PEMC0730
PEMC0730
PEMC0730
Tese submetida à
____________________________________________________
Prof. Carlos Alberto Schneider, Dr. Ing. - Orientador
________________________________________________________________
Prof. José Antônio Bellini da Cunha Neto, Dr. - Coordenador do Curso
BANCA EXAMINADORA
_____________________________________________________
Prof. Carlos Alberto Schneider, Dr. Ing. - Presidente
Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC
_____________________________________________________
Prof. Olívio Novaski, Dr. Eng. - Relator
Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP
_____________________________________________________
Prof. Paulo Augusto Cauchick Miguel, Ph.D.
Universidade Metodista de Piracicaba - UNIMEP
____________________________________________________
Prof. Armando Albertazzi Gonçalves Júnior, Dr. Eng.
Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC
____________________________________________________
Prof. André Roberto de Sousa, Dr. Eng.
Centro Federal de Educação Tecnológica de Santa Catarina - CEFET/SC
iii
Precisa-se de pessoas
Autoria desconhecida
Construindo Fraternidade
Novembro de 2001
iv
Agradecimentos
À Deus pelo dom da vida e a força necessária para realização desse trabalho.
Aos meus pais, Sebastião e Terezinha, que sempre foram meus orientadores e
exemplos para a vida.
Sumário
Biografia do autor i
Agradecimentos v
Sumário vi
Resumo x
Abstract xi
Capítulo 1
Contextualização do Trabalho 1
1.1 Medidas Materializadas....................................................................2
1.2 Demanda na Calibração de Medidas Materializadas............................3
1.3 Problemas na Calibração de Medidas Materializadas...........................4
1.4 Proposta de Solução ........................................................................5
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Conclusões 101
Resumo
Abstract
Capítulo 1
Contextualização do Trabalho
A fabricação de produtos sem defeitos e com garantia de qualidade é o resultado
final de uma seqüência de etapas, em que a inspeção e as técnicas de medição
assumem funções fundamentais.
MEDIDAS MATERIALIZADAS
1 PADRÕES DE COMPRIMENTO
Arame para medição de roscas
Barra de esferas
Blocos padrão retangular
Calibrador anel liso cilindrico
Calibrador anel liso cônico
Calibrador de boca fixo e ajustável
Calibrador tampão liso cilindrico
Calibrador tampão liso cônico
Calibradores em Geral
Esfera-Padrão
Haste-padrão para micrômetro
Padrão de altura com bloco padrão e micrômetro
Padrão escalonado para calibração de paquímetros e traçadores de altura
Padrão escalonado para calibração de micrômetros de profundidade
Padrão escalonado para máquinas ferramentas e máquinas de medir
Pino-Padrão
Placas de esferas/furos
2 PADRÕES ROSCADOS
Calibrador anel roscado cilindrico
Calibrador anel roscado cilindrico API
Calibrador anel roscado cônico
Calibrador tampão roscado cilindrico
Calibrador tampão roscado cilindrico API
Calibrador tampão roscado cônico
3 PADRÕES DE ÂNGULO
Bloco padrão angular
Esquadro cilíndrico
Esquadros de aço
Esquadros de granito
Definição
do metro U=10-10 m
Comparador Laser
U=(0,02+L/5000)µm Interferométrico U=0,1 µm Interferométrico
Classe 0
U=(0,05+L/2000)µm
Classe 1 Blocos padrão U=(0,5+L/1200)µm CMM
U=(0,07+L/2000)µm classes K, 0 ou 1 U=(5+L/200) µm
U=(0,2+L/1000)µm
U=(0,4+L/1000)µm Máquina Medir
Horizontal - Abbé
Uma das conseqüências dessa situação faz com que a freqüência de calibração de
muitas medidas materializadas seja menor do que o necessário, com prejuízos para
a confiabilidade das medições e conseqüentemente da qualidade dos produtos
dependentes dessas medidas materializadas.
5
Existe assim o desafio de fazer o processo de medição por coordenadas ser confiável
para tirar proveito da sua flexibilidade e utilizá-la em substituição a sistemas
dedicados para a calibração de medidas materializadas. Esse desafio é a motivação
principal para a realização deste trabalho, que defende a tese de que:
“É possível calibrar a maior parte das medidas materializadas da área de metrologia
dimensional em Máquinas de Medir por Coordenadas com vantagens competitivas e
obter resultados tão confiáveis quanto os métodos convencionais”.
Para isso, grandes desafios são colocados pois, para reduzir a incerteza de medição
para níveis muito baixos, são necessários o estabelecimento de estratégias de
medição e processamento muito criteriosos, de modo a aproveitar todo o potencial
de exatidão que a tecnologia permite.
As atividades realizadas para validar essa tese estão descritas ao longo dos
capítulos a seguir, estruturados da seguinte forma:
- O capítulo 2 trata da calibração de medidas materializadas com métodos
convencionais, procurando-se enfocar o método, a infra-estrutura necessária,
rastreabilidade e as suas limitações;
- No capítulo 3 são apresentadas as principais fontes de erros da CMM, o método
da CMM Virtual para estimativa dos erros e das incertezas de medição e mostra
que é possível utilizar a CMM como padrão de calibração;
- No capítulo 4 são apresentadas as estratégias para a viabilização da calibração
de medidas materializadas em CMM, tendo como base os métodos da CMM
Virtual, da comparação e do rebatimento;
- O capítulo 5 traz a verificação experimental realizada no trabalho, com
calibrações de medidas materializadas utilizando as estratégias propostas e
comparação dos resultados com os métodos convencionais;
- O capítulo 6 faz as considerações finais e conclusões sobre o trabalho.
7
Capítulo 2
- ERRO DO MEIO - EM
Dneg Dpos
Dadm Dadm
EM = Lm – Ln Lm - comprimento no meio
VC
Ln – comprimento nominal
EM
- VARIAÇÃO DE COMPRIMENTO - VC
VC = Lmax – Lmin Lmax - comprimento máximo
Lmin – comprimento mínimo
Dpos = Lmax - Lm
- DESVIO NEGATIVO MÁXIMO - Dneg
Dneg = Lm - Lmin
Comprimento 00 K 0 1 2
nominal
±
Dadm VC ±
Dadm VC ±
Dadm VC ±
Dadm VC ±
Dadm VC
mm Admissível Admissível Admissível Admissível Admissível
de até
- 10 0,06 0,05 0,20 0,05 0,12 0,10 0,20 0,16 0,45 0,30
10 25 0,07 0,05 0,30 0,05 0,14 0,10 0,30 0,16 0,60 0,30
25 50 0,10 0,06 0,40 0,06 0,20 0,10 0,40 0,18 0,80 0,30
50 75 0,12 0,06 0,50 0,06 0,25 0,12 0,50 0,18 1,00 0,35
75 100 0,14 0,07 0,60 0,07 0,30 0,12 0,60 0,20 1,20 0,35
100 150 0,20 0,08 0,80 0,08 0,40 0,14 0,80 0,20 1,60 0,40
150 200 0,25 0,09 1,00 0,09 0,50 0,16 1,00 0,25 2,00 0,40
200 250 0,30 0,10 1,20 0,10 0,60 0,16 1,20 0,25 2,40 0,45
250 300 0,35 0,10 1,40 0,10 0,70 0,18 1,40 0,25 2,80 0,50
300 400 0,45 0,12 1,80 0,12 0,90 0,20 1,80 0,30 3,60 0,50
400 500 0,50 0,14 2,20 0,14 1,10 0,25 2,20 0,35 4,40 0,60
500 600 0,60 0,16 2,60 0,16 1,30 0,25 2,60 0,40 5,00 0,70
600 700 0,70 0,18 3,00 0,18 1,50 0,30 3,00 0,45 6,00 0,70
700 800 0,80 0,20 3,40 0,20 1,70 0,30 3,40 0,50 6,50 0,80
800 900 0,90 0,20 3,80 0,20 1,90 0,35 3,80 0,50 7,50 0,90
900 1000 1,00 0,25 4,20 0,25 2,00 0,40 4,20 0,60 8,00 1,00
Métodos de Calibração Usuais:
Método Interferométrico Valores em µm
Método Comparação - Comparador Mecânico Convencional
Método Comparação - Comparador Mecânico Especial
Este método é normalmente utilizado para calibração de blocos até 100 mm, das
classes de exatidão 0, 1, 2. Para blocos padrão maiores que 100 mm, precisa-se de
comparadores mecânicos especiais para calibração.
Transdutor superior
Indicador de deslocamento
000
0,01 µm
Bloco de referência
Estrutura
Bloco a calibrar
Transdutor inferior
b) Esquema de um comparador de Blocos padrão
Bloco de referência
Base
Bloco a calibrar
b) Método interferométrico
A superposição de dois feixes luminosos de comprimento de onda determinado,
oriundos de uma mesma fonte, pode ocasionar um fenômeno de interferência.
Surge então uma sucessão de zonas nas quais as amplitudes de duas ondas
luminosas se adicionam ou se subtraem.
λ
LB = n + D (2.1)
2
Onde:
n = Número de franjas
D = Deslocamento relativo entre os padrões de franjas
λ = Comprimento de onda da luz
13
λ - Comprimento de onda
Tambor
Micrométrico Calibração:
- Fuso Micrométrico
- Coluna de Ressaltos
ERRO ADMISSÍVEL (segundo
Fuso Micrométrico VDI/VDE 2618 Blatt 16)
Distância em qualquer lugar da
Escala superfície de medição
Faixa de Medição Erro Admissível
Elemento de
Medição
(mm) (µm)
Face Inferior 0 – 300 1,5
Face Superior
de Medição
de Medição
300 – 600 2,5
Padrão com Faces de 600 – 1000 3,5
Medição Coplanar Fuso Micrométrico
Faixa de Medição Erro Admissível
Padrão com Faces de (mm) (µm)
Medição Alternada
0 – 25 2
Elemento de Erro Máximo
Medição Face Superior
de Medição Faixa de Medição Erro Admissível
(mm) (µm)
Coluna Face Inferior 0 – 300 3,5
de Medição
300 – 600 4,5
600 – 1000 5,5
Figura 2.5 – Partes principais do padrão escalonado com tambor micrométrico e erros
admissíveis [26,27]
Ambos os métodos possuem limitações que tornam o ensaio demorado, caro e com
certos riscos para os padrões, como pode ser visto a seguir:
Fonte de Laser
+ 0, 0 0 0 0 + 0, 0 0 0 0
mm
mm
Essas limitações fazem com que se calibrem esses calibradores com menor
freqüência.
ESQUADROS DE AÇO
Classe de Tolerância de Tolerância de
exatidão perpendicularidade (µm) Planeza (µm)
00 2 + L/100 2 + L/250
0 5 + L/50 2 + L/100
1 10 + L/10 4 + L/50
2 20 + L/10 8 + L/25
ESQUADRO DE GRANITO ESQUADRO CILÍNDRICO
Tolerância de perpendicularidade (µm) Tolerância de perpendicularidade (µm)
2 + L/100 (L em mm) 2 + L/200 (L em mm)
Tolerância de cilindricidade (µm)
2 + L/200
Bloco padrão A
a) b)
a
Esquadro a calibrar
a
Desempeno Desempeno
c) d)
Medidor de deslocamento Medidor de deslocamento Medidor de deslocamento
D1
Esquadro
Esquadro de Esquadro cilíndrico
Suporte
referência cilíndrico Suporte
Suporte Medidor de deslocamento
D2
geratriz C
D1 = Diâmetro 1
D2 = Diâmetro 2
Neste método, coloca-se uma régua padrão paralela à régua a calibrar apoiadas
paralelamente à superfície de um desempeno sobre dois blocos padrão localizados
nos apoios de Bessel, isto é, nos pontos correspondentes à mínima de flexão. Com
um sistema de medição de deslocamento montado sobre a régua padrão e o
apalpador sobre a superfície da régua a calibrar compara-se as retilineidades (fig.
2.13).
Com tais sistemas de medição pode-se alcançar uma resolução de até 0,1 µm. Os
erros de medição são função proporcional do sistema de medição de deslocamento,
da qualidade da régua padrão e da distância entre as réguas. Pode ser alcançada
uma incerteza de medição até da ordem de ± (0,2 µm + 1,0 µm/m). Conhecendo-se
os erros sistemáticos da régua padrão, pode-se, com auxílio de um computador,
fazer uma compensação dos erros sistemáticos da régua padrão calibrada e desta
forma, obter-se resultados de medição com melhores incertezas [42].
2.7 Considerações
Nos métodos convencionais de calibração de medidas materializadas, apesar das
incertezas de medição reduzidas (figura 2.14), foram encontradas e apresentadas
limitações em relação aos procedimentos, flexibilidade e tempo de execução:
- Para a confiabilidade dos resultados na calibração é necessária a rastreabilidade
dos padrões, que no caso de calibrações de medidas materializadas pelos
métodos convencionais envolvem muitos padrões;
- alguns dispositivos e peças padrão complexas não podem ser calibrados por
métodos convencionais;
- nas empresas existe uma grande variedade de medidas materializadas, que
necessitam de rapidez na calibração, o que nem sempre é possível com métodos
convencionais;
- os custos da calibração nos métodos convencionais em geral são elevados;
- os procedimentos de calibração são pouco automatizados e dependem muito da
experiência do operador.
Capítulo 3
Em CMM com CAA, são realizadas correções em vários pontos por eixo, que são
armazenados no computador. Também são corrigidos os erros de
perpendicularidade entre os eixos, resultando uma correção total de 21
componentes de erros sistemáticos. Isto é válido para máquinas tipo portal em que
os erros das guias e posições não se influenciam entre si ou que podem ser
desconsiderados. As correções devem ser realizadas com rigor e existe a
necessidade de atualizá-los periodicamente.
CMM
CMM CMM LABORATORIAL
INDUSTRIAL LABORATORIAL COM CAA
Figura 3.2 – Incertezas de medição, faixa de medição e aplicações típicas para CMM
industrial, laboratorial e laboratorial com CAA
≈ ≈ ≈ ≈ ≈≈ Influências
simuladas
Exemplo do resultado:
diâmetro,
Influências de Erro forma,
posição,
orientação.
Influências
reais
CMM-
Medição Real software
Tarefa de Resultados,
Medição Incertezas
Estas três contribuições têm que ser estimadas ou avaliadas por experimentos e
adicionadas quadraticamente para produzir o valor de incerteza final para cada
componente de erro a ser considerado no método da CMM Virtual [60].
Simulação P x,y
de erros
Resultados +
P x,y,z + 0 0,05
+
+ Apalpadores
+
Nominal
+ + +
+
Estratégia
Software de de medição
Erros
análise
Geométricos e
(KALKOM e
TKAL) componentes MEDIÇÃO DA PEÇA
Cálculo do
Esfera de incerteza elemento
padrão geométrico
Pos.
Resultado
x geométrico
Estimativa de outras Ret. provável
componentes de incerteza
(cinemática, temperatura, Resultado
perturbações ...) medido
xInc. Diferença
Indicação
Erro provável +
x
Incerteza de medição
Pelo método da CMM Virtual, os erros geométricos da CMM são obtidos a partir de
medições de uma placa nos seus 3 planos coordenados, de modo a cobrir o volume
de medição da máquina e assim mapear todos os seus erros. Deste modo, todos os
efeitos se manifestam nos resultados das posições das esferas. Obtém-se, desta
forma, componentes de erros como posicionamento, retilineidade, inclinação e
perpendicularidade. Estes erros também podem ser determinados por métodos de
ensaios geométricos convencionais. Adicionalmente, o ensaio de apalpação fornece
outras parcelas aleatórias e sistemáticas de incerteza. Além disso, a estabilidade
geométrica de longo prazo (obtida do histórico entre calibrações), os efeitos de
temperatura (análise cinemática dos efeitos dos gradientes), os efeitos de vibrações
e as impurezas são normalmente estimados para compor a incerteza total.
etapas:
− Cálculo dos pontos afetados pelos erros da CMM, para reconstrução do seu
comportamento geométrico a partir da base de erros e de incertezas, como se o
elemento geométrico tivesse sido realmente medido por ela;
− Cálculo do elemento geométrico sobre estes pontos agora afetados pelos erros da
CMM (o software de avaliação determina o resultado geométrico provável). A
diferença entre este resultado calculado e aqueles valores nominais, que
alimentaram a simulação, caracteriza o erro provável na medi ção do elemento
geométrico sob as condições específicas;
3.3 Considerações
Neste capítulo mostrou-se que é possível diminuir a incerteza de medição da CMM,
através de melhoramentos do projeto, fabricação e correção de erros. Tem-se como
exemplo a incerteza de uma CMM com CAA, onde a incerteza tridimensional é:
U3D = (0,7+L/600) µm.
Além disso, um método para avaliar a incerteza de medição de CMM foi explanado:
Método da CMM Virtual. Este método serve para estimar a incerteza de medição
com as vantagens citadas anteriormente.
Capítulo 4
Estratégias de Viabilização da
Calibração de Medidas Materializadas
em CMM
Neste capítulo são apresentadas as estratégias para calibração de medidas
materializadas em CMM, tendo como base os métodos da CMM Virtual, do
rebatimento e da comparação. Com o método CMM Virtual simula-se, através de
um programa de computador, as tarefas de calibração de medidas materializadas,
obtendo-se informações antecipadas sobre incertezas e ainda escolhe -se a região
dentro do volume de medição da CMM com menor incerteza de medição. Os
métodos do rebatimento e da comparação serão utilizados complementando a
simulação para reduzir ainda mais a incerteza da medição.
- erros geométricos de posição são evitados, de forma mais segura pelo emprego
do método da comparação e procurando obedecer o princípio de Abbé;
- deve -se se dar atenção especial à temperatura em virtude da deformação térmica
sofrida pela CMM, padrões e medidas materializadas.
Este software pressupõe que uma placa de esferas ou furos calibrada tenha sido
medida duas vezes em cada um dos planos coordenados da CMM (Fig. 4.2). Para
tanto, as projeções ortogonais aos dois primeiros eixos da cadeia cinemática foram
medidos com dois apalpadores distintos, assim como a projeção ortogonal ao
38
terceiro eixo foi medida em duas posições paralelas deslocadas (Fig. 4.3).
Z
11
31
21
Y
12 32 22
X
Projeção 1 Projeção 3 Projeção 2
Duas Posições Uma Posição Uma Posição
Um Apalpador Dois Apalpadores Dois Apalpadores
Figura 4.3 – Posições da placa para a determinação dos desvios geométricos [65]
39
Medição Simulação
Carregar ou definir os
apalpadores
Avaliar Avaliar
a) Sistema coordenado
As especificações do Megakal são feitas no sistema coordenado da máquina. O eixo
Z da máquina situa-se na posição vertical. A figura 4.5 mostra a localização do
sistema coordenado na máquina.
40
YCMM
XCMM Y
Desta forma, pode-se instalar até cinco apalpadores ao mesmo tempo, que são
automaticamente selecionados na simulação de acordo com a direção preferencial
de apalpação. É selecionado o apalpador cuja direção preferencial melhor se adapte
à normal à superfície apalpada, ou seja, aquele onde o ângulo alfa entre a direção
de apalpação e a direção preferencial seja mínimo, como pode ser visto na figura
4.6.
41
Para tanto devem ser previstos apalpadores para determinadas faixas de apalpação.
A direção preferencial de apalpação oferece uma possibilidade simples de controlar
a utilização de apalpadores sem que seja necessário prescrever individualmente o
apalpador para cada ponto de apalpação. A título de exemplo, a figura 4.7 mostra a
aplicação de apalpadores em um círculo no plano XZ.
se partes do apalpador colidem com a peça ou se uma apalpação ocorre por dentro
da peça. Entretanto, isto pode ser evitado na maioria das vezes por uma escolha
conveniente das direções preferenciais de apalpação.
- Distância (comprimento): uma distância é definida pelo seu ponto final e pelo
seu método de apalpação (uni ou bidirecional, interna ou externa – fig. 4.8). Este
elemento pode ser usado na simulação da medição de um bloco padrão.
- Círculo: um círculo de apalpação é descrito pelo seu centro P0, seu diâmetro D,
sua orientação no espaço N e por uma malha de apalpações dW (figura 4.10), o
círculo pode ser apalpado por dentro (furo) e por fora (eixo). Na definição deve ser
especificado se a avaliação acontece em 2D ou 3D. São necessários no mínimo três
pontos para compor um elemento médio na avaliação.
A figura 4.11 mostra o elemento círculo gerado pelo Megakal, com centro P0(200,
250, 0), diâmetro igual a 300 mm, orientado na direção do vetor normal N(0, 1, 1) e
com uma malha de apalpação definida por um intervalo dW igual a 5º.
44
- Esfera: uma esfera é descrita pelo seu centro P0 e pelo seu diâmetro D. A malha
para a distribuição de pontos é determinada pelo azimute e elevação (figura 4.12). A
distribuição dos seus pontos de medição pode ser pelos ângulos de azimute e de
elevação. O ângulo de azimute é medido no plano XY, partindo do eixo X no sentido
anti-horário. A elevação do plano XY na direção da calota superior (+Z) é positiva e,
inversamente, negativa na direção da calota inferior. São necessários no mínimo 4
pontos para compor um elemento para a avaliação.
Na figura 4.13, o centro da semi -esfera é P0(300, 200, 0) e seu diâmetro mede 350
mm. Os pontos são distribuídos uniformemente ao longo de toda a superfície
esférica, em um ângulo de azimute de 0 a 360 graus e em um ângulo de elevação de
-90 a +90 graus. No exemplo, para apalpar apenas o hemisfério superior, o limite de
elevação inferior foi definido como 0 grau. A apalpação múltipla de um polo na
geração dos pontos é evitada em qualquer caso.
d) Resultado da simulação
O resultado propriamente é uma descrição dos elementos nominal e ajustado, e
uma comparação entre eles. Uma análise estatística é emitida adicionalmente, de
modo equivalente às especificações dos softwares de avaliação usuais. Entretanto,
na interpretação da estatística deve -se considerar que o desvio padrão surge apenas
através dos desvios de medição da CMM simulada, pois o elemento medido é ideal.
I 2 ( x ) = −M ( x ) + R( x ) (4.2)
47
Onde:
I1(x) = Indicação do sistema de medição na posição 1.
M(x) = Desvio de retilineidade da CMM.
R(x) = Desvio de retilineidade da régua.
I2(x) = Indicação do sistema de medição na posição 2.
Então:
M (x ) = [I 1 ( x ) − I 2 ( x )] 2 (4.3)
R( x ) = [I 1 (x ) + I 2 ( x )] 2 (4.4)
I2 = α − β (4.6)
48
Onde:
I1 = Indicação do sistema de medição na posição 1.
α = Desvio de perpendicularidade do eixo da CMM.
β = Desvio de perpendicularidade do esquadro.
I2 = Indicação do sistema de medição na posição 2.
Então:
α = (I1 + I 2 ) 2 (4.7)
β = (I 1 − I 2 ) 2 (4.8)
M(y)
I1
α β
Esquadro
M(x)
M(y)
β α
I2
Esquadro
M(x)
Devido à complexa estrutura de erros das CMMs, as calibrações deste tipo somente
são válidas para medidas materializadas com essencialmente a mesma forma
geométrica e tamanho do padrão de referência utilizado, medida na mesma
localização e usando a mesma estratégia de medição.
Padrão
∗ Estes valores devem ser verificados experimentalmente na CMM para cada tarefa
A incerteza da CMM pode ser obtida através da calibração da CMM com Placa de
Esferas – Método CMM Virtual ou com padrão escalonado. Obtêm-se:
U CMM = A + B.L (4.10)
Onde:
A = Parcela da incerteza de medição independente do comprimento.
B = Parcela da incerteza de medição dependente do comprimento.
L = Comprimento avaliado.
Onde:
Iap1D = Incerteza de apalpação 1D (Medição segundo um dos eixos da CMM),
obtida através de bloco padrão ≤ 30 mm.
Inl = Incerteza devido a não linearidade da CMM, obtido através de resultado
experimental do ensaio com laser interferométrico ou padrão
escalonado.
Ipos = Incerteza devido a diferença de posicionamento do padrão e da medida
materializada no volume da CMM.
53
Uterm 2 VT 2
UTMM = LMM .α MM ( ) +( ) (4.16)
2 2 3
Onde:
UTMM = Incerteza da medição da temperatura da medida materializada.
LMM = Comprimento da medida materializada.
α MM = Coeficiente de expansão térmica da medida materializada.
Uterm = Incerteza expandida do termômetro.
VT = Variação da temperatura, considerada nos casos onde for significativa
a variação no tempo.
Onde:
TMáx = Temperatura máxima.
TMin = Temperatura mínima.
Uterm 2 VT 2
UTP = L P .α P ( ) +( ) (4.14)
2 2 3
Onde:
UTP = Incerteza da medição da temperatura do padrão.
LP = Comprimento do padrão.
αP = Coeficiente de expansão térmica do padrão.
Uterm = Incerteza expandida do termômetro.
VT = Variação da temperatura.
54
Onde:
UTemp = Incerteza da medição devido a não correção das temperaturas.
LP = Comprimento do padrão.
αP = Coeficiente de expansão térmica do padrão.
LMM = Comprimento da medida materializada.
α MM = Coeficiente de expansão térmica da medida materializada.
∆TP, = Variação das temperaturas do padrão e da medida materializada em
∆TMM relação à temperatura de referência (20 °C).
Onde:
LP = Comprimento do padrão.
Uα P = Incerteza do coeficiente de expansão térmica do padrão.
∆Tp = Variação da temperatura do padrão em relação à temperatura de
referência.
LMM = Comprimento da medida materializada.
Uα MM = Incerteza do coeficiente de expansão térmica da medida materializada
∆TMM = Variação da temperatura da medida materializada em relação à
temperatura de referência.
s
uA = (4.17)
n
Onde:
s = Desvio padrão.
n = Número de medidas.
k) Incerteza Combinada – uc
A incerteza combinada (uc) da influência das várias fontes de incerteza é estimada a
partir das incertezas padrão de cada fonte de erro por :
Onde:
ui = incerteza padrão associada a i-ésima fonte de incerteza.
l) Incerteza Expandida – U
Na engenharia é comum o trabalho com níveis da confiança de 95%. Para atingir
níveis de confiança de aproximadamente 95%, a incerteza combinada - uc deve ser
multiplicada pelo fator de abrangência (o fator de Student), calculando-se a
incerteza expandida (U).
Assim:
U = k . uc (4.19)
Onde:
uc = Incerteza Combinada.
k = Fator de abrangência.
O número de graus de liberdade efetivos (νef) é obtido através da equação de Welch-
Satterthwaite:
56
u c4
ν ef = (4.20)
N
u i4
∑
i =1 ν i
Onde:
uc = Incerteza Combinada.
ui = Incerteza padrão associada a i-ésima fonte de incerteza
υi = Número de graus de liberdade associado a i-ésima fonte de incerteza
N = número total de fontes de incertezas analisadas.
νef 18 20 25 30 35 40 45 50 60 80 100 ∞
k 2,15 2,13 2,11 2,09 2,07 2,06 2,06 2,05 2,04 2,03 2,02 2,00
Para valores fracionários de νef , interpolação linear pode ser usada se νef > 3.
Alternativamente o valor de k corresponde ao valor de νef imediatamente inferior na
tabela pode ser adotado.
Capítulo 5
A máquina que foi objeto do estudo é uma CMM tipo portal, instalada no
Laboratório de Medição por Coordenadas da Fundação CERTI, Florianópolis – SC,
possuindo as seguintes características:
- Fabricante: Zeiss
- Modelo: ZMC - 550
- Identificação: RC - 0542
- Volume de medição:
Eixo X - 0 a 550 mm
Eixo Y - 0 a 500 mm
Eixo Z - 0 a 450 mm
- Resolução: 0,1 µm
- Incertezas de medição 1D e 3D, especificado pelo fabricante segundo VDI/VDE
2617:
U1D = (1,0 + L/400) µm
U3D = (1,5 + L/250) µm
Onde: L é um comprimento qualquer em mm.
Para que os resultados das simulações sejam os mais abrangentes possíveis, optou-
se por simular medições de distâncias e de diâmetros de 100 mm, para analisar o
comportamento da máquina para pequenos comprimentos e de 400 mm para
analisar o comportamento para grandes comprimentos dentro do volume de
medição.
59
Z Fundo
Esquerda
X Y
Direita
Frente
Como conclusão final, tem-se que a melhor posição para se efetuar a medição de
distâncias de 100 mm, na CMM em estudo, é colocá-las paralelas ao eixo Y,
próxima à mesa, na direita e no fundo.
tkal ynt5)
Após a realização das simulações, conclui-se que não vale a pena apalpar o círculo
em mais de 36 pontos, uma vez que a incerteza reduz pouco. Para medições que
não exijam uma pequena incerteza de medição, aconselha-se medir o diâmetro do
circulo através da apalpação de 4 pontos, para medições que exijam pequena
incerteza de medição, aconselha-se utilizar no máximo 36 pontos de apalpação.
Incerteza (µm)
Diâmetros 100 mm Centro Plano 4 pts apalp. 36 pts apalp. 120 pts apalp. Apalpador
(200,200,-300) 1,5 1,4 1,4
(400,100,-300) 1,6 1,4 1,4
XY tkal zn1
(400,400,-300) 1,5 1,5 1,5
(100,250,-300) 1,9 1,7 1,6
(100,250,-250) 1,7 1,6 1,6
(250,250,-250) 1,7 1,6 1,6 tkal xnt2
(350,100,-250) 1,4 1,4 1,3
YZ
(350,100,-250) 1,6 tkal xpt4
(350,400,-250) 1,5 tkal xnt2
(350,400,-250) 1,6 tkal xpt4
(100,250,-250) 1,4 1,3
(250,250,-250) 1,3 1,0
tkal ynt5
(400,100,-250) XZ 1,2 1,1
(400,400,-250) 1,2 1,1
(400,400,-250) 1,3 tkal ypt3
Valor máximo (µm) 1,9 1,7 1,6
Valor mínimo (µm) 1,2 1,0 1,3
Desvio padrão (µm) 0,2 0,2 0,1
Melhor Posição:
embaixo, meio, meio, plano XZ,
apalpador tkal ynt5
Para a simulação da medição de círculos de 400 mm, não foram mais utilizados 120
pontos de apalpação, porque concluiu-se no item anterior que seu uso é inviável.
No restante, foram utilizados os mesmos critérios das simulações de círculos de 100
mm de diâmetro (Fig. 5.6).
Incerteza (µ m)
Diâmetros 400 mm Centro Plano 4 pts apalp. 36 pts apalp. Apalpador
(250,250,-300) 2,2 1,9
(250,250,-200) XY 1,9 1,9 tkal zn1
(250,250,-100) 2,0 1,8
(100,250,-130) 2,3 2,3
(250,250,-130) 2,4 2,3 tkal xnt2
YZ
2,5 2,3
(350,250,-130)
2,5 tkal xpt4
(250,100,-130) 1,5 1,4 tkal ynt5
1,6 1,5 tkal ynt5
(250,250,-130)
XZ 1,8 tkal ypt3
1,7 1,6 tkal ynt5
(250,400,-130)
2,0 tkal ypt3
Valor máximo (µm) 2,5 2,5
Valor mínimo (µm) 1,5 1,4
Desvio padrão (µm) 0,37 0,37
Melhor Posição:
esquerda, plano XZ,
apalpador tkal ynt5
Para círculos paralelos ao plano XY, foram simuladas 3 posições diferentes: próxima
à mesa de medição, em uma altura média e no alto. Para este plano, a menor
incerteza é encontrada em uma altura média.
a menor de todas.
Um bloco padrão de aço com comprimento nominal de 500 mm, foi calibrado na
CMM com CNC especificada no item 5.1, com incerteza de medição unidirecional
especificada pelo fabricante de U 1D= (1 + L/400) µm.
Inl = Incerteza devido à não linearidade da CMM é 0,6 µm, como o bloco padrão a
calibrar tem o mesmo comprimento do bloco padrão de referência, Inl = 0,0 µm.
Ipos = Incerteza devido à diferença de posicionamento do bloco padrão de referência
e do bloco padrão a calibrar no volume da CMM = Inl/2 = 0,0 µm.
Blocos padrão
Pontos de apoio
Onde:
Uα BPref - Incerteza do coeficiente de expansão térmica do bloco padrão referência =
1.10-6 K-1
Uα BP - Incerteza do coeficiente de expansão térmica do bloco padrão a calibrar =
1.10-6 K-1
67
1,342.10 −4
uA = = 0, 00006mm ou u A = 0,06µ m
5
MI = 499,9995 mm
Média da Indicação corrigida = MIc = 499,99950 + 0,00042 = 499,99992 mm
Erro do meio (EM)= MIc – Comprimento Nominal = 499,99992 – 500,0000 = - 0,08 µm
Comprimento Erro do meio - EM Incerteza Expandida Fator de
efetivo (mm) (µm) U(µm) Abrangência - k
499,9999 -0,08 0,7 2,03
Para escolha de uma CMM para calibração de blocos padrão tem-se na figura 5.13
a relação entre as incertezas de medição de CMMs tipo portal e 1/3 do desvio
admissível dos blocos padrão, onde pode ser avaliada qual CMM deve ser utilizada,
em função das classes de erros e comprimentos dos blocos padrão.
A CMM1 é uma máquina com CAA, com incerteza de medição U1D = (1+L/400) µm,
a CMM2 é a CMM1 quando se utilizam os Métodos da CMM Virtual e da
comparação e a CMM3 é a CMM1 com o método da CMM Virtual, U1D = (1+L/670)
µm. A CMM4 é uma máquina com U1D = (0,5+L/670) µm e a CMM5 é a CMM4
utilizando o método da comparação. A CMM6 é uma máquina com incerteza U1D =
(2,5+L/250) µm e CMM7 é uma CMM manual e sem CAA com U1D = (3,0+L/250)
µm.
Pode-se observar, por exemplo, que com a CMM2, CMM que utiliza os métodos da
CMM virtual e da comparação, pode-se determinar o erro do meio de blocos padrão
da classe 0 acima de 500 mm, classe K e 1 acima de 200 mm e classe 2 acima de
90 mm. Com a CMM7 só é possível determinar o erro do meio de blocos classe 2,
acima de 400mm.
73
CMM 7
CMM 6
CMM 1
CMM 4
CMM 3
CMM 5
CMM 2
Figura 5.13 – Relação entre Incerteza de Medição de CMMs e Desvio admissível dos
blocos padrão
CMM
CMM
Blocos
Blocos Padrões Padrão
Padrão
Escalonados Padrão
Escalonado
Para calibração com indicador analógico, assume -se como valor de incerteza, devida
à divisão da escala, a própria resolução adotada e distribuição retangular.
∆TBP , ∆TPE – Variações das temperaturas do bloco padrão e padrão escalonado em relação à
temperatura de referência 20°C.
CMM
Padrão
escalonado Bloco padrão
350 mm
Bloco padrão
10 mm
U = k . u c = 2, 0 µm
Ci ui υ i ou υ eff
COMPONENTES DE INCERTEZA DISTR. DE PROBABILIDADES
VALOR
Símbolo FONTES TIPO DIVISOR
± [ mm ] ± [ mm ]
U CMM Incerteza da CMM 0,0010 Normal 2 1 0,0005 50
U Res Incerteza devida à Resolução do Parafuso 0,0010 Retangular 1,7321 1 0,0006 infinito
U Dif Temp Diferença de Temp. entre Paraf. e Escala CMM **** **** **** **** **** ****
U BP10 Incerteza do Bloco Padrão de 10 mm **** **** **** **** **** ****
U Fix Estabilidade da Fixação do Padrão Escalonado **** **** **** **** **** ****
u A Incerteza Padrão Tipo A 0,0005 Normal 1,000 1 0,0005 2
Ci ui υ i ou υ eff
COMPONENTES DE INCERTEZA DISTR. DE PROBABILIDADES
VALOR
Símbolo FONTES TIPO DIVISOR ± [ mm ]
± [ mm ]
U CMM Incerteza da CMM 0,0010 Normal 2 1 0,0005 50
U Dif.Temp Diferença de Temp. entre BP e Padrão Esc. 0,0004 Retangular 1,7321 1 0,0002 infinito
U BP10 Incerteza do Bloco Padrão de 10 mm **** **** **** **** **** ****
U BP Incerteza do Bloco Padrão de 350 mm **** **** **** **** **** ****
U Flut. Flutuação do Zero 0,0002 Retangular 1,7321 1 0,0001 infinito
U Fix.BP Estabilidade de fixação do BP 0,0001 Retangular 1,7321 1 0,0001 infinito
U Fix Estabilidade da Fixação do Padrão Escalonado **** **** **** **** **** ****
uA Incerteza Padrão Tipo A **** **** **** **** **** ****
INDICAÇÃO CORREÇÃO U k
NO SMC
[mm] [mm] +/- [mm]
Coluna de Ressaltos - Face Superior
50 0,0000 0,0011 2,04
100 -0,0015 0,0011 2,04
150 -0,0040 0,0011 2,04
200 -0,0056 0,0011 2,04
250 -0,0060 0,0012 2,03
Coluna de Ressaltos - Face Inferior
25 0,0000 0,0011 2,04
75 -0,0013 0,0011 2,04
125 -0,0036 0,0011 2,04
175 -0,0048 0,0011 2,04
225 -0,0055 0,0012 2,04
275 -0,0059 0,0012 2,03
Para os calibradores anéis lisos cilíndricos, que podem ser utilizados na verificação
de eixos e na calibração e zeragem de sistemas de medição, são necessários, em
alguns casos, além do controle do diâmetro, também o controle da circularidade.
Normalmente, para a calibração é utilizado o método da comparação na Máquina de
Abbé (Máquina de Medir Longitudinal) para a verificação do diâmetro e a Máquina
de Medição de Formas para a avaliação da circularidade. Na verificação dos
diâmetros na Máquina de Abbé as limitações encontradas são:
- operação manual para as medições;
- necessidade de montagem de dispositivos diferentes em função do tipo de
calibrador;
- os sistemas de medição convencionais, normalmente, não permitem a fixação de
vários calibradores para a calibração;
- o tempo de calibração é elevado (por exemplo, para calibrador anel de 20 a 30
minutos).
Anel à calibrar
Anel de referência
Com o objetivo de avaliar e validar a CMM para calibração de calibrador anel liso
cilíndrico, as calibrações foram realizadas em um anel padrão previamente
calibrado na posição angular de 90º e altura H/2 pelo PTB. Os resultados
encontrados para medição de diâmetro foram compatíveis, também foram
comparados os tempos de calibração (preparação, calibração e certificado) onde
observa um menor tempo da CMM comparado com a Máquina de Abbé, como pode
ser visto na figura 5.26.
87
Figura 5.26 – Comparação calibração CMM, Máquina de Abbé com resultado PTB –
Medição de Diâmetro
7
IT 4
IT 3
5
Ucmm, IT/3 (µm)
4
IT 2
CMM 5
3 CMM 4
CMM 1
2 CMM 2
CMM 3
0
0 100 200 300 400 500
L(mm)
Com estes resultados são avaliados a perpendicularidade das retas da face maior,
em relação à superfície da face menor e entre as superfícies.
Onde:
MI (Rebatido) = Média das indicações do esquadro posição - rebatido
MI (Original) = Média das indicações do esquadro posição - original
- a retilineidade de cada face (seção média);
- a planeza das faces.
- Variações de Temperaturas
Antes da calibração, é necessário cuidado para que o esquadro e a máquina se
estabilizem à temperatura do laboratório. A diferença entre a temperatura do
esquadro e da máquina é assumida como sendo de ± 0,1 ºC. A diferença entre a
temperatura média do esquadro e da máquina e a temperatur a de referência é
estimada em ±0,2 ºC, considerando a variação de temperatura durante as medições
e a incerteza na medição da temperatura.
que tem distribuição retangular entre ± 0,2 º C e incerteza padrão u (∆t ) = 0,2 3.
uTemp = L δ α u ( ∆t ) 2 + ∆t 2u (δ α ) 2 + u ( ∆t ) 2 u (δ α ) 2
2
Capítulo 6
Considerações Operacionais,
Econômicas e Metrológicas
Este capítulo sintetiza a comparação dos aspectos operacional, econômico e
metrológico nas estratégias e nos métodos convencionais de calibração de medidas
materializadas. Essa análise fundamenta os argumentos para a validação das
estratégias de calibração desenvolvidas neste trabalho, indica as principais
limitações a serem superadas, e destaca as contribuições técnico-científicas.
estará isento de tarefas que consumam tempo, tais como geração manual das
medidas, checagem da seqüência de calibração, desenvolvimento de cálculos, com o
benefício adicional de que os modelos mais sofisticados podem medir desvios
geométricos, perfis e superfícies.
As CMMs com CNC eliminam certos erros humanos e reduzem tarefas que operador
deve executar. Com os métodos convencionais, medidas materializadas complexas
envolvendo inspeções dimensionais freqüentemente sugerem o uso de dispositivos
para reduzir o tempo de calibração. Tais dispositivos têm custos elevados, tomam
tempo para serem projetados e fabricados. A CMM, por outro lado, normalmente
não requer dispositivo.
Figura 6.2 - Comparação tempo calibração (min) e custos (R$) para um Calibrador
anel liso cilíndrico de 100 mm
Na figura 6.4 tem-se a comparação das incertezas das medições das estratégias
propostas e dos métodos convencionais para a calibração de algumas medidas
materializadas.
100
Figura 6.4- Comparação das incertezas de medição nos métodos propostos e nos
convencionais
101
Capítulo 7
Conclusões
A pesquisa realizada neste trabalho resultou no desenvolvimento de estratégias que
permitem realizar calibrações em CMMs de medidas materializadas de algumas
dimensões e classes de erros com confiabilidade metrológica próxima aos métodos
convencionais, mas com vantagens operacionais e econômicas. As CMMs têm ainda
vantagens de poderem ser utilizadas na medição de peças e calibração de
instrumentos de medição.
Uma das comparações de tempo e custos das calibrações realizadas neste capítulo
pode ser visualizada resumidamente na figura 6.2, atestando de forma conclusiva
que para calibração de lotes de medidas materializadas é muito vantajosa
economicamente a calibração utilizando CMM. Para um lote de 10 medidas
materializadas tem-se uma redução do tempo de calibração de 40 % e do custo de
20 % realizando a calibração na CMM, redução que aumenta ainda mais com lotes
maiores devido à redução do tempo de calibração. Conseguiu-se essas reduções
com confiabilidade metrológica, no método convencional com uma incerteza de
medição de 0,7 µm e na CMM uma incerteza de 1,0 µm.
102
Referências Bibliográficas
[1] PFEIFER, T.; Manual de gestión e ingeniería de la calidad. Spain:
TORRES, F. Mira Editores, 1999. 589 p.
[51] KUNZMANN, H.; Performance of CMM. Annals of the CIRP, Vol. 37/2,
WALDELE, F. pp. 633-640, 1988.