20soluções para Olimpiadas de Matemática
20soluções para Olimpiadas de Matemática
20soluções para Olimpiadas de Matemática
Internacionais de Matemática. v. 3.
DOI: 10.11606/9786587023144
Pirassununga - SP
FACULDADE DE ZOOTECNIA E ENGENHARIA DE ALIMENTOS (FZEA)
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO (USP)
2021
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
Reitor: Prof. Dr. Vahan Agopyan
Vice-Reitor: Prof. Dr. Antonio Carlos Hernandes
Esta obra é de acesso aberto. É permitida a reprodução parcial ou total desta obra, desde que citada a fonte
e a autoria e respeitando a Licença Creative Commons indicada.
Dedico este livro a minha família.
AGRADECIMENTOS
Agradeço aos Professores Doutores Alessandro Firmiano de Jesus e João Paulo Martins
dos Santos, da Academia da Força Aérea de Pirassununga, pela revisão e comentários em vários
problemas.
Vestibulares para professores. Desenvolve projetos de pesquisa nas áreas de ensino e resolução
de problemas de Olimpíadas.
copia Molecular (CNR), Bolonha, Itália em 1998-1999. Doutor em Física pela Universidade
Nacional (PROFMAT) pela UFSCar em 2019. Segue link para uma lista de publicações do
autor.
Título Curto
Resumo
Abstract
Referências . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
1 Introdução 10
1.1 Enunciados dos vinte problemas de olimpíadas internacionais . . . . . . . . . . . 10
2.3.1 Resolução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
2009. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
IMO 2009. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25
IGO 2015. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27
2.7.1 Resolução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28
3 Baricentro 30
3.1 Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30
4 Incírculos e exincírculos 48
4.1 Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 48
IMO 1999. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 59
SL IMO 2006. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 63
Capítulo 1
Introdução
Nesta oportunidade são discutidos outros vinte desaos de Geometria Plana Euclidiana. O
texto conta com 54 guras que facilitam acompanhar a resolução. A maior parte tem como
Este livro faz parte de um projeto de longo prazo de resolução de problemas de Olimpíadas
Internacionais de Matemáticas. Outras publicações anteriores são [3], [4], [5], [6], [7], [8] e [9].
A Geometria é muito ampla. Escolhemos discutir alguns assuntos, mas sem a pretensão de
inglesa e nas publicações das competições. Usando argumentos menos rebuscados, focamos na
apresentação mais detalhada das transições, possibilitando que alunos e professores consigam
Parte deste material didático também é usado durante algumas das aulas do curso Ge-
todo o Brasil. O mesmo acontece na modalidade EaD pela plataforma de Cultura e Extensão
da USP.
nacionais
Primeiro tentar resolver sem consultar a solução. Para conferir, ou caso no conseguir
avançar, clicar no link indicado pelo número do problema. Para outros conceitos básicos estudar
Problema 4 Seja ABCD um quadrilátero circunscritível. Seja g uma reta que passa
por A e encontra as retas BC e CD em M e N, respectivamente. Denotar por I1 , I2 , e I3
Problema 6 Seja ABCD um quadrilátero cíclico. Mostrar que os baricentros dos triân-
gulos ABC, BCD, CDA e DAB pertencem a um mesma circunferência.
4S 2
abda db + bcdb dc + cadc da ≤ .
3
possíveis.
Problema 9 Dado um triângulo não equilátero ABC, com os vértices listados em sentido
anti-horário, encontrar o lugar geométrico dos centroides dos triângulos equiláteros A0 B 0 C 0
exincírculos dos triângulos ACM e BCM nos lados AM e BM, respectivamente. Sejam r e ρ
que
r1 r2 r
· = .
ρ1 ρ2 ρ
Problema 12 No plano, sejam dadas uma circunferência c, uma reta l tangente a c, e um
ponto M sobre l. Encontrar o lugar geométrico dos pontos P que têm a seguinte propriedade:
dos exincírculos dos triângulos ABX e ADY, que tocam os lados BX e DY, respectivamente.
Problema 16 Num quadrângulo convexo com área 32 cm2 , a soma dos comprimentos
de dois lados não adjacentes e uma diagonal é igual a 16 cm. a) Qual é o comprimento da
mínimo? c) Será possível escolher os lados para que o perímetro seja um máximo?
BC CA AB
+ +
PD PE PF
Capítulo 2
Quadriláteros Inscritíveis e
Circunscritíveis
2.1 Introdução
No Problema 1, P4 da IMO 1967, são dados dois triângulos acutângulos e se pede descrever
indicar e justicar qual desses triângulos possíveis é o de maior área. O uso do conceito de arco
determinar um ângulo. São usadas as denições de eixo e centro radical e quadriláteros cíclicos.
e se pede provar que a tangência a uma circunferência implica na igualdade de dois segmentos.
duas circunferências é dada e se pede provar que determinado ponto divide um arco a metade.
isósceles.
Iniciamos com uma introdução dos conceitos básicos sobre quadriláteros inscritíveis e
circunscritíveis.
CAPÍTULO 2. QUADRILÁTEROS INSCRITÍVEIS E CIRCUNSCRITÍVEIS 15
Denição 1. Um quadrilátero é chamado inscritível ou cíclico quando todos seus vértices per-
tencem a uma mesma circunferência.
Proposição 1. Um quadrilátero ABCD é inscritível se, e somente se, a soma dos ângulos
opostos é 180◦ :
∠ABC + ∠ADC = 180◦ ,
2α + 2β = 360◦ ,
α + β = 180◦ .
Isto é, ∠ABC + ∠ADC = 180◦ . Analogamente se mostra que ∠BAD + ∠BCD = 180◦ .
Figura 2.2.1: Guia para a demonstração da Proposição 1. Prova da primeira parte. Versão
interativa aqui.
Fonte: O autor.
A Figura 2.2.2 permite acompanhar a prova da segunda parte. Por hipótese temos que a
soma dos ângulos opostos no quadrilátero convexo ABCD é 180◦ . Por exemplo,
Supomos, por absurdo, que ABCD não seja inscritível. Isto é, o ponto C não pertence
a circunferência c circunscrita ao 4ABD . Traçamos a reta CB e marcamos o ponto E na
interseção de CB com c. Por construção, ABED é inscritível e segue, pela primeira parte da
demonstração, que
Figura 2.2.2: Guia para a demonstração da Proposição 1. Prova da segunda parte. Versão
interativa aqui.
Fonte: O autor.
Proposição 2. Um quadrilátero é inscritível se, e somente se, o ângulo entre um lado e uma
diagonal é igual ao ângulo entre o lado oposto e a outra diagonal.
Fonte: O autor.
AC.
Fonte: O autor.
Denição 2. Um quadrilátero ABCD é chamado circunscritível quando todos seus lados (ou
as extensões dos lados) são tangentes externamente a uma circunferência c. Isto é, c é dita
inscrita no quadrilátero e ABCD circunscrito à c.
Demonstração. A Figura 2.2.5 permite acompanhar a prova da ida. Por hipótese temos um
AB + CD = (HA + BF ) + (F C + DH)
AB + CD = BC + AD.
Analogamente,
AJ + CI = AI + JC.
Figura 2.2.5: Guia para a demonstração do Teorema 4. Prova da ida. Versão interativa aqui.
Fonte: O autor.
Itália [11].
2.3.1 Resolução
∠C0 SA0 = 180◦ − β. Logo, ∠A0 SB0 = α + β. Como α + β + γ = 180◦ segue que o quadrilátero
A0 CB0 S é cíclico e S ∈ kc . A Figura 2.3.1 mostra uma construção geométrica inicial.
Figura 2.3.1: Uma construção geométrica inicial para o Problema 1. Versão interativa aqui.
Fonte: O autor.
Fonte: O autor.
P5 IMO 1985.
A IMO 1985 foi realizada na cidade de Joutsa, Finlândia [10]. Problema 22 da lista curta
e escolhido como P5 da competição, proposto pela delegação da Rússia [11].
Figura 2.4.1: Construção geométrica inicial para o Problema 2. Versão interativa aqui.
Fonte: O autor.
P = AC ∩ KN ∩ M B.
Como os quadriláteros BN KM e N CAK são cíclicos temos:
KN EA é cíclico:
Os triângulos M EN e OEN são isósceles com a mesma base EN, segue que M E = M N e
OE = ON. Os pontos O e M pertencem a mediatriz do segmento EN, disto concluímos que
OM ⊥ EN. A Figura 2.4.2 mostra uma construção geométrica.
Fonte: O autor.
A IMO 2009 foi realizada na cidade de Brémen, Alemanha [10]. Problema 17 da lista
Figura 2.5.1: Construção geométrica inicial para o Problema 3. Versão interativa aqui.
Fonte: O autor.
AQ AP QP
= = . (2.5.2)
ML MK LK
AQ ML PC
De (2.5.1) e (2.5.2) temos
AP
= MK
= QB
. Logo,
AQ · QB = AP · P C. (2.5.3)
Fonte: O autor.
Problema 4. Seja ABCD um quadrilátero circunscritível. Seja g uma reta que passa por A e
encontra as retas BC e CD em M e N, respectivamente. Denotar por I1 , I2 , e I3 os incentros
dos 4ABM, 4M N C e 4N DA, respectivamente. Mostrar que o ortocentro do 4I1 I2 I3 está
sobre g.
A IMO 2009 foi realizada na cidade de Brémen, Alemanha [10]. Problema 23 da lista
A Figura 2.6.1 mostra uma construção geométrica inicial. A circunferência c ilustra que
AB + CD = AD + BC.
Figura 2.6.1: Construção geométrica inicial para o Problema 4. Versão interativa aqui.
Fonte: O autor.
Isto é,
CD + AX = AD + CX.
como h é tangente à k3 .
Adicionalmente, como I3 C, I2 C, I1 C, I3 N e I1 I2 são bissetrizes, encontramos que
1 1
= (∠DCX + ∠XCB) = ∠DCB =
2 2
1
= (180◦ − ∠M CN ) = 180◦ − ∠M I2 N = ∠I3 I2 I1 .
2
O anterior permite concluir que os pontos C, I1 , I2 e I3 pertencem a uma mesma circunferência
d.
Sejam L1 e L3 C em relação as retas I2 I3 e I1 I2 , respectivamente.
as reexões do ponto
Fonte: O autor.
Fonte: O autor.
2.7.1 Resolução
Fonte: O autor.
Capítulo 3
Baricentro
3.1 Introdução
tros dos triângulos ABC, BCD, CDA e DAB pertencem a um mesma circunferência. Primeiro
se prova que o centroide do quadrilátero coincide com o centroide dos baricentros dos triângulos
citados. A seguir, uma homotetia com centro no centroide comum resolve o problema.
desao é interpretado como uma soma de áreas. Várias transformações de equivalência levam
arbitrariamente sobre duas circunferências (um em cada uma). É pedido encontrar o lugar
geométrico dos pontos médios de P1 e P2 , quando estes passam por todas as posições possíveis.
A Figura 3.2.1 mostra um triângulo ABC. Sejam D, E e F pontos médios dos lados
BC, CA e AB, respetivamente. As medianas AD, BE e CF concorrem no ponto G, chamado
médios dos lados BG e CG, respetivamente. Temos que o segmento HI é base média do
4GBC . Segue que HI k BC e HI = BC 2
.
Como EF k HI e EF = HI o quadrilátero EF HI é um paralelogramo e suas diagonais
Fonte: O autor.
Usaremos a notação S(P ) para referirmos a área do polígono P. A Figura 3.2.2 permite
acompanhar a Proposição 6.
S(ABC)
= S(CGMBC ) = S(CGMCA ) = S(AGMCA ) = .
6
Os triângulos AGB, BGC e CGA têm a mesma área. Isto é,
S(ABC)
S(AGB) = S(BGC) = S(CGA) = .
3
Os triângulos ACMAB , BCMAB , BAMBC , CAMBC , CBMCA e ABMCA têm a mesma área.
Isto é,
S(ACMAB ) = S(BCMAB ) = S(BAMBC ) =
S(ABC)
= S(CAMBC ) = S(CBMCA ) = S(ABMCA ) = .
2
Adicionalmente, os triângulos ACMAB e BCMAB têm a mesma altura e base de igual medida.
Logo,
S(ACMAB ) = S(BCMAB ).
S(ACG) = S(BCG).
Fonte: O autor.
Ai = (Aix , Aiy ), com 1≤i≤n e i, n ∈ N, pode ser provado [14] que o baricentro G se calcula
como: !
n n
1 X X
G= Aix , Aiy .
n i=1 i=1
Demonstração. A Figura 3.2.3 ilustra um triângulo ABC . Sejam D e E pontos médios dos
lados BC e CA, respectivamente. Sejam Ha e Hb os pés das alturas relativas aos vértices A
e B. Construímos o circuncentro O e o ortocentro H do triângulo ABC. Denotamos por G0 a
Figura 3.2.3: Guia para a demonstração. Os pontos H, G e O são colineares. Versão interativa
aqui.
Fonte: O autor.
IMO-1966.
Problema 6. Seja ABCD um quadrilátero cíclico. Mostrar que os baricentros dos triângulos
ABC, BCD, CDA e DAB pertencem a um mesma circunferência.
A IMO 1966 foi realizada na cidade de Sóa, Bulgária [10]. Problema 36 da lista longa,
Figura 3.3.1: Construção geométrica inicial para o Problema 6. Versão interativa aqui.
Fonte: O autor.
Demonstração. Temos:
1
D0 = · (Ax + Bx + Cx , Ay + By + Cy ) ,
3
1
A0 = · (Bx + Cx + Dx , By + Cy + Dy ) ,
3
1
B 0 = · (Cx + Dx + Ax , Cy + Dy + Ay ) ,
3
1
C 0 = · (Dx + Ax + Bx , Dy + Ay + By ) ,
3
onde J = (Jx , Jy ), com J = A, B, C e D.
Somando, por coordenadas, as quatro equações anteriores segue:
1
G0 = · Dx0 + A0x + Bx0 + Cx0 , Dy0 + A0y + By0 + Cy0 =
4
1
= · (3Ax + 3Bx + 3Cx + 3Dx , 3Ay + 3By + 3Cy + 3Dy ) =
12
1
= · (Ax + Bx + Cx + Dx , Ay + By + Cy + Dy ) = G
4
Demonstração. Temos:
1
· (Bx + Cx + Dx − 3Ax ) ,
Gx − Ax =
4
1
Gy − Ay = · (By + Cy + Dy − 3Ay ) ,
4
1
q
AG = · (Bx + Cx + Dx − 3Ax )2 + (By + Cy + Dy − 3Ay )2 .
4
Também temos:
1 1
A0x − Gx = · (Bx + Cx + Dx ) − · (Ax + Bx + Cx + Dx ) =
3 4
1
=· (Bx + Cx + Dx − 3Ax ) ,
12
1 1
A0y − Gy = · (By + Cy + Dy ) − · (Ay + By + Cy + Dy ) =
3 4
1
= · (By + Cy + Dy − 3Ay ) ,
12
1
q
0
GA = · (Bx + Cx + Dx − 3Ax )2 + (By + Cy + Dy − 3Ay )2 .
12
Com isto provamos que
AG
= 3.
GA0
O resto da demonstração é feita analogamente.
As duas proposições anteriores permitem armar que uma homotetia, com centro no ponto
Fonte: O autor.
4S 2
abda db + bcdb dc + cadc da ≤ . (3.4.1)
3
A IMO 1968 foi realizada na cidade de Moscou, Rússia [10]. Problema 9 da lista curta,
Fonte: O autor.
S2
Sa · Sb + Sb · Sc + Sc · Sa ≤ .
3
3 (Sa · Sb + Sb · Sc + Sc · Sa ) ≤ (Sa + Sb + Sc )2 .
direito
verdadeira. Todas as transformações usadas foram de equivalência, logo ca provado (3.4.1).
IMO-1974.
A IMO 1974 foi realizada na cidade de Erforte, Alemanha [10]. Problema 27 da lista
Fonte: O autor.
rência C1 e o centro de C2 sobre o eixo x. Isto é, C1 tem centro em (0, 0) e raio R1 e C2 centro
em (a, 0) e raio R2 .
As coordenadas dos pontos P1 e P2 podem ser escritas como:
Onde θ é um ângulo que serve de parâmetro para percorrer todos os pontos das circunferência
1
M12 = · (a + R1 · cos(θ) + R2 · cos(θ + δ), R1 · sen(θ) + R2 · sen(θ + δ)) .
2
Onde b = 12 a e
1
q
R12 = R12 + R22 + 2R1 R2 cos(δ),
2
R2 · sen(δ)
tan(γ) = .
R1 + R2 · cos(δ)
Isto é, M12 descreve uma circunferência com centro em (b, 0), desfasagem γ e raio R12 .
A Figura 3.5.2 mostra uma construção geométrica para o item b.
Fonte: O autor.
nos pontos médios dos centros das circunferência respectivas. Da mesma forma que os pontos
médios são calculados usando a média aritmética, o baricentro também é. Em outras palavras:
1
G= · (P1x + P2x + P3x , P1y + P2y + P3y ) ,
3
onde Pi = (Pix , Piy ), com 1 ≤ i ≤ 3. Pode ser provado que G também descreve uma cir-
cunferência, com centro no baricentro dos centros das circunferências geradas por M12 , M23 e
M31 .
SL-P12-IMO-1987.
Problema 9. Dado um triângulo não equilátero ABC, com os vértices listados em sentido
anti-horário, encontrar o lugar geométrico dos centroides dos triângulos equiláteros A0 B 0 C 0
(vértices listados em sentido anti-horário) para os quais as triplas de pontos A0 , C, B 0 ; B 0 , A, C 0
e C 0 , B, A0 são colineares.
A IMO 1987 foi realizada na cidade de Havana, Cuba [10]. Problema 12 da lista curta,
Para poder resolver o problema vamos precisar estudar primeiro uma versão do Teorema
Demonstração. A Figura 3.6.1 mostra uma construção geométrica no caso dos triângulos equi-
láteros serem construídos na direção interna do 4ABC . O caso contrário pode ser encontrado
em [16].
Figura 3.6.1: Construção geométrica no caso dos triângulos equiláteros serem construídos na
direção interna do 4ABC . Versão interativa aqui.
Fonte: O autor.
Demonstração. A Figura 3.6.2 mostra uma construção geométrica no caso dos triângulos equi-
láteros serem construídos na direção interna do 4ABC . O caso contrário pode ser encontrado
em [16].
Figura 3.6.2: Construção geométrica no caso dos triângulos equiláteros serem construídos na
direção interna do 4ABC . Versão interativa aqui.
Fonte: O autor.
Girando o 4OB COA em 30◦ em sentido horário em torno do vértice C se mostra que é
0
semelhante com o 4ACA .
◦ 0
De fato, como ∠ACOB = ∠BCOA = 30 e ∠ACOA = ∠BCOB , então ∠ACA =
∠OB COA .
1 0
Em triângulos equiláteros o ortocentro e o baricentro coincidem, logo F OB = F B . Segue
√ 3
◦ 1 0 ◦ 0
que COB · sen(30 ) = CB · sen(60 ) e CA = CB = 3 · COB .
3 √ 0 COA
0
Analogamente, CA = CB = 3 · COA . Com isto, CACA
= CO . Pelo caso de semelhança
0 0
√ B
Fonte: O autor.
Construir o ponto OA no interior do 4ABC de tal forma que ∠OA BC = ∠OA CB = 30◦ .
◦
Teremos que ∠BOA C = 120 . A seguir construir a circunferência circunscrita c ao 4BOA C.
0 0 0
Posicionar o ponto A sobre c. Construir as retas A B e A C. Podemos ter os quadriláteros
0 0 0 0 ◦
cíclicos BA COA , BCA OA e BCOA A . No primeiro caso ∠BA C = 60 e nos dois últimos
∠BA0 C = 120◦ .
Analogamente, construir o ponto OB no interior do 4ABC de tal forma que ∠OB CA =
∠OB AC = 30◦ . Teremos que ∠COB A = 120◦ . A seguir construir a circunferência circunscrita
d ao 4COB A. Marcar B 0 6= C como a interseção de A0 C e d.
Similarmente, construir o ponto OC no interior do 4ABC de tal forma que ∠OC AB =
∠OC BA = 30◦ . Teremos que ∠AOC B = 120◦ . A seguir construir a circunferência circunscrita
f ao 4AOC B. Marcar C 0 6= B como a interseção de A0 B e f.
0 0 0
Construir as medianas do 4A B C e marcar o ponto em que concorrem: G. Em todo
1998.
Problema 10. Seja ABC um triângulo, H seu ortocentro, O seu circuncentro, e R seu cir-
cunraio. Seja D a reexão de A em BC, E de B em CA, e F de C em AB. Provar que D, E
e F são colineares se, e somente se, OH = 2R.
A IMO 1998 foi realizada na cidade de Taipé, Taiwan [10]. Problema 5 da lista curta,
Figura 3.7.1: Construção geométrica para a prova do Teorema 12. Versão interativa aqui.
Fonte: O autor.
Figura 3.7.2: Construção geométrica inicial para o Problema 10. Versão interativa aqui.
Fonte: O autor.
G o baricentro do 4ABC e H
Seja uma homotetia com centro em G e razão − 12 . Sejam
D, E e F serem colineares) se, e somente se, o ponto O está sobre a circunferência d circunscrita
ao 4A2 B2 C2 . Como c = H(d) e O = H(H), d tem centro em H e raio 2R. Esta última condição
Figura 3.7.3: Construção geométrica para o Problema 10. Versão interativa aqui.
Fonte: O autor.
Capítulo 4
Incírculos e exincírculos
4.1 Introdução
No Problema 11, P1 IMO 1970, são construídos três in-círculos e três ex-círculos. Se
solicita demonstrar determinada igualdade com os seis raios. Pelo uso das relações métricas,
associadas aos segmentes formados entre os vértices e os pés das bissetrizes, e a relação de
No Problema 12, P4 IMO 1992, se requer encontrar o lugar geométrico dos pontos P
partindo de uma circunferência c, uma reta l tangente a c, e um ponto M sobre l. P deve
uma terceira. Se solicita mostrar que determinada reta é tangente a uma das circunferências.
O Problema 15, P18 SL IMO 2006, pede construir o centro do ex-círculo tangente ao lado
BC num triangulo ABC. Após algumas outras construções se deseja determinar dois ângulos.
Se resolve o desao mediante o esboço de três circunferências com um ponto em comum, centro
Iniciamos com uma introdução dos conceitos básicos sobre incírculos e exincírculos.
CAPÍTULO 4. INCÍRCULOS E EXINCÍRCULOS 49
Figura 4.2.1: Guia para a demonstração da Proposição 13. Versão interativa aqui.
Fonte: O autor.
x + y = c,
y + z = a,
z + a = b,
p = x + y + z.
Figura 4.2.2: Guia para a demonstração da Proposição 14. Versão interativa aqui.
Fonte: O autor.
Demonstração. Como os lados do 4ABC são tangentes à circunferência c vale que BL = BJ,
CL = CE = l e AJ = AE = j. Consideramos a soma
BL + BJ = a + l + j + c = a + b + c = 2p.
Figura 4.2.3: Guia para a demonstração do Corolário 15. Versão interativa aqui.
Fonte: O autor.
Proposição 16. A Figura 4.2.4 mostra um triângulo ABC. Seja I seu incentro e Ia o centro
da ex-circunferência correspondente ao lado BC. Seja E o ponto de interseção de AI com a
circunferência circunscrita ao 4ABC. Então
EB = EC = EI = EIa .
Figura 4.2.4: Guia para a demonstração da Proposição 16. Versão interativa aqui.
Fonte: O autor.
EB = EI.
◦
Pela bissetriz externa em B, sejam ∠JBIa = ∠CBIa = γ. Como o ∠JBA = 180 temos
◦
que γ = 90 − β. Do 4BJIa retângulo em J temos ∠JIa B = β. Pela soma dos ângulos internos
◦
no 4AJIa e o ângulo raso em B encontramos ∠EBIa = ∠EIa B = 90 −α−β. Isto é, o 4EBIa
Proposição 17 (Fórmula de Euler) . A Figura 4.2.5 mostra um triângulo ABC. Seja I seu
incentro, d sua circunferência inscrita de raio r. Adicionalmente, seja c a circunferência cir-
cunscrita ao 4ABC, de centro O e raio R. Então
OI 2 = R(R − 2r).
Figura 4.2.5: Guia para a demonstração da Proposição 17. Versão interativa aqui.
Fonte: O autor.
R2 − OI 2 = AI · EI. (4.2.1)
4OBE é isósceles de base BE, e devido a relação entre ângulo central e inscrito, relativo a
BX OB
=
IY AI
ou
OB · IY 2Rr
AI = = .
BX EB
Vimos na Proposição 16 que EB = EI, segue que
2Rr
AI = . (4.2.2)
EI
OI 2 = R2 − 2Rr.
1970.
Problema 11. Dado um ponto M no lado AB do triangulo ABC, sejam r1 e r2 raios das
círculos inscritos nos triângulos ACM e BCM, respectivamente e sejam ρ1 e ρ2 os raios dos
exincírculos dos triângulos ACM e BCM nos lados AM e BM, respectivamente. Sejam r e ρ
os raios do círculo inscrito e do exincírculo no lado AB do 4ABC, respectivamente. Provar
que
r1 r2 r
· = .
ρ1 ρ2 ρ
A IMO 1970 foi realizada na cidade de Keszthely, Hungria [10]. Problema 8 da lista corta,
proposto pela delegação da Polônia e escolhido como primeiro da competição [11].
b2 c 2
1 1
+ = a + z2 + .
y x x y
Ou equivalentemente
b2 c2
z2 = x + y − xy.
a a
O resultado não ca escrito como função dos ângulos em D.
Figura 4.3.1: Guia para a demonstração do Teorema 18. Versão interativa aqui.
Fonte: O autor.
Demonstração. Sejam ∠ADC = α e ∠ADB = 180◦ − α. Pela Lei dos Cossenos aplicada no
4ABD temos
c2 = x2 + z 2 + 2xz cos(α),
c2 z2
=x+ + 2z cos(α). (4.3.1)
x x
Pela Lei dos Cossenos aplicada no 4ACD temos
b2 = y 2 + z 2 − 2yz cos(α),
b2 z2
=y+ − 2z cos(α). (4.3.2)
y y
Somando (4.3.1) e (4.3.2) segue
b2 c 2
1 1 a
+ = x + y + z2 + = a + z2 ,
y x x y xy
b2 x + c 2 y z2
=1+ ,
axy xy
b2 x + c 2 y
z2 = − xy.
a
a
No caso em que D é o ponto médio de BC temos x=y= 2
e z = ma . E vale
b 2 + c 2 a2
m2a = − .
2 4
Figura 4.3.2: Construção geométrica para o Problema 11. Versão interativa aqui.
Fonte: O autor.
r2 a+l−y
= . (4.3.4)
ρ2 a+l+y
Supor que P e Q sejam os pés das perpendiculares de I e S, respectivamente, a linha BC. Então
4ICP ∼ 4SCQ e ρr = CQ CP
. Seja p o semiperímetro do 4ABC. Sabemos das Proposições 13 e
a+b−c a+b+c
14 que CP = p − c = e CQ = p = . Logo,
2 2
r a+b−c
= . (4.3.5)
ρ a+b+c
b+l−x a+l−y a+b−c
· = .
b+l+x a+l+y a+b+c
b 2 a2
1 1
+ = c + l2 + .
x y x y
IMO 1992.
Problema 12. No plano, sejam dadas uma circunferência c, uma reta l tangente a c, e um
ponto M sobre l. Encontrar o lugar geométrico dos pontos P que têm a seguinte propriedade:
Existem dois pontos Q e R sobre l tais que M é o ponto médio de QR e c é o incírculo de
P QR.
A IMO 1992 foi realizada na cidade de Moscou, Rússia [10]. Problema 20 da lista corta,
Figura 4.4.1: Construção geométrica inicial para o Problema 12. Versão interativa aqui.
Fonte: O autor.
da escolha de P.
WS SP WP
0 0
= 0 = 0 .
WS SP WP
SX SP WP
0 0
= 0 = 0 .
SU SP WP
A Figura 4.4.2 mostra uma construção geométrica. No link interativo indicado é possível
Figura 4.4.2: Construção geométrica para o Problema 12. Versão interativa aqui.
Fonte: O autor.
Problema 13. Sejam duas circunferências k1 e k2 que se intersectam nos pontos X e Y e são
tangentes internamente a circunferência k nos pontos M e N, respectivamente. Adicionalmente,
o centro de k2 está sobre k1 . Sejam A e B os pontos de interseção da reta XY com k. As retas
M A e M B intersectam k1 em C e D, respectivamente. Provar que k2 é tangente a CD.
A IMO 1999 foi realizada na cidade de Bucareste, Romênia [10]. Problema 12 da lista
A Figura 4.5.1 mostra uma construção geométrica inicial. Esboçamos primeiro a circun-
k1 , deve ser posicionado sobre o segmento OM, para garantir a tangência interna, em M, de k e
k1 . Terceiro, colocamos o centro O2 ∈ k1 , e encontramos N = OO2 ∩ k, assegurando a tangência
interna de k e k2 .
Figura 4.5.1: Construção geométrica inicial para o Problema 13. Versão interativa aqui.
Fonte: O autor.
Lema 19. Sejam duas circunferências k1 e k2 que se intersectam nos pontos X e Y e são
tangentes internamente a circunferência k nos pontos M e N, respectivamente. Seja A um dos
pontos de interseção da reta XY com k. As retas AM e AN intersectam k1 e k2 em C e E,
respectivamente. Então CE é uma tangente comum de k1 e k2 .
Figura 4.5.2: Guia para a demonstração do Lema 19. Versão interativa aqui.
Fonte: O autor.
Retomando o problema principal, a Figura 4.5.3 mostra uma construção geométrica. Se-
tangente a k2 .
Figura 4.5.3: Construção geométrica para o Problema 13. Versão interativa aqui.
Fonte: O autor.
Problema 14. Seja ABCD um paralelogramo. Uma linha variável l passa pelo ponto A e
intersecta as retas BC e DC nos pontos X e Y, respectivamente. Sejam K e L os centros
dos exincírculos dos triângulos ABX e ADY, que tocam os lados BX e DY, respectivamente.
Provar que a medida do ângulo KCL não depende da escolha da linha l.
A IMO 2005 foi realizada na cidade de Mérida, México [10]. Problema 16 da lista corta,
Figura 4.6.1: Construção geométrica inicial para o Problema 14. Versão interativa aqui.
Fonte: O autor.
BK BK AB DC
= = = .
BC AD DL DL
LÓPEZ LINARES, J. Geometria: Soluções detalhadas para 20 problemas de
Olimpíadas Internacionais de Matemática.v.3. Portal de Livros Abertos da USP,
Pirassununga: Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos, 2021. 82 p. ISBN
978-65-87023-14-4 (e-book). Disponível em: https://doi.org/10.11606/9786587023144.
CAPÍTULO 4. INCÍRCULOS E EXINCÍRCULOS 63
A primeira e última fração do resultado anterior, unido a ∠LDC = ∠CBK, pelo caso de
semelhança LAL, leva a que 4LDC ∼ 4CBK. Logo, ∠DCL = ∠BKC e ∠CLD = ∠KCB.
Portanto,
Figura 4.6.2: Construção geométrica para o Problema 14. Versão interativa aqui.
Fonte: O autor.
Problema 15. Num triangulo ABC, seja J o centro do exincírculo tangente ao lado BC em
A1 e as extensões dos lados AC e AB em B1 e C1 , respectivamente. Supor que a reta A1 B1
e AB são perpendiculares e se intersectam em D. Seja E o pé da perpendicular de C1 até o
segmento DJ. Determinar os ângulos BEA1 e AEB1 .
A IMO 2006 foi realizada na cidade de Liubliana, Eslovênia [10]. Problema 18 da lista
Figura 4.7.1: Construção geométrica inicial para o Problema 15. Versão interativa aqui.
Fonte: O autor.
mente. Por construção, os segmentos JC1 , JA1 e JB1 são tangentes a ω1 , ω2 e ω3 , respectiva-
escrever
JC12 = JD · JE.
JA21 = JD · JE,
JB12 = JD · JE.
Mas pela inversa do teorema das cordas [9] as igualdades anteriores signicam que E ∈ ω2
e E ∈ ω3 e ∠BEA1 = ∠AEB1 = 90◦ . O ponto E é centro radical de ω1 , ω2 e ω3 . A Figura 4.7.2
mostra uma construção geométrica.
Figura 4.7.2: Construção geométrica para o Problema 15. Versão interativa aqui.
Fonte: O autor.
Capítulo 5
Extremos com desigualdades
5.1 Introdução
Iniciamos com uma apresentação de algumas desigualdades usadas para encontrar máxi-
mos e mínimos.
Proposição 20. Se dois lados de um triângulo não são congruentes, então os ângulos opostos
a estes lados não são congruentes, e o maior ângulo e oposto ao maior lado.
Demonstração. A Figura 5.2.1 mostra um triângulo ABC. Iremos supor que BC > AC. Mar-
camos sobre BC o ponto D tal que AC = CD. Logo, o 4CAD é isósceles de base AD e
∠CAD = ∠CDA = θ.
Sejam ∠CBA = β e ∠BAD = γ. Pelo teorema do ângulo externo temos θ = β + γ.
Portanto, θ > β. Além disso, como ∠BAC = α = θ + γ, então α > β. Isto é, oposto ao maior
Figura 5.2.1: Guia para a demonstração da Proposição 20. Versão interativa aqui.
Fonte: O autor.
Por redução ao absurdo e a Proposição anterior se prova a recíproca. Isto é, o maior lado
Demonstração. Basta mostrar que o maior lado é menor que a soma dos outros dois. A Fi-
CD = CA + AD = CA + AB > BC.
Figura 5.2.2: Guia para a demonstração da Proposição 21. Versão interativa aqui.
Fonte: O autor.
n
X
f (x) = (ai x − bi )2 .
i=1
n
! n
! n
!
X X X
f (x) = a2i x2 − 2 ai b i x+ b2i .
i=1 i=1 i=1
Isto é, f (x) é um polinômio de segundo grau em x. Como f (x) é uma soma de quadrados
teremos f (x) ≥ 0 e seu discriminante negativo ou igual a zero:
n
!2 n
! n
!
X X X
∆=4 ai b i −4 a2i b2i ≤ 0.
i=1 i=1 i=1
somatórios: ! ! !2
n
X n
X n
X
a2i b2i ≥ ai b i .
i=1 i=1 i=1
A igualdade acontece quando o discriminante é zero. Nesse caso f (x) tem uma raiz dupla
x = λ. Mas isto corresponde a
n
X
f (x) = (ai x − bi )2 = 0.
i=1
Como as sequências (an ) e (bn ) são de números reais, os quadrados são não negativos. A
única possibilidade é que ai λ − bi = 0 para todo 1 ≤ i ≤ n. Isto é, acontece a igualdade na
n n
onde xi = x1 + x2 + . . . + xn e xi = x1 · x2 · · · · · xn . A igualdade ocorre quando x1 =
X Y
i=1 i=1
x2 = · · · = xn .
x1 + x2 √
≥ x1 · x2 .
2
(x1 + x2 )2 ≥ 4x1 · x2 .
(x1 − x2 )2 ≥ 0.
Mas o quadrado de um número real é sempre não negativo. A igualdade acontece quando
x1 = x2 .
A demonstração para n>2 pode ser encontrada, por exemplo, em [17]. Uma vericação
interativa da desigualdade das médias, usando dois segmentos, pode ser feita aqui.
P1 IMO 1976.
Problema 16. Num quadrângulo convexo com área 32 cm2 , a soma dos comprimentos de
dois lados não adjacentes e uma diagonal é igual a 16 cm. a) Qual é o comprimento da outra
diagonal? b) Quais são os comprimentos dos lados do quadrângulo se o perímetro é um mínimo?
c) Será possível escolher os lados para que o perímetro seja um máximo?
A IMO 1976 foi realizada na cidade de Lienz, Áustria [10]. Problema 3 da lista corta,
Figura 5.3.1: Construção geométrica inicial para o Problema 16. Versão interativa aqui.
Fonte: O autor.
Um quadrângulo é uma gura plana que consiste em quatro pontos, cada um unido a
outros dois por segmentos (que se intersectam ou não). Quando o quadrângulo é convexo,
Seja S = 32 cm2 e
16 cm = d = AB + CD + AC. (5.3.1)
a) A área do quadrângulo ABCD pode ser calculada pela soma das áreas dos 4ABC e
4ACD, onde AC é o lado comum. Adicionalmente, o valor máximo da área acontece quando
1
S ≤ AC(AB + CD).
2
geométrica e aritmética (Proposição 23) no conjunto de números positivos {AC, d − AC} temos
p AC + (d − AC)
AC(d − AC) ≤ ,
2
d2
AC(d − AC) ≤ . (5.3.3)
4
A igualdade acontece quando AC = d − AC ou AC = d2 . Considerando (5.3.2) e (5.3.3)
encontramos
d2
S≤ .
8
Usando os números dados para d e S concluímos que somente é possível a igualdade. Isto é,
AC = AB + CD = 8 cm, AB ⊥ AC e CD ⊥ AC.
Construímos a reta AB e traçamos por D uma reta l paralela com AC. Marcamos o ponto
a soma BC + AD, pois AB + CD = 8. Para isso, posicionamos um ponto F de tal forma que
BC + CF = BC + AD ≥ BF.
Por outro lado, quando C ∈ BF, por AA, temos 4F DC ∼ 4F EB. Pela proporciona-
√
lidade dos lados segue que CF = AD = BF 2
e DC =
EB
2
= 4. Logo, AD = BC = 4 5 e
AB = CD = 4.
c) Vamos assumir, sem perda de generalidade, que CD < AB. Neste caso, o ponto C está
BC + AD = BC + CF ≤ BD + DF.
Figura 5.3.2: Construção geométrica para o Problema 16. Versão interativa aqui.
Fonte: O autor.
IMO 1981.
A IMO 1981 foi realizada na cidade de Washington, EUA [10]. Problema 15 da lista corta,
proposto pela delegação do Reino Unido e escolhido como P1 da competição [11].
BC · P D + CA · P E + AB · P F (5.4.2)
BC CA AB
(BC · P D + CA · P E + AB · P F ) + + ≥ (BC + CA + AB)2 .
PD PE PF
cias (an ) e (bn ) são proporcionais. Isto é, quando existe um número λ tal que
Figura 5.4.1: Construção geométrica para o Problema 17. Versão interativa aqui.
Fonte: O autor.
P6 IMO 1983.
A IMO 1983 foi realizada na cidade de Paris, França [10]. Problema 9 da lista corta,
proposto pela delegação dos Estados Unidos e escolhido como P6 da competição [11].
a = y + z,
b = z + x, (5.5.2)
c = x + y.
Multiplicando os dois lados pelo número positivo z +x+y encontramos uma desigualdade
√
xy 3 + yz 3 + zx3 (z + x + y) ≥ [ xyz(y + z + x)]2 .
√ √ √
y xy, z yz, x zx ,
√ √ √
z, x, y .
xy 3 yz 3 zx3
= = .
z x y
Como x, y e z são números reais positivos existe uma única solução para a igualdade anterior:
Figura 5.5.1: Construção geométrica para o Problema 18. Versão interativa aqui.
Fonte: O autor.
P7 SL IMO 1999.
Problema 19. Seja ABC um triângulo e M um ponto em seu interior. Provar que
A IMO 1999 foi realizada na cidade de Bucareste, Romênia [10]. Problema 7 da lista
Lema 24. Seja M um ponto no interior de uma quadrilátero convexo ABCD. Então vale que
AM + M B < BC + CD + DA.
Figura 5.6.1: Construção geométrica para o Lema 24. Versão interativa aqui.
Fonte: O autor.
AM + M B < AM + M N + N B = AN + N B.
AN + N B < N C + CA + N B = CA + BC.
CA + BC < CD + DA + BC.
e CAJE. Iremos supor, sem perda de generalidade, que M B = min{M A + M B + M C}. Isto
AM + M B < BE + EF + F A. (5.6.1)
M B + M A + M B + M C < BE + F J + CF + F A + EF + JB.
Figura 5.6.2: Construção geométrica para o Problema 19. Versão interativa aqui.
Fonte: O autor.
P1 IMO 2001.
Problema 20. Num triângulo acutângulo ABC com circuncentro O e altura AP, ∠C ≥ ∠B +
30◦ . Provar que
∠A + ∠COP < 90◦ .
A IMO 2001 foi realizada na cidade de Washington, Estados Unidos [10]. Problema 16 da
lista corta, proposto pela delegação da Coreia do Sul e escolhido como P1 da competição [11].
Figura 5.7.1: Construção geométrica para o Problema 20. Versão interativa aqui.
Fonte: O autor.
Do enunciado do Problema 20 queremos provar que η < δ. Pela Proposição 5.2.1, aplicada
no 4COP , o anterior equivale a demonstrar que P C < OP. Por sua vez, para vericar que
escrever:
2R < 2 · OP + 2 · P C.
2R < 2 · OP + R,
P C = AC cos(γ).
AC
2R = .
sen(β)
Logo,
P C = 2Rsen(β) cos(γ).
Usando a hipótese γ ≥ β + 30◦ e o fato da função cosseno ser decrescente no intervalo entre 0
◦
e 90 encontramos
Capítulo 6
Referências Bibliográcas
2021. 1
2021. 1
[6] LÓPEZ LINARES, J.; BRUNO-ALFONSO, A.; BARBOSA, G. F. Três problemas sobre
jun. 2021. 1
[7] LÓPEZ LINARES, J.; BRUNO-ALFONSO, A.; BARBOSA, G. F. Três problemas sobre
jun. 2021. 1
jun. 2021. 1
[9] LÓPEZ LINARES, J.; SANTOS, J.P.M.; FIRMIANO, A. Cinco problemas sobre potência
3.3, 3.4, 3.5, 3.6, 3.7, 4.3, 4.4, 4.5, 4.6, 4.7, 5.3, 5.4, 5.5, 5.6, 5.7
[11] DJUKIC, D. et al. The IMO compendium: a collection of problems suggested for the
em:
2.6, 3.3, 3.4, 3.5, 3.6, 3.7, 4.3, 4.4, 4.5, 4.6, 4.7, 5.3, 5.4, 5.5, 5.6, 5.7
[12] Problems and Solutions of the 2nd IGO. 2015. Disponível em:
https://igo-ocial.ir/events/2/. Acesso em: 14 jun. 2021. 2.7
[14] Delgado, J. et al. Geometria Analítica, Coleção ProfMat, SBM, Segunda Edição,
ISBN: 9788583371212, 2017. 3.2