a mesma lógica da moeda física, logo, a sua função é
permitir transações de compra e venda de bens e serviços.
Outra possibilidade das criptomoedas é a “transferência de valores pela internet”, ou seja, pode-
se transferir valores monetários isentos de taxas de cobrança por instituições financeiras e bancárias.
Na prática, os termos criptomoeda, moeda virtual e moeda digital têm o mesmo significado. O
primeiro refere-se à criptografia, enquanto as expressões “digital” e “virtual” remetem ao caráter
intangível e abstrato do dinheiro online.
Um fator importante a referir nos propósitos das criptomoedas é o facto destas permitirem gerar
rendimentos através das variações dos diferentes preços destas moedas virtuais, semelhante à Bolsa de
Valores, tornando assim possível a melhoria do nível de vida de quem as possui (em alguns casos).

2
FUTURE OF MONEY, EXAME (2020). Stablecoins: o que são, para quê servem e quais as mais conhecidas? Consultado em 15 de janeiro de 2022
em:https://exame.com/future-of-money/criptoativos/o-que-sao-stablecoins-e-quais-existem

4
3. História das Criptomoedas3
O conceito teórico de criptomoedas já foi introduzido há vários anos, muito antes de ter sido
lançada a primeira moeda virtual. Esta ideia surgiu através de investigações que tinham como objetivo
alcançar soluções para resolverem problemas políticos e do dia a dia na utilização do papel-moeda,
com o propósito de garantir a privacidade nas transações e aumentar a independência do estado.
Os desenvolvimentos técnicos para a sua criação iniciaram-se por volta de 1980, com David
Chaum a inventar “dinheiro eletrónico incondicionalmente não rastreável”, utilizando um algoritmo
computacional que permitia trocas de informações seguras e inalteráveis.
Nos finais dos anos 80, Chaum, fundou uma empresa com fins lucrativos, a DigiCash, que tinha
como objetivo produzir moedas virtuais através de um algoritmo que criou, sendo o seu domínio
descentralizado.
Mais tarde a empresa Microsoft tentou fazer uma parceria com a DigiCash, solicitando que
fosse permitido aos primeiros utilizadores do Windows a possibilidade de realizarem compras com
esta moeda, a DigiCash. Os parceiros desentenderam-se, levando à falência desta empresa, no fim dos
anos 90. Nessa altura, Wei Dai introduziu o conceito de b-money, uma nova arquitetura de moeda
virtual que contempla “muitos dos componentes básicos das criptomoedas modernas, como proteções
complexas de anonimato e descentralização” (Martucci, 2018, p. 1, tradução livre). No entanto este
tipo de arquitetura nunca foi adotado.
Nick Szabo, depois de todos estes acontecimentos, decidiu criar e lançar mais uma criptomoeda
para o mercado, a Bit Gold, que já utilizava o sistema de blockchain (que atualmente é a tecnologia
base utilizada por todas as criptomoedas existentes), mas foi mais um fracasso. Só no ano de 2008 é
que Satoshi Nakamoto escreveu um artigo a esboçar a primeira criptomoeda moderna, a bitcoin, que é
a primeira moeda pública onde há uma conjugação tecnológica que permite descentralização,
utilizador anónimo e escassez interna, com base em tecnologia blockchain.
Com a emissão da criptomoeda o utilizador poderia beneficiar de um anonimato total, dado que
o mesmo tinha a possibilidade de comprar ou vender bitcoin sem visibilidade de qualquer informação
sua ligada à transação (Nakamoto, 2008). Umas das principais características que a bitcoin tem, é ser
descentralizada, isto é, disponibiliza a possibilidade de atuar de forma livre sem a influência ou
domínio de uma entidade superior, política ou bancária. Com a utilização da blockchain é possível
criar um “livro aberto” onde é possível visualizar todas as transações que são executadas, o que faz
com que exista uma ligação mais direta entre quem compra e quem vende criptomoedas, reduzindo a
possibilidade de erros (Meiklejohn & Danezis, 2015). A escassez é uma condição essencial para que
se torne possível conceder valor a dinheiro, em que a um nível micro atua como forma de adulteração,
já a um nível macro, imobiliza o crescimento de dinheiro mantendo os preços estáveis. A bitcoin
surgiu com o primeiro mecanismo capaz de fornecer uma escassez interna absoluta por acréscimo de
dinheiro (Moore, Edelman, Christin, & Böhme, 2015). Em 2009, a bitcoin foi lançada no mercado e a
sua adesão foi bastante favorável, todavia apenas em 2010 é que começaram a ser realizadas as
primeiras trocas públicas e se estrearam também outras alternativas, como a litecoin. Passado dois
anos, grandes empresas como a WordPress, a Microsoft e a Expedia começaram a permitir que os
pagamentos fossem feitos utilizando bitcoin, a criptomoeda que veio estabelecer um novo paradigma
para a sociedade e que conseguiu, pela primeira vez para uma moeda virtual, transmitir confiança e
legitimidade nos pagamentos (Martucci, 2018).

3
NOGUEIRA,ANA (2020). O impacto da criptomoeda nas empresas de software em Portugal. Consultado em 15 de janeiro de 2022 em : https://repositorio-
aberto.up.pt/bitstream/10216/130406/2/431804.pdf

5
4. Vantagens e Desvantagens

4.1. Vantagens das Criptomoedas


O facto de serem totalmente seguras e privadas, permitindo que os utilizadores façam
transferências financeiras sem o conhecimento de terceiros ou o controlo de entidades financeiras,
numa altura em que a nossa privacidade muitas vezes está comprometida, tornam as criptomoedas
uma boa alternativa.
O facto de serem uma moeda descentralizada as criptomoedas estão a salvo da inflação, que
atinge os mercados financeiros, o que se torna numa vantagem. Outra vantagem são os custos de
transação que são muito baixos (dependendo da criptomoeda transacionada e dos movimentos
pendentes da blockchain), ou seja, são uma forma mais barata, simples e rápida de maximizar as
poupanças de quem as possui.

4.2. Desvantagens das Criptomoedas


No entanto, como em tudo existem desvantagens, e no caso das criptomoedas a principal
desvantagem é a alta volatilidade. Como o seu valor está apenas dependente da relação entre procura e
oferta, este pode mudar de forma rápida e imprevisível, levando a enormes ganhos, mas também a
potenciais perdas que podem ser consideráveis.
Outra grande desvantagem está ligada ao facto do anonimato, uma vez que poderá atrair
negócios mais duvidosos, nomeadamente o financiamento de atividades terroristas.
A impossibilidade de reembolso é outra desvantagem uma vez que se for realizada alguma
transação por engano não temos hipótese de reaver o valor transacionado, uma vez que não há uma
entidade reguladora a quem nos queixarmos.

5. Globalização
As criptomoedas permitem a ligação entre vários pontos distintos do planeta sem qualquer tipo
de intermediários, sucedendo assim uma globalização das moedas virtuais.
O que diferencia a globalização das criptomoedas é o facto destas serem um meio de transação
financeira virtual, e a globalização engloba bens e serviços com transações de dinheiro vivo.

5.1. Fenómeno da Globalização


O processo de globalização é um fenómeno do modelo económico capitalista, o qual consiste na
mundialização do espaço geográfico por meio da interligação económica, política, social e cultural no
âmbito planetário. Contudo, esse processo ocorre em diferentes escalas possuindo diferentes
consequências entre os países, sendo as nações ricas as maiores beneficiadas pela globalização, pois,
entre outros fatores, elas expandem o seu mercado consumidor por intermédio de suas empresas
transnacionais. O desenvolvimento e a expansão dos sistemas de comunicação pela informática, pelos
satélites, pelos transportes e pelas telecomunicações proporcionaram o mecanismo técnico e estrutural
para a intensificação das relações socioeconómicas no âmbito mundial. Esse processo é consequente
da Terceira Revolução Industrial, conhecida também como Revolução Técnico-Científico-

6
Informacional, visto que, com os avanços tecnológicos, foi possível promover uma maior integração
económica e cultural entre países e regiões de diferentes pontos do planeta.
As principais empresas beneficiadas pela globalização são as transnacionais, na medida em que
esse fenómeno faz com que elas continuem com os seus alicerces num país (desenvolvido), mas atuem
com filiais nem outros (em desenvolvimento), amplificando o seu mercado consumidor. Elas
aproveitam-se da mão de obra barata, além de benefícios (isenção de imposto, etc.) proporcionados
pelos governos dos países em desenvolvimento, visando o aumento do lucro. Além de fatores sociais e
económicos, a globalização também interfere nos aspectos culturais de uma determinada sociedade. O
grande fluxo de informações obtidas por meio de programas televisivos e, sobretudo, pela Internet,
exerce influência nem alguns hábitos humanos. A instalação de redes de fast food é outro elemento
que pode promover uma alteração nos costumes locais. 4

5.2. Fatores e Dimensões da Globalização


Dentro dos fatores e dimensões da globalização, podemos identificar os fatores económicos
sendo que a globalização tem sido impulsionada pelas inovações tecnológicas, principalmente na
questão dos transportes e comunicações. Dada esta evolução, hoje pessoas e bens são deslocadas
diariamente, com custo reduzido e também com grande rapidez devido aos meios de transporte mais
rápidos. No que toca às tecnologias da informação e da comunicação, a grande evolução fez com que
as relações interpessoais sejam instantâneas independentemente da distância física dos indivíduos em
questão. Outro fator que contribui para o avanço da globalização foi a integração da economia
mundial.
Enquanto no passado a produção económica dos países resumia-se na agricultura ou na
indústria, hoje com toda esta evolução a produção económica dos países já não se resume nisso, uma
vez que atividades imateriais, produtos como softwares informáticos e serviços online fazem parte da
economia mundial. Hoje, com o forte aumento da quantidade e da variedade dos bens e serviços
comercializados entre diferentes zonas do planeta, originou um sistema de comércio mundial.
Um exemplo desta economia-mundo, são as empresas multinacionais, cuja sede se situa num
dado país mas a atividade que exercem se expande para lá do território onde estão sediados. Estas
desempenham um papel importante no fenómeno da globalização. Juntamente com os fatores
tecnológicos, e os económicos e financeiros, outro fator que tem ajudado no fator da globalização são
os sistemas internacionais de governo, isto devido às respostas dadas pelos Estados aos problemas
transacionais. Os melhores exemplos para estes sistemas são a Organização das Nações Unidas
(ONU) e a União Europeia (UE).
Mas nem todas as organizações que impulsionam a globalização são governamentais, isto é,
existem organizações não governamentais internacionais (ONG) que ajudam no avanço da
globalização, estas organizações atuam por exemplo na proteção do ambiente, ajuda humanitária e
também defesa dos direitos humanos.5

5.3. Globalização e Consumo


Com a aceleração da produção e das trocas comerciais, em virtude da globalização verifica-se
uma tendência para hábitos consumistas nas sociedades mais desenvolvidas e com maior poder de
compra.
4
CERQUEIRA,WAGNER (s.d). O que é Globalização? Consultado em 10 de janeiro de 2022 em: https://mundoeducacao.uol.com.br/geografia/o-que-
globalizacao.htm
5
POMBO, A., CÉSAR, F., LOPES, J. & ALVES, M. (2019).
Pensar a Sociologia, Porto. Porto Editora.,1a edição.

7
Com efeito, os meios de comunicação social e o impacto das campanhas publicitárias das
grandes marcas internacionais levam a uma adesão aos produtos, gerando uma tendência para a
uniformização dos padrões de consumo a nível mundial.
Contudo, as desigualdades económicas verificadas entre países desenvolvidos e em países em
desenvolvimento implicam desigualdades de consumo, pois ninguém sofre privações por vontade
própria, mas por ser constrangido a essa situação, nomeadamente por motivos económicos. 6

5.4. Globalização das Criptomoedas


A globalização permitiu uma maior ligação entre pontos distintos do planeta, uma característica
comum às criptomoedas que permitiram transações económicas sem intermediários e sem ser
necessário a conversão da moeda;
Com a globalização a criminalidade aumentou, porquanto a ligação entre vários países tornou-
se mais fácil, tal como as transações comerciais ilegais realizadas com o pagamento através de
criptomoedas, principalmente utilizando bitcoin, com recurso a sites piratas tal como os fornecidos na
deep web.
Um impacto causado por estas criptomoedas, juntamente com a globalização é a intensificação
da necessidade de adaptação das empresas, isto é, à medida que a globalização aumentou, as empresas
tiveram de se adaptar na expansão do património para outros países, e em consequência ao aumento
do uso das criptomoedas. As empresas tiveram de se adaptar para aceitar as criptomoedas como forma
de pagamento.
Com a criação das criptomoedas verificou-se um enorme crescimento económico no mundo
moderno, evoluindo os mercados e as formas de negociação tornando as criptomoedas quase como um
recurso fundamental na sociedade.

6. Crescimento Económico Moderno


Através das criptomoedas, as economias espalhadas pelo Globo vêm a crescer abruptamente,
intensificando a utilização da blockchain para garantir as transações comerciais no mundo moderno,
promovendo o crescimento económico, sendo este definido por um aumento sustentado a longo prazo
da produção, numa dada economia nacional.

6.1. Características do Crescimento Económico


Iremos abordar algumas das principais características do crescimento económico,
nomeadamente o Aumento da Produção e da Produtividade, a Modificação do Modo de Organização
Económica, o Consumo e Estilos de Vida, a Melhoria do Nível de Vida da População e a Inovação
Tecnológica.

6.1.1. Aumento da Produção e da Produtividade


Sendo o objetivo de uma economia o aumento da produtividade, numa certa sociedade, quanto
maior a produção, maiores as vendas, maior o rendimento e consequentemente maior bem-estar, sendo
a finalidade de qualquer projeto económico.

6
PROENÇA,ROSSANA (2010). Alimentação e globalização: algumas reflexões. Consultado em 17 de janeiro de 2022 em:
http://cienciaecultura.bvs.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0009-67252010000400014

8
Dentro duma sociedade, os produtores têm como funções principais empenhar-se em descobrir
novas formas de conseguir mais bens tendo menor dispêndio de recursos, fundamentar novas formas
de aumentar a produtividade e novas técnicas de produção, novos materiais e novas formas de
organizar o trabalho.7

6.1.2. Modificação do Modo de Organização Económica


A concorrência entre empresas é uma realidade económica em países de economia de mercado,
baseadas na livre iniciativa. Os empresários procuram dominar o mercado, através da conquista e
fidelização do máximo de consumidores.
Este objetivo constituiu a própria essência do funcionamento da atividade económica que tem
como finalidade alcançar o máximo lucro para sobrevivência da empresa no mercado.
O efeito negativo da concentração empresarial representa-se pela ocorrência do denominado
"trust", consistindo na concentração de empresas visando a dominação do mercado através da
eliminação da concorrência, e, consequentemente, pela imposição de preços arbitrários. A
concentração da concorrência no mercado traduz-se sempre num aumento de poder económico e/ou
financeiro e, consequentemente, no enfraquecimento do mercado de concorrência perfeita.
A concentração empresarial constitui-se segundo modelos diferentes, destacando-se as fusões e
as aquisições.
Primeiramente, a fusão é uma técnica de reorganização empresarial, caracterizada pela junção
de duas ou mais empresas numa nova. Dessa forma, acontece o desaparecimento das empresas que se
fundiram, dando lugar a uma outra sociedade.
As aquisições ocorrem quando as empresas adquirentes obtêm a participação dominante numa
empresa adquirida. Sendo assim, não há mudança no nome do adquirente ou de sua estrutura legal.
De facto: na prática, as aquisições são mais comuns do que as fusões, uma vez que precisa
haver uma sinergia imensa para que as empresas consigam se fundir. 8

6.1.3. Consumos e Estilos de Vida


Estas moedas virtuais têm alterado o consumo e estilos de vida da sociedade atual, posto que
visam o crescimento económico pessoal e familiar, contribuindo para um melhor nível de vida.
O consumo de bens e serviços tem como objetivo principal satisfazer as necessidades, e essas
variam no espaço e no tempo, de indivíduo para indivíduo e entre grupos sociais.
Os consumos são muito variados porque por um lado dependem do nível de vida, ou seja, da
quantidade de bens e serviços a que um indivíduo pode ter acesso, por outro lado dependem de fatores
de ordem social, como o modo de vida, os grupos sociais, a moda e a publicidade.
O consumo, além de satisfazer as necessidades do indivíduo, é também projetado para os outros
elementos da sociedade que o irão interpretar.

6.1.4. Estilos de Vida


Verificam-se nas sociedades contemporâneas estilos de vida diferentes, ou seja, práticas de
consumo diferenciadas em vários setores, como a alimentação, o vestuário, a decoração de casa, a
música, etc… A diversidade de estilos de vida tem por base as diferentes trajetórias sociais dos
indivíduos e a classe a que pertencem.

7
GIDDENS, A. Sociologia, Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 6a edição.
Economia C, Lisboa; Texto Editores, Lda, 1a edição.
8
GIDDENS, A. Sociologia, Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 6a edição.
Economia C, Lisboa; Texto Editores, Lda, 1a edição.

9
A escolha de novos estilos de vida é possível, devido ao facto de as diferenças sociais não
serem tão delimitadas, como foram no passado. As diferenças culturais têm tendência para se
reforçarem, particularmente nos países desenvolvidos.
A época atual é marcada pelos símbolos relacionados com o consumo, por isso a identidade
pessoal dos indivíduos é estruturada pelas escolhas de estilo de vida.
A estes novos estilos de vida estão associados novas práticas e novos valores como, por
exemplo, a alteração dos hábitos de consumo, nomeadamente, na alimentação indicada pelos
movimentos consumeristas e ecologistas.

6.1.5. Melhoria do Nível de Vida da População


O nível de vida da sociedade atual é fortemente afetado pelo impacto das criptomoedas,
considerando uma sociedade com mais bem estar quando há mais educação, saúde, melhores
condições urbanísticas, conforto, cultura e lazer, democracia, e mais respeito pelos direitos das
minorias.
Sendo os países com melhores índices de bem-estar os desenvolvidos, estes têm acesso a bens e
serviços de qualidade, apoios culturais e sociais e ambientes habitacionais cuidados, tal como melhor
acesso ao investimento nas moedas virtuais.
O Bem-estar das populações também pode ser avaliado em função da sua ocupação profissional
e da proteção que os governos dão em termos de apoios sociais. Em relação ao emprego, os países
mais desenvolvidos são os que têm tido mais dificuldades devido à concorrência das novas economias
emergentes.
Os apoios sociais também estão a sofrer grandes pressões, sendo que são forçados a adaptar-se a
novas situações, devido ao envelhecimento da população. As taxas de desemprego dos países em
desenvolvimento são baixas, tendo uma taxa descendente, levando a um forte crescimento económico.
Podemos avaliar as diferenças no nível de vida das populações, através da estrutura das suas
despesas de consumo. Através da Lei de Engel, pode-se avaliar o nível de desenvolvimento do país,
de acordo com a percentagem de despesas de consumo com alimentação. Quanto maior for a
percentagem das despesas de consumo com a alimentação, menor o rendimento das mesmas.

6.1.6. Inovação Tecnológica nas Criptomoedas


Inovação tecnológica significa criar ou aprimorar novos produtos e processos com o uso da
tecnologia.
Inovação significa criar algo que não existia, enquanto que tecnologia é o conjunto de técnicas e
métodos que se usa para produzir algo.
De um modo geral a inovação serve para resolver problemas e faz com que haja impacto na
sociedade.
Um dos grandes exemplos, senão o maior, da inovação tecnológica foi a criação da internet,
esta trouxe uma grande revolução na sociedade.

6.1.7. Intervenção da Inovação Tecnológica nas Criptomoedas


As tecnologias inovadoras têm vindo a substituir os sistemas tradicionais, alterando
significativamente o mercado das criptomoedas, digitalizando os serviços financeiros.
Com o aumento da utilização da tecnologia blockchain, através de criptomoedas, tem-se visto
um aumento, que visa mudar radicalmente o paradigma utilizado anteriormente no setor financeiro,
como por exemplo, a maneira como se compra e vende.

10
Sarah Underwood argumenta que “A tecnologia blockchain deverá revolucionar os modos
operacionais do comércio, indústria, educação, bem como promover o rápido desenvolvimento da
economia baseada no conhecimento a uma escala global. Devido à sua imutabilidade, transparência e
confiabilidade para todas as transações executadas por uma rede blockchain, essa tecnologia
inovadora tem muitas potenciais aplicações” (Underwood, 2016, p. 16, tradução livre).
A tecnologia blockchain aumenta a eficiência nos mercados financeiros, uma vez que uma das
suas funções é a prática de contratos inteligentes, estes que evitam erros, atrasos, ou custos adicionais.
A partir de um contrato inteligente, sendo um pedaço de código para o computador ler, ficam
registados todos os passos executados. Além de ser possível rastrear transações financeiras, também
se conseguem manter informações confidenciais, de uma forma bastante segura” (Underwood, 2016).

7. Evolução da Moeda Tradicional até à Criptomoeda


O dinheiro é normalmente associado a notas ou moedas físicas e, tem diversas funções como o
pagamento de bens e serviços, transações financeiras, entre outros. Quando se fala em dinheiro, fala-
se em algo que significa valor, que tem funções como servir de meio de pagamento, ser de fácil
transporte, aceite em toda a comunidade, que contém um valor normalmente constante e que faz com
que exista economia, através da fiscalização concebida pelos bancos centrais de cada país.
Comparando as moedas tradicionais com as criptomoedas, ambas têm características similares,
tal como: serem uma unidade de medida que consente a comparação de valor entre diferentes bens e
serviços, ambas servem como um meio de pagamento, possuem o mesmo valor em todo o mundo, e
poderão não ser cobradas taxas de câmbio, a menos que seja para troca de outras moedas. Porém
existem ainda algumas diferenças que as distinguem como: o facto de as criptomoedas terem maior
poder de portabilidade, em que para se conseguir aceder a criptomoedas é necessário uma chave de
acesso; embora o número de pessoas e empresas que aceitam a utilização de criptomoedas tenha vindo
a aumentar o acesso a esse tipo de moeda ainda tem algumas limitações; as criptomoedas mostram
bastante volubilidade relativamente ao seu valor; esta, ao contrário da moeda tradicional, não é
controlada por bancos ou por outra qualquer entidade de supervisão.

8. Bibliografia / Webgrafia
BANCO CENTRAL EUROPEU (2018).O que é a Bitcoin? Consultado em 13 de janeiro de 2022 em:
https://www.ecb.europa.eu/ecb/educational/explainers/tell-me/html/what-is-bitcoin.pt.html

FUTURE OF MONEY, EXAME (2020). Stablecoins: o que são, para quê servem e quais as mais
conhecidas? Consultado em 15 de janeiro de 2022 em:
https://exame.com/future-of-money/criptoativos/o-que-sao-stablecoins-e-quais-existem

NOGUEIRA,ANA (2020). O impacto da criptomoeda nas empresas de software em Portugal.


Consultado em 15 de janeiro de 2022 em:
https://repositorio-aberto.up.pt/bitstream/10216/130406/2/431804.pdf

CERQUEIRA,WAGNER (s.d). O que é Globalização? Consultado em 10 de janeiro de 2022 em:


https://mundoeducacao.uol.com.br/geografia/o-que-globalizacao.htm

POMBO, A., CÉSAR, F., LOPES, J. & ALVES, M. (2019).


Pensar a Sociologia, Porto. Porto Editora.,1a edição.

11
PROENÇA,ROSSANA (2010). Alimentação e globalização: algumas reflexões. Consultado em 17 de
janeiro de 2022 em:
http://cienciaecultura.bvs.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0009-67252010000400014

GIDDENS, A (2008). Sociologia, Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 6a edição


, Lisboa; Texto Editores, Lda, 1a edição.

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